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A presença do Senado brasileiro no

Mercosul
Um breve histórico

Maria Claudia Drummond

Sumário
1. Introdução. 2. Evolução da dimensão par-
lamentar da integração. 3. Funções parlamenta-
res na integração à luz do Tratado de Assunção
e do Protocolo de Ouro Preto. 4. Criação do Par-
lamento do Mercosul. 5. O Senado no Mercosul.
6. Considerações finais.

1. Introdução
Tradicionalmente, ao Parlamento cabe
limitada participação nas questões da políti-
ca externa nacional. Alega-se que as relações
exteriores são assunto da alçada dos gover-
nantes, que em nada deveria interessar ao
povo. Ademais, é crença dos parlamentares
que “política externa não dá voto” e assim
mantiveram-se os parlamentos, ao longo da
história, alijados do tema. Da mesma forma,
os estudiosos do Direito Constitucional não
parecem perceber qualquer necessidade
de participação popular na formulação da
política externa, deixando, assim, de ques-
tionar antigas ideias urdidas no contexto
de um mundo muito diverso do atual. Em
razão da imensa complexidade a caracteri-
zar as relações entre Estados soberanos e a
delicadeza de muitos dos aspectos que as
revestem, o debate público acerca do tema
Maria Claudia Drummond é Doutora em
História das Relações Internacionais pela UnB,
tende a ser visto como inadequado e até
Consultora Legislativa do Senado Federal para mesmo inconveniente.
Relações Exteriores e Mercosul e Pesquisadora Entretanto, a própria natureza das re-
Associada Plena do Instituto de Ciência Política lações internacionais encontra-se em plena
da Universidade de Brasília. transformação. Novos temas, chamados de

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“low politics”, como o comércio, proprieda- finitivamente sobre tratados, acordos ou
de intelectual, serviços, direitos humanos atos internacionais que acarretem encargos
e meio ambiente, ocupam hoje o topo da ou compromissos gravosos ao patrimônio
agenda internacional, ao lado – e em muitas nacional”. A doutrina diverge quanto à
instâncias vinculados – a grandes ques- licitude ou não de se introduzir alterações
tões concernentes à segurança nacional. em tratados pelo Congresso Nacional; mas
Ademais, o notável avanço dos meios de o entendimento que vem prevalecendo é
comunicação, aliado à redemocratização contrário a essa alternativa, argumentan-
dos países da América do Sul, a partir da do-se que, se todos os países signatários
segunda metade dos anos oitenta do século decidissem oferecer emendas a um tratado
passado, gerou inegável demanda, entre multilateral, por exemplo, haveria caos e
atores sociais e operadores econômicos, insegurança jurídica na convivência inter-
por maior participação na formulação de nacional. Mais recentemente, o Congresso
decisões referentes à política externa. Nesse tem adotado a prática de inserir cláusulas
quadro, os parlamentares ressentem-se da interpretativas no decreto legislativo que
falta de protagonismo na formulação de aprova o tratado, caso este permita reservas,
decisões que, tomadas em foros internacio- no intuito de alertar o Executivo para aspec-
nais, são capazes de afetar profundamente tos do pactuado que mereceriam reparos do
a estrutura produtiva no interior dos países Brasil no momento da ratificação2.
e de causar considerável impacto sobre Nesse contexto, é necessário ressaltar
o dia a dia do cidadão1. Transferida do que os processos de integração regional re-
âmbito nacional para a esfera intergover- presentam casos especialíssimos, uma vez
namental, conforme adverte Luiz Olavo que seus instrumentos jurídicos emergem
Baptista (1999, p. 174), “a função legiferante de acordo-quadro anterior. Caso paradig-
escapará progressivamente dos organismos mático é o Tratado de Assunção, que criou
políticos nacionais para uma rede intergo- o Mercosul e gerou grande número de
vernamental em expansão (...)”. normas que, destinadas a proceder à imple-
A Constituição de 1988 atribui compe- mentação do mercado comum, conformam
tência privativa ao Poder Executivo para o chamado “direito da integração”.
manter relações com Estados estrangeiros Ao Senado Federal, ademais do exame
e acreditar seus representantes, bem como dos atos internacionais celebrados pelo Po-
para celebrar tratados, convenções e atos der Executivo, cabem as funções previstas
internacionais. no art. 52, incisos IV e V, da Carta Magna,
Ao Congresso Nacional cabe apenas, que atribuem à Câmara Alta competência
nos termos do artigo 49, I, “... resolver de- para aprovar previamente, por voto secreto,
após arguição em sessão secreta, a escolha
1
Ver, por exemplo, discurso do primeiro senador dos chefes das missões diplomáticas de
a presidir a Representação Brasileira na Comissão
Parlamentar Conjunta do Mercosul, Dirceu Carneiro
caráter permanente e para autorizar ope-
(PSDB-SC), proferido em 22 de dezembro de 1994, rações externas de natureza financeira, de
pouco após a assinatura do Protocolo de Ouro Preto: “ interesse da União, dos Estados, do Distrito
Os tratados, as negociações, que no mundo de hoje são Federal, dos Territórios e dos Municípios.
extremamente importantes, intensos e que envolvem
o interesse dos cidadãos brasileiros e do País, de um 2
Cf. por exemplo, o Decreto Legislativo n o
modo mais aprofundado do que no passado, não têm 936/2009, que aprova os textos do Acordo-Quadro de
tido nenhuma participação do Congresso Nacional. Comércio entre o Mercosul e o Estado de Israel e do
Os funcionários do Ministério das Relações Exterio- Acordo de Livre Comércio entre o Mercosul e Israel,
res negociam os acordos mais complexos ... definem assinado em Montevidéu, em 18 de dezembro de
legislações em nível das legislações locais. Tome como 2007. Cf. o texto do decreto legislativo em questão em:
exemplos o acordo do GATT, de Marrakesh e o da http://www6.senado.gov.br/legislacao/ListaTex-
Rodada Uruguai” (DIÁRIO..., 1994, p. 9705). toIntegral.action?id=239433. Acesso em 27 jan. 2010.

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Diante da exígua possibilidade de inci- O seu Artigo 8 prevê a constituição de
dência do Parlamento na política externa uma “Comissão Parlamentar Conjunta de
desenvolvida pelo Poder Executivo, não é Integração”, de caráter consultivo, que
de admirar que os parlamentares reclamem seria composta por doze parlamentares
maior participação do Congresso Nacional de cada país, designados pelos respecti-
nas relações internacionais. vos Poderes Legislativos, com mandato
de dois anos. Dispõe que os projetos de
2. Evolução da dimensão acordos negociados pelos governos dos
parlamentar da integração Estados Partes, ao amparo daquele ato
internacional, seriam por ela apreciados,
Recentes desenvolvimentos no cenário antes mesmo de seu envio aos respectivos
externo, entre eles a criação de blocos re- Poderes Legislativos. Determina, ademais,
gionais, como o MERCOSUL – Mercado que a Comissão Parlamentar transmitiria
Comum do Sul –, vêm oferecendo novas recomendações à Comissão de Execução
formas de inserção do Parlamento nas do Tratado (Idem).
relações internacionais. A redação do Artigo 8 não permite dú-
O contexto histórico da criação do vida quanto à intenção dos negociadores
Mercosul, caracterizado pela onda de rede- de envolver, efetivamente, os parlamentos
mocratização que varreu a América Latina dos dois países no processo decisório da in-
nos anos oitenta do século passado, parece tegração. Ademais, os Artigos 4 e 5 deixam
explicar a presença de um braço parlamen- transparecer preocupação, precisamente,
tar em todos os tratados de integração do em evitar que se abrisse espaço na integra-
Cone Sul. O primeiro deles, o Tratado de ção para que acordos concernentes a temas
Cooperação, Integração e Desenvolvimen- que se revestem de extraordinária impor-
to, foi firmado entre o Brasil e a Argentina tância, como a harmonização das políticas
em 1988 (ALMEIDA, 1992, p. 29). aduaneiras de comércio interno e externo,
Efetivamente, o fim dos regimes mi- agrícola, industrial, de transportes e comu-
litares na Argentina e no Brasil oferece à nicações, científica e tecnológica (Art. 4)4;
aliança que tem início entre aqueles dois bem como as demais políticas necessárias à
países irretocável alicerce, consubstanciado implementação do mercado comum, entre
no compromisso com a plena restauração e elas, as relativas a recursos humanos (Art.
consolidação da democracia e da vigência 5)5, pudessem vir a ser incorporadas aos
dos direitos humanos. A Ata de Iguaçu,
firmada em 1985, era “(...) expressão e do Tratado de Institucionalização do Parlamento
Latino-Americano (Parlatino). Cf. Parlamento Latino-
resultado de intensa convergência política
Americano: Tratado de Institucionalização e Estatuto. São
em torno de objetivos como a consolidação Paulo: Gráfica do Parlatino, 1993.
democrática, as estabilidades política e 4
Segundo o Artigo 4: “A harmonização das
estratégica (...)”. políticas aduaneiras de comércio interno e externo,
agrícola, industrial, de transportes e comunicações,
Não é de admirar, portanto, que o
científica e tecnológica e outras que os Estados-Parte
Acordo de Integração, Cooperação e De- acordarem, assim como a coordenação das políticas
senvolvimento, assinado entre os então em matérias monetárias, fiscal, cambial e de capitais
Presidentes José Sarney e Raul Alfonsín, serão realizadas, gradualmente, através de Acordos
específicos, que, nos casos correspondentes, deverão
apresente um espaço dedicado à legitima-
ser aprovados pelo Poder Legislativo da República
ção democrática dos instrumentos gerados Federativa do Brasil e pelo Poder Legislativo da Re-
pela integração3. pública Argentina”. Cf. Almeida, 1992, p. 28.
5
O Artigo 5 dispõe: “Concluída a Primeira Etapa,
3
Cabe lembrar que, em 1987, a diplomacia par- proceder-se-á à harmonização gradual das demais
lamentar na região recebe importante impulso, com políticas necessárias à formação do mercado comum
a assinatura, por dezoito países latino-americanos, entre os Estados-Parte, incluindo, entre outras, as

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ordenamentos jurídicos internos sem serem Parlamentar Conjunta entre as instituições
submetidas ao exame e à devida aprovação do Mercosul, determinando, ademais, que
dos respectivos Congressos Nacionais. O seus integrantes seriam em igual número
deficit democrático é, assim, duplamente por Estado Parte, e designados pelos res-
evitado: em primeiro lugar, ao se prever pectivos parlamentos nacionais conforme
expressamente o referendo dos Parlamen- seus procedimentos internos (Arts. 23 e
tos aos instrumentos negociados no marco 24).
da integração, e, em segundo lugar, ao se Por conseguinte, ao incluir a Comis-
atribuir, por meio do Artigo 8, a uma Co- são Parlamentar Conjunta na estrutura
missão composta por parlamentares dos institucional do Mercosul, o Protocolo
quatro Estados Partes, competência para de Ouro Preto conferiu-lhe legitimidade
apreciar os projetos de acordos negociados jurídica como órgão da integração. E, ao
antes mesmo de seu envio aos respectivos transformar-se em lei interna, o Protocolo
Poderes Legislativos. permitiu e legitimou a inserção desse “bra-
O tratado é coerente, portanto, com o ço parlamentar” da integração no âmbito
momento histórico vivido por Argentina e dos Parlamentos nacionais dos Estados
Brasil, de retorno às instituições democrá- Partes (DECRETO..., 1995, p. 21345).
ticas e sua valorização, que se traduz no Integrada por deputados e senadores, a
disposto no Artigo 8. Seção Brasileira da Comissão foi incorpo-
Posteriormente, o Artigo 24 do Tratado rada aos trabalhos do Congresso Nacional
de Assunção6 (MINISTÉRIO..., 2005, p. inicialmente por meio da Resolução do
13) determinou o estabelecimento de uma Congresso Nacional No 1 de 1992, depois
Comissão Parlamentar Conjunta do Mer- substituída pela Resolução do Congresso
cosul – CPC – “com o objetivo de facilitar Nacional No 1 de 1996, com o nome de
a implementação do Mercado Comum”, “Representação Brasileira na Comissão
acrescentando que os Poderes Executivos Parlamentar Conjunta do Mercosul”, fun-
dos Estados Partes manteriam seus res- cionando, na prática, como comissão mista
pectivos Poderes Legislativos informados permanente, a exemplo da Comissão de
sobre a evolução do Mercado Comum. Orçamento. Pode-se dizer, portanto, que,
Finalmente, da conferência diplomática do ponto de vista de sua dimensão parla-
prevista pelo art. 18 do Tratado de Assun- mentar, o Mercosul tem as especificidades
ção, convocada “(...) com o objetivo de de, por um lado, incorporar desde o seu
determinar a estrutura institucional defini- primeiro instante de existência um “braço
tiva dos órgãos do Mercado Comum (...)”, parlamentar”. E, de outro lado, por se tra-
assim como suas atribuições específicas, tar de um processo de integração em nível
emergiu o Protocolo de Ouro Preto (1994), intergovernamental, porquanto não conta
cujo artigo 1o veio a incluir a Comissão com órgãos de natureza supranacional, a
de permitir uma dupla atuação à Comissão
relativas a recursos humanos, através da negociação Parlamentar Conjunta, nos âmbitos regio-
de Acordos específicos, que serão aprovados pelo
Poder Legislativo da República Federativa do Brasil
nal e nacional cobrindo, assim, a distância
e pelo Poder Legislativo da República Argentina”. Cf. existente, no caso europeu, entre o Parla-
Almeida, 1992, p. 28. mento regional (Parlamento Europeu) e os
6
Cf. o “Tratado para a Constituição de um Merca- parlamentos nacionais7.
do Comum entre a República Argentina, a República
Federativa do Brasil, a República do Paraguai e a Re-
Relembrando a construção da integra-
pública do Uruguai” (Tratado de Assunção) de 26 mar. ção no Cone Sul iniciada sob sua presi-
1991. In: MINISTÉRIO DAS RELAÇÕES EXTERIORES
E COMIÇÃO PARLAMENTAR CONJUNTA – Re- 7
A proposta de Constituição Europeia e o Tratado
presentação Brasileira. Mercosul: Legislação e Textos de Lisboa procuraram prover mecanismos com vistas
Básicos. Brasília: Senado Federal, 2005. à aproximação entre essas duas esferas legislativas.

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dência, José Sarney8 declara que o projeto Parlamentar Conjunta passa, efetivamente,
vislumbrado àquela época era o de criar a figurar no último artigo do Tratado de
um mercado comum tendo como exemplo Assunção, como se fora uma lembrança
o modelo europeu, isto é, a integração seria tardia dos negociadores. Tampouco está
setorial. Prossegue lembrando que o projeto incluída na estrutura orgânica criada para
incluía mecanismos bilaterais, como comis- a integração, que figura no Capítulo II do
sões parlamentares que acompanhassem as referido Tratado.
decisões, grupos do setor civil, um banco de Segundo relata o então Deputado pela
compensações e até uma moeda comum, o República Argentina, Saturnino Dantti
gaúcho (SARNEY, 2000). Aranda, primeiro Presidente da Comis-
Com os governos de Fernando Collor e são Parlamentar Conjunta do Mercosul,
Carlos Menem, desenhou-se na integração a inserção da Comissão naquele Tratado
nova convergência de interesses, agora resultou, principalmente, de pressões de
direcionados a compromissos assumidos parlamentares presentes à assinatura na
pelos novos mandatários com as reformas Reunião de Cúpula de Assunção, que
econômicas neoliberais. O Tratado de As- advertiam os negociadores para o fato de
sunção, firmado também por Paraguai e que os Parlamentos não teriam qualquer
Uruguai, previa instrumentos de eliminação participação no processo de integração que
dos direitos alfandegários e de restrições então se iniciava. Pressionados, os nego-
não tarifárias, como um “Programa de ciadores decidiram incluir no documento
Liberação Comercial”, consistindo “(...) de um dispositivo pelo qual se criava uma
reduções tarifárias progressivas, lineares e comissão parlamentar, cujo objetivo seria
automáticas, acompanhadas da eliminação o de servir de canal de comunicação entre
de restrições não tarifárias ou medidas de os Poderes Executivos e os parlamentos
efeito equivalente, assim como de outras (MOYA, 1998).
restrições ao comércio entre os Estados Imediatamente após a assinatura do
Partes (...)”9 (MINISTÉRIO..., 2005, p. 15). Tratado de Assunção, em 26 de março
Pode-se dizer, portanto, que o Tratado de de 1991, os Presidentes das Comissões de
Assunção foi concebido como parte do con- Relações Exteriores dos quatro Congres-
junto de políticas públicas utilizadas pelos sos Nacionais convocaram a I Reunião de
países da sub-região para a abertura de suas Parlamentares do Mercosul, na mesma
economias, visando uma melhor inserção de cidade de Assunção, em 7 e 8 de maio de
seus produtos no mercado internacional. 1991, e assumiram o compromisso formal
Nesse contexto de brusca mudança de impulsionar, nos respectivos países, a
da lógica que inicialmente impulsionara aprovação do Tratado. Acordaram, tam-
a integração, a dimensão parlamentar bém, trabalhar pela harmonização de polí-
sofreria violento retrocesso. A Comissão ticas e legislações nacionais, não apenas no
âmbito econômico, mas também no tocante
8
José Sarney, Presidente da República entre 1985 às esferas legal, social e cultural10.
e 1990, é membro do Partido do Movimento Demo- A II Reunião de Parlamentares do
crático Brasileiro (PMDB), pelo Amapá (AP).
9
Cf. o artigo 5, alínea (a), do “Tratado para a Mercosul realizou-se em Buenos Aires de
Constituição de um Mercado Comum entre a Repú- 19 a 21 de setembro de 1991. Em seu docu-
blica Argentina, a República Federativa do Brasil, a
República do Paraguai e a República do Uruguai” 10
A inserção da Comissão Parlamentar Conjunta
(Tratado de Assunção) de 26 mar. 1991. In: MINIS- no Tratado de Assunção no último momento foi
TÉRIO DAS RELAÇÕES EXTERIORES E COMIÇÃO confirmada pelo Senador Sergio Abreu, do Partido
PARLAMENTAR CONJUNTA – Representação Bra- Nacional do Uruguai, presente à assinatura, em
sileira. Mercosul: Legislação e Textos Básicos. Brasília: entrevista concedida à autora em Montevidéu, em 29
Senado Federal, 2005. de março de 2005.

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mento final, aparecem referências enfáticas guaia, tendo em vista a composição de suas
a valores tais como a vigência plena da Câmaras: apenas 30 cadeiras no Senado e
democracia nos Estados membros como 99 na Câmara de Representantes, o que a
condição fundamental para o processo de colocaria em desvantagem em relação à
integração; o respeito aos direitos humanos; representação dos congressos com maior
e a importância da participação dos Poderes número de parlamentares, particularmente
Legislativos na conformação do Mercosul, o do Brasil.
como expressão da vontade popular. Como veremos mais adiante, a forma
O Artigo 24 do Tratado de Assunção parcimoniosa com que os parlamentares
representa, como já ressaltado, um retro- se atribuíram competências parece ter tido
cesso em relação ao que já se conquistara a virtude de desarmar os espíritos dos
em termos de participação parlamentar na Poderes Executivos e de conquistar a boa-
integração, à luz do anterior Tratado de In- vontade dos negociadores do Mercosul,
tegração, Cooperação e Desenvolvimento. acabando por render bons frutos à Comis-
Prevê o estabelecimento de uma Comissão são Parlamentar Conjunta, que mais tarde
Parlamentar Conjunta do Mercosul “com se transformaria, por iniciativa dos próprios
o objetivo de facilitar a implementação do governos, em Parlamento do Mercosul.
Mercado Comum”, mas silencia quanto às
funções e competências da mesma, e quanto 3. Funções parlamentares na integração
ao número de seus integrantes. O Artigo à luz do Tratado de Assunção e do
24 prossegue estipulando que “os Poderes
Protocolo de Ouro Preto
Executivos dos Estados Partes manterão
seus respectivos Poderes Legislativos in- Ao deixar de atribuir funções claras à
formados sobre a evolução do Mercado Comissão Parlamentar Conjunta, exceto
Comum objeto do presente Tratado”. um vago mandato no sentido de que aquela
Diante do tom lacônico do Artigo 24 deveria manter os Poderes Legislativos
do Tratado de Assunção, a Comissão Par- informados sobre o processo de integração,
lamentar Conjunta apressou-se em adotar o Artigo 24 do Tratado de Assunção levou
o seu Regimento Interno, por meio do aquele colegiado a concentrar os seus esfor-
qual poderia estipular a sua composição, ços em servir de “canal de comunicação”
funcionamento e, principalmente, tentar entre as instâncias negociadoras da integra-
ganhar mais espaço na integração mediante ção e a sociedade civil. A percepção geral
a autoatribuição de funções. O primeiro era de que, aos vários setores da estrutura
Regimento Interno foi aprovado em 6 de produtiva dos países envolvidos na integra-
dezembro de 1991, em Montevidéu, por ção, assim como às entidades da sociedade
ocasião da III Reunião de Parlamentares civil, não era dado o acesso à informação
do Mercosul (SANGUINETTI; MOYA concernente às negociações em curso no
DOMÍNGUEZ, 1993, p. 47). Mercosul, ainda que fossem, aquelas, passí-
No tocante à sua composição, a Comis- veis de impactar consideravelmente as suas
são Parlamentar Conjunta estabeleceu, pelo atividades e interesses. Ademais, entre as
Artigo II do Regimento11 (ALMEIDA, 1992, modernas funções dos Parlamentos, está a
p. 159), que a integrariam até 16 (dezesseis) de disseminação da informação acerca de
parlamentares por Estado Parte. A reivindi- proposições em exame e ao mesmo tempo
cação de que se limitasse o número máximo a de recolher dados técnicos oferecidos
de representantes partiu da delegação uru- pelas diversas organizações interessadas
da sociedade civil.
11
Ver “Regulamento da Comissão Parlamentar Neste sentido, já em 1992, a Represen-
Conjunta do MERCOSUL” (ALMEIDA, 1992, p. 159). tação Brasileira na Comissão Parlamentar

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Conjunta adotava a prática de realizar audi- Sérgio Zambiasi (PTB-RS). Da Câmara dos
ências públicas com a participação de enti- Deputados exerceram a presidência, nesse
dades da sociedade civil e de representantes período, os Deputados Nelson Proença (à
de órgãos governamentais negociadores do época exercendo mandato pelo PMDB do
Mercosul, com o objetivo de propiciar um Rio Grande do Sul, foi o primeiro presi-
espaço onde se pudesse promover e apro- dente da Representação Brasileira), Paulo
fundar o debate sobre a integração e veicular Bornhausen (PFL, hoje DEM-SC) Júlio Re-
a informação acerca do processo. decker (PPB – e mais tarde do PSDB-RS) e
Em abril daquele ano, a Representação Dr. Rosinha (PT-PR).
Brasileira realizou seminário sobre “O É interessante recordar que alguns dos
Código de Propriedade Industrial do Mer- ex-presidentes lograram obter excelentes
cosul”, e ouviu exposições de autoridades resultados, em seus estados de origem,
envolvidas no processo negociador; em nas eleições que se seguiram à sua gestão
maio, ouviu os coordenadores dos Subgru- à frente da Representação Brasileira na
pos de Assuntos Aduaneiros, Transportes Comissão Parlamentar Conjunta do Mer-
Terrestres, e Transportes Marítimos e, em cosul, o que pareceu contrariar a popular
novembro do mesmo ano, convocou audi- crença segundo a qual a política externa
ência pública denominada “O Mercosul e os não rende votos12.
Setores Sensíveis da Economia Brasileira”. Observe-se, ainda, que a Representação
Em junho do ano seguinte, realizou audi- soube tirar partido da moderna infra-estru-
ência pública sobre “Tarifa Externa Comum tura de que dispõe o Parlamento brasileiro
do Mercosul” e em novembro sobre “O Se- e que se traduz em um parque gráfico e
tor Primário no Mercosul”, com a presença serviço de processamento de dados do-
de representantes da Sociedade Rural Ar- tados de tecnologia de ponta, para lançar
gentina e de entidades representativas do publicações (muitas vezes em parceria com
setor agropecuário brasileiro; uma semana entidades da sociedade civil, ou com órgãos
mais tarde, por força de outra iniciativa da governamentais, como o Ministério das
Seção Brasileira, discutia-se a experiência Relações Exteriores) destinadas a veicular
argentina de privatização e a revisão cons- a informação sobre o Mercosul13. Buscava-
titucional brasileira. Posteriormente, diante se, assim, sanar a deficiência de informação
da necessidade de divulgar o processo de sobre o processo integracionista, precisa-
integração, particularmente nas regiões mente um dos importantes componentes
Norte e Nordeste do País, deu-se início a do deficit democrático em iniciativas de
uma série de seminários sobre o Mercosul integração regional.
nos diversos estados da Federação, patro- 12
Por exemplo, o Deputado Júlio Redecker, Presi-
cinados pela Representação Brasileira na dente da Representação Brasileira na CPC no biênio
Comissão Parlamentar Conjunta. 1999-2001, recebeu a segunda maior votação para
Percebida positivamente pelos parla- deputado federal em seu Estado, o Rio Grande do Sul,
durante as eleições de 2002. Também Roberto Requião
mentares, porquanto dava-lhes visibilidade foi eleito Governador do Estado do Paraná em 2002,
em suas bases e servia de resposta a muitas imediatamente após haver exercido a presidência da
de suas reivindicações, a prática prosse- Representação Brasileira na CPC.
guiu ao longo do desenvolvimento do
13
Como, por exemplo, uma “Cartilha do Merco-
sul”, destinada a estudantes, no intuito de promover
processo de integração. No Senado caberia uma mentalidade integracionista entre os jovens da
mencionar, nessa fase, o trabalho desen- região. Publicaram-se também os anais das audiências
volvido na presidência da Representação públicas realizadas, bem como, em parceria com o
Ministério das Relações Exteriores, compilação dos
Brasileira na Comissão pelos Senadores
instrumentos do Mercosul, volume de uso corrente
Dirceu Carneiro (PSDB-SC), Lúdio Coelho entre os próprios negociadores do Mercosul, agora
(PSDB-MS), Roberto Requião (PMDB-PR) e em sua quinta edição.

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No nível quadripartite, a Comissão resultou documento pelo qual os parla-
Parlamentar Conjunta desempenhou, em mentares afirmavam o seu compromisso
algumas ocasiões, a função de “facilitado- com a vigência do regime democrático
ra” na articulação de interesses setoriais nos países integrantes do Mercosul como
em conflito. Recorde-se, nesse contexto, o pressuposto para a integração. Alusão à
acordo alcançado pelos setores calçadistas salvaguarda da democracia e da vigên-
da Argentina e do Brasil, em meio à crise cia dos direitos humanos na sub-região
desencadeada pela desvalorização do real reaparece no Preâmbulo ao primeiro
em 1999, graças à mediação de parlamen- Regimento da Comissão Parlamentar
tares ligados ao setor14. Embora a mediação Conjunta, aprovado em Montevidéu, em
não possa ser considerada uma função clás- 06 de dezembro de 1991. Quando de sua
sica dos parlamentos, o papel da Comissão 1a Reunião Ordinária, realizada em Cór-
Parlamentar Conjunta foi importante como doba, Argentina, em 21 e 22 de maio de
canal de comunicação entre o setor privado 1992, os parlamentares insistem quanto
e as instâncias governamentais para que ao tema da democracia, recomendando
se lograsse um desenlace positivo nessa aos governos a assinatura de um protocolo
controvérsia. adicional ao Tratado de Assunção sujeitan-
Novamente, foi a Comissão Parlamentar do a condição de membro do Mercosul à
Conjunta chamada a desempenhar papel “vigência das instituições democráticas e
similar nas difíceis negociações envolvendo ao cumprimento dos acordos de direitos
o setor do açúcar do Mercosul, mediante humanos nos seus respectivos territórios”.
convite do Grupo Mercado Comum aos A questão democrática volta a ser lembra-
presidentes das representações nacionais da por ocasião da II reunião da Comissão
argentina e brasileira, para que participas- Parlamentar Conjunta do Mercosul, re-
sem das negociações como “observadores”. alizada em Brasília, em 05 de março de
Contudo, a iniciativa não obteve sucesso, 1993, quando a Comissão reafirma a sua
diante de forte lobby organizado por produ- inquebrantável convicção de que, somente
tores das províncias argentinas de Salta e pelo sistema democrático, se atingirão os
Tucumán, razão pela qual o açúcar perma- objetivos do Tratado de Assunção e ratifica
nece até hoje fora da área de livre comércio que a integração do Mercosul tem como
do Mercosul15. requisito essencial a vigência e a prática
Merece ser lembrada, ainda, outra ver- da democracia nos Estados Partes.
tente da atuação da Comissão Parlamentar A importância das repetidas manifes-
Conjunta sob a vigência do Artigo 24 do tações da Comissão Parlamentar Conjunta
Tratado de Assunção: a sua reiterada defesa em defesa dos marcos da democracia nos
dos valores democráticos na região. Estados Partes do Mercosul vincula-se
Como mencionado, antes mesmo da precisamente ao clima político que pre-
aprovação do Tratado de Assunção pe- valecia nos países do Cone Sul à época.
los parlamentos nacionais, já se reuniam Esse caracterizava-se pelos esforços de
naquela cidade, em 8 de maio de 1991, redemocratização iniciados pelos governos
parlamentares oriundos dos quatro países dos países da sub-região, cujas nascentes
membros do Mercosul, para a I Reunião de democracias, fruto de longas e delicadas
Parlamentares do Mercosul. Dessa reunião negociações com os respectivos estamen-
tos militares, evoluíam lenta e, de certa
14
O Deputado Júlio Redecker, que presidia a forma, assimetricamente. A fragilidade das
Seção Brasileira à época, representava os interesses
do setor.
recém-criadas instituições da democracia
15
Sobre o contencioso do açúcar no Mercosul, Cf. naqueles países, o clima de animosidade
Oliveira, 2003. e os rancores e mágoas que ainda perme-

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avam o tecido social, aliados às incertezas caso do Brasil, os mecanismos regimentais
das elites dominantes quanto à viabilidade (a urgência) utilizados para esse fim depen-
da continuidade do regime democrático, dem sempre, em última análise, da vontade
dificultavam sobremaneira qualquer men- política das lideranças partidárias ou do
ção, em tratados internacionais, aos marcos próprio Presidente da respectiva Casa.
jurídicos da democracia. Mesmo assim, frequentemente a Repre-
Ao empunhar a bandeira dos valores sentação nacional na Comissão Parlamen-
democráticos e dos direitos humanos no tar Conjunta utilizou expedientes informais
Mercosul, a Comissão Parlamentar Conjun- para tentar impulsionar a tramitação das
ta cumpriu o papel que lhe cabia de órgão normas do Mercosul no Congresso Na-
político da integração e de representante cional.
dos parlamentos dos Estados Partes. Cabe mencionar, nesse contexto, a
Não se pode, entretanto, reduzir a atu- agilidade com que foram aprovadas nos
ação da Comissão Parlamentar Conjunta, plenários da Câmara e do Senado, em es-
sob o Artigo 24 do Tratado de Assunção, paço recorde de vinte e quatro horas, duas
a mero exercício de diplomacia parlamen- matérias de extraordinária importância
tar. Afinal, vinculava-se ela, por força de para o processo de integração: o Decreto
dispositivo de tratado internacional, a Legislativo n o 408/06, que aprovou o
um processo de integração acerca do qual Protocolo Constitutivo do Parlamento
deveria manter informados os Poderes do Mercosul 16, e o Decreto Legislativo
Legislativos. A Comissão ganhou compe- no 407/06, que aprovou o Fundo para a
tências por meio de seu próprio Regimento, Convergência Estrutural e Fortalecimento
e passou a enviar recomendações ao Con- da Estrutura Institucional do Mercosul
selho. E, ademais, preencheu um grande – FOCEM17, ambos impulsionados pelos
vazio no Mercosul quando se tratava de esforços de articulação com os líderes par-
abordar pautas políticas, passíveis de ferir tidários de ambas as Casas e pela vontade
suscetibilidades ainda presentes entre os política do então Presidente da Represen-
países da sub-região no tocante à questão tação Brasileira na Comissão Parlamentar
democrática. Conjunta do Mercosul, Senador Sérgio
O Protocolo de Ouro Preto, assinado Zambiasi, e pelo apoio técnico do então
em 17 de dezembro de 1994, viria a ou- Secretário-Geral da Mesa do Senado Fe-
torgar à Comissão Parlamentar Conjunta deral, Raimundo Carreiro. Nesse episódio,
a função de acelerar os procedimentos inédito na história do Congresso Nacional,
internos correspondentes, nos Estados exerceu papel decisivo o então Presidente
Partes, para a pronta entrada em vigor das da Câmara dos Deputados, Deputado
normas emanadas dos órgãos decisórios Aldo Rebelo, que permitiu a inclusão dos
do Mercosul. Traduzia esse dispositivo dois instrumentos na pauta do dia 05 de
as dificuldades e vicissitudes enfrentadas setembro de 2006.18
pelas normas negociadas no Mercosul ao
longo dos procedimentos realizados com 16
No Senado, Projeto de Decreto Legislativo no
vistas à sua incorporação aos ordenamentos 410, de 2006, aprovado em 5/9/2006 com parecer de
Plenário proferido pelo Senador Sérgio Zambiasi em
jurídicos nacionais. substituição à Comissão de Relações Exteriores.
Deve-se ter em conta que a Comissão 17
No Senado, Projeto de Decreto Legislativo no
Parlamentar Conjunta, ao contrário do que 409, de 2006, também aprovado com parecer de Ple-
se passa hoje com relação ao Parlamento do nário apresentado pelo Senador Sérgio Zambiasi em
substituição à Comissão de Relações Exteriores.
Mercosul, não dispunha de instrumentos 18
Segundo depoimento do Senador à autora em 9
institucionais que lhe permitissem acelerar de mar. de 2010, em Montevidéu, por ocasião da XXII
a aprovação de normas nos Congressos. No sessão ordinária do Parlamento do Mercosul.

Brasília a. 47 n. 186 abr./jun. 2010 321


4. Criação do Parlamento do Mercosul do trabalho por ela desenvolvido, até então,
com vistas à criação do Parlamento do Mer-
Em 14 de dezembro de 2006, era consti-
cosul. Conferia, ademais, nova importância
tuído, durante histórica sessão solene rea-
ao projeto de criação de um parlamento
lizada em Brasília, no Plenário do Senado
para o bloco, que antes figurava apenas
Federal, o Parlamento do Mercosul.
como um dos pontos do “Programa de Tra-
Conforme informava a Mensagem Pre-
balho Mercosul 2004-2006”, adotado pelo
sidencial que o encaminhou à aprovação
Conselho, em Montevidéu, em dezembro
do Congresso Nacional, seu Protocolo
de 2003 (Decisão No 26/2003).
Constitutivo, firmado em Montevidéu, em
Embora o documento finalmente en-
9 de dezembro de 2005, fora inteiramente
caminhado pela Comissão Parlamentar
negociado por parlamentares, membros das
Conjunta se tratasse de um anteprojeto
representações dos Congressos Nacionais
ainda por ser submetido ao exame e
dos Estados Partes do Mercosul na Comis-
aprovação do Conselho, ele representou,
são Parlamentar Conjunta do Mercosul.
fundamentalmente, o resultado do labor
Em inédita iniciativa, o Conselho do
de parlamentares e técnicos dos Congressos
Mercado Comum, órgão máximo do Mer-
Nacionais dos países do bloco, tendo sido
cosul, composto por representantes dos go-
assinado pelos Chanceleres presentes em
vernos dos Estados membros, adotara, por
Montevidéu sem que nele procedessem
ocasião de sua XXVII Reunião, a Decisão No
quaisquer alterações de vulto20.
49/04, que investia a Comissão Parlamen-
A cerimônia solene de constituição do
tar Conjunta do Mercosul da qualidade de
Parlamento do Mercosul, realizada em 14
comissão preparatória para realizar todas
de dezembro de 2006, no Congresso Na-
as ações necessárias à instalação do Parla-
cional do Brasil, país que exercia, à época,
mento do bloco19. É importante ressaltar
a Presidência Pro Tempore do bloco, deu,
o ineditismo dessa Decisão, pela qual, de
assim, cumprimento ao prazo estabelecido
maneira inovadora, um órgão multilateral,
no mandato outorgado aos parlamentares
composto por representantes dos Poderes
da Comissão Parlamentar Conjunta pela
Executivos dos Estados Partes, outorgou
Decisão No 49/04 do Conselho do Mercado
mandato a parlamentares para a negociação
Comum.
de acordo internacional.
Até aquele momento, os dezoito legis-
Alçados à posição de negociadores do
ladores por Estado Parte ainda não haviam
Protocolo Constitutivo do Parlamento do
sido designados pelos respectivos congres-
Mercosul, o então Presidente da Represen-
sos nacionais, o que viria a ocorrer no ano
tação Brasileira na Comissão Parlamentar
seguinte, com vistas à sessão de instalação
Conjunta, Senador Sérgio Zambiasi, e o
do Parlamento e de posse dos parlamenta-
Secretário-Geral, Deputado Dr. Rosinha,
res membros, que se realizou em 7 de maio
participaram, ao longo de dois anos, de lon-
de 2007, em Montevidéu.
gas e, por vezes, difíceis jornadas de nego-
O Parlamento do Mercosul não se
ciações com interlocutores dos Parlamentos
sobrepõe aos Parlamentos Nacionais. A
da Argentina, Paraguai e Uruguai.
Para a Comissão Parlamentar Conjunta, 20
Pelo anteprojeto elaborado pelo Grupo Técnico
o mandato recebido mediante uma Decisão de Alto Nível – GTAN –, o Artigo 13 conferia capa-
do Conselho equivalia ao reconhecimento cidade processual ao Parlamento ante o Tribunal
Permanente de Revisão, para atuar em defesa de
19
Cf. MERCOSUR/CMC/DEC. N. 49/04, ema- suas atribuições e interesses. Em sua versão final, esse
nada da XXVII Reunião do Conselho do Mercado dispositivo foi modificado, passando a determinar
Comum, realizada em 17 de dezembro de 2004. Dis- simplesmente: “O Parlamento poderá solicitar opini-
ponível em <http://www.mercosur.org.uy/>. Acesso ões consultivas ao Tribunal Permanente de Revisão.”
em 11 de janeiro de 2010. (DRUMMOND, 2005).

322 Revista de Informação Legislativa


ele competem funções consultivas e de O próximo passo era aprovar as normas
controle ou supervisão. Por conseguinte, procedimentais para o Parlamento do Mer-
cabe ao Parlamento receber relatórios da cosul. Relatado pelo Deputado Dr. Rosinha,
Presidência Pro Tempore do Mercosul, ou- que então presidia a Representação Brasi-
vir representantes dos órgãos da estrutura leira, o seu Regimento Interno foi aprovado
institucional do bloco sobre o desenvolvi- em Montevidéu, em 6 de agosto de 2007.
mento do processo de integração, organizar A representação parlamentar brasileira
reuniões com órgãos da sociedade civil, no Mercosul avançou mais do que suas
enviar recomendações e projetos de normas contrapartes dos demais países do bloco
ao Conselho do Mercado Comum, aprovar no que diz respeito à sua institucionaliza-
anteprojetos de leis a serem enviados aos ção e inserção nos trabalhos do Congresso
parlamentos nacionais e emitir relatório Nacional. A existência e competências da
anual sobre a situação dos direitos huma- “Representação Brasileira na Comissão
nos na região. Parlamentar Conjunta do Mercosul” foram
A sua principal função, entretanto, é regulamentadas pelas Resoluções No 1/92
aquela prevista no Art. 4, inciso 12, do Pro- e No 1/96 do Congresso Nacional, sendo
tocolo Constitutivo, chamada de “consulta que esta última incorporou as funções a
parlamentar”, que lhe outorga competên- ela outorgadas pelo Protocolo de Ouro
cia para emitir parecer sobre as normas Preto.
em negociação nos órgãos decisórios do Posteriormente, à luz do Protocolo
Mercosul21, que requeiram aprovação le- Constitutivo do Parlamento do Mercosul,
gislativa em um ou mais Estados Partes. o Congresso Nacional aprovou a Reso-
Caso a norma seja finalmente assinada pelo lução No 1, de 2007, que dispõe sobre a
órgão decisório de acordo com as sugestões “substituição da Representação Brasileira
contidas no parecer do Parlamento, esta, ao na Comissão Parlamentar Conjunta do
ingressar nos Parlamentos Nacionais para o Mercosul pela Representação Brasileira no
necessário procedimento legislativo, rece- Parlamento do Mercosul”.
berá tramitação mais ágil e rápida22. Nela figura procedimento específico e
mais rápido a ser utilizado no âmbito do
21
São órgãos decisórios do Mercosul, à luz do
disposto no Artigo 2 do Protocolo de Ouro Preto: o
Congresso Nacional para aquelas normas
Conselho do Mercado Comum, o Grupo Mercado do Mercosul que, submetidas à consulta
Comum e a Comissão de Comércio. (MINISTÉRIO..., parlamentar prevista no Art. 4, inciso 12,
2005, p. 34). do Protocolo Constitutivo do Parlamento
22
Determina o inciso 12 do Artigo 4: “Art. 4o (...) 12.
Com o objetivo de acelerar os correspondentes proce-
do Mercosul, tenham sido assinadas de
dimentos internos para a entrada em vigor das normas acordo com as sugestões contidas no pa-
nos Estados Partes, o Parlamento elaborará pareceres recer do Parlamento. Segundo determina
sobre todos os projetos de normas do MERCOSUL a Resolução No 1, de 2007, no exame das
que requeiram aprovação legislativa em um ou vários
Estados Partes, em um prazo de noventa dias a contar da
matérias emanadas dos órgãos decisórios
data da consulta. Tais projetos deverão ser encaminhados
ao Parlamento pelo órgão decisório do MERCOSUL, de incorporação. Os Parlamentos nacionais, segundo
antes de sua aprovação. Se o projeto de norma do MER- os procedimentos internos correspondentes, deverão
COSUL for aprovado pelo órgão decisório, de acordo adotar as medidas necessárias para a instrumentaliza-
com os termos do parecer do Parlamento, a norma ção ou criação de um procedimento preferencial para a
deverá ser enviada pelo Poder Executivo nacional ao consideração das normas do MERCOSUL que tenham
seu respectivo Parlamento, dentro do prazo de quarenta sido adotadas de acordo com os termos do parecer
e cinco dias, contados a partir da sua aprovação. Nos do Parlamento mencionado no parágrafo anterior. O
casos em que a norma aprovada não estiver de acordo prazo máximo de duração do procedimento previsto
com o parecer do Parlamento, ou se este não tiver se ma- no parágrafo precedente não excederá cento e oitenta
nifestado no prazo mencionado no primeiro parágrafo dias corridos, contados a partir do ingresso da norma
do presente literal a mesma seguirá o trâmite ordinário no respectivo Parlamento nacional (...)”.

Brasília a. 47 n. 186 abr./jun. 2010 323


do Mercosul, a Representação Brasileira Titulares: Senadores Dirceu Carnei-
apreciará, em caráter preliminar, se a ro (PSDB-SC), Odacir Soares (PFL-RO),
norma do Mercosul foi adotada de acordo José Fogaça (PMDB-RS), Márcio Lacerda
com os termos do parecer do Parlamento (PMDB-MT), Pedro Simon (PMDB-RS), Es-
do Mercosul. Em caso afirmativo, a norma peridião Amin (PPR-SC), Affonso Camargo
obedecerá a procedimento preferencial, (PTB-PR), Nelson Wedekin (PDT-SC). Su-
sendo apreciada apenas pela Representação plentes: Irapuan Costa Júnior (PMDB-GO),
Brasileira e pelos plenários da Câmara dos Onofre Quinan (PMDB-GO), Wilson Mar-
Deputados e do Senado Federal. tins (PMDB-MS), Júlio Campos (PFL-MT),
Adotada basicamente para permitir João Rocha (PFL-TO), Fernando Henrique
acelerar os trâmites de internalização das Cardoso (PSDB-SP), Levy Dias (PTB-MS),
normas do Mercosul aos ordenamentos Maurício Corrêa (PDT-DF).
jurídicos dos Estados Partes, a consulta Na Câmara dos Deputados, os repre-
parlamentar poderá desempenhar vigoroso sentantes titulares eram os seguintes:
papel na publicidade e transparência das Dejandir Dalpasquale (PMDB-SC); Nelson
matérias em negociação. Para formular o Proença (PMDB-RS); Nelson Morro (PFL-
parecer que deverá emitir, ao Parlamento SC); Sarney Filho (PFL-MA); Fetter Júnior
do Mercosul caberá recolher informações (PDS-RS); Amaury Müller (PDT-RS)23. Cabe
com os setores interessados da sociedade assinalar que os suplentes dessa primeira
civil e movimentos sociais, convidando a representação da Câmara dos Deputados
sua participação em audiências públicas não chegaram a ser designados.
e seminários, que, por sua vez, deverão A geografia explica a predominância de
contar com ampla divulgação. senadores provenientes dos estados do Sul
É importante que os Parlamentos dos (cinco) e do Centro-Oeste (sete) na composi-
demais Estados Partes do Mercosul ve- ção da primeira representação brasileira na
nham a adotar, a exemplo do que fez o Con- Comissão Parlamentar Conjunta do Merco-
gresso Nacional brasileiro, procedimento sul. Trata-se, em sua maioria, de unidades
preferencial para as normas da integração da Federação dotadas de extensas fronteiras
firmadas pelos órgãos decisórios do bloco com os países do Mercosul, embora à época a
de acordo com o parecer do Parlamento do Bolívia ainda não figurasse como Estado As-
Mercosul. Caso contrário, a sua omissão sociado ao bloco. Mesmo assim, senadores
impedirá o funcionamento daquela que é do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás,
a mais importante competência outorgada Tocantins e Distrito Federal pareciam ver
àquele Parlamento: a “consulta parlamen- com interesse o desenvolvimento do proces-
tar” que, embora de natureza não vincu- so de integração. Em contraste, a representa-
lativa, lhe faculta influir efetivamente no ção da Câmara dos Deputados apresentava
processo decisório da integração. maciço predomínio de parlamentares oriun-
dos de estados da Região Sul – em particular
do Rio Grande do Sul – com a exceção de um
5. O Senado no Mercosul
solitário representante da Região Nordeste,
De início, a Representação Brasileira cuja presença pode ser explicada por se tra-
na Comissão Parlamentar Conjunta do tar, o deputado em questão, do filho de José
Mercosul atraiu a atenção de senadores Sarney, ex-Presidente da República e um
oriundos, em sua maioria, de estados do dos fundadores da integração no Cone Sul.
Sul e do Centro-Oeste do País. 23
Cf. Diário do Congresso Nacional, Seção I, Ano
Era assim constituída a primeira Re-
XLVII, Suplemento ao No 184, 4 de novembro de
presentação do Senado (1991/1993) na 1991, p. 7 e Secretaria da Representação Brasileira no
Comissão: Parlamento do Mercosul.

324 Revista de Informação Legislativa


A distribuição geográfica desigual em nada Mercosul (2007/2010) parece apontar para
contribuía para a divulgação do Mercosul maior equilíbrio e diversificação geográfica
nas demais regiões brasileiras, gerando a entre os seus integrantes, sinalizando que
percepção de que a integração visava apenas o processo de integração gera interesse,
os estados do sul do Brasil. também, nas regiões Centro-Oeste, Norte
A composição da Representação nos e Nordeste do País24.
anos seguintes ainda acusa, no tocante à Fatores que podem haver contribuído
participação da Câmara Alta, conforme para suscitar esse interesse são o aumento
se pode observar no Anexo a este artigo, exponencial do fluxo de comércio intrablo-
crescente predominância de senadores dos co entre 1991 e 1998, com pausa à época da
estados da Região Sul, que, de 1994 a 2005, crise econômica na Argentina (1999-2000) e
comparecem invariavelmente em número posteriormente retomado, com ênfase, no
de sete ou oito, seguidos de longe por repre- caso do Brasil, nas exportações de produ-
sentantes de estados do Centro-Oeste (entre tos industrializados; a adesão de todos os
um e três), com o restante da representação países da América do Sul (com exceção das
pulverizada entre as demais regiões do País. Guianas e do Suriname) como Estados As-
Porém é interessante registrar o crescimen- sociados do Mercosul e da Venezuela, como
to, a partir de 2001, do número de senadores “Estado Parte em processo de adesão”, o
provenientes da Região Norte (de dois, em que indubitavelmente atraiu a atenção de
1991, para cinco, em 2001, perdendo em estados do Norte e Nordeste do território
número de representantes apenas para a nacional para as possibilidades de negócios
Região Sul). O período 2003/2005 apresen- com os vizinhos mais próximos.
ta a Região Sudeste com número idêntico Nesse contexto, é importante registrar
de representantes à Região Sul (sete para que o primeiro senador a presidir a Repre-
cada). Finalmente, os períodos 2005/2007 sentação Brasileira no Parlamento do Mer-
e 2007/2009 apresentam maior equilíbrio cosul, sucedendo ao Deputado Dr. Rosinha,
entre as representações regionais, sendo Senador Geraldo Mesquita Júnior25, repre-
que em 2005 a Região Centro-Oeste supera senta o Estado do Acre no Senado Federal.
a Região Sul (o Centro-Oeste tem quatro Os seguintes senadores compõem a primei-
senadores, contra três da Região Sul). ra Representação Brasileira no Parlamento
As regiões Sudeste e Nordeste, cujos do Mercosul: Pedro Simon, que, membro
estados não apresentam fronteiras com os da Comissão Parlamentar Conjunta desde
países membros do Mercosul, registraram a sua instalação, jamais deixou de participar
crescimento em suas representações à me- da Representação Brasileira no órgão par-
dida que o processo de integração foi-se lamentar do Mercosul, Geraldo Mesquita
desenvolvendo. A Região Nordeste, por Júnior (PMDB-AC), Efraim Moraes (DEM-
exemplo, que não estava representada entre PB), Romeu Tuma (PTB-SP), Marisa Serrano
os senadores designados para a primeira (PSDB-MS), Aloízio Mercadante (PT-SP),
composição da Representação Brasileira na Sérgio Zambiasi (PTB-RS), Cristovam Buar-
Comissão Parlamentar Conjunta, passou que (PDT-DF), Inácio Arruda (PCdoB-CE),
a integrá-la regularmente com dois e pos- Neuto de Conto (PMDB-SC), Valdir Raupp
teriormente com três membros, enquanto (PMDB-RO), Adelmir Santana (DEM-DF),
que a Região Sudeste, que comparecera
com apenas um senador na primeira com- 24
Ver, ao final deste artigo, anexo contendo o his-
posição, chegou a sete representantes no tórico da participação dos senadores na Representação
Brasileira na Comissão Parlamentar Conjunta e no
período 2005/2007. Parlamento do Mercosul.
Finalmente, a composição da atual Re- 25
Membro do Partido do Movimento Democrático
presentação do Senado no Parlamento do Brasileiro – PMDB.

Brasília a. 47 n. 186 abr./jun. 2010 325


Raimundo Colombo (DEM-SC), Eduardo reitos Humanos, tendo sido de sua autoria o
Azeredo (PSDB-MG), Flavio Arns (PSDB- primeiro relatório emitido pelo Parlamento
PR), Fernando Collor (PTB-AL), Osmar sobre a situação dos direitos humanos nos
Dias (PDT-PR)26 e José Nery (PSOL-PA). Estados Partes, em cumprimento ao dis-
Durante a presidência seguinte, exerci- posto no Art. 4o, inciso 3, do seu Protocolo
da pelo Senador Aloízio Mercadante, a Re- Constitutivo; os Senadores Pedro Simon e
presentação Brasileira contribuiu de forma Aloízio Mercadante atuam na Comissão de
expressiva para que se lograsse importante Assuntos Econômicos, Financeiros, Comer-
avanço com vistas à completa instalação do ciais, Fiscais e Monetários; o Senador Sérgio
Parlamento do Mercosul, pendente ainda Zambiasi, na Comissão de Assuntos Interna-
do cumprimento da Cláusula Transitória cionais, Inter-Regionais e de Planejamento
Segunda de seu Protocolo Constitutivo Estratégico; os Senadores Marisa Serrano e
(“representação cidadã”) e da realização Cristovam Buarque, na Comissão de Educa-
de eleições diretas de seus membros, em ção, Cultura, Ciência, Tecnologia e Esportes,
observância ao que dispõe o Artigo 6o do presidida pela Senadora Marisa Serrano no
Protocolo. período entre 2007 e 2009; o Senador Romeu
Por conseguinte, em 28 de abril de 2009, Tuma, na Comissão de Assuntos Interiores,
depois de difíceis negociações, o Parla- Segurança e Defesa; e os Senadores Efraim
mento aprovava o “Acordo Político para a Morais e Inácio Arruda, na Comissão de
Consolidação do Mercosul e Proposições Transportes, Infra-Estrutura, Recursos Ener-
Correspondentes”, que estabelece número géticos, Agricultura, Pecuária e Pesca.
de cadeiras proporcional às populações Da Câmara dos Deputados, integram
dos Estados Partes. Trata-se, no entanto, a primeira Representação Brasileira no
de proporcionalidade atenuada, a exemplo Parlamento do Mercosul os seguintes par-
do que ocorre no Parlamento Europeu. Pelo lamentares:
referido acordo, são atribuídos 43 assentos Titulares: Beto Albuquerque (PSB-RS);
à Argentina, 75 ao Brasil, 18 ao Paraguai, 18 Dr. Rosinha (PT-PR); George Hilton (PRB-
ao Uruguai e 31 à Venezuela27. Decidiu-se MG); Geraldo Thadeu (PPS-MG)28; Germa-
também que, até que ingresse novo Estado no Bonow (DEM-RS); Iris de Araújo (PMDB-
Parte como membro pleno do Mercosul, GO)29; José Paulo Tóffano (PV-SP); Professor
ou até 2014 (o que ocorrer antes), Brasil e Ruy Pauletti (PSDB-RS)30; Valdir Colatto
Argentina não preencherão todas as vagas (PMDB-SC)31. Suplentes: Antonio Pannun-
que lhes corresponderiam com base na re- zio (PSDB-SP)32; Celso Russomano (PP-SP)33;
gra acordada, mas apenas 1/3 dos assentos Antonio Roberto (PV-MG)34; Leandro Sam-
adicionais a que teriam direito. Dessa for- paio (PPS-RJ); Lelo Coimbra (PMDB-ES)35;
ma, em um primeiro momento, caberiam à Moacir Micheletto (PMDB-PR)36; Nilson
Argentina 26 assentos e ao Brasil, 37. Mourão (PT-AC); Renato Molling (PP-RS);
No âmbito das atividades do Parla- Vieira da Cunha (PDT-RS).
mento, cumpre destacar a presença dos
seguintes senadores brasileiros em suas
28
Em substituição a Geraldo Rezende (PPS-MS).
29
Em substituição a Max Rosenman (PMDB-PR),
comissões: o Senador Geraldo Mesquita Jr. falecido em 25 de outubro de 2008.
é membro da Comissão de Cidadania e Di- 30
Em substituição a Cláudio Diaz (PSDB-RS).
31
Em substituição a Cezar Schirmer (PMDB-RS).
26
Em substituição a Jefferson Peres (PDT-AM), 32
Em substituição a Júlio Redecker (PSDB-RS),
falecido em 23 de maio de 2008. falecido em 17 de julho de 2007.
27
A Venezuela goza do status de “membro pleno 33
Em substituição a Matteo Chiarelli (DEM-RS).
do Mercosul em processo de adesão”. No momento da 34
Em substituição a Dr. Nechar (PP-SP).
elaboração deste artigo, sua adesão encontrava-se pen- 35
Em substituição a Valdir Colatto (PMDB-SC).
dente de aprovação pelo Parlamento do Paraguai. 36
Em substituição a Iris de Araújo (PMDB-GO).

326 Revista de Informação Legislativa


No momento da elaboração deste artigo, Estados Partes do bloco. Da mesma forma,
o Deputado José Paulo Tóffano preside a o Interlegis, programa desenvolvido pelo
Representação Brasileira, que tem como Senado Federal em parceria com o Banco
Vice-Presidentes o Senador Inácio Arruda Interamericano de Desenvolvimento (BID),
e o Deputado Germano Bonow. para a modernização e integração do Poder
Legislativo nos seus níveis federal, estadual
e municipal, realizou em sua sede, em 25
6. Considerações finais
e 26 de novembro de 2004, o seminário
A presença de representantes do Con- “Integração Regional: Convergências Insti-
gresso Nacional brasileiro mensalmente em tucionais e Econômicas”. Transmitido por
Montevidéu para as sessões do Parlamento videoconferência às Assembléias Legislati-
do Mercosul tem a virtude de trazer para vas, o evento promoveu, dessa maneira, a
o plano concreto da política o processo de divulgação do processo de integração nos
integração. Para isso, vem contribuindo diversos estados da Federação.
também, de maneira decisiva, o apoio Ao levar o debate sobre o Mercosul
prestado aos parlamentares pela Delega- a um grande número de pessoas e ao
ção Permanente do Brasil na Associação prepará-las para atuarem na área, o Senado
Latino-Americana de Integração (ALADI) Federal presta importante contribuição à
e no Mercosul – BRASALADI, na forma de tão desejada transparência do processo de
briefings sobre as negociações em curso no integração.
bloco, oferecidos pelo Chefe da Delegação,
Embaixador Regis Arslanian, durante já
tradicional café da manhã de trabalho, que Referências
antecede o início da sessão parlamentar.
A cobertura das reuniões, realizada ALMEIDA, Paulo Roberto de (Coord.). Mercosul: legis-
lação e textos básicos. Brasília: Senado Federal, 1992.
pelos órgãos de comunicação do Senado Fe-
deral (Televisão, Rádio e Agência Senado), ARANDA, Saturnino Dantti. Informe sobre la labor
desempenha papel de extrema importância cumplida a cargo de la primera presidencia de la
comisión parlamentaria conjunta del Mercosur. In:
para o Parlamento do Mercosul. Confere
SANGUINETTI, Daniel Roberto; MOYA DOMÍN-
visibilidade a esse espaço de articulação GUEZ, Maria Teresa. Informe de la comisión parlamen-
política em dimensão regional e, ao levar a taria conjunta del Mercosur. Buenos Aires: Honorable
informação ao público em geral, permite ao Congreso de la Nación, 1993, t. 1.
Parlamento desempenhar o papel de canal BAPTISTA, Luiz Olavo. ALCA – Notas sobre o im-
de comunicação entre a sociedade civil e as pacto da ALCA sobre o sistema jurídico brasileiro.
instâncias decisórias da integração. In: PINHEIRO GUIMARÃES, Samuel (Org.). A ALCA
Finalmente, é útil lembrar que o Senado e o Mercosul – riscos e oportunidades para o Brasil.
Brasília: IPRI, FUNAG, 1999.
Federal brasileiro e seus vários órgãos vem
tendo presença marcante no que se refere a BRASIL. Decreto-lei no 188, de 15 de dezembro de
iniciativas voltadas para a informação dos 1995. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil,
Brasília, DF, 18 dez. 1995, p. 21345.
cidadãos sobre o processo de integração.
Em 1997 foi realizado, por iniciativa BRASIL. Decreto-lei no 936, de 5 de maio de 2009.
do Instituto Legislativo Brasileiro (ILB), Aprova os textos do Acordo-Quadro de comércio entre o
Mercosul e o Estado de Israel e do Acordo de livre comércio
o seminário “Mercosul: Introdução e entre o Mercosul e Israel. Montevidéu, 2007. Disponí-
Desenvolvimento” e a partir daí o ILB vel em: <http://www6.senado.gov.br/legislação/
vem ministrando cursos, presenciais e à listatextointegral.action?id=239433>. Acesso em: 27
distância, sobre o Mercosul e demais pro- jan. 2010.
cessos de integração regional, dos quais DIÁRIO do Congresso Nacional, Seção III. Brasília:
participam também estudantes de outros Gráfica do Senado Federal, 1994.

Brasília a. 47 n. 186 abr./jun. 2010 327


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tico nas relações internacionais e os parlamentos da políticos e grupos de interesses brasileiros. São Paulo:
integração. Tese (doutorado em História das relações Editora UNESP, 2003.
internacionais) – Departamento de História, Univer- PARLAMENTO LATINO-AMERICANO: TRATADO
sidade de Brasília, Brasília, 2005. DE INSTITUCIONALIZAÇÃO E ESTATUTO. São
MINISTÉRIO DAS RELAÇÕES EXTERIORES E Paulo: Gráfica do Parlatino, 1993.
COMISSÃO PARLAMENTAR CONJUNTA - RE- SARNEY, José. Mercosul: a construção de um destino.
PRESENTAÇÃO BRASILEIRA. Mercosul: legislação In: COMISSÃO PARLAMENTAR CONJUNTA DO
e textos básicos. Brasília: Senado Federal, 2005. MERCOSUL, SEÇÃO BRASILEIRA. Um país chamado
MOYA, María Teresa. La comisión parlamentaria Mercosul. Brasília: Senado Federal, 2000.
conjunta: un órgano del MERCOSUR que contribuye VAZ, Alcides Costa. Cooperação, integração e processo
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tivas institucionales del MERCOSUR: organización Brasileiro de Relações Internacionais, 2002.

Anexo
Composição da Representação do Senado no Mercosul (1991-2010)
1991/1993 1996/1998
Dirceu Carneiro (PSDB-SC) José Sarney (PMDB-AP)
José Fogaça (PMDB-RS) José Fogaça (PMDB-RS)
Nelson Wedekin (PDT-SC) Casildo Maldaner (PMDB-SC)
Esperidião Amin (PFL-SC) Vilson Keinübing (PFL-SC)
Márcio Lacerda (PMDB-MT) Waldeck Ornelas (PFL-BA)
Odacir Soares (PFL-RO) Lúdio Coelho (PSDB-MS)
Affonso Camargo (PTB-PR) Benedita da Silva (PT-RJ)
Irapuan Costa Júnior (PMDB-GO) Levy Dias (PTB-MS)
Onofre Quinan (PMDB-GO) José Eduardo (PTB-MS)
Wilson Martins (PMDB-MS) Pedro Simon (PMDB-RS)
Júlio Campos (PFL-MT) Roberto Requião (PMDB-PR)
João Rocha (PFL-TO) Joel de Hollanda (PFL-PE)
Fernando Henrique Cardoso (PSDB-SP) Júlio Campos (PFL-MT)
Levy Dias (PTB-MS) José Ignácio Ferreira (PSDB-ES)
Maurício Corrêa (PDT-DF) Emília Fernandes (PT-RS)
Pedro Simon (PMDB-RS) Esperidião Amin (PFL-SC)
1994/1996 1999/2001
José Fogaça (PMDB-RS) Jorge Bornhausen (PFL-SC)
Casildo Maldaner (PMDB-SC) Casildo Maldaner (PMDB-SC)
Vilson Kleinübing (PFL-SC) Pedro Simon (PMDB-RS)
Romero Jucá (PSDB-RR) José Jorge (PFL-PE)
Lúdio Coelho (PSDB-MS) José Fogaça (PPS-RS)
Esperidião Amin (PFL-SC) Roberto Requião (PMDB-PR)
Emília Fernandes (PT-RS) Geraldo Althoff (PFL-SC)
Osmar Dias (PDT-PR) Alvaro Dias (PSDB-PR)
Pedro Simon (PMDB-RS) Pedro Piva (PSDB-SP)
Roberto Requião (PMDB-PR) Emília Fernandes (PT-RS)
Joel de Hollanda (PFL-PE) Marluce Pinto (PMDB-RR)
Júlio Campos (PFL-MT) Amir Lando (PMDB-RO)
Geraldo Melo (PSDB-RN) Djalma Bessa (PFL-BA)
Benedita da Silva (PT-RJ) Antero de Barros (PSDB-MT)
Eduardo Suplicy (PT-SP) Luzia Toledo (PSDB-ES)
Lauro Campos (PDT-DF) Roberto Saturnino (PT-RJ)

328 Revista de Informação Legislativa


2001/2003 2005/2007
Antero de Barros (PSDB-MT) Cristovam Buarque (PDT-DF)
Arlindo Porto (PTB-MG) Eduardo Suplicy (PT-SP)
Casildo Maldaner (PMDB-SC) Geraldo Mesquita Júnior (PMDB-AC)
Emília Fernandes (PT-RS) Jorge Bornhausen (PFL-SC)
Geraldo Althoff (PFL-SC) Paulo Octávio (PFL-DF)
Jorge Bonhausen (PFL-SC) Pedro Simon (PMDB-RS)
José Fogaça (PMDB-RS) Ramez Tebet (PMDB-MS)
Lúdio Coelho (PSDB-MS) Sérgio Guerra (PSDB-PE)
Pedro Piva (PSDB-SP) Sérgio Zambiasi (PTB-RS)
Roberto Requião (PMDB-PR) Eduardo Azeredo (PSDB-MG)
Amir Lando (PMDB-RO) José Jorge (PFL-PE)
Jefferson Peres (PDT-AM) Leomar Quintanilha (PMDB-TO)
José Coelho (PFL-PE ) Romeu Tuma (PFL-SP)
José Jorge (PFL-PE) Sérgio Cabral (PMDB-RJ)
Leomar Quintanilha (PPB-TO) Serys Slhessarenko (PT-MT)
Luiz Otávio (PPB-PA)
Marluce Pinto (PMDB-RR)
Pedro Simon (PMDB-RS)
Ricardo Santos (PSDB-ES)
Waldeck Ornelas (PFL-BA)
2003/2005 2007/2010*
Eduardo Suplicy (PT-SP) Pedro Simon (PMDB-RS)
Eduardo Azeredo (PSDB-MG) Geraldo Mesquita Júnior (PMDB-AC)
Ideli Salvatti (PT-SC) Efraim Morais (DEM-PB)
Jefferson Peres (PDT-AM) Romeu Tuma (PTB-SP)
Jorge Bornhausen (PFL-SC) Marisa Serrano (PSDB-MS)
Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR) Aloizio Mercadante (PT-SP)
Osmar Dias (PDT-PR) Sérgio Zambiasi (PTB-RS)
Pedro Simon (PMDB-RS) Cristovam Buarque (PDT-DF)
Rodolpho Tourinho (PFL-BA) Inácio Arruda (PCdoB-CE)
Romero Jucá (PMDB-RR) Neuto de Conto (PMDB-SC)
Sérgio Zambiasi (PTB-RS) Valdir Raupp (PMDB-RO)
Antonio Carlos Valadares (PSB-SE) Adelmir Santana (DEM-DF)
Flávio Arns (PT-PR) Raimundo Colombo (DEM-SC)
João Batista Motta (PSDB-ES) Eduardo Azeredo (PSDB-MG)
José Jorge (PFL-PE) Flávio Arns (PSDB-PR)
Leonel Pavan (PSDB-SC) Fernando Collor (PTB-AL)
Luiz Otávio (PMDB-PA) Osmar Dias (PDT-PR)
Marcelo Crivella (PRB-RJ) José Nery (PSOL-PA)
Fonte: Secretaria da Representação Brasileira no Parlamento do Mercosul e página web do Senado Federal:
http://www.senado.gov.br/sf/. Acesso em: 19 jan. 2010.
* Os membros do Parlamento do Mercosul têm mandato de quatro anos, segundo determina o art. 10 do Pro-
tocolo Constitutivo. Entretanto, o primeiro mandato da Representação Brasileira, iniciado em 7 de maio de
2007, encerra-se em 31 de dezembro de 2010 em razão do calendário eleitoral interno, que prevê a realização
de eleições legislativas em outubro de 2010.

Brasília a. 47 n. 186 abr./jun. 2010 329


Orientações Editoriais

A Revista de Informação Legislativa divulga trabalhos elaborados pela Subsecretaria


de Edições Técnicas e artigos de colaboração. Os trabalhos devem reportar-se a assuntos
da área do direito e áreas afins – de interesse dos temas em debate no Congresso Na-
cional – e de cunho histórico que se relacionem com o Poder Legislativo. Somente serão
publicadas colaborações inéditas, que serão selecionadas por conselho.
As colaborações deverão ser encaminhadas ao Editor por e-mail (livros@senado.gov.
br) com indicação do endereço do autor para eventual envio de exemplar impresso. Da
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recurso, pedimos o encaminhamento em separado por fax ou pelos Correios da carta de
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ser encaminhados em arquivos separados (um para cada desenho, gráfico ou tabela),
com indicação do ponto em que devem ser inseridos no texto.
Ressaltamos que o artigo enviado para publicação ficará disponível para avaliação
durante seis meses. Findo esse prazo e ainda havendo interesse das Edições Técnicas
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Com o objetivo de melhorar a legibilidade dos artigos e dinamizar o processo de
pesquisa dos seus leitores, recomenda-se a adoção de alguns procedimentos básicos no
que diz respeito às citações e referências bibliográficas:
a) Não devem ser incluídas as referências bibliográficas completas em rodapé, exceto
em casos de citação de citação, em que somente o autor citado figura em nota de
rodapé e o autor que o citou, em lista de referências;
b) a referência completa deverá constar em lista, no final do artigo, organizada em
ordem alfabética e alinhada à esquerda;
c) as notas de rodapé explicativas ou informativas são chamadas no texto por números altos
ou alceados, podendo inclusive ser feita citação bibliográfica relativa ao seu conteúdo;
d) a fonte da qual foi extraída a citação deverá constar no próprio corpo do texto
conforme os exemplos que se seguem:

Exemplos de citação direta:


Segundo Falcão (1984, p. 59), “não basta a existência de demanda estudantil para
que as faculdades continuem a produzir bacharéis”.
“Não basta a existência de demanda estudantil para que as faculdades continuem
a produzir bacharéis” (FALCÃO, 1984, p. 59).
Observação: A citação direta incluída em texto e/ou em nota de rodapé aparece
entre aspas.

Exemplos de citação indireta:


Para que a produção de bacharéis continue, vários fatores devem ser observados
além da demanda estudantil (Cf. FALCÃO, 1984, p. 59).
Para que a produção de bacharéis continue, vários fatores devem ser observados
além da demanda estudantil (FALCÃO, 1984, p. 59).
Observação: A falta de aspas e/ou o termo Cf. (confira, compare) evidenciam
que não se trata de uma transcrição e sim da utilização da fonte citada a fim de
respaldar a idéia do autor do artigo.

Monografias (livros, folhetos, teses, enciclopédias, etc.) deverão conter: sobrenome


do autor, prenome(s), título da obra, subtítulo (se houver), local de publicação, editor(a),
data de publicação.

Exemplo de monografia no todo:


MARQUES, José Frederico. Manual de direito processual civil. 2. ed. São Paulo:
Saraiva, 1974.

Exemplo de parte de monografia:


ROMANO, G. Imagens da juventude na era moderna. In: LEVI, G.; SCHMIT, J.
(Org.). História dos jovens: a época contemporânea. São Paulo: Companhia das
Letras, 1996. p. 7-16.

Para artigos de periódicos, as informações essenciais são: sobrenome do autor,


prenome(s), título do artigo, subtítulo (se houver), título da revista, local de publicação,
indicação de volume, ano, número, página inicial e final, período e data de publicação.

Exemplo de artigos de periódicos:


TEIXEIRA, Sálvio de Figueiredo. Lopes da Costa e o processo civil brasileiro. Re-
vista de Informação Legislativa, Brasília, ano 37, n. 148, p. 97-111, out./dez. 2000.

Para artigos de jornais: sobrenome do autor, prenome(s), título do artigo, subtítulo


(se houver), título do jornal, local de publicação, data de publicação, seção ou caderno
do jornal e paginação.

Exemplo de artigos de jornais:


MOURA, Ana Lúcia; FEITOZA, Valéria. Escola pública: a tristeza de quem fica.
Correio Braziliense, Brasília, 6 mar. 2001. Tema do Dia, p. 6-7.

Para referências em meio eletrônico: sobrenome do autor ou entidade, prenome(s),


título, subtítulo (se houver), também são essenciais as informações sobre o endereço
eletrônico, apresentado entre os sinais <>, precedido da expressão “Disponível em:” e
data de acesso ao documento precedido da expressão “Acesso em:”.

Exemplo de referências em meio eletrônico:


CORREIO Braziliense. Disponível em: <http://www.correioweb.com.br>.
Acesso em: 5 jul. 2003.

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