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GUIA DO COLECTOR DE COGUMELOS

Guia do
Colector de
Cogumelos
PARA OS
COGUMELOS SILVESTRES COMESTÍVEIS
COM INTERESSE COMERCIAL
EM PORTUGAL

1
Em caso de intoxição
Aos primeiros sintomas de indisposição
(vómitos, náuseas, diarreia, dor
abdominal, tonturas) contacte:

Centro de Informação
Anti-Venenos (CIAV)

808 250 143

Se não conseguir contactar o CIAV,


ligue:

Número Europeu
112 de Emergência

ou dirija-se ao hospital mais próximo.

Procure levar exemplares dos


cogumelos suspeitos de terem
provocado a intoxicação, para auxiliar
no diagnóstico.
Neste guia, para uma primeira
caracterização dos cogumelos,
as espécies foram agrupadas
da seguinte forma:

Grupo A 23
Cogumelos com lâminas debaixo do chapéu
Agaricoides com lâminas

Grupo B 85
Cogumelos com pregas por baixo do chapéu
Cantarelos e Craterelos

Grupo C 95
Cogumelos com poros por baixo do chapéu
Boletos

Grupo D 107
Cogumelos com agulhões por baixo do chapéu
Hidnos

Grupo E 113
Cogumelos com chapéu alveolado
Morquelas

Grupo F 121
Cogumelos hipógeos tuberiformes
Túberas e falsas túberas
Este guia pertence a:
Guia do
Colector de
Cogumelos
PARA OS
COGUMELOS SILVESTRES COMESTÍVEIS
COM INTERESSE COMERCIAL
EM PORTUGAL
Ficha Técnica
TÍTULO Guia do Colector de Cogumelos – para os cogumelos silvestres
comestíveis com interesse comercial em Portugal
COORDENAÇÃO DGADR e ICNF
TEXTOS E ASSESSORIA CIENTÍFICA João Baptista-Ferreira
EQUIPA TÉCNICA Ana Pires da Silva (DGADR), Helena Paula Vicente (ICNF)
PRODUÇÃO GRÁFICA Publiconsult - Agência Criativa de Marcas
EDIÇÃO Direção-Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural
TIRAGEM 5000 exemplares
DATA Junho 2013
ISBN 978-989-8539-06-09
DEPÓSITO LEGAL 371608/14

Publicação no âmbito do Projecto “Promover os Recursos Micológicos” com o apoio


do Programa para a Rede Rural Nacional co-financiado pelo Estado Português
e pela União Europeia através do FEADER

Contribuíram na fase de preparação desta publicação:


DGADR, ICNF, DCNFALGARVE, DCNFCENTRO, DCNFLVT, DCNFNORTE,
DRAPCENTRO, DRAPNORTE, CMICOLOGIA-UL, INIAV, UTAD, ACHAR, ADPMÉRTOLA,
AGUIARFLORESTA, ARBOREA, CAP/FNAPF, CONFAGRI, FORESTIS

Fotografias
Gravito Henriques: pp. 38, 50, 54, 82, 124; Helena Machado: p. 126; Jaume Listosella:
p. 74; João Baptista-Ferreira: pp. 44, 46, 62, 102; José Cardoso: p. 42; Rafael Picon: pp.
28, 60, 96, 100, 104, 118; Rui Costa: pp. 30, 32, 66, 78, 80, 86, 88, 92, 98, 108, 110, 116;
Sofia Gomes: pp. 72, 76; Vasco Lourenço: pp. 36, 40, 48, 56, 58, 64, 90, 114.

Esquemas
Desenhos das figuras 1 e 2: Manuela Vieira Pereira; figura 3: baseados
em esquemas de Roger Heim.
GUIA DO COLECTOR DE COGUMELOS

Índice

Introdução 7
Índice Visual 15
Fichas das Espécies
Agaricoides com lâminas 23
Cantarelos e Craterelos 85
Boletos 95
Hidnos 107
Morquelas 113
Túberas e falsas túberas 121
Glossário 131
Anexos
Índice Remissivo 138
Comentários (cont.) 140
ADVERTÊNCIA
A utilização de cogumelos na
alimentação tem riscos. Só uma
correcta identificação garante segurança
no seu consumo. Se tiver a mínima
dúvida acerca da identificação de um
cogumelo, rejeite-o.

ISENÇÃO DE RESPONSABILIDADE
Nem a DGADR nem o ICNF nem o autor
dos textos podem ser responsabilizados
por quaisquer danos resultantes de
erros de identificação de cogumelos.
GUIA DO COLECTOR DE COGUMELOS

Introdução
INTRODUÇÃO

E
ste livro não pretende ser um guia A intenção desta publicação é poder
de campo que permita uma deter- servir para a formação dos colectores
minação de qualquer espécime e fornecer-lhes um de instrumento de
com recurso a chaves dicotómicas de apoio na prática da actividade. Os co-
identificação, o que o tornaria inaces- nhecimentos aqui transmitidos deverão
sível à maioria das pessoas que apenas ser complementados com as recomen-
querem exercer com segurança a acti- dações constantes no “Manual de Boas
vidade da colheita, sem pretensões de Práticas de Colheita e Consumo de Co-
ordem científica. gumelos Silvestres”, também editado
Destina-se a fornecer ao colector de pela DGADR e disponibilizado nos sítios
cogumelos indicações que lhe possibi- www.dgadr.pt e www.icnf.pt.
litem reconhecer de forma inequívoca
as espécies que crescem na natureza
no nosso território e que são tradicio- O que são os cogumelos
nalmente utilizadas na alimentação e
potencialmente comercializáveis. Si- Um cogumelo, tal como o vemos, é
multaneamente, alerta para a existên- apenas a parte visível e reprodutora de
cia de espécies que produzem corpos um organismo cuja parte vegetativa é
frutíferos com aparência semelhante e formada por finíssimos filamentos (as
que estão na origem das confusões que hifas) a cujo conjunto se chama micélio.
têm provocado intoxicações, muitas ve- Frequentemente, quando se levanta
zes com resultados funestos. uma camada de folhagem em decom-
Os caracteres utilizados para a iden- posição na manta morta de uma flores-
tificação das espécies descritas encon- ta no outono pode facilmente observar-
tram-se limitados aos aspectos macros- -se o micélio que tem o aspecto de um
cópicos, a fim de que qualquer pessoa, feltro branco ou uma porção de algodão
sem recurso à microscopia, possa chegar em rama. Por vezes, o micélio aglomera-
à determinação da espécie do exemplar -se formando finos cordões, o que pode
colhido. ser facilmente observado na base de

10
GUIA DO COLECTOR DE COGUMELOS

alguns cogumelos. Toda esta rede mi- a que na linguagem corrente chama-
celiana serve para colonizar o substrato mos cogumelos. A figura 1 apresenta
e obter os nutrientes e, pelo seu cresci- um diagrama que mostra o modo de
mento, aumentar a área de exploração. reprodução no ciclo de vida de um cogu-
É no micélio, depois de reunidas deter- melo. A constituição de um cogumelo e
minadas condições, que se vão diferen- a designação das diversas partes que o
ciar estruturas resultantes da aglome- compõem está ilustrada na figura 2.
ração organizada das hifas, destinadas
à produção de esporos; estas estruturas
são os esporóforos ou corpos frutíferos,

FIGURA 1
Exemplo do ciclo biológico
de um tipo de fungo lâminas
na superfície
das quais são
produzidos
os esporos

germinação
dos esporos anel

esporóforo
ou carpóforo
micélio

volva
(resultante do
primórdio véu universal)
véu parcial

véu universal
fases juvenis
(representação em corte
para mostrar a origem
da volva e do anel)

11
INTRODUÇÃO

FIGURA 2
Representação esquemática de dois tipos
diferentes de corpos frutíferos

chapéu (ou píleo)


cutícula

carne
restos do véu
universal
tubos lamela

lâminas
poros anel (só em
algumas espécies)

pé (ou estipe)
ornamentação do pé
(retículo)
volva (só em
algumas espécies)

base do pé

Cogumelo com poros Cogumelo com lâminas


por baixo do chapéu por baixo do chapéu

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Organização das fichas com gumelo com a descrição dos caracteres


a caracterização das espécies mais importantes, evidenciando os que
permitem estabelecer a diferença em
As fichas que foram elaboradas para relação a outras espécies (para a termi-
cada espécie encontram-se agrupadas nologia utilizada ver fig. 2 e consultar o
de acordo com um critério baseado em glossário).
características morfológicas evidentes Chapéu – com a descrição da forma em
à primeira vista: presença, por baixo do jovem e em adulto (ver fig. 3 B); os parâ-
chapéu, de lâminas (grupo A), de pregas metros para a sua dimensão; o aspecto e
(grupo B), de poros (grupo C), de agulhões a textura da cutícula que reveste o cha-
(grupo D), ou de um chapéu alveolado péu, bem como a sua aderência; a cor
(grupo E), ou por terem corpos frutíferos apresentada e a possível variação desta.
tuberiformes subterrâneos (grupo F). Himénio – (a superfície onde são produ-
As fichas contêm, para além de uma zidos os esporos) geralmente situado por
imagem dos corpos frutíferos recolhida baixo do chapéu, e que pode ser constitu-
na natureza, as seguintes informações ído por lâminas (com o modo como estão
relativamente à sua caracterização: ou não ligadas ao pé e a sua disposição,
ver fig. 3 A), por tubos (visualizáveis como
O nome científico da espécie composto poros), por pregas, por agulhões, a reves-
pelo nome do género acrescido do epíte- tir alvéolos ou encerrada no interior (gle-
to específico e completado com o nome ba) do corpo frutífero.
do autor ou autores que lhe atribuíram Látex – líquido espesso, também de-
o nome ou contribuíram para a sua no- signado por “leite”, que é exsudado por
menclatura. São incluídos os nomes por alguns cogumelos quando se quebra al-
que a espécie já foi designada anterior- guma das suas estruturas, evidente nas
mente (sinónimos), sempre que existam. lâminas de Lactarius; a observação da
O nome vulgar pelo qual o cogumelo sua cor e da alteração que pode apresen-
é conhecido popularmente e que varia tar ao ar e o seu sabor (neutro, adocicado,
conforme a região, o que faz com que amargo ou acre) são outras característi-
para uma mesma espécie existam várias cas que ajudam à identificação.
designações ou o mesmo nome vulgar Pé – com indicação das dimensões
seja atribuído a espécies diferentes. quanto à altura e diâmetro, forma (ver
A descrição das características que de- fig. 3 C), aspecto da superfície, cor e carac-
vem ser observadas para a determinação terísticas do anel e da volva, no caso de
das espécies, bem como as condições em os possuir.
que geralmente ocorre a produção dos Carne – caracterizada da seguinte for-
corpos frutíferos, está organizada da se- ma: a) consistência – macia, compacta
guinte maneira. (firme), gelatinosa, elástica, coriácea; b)
A morfologia do corpo frutífero do co- textura – fibrosa, quebradiça; c) cor –
13
INTRODUÇÃO

apresentada numa superfície de corte, Comestibilidade – indicação quanto à


com observação de eventual alteração propriedade comestível ou tóxica.
ou não (imutável).
O sabor e o odor que exala (de defini- São dadas ainda as seguintes informa-
ção sempre muito subjectiva) são tam- ções complementares:
bém dados discriminativos. Designação comercial– nome por que
Esporada – indicação da cor observada é conhecida a espécie no circuito comer-
nos esporos em massa, como resultado cial ou, não tendo ainda uma designa-
da sua deposição numa superfície; as ção adequada e sempre que possível, o
diversas cores apresentadas são um ca- nome proposto, com vista a uma norma-
rácter útil para identificar os diferentes lização da etiquetagem.
grupos taxonómicos. Comentários – informações diversas
Ecologia – enumeração de um conjun- que possam interessar, caso existam.
to de dados relativos ao meio ambien- Espécies confundíveis – indicação,
te (espaços florestais, áreas agrícolas, ilustrada com uma pequena imagem
prados, incultos e outros), ao substra- circular, de espécies com as quais, por
to onde o cogumelo cresce e de onde semelhança morfológica, possa haver
obtém os nutrientes (cepos, restos de confusão na identificação, atendendo
plantas, húmus, raízes, etc.), à natureza e sobretudo às que podem provocar into-
propriedades do solo (solo calcário, argi- xicação.
loso, arenoso, húmico, etc.), à sua relação
com o substrato (sapróbio, micorrízico,
parasita), à época do ano e às condições
climáticas.

FIGURA 3
Características morfológicas dos cogumelos

A - Inserção e disposição das lâminas

afastadas apertadas

adnata livre sinuada


anastomosadas
bifurcadas

sinuada-uncinada distante decorrente desiguais


(lâminas e lamelas)
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B - Formas do chapéu

aplanado convexo hemisférico esférico cónico truncado

mamelonado campanulado ovoide deprimido infundibuliforme

C - Formas do pé

delgado cilindráceo sinuoso atenuado


ou afilado

fusiforme obeso bolboso clavado radicante


ou inchado
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Índice Visual
de Cogumelos
GUIA DO COLECTOR DE COGUMELOS

56 58 60 62

Lactarius Lactarius Lactarius Lepista


deliciosus sanguifluus semisanguifluus nuda

64 66 68 70

Macrolepiota Marasmius Omphalotus Pleurotus


procera oreades olearius eryngii

72 74 76 78

Pleurotus Russula Tricholoma Tricholoma


ostreatus cyanoxantha equestre portentosum

80 82

Legenda

Tricholoma Tricholoma Comestível Não Tóxico Mortal


scalpturatum terreum comestível
19
ÍNDICE VISUAL DE COGUMELOS

Grupo B
Cogumelos com pregas por baixo do chapéu
Cantarelos e Craterelos
86 88 90 92

Cantharellus Craterellus Craterellus Craterellus


cibarius cornucopioides lutescens tubaeformis

Grupo C
Cogumelos com poros por baixo do chapéu
Boletos
96 98 100 102

Boletus Boletus Boletus Boletus


aereus badius edulis pinophilus

104

Boletus
reticulatus

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Grupo D
Cogumelos com agulhões por baixo do chapéu
Hidnos
108 110

Hydnum Hydnum
repandum rufescens

Grupo E
Cogumelos com chapéu alveolado
Morquelas
114 116 118

Morchella Morchella Morchella


costata elata esculenta

Grupo F
Cogumelos hipógeos tuberiformes
Túberas e falsas túberas
122 124 126 128

Choiromyces Terfezia Terfezia Tuber


gangliformis arenaria leptoderma oligospermum
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Fichas das
espécies
Grupo A - Agaricoides com lâminas
Cogumelos com lâminas debaixo do chapéu

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Agaricoides
com lâminas
Grupo A
Cogumelos com lâminas debaixo do chapéu

Características dos géneros considerando Lepista - Chapéu e pé não separáveis, corpos


as espécies seleccionadas: frutíferos carnudos com o chapéu mais ou
menos convexo, ou amplamente mamelonado
Agaricus - Chapéu e pé separáveis, lâminas (silhueta tricolomatoide), cutícula glabra e lisa,
livres, a princípio geralmente rosadas depois com tons violeta a azulados no chapéu e/ou no
castanhas, esporada castanha a negra, pé com pé, lâminas bege com a idade, esporada bege
anel, carne branca ± com tons rosados. a pálida (não branca).

Agrocybe - Chapéu e pé não separáveis, corpos Macrolepiota - Chapéu e pé separáveis, lâminas


frutíferos carnudos com o chapéu mais ou livres, esporada branca ou pálida, pé com
menos convexo, cutícula glabra ou mate por anel espesso, geralmente deslizante, e sem
vezes fissurada no final, pé com anel, lâminas volva, corpos frutíferos grandes ou carnudos,
e esporada acastanhadas, geralmente em tufos, com revestimento do chapéu felpudo ou com
sobre madeira. grandes escamas.

Amanita - Chapéu e pé separáveis, lâminas Marasmius - Chapéu e pé não separáveis,


livres brancas (excepto A. caesarea), esporada chapéu muito fino ou pouco carnudo, de
branca ou pálida, pé com ou sem anel pequenas dimensões, com mamelão baixo,
mas sempre com volva membranosa ou esporada pálida ou branca.
fragmentável (friável), às vezes pouco notória,
ficando, neste caso, o chapéu coberto de Pleurotus - Pé geralmente excêntrico, lateral
escamas facilmente destacáveis e mais (excepto em P. eryngii), que se pode desfiar em
ou menos irregulares. tiras, carne fibrosa, esporada branca, lâminas
brancas ou esbranquiçadas, inteiras
Lactarius e Russula - Pé que se quebra como e raramente bifurcadas.
um pau de giz, carne granulosa ou frágil
que se esfarela facilmente, lâminas friáveis; Tricholoma - Chapéu e pé não separáveis,
em Lactarius, com exsudação de látex ao corpos frutíferos carnudos com o chapéu
corte, lâminas não bifurcadas, geralmente mais ou menos convexo ou amplamente
decorrentes; em Russula, sem exsudação mamelonado (silhueta tricolomatoide),
de látex ao corte, lâminas frequentemente por vezes um pouco cónico mas obtuso,
bifurcadas e geralmente horizontais. esporada branca ou pálida, lâminas horizontais
ou sinuadas-uncinadas, brancas ou polvilhadas
de esbranquiçado na maturidade.
25
Grupo A - Agaricoides com lâminas
Cogumelos com lâminas debaixo do chapéu

Agaricus
arvensis Schaeff.

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GUIA DO COLECTOR DE COGUMELOS

NOMES VULGARES (POPULARES) CARNE

Grupo A / Cogumelos com lâminas debaixo do chapéu


Bola de neve, Cacavinas, Febras, Raivó. Branca, adquirindo tonalidades amarela-
---------------------------------- das ao corte. odor Ligeiro a anis ao ser co-
MORFOLOGIA lhido mas que depois se esvanece. sabor
chapéu – jovem Hemisférico. adulto Noz fresca após mastigação.
Convexo e depois aplanado. ----------------------------------
dimensão 8-15 cm Ø. ESPORADA (COR)
cutícula Lisa e sedosa mate, às vezes com Castanho-escura.
finos flocos fibrilosos, separável. ----------------------------------
cor Branca, que amarelece com a mani- ECOLOGIA
pulação. Prados abertos, pastagens, por vezes em
lâminas Livres, apertadas, a princípio ro- clareiras de bosques, normalmente em
sadas acinzentadas e depois castanho-es- grupo. Sapróbio. Primavera e outono.
curo a quase preto. ----------------------------------
pé 3-8 x 1-2 cm; robusto, podendo alargar COMESTIBILIDADE
na base, mas sem bolbo, inicialmente fis- Muito bom.
tuloso, depois oco; liso e branco cárneo ----------------------------------
acima do anel, branco e flocoso em jovem DESIGNAÇÃO COMERCIAL
na parte inferior, amarelecendo um pouco Agárico-arvense.
na base. anel Persistente, amplo, penden-
te, duplo, com o estrato superior membra-
noso, liso e o inferior mais espesso, cre-
nado e franjado com flocos brancos que
amarelecem.

COMENTÁRIOS
Com pouco interesse comercial; em princípio, apenas procurado para auto-consumo.
Para uma distinção relativamente a outras espécies, ver os quadros comparativos de
características, incluídos no início deste capítulo.

----------------------------------------------------------------------
COGUMELOS CONFUNDÍVEIS

Agaricus Agaricus Amanita Amanita


bresadolanus xanthodermus virosa phalloides
27
Grupo A - Agaricoides com lâminas
Cogumelos com lâminas debaixo do chapéu

Agaricus = A. romagnesii Wasser;


= A. campestris var. radicatus Vittad.

bresadolanus Bohus

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GUIA DO COLECTOR DE COGUMELOS

MORFOLOGIA CARNE

Grupo A / Cogumelos com lâminas debaixo do chapéu


chapéu – jovem Hemisférico. adulto Branca, muito levemente rosada na carne
Plano-convexo, com a margem enrolada, do chapéu e amarelada-laranja sob a zona
fina e esbranquiçada, excedente e franja- cortical na base do pé. odor Muito ligeiro
da com restos de véu parcial, no final um e complexo, um pouco anisado e fúngico
pouco deprimido no centro. na carne do chapéu, levemente fenólico
dimensão 3-10 cm Ø. ou a iodo na base do pé. sabor Doce.
cutícula Revestida por finas fibrilas ou ----------------------------------
finas escamas fibrilosas aderentes, dis- ESPORADA (COR)
postas radialmente, mais densas no dis- Castanho-escura.
co e quase completamente ausentes na ----------------------------------
margem. ECOLOGIA
cor Fibrilas e escamas castanhas sobre Cresce principalmente em jardins.
fundo branco acinzentado. ----------------------------------
lâminas Inicialmente rosa-pálido, pas- COMESTIBILIDADE
sando a rosa-salmão e, finalmente, acas- TÓXICO. Provoca síndrome gastroentérica
tanhadas, com a margem mais clara; constante (tempo de incubação curto).
apertadas, desiguais, com muitas lamelas
de todos os tamanhos.
pé 3-8 x 1-2 cm; cilindráceo, alargado na
base, que apresenta um evidente apên-
dice em forma de rizóide; cheio, depois
oco com a idade; flocoso abaixo do anel
e amarelecendo ligeiramente por fricção,
finamente flocoso e rosado acima do anel.
anel Fino e membranoso, branco, frágil,
pelo que em exemplares mais maduros
pode não estar presente.

Apêndice na base do pé

COMENTÁRIOS
A característica mais evidente distintiva desta espécie, em relação a outros agáricos, é o
apêndice na base do pé, na continuação de um cordão miceliano, pelo que é importante
preservar a integridade do pé ao fazer a colheita, para facilitar a distinção

----------------------------------------------------------------------
COGUMELOS CONFUNDÍVEIS

Agaricus sylvaticus (comestível) que cresce


geralmente em bosques de coníferas, ou
outras espécies comestíveis que tenham
o chapéu com tonalidades acastanhadas
sobre fundo esbranquiçado.
Agaricus
sylvaticus
29
Grupo A - Agaricoides com lâminas
Cogumelos com lâminas debaixo do chapéu

Agaricus
campestris L.

30
GUIA DO COLECTOR DE COGUMELOS

NOMES VULGARES (POPULARES) CARNE

Grupo A / Cogumelos com lâminas debaixo do chapéu


Cacavinas, Cogumelo-das-burras, Febras, Espessa, rija, branca, ao corte vira lenta-
Seto-dos-lameiros. mente e com pouca intensidade para
---------------------------------- acastanhado rosado. odor Fraco, agradá-
MORFOLOGIA vel. sabor Doce.
chapéu – jovem Hemisférico. adulto Con- ----------------------------------
vexo e depois aplanado, margem recurva- ESPORADA (COR)
da e excedente, dobrada sobre as lâmina. Castanho-escura.
dimensão 5-10 cm Ø. ----------------------------------
cutícula Seca, separável, sedosa, fibrilosa, ECOLOGIA
com pequenas escamas que se tornam Em pastagens e prados frequentados pelo
mais evidentes nos adultos e se tornam gado, geralmente em grupos numerosos.
castanhas. Sapróbio. Primavera e outono.
cor Branca. ----------------------------------
lâminas Livres, apertadas, inicialmente COMESTIBILIDADE
rosa vivo, depois acastanhadas até fica- Muito bom.
rem castanho muito escuro. ----------------------------------
pé Até 8 x 1,5 cm; cilindráceo, alargado DESIGNAÇÃO COMERCIAL
a meio e adelgaçando para a base; rijo Agárico-campestre.
e cheio; branco, fibriloso, amarelecendo
na base. anel Geralmente fugaz, branco,
membranoso, delgado, simples.

COMENTÁRIOS
Com pouco interesse comercial; em princípio, apenas procurado para auto-consumo.

----------------------------------------------------------------------
COGUMELOS CONFUNDÍVEIS

Agaricus Agaricus Amanita Amanita


bresadolanus xanthodermus virosa phalloides
31
Grupo A - Agaricoides com lâminas
Cogumelos com lâminas debaixo do chapéu

Agaricus = Agaricus haemorrhoidarius Schulzer

sylvaticus Schaeff

32
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NOMES VULGARES (POPULARES) CARNE

Grupo A / Cogumelos com lâminas debaixo do chapéu


Agárico-das-florestas, Cacavinas, Febras. Branca, tornando-se vermelho-laranja ao
---------------------------------- corte e depois vermelho-sangue. odor
MORFOLOGIA Agradável. sabor Doce.
chapéu – jovem Subgloboso com o cen- ----------------------------------
tro aplanado. adulto Plano-convexo e por ESPORADA (COR)
fim aplanado, com a margem fina, inflec- Castanho-escura.
tida e excedente, branca. ----------------------------------
dimensão Até 10 cm Ø. ECOLOGIA
cutícula Separável, bastante espessa e Em terrenos calcários, geralmente em
tenaz, seca, fibrilosa, com escamas apres- bosques de coníferas, raramente de folho-
sas. sas ou matas mistas. Sapróbio. Outono.
cor Conferida pelas escamas que são cas- ----------------------------------
tanho-avermelhadas e densas ao centro, COMESTIBILIDADE
mais espaçadas e maiores na periferia, de Bom.
cor castanho-canela ou avelã, sobre fun- ----------------------------------
do branco. DESIGNAÇÃO COMERCIAL
lâminas Livres, apertadas, inicialmente Agárico-dos-bosques.
pálidas, depois cinzento rosado, por fim
castanho-escuro.
pé Até 11x2 cm; cilindráceo, geralmente en-
curvado, alargado a bolboso na base, oco,
liso e castanho acinzentado pálido acima
do anel e abaixo flocoso, branco brilhan-
te a princípio, depois creme acastanha-
do. anel Simples, persistente, membrano-
so, amplo, estriado por cima e flocoso por
baixo.

COMENTÁRIOS
Com pouco interesse comercial; em princípio, apenas procurado para auto-consumo.

----------------------------------------------------------------------
COGUMELOS CONFUNDÍVEIS
Com Agaricus lanipes (comestível)
que tem a base do pé revestido por
escamas fibrilosas brancas e cujo
avermelhamento da carne não é tão
forte, ou com Agaricus langei (comes-
tível) em que o pé se torna averme-
lhado ao toque passando a cinzento
acastanhado.
Agaricus Agaricus
lanipes langei
33
Grupo A - Agaricoides com lâminas
Cogumelos com lâminas debaixo do chapéu

Agaricus
sylvicola (Vittad.) Peck

34
GUIA DO COLECTOR DE COGUMELOS

MORFOLOGIA CARNE

Grupo A / Cogumelos com lâminas debaixo do chapéu


chapéu – jovem Hemisférico. adulto Branca, que amarelece ao corte. odor For-
Convexo e depois aplanado. te a anis. sabor Adocicado.
dimensão Até 12 cm Ø. ----------------------------------
cutícula Facilmente separável, espessa, ESPORADA (COR)
seca, sedosa, lisa ou por vezes com algu- Castanho muito escuro.
mas escamas pequenas apressas. ----------------------------------
cor Branca, amarelecendo ao toque ou ECOLOGIA
mesmo espontaneamente, passando de- Bosques de folhosas, em pequenos gru-
pois a amarelo açafrão. pos. Sapróbio. Outono.
lâminas Livres, apertadas, durante muito ----------------------------------
tempo cinzento claro rosado, depois acas- COMESTIBILIDADE
tanhadas e por fim castanho chocolate ou Muito bom.
café. ----------------------------------
pé Até 12x2 cm; cilindráceo, esbelto, um DESIGNAÇÃO COMERCIAL
pouco bolboso na base, fistuloso, liso aci- Agárico-dos-bosques-anisado.
ma do anel e um pouco escamoso abaixo,
amarelecendo quando esfregado. anel
Persistente mas frágil, amplo, pendente,
muito ondulado, membranoso liso por
cima e polposo e crenelado por baixo.

COMENTÁRIOS
Com pouco interesse comercial; em princípio, apenas procurado para auto-consumo.

----------------------------------------------------------------------
COGUMELOS CONFUNDÍVEIS

Agaricus Agaricus Amanita Amanita


bresadolanus xanthodermus virosa phalloides
35
Grupo A - Agaricoides com lâminas
Cogumelos com lâminas debaixo do chapéu

Agaricus
xanthodermus Genev.

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GUIA DO COLECTOR DE COGUMELOS

NOMES VULGARES (POPULARES) CARNE

Grupo A / Cogumelos com lâminas debaixo do chapéu


Agárico-amarelecente. Macia, branca, tornando-se amarelada
---------------------------------- sob a cutícula e acastanhando depois um
MORFOLOGIA pouco; fibrosa na camada externa do pé,
chapéu – jovem Globoso-cilindráceo ou branca e muito brilhante, mas amarelo-
cónico-truncado. adulto Hemisférico a -crómio na base bolbosa. odor Desagra-
convexo-aplanado, com a margem fina, dável, fenólico ou a iodo. sabor Adocicado
excedente e encurvada. a um pouco desagradável.
dimensão Até 12 cm Ø. ----------------------------------
cutícula Separável até ao centro, espes- ESPORADA (COR)
sa, bastante resistente, seca, inicialmente Castanho-escuro.
mate, por vezes levemente fissurada. ----------------------------------
cor Branca de cal, amarelecendo ao toque ECOLOGIA
ou mesmo espontaneamente, principal- Bosques pouco densos, tanto de folhosas
mente perto da margem, por vezes pon- como de resinosas, mas mais frequente-
tilhada por finas escamas cinzentas sobre mente em parques e jardins, prados, terre-
fundo branco brilhante. nos de pastagem, em grupos numerosos,
lâminas Livres, apertadas, a princípio mui- por vezes formando anéis-de-fada. Sapró-
to pálidas, depois rosa-cárneo até acasta- bio. Verão e outono.
nhadas e por fim castanho-escuro. ----------------------------------
pé Até 12x2 cm; cilindráceo, esbelto, mui- COMESTIBILIDADE
tas vezes curvado, bolboso na base, fis- TÓXICO.
tuloso, rijo, sedoso, brilhante, liso, branco,
tingindo-se intensamente de amarelo-
-crómio quando esfregado, sobretudo na
base, tomando cor acastanhada nos sítios
lesados, passado algum tempo. anel Per-
sistente, membranoso, bastante espesso,
com marcado rebordo superior, um tan-
to flocoso e recortado na face inferior (o
que pode levar a confundir com um anel
duplo), branco, depois amarelo-crómio na
margem que acastanha com a idade.

COMENTÁRIOS
Para evidenciar a alteração de cor para amarelo-crómio, deve-se esfregar o cogumelo com
o polegar, no chapéu ou na base do pé, o que também irá intensificar o seu cheiro a iodo.

----------------------------------------------------------------------
COGUMELOS CONFUNDÍVEIS

Agaricus
sylvicola
37
Grupo A - Agaricoides com lâminas
Cogumelos com lâminas debaixo do chapéu

Agrocybe = A. aegerita (Brig.) Singer

cylindracea (DC.) Maire

38
GUIA DO COLECTOR DE COGUMELOS

NOMES VULGARES (POPULARES) CARNE

Grupo A / Cogumelos com lâminas debaixo do chapéu


Repolga, Pilongos, Seto-dos-olmos, Cogu- Compacta, branca no chapéu, acinzenta-
melo-dos-choupos. da e depois acastanhada no pé. odor Bar-
---------------------------------- ril velho de vinho. sabor Avelã.
MORFOLOGIA ----------------------------------
chapéu – jovem Convexo. adulto Apla- ESPORADA (COR)
nado-convexo a aplanado, com a margem Castanho-tabaco.
excedente e encurvada durante muito ----------------------------------
tempo. ECOLOGIA
dimensão 5-15 cm Ø. Em cepos, troncos mortos ou na base de
cutícula Aderente, glabra, aveludada árvores senescentes de choupos e sal-
quando jovem, enrugada e mesmo fen- gueiros, sobretudo em zonas ribeirinhas.
dida no centro em tempo seco nos exem- Sapróbio. Durante todo o ano em condi-
plares mais velhos. ções de humidade prolongada.
cor Bege a esbranquiçada, tomando cor ----------------------------------
de ferrugem, sobretudo na parte central. COMESTIBILIDADE
lâminas Adnadas a subdecorrentes, aper- Muito bom comestível, sobretudo em jo-
tadas, bege pálido em jovens, depois acas- vem.
tanhadas. ----------------------------------
pé 6-15x1-2 cm; cilindráceo, geralmente si- DESIGNAÇÃO COMERCIAL
nuoso, branco, fibriloso ou com pequenas Agrocibe-do-choupo.
escamas, sendo liso acima do anel. anel
Persistente, espesso, branco, ficando man-
chado de castanho-claro na face superior,
pela cor dos esporos.

COMENTÁRIOS
Pode ser facilmente cultivado em troncos ou desperdícios de madeira de choupos e salgueiros,
quer por inoculação, quer aproveitando porções de tronco já colonizadas e mantendo-as em
atmosfera húmida.

----------------------------------------------------------------------
COGUMELOS CONFUNDÍVEIS
Difícil de confundir, devido às suas características típicas.
39
Grupo A - Agaricoides com lâminas
Cogumelos com lâminas debaixo do chapéu

Amanita
boudieri Barla

40
GUIA DO COLECTOR DE COGUMELOS

MORFOLOGIA CARNE

Grupo A / Cogumelos com lâminas debaixo do chapéu


chapéu – jovem Hemisférico. adulto Pro- Branca, imutável. odor e sabor não apre-
gressivamente convexo a convexo-apla- ciáveis.
nado e deprimido, com a margem lisa e ----------------------------------
apendiculada. ESPORADA (COR)
dimensão 6-20 cm Ø. Branco-creme claro.
cutícula Seca e separável, sedosa, coberta ----------------------------------
de pequenas verrugas piramidais bran- ECOLOGIA
cas, mais ou menos aderentes, espessas Espécie mediterrânica, que cresce em bos-
na zona central e mais rebaixadas para a ques mistos pouco densos e ensolarados,
periferia. em terrenos ácidos e arenosos. Micorrízi-
cor Branca a esbranquiçada, com tendên- co. Outono ou mais frequentemente na
cia a amarelecer. primavera.
lâminas Creme a amareladas, livres a su- ----------------------------------
badnadas, desiguais. COMESTIBILIDADE
pé 8-15 cm; cilindráceo, dilatado na base TÓXICO. Tradicionalmente era considera-
em forma de bolbo turbinado (como um do comestível, mas, após recentes registos
cone invertido ou em forma de pião) mais de intoxicação, tendo provocado insufici-
ou menos volumoso, geralmente radican- ência renal aguda, deve ser considerado
te e encurvado; branco e pruinoso na zona como nefrotóxico.
do anel; inicialmente cheio, tornando-se
oco com a idade. anel Branco, membra-
noso, estriado, frágil e rasgando-se facil-
mente. volva Esbranquiçada, friável e ra-
pidamente reduzida a algumas verrugas
flocosas a cobrirem a margem do bolbo.

----------------------------------------------------------------------
COGUMELOS CONFUNDÍVEIS

Amanita Amanita Agaricus Agaricus


curtipes ponderosa arvensis campestris
41
Grupo A - Agaricoides com lâminas
Cogumelos com lâminas debaixo do chapéu

Amanita
caesarea (Scop.) Pers.

42
GUIA DO COLECTOR DE COGUMELOS

NOMES VULGARES (POPULARES) CARNE

Grupo A / Cogumelos com lâminas debaixo do chapéu


Abesós, Amanita-dos-césares, Amanita- Branca, amarelada próximo da superfí-
-real, Cogumelo-dos-castanheiros, Cogu- cie, bastante espessa, consistente, macia.
melo-dos-césares, Fola, Laranja, Laranji- odor Fraco, agradável, tornando-se fétido
nha, Obesó, Ovo-de-ouro, Ovo-de-rainha, em exemplares velhos. sabor Suave a noz,
Ovo-de-rei, Rabiosos, Rebiola, Rebió, Rebi- doce.
ós, Sol-da-terra. ----------------------------------
---------------------------------- ESPORADA (COR)
MORFOLOGIA Branca.
chapéu – jovem Globoso a ovóide. adulto ----------------------------------
Hemisférico, depois convexo tornando-se ECOLOGIA
mais tarde aplanado, com margem fina, Em montados e pastagens sob coberto
encurvada e estriada. de sobro ou azinho, povoamentos de cas-
dimensão 8-20 cm Ø. tanheiros (soutos e castinçais) e de carva-
cutícula Separável, lisa, lubrificada e de lhos (Quercus pyrenaica), em solos ácidos
aspecto brilhante, ostentando geralmen- e em locais abertos e soalheiros. Micor-
te restos membranosos da volva, em tem- rízico. Espécie termófila. Finais de verão,
po seco. outono e raro na primavera.
cor Vermelho-alaranjado vivo a amarelo- ----------------------------------
-alaranjado. COMESTIBILIDADE
lâminas Livres,apertadas,amarelo-pálidas Excelente (pode ser consumido cru).
a princípio, passando a amarelo intenso. ----------------------------------
pé 8-15 x 2-3 cm; cilindráceo ou ligeiramen- DESIGNAÇÃO COMERCIAL
te alargado para a base; robusto, amarelo, Amanita-dos-césares.
concolor com as lâminas; liso ou fibriloso-
-floculoso; carnudo, a princípio cheio, de-
pois loculado a oco; facilmente separável
do chapéu. anel Simples descendente, da
mesma cor do pé, persistente, estriado na
face inferior. volva Branca, tornando-se
acinzentada, ampla, em forma de saco,
afastada do pé, espessa e persistente.

COMENTÁRIOS
Sendo grande a pressão de colheita de espécimes jovens (forma de ovo), deve deixar-se no
campo alguns exemplares para chegarem à fase adulta e, assim, garantir a dispersão de
esporos.

----------------------------------------------------------------------
COGUMELOS CONFUNDÍVEIS

Quando ainda jovem e em parte


coberto pelo véu universal pode ser
confundido com Amanita muscaria,
de que se distingue, em fase mais
avançada, entre outras caracterís-
ticas, pela cor amarela das lâminas,
pé e anel.
Amanita
muscaria 43
Grupo A - Agaricoides com lâminas
Cogumelos com lâminas debaixo do chapéu

Amanita
curtipes Gilbert

44
GUIA DO COLECTOR DE COGUMELOS

MORFOLOGIA CARNE

Grupo A / Cogumelos com lâminas debaixo do chapéu


chapéu – jovem Globoso. adulto Conve- Firme, compacta, branca, rosando ou não
xo a aplanado, por vezes um pouco de- por fricção, escurecendo então lentamen-
primido ao centro, margem regular, lisa, te. odor Pouco característico. sabor Doce.
encurvada a recta, podendo ser apendicu- ----------------------------------
lada, canelada nos espécimes mais velhos. ESPORADA (COR)
dimensão 3-8 cm Ø. Branca.
cutícula Textura lisa, acetinada a mate, ----------------------------------
facilmente separável, geralmente com ECOLOGIA
uma ou mais placas apressas, resultantes Matas de pinheiros ou mistas de pinhei-
do véu universal. ros e sobreiros, com vegetação arbustiva
cor Branca ou creme, por vezes rosando de cistáceas, em solos ácidos e terrenos
ao toque. arenosos; frequente nos pinhais arenosos
lâminas Livres, pouco apertadas, brancas do litoral; carpóforos gregários, isolados
a creme. ou em grupos de dois. Micorrízico. Outono,
pé 3-8 x 1-1,5 cm; cilindráceo, ligeiramente mais raro na primavera.
bulboso, loculado ou meduloso; um pouco ----------------------------------
flocoso na parte superior, concolor com o COMESTIBILIDADE
chapéu, tornando-se rosado por fricção. Razoável.
anel Súpero, fugaz, deixando apenas ves-
tígios flocosos. volva Membranosa, saci-
forme, ampla, livre, lobada, arredondada
na base quando em adulto, turbinada ou
não quando jovem.

----------------------------------------------------------------------
COGUMELOS CONFUNDÍVEIS

Amanita Amanita Amanita Amanita


ponderosa boudieri verna phalloides
45
Grupo A - Agaricoides com lâminas
Cogumelos com lâminas debaixo do chapéu

Amanita
muscaria (L.) Lam.

46
GUIA DO COLECTOR DE COGUMELOS

NOMES VULGARES (POPULARES) CARNE

Grupo A / Cogumelos com lâminas debaixo do chapéu


Amanita-mata-moscas. Branca, densa, colorida de amarelo-laran-
---------------------------------- ja por baixo da cutícula do chapéu. odor
MORFOLOGIA Não apreciável. sabor Agradável herbá-
chapéu – jovem Hemisférico. adulto ceo ou a avelã.
Convexo e por fim aplanado, com a mar- ----------------------------------
gem mais ou menos estriada nos exem- ESPORADA (COR)
plares adultos. Branca.
dimensão Até 20 cm Ø. ----------------------------------
cutícula Viscosa em tempo húmido, se- ECOLOGIA
parável, coberta por flocos verrucosos Frequente em terrenos ácidos com prefe-
brancos, regulares e dispostos concentri- rência por cobertos de bétulas ou de coní-
camente. feras, geralmente em grupos numerosos,
cor Vermelho escarlate, que pode esva- e também em florestas mistas mas em
necer para alaranjado ou amarelo-alaran- menor abundância. Micorrízico. Final de
jado, salpicado de branco pelas verrugas, verão, outono e primavera.
vestígio do véu universal, que são lábeis e ----------------------------------
desaparecem facilmente por lavagem ou COMESTIBILIDADE
com a idade. TÓXICO. Provoca intoxicação neurológica,
lâminas Brancas, livres, apertadas, desi- com efeitos psicotrópicos, caracterizada
guais. por síndrome micoatropínica (período de
pé 810-25 x 2-3 cm; cilindráceo, bolboso, incubação curto).
com a superfície flocosa a princípio, no
final lisa, oco com a idade. anel Amplo,
membranoso, persistente, branco, com
bordo flocoso por vezes amarelo. volva
Branca, friável, dissociada em verrugas
flocosas dispostas mais ou menos regu-
larmente sobre o bolbo.

----------------------------------------------------------------------
COGUMELOS CONFUNDÍVEIS

Amanita caesarea distingue-se


facilmente por ter as lâminas,
o pé e o anel de cor amarela,
desde muito jovem.

Amanita
caesarea
47
Grupo A - Agaricoides com lâminas
Cogumelos com lâminas debaixo do chapéu

Amanita
phalloides (Vaill. ex Fr.) Link

48
GUIA DO COLECTOR DE COGUMELOS

NOMES VULGARES (POPULARES) CARNE

Grupo A / Cogumelos com lâminas debaixo do chapéu


Rebenta-bois. Branca, densa, colorida de amarelo-laran-
---------------------------------- ja por baixo da cutícula do chapéu. odor
MORFOLOGIA Não apreciável. sabor Agradável herbáceo
chapéu – jovem Ovoide. adulto Convexo ou a avelã.
a campanulado e rapidamente aplanado ----------------------------------
na maturidade, margem lisa e inteira. ESPORADA (COR)
dimensão 5-15 cm Ø. Branca.
cutícula Facilmente separável, viscosa ----------------------------------
em tempo húmido e lustrosa em tempo ECOLOGIA
seco, lisa, frequentemente com textura fi- Espécie muito comum que cresce solita-
brilosa disposta radialmente, e sem qual- riamente ou em grupos numerosos, pre-
quer resto do véu universal. ferencialmente sob folhosas, em terre-
cor Verde-amarelado não uniforme, por nos ácidos, húmidos e ricos em húmus;
vezes mais pálido ou mais bronzeado, ten- mais frequentemente associada a carva-
do estas diferentes tonalidades tendência lhos, também cresce sob faias, bétulas,
a empalidecer ao nível da margem ou de- castanheiros, aveleiras e, menos frequen-
pois de uma chuvada. temente, sob coníferas, como pinheiros e
lâminas Brancas com reflexos esverdea- abetos. Micorrízico. Geralmente em finais
dos, livres, desiguais, apertadas, espessas de verão e outono, depois de um período
e macias. chuvoso.
pé 5-20 x 1-3 cm; cilindráceo a um pouco ----------------------------------
clavado, com base bulbosa arredondada; COMESTIBILIDADE
a princípio cheio, depois fistuloso; de cor MORTAL. A sua ingestão provoca a síndro-
branca ou esverdeada, com a superfície ti- me faloidiana (período de incubação pro-
picamente tigrada, com fibrilas em zigue- longado).
zague. anel Membranoso, persistente, frá-
-gil, rapidamente rasgado, estriado na face
superior, branco com reflexos esverdeados.
volva Membranosa, ampla, em forma de
saco, macia, persistente, branca no exte-
rior e um pouco esverdeada no interior.

COMENTÁRIOS
A síndrome faloidiana é também provocada por Amanita verna e Amanita virosa;
a ingestão de Amanita phalloides é responsável por cerca de 95 % das intoxicações mortais
por consumo de cogumelos.

----------------------------------------------------------------------
COGUMELOS CONFUNDÍVEIS

Tricholoma equestre distingue-


-se facilmente por ter as lâmi-
nas e o pé de cor amarela e não
possuir nem anel nem volva.

Tricholoma
equestre
49
Grupo A - Agaricoides com lâminas
Cogumelos com lâminas debaixo do chapéu

Amanita
ponderosa Malençon & R. Heim

50
GUIA DO COLECTOR DE COGUMELOS

NOMES VULGARES (POPULARES) fendida, membrana externa de bordos

Grupo A / Cogumelos com lâminas debaixo do chapéu


Abesós-de-primavera, Alegrias, Cogumelo, livres, com margem irregular, de consis-
Míscaro, Púcara-da-quaresma, Regota, Si- tência membranosa e resistente, de cor
larca, Siricaia, Tortulho, Túbara, Tubareiro. branca a creme, rosando por fricção, nor-
---------------------------------- malmente com terra aderente na parte
MORFOLOGIA exterior.
chapéu – jovem Hemisférico. adulto ----------------------------------
Convexo a plano-convexo e no final depri- CARNE
mido no centro. Branca, tomando tonalidades rosa ao cor-
dimensão 5-13 cm Ø. te. odor Terra, forte e característico, que
cutícula Seca, grossa, manchada de terra, reforça com o tempo. sabor Doce.
facilmente separável da carne. ----------------------------------
cor A princípio branca, depois rosa e fi- ESPORADA (COR)
nalmente ocre sujo ou ocre rosado ou cas- Branca.
tanho avermelhado, como resultado da ----------------------------------
exposição ao ar. ECOLOGIA
lâminas Livres, pouco apertadas, brancas, Montados e cobertos de sobreiro, azinhei-
depois cremes. ra e estevas, em solos argilosos vermelhos
pé 5-13 x 2-4 cm, com altura igual ou su- com granitos ou amarelos, sendo uma es-
perior ao diâmetro do chapéu, cilindráceo pécie tipicamente mediterrânica. Micorrí-
engrossando para a base, branco com zico. Primavera.
tonalidades rosa a castanho, zonado, ro- ----------------------------------
busto, maciço a princípio passando a locu- COMESTIBILIDADE
lado. anel Pouco definido e fugaz. volva Muito bom.
Espessa, persistente, saciforme, cónica ----------------------------------
em jovem, separável do pé, de membrana DESIGNAÇÃO COMERCIAL
dupla; membrana interna aderente ao pé, Silarca.

COMENTÁRIOS
Cogumelo cujo consumo é muito popular em regiões interiores do Alentejo e do distrito de
Castelo Branco, com registos da sua existência também em Trás-os-Montes.

----------------------------------------------------------------------
COGUMELOS CONFUNDÍVEIS
As confusões são mais susceptíveis de acontecer com os espécimes mais jovens,
quando o véu universal ainda envolve quase todo o corpo frutífero.

Amanita Amanita Amanita Amanita


curtipes boudieri phalloides verna
51
Grupo A - Agaricoides com lâminas
Cogumelos com lâminas debaixo do chapéu

Amanita = Amanita virosa, Secr.

verna (Bull.) Lam.

52
GUIA DO COLECTOR DE COGUMELOS

MORFOLOGIA CARNE

Grupo A / Cogumelos com lâminas debaixo do chapéu


chapéu – jovem Hemisférico. adulto Branca, imutável, macia. odor Não apreci-
Convexo a plano-convexo e deprimido na ável nos espécimes jovens, mas exalando
maturidade, a margem é direita, lisa, não um cheiro fétido com a idade. sabor Ado-
estriada, regular e por vezes ligeiramente cicado.
franjada e rugosa. ----------------------------------
dimensão 5-10 cm Ø. ESPORADA (COR)
cutícula Separável, lisa, glabra, viscosa Branca.
em tempo húmido, acetinada em tempo ----------------------------------
seco, sem restos do véu universal na su- ECOLOGIA
perfície; diferentemente de A. phalloides, Cresce em cobertos de folha caduca e em
a cutícula não é raiada radialmente por particular nas matas de carvalhos em ter-
fibrilas. renos calcários. É uma espécie essencial-
cor Branca a creme pálido, podendo na mente termófila, precoce e bastante rara
parte central apresentar uma tonalidade em áreas de menor influência mediterrâ-
ocrácea esverdeada. nica, frutificando em finais de primavera,
lâminas Branco-creme, livres na maturi- daí o nome vulgar de amanita-primaveril
dade, espessas, apertadas, desiguais. que lhe é dado em alguns países da Eu-
pé 8-12 x 1-2 cm; cilindráceo a um pouco ropa, embora seja observável também
clavado, com a base ligeiramente bolbosa no outono. Relativamente pouco comum,
e adelgaçando para o topo, inicialmente pode ser abundante em áreas de cresci-
cheio, depois fistuloso; branco, liso a sedo- mento com clima temperado ou quente.
so ou pruinoso. anel Branco, membrano- Micorrízico. Primavera e outono.
so, fino, persistente mas frágil, rasgando- ----------------------------------
-se facilmente; estriado na face superior COMESTIBILIDADE
e rodado à volta do pé, ficando-lhe depois MORTAL. A sua ingestão provoca a sín-
aderente na maturidade. volva Branca, drome faloidiana (período de incubação
membranosa, persistente, em forma de prolongado).
saco envaginante mais ou menos cilíndri-
co, com os bordos livres e aderente à base
do bolbo, rasgando-se de forma irregular.

COMENTÁRIOS
Qualquer das três espécies Amanita verna, Amanita phalloides e Amanita virosa provoca
a síndrome faloidiana; a taxa de mortalidade atribuída a Amanita verna é, contudo, muito
inferior à de Amanita phalloides; esta diferença é muito provavelmente devida à sua
raridade bem como à abundante distribuição desta última.
----------------------------------------------------------------------
COGUMELOS CONFUNDÍVEIS

Amanita Amanita Agaricus Agaricus


curtipes ponderosa arvensis campestris 53
Grupo A - Agaricoides com lâminas
Cogumelos com lâminas debaixo do chapéu

Amanita
virosa (Fr.) Bertill.

54
GUIA DO COLECTOR DE COGUMELOS

MORFOLOGIA CARNE

Grupo A / Cogumelos com lâminas debaixo do chapéu


chapéu – jovem Inicialmente cónico-ovo- Branca, imutável, macia. odor Adocicado
íde, depois campanulado. adulto Aplana- a trevo, que se torna fétido com a idade.
do com um mamelão central mais ou me- sabor Ligeiramente acre.
nos pronunciado, com a margem lisa que ----------------------------------
se torna progressivamente mais involuta ESPORADA (COR)
com a idade, frequentemente assimétrico Branca.
ou lobolado, de forma irregular e pouco ----------------------------------
carnudo. ECOLOGIA
dimensão 5-10 cm Ø. É um cogumelo pouco comum que prefe-
cutícula Separável, viscosa em tempo re ambientes húmidos e solos siliciosos;
húmido, acetinada em tempo seco, ge- cresce principalmente em bosques de co-
ralmente sem restos do véu universal na níferas, por vezes, sob folhosas acidófilas
superfície. como as bétulas.
cor Branco-leitoso a branco-marfim, com ----------------------------------
tons ocráceos na zona central. COMESTIBILIDADE
lâminas Brancas, livres, apertadas, desi- MORTAL. A sua ingestão provoca a sín-
guais. drome faloidiana (período de incubação
pé 10-15 x 1-1,5 cm; cilindráceo a um pouco prolongado).
clavado, com a base ligeiramente bolbosa
e adelgaçando para o topo, inicialmente
cheio, depois fistuloso; branco, tipicamen-
te fibrilo-viloso ou lanoso; um tanto ex-
cêntrico e por vezes um pouco curvo. anel
Branco, membranoso, flocoso, franjado,
frágil, rasgado e fugaz na maturidade; po-
sicionado muito acima e com tendência a
ficar oblíquo. volva Branca, membranosa,
espessa, livre, em forma de saco mais ou
menos envaginante e frequentemente
bilobada.

COMENTÁRIOS
Qualquer das três espécies Amanita verna, Amanita phalloides e Amanita virosa provoca
a síndrome faloidiana; a taxa de mortalidade atribuída a Amanita verna é, contudo, muito
inferior à de Amanita phalloides; esta diferença é muito provavelmente devida à sua
raridade bem como à abundante distribuição desta última.

----------------------------------------------------------------------
COGUMELOS CONFUNDÍVEIS

Amanita Amanita Agaricus Agaricus


curtipes ponderosa arvensis campestris
55
Grupo A - Agaricoides com lâminas
Cogumelos com lâminas debaixo do chapéu

Chlorophyllum = Macrolepiota venenata, Bon


= Macrolepiota rachodes, (Vittad.) Singer

rachodes
= Leucocoprinus rachodes, (Vittad.) Pat.

(Vittad.) Vellinga

56
GUIA DO COLECTOR DE COGUMELOS

NOMES VULGARES (POPULARES) cor clara a acastanhada no final, mais ou

Grupo A / Cogumelos com lâminas debaixo do chapéu


Falso-frade, Gasalho-de-cão. menos uniforme, que avermelha ao corte
---------------------------------- ou quando friccionado, fibroso, oco. anel
MORFOLOGIA Membranoso, persistente, que se rompe
chapéu – jovem Globoso a ovóide. adul- em forma de roda dentada, com parte su-
to Plano convexo, podendo apresentar-se perior clara e parte inferior acastanhada,
algo deprimido no final, com a margem pequeno, duplo com abas curtas escamo-
apendiculada, ligeiramente flocosa com sas ou franjadas, podendo, com o envelhe-
restos do véu parcial. cimento, parecer simples com a margem
dimensão 10-20 cm Ø. exterior engrossada; móvel ao longo do
cutícula Seca, mate, de cor castanha que pé, mas não tão solto como o de Macro-
se rasga radialmente em estrela a partir lepiota procera.
da margem, formando grandes escamas ----------------------------------
de tamanho irregular, que se destacam CARNE
facilmente do chapéu, mantendo-se con- Espessa, branca, avermelhando ao corte e
tudo um disco central liso, escuro, não ma- escurecendo depois para castanho, sobre-
melonado; quando a expansão do chapéu tudo na zona de junção do pé ao chapéu.
ocorre em períodos de secura, a formação odor e sabor Agradáveis.
das escamas faz-se mais concentricamen- ----------------------------------
te e é acompanhada pelo rompimento de ESPORADA (COR)
um estrato da carne subjacente que se Branca.
levanta em mechas, tomando estas uma ----------------------------------
disposição de telhas sobrepostas, com ou ECOLOGIA
sem cutícula na extremidade, e que, no Cresce geralmente em grupos, em solos
conjunto, conferem à superfície do cha- degradados, margens de caminhos, bor-
péu um aspecto felpudo. das dos campos, em áreas ricas em maté-
lâminas Livres, apertadas, desiguais, de ria orgânica, jardins, junto a escombreiras,
cor branca a creme ligeiramente rosado, estábulos e montureiras. Sapróbio. Outo-
avermelhando por fricção, depois um pou- no.
co acastanhadas na maturidade. ----------------------------------
pé 10-20 x 1-3 cm; rijo, cilindráceo bolbo- COMESTIBILIDADE
so na base, por vezes com uma margem TÓXICO.
proeminente por cima do bolbo, liso, de

COMENTÁRIOS
Chlorophyllum rachodes é actualmen-
te, após estudos de ADN, considerado ----------------------------------
sinónimo de Macrolepiota rachodes COGUMELOS CONFUNDÍVEIS
espécie anteriormente tida como co-
mestível, embora com algumas restri-
ções, devido ao registo de alguns casos
de intoxicação. Ao verificar-se também
a sinonímia com M. venenata (tóxico),
mais reforçado resulta o veredicto de
toxicidade que deve ser atribuído a este
novo taxon posicionado no género Chlo-
rophyllum. Macrolepiota Macrolepiota
excoriata procera
57
Grupo A - Agaricoides com lâminas
Cogumelos com lâminas debaixo do chapéu

Lactarius
deliciosus (L.) Gray

58
GUIA DO COLECTOR DE COGUMELOS

NOMES VULGARES (POPULARES) CARNE

Grupo A / Cogumelos com lâminas debaixo do chapéu


Cardela, Cenoura, Cenourinha, Cepa, Firme e compacta, quebradiça, esbran-
Cortelhas, Lactário, Laranja, Laranjinha, quiçada no centro e cor-de-laranja na
Pinheiras, Pinheirinha, Raivaca, Sanchas, periferia; ao corte segrega um leite cor
seta, Telheira, Vaca-vermelha, Verdete. de cenoura que ao fim de algumas horas
---------------------------------- evolui para esverdeado. odor Agradável a
MORFOLOGIA fruta. sabor Adocicado com final um pou-
chapéu – jovem Plano-convexo, com a co acre.
margem enrolada. adulto Deprimido ao ----------------------------------
centro. ESPORADA (COR)
dimensão 10-20 cm Ø. Amarelada pálida com reflexos rosados.
cutícula Separável até metade, pruinosa, ----------------------------------
zonada concentricamente, um pouco vis- ECOLOGIA
cosa em tempo húmido; cor: alaranjada Exclusivamente associado a pinheiros, em
ou de cenoura, tornando-se verde nos sí- todos os tipos de solo. Micorrízico. Outono
tios magoados. e primavera.
lâminas Arqueadas, apertadas e decor- ----------------------------------
rentes, inicialmente cor de alperce, depois COMESTIBILIDADE
tornam-se concolores com o pé e ficam Muito bom.
verdes nas zonas magoadas. ----------------------------------
látex Cor de cenoura, que depois se torna DESIGNAÇÃO COMERCIAL
verde sobre as lâminas, mais abundante Lactário-delicioso.
nos exemplares jovens.
pé 3-5 cm x 1-3 cm, cilindráceo, de inserção
central, robusto e curto, cor-de-laranja pá- ---------------------------------
lido com pequenas depressões (escrobicu- COGUMELOS CONFUNDÍVEIS
lado) de cor mais intensa, oco no estado Ver ficha seguinte.
adulto.

COMENTÁRIOS
É um cogumelo abundante e de fácil identificação. Relativamente às espécies consideradas
tóxicas e com as quais é susceptível de ser confundido, pode distinguir-se delas atendendo
a que: Lactarius chrysorrheus, tem látex branco muito abundante, que muda rapidamente
para amarelo enxofre e tem o pé liso (sem depressões); Lactarius zonarius, tem também
látex abundante branco, mas a cor é imutável e é muito picante, podendo ter o pé com
ou sem depressões; ambos têm o pé esbranquiçado e lâminas de cor creme com reflexos
rosados. A ingestão destas espécies não comestíveis pode provocar transtornos gástricos
e intestinais.
Duas outras espécies de lactários que também podem ser encontradas no nosso território
e que também são susceptíveis de serem consumidas, especialmente em fase jovem, são
Lactarius rugatus Kühner & Romagn. e Lactarius volemus (Fr.) Fr.. São muito semelhantes,
pelo que são muitas vezes confundidos; ambos têm chapéu e pé de cor rosa alaranjado,
com lâminas creme-ocráceo a ocre e produzem látex esbranquiçado, de sabor adocicado,
muito abundante; a cutícula do chapéu é tomentosa, lembrando camurça, e apresenta-
se fissurada; a carne é esbranquiçada e doce. Crescem geralmente em matas de carvalho
ou de sobreiro. Contudo, podem-se distinguir por L. rugatus ter cheiro a alcachofra e L.
volemus, que tem geralmente um porte mais elevado que o anterior, com um pé até 8 a 10
cm de altura, ter cheiro a crustáceos ou a arenque.
59
Grupo A - Agaricoides com lâminas
Cogumelos com lâminas debaixo do chapéu

Lactarius = L. vinosus (Quél.) Bataille

sanguifluus (Paulet) Fr.

60
GUIA DO COLECTOR DE COGUMELOS

NOMES VULGARES (POPULARES) CARNE

Grupo A / Cogumelos com lâminas debaixo do chapéu


Pinheiras. Compacta, branca no interior, no exterior
---------------------------------- virando rapidamente vinosa ao corte.
MORFOLOGIA ----------------------------------
chapéu Arredondado e ondulado na mar- ESPORADA (COR)
gem, um tanto deprimido ao centro. Ocráceo pálido.
dimensão Até 9 cm Ø. ----------------------------------
cutícula Só separável na margem, pouco ECOLOGIA
ou nada zonada, parecendo estar coberta Em pinhais mediterrânicos de solos calcá-
de geada. rios. Micorrízico. Outono.
cor Laranja a ocre alaranjado, com man- ----------------------------------
chas esverdeadas. COMESTIBILIDADE
lâminas Alaranjadas a rosado vinoso e Muito bom a excelente, considerado de
manchadas de verde ao envelhecer; aper- qualidade superior a Lactarius deliciosus.
tadas, subdecorrentes e muito quebradi- ----------------------------------
ças. DESIGNAÇÃO COMERCIAL
látex Vermelho-sangue, pouco abundan- Lactário-sanguíneo.
te, de sabor amargoso.
pé 3-6 x 1,5-2,5 cm; cilindráceo, com escro-
bículos, pruinoso, alaranjado a avermelha-
do.

COMENTÁRIOS
Trata-se de um cogumelo que, sendo de muito boa qualidade gastronómica, é, contudo,
pouco aproveitado certamente devido à alteração para verde da coloração que os seus
corpos frutíferos apresentam e que o fazem rejeitar por suspeita de toxicidade.

----------------------------------------------------------------------
COGUMELOS CONFUNDÍVEIS

Lactarius Lactarius Lactarius Lactarius


deliciosus deterrimus (a) salmonicolor (b) semisanguifluus

(a) Associação obrigatória a


Picea em solos calcários
(b) Associado ao abeto-branco
Albies alba

Lactarius Lactarius
chrysorrheus zonarius
61
Grupo A - Agaricoides com lâminas
Cogumelos com lâminas debaixo do chapéu

Lactarius
semisanguifluus R. Heim & Leclair

62
GUIA DO COLECTOR DE COGUMELOS

NOMES VULGARES (POPULARES) CARNE

Grupo A / Cogumelos com lâminas debaixo do chapéu


Cortelhas, Pinheiras. Branca no interior e laranja no exterior,
---------------------------------- que passa a vermelho-vinoso em cerca de
MORFOLOGIA 15 minutos após o corte.
chapéu Com a margem enrolada, rapida- ----------------------------------
mente deprimido ao centro. ESPORADA (COR)
dimensão Até 8 cm Ø. Ocráceo pálido.
cutícula Só separável no bordo da mar- ----------------------------------
gem, zonada, pruinosa na margem. ECOLOGIA
cor Laranja, que facilmente se torna verde Pinhais de Pinus sylvestris em terrenos cal-
logo nos exemplares jovens. cários. Micorrízico. Outono.
lâminas Decorrentes, laranja pálido, que ----------------------------------
se tornam verdes muito intensamente COMESTIBILIDADE
com a manipulação. Muito bom, mas de qualidade inferior a
látex Pouco abundante, laranja vivo, vi- Lactarius sanguifluus.
rando para vermelho escuro e finalmente
esverdeado.
pé Até 6 x 2 cm; da cor do chapéu, pruino-
so, não escrobiculado, manchando facil-
mente de verde.

COMENTÁRIOS
Apesar de ser um bom comestível, é geralmente rejeitado devido à coloração verde
que adquire.

----------------------------------------------------------------------
COGUMELOS CONFUNDÍVEIS

Lactarius Lactarius Lactarius Lactarius


deliciosus deterrimus (a) salmonicolor (b) sanguifluus

(a) Associação obrigatória a


Picea em solos calcários
(b) Associado ao abeto-branco
Albies alba

Lactarius Lactarius
chrysorrheus zonarius
63
Grupo A - Agaricoides com lâminas
Cogumelos com lâminas debaixo do chapéu

Lepista
nuda (Bull.) Cooke

64
GUIA DO COLECTOR DE COGUMELOS

NOMES VULGARES (POPULARES) CARNE

Grupo A / Cogumelos com lâminas debaixo do chapéu


Pé-azul. Espessa, um pouco hidrófana, macia no
---------------------------------- chapéu, de branca a lilás pálido, violeta
MORFOLOGIA no pé. odor Agradável, por vezes intenso,
chapéu – jovem Convexo com a margem a fruta ou especiarias, característico, mas
enrolada. adulto Convexo-aplanado, mais difícil de definir. sabor Adocicado.
frequentemente umbonado ou um pouco ----------------------------------
deprimido à volta de um mamelão largo e ESPORADA (COR)
baixo, com a margem durante muito tem- Bege-rosado.
po enrolada e por fim direita, fina, ondula- ----------------------------------
da, por vezes lobada. ECOLOGIA
dimensão 5-12 cm Ø. Bosques tanto de folhosas como de resi-
cutícula Separável, húmida, glabra e lisa, nosas, em terrenos muito variados, por
apresentando-se seca com o envelheci- vezes em pequenos grupos crescendo em
mento. linha ou em anéis-de-fada pouco defini-
cor Violeta liláceo a acastanhado lilás, dos. Sapróbio. Outono e primavera.
empalidecendo ao secar. ----------------------------------
lâminas Adnadas, apertadas, desiguais, COMESTIBILIDADE
friáveis, de cor lilás vivo que se descora É um bom comestível, embora possa de-
com o tempo para bege. sagradar devido ao seu odor muito aro-
pé Até 10x3 cm; cilindráceo, alargado na mático, mas que não deve ser consumido
base, fibroso, carnudo, tornando-se oco cru, pois pode causar perturbações diges-
com o envelhecimento, lilás, violeta claro tivas, nem em grandes quantidades, pois
ou cinzento liláceo, empalidecendo com a provoca abaixamento da pressão sanguí-
idade; micélio frequentemente aparente nea. O seu congénere Lepista personata,
na base, sob a forma de algodão violáceo. que é geralmente a espécie cultivada e co-
mercializada, tem um odor mais discreto.
----------------------------------
DESIGNAÇÃO COMERCIAL
Pé-azul.

COMENTÁRIOS
Ler na página 140

----------------------------------------------------------------------
COGUMELOS CONFUNDÍVEIS

Lepista Lepista Cortinarius


personata sordida traganus
65
Grupo A - Agaricoides com lâminas
Cogumelos com lâminas debaixo do chapéu

Macrolepiota
procera (Scop.) Singer

66
GUIA DO COLECTOR DE COGUMELOS

NOMES VULGARES (POPULARES) em ziguezague (tigrado), que se destaca

Grupo A / Cogumelos com lâminas debaixo do chapéu


Arneirinha, Capoa, Centieiro, Choteiro, Fra- sobre um fundo claro; oco. anel Desli-
de, Fradelho, Gasalho, Giriboila, Marifusa, zante ao longo do pé, espesso, duplo em
Pateirinha, Púcara, Pucarinha, Roca, Roclo, forma de polia ou roldana, franjado, es-
Roque, Tortulho. branquiçado por cima, cartilaginoso, liso e
---------------------------------- castanho por baixo.
MORFOLOGIA ----------------------------------
chapéu – jovem Globoso a ovoide (em CARNE
conjunto com o pé assemelha-se a uma Pouco espessa, macia, branca, rosando li-
maceta de bombo. adulto Plano-convexo, geiramente. odor Agradável ligeiramente
com a margem apendiculada e franjada, frutado. sabor Doce a avelãs.
umbonado, com um largo mamelão ob- ----------------------------------
tuso. ESPORADA (COR)
dimensão Até 30 ou mesmo 40 cm Ø. Branca.
cutícula Seca, mate, de cor castanha que ----------------------------------
se rasga de forma concêntrica a partir da ECOLOGIA
margem, formando escamas irregulares Muito frequente em terrenos incultos,
sobre fundo claro, de maior tamanho na campos de culturas herbáceas, clareiras
periferia e que se destacam facilmente, e bordaduras de vegetação arbórea e ar-
mas mantendo-se intacta e lisa na parte bustiva, com preferência por solos ricos
central, cobrindo o mamelão. em húmus, sob folhosas. Sapróbio. Final
lâminas Esbranquiçadas a ligeiramente de verão, outono e primavera.
cremes, livres, separadas do pé por um co- ----------------------------------
lar no qual se unem, apertadas, desiguais, COMESTIBILIDADE
moles. Bom comestível, rejeitando-se o pé que é
pé 15-30 x 1-2 cm, podendo atingir os 40 fibroso e rijo.
cm de altura; rígido, facilmente separável ----------------------------------
do chapéu, cilindráceo, atenuando um DESIGNAÇÃO COMERCIAL
pouco para o topo e dilatado num bolbo Macrolepiota.
basal de 4 a 5 cm de diâmetro; superfície
com um revestimento castanho que se vai
rompendo em faixas transversais, grossei- COMENTÁRIOS
ras na porção inferior e finas e apertadas Ler na página 140
no terço superior, formando um padrão

----------------------------------------------------------------------
COGUMELOS CONFUNDÍVEIS

Macrolepiota Macrolepiota Chlorophyllum Lepiota


phaeodisca prominens rachodes brunneoincarnata
67
Grupo A - Agaricoides com lâminas
Cogumelos com lâminas debaixo do chapéu

Marasmius
oreades (Bolton: Fr.) Fr.

68
GUIA DO COLECTOR DE COGUMELOS

MORFOLOGIA CARNE

Grupo A / Cogumelos com lâminas debaixo do chapéu


chapéu – jovem Semi-esférico a campa- Esbranquiçada, delgada, mais espessa no
nulado. adulto Aplanado com um ma- centro do chapéu, muito fibrosa e coriácea
melão, com a margem fina arredondada, no pé. odor A amêndoa amarga. sabor
ondulada, levemente estriada. Fúngico suave e agradável.
dimensão 3-6 cm Ø. ----------------------------------
cutícula Lisa, não separável, hidrófana. ESPORADA (COR)
cor Em tempo húmido ocre a castanho- Branca.
-clara com tons avermelhados, mais escu- ----------------------------------
ra na parte central e empalidecendo para ECOLOGIA
a margem, tornando-se mais clara até Em terrenos de pastagem e prados húmi-
creme-ocráceo em tempo seco. dos, nas bordas dos caminhos de passa-
lâminas Livres, muito espaçadas, interca- gem do gado, no meio das ervas, quer em
ladas com pequenas lamelas a partir da pequenos grupos, quer em linha, quer em
margem do chapéu, de cor creme esbran- grande número formando círculos. Sapró-
quiçado. bio. Primavera e outono.
pé Até 11 x 0,6 cm; cilíndrico, comprido e ----------------------------------
delgado, de cor próxima da do chapéu, COMESTIBILIDADE
mas mais clara, aveludado, tomentoso e Considerado bom comestível, embora de
branco na base, fibroso, elástico (não se pequenas dimensões.
quebra ao ser torcido). ----------------------------------
DESIGNAÇÃO COMERCIAL
Marásmio-das-oréades.

COMENTÁRIOS
É um bom comestível, muito apreciado, que, apesar de ser de pequenas dimensões, é fácil
de colher em volume apreciável, dado que geralmente ocorre em grande quantidade; os pés
devem ser rejeitados, devido à sua consistência fibrosa. É um dos cogumelos que suporta
bem a secagem para ser guardado e utilizado posteriormente após reidratação.

----------------------------------------------------------------------
COGUMELOS CONFUNDÍVEIS

Marasmius collinus (não comestível), suspeito de ter


provocado intoxicações, cresce nos mesmos locais,
mas é pouco comum; é muito semelhante, mas
distingue-se facilmente por ter lâminas mais finas
e mais apertadas, o pé ser oco e fácil de partir, e ter
odor desagradável e sabor picante.
Marasmius
collinus
69
Grupo A - Agaricoides com lâminas
Cogumelos com lâminas debaixo do chapéu

Omphalotus
olearius (DC.) Gillet

70
GUIA DO COLECTOR DE COGUMELOS

MORFOLOGIA CARNE

Grupo A / Cogumelos com lâminas debaixo do chapéu


chapéu – jovem Hemisférico a convexo. Fibrosa, de tons amarelos. odor e sabor
adulto Deprimido a umbilicado. Não apreciáveis.
dimensão 6-15 cm Ø. ----------------------------------
cutícula Lisa a um pouco escamosa e lu- ESPORADA (COR)
brificada em tempo húmido. Amarelada pálida.
cor Alaranjada a laranja avermelhada ----------------------------------
com tons castanhos. ECOLOGIA
lâminas De cores vivas predominando o Espécie de distribuição tipicamente medi-
amarelo ou alaranjado, muito decorren- terrânica que cresce geralmente em tufos
tes, apertadas ou não, segundo o estado sobre cepos de oliveira ou na base do tron-
do crescimento. co de exemplares velhos, mas também de
pé 5-10 x 0,5-2,5 cm; geralmente excên- sobreiro e carvalhos e mesmo de conífe-
trico ou mesmo lateral, cilindráceo com a ras. Sapróbio. Outono.
base atenuada; da mesma cor do chapéu. ----------------------------------
COMESTIBILIDADE
TÓXICO. Provoca gastrite aguda, com náu-
seas e vómitos muito precoces, sem diar-
reia (período de incubação curto).

----------------------------------------------------------------------
COGUMELOS CONFUNDÍVEIS

Omphalotus illudens (tóxico), muito


semelhante e difícil de distinguir, cresce
sobre cepos de oliveira ou na base do
tronco de exemplares velhos.

Cantharellus Omphalotus
cibarius illudens
71
Grupo A - Agaricoides com lâminas
Cogumelos com lâminas debaixo do chapéu

Pleurotus
eryngii (DC.) Gillet

72
GUIA DO COLECTOR DE COGUMELOS

NOMES VULGARES (POPULARES) CARNE

Grupo A / Cogumelos com lâminas debaixo do chapéu


Cogumelo-do-cardo. Branca e compacta, flexível tanto no cha-
---------------------------------- péu como no pé. odor e sabor Agradá-
MORFOLOGIA veis.
chapéu – jovem Convexo. adulto Plano- ----------------------------------
-convexo e por fim um pouco deprimido ESPORADA (COR)
no centro, com a margem enrolada, um Branca.
pouco escamosa e irregularmente ondu- ----------------------------------
lada. ECOLOGIA
dimensão 4-12 cm Ø. Cresce sobre raízes secas de umbelíferas
cutícula Separável, de aspecto lubrifica- (de plantas mortas do ano anterior), espe-
do e tomentoso, tornando-se fibrilosa a cialmente de cardos como Eryngium cam-
escamosa sobretudo para a periferia. pestre (cardo-corredor), em terrenos cal-
cor Castanho ocráceo a castanho-escuro, cários incultos, isolado ou em pequenos
por vezes com tons violáceos. tufos. Sapróbio, dando a impressão de ser
lâminas Decorrentes, pouco apertadas, terrícola, por o seu substrato serem raízes
desiguais, algumas bifurcadas; a princípio mortas enterradas. Outono e primavera.
brancas, depois cremes a ocráceas na ma- ----------------------------------
turidade. COMESTIBILIDADE
pé 3-7 cm; excêntrico ou lateral, por vezes É um comestível muito bom, considera-
central, cilindráceo ou fusiforme, muito do mesmo superior às outras espécies de
radicante; fibriloso, esbranquiçado, com pleurotos.
muito micélio branco na base. ----------------------------------
DESIGNAÇÃO COMERCIAL
Pleuroto-dos-cardos.

COMENTÁRIOS
Os corpos frutíferos desta espécie apresentam variedade de formas (polimorfismo),
em que por vezes o chapéu é de tamanho muito reduzido em relação ao pé. É um
cogumelo que é também produzido em cultura.

----------------------------------------------------------------------
COGUMELOS CONFUNDÍVEIS
Confusões pouco prováveis, dada a especificidade do substrato.
73
Grupo A - Agaricoides com lâminas
Cogumelos com lâminas debaixo do chapéu

Pleurotus
ostreatus (Jacq.: Fr.) P. Kumm

74
GUIA DO COLECTOR DE COGUMELOS

NOMES VULGARES (POPULARES) CARNE

Grupo A / Cogumelos com lâminas debaixo do chapéu


Repolga. Branca, compacta, pouco espessa excepto
---------------------------------- junto ao pé, macia nos exemplares jovens,
MORFOLOGIA torna-se rapidamente rija e mesmo quase
chapéu Muito excêntrico, convexo, expan- lenhosa no pé. odor Fúngico suave muito
dindo-se em forma de espátula, de con- peculiar. sabor Doce.
cha, ou de leque, com a margem delgada. ----------------------------------
dimensão 5-15 cm, podendo atingir os 30 ESPORADA (COR)
cm de largura. Branca a creme pálido um pouco lilacino.
cutícula Separável, lisa, luzidia com um ----------------------------------
brilho gorduroso. ECOLOGIA
cor Muito variável, em geral castanho Troncos vivos ou mortos e cepos de fo-
acinzentado, muito pálido, mas também lhosas, especialmente olmeiros, faias,
cinzento aço ou cinzento azulado. choupos e salgueiros, em zonas húmidas,
lâminas Creme claro a branco acinzenta- crescendo em grupos cespitosos e imbri-
do, decorrentes, mais ou menos aperta- cados. Sapróbio lenhícola, mas também
das, desiguais, bifurcadas, anastomosadas podendo actuar como parasita. Outono a
perto do pé. inverno.
pé Muito curto, compacto, rijo, coberto com ----------------------------------
pelos brancos, excêntrico a lateral, oblíquo, COMESTIBILIDADE
ou inexistente, inserindo-se então o cha- Bom comestível em jovem.
péu lateral e directamente no substrato. ----------------------------------
DESIGNAÇÃO COMERCIAL
Pleuroto-ostra.

COMENTÁRIOS
É um cogumelo facilmente cultivável em troncos e desperdícios de madeira ou palhas,
ou outros substratos ricos em celulose, dada a sua elevada capacidade celulolítica.

----------------------------------------------------------------------
COGUMELOS CONFUNDÍVEIS

Pleurotus Pleurotus
cornucopiae pulmonarius
75
Grupo A - Agaricoides com lâminas
Cogumelos com lâminas debaixo do chapéu

Russula
cyanoxantha (Schaeff.) Fr.

76
GUIA DO COLECTOR DE COGUMELOS

MORFOLOGIA CARNE

Grupo A / Cogumelos com lâminas debaixo do chapéu


chapéu – jovem Convexo. adulto Aplana- Branca, densa, imutável na cor, facilmente
do e depois um pouco deprimido, margem atacada por larvas. odor e sabor Pouco
encurvada e não estriada. notáveis.
dimensão 5-12 cm Ø. ----------------------------------
cutícula Brilhante, lisa, em geral ligeira- ESPORADA (COR)
mente rugosa radialmente, separável até Branca.
um terço. ----------------------------------
cor Muito variável, violeta lilás ou violeta ECOLOGIA
avermelhado, por vezes mesclado ou com Geralmente sob folhosas, associado a azi-
nuances de verde, cinzento e castanho. nheiras, carvalhos ou faias, geralmente
lâminas Adnadas, brancas, desiguais, pou- em grupos numerosos; mais raramente
co bifurcadas, apertadas e finas, flexíveis sob resinosas. Micorrízico. Finais de verão
ou de consistência elástica, dando a sen- e outono, sendo menos frequente na pri-
sação de gordurosas ou cerosas quando mavera.
se passa com o dedo. ----------------------------------
pé 5-7 x 1-2 cm; cilindráceo, branco, cheio, COMESTIBILIDADE
mas frequentemente invadido por larvas. Muito bom.

COMENTÁRIOS
Russula cyanoxantha é a única rússula descrita neste guia, por as suas características a tor-
narem de identificação relativamente fácil, por ser muito apreciada gastronomicamente
e por ser uma das espécies que aparece em maior abundância. Contudo, dada a variabilida-
de que esta e outras espécies podem apresentar na cor típica do chapéu, pode assemelhar-
-se a outras espécies de Russula, pelo que se deve provar a carne e verificar o característico
tacto gorduroso das lâminas, para evitar confusões com espécies com sabor da carne pican-
te, que, em princípio, são tóxicas, ou não comestíveis, como é o caso de R. sardonia. Porém,
esta “regra” de que são comestíveis as rússulas cuja carne não é picante ou amarga, não
é totalmente válida, pois a carne de R. aeruginea, que é tóxica, é doce.
Com efeito, as rússulas constituem um género do qual se conhecem para cima de 200 es-
pécies, muitas delas comestíveis, mas cuja identificação não é fácil apenas pela caracteriza-
ção morfológica macroscópica e pelo sabor da carne no momento da colheita; em muitos
casos só é possível uma identificação segura com o recurso ao ensaio de reacções químicas
e da observação de caracteres microscópicos, que não são geralmente acessíveis ao vulgar
colector.

----------------------------------------------------------------------
COGUMELOS CONFUNDÍVEIS

Russula Russula Russula


vesca sardonia aeruginea
77
Grupo A - Agaricoides com lâminas
Cogumelos com lâminas debaixo do chapéu

Tricholoma = T. auratum, Gillet.

equestre
= T. flavovirens, S. Lundell

(L.) P. Kumm

78
GUIA DO COLECTOR DE COGUMELOS

NOMES VULGARES (POPULARES) CARNE

Grupo A / Cogumelos com lâminas debaixo do chapéu


Amarelos, Míscaro, Míscaro-amarelo, Tor- De consistência intermédia, branca a
tulho. amarelo-citrino muito pálido no interior e
---------------------------------- amarela próximo da superfície. odor Leve
MORFOLOGIA a farinha ou fúngico. sabor Agradável,
chapéu – jovem Cónico a convexo. adul- lembrando avelãs.
to Aplanado, ligeiramente mamelonado, ----------------------------------
por fim geralmente deprimido; margem ESPORADA (COR)
encurvada, depois direita, por vezes recur- Branca.
vada, flexuosa. ----------------------------------
dimensão 5-12 cm Ø. ECOLOGIA
cutícula Separável, espessa, viscosa, luzi- É uma espécie que tem um amplo espec-
dia em seco. tro ecológico e em que o habitat se reflec-
cor Amarelo enxofre um pouco olivá- te muito na morfologia e na coloração;
ceo ou amarelo ocráceo sobretudo para cresce quase exclusivamente em pinhais,
a margem, mosqueado de castanho ou mas, por vezes, também sob algumas fo-
castanho-avermelhado para o centro, que lhosas. Nos pinhais arenosos do litoral os
também se pode apresentar com uma to- exemplares são geralmente mais robus-
nalidade lisa olivácea mais escura. tos. Micorrízico. Frutifica no outono, em-
lâminas Sinuadas-uncinadas, amarelas, bora também haja registos na primavera.
frágeis, desiguais. ----------------------------------
pé Até 10 x 2 cm; cilindráceo, por vezes um COMESTIBILIDADE
pouco alargado na base, maciço, com a su- Muito bom; é muito apreciado e consu-
perfície lisa, fibrilosa, de cor amarela igual mido, apesar da advertência de que pode
à das lâminas ou mais clara. provocar intoxicações (ver comentários).
A sua comercialização está proibida em
muitos países da União Europeia.
----------------------------------
DESIGNAÇÃO COMERCIAL
Tricoloma-amarelo.

COMENTÁRIOS
Ler na página 140
----------------------------------------------------------------------
COGUMELOS CONFUNDÍVEIS

Tricholoma sulphureum (tóxico),


reconhecível pelo cheiro a gás de
cozinha (cheiro do mercaptano)
e sabor desagradável.

Amanita Tricholoma
phalloides sulphureum
79
Grupo A - Agaricoides com lâminas
Cogumelos com lâminas debaixo do chapéu

Tricholoma
portentosum (Fr.) Quél.

80
GUIA DO COLECTOR DE COGUMELOS

NOMES VULGARES (POPULARES) CARNE

Grupo A / Cogumelos com lâminas debaixo do chapéu


Capuchinha, Capuchinho. Espessa, firme, branca, amarelada junto à
---------------------------------- superfície. odor e sabor Suaves a farinha.
MORFOLOGIA ----------------------------------
chapéu – jovem Semi-esférico a campa- ESPORADA (COR)
nulado. adulto Convexo umbunado e Branca.
ondulado. ----------------------------------
dimensão Até 12 cm Ø. ECOLOGIA
cutícula Separável, viscosa, mesmo gluti- Em matas de coníferas (pinheiros e abe-
nosa em tempo húmido, coberta de fibri- tos), raramente sob folhosas, em solos
las radiais apressas, muito escuras. ácidos, muitas vezes juntamente com Tri-
cor Desde cinzento fuliginoso com tona- choloma equestre. Micorrízico. Espécie um
lidades violáceas até cinzento acastanha- pouco tardia, de outono a inverno.
do. ----------------------------------
lâminas Sinuadas-uncinadas, brancas com COMESTIBILIDADE
reflexos amarelados, não muito aperta- Muito bom a excelente.
das, desiguais. ----------------------------------
pé Até 10 x 2 cm; cilindráceo ou um pouco DESIGNAÇÃO COMERCIAL
dilatado irregularmente, fibriloso acetina- Tricoloma-portentoso.
do, branco, com manchas amareladas na
vetustez.

----------------------------------------------------------------------
COGUMELOS CONFUNDÍVEIS

Tricholoma Tricholoma Tricholoma


gausapatum sciodes virgatum

Distingue-se por Ambos de terrenos de altitude


apresentar restos montanhosa, o primeiro sob faias
do véu parcial nos em solos calcários e o segundo sob
espécimes jovens e coníferas em solos ácidos.
cutícula lanosa 81
Grupo A - Agaricoides com lâminas
Cogumelos com lâminas debaixo do chapéu

Tricholoma
scalpturatum (Fr.) Quél.

82
GUIA DO COLECTOR DE COGUMELOS

MORFOLOGIA CARNE

Grupo A / Cogumelos com lâminas debaixo do chapéu


chapéu – jovem Convexo; adulto. adul- Branca que amarelece com a idade. odor
to Aplanado, pouco mamelonado, com a e sabor Forte a farinha.
margem irregular e enrolada. ----------------------------------
dimensão Até 8 cm Ø. ESPORADA (COR)
cutícula Seca, separável, a princípio fibri- Branca.
losa lanosa rasgando-se depois em esca- ----------------------------------
mas finas de cor cinzento-claro a cinzen- ECOLOGIA
to-fuliginoso ou cinzento-acastanhado, Sob folhosas e coníferas, em terrenos cal-
com tendência a amarelecer. cários. Micorrízico. Outono e primavera.
cor Desde cinzento fuliginoso com tona- ----------------------------------
lidades violáceas até cinzento acastanha- COMESTIBILIDADE
do. Bom, embora de qualidade inferior à de T.
lâminas Brancas, passando a amarelas terreum.
com o envelhecimento, sinuadas-uncina-
das, apertadas, desiguais.
pé Até 6 x 1 cm; cilindráceo, branco com
aspecto ceroso, maciço.

----------------------------------------------------------------------
COGUMELOS CONFUNDÍVEIS

Tricholoma Tricholoma
terreum gausapatum
83
Grupo A - Agaricoides com lâminas
Cogumelos com lâminas debaixo do chapéu

Tricholoma = T. myomyces, (Pers.) J.E. Lange

terreum (Schaeff.) P. Kumm

84
GUIA DO COLECTOR DE COGUMELOS

NOMES VULGARES (POPULARES) CARNE

Grupo A / Cogumelos com lâminas debaixo do chapéu


Cinzentinho, Míscaro-cinzento, Tortulho- Pouco espessa, frágil, branca, acinzen-
-cinzento. tando um pouco. odor Inapreciável (não
---------------------------------- cheira a farinha como os outros tricolo-
MORFOLOGIA mas). sabor Suave e agradável.
chapéu – jovem Cónico. adulto Convexo ----------------------------------
e por fim aplanado com um mamelão ob- ESPORADA (COR)
tuso, com a margem delgada, encurvada, Branca.
excedente, geralmente ondulada. ----------------------------------
dimensão Até 30 ou mesmo 40 cm Ø. ECOLOGIA
cutícula Separável, espessa, seca, felpuda Em pinhais arenosos, ou sob folhosas, em
fibrilosa radialmente. solo calcário, em grupos geralmente nu-
cor Cinzento ocráceo a cinzento rato. merosos. Micorrízico. Outono e princípio
lâminas Sinuadas-uncinadas, um tanto de inverno.
apertadas, desiguais, brancas, por vezes ----------------------------------
acinzentadas para a margem do chapéu. COMESTIBILIDADE
pé 3-8 x 1-1,5 cm; cilindráceo, ligeiramente Bom.
atenuado na base, por vezes um pouco ----------------------------------
curvo, cheio, rijo depois fistuloso, esbran- DESIGNAÇÃO COMERCIAL
quiçado, fibriloso ceroso, pruinoso no Tricoloma-cinzento.
topo.

----------------------------------------------------------------------
COGUMELOS CONFUNDÍVEIS

Tricholoma gausapatum pode-se


distinguir de T. terreum por, nos
exemplares jovens, apresentar sobre
o estipe uma zona anelar alta com
restos acinzentados do véu (cortina)
e ter porte geralmente mais obeso.

Tricholoma Tricholoma
gausapatum sciodes
85
Grupo B - Cantarelos e Craterelos
Cogumelos com pregas por baixo do chapéu

86
GUIA DO COLECTOR DE COGUMELOS

Cantarelos
e Craterelos
Grupo B
Cogumelos com pregas por baixo do chapéu

A família Cantharellaceae,
onde estão incluídas
as diversas espécies de
Cantharellus e Craterellus,
é caracterizada por o himénio,
onde são produzidos os
esporos, e que reveste a parte
inferior do chapéu, não se
dispor em lâminas, mas tomar
a forma de pregas mais ou
menos bem definidas. Com
a contribuição de recentes
estudos taxonómicos,
baseados em caracterização
molecular, algumas das
espécies de Cantharellus
foram reclassificadas,
e incluídas no género
Craterellus.

87
Grupo B - Cantarelos e Craterelos
Cogumelos com pregas por baixo do chapéu

Cantharellus
cibarius Bull.

88
GUIA DO COLECTOR DE COGUMELOS

NOMES VULGARES (POPULARES) CARNE

Grupo B / Cogumelos com pregas por baixo do chapéu


Amarelo, Canários, Cantarelas amarelas, Branca, externamente amarelada, rija,
Cantarelo gema de ovo, Crista de galo, algo fibrosa no pé, com tendência a escu-
Flor, Friso, Girole, Laranjinha, Marelas, Ra- recer na maturidade; dificilmente putres-
pazinhos, Sanchas. cível e atacada por larvas. odor Agrada-
---------------------------------- velmente aromática, com cheiro a frutos,
MORFOLOGIA ameixa ou pêssego seco. sabor Doce, por
chapéu – jovem Convexo. adulto Apla- vezes um pouco amargo ou apimentado,
nado, geralmente deprimido ao centro, a travo que desaparece uma vez cozinhado.
princípio com a margem enrolada, depois ----------------------------------
lobada e ondulada. ESPORADA (COR)
dimensão 2-12 cm Ø. Amarelo alaranjado claro.
cutícula Seca, baça, glabra, lisa ou leve- ----------------------------------
mente enrugada, fácil de separar da carne. ECOLOGIA
cor Amarelo gema de ovo, amarelo es- Em coberto de folhosas (carvalho, cas-
branquiçado ou amarelo alaranjado. tanheiro, bétula, sobreiro e azinheira) e
himénio Na superfície inferior do chapéu, pinhais adultos com vegetação arbusti-
composto por pregas que se unem entre va e herbácea ou terrenos incultos com
si (anastomosadas), estreitas, decorrentes, estevas; solos siliciosos; geralmente em
bifurcadas, semelhantes a lâminas muito grandes grupos. Micorrízico. Primavera e
decorrentes, da mesma cor do chapéu. outono.
pé 2-8 x 0,5-3 cm; maciço, adelgaçando ----------------------------------
para a base, geralmente da mesma cor do COMESTIBILIDADE
chapéu. Muito bom a excelente.
----------------------------------
DESIGNAÇÃO COMERCIAL
Cantarelo.

COMENTÁRIOS
Apresenta muita variabilidade na cor das pregas ou do chapéu e no tamanho. Nos pinhais
e matos surgem habitualmente formas mais pequenas, de cor amarelo-vivo, enquanto nos
montados aparecem as variedades grandes, mais pálidas. Nas Serras do Algarve é a principal
espécie colectada. Relativamente aos confundíveis, Hygrophoropsis aurantiaca, que não
tem interesse como comestível, reconhece-se pelas lâminas bem formadas, todas elas
bifurcadas e pela sua carne mole e esponjosa; a confusão com Omphalotus olearius, que
provoca intoxicações com vómitos e diarreias, é menos provável, pois tem cor avermelhada,
tem lâminas, carne mais rija, um pé fibroso e afilado para a base, e encontra-se normalmente
a crescer sobre as raízes e base dos troncos de oliveiras, geralmente em tufos.

----------------------------------------------------------------------
COGUMELOS CONFUNDÍVEIS

Hygrophoropsis Omphalotus Omphalotus


aurantiaca olearius illudens 89
Grupo B - Cantarelos e Craterelos
Cogumelos com pregas por baixo do chapéu

Craterellus
cornucopioides (L.) Pers.

Cor em tempo húmido

90
GUIA DO COLECTOR DE COGUMELOS

NOMES VULGARES (POPULARES) CARNE

Grupo B / Cogumelos com pregas por baixo do chapéu


Trombeta negra, Trombeta da morte. Acinzentada, delgada, fibrosa, algo carti-
---------------------------------- laginosa, pouco putrescível. odor Cheiro
MORFOLOGIA agradável, levemente frutado a ameixas.
chapéu Em forma de funil estreito ou de sabor Doce, aromático, por vezes algo
trombeta (sem marcada diferença entre adstringente.
chapéu e pé) com a margem do pavilhão ----------------------------------
alargada, enrolada, depois recurvada, on- ESPORADA (COR)
dulada, lobulada ou fendida, apresentan- Branca.
do uma cavidade que se prolonga até à ----------------------------------
base do pé. ECOLOGIA
dimensão 2-12 cm Ø. Preferencialmente sob folhosas, sobreiros,
cutícula Que reveste o pavilhão e a su- azinheiras, castanheiros, carvalhos e faias,
perfície interna, é enrugada, fibrilosa e mas também em povoamentos mistos
com finas escamas sobretudo para a mar- com pinheiros, geralmente em grupos e
gem. muito abundante nos locais onde cresce;
cor Dependendo do grau de humidade, em solos argilosos e calcários. Sapróbio.
negro (em tempo húmido) ou castanho Outono.
fuliginoso escuro (em tempo seco). ----------------------------------
himénio Liso ou levemente enrugado, si- COMESTIBILIDADE
tuado na superfície externa do chapéu e Muito bom; beneficia em aroma e sabor
decorrente sobre o pé, ceroso, baço, de cor com o processo de secagem e reidratação.
cinzento azulado a cinzento esbranquiça- ----------------------------------
do. DESIGNAÇÃO COMERCIAL
pé 4-12 x 0,5-2 cm; pouco distinto do cha- Trombeta-dos-mortos.
péu, cilindráceo, geralmente estreitando
para a base, totalmente oco, encurvado ou
retorcido, enrugado longitudinalmente,
fibriloso, tomentoso na base; de cor negra
ou cinzento acastanhado escuro.

COMENTÁRIOS
Esta espécie é muito fácil de reconhecer, pela sua forma e cor características; não
existe risco de confusão com alguma outra tóxica. Cantharellus cinereus, com
a qual se poderia confundir pelo aspecto e pela coloração, tem o himénio
formado por pregas muito bem definidas.

----------------------------------------------------------------------
COGUMELOS CONFUNDÍVEIS

Cantharellus
cinereus 91
Grupo B - Cantarelos e Craterelos
Cogumelos com pregas por baixo do chapéu

Craterellus = Cantharellus lutescens Fr.

lutescens (Fr.) Fr.

92
GUIA DO COLECTOR DE COGUMELOS

NOMES VULGARES (POPULARES) CARNE

Grupo B / Cogumelos com pregas por baixo do chapéu


Cantarelo-amarelo, Bico-de-cegonha. Amarelada, delgada, fibrosa e elástica; di-
---------------------------------- ficilmente putrescível ou atacada por lar-
MORFOLOGIA vas. odor Cheiro aromático forte a fruta
chapéu – jovem Convexo, umbilicado. (ameixas), misturado com o de pimentão
adulto Depois alargado em forma de ou almiscarado. sabor Doce.
trombeta, infundibuliforme, frequente- ----------------------------------
mente perfurado até ao pé, com a mar- ESPORADA (COR)
gem delgada, enrolada, depois recurvada, Branco-amarelada ou creme.
ondulada e irregularmente recortada ----------------------------------
dimensão 2-7 cm Ø. ECOLOGIA
cutícula Cutícula aderente, seca, baça, Povoamentos densos de pinhal, com mato
enrugada, com escamas fibrilosas mais e solo húmido, preferindo solos calcários,
escuras no centro. geralmente em colónias muito numero-
cor Castanho-acinzentado, castanho-ala- sas. Sapróbio. Outono e primavera.
ranjado ou castanho-amarelado. ----------------------------------
himénio Sob a forma de pregas cobrindo COMESTIBILIDADE
a parte inferior do chapéu, pouco vincadas Muito bom a excelente.
e irregulares, frequentemente quase liso ----------------------------------
decorrente sobre o pé, de cor amarelada DESIGNAÇÃO COMERCIAL
ou alaranjada, por vezes esbranquiçado Bico-de-cegonha.
ou com tons rosados ou salmonados.
pé 4-10 x 0,5-1,5 cm; central, cilíndrico,
adelgaçado para a base, sinuoso, oco, que-
bradiço, estriado longitudinalmente, liso;
amarelo-vivo ou amarelo-dourado, por
vezes com tons salmonados, com a base
tomentosa e esbranquiçada.

COMENTÁRIOS
Para além de ter um bom tempo de conservação em fresco, beneficia em aroma
e sabor com o processo de secagem e reidratação.

----------------------------------------------------------------------
COGUMELOS CONFUNDÍVEIS

Craterellus
tubaeformis 93
Grupo B - Cantarelos e Craterelos
Cogumelos com pregas por baixo do chapéu

Craterellus = Cantharellus tubaeformis Fr.

tubaeformis (Fr.) Quél.

94
GUIA DO COLECTOR DE COGUMELOS

NOMES VULGARES (POPULARES) CARNE

Grupo B / Cogumelos com pregas por baixo do chapéu


Cantarelo pregueado. Branca amarelada, com tendência a es-
---------------------------------- curecer, delgada e elástica. odor Cheiro
MORFOLOGIA fúngico débil, a terra molhada ou bolor.
chapéu – jovem Convexo. adulto Apla- sabor Doce suave.
nado e irregular, finalmente umbilicado ----------------------------------
a infundibuliforme, perfurado até ao pé, ESPORADA (COR)
com a margem delgada, enrolada, depois Creme esbranquiçada.
recurvada, ondulada. ----------------------------------
dimensão 2-6 cm Ø. ECOLOGIA
cutícula Seca, baça, glabra ou finamente Povoamentos densos de pinhal ou de fo-
vilosa, escamosa na maturidade. lhosas, húmidos e sombrios, em locais ri-
cor Castanho-acinzentado a castanho- cos em húmus e com musgos, sem prefe-
-avermelhado, com a margem amarelada. rência pelo tipo de solo, normalmente em
himénio Sob a forma de pregas cobrindo grupos. Sapróbio. Menos frequente que
a parte inferior do chapéu, muito vincadas, Cantharellus lutescens. Outono.
quase parecendo verdadeiras lâminas, se- ----------------------------------
paradas, bifurcadas e anastomosadas, de- COMESTIBILIDADE
correntes. Cor amarelada ou acinzentada, Bom.
esbranquiçadas na maturidade. ----------------------------------
pé 3-8 x 0,5-1 cm; central, cilíndrico, com- DESIGNAÇÃO COMERCIAL
primido, oco, glabro, liso ou estriado lon- Cantarelo-tubo.
gitudinalmente; amarelo-pálido, amarelo-
-vivo ou amarelo-alaranjado, por vezes
com tons cinzento-oliváceos, por fim cin-
zento-acastanhado.

COMENTÁRIOS
Distingue-se de Cantharellus lutescens por este ter as pregas pouco salientes
ou quase inexistentes.

----------------------------------------------------------------------
COGUMELOS CONFUNDÍVEIS

Craterellus
lutescens 95
Grupo C - Boletos
Cogumelos com poros por baixo do chapéu

96
GUIA DO COLECTOR DE COGUMELOS

BoletosGrupo C
Cogumelos com poros por baixo do chapéu

A família Boletaceae, Com carne branca que não azula; pé reticulado


a que pertencem os e sem tons vermelhos, geralmente muito obeso,
boletos, é caracterizada pelo menos nos exemplares jovens; poros
pela existência, na parte inicialmente esbranquiçados ou cremes, que se
tornam ocráceos esverdeados com a idade:
inferior do chapéu, de um
agregado de tubos, que Chapéu quase negro ou castanho muito
constitui o himénio, onde escuro. Boletus aereus
são produzidos os esporos,
e que é facilmente Chapéu castanho-avermelhado, vinoso ou
destacável da carne do acobreado, pé quase concolor, carne vinosa
chapéu. É este conjunto sob a cutícula. Boletus pinophilus
compacto de tubos
dispostos verticalmente Chapéu acastanhado, tendente ao rosado,
de coloração uniforme, seco, mais ou menos
que, com a sua extremidade feltrado, carne branca sob a cutícula. Boletus
aberta, dão o aspecto de reticulatus
uma superfície com poros
na parte inferior do chapéu. Chapéu mais ou menos castanho, de coloração
geralmente mais clara na margem, mais ou
menos viscoso, glabro. Boletus edulis

Com carne amarela, azulando nitidamente mas


não intensamente; poros amarelos tornando-
se esverdeados; pé mais ou menos espesso
vagamente fusiforme, mas não delgado, sem
anel, nem retículo, nem escamas; com aspecto
robusto ou uma consistência pouco frágil.
Boletus badius

97
Grupo C - Boletos
Cogumelos com poros por baixo do chapéu

Boletus
aereus Bull.

98
GUIA DO COLECTOR DE COGUMELOS

NOMES VULGARES (POPULARES) CARNE

Grupo C / Cogumelos com poros por baixo do chapéu


Boleto, Boleto-dos-sobreiros, Chichorro, Compacta, branca e imutável, mesmo
Míscaro, Níscaro, Seto-preto, Tortulho. sob a cutícula. odor Agradável, um pouco
---------------------------------- oleaginoso em tempo seco. sabor Suave
MORFOLOGIA a nozes.
chapéu – jovem Hemisférico. adulto ---------------------------------
Convexo e finalmente aplanado. ESPORADA (COR)
dimensão: 6-25 cm Ø. Castanho oliváceo.
cutícula: Seca e aveludada, viscosa em ----------------------------------
tempo húmido, separável. ECOLOGIA
cor Castanho-escuro, por vezes quase Exclusivamente sob folhosas; montados
negro. de sobro e de azinho; cobertos de folhosas
himénio Poros pequenos, a princípio (carvalhos, castanheiros e faias); com pre-
branco acinzentados, depois amarelos es- ferência por solos calcários. Micorrízico.
verdeados. Termófilo. Primavera e outono.
pé 5-16 x 2-10 cm; maciço, robusto e obeso ----------------------------------
a claviforme em jovem, depois cilíndrico COMESTIBILIDADE
mas mantendo a base bulbosa, de cor Excelente, considerado ainda melhor que
beje a acastanhado, e reticulado com uma Boletus edulis (em jovem, laminado, pode
rede fina, a princípio esbranquiçada, mas ser consumido cru).
que depois se torna da mesma cor do pé. ----------------------------------
DESIGNAÇÃO COMERCIAL
Boleto-dos-sobreiros ou Boleto-bronze.

COMENTÁRIOS
Diferencia-se de outros Boletus pela cor do seu chapéu, com tons mais escuros,
quase negros.

----------------------------------------------------------------------
COGUMELOS CONFUNDÍVEIS

Boletus Boletus Boletus


edulis pinophilus reticulatus
99
Grupo C - Boletos
Cogumelos com poros por baixo do chapéu

Boletus = Xerocomus badius (Fr.) E.-J. Gilbert

badius (Fr.) Fr.

100
GUIA DO COLECTOR DE COGUMELOS

NOMES VULGARES (POPULARES) CARNE

Grupo C / Cogumelos com poros por baixo do chapéu


Boleto, Boleto-dos-sobreiros, Chichorro, Firme, esbranquiçada a amarelada, azu-
Míscaro, Níscaro, Seto-preto, Tortulho. lando ligeiramente no corte. odor Agra-
---------------------------------- dável, mas pouco intenso. sabor Adoci-
MORFOLOGIA cado.
chapéu – jovem Hemisférico. adulto ----------------------------------
Convexo a aplanado. ESPORADA (COR)
dimensão: Até 15 cm Ø. Pardo oliváceo.
cutícula: Não separável, um pouco visco- ----------------------------------
sa em tempo húmido ou mesmo glutino- ECOLOGIA
sa depois de chuva. Cobertos de coníferas, mas também sob
cor De castanha. folhosas (faias e carvalhos), em solos áci-
himénio Poros inicialmente pequenos, dos; embora sendo micorrízico, por vezes
depois mais abertos e angulosos; brancos, cresce sobre cepos de árvores em apodre-
passando rapidamente a amarelos e por cimento. Primavera e outono.
fim oliváceos; azul acinzentados ao toque. ----------------------------------
pé Até 11 x 5 cm; cilindráceo, podendo alar- COMESTIBILIDADE
gar um pouco na base, maciço, fibriloso a Bom comestível, com muito bom sabor,
liso, geralmente mais claro que a cor do embora inferior ao de Boletus edulis.
chapéu. ----------------------------------
DESIGNAÇÃO COMERCIAL
Boleto-baio.

COMENTÁRIOS
Diferencia-se de outros Boletus pela cor do seu chapéu, com tons mais escuros,
quase negros.

----------------------------------------------------------------------
COGUMELOS CONFUNDÍVEIS

Pode ser confundido com Boletus edulis,


do qual se distingue por não ter o pé
reticulado e os seus poros se mancharem
ligeiramente de azul quando
pressionados.

Boletus
edulis
101
Grupo C - Boletos
Cogumelos com poros por baixo do chapéu

Boletus
edulis Bull.

102
GUIA DO COLECTOR DE COGUMELOS

NOMES VULGARES (POPULARES) CARNE

Grupo C / Cogumelos com poros por baixo do chapéu


Boleto, Bolo podre, Cabeçudo, Cepa, Cepe, Espessa, dura quando jovem e depois es-
Cogumelo, Fedorento, Gordo, Míscaro, ponjosa, de cor branca imutável em con-
Moncoso, Níscaro, Níscarro, Pãozinho de tacto com o ar, apenas castanho rosado
centavo, Pé gordo, Tartulho, Tortulho. debaixo da cutícula. odor Agradável. sa-
---------------------------------- bor Doce a noz ou avelã.
MORFOLOGIA ----------------------------------
chapéu – jovem Hemisférico. adulto ESPORADA (COR)
Convexo-aplanado, frequentemente bos- Amarelo-esverdeado a verde azeitona.
selado. ----------------------------------
dimensão 5-25 cm Ø. ECOLOGIA
cutícula Aderente, lisa, rugosa para a Montados de sobro e de azinho, povoa-
margem, ligeiramente viscosa em tempo mentos de coníferas (pinhal) e de folhosas
húmido. (castinçal e carvalhal), terrenos incultos
cor Esbranquiçada no início, evoluindo com estevas; solos geralmente ácidos. Mi-
para vários tons de castanho; a margem corrízico. Outono.
do chapéu tem cor mais clara do que o ----------------------------------
resto. COMESTIBILIDADE
himénio Tubos longos, livres, macios e Excelente (em jovem, laminado, pode ser
esponjosos, separáveis, que terminam em consumido cru).
poros pequenos e redondos, inicialmente ----------------------------------
de cor branca, passando a amarelo esver- DESIGNAÇÃO COMERCIAL
deado ou acastanhado. Boleto-de-bordéus.
pé 4-20 cm x 2-6 cm; robusto, cilindráceo,
longo, bolboso na base e mais estreito na
parte superior; de cor branca no início e
depois com tons acastanhados de avelã;
com um reticulado de cor mais clara, de
malha em relevo, principalmente no terço
superior, que se vai desvanecendo para a
base do pé.

COMENTÁRIOS
Tylopilus felleus (Bull.) P. Karst. (= Boletus felleus), com o qual pode ser confundi-
do, tem poros róseos, brancos no princípio, de carne esbranquiçada, ligeiramente
rosada em contacto com o ar, possui um reticulado grosseiro e largo que chega à
base do pé. A confusão é impossível pelo seu sabor muito amargo, a fel.
----------------------------------------------------------------------
COGUMELOS CONFUNDÍVEIS

Boletus Boletus Boletus Tylopilus


aereus pinophilus reticulatus felleus
103
Grupo C - Boletos
Cogumelos com poros por baixo do chapéu

Boletus = Boletus pinicola

pinophilus
(Vittad.) A. Venturi

Pilát & Dermak

104
GUIA DO COLECTOR DE COGUMELOS

NOMES VULGARES (POPULARES) CARNE

Grupo C / Cogumelos com poros por baixo do chapéu


Boleto, Cogumelo, Míscaro, Níscaro, Seto- Branca, consistente e com sabor doce.
-de-verão, Tortulho. ----------------------------------
---------------------------------- ESPORADA (COR)
MORFOLOGIA Amarelo-esverdeado.
chapéu – jovem Globoso. adulto Conve- ----------------------------------
xo-aplanado. ECOLOGIA
dimensão Até 5-25 cm Ø. Povoamentos de coníferas e mistos (pi-
cutícula Lisa e ligeiramente viscosa com nheiros e carvalhos); solos ácidos. Micorrí-
a chuva. zico. Primavera e outono.
cor Castanho-avermelhado, vinoso ou ----------------------------------
acobreado. COMESTIBILIDADE
himénio Poros inicialmente brancos, de- Excelente (em jovem, laminado, pode ser
pois amarelo-esverdeados. consumido cru).
pé Geralmente obeso, de cor bege carrega- ----------------------------------
do, ornado com um retículo avermelhado, DESIGNAÇÃO COMERCIAL
em relevo. Início e depois com tons acas- Boleto-dos-pinheiros.
tanhados de avelã; com um reticulado de
cor mais clara, de malha em relevo, prin-
cipalmente no terço superior, que se vai
desvanecendo para a base do pé.

COMENTÁRIOS
Tylopilus felleus (Bull.) P. Karst. (= Boletus felleus), com o qual pode ser
confundido, tem poros róseos, brancos no princípio, de carne esbranquiçada,
ligeiramente rosada em contacto com o ar, possui um reticulado grosseiro e largo
que chega à base do pé. A confusão é impossível pelo seu sabor muito amargo,
a fel.

----------------------------------------------------------------------
COGUMELOS CONFUNDÍVEIS

Boletus Tylopilus
aereus felleus
105
Grupo C - Boletos
Cogumelos com poros por baixo do chapéu

Boletus = Boletus aestivalis (Paulet.) Fr.

reticulatus Schaeff.

106
GUIA DO COLECTOR DE COGUMELOS

NOMES VULGARES (POPULARES) CARNE

Grupo C / Cogumelos com poros por baixo do chapéu


Boleto, Míscaro, Níscaro, Tortulho. Branca, espessa e firme, amarelecendo e
---------------------------------- tornando-se mole com o envelhecimento;
MORFOLOGIA é rapidamente atacada por larvas. odor
chapéu – jovem Convexo. adulto Aplana- Agradável. sador Um pouco adocicado.
do com a idade. ----------------------------------
dimensão 5-20 cm Ø. ESPORADA (COR)
cutícula Aveludada, sempre seca, nun- Castanho oliva.
ca viscosa, que, com o tempo seco, pode ----------------------------------
apresentar-se quebrada, com gretas. ECOLOGIA
cor Pode variar entre distintos tons de Encontra-se nos bosques de folhosas, es-
castanho, desde cor de avelã a castanho pecialmente de carvalhos e castanheiros,
acinzentado ou ocráceo; a margem do em diversos tipos de solo. Micorrízico. Ne-
chapéu não tem uma cor muito diferente cessitando de calor e de humidade, desde
do resto, o que o distingue de B. edulis. o mês de maio até ao fim do outono.
himénio Poros muito finos, inicialmente ----------------------------------
brancos a branco acinzentados, que de- COMESTIBILIDADE
pois passam a amarelos ou amarelo es- Excelente (em jovem, laminado, pode ser
verdeados. consumido cru).
pé 8-20 cm x 2-8 cm; ventrudo ou clavifor- ----------------------------------
me, castanho claro, todo coberto por um DESIGNAÇÃO COMERCIAL
reticulado bem definido, de cor mais clara Boleto-reticulado.
que o fundo, só escurecendo com o enve-
lhecimento.

COMENTÁRIOS
Termófilo, gosta de períodos secos e quentes, não frutificando quando chove.
Em relação à espécie confundível Tylopilus felleus, ver comentário em Boletus
edulis.

----------------------------------------------------------------------
COGUMELOS CONFUNDÍVEIS

Tylopilus
felleus
107
Grupo D - Hidnos
Cogumelos com agulhões por baixo do chapéu

108
GUIA DO COLECTOR DE COGUMELOS

Hidnos Grupo D
Cogumelos com agulhões por baixo do chapéu

Este grupo foi constituído


para acomodar duas
espécies de Hydnum,
caracterizadas por
apresentarem agulhões
por baixo do chapéu, uma
característica que permite
a identificação expedita
deste género. Existem
outros cogumelos que
apresentam também aquela
característica morfológica,
como é o caso de Sarcodon
que, taxonomicamente,
pertencem a famílias
distintas, e que poderiam
aqui ser incluídos, mas
que, quer pelas suas
pouco apreciadas ou
inexistentes qualidades de
comestibilidade, não foram
consideradas.

109
Grupo D - Hidnos
Cogumelos com agulhões por baixo do chapéu

Hydnum
repandum L.

110
GUIA DO COLECTOR DE COGUMELOS

NOMES VULGARES (POPULARES) CARNE

Grupo D / Cogumelos com agulhões por baixo do chapéu


Carneirinha, Febra, Gasalho, Língua de Carne espessa, rija, quebradiça, branca,
gato, Lingua de vaca, Pata de borrego, Pata adquirindo tons amarelo alaranjados ao
de cabra, Pata de carneiro, Pé de borrego, corte. odor Leve a flor de laranjeira ou
Pé de carneiro, Raivaca. ligeiramente fúngico. sabor Adocicado
---------------------------------- quando jovem, um pouco acre em adulto.
MORFOLOGIA ----------------------------------
chapéu – jovem Inicialmente convexo e ESPORADA (COR)
com a margem enrolada, algo excedente. Branca.
adulto Convexo com contorno irregular, ----------------------------------
com a margem muito ondulada e por ve- ECOLOGIA
zes lobada, no final deprimido ao centro. No solo, tanto em cobertos de folhosas
dimensão Até 15 cm Ø, mas normalmente como de coníferas, sendo frequente nos
de menores dimensões. diversos povoamentos florestais, princi-
cutícula Seca, macia e aveludada, muito palmente em solos ácidos. Micorrízico.
irregular; cor branco creme a amarelado Outono.
ou ocre pálido. ----------------------------------
cor Castanho-avermelhado, vinoso ou COMESTIBILIDADE
acobreado. Bom comestível. Com bom poder de con-
agulhões (dentículos) Himénio, na su- servação e não atreita ao ataque de larvas,
perfície inferior do chapéu, constituído mantém estabilidade e qualidade duran-
por agulhões mais ou menos decorrentes te algum tempo.
sobre o pé, a princípio em forma de grânu- ----------------------------------
los, depois alongados em forma de agulha DESIGNAÇÃO COMERCIAL
(até 6 mm), frágeis, facilmente separáveis Hidno.
do chapéu, de cor creme esbranquiçado
depois com tons rosados ou alaranjados.
pé Até 6 x 2 cm, robusto, por vezes com
a base alargada, cilindráceo, maciço, de
inserção central ou, por vezes, excêntrico,
pruinoso, de cor branca passando, ao to-
que, para tons ocre.

COMENTÁRIOS
É frequente os corpos frutíferos desta espécie crescerem em grupos que se
dispõem em linha ou em circunferência.

----------------------------------------------------------------------
COGUMELOS CONFUNDÍVEIS
Hydnum rufescens (comestível), que se reco-
nhece pela cor laranja acastanhado do chapéu
e do pé, geralmente com um porte mais pe-
queno; quando Hydnum repandum não apre-
senta os característicos agulhões por baixo do
chapéu, que por qualquer motivo tenham sido
danificados, poderá ser confundido com Can-
tharelus cibarius (comestível).
Hydnum Cantharelus
rufescens cibarius
111
Grupo D - Hidnos
Cogumelos com agulhões por baixo do chapéu

Hydnum = Hydnum repandum

rufescens
var. rufescens (Pers.) Barla

Pers.

112
GUIA DO COLECTOR DE COGUMELOS

NOMES VULGARES (POPULARES) CARNE

Grupo D / Cogumelos com agulhões por baixo do chapéu


Os mesmos que para Hydnum repandum, Carne não muito espessa, quebradiça,
já que popularmente não é feita a distin- branca, adquirindo tons amarelados ao
ção. corte. odor Fraco, agradável. sabor Sua-
---------------------------------- ve a amargo variando com os espécimes
MORFOLOGIA e a idade.
chapéu – jovem A princípio convexo. ----------------------------------
adulto Depois aplanado e irregular, mar- ESPORADA (COR)
gem enrolada flexuosa e lobada. Branca.
dimensão 3-6 cm Ø. ----------------------------------
cutícula Inicialmente aveludada, depois ECOLOGIA
glabra ou levemente rugosa. No solo, tanto em cobertos de folhosas
cor Castanho-avermelhado, vinoso ou como de coníferas, com preferência por
acobreado. solos ácidos; não tão frequente como H.
agulhões (dentículos) Até 5 mm, quebra- repandum, mas abundante nos locais
diços; de cor rosa salmão a laranja acasta- onde aparece. Micorrízico. Outono.
nhado, mais claros do que o chapéu, geral- ----------------------------------
mente não decorrentes sobre pé. COMESTIBILIDADE
pé Cilindráceo, com 2-7 cm x 0,2-1 cm, cen- Bom.
tral ou excêntrico, de cor branca. ----------------------------------
DESIGNAÇÃO COMERCIAL
Hidno-ruivo.

COMENTÁRIOS
É frequente os corpos frutíferos desta espécie crescerem em grupos que se
dispõem em linha ou em circunferência.

----------------------------------------------------------------------
COGUMELOS CONFUNDÍVEIS

Hydnum
repandum
113
Grupo E - Morquelas
Cogumelos com chapéu alveolado

114
GUIA DO COLECTOR DE COGUMELOS

Morquelas
Grupo E
Cogumelos com chapéu alveolado

As morquelas pertencem a uma


divisão taxonómica distinta
daquela a que pertencem todas as
outras espécies com chapéu e pé
(estipitadas) tratadas neste guia.
Pelo facto de os seus esporos serem
produzidos em ascos, são classificadas
como ascomicetos e reunidas
na família Morchellaceae, cuja
característica é a de o seu chapéu ter
o aspecto de favos de uma colmeia.
A camada fértil onde são produzidos
os esporos – o himénio – reveste
o interior dos alvéolos formados
na superfície do chapéu destes
cogumelos.
A distinção entre algumas das
espécies de Morchella não é fácil
e dentro de cada espécie há uma
grande variabilidade no aspecto
apresentado pela estrutura alveolar
do chapéu. Contudo, eventuais
confusões não têm consequências
negativas relativamente à
comestibilidade, pois todas as
morquelas são comestíveis, após a
necessária cozedura. De facto, contêm
enzimas hemolíticas (destruidoras
dos glóbulos vermelhos), mas que são
inactivadas pelo calor, pelo que só
devem ser consumidas cozinhadas.

115
Grupo E - Morquelas
Cogumelos com chapéu alveolado

Morchella = Morchella elata

costata
var. costata (Vent.) Kreisel

(Vent.) Pers.

116
GUIA DO COLECTOR DE COGUMELOS

MORFOLOGIA CARNE

Grupo E / Cogumelos com chapéu alveolado (morqueloides)


chapéu Robusto, oco, de forma ovóide Fina, elástica, esbranquiçada. odor Fúngi-
alongada, estreitando para o topo e liga- co discreto. sabor Doce.
do directamente ao pé sem a presença de ----------------------------------
qualquer sulco; tem o aspecto de favos ESPORADA (COR)
de uma colmeia em que os alvéolos, pro- Creme.
fundos e irregulares, são delimitados por ----------------------------------
divisórias formadas por tabiques verticais ECOLOGIA
paralelos quase rectos, que percorrem Prados, jardins e parques. Sapróbio. Prima-
o chapéu do topo até a base, unidos por vera.
outros tabiques transversais mais ou me- ----------------------------------
nos regulares, de cor mais escura que os COMESTIBILIDADE
alvéolos. Comestível, após cozedura, de qualidade
dimensão 6-15 cm de altura e 4-6 cm Ø. muito boa a excelente, devendo, contudo,
cor Castanho-escuro a castanho acinzen- ser tido em conta a sanidade do habitat
tado. em que cresceu.
pé Mais curto que o chapéu (5 x 2 cm), ----------------------------------
cilíndrico, oco, de cor branca, pruinoso, ge- DESIGNAÇÃO COMERCIAL
ralmente comprimido, curvo ou deforma- Morquela.
do ao crescer entre detritos, com a base
sulcada e alargada.

COMENTÁRIOS
Morchella costata tem a característica por crescer frequentemente em
vazadouros de lixo e de entulho, ou montureiras, e apresentar geralmente
exemplares de grandes dimensões.

----------------------------------------------------------------------
COGUMELOS CONFUNDÍVEIS

Outras Morchella spp. (comestí-


veis); menos provável com Gyro-
mitra esculenta (tóxica/mortal)
– ver esta entrada na ficha de
Morchella esculenta.

Morchella Gyromitra
elata esculenta
117
Grupo E - Morquelas
Cogumelos com chapéu alveolado

Morchella
elata Fr.

118
GUIA DO COLECTOR DE COGUMELOS

NOMES VULGARES (POPULARES) CARNE

Grupo E / Cogumelos com chapéu alveolado (morqueloides)


Pantorra. Branca acinzentada, de espessura média,
---------------------------------- delgada no pé. odor Fraco. sabor Doce.
MORFOLOGIA ----------------------------------
chapéu Oblongo a quase cilíndrico, oco, ESPORADA (COR)
com aspecto de favos de uma colmeia, Creme.
com alvéolos poligonais, delimitados no ----------------------------------
sentido longitudinal por tabiques verti- ECOLOGIA
cais quase lineares. Em diferentes tipos de bosques, em terre-
dimensão Até 10 cm de altura por 6 cm Ø. nos de altitude, onde geralmente crescem
cor Muito variável, de castanho a cinzen- em grupos. Sapróbio. Primavera.
to fuliginoso, às vezes com tons oliváceos. ----------------------------------
pé Até 10 x 3 cm; cilindráceo, oco, branco a COMESTIBILIDADE
ocráceo ao envelhecer, sulcado e coberto Comestível, após cozedura, de qualidade
de escamas muito finas (furfuráceo). muito boa a excelente.
----------------------------------
DESIGNAÇÃO COMERCIAL
Morquela.

----------------------------------------------------------------------
COGUMELOS CONFUNDÍVEIS

Outras Morchella spp. (comestí-


veis); menos provável com Gyro-
mitra esculenta (tóxica/mortal)
– ver esta entrada na ficha de
Morchella esculenta.

Morchella Gyromitra
spp esculenta
119
Grupo E - Morquelas
Cogumelos com chapéu alveolado

Morchella = Morchella rotunda (Pers.) Boud

esculenta
= Morchella conica (Pers.)

(Vent.) Pers.

120
GUIA DO COLECTOR DE COGUMELOS

NOMES VULGARES (POPULARES) CARNE

Grupo E / Cogumelos com chapéu alveolado (morqueloides)


Belfurada, Belfuradinha, Pantorra. Branca, delgada, cartilaginosa. odor Fún-
---------------------------------- gico agradável. sabor Doce suave.
MORFOLOGIA ----------------------------------
chapéu Ovóide-alongado a arredondado, ESPORADA (COR)
oco, com grandes alvéolos irregulares e Creme.
profundos, poligonais ou circulares, deli- ----------------------------------
mitados por bordos constituídos por pre- ECOLOGIA
gas, parecendo os favos de uma colmeia. Povoamentos de folhosas ou mistos, pou-
dimensão Até 10 cm de altura e 6 cm Ø. co densos (bem iluminados), em solos hú-
cor Castanho amarelado a amarelo dou- midos e ricos em húmus, junto a cursos de
rado. água e lagos, prados férteis, sem grande
pé Até 7 x 5 cm; cilindráceo, oco, branco a exigência relativamente ao tipo de solo.
amarelado claro, um pouco curvado; sul- Sapróbio. Primavera.
cado ou estriado, quase sempre pruinoso, ----------------------------------
com escamas muito finas na parte supe- COMESTIBILIDADE
rior. Excelente.
----------------------------------
DESIGNAÇÃO COMERCIAL
Morquela.

COMENTÁRIOS
Morchella esculenta caracteriza-se por ter alvéolos irregulares, sem margens
paralelas entre si, diferentemente de Morchella costata ou Morchella elata.

----------------------------------------------------------------------
COGUMELOS CONFUNDÍVEIS

Gyromitra esculenta (tóxica/mortal), que geralmente aparece mais


cedo e em bosques de coníferas, sobretudo pinhais, distingue-se por
ter um chapéu cerebriforme, sem as depressões alveolares, e o corpo
frutífero não ser totalmente oco como em Morchella.

Gyromitra
esculenta
121
Grupo F - Túberas e falsas túberas
Cogumelos hipógeos tuberiformes

122
GUIA DO COLECTOR DE COGUMELOS

Túberas
e falsas túberas
Grupo F
Cogumelos hipógeos tuberiformes

Foram incluídas neste grupo as Dado que, pelas razões


espécies de cogumelos com corpos apresentadas, não é possível
frutíferos hipógeos tuberiformes, propor uma chave de identificação
que são tradicionalmente simplificada, apenas baseada em
utilizados na alimentação. Trata- características observáveis a olho
se de fungos em que os esporos nu, deverá o colector procurar
são produzidos em ascos que se fazer a identificação dos espécimes
diferenciam no interior de uma colhidos, recorrendo
estrutura compacta, geralmente à caracterização das espécies aqui
de aspecto marmoreado – apresentadas, pela comparação
a gleba – revestida por uma com as imagens, a descrição da
camada protectora externa, mais morfologia e a ecologia própria
ou menos espessa – o perídio. de cada uma delas.
O conjunto inclui espécies,
pertencentes a três géneros
diferentes, algumas delas de difícil
determinação se não se recorrer
a caracteres microscópicos, dada
as semelhanças morfológicas,
o que faz com que sejam colhidas
e consumidas indistintamente
pelas populações. De facto,
muitas vezes, só a observação das
características microscópicas dos
esporos e dos ascos pode levar à
correcta identificação das espécies.

123
Grupo F - Túberas e falsas túberas
Cogumelos hipógeos tuberiformes

Choiromyces
gangliformis Vittad.

124
GUIA DO COLECTOR DE COGUMELOS

NOMES VULGARES (POPULARES) ECOLOGIA

Grupo F / Cogumelos hipógeos tuberiformes (ou tuberoides)


Túbera. Terrenos com estevas (Cistus ladanifer)
---------------------------------- com as quais se encontra em associação
MORFOLOGIA micorrízica. Primavera.
corpo frutífero Hipógeo, subgloboso, ir- ----------------------------------
regular e giboso. COMESTIBILIDADE
dimensão 3-10 cm Ø. Razoável.
perídio Liso, glabro, por vezes gretado, es- ----------------------------------
branquiçado a amarelado ou creme acas- DESIGNAÇÃO COMERCIAL
tanhado. Túbera-das-estevas.
gleba Compacta, inicialmente esbran-
quiçada, passando a creme ou amarelado
pálido, percorrida por numerosos veios
brancos bem evidentes. odor Aromático a
princípio e desagradável quando maduro.

COMENTÁRIOS
Choiromyces meandriformis (tóxico) com o qual pode ser confundido e
que provoca irritações gastrointestinais, encontra-se geralmente associado
a Quercus robur em terrenos ácidos com forte pluviosidade e prefere
solos argilosos, sendo frequente encontrarem-se os seus corpos frutíferos,
parcialmente desenterrados, no outono. O seu cheiro é muito forte e distintivo,
sendo desagradável em exemplares muito maduros.

----------------------------------------------------------------------
COGUMELOS CONFUNDÍVEIS

Choiromyces
meandriformis
125
Grupo F - Túberas e falsas túberas
Cogumelos hipógeos tuberiformes

Terfezia = Terfezia leonis (Tul. & C. Tul.) Tul. & C. Tul.

arenaria (Moris) Trappe

126
GUIA DO COLECTOR DE COGUMELOS

NOMES VULGARES (POPULARES) ECOLOGIA

Grupo F / Cogumelos hipógeos tuberiformes (ou tuberoides)


Alegria de St.ª Luzia, Criadilha, Batata-da- Áreas abertas não cultivadas e de pasta-
-terra, Maravilha, Regota, Renota, Reigota, gens permanentes não aráveis com inten-
Reinota, Túbara, Túbera. sidade, prados permanentes de sequeiro
---------------------------------- e grandes clareiras de povoamentos flo-
MORFOLOGIA restais não mobilizados, com a presença
corpo frutífero Hipógeo, globoso a pi- da planta cistácea Xolanta guttata, com
riforme, irregular, geralmente com uma a qual estabelece associação micorrízica.
pequena protuberância cónica na base, Terrenos ácidos. Primavera.
onde se podem notar restos de cordões ----------------------------------
micelianos de ligação ao substrato. COMESTIBILIDADE
dimensão 3-12 cm Ø. Bom.
perídio Glabro, mais ou menos liso, es- ----------------------------------
branquiçado a princípio, passando a par- DESIGNAÇÃO COMERCIAL
do-rosado ou a pardo-ocráceo, finalmente Terfézia.
escurecendo para castanho.
gleba Compacta, com aspecto marmo-
reado, com nódulos férteis brancos em
exemplares jovens, que com a maturação
passam gradualmente a acinzentados,
acastanhados ou rosados separados por
veios esbranquiçados. odor Leve a batata.
sabor Não-característico.

Aspecto da gleba

COMENTÁRIOS
Habitualmente nos mesmos locais aparecem exemplares de Terfezia
leptoderma, que também é comestível. Muito semelhante, mas normalmente
de menores dimensões, apresenta perídio mais liso e mais fino e uma cor mais
escura, de castanho avermelhado, no final. A gleba é formada por nódulos mais
pequenos e mais escuros, evoluindo estes com a maturação, para castanho
esverdeado.

----------------------------------------------------------------------
COGUMELOS CONFUNDÍVEIS

Terfezia Choiromyces Choiromyces


leptoderma gangliformis meandriformis
127
Grupo F - Túberas e falsas túberas
Cogumelos hipógeos tuberiformes

Terfezia
leptoderma Tul. & C. Tul.

128
GUIA DO COLECTOR DE COGUMELOS

NOMES VULGARES (POPULARES) ECOLOGIA

Grupo F / Cogumelos hipógeos tuberiformes (ou tuberoides)


Criadilha, Túbera, Regota, Renota. Em áreas abertas não cultivadas, ou de
---------------------------------- pastagens permanentes, com estevas,
MORFOLOGIA principalmente com a presença da cistá-
corpo frutífero Hipógeo, subgloboso a cea Xolanta guttata, com as quais estabe-
piriforme, irregular, por vezes elipsoidal, lece associação micorrízica. Esta espécie,
geralmente com uma pequena saliência embora mais precoce e a crescer em solos
cónica a mamiforme na base de ligação mais densos, é parecida e cresce nos mes-
ao substrato. mos locais que Terfezia arenaria e Choi-
dimensão 3-8 cm Ø. romyces gangliformis também comestí-
perídio A princípio esbranquiçado ou ro- veis. Final de inverno, primavera.
sado, passando com o amadurecimento a ----------------------------------
acastanhado com manchas castanho es- COMESTIBILIDADE
curas, liso, geralmente gretado nos exem- Razoável.
plares mais maduros, glabro ou com uma ----------------------------------
ligeira pubescência fugaz, só visível à lupa. DESIGNAÇÃO COMERCIAL
gleba Compacta de aspecto marmoreado, Terfézia leptoderma (de pele fina).
cor castanho esverdeado. odor e sabor
suaves nos exemplares jovens, mas forte
e putrefacto após a maturação.

Aspecto da gleba

----------------------------------------------------------------------
COGUMELOS CONFUNDÍVEIS

Terfezia Choiromyces Choiromyces


arenaria gangliformis meandriformis
129
Grupo F - Túberas e falsas túberas
Cogumelos hipógeos tuberiformes

Tuber
oligospermum (Tul. & C. Tul.) Trappe

130
GUIA DO COLECTOR DE COGUMELOS

NOMES VULGARES (POPULARES) ECOLOGIA

Grupo F / Cogumelos hipógeos tuberiformes (ou tuberoides)


Túbera. Matas de pinheiro manso (Pinus pinea) e
---------------------------------- vegetação arbustiva com estevas (Cistus
MORFOLOGIA ladanifer), com os quais estabelece asso-
corpo frutífero Hipógeo, globoso, irre- ciações micorrízicas, frutificando em coló-
gular, geralmente muito giboso. nias de numerosos exemplares. Em solos
dimensão 3 a 7 cm Ø. arenosos alcalinos. Primavera.
perídio Espesso, glabro, branco amarela- ----------------------------------
do a ligeiramente acastanhado. COMESTIBILIDADE
gleba Compacta, inicialmente esbran- Razoável.
quiçada, depois parda acinzentada com ----------------------------------
a maturação, percorrida por veios estéreis DESIGNAÇÃO COMERCIAL
brancos que se dispõem radialmente a Túbera-gibosa.
partir do centro. odor Agradável em jo-
vem e espermático quando madura.

----------------------------------------------------------------------
COGUMELOS CONFUNDÍVEIS

Choiromyces
gangliformis
131
GUIA DO COLECTOR DE COGUMELOS

Glossário
GLOSSÁRIO

Agulhão – Elemento, em forma de substrato; muitas vezes é erradamente


pequena agulha na parte inferior do também designado por rizomorfo.
chapéu de determinados grupos de co-
gumelos, que é revestido pelas células Corpo frutífero – Estrutura diferencia-
produtoras dos esporos. da para a produção de esporos, a que
corresponde a designação vulgar de
Anel – Resto de véu parcial que, depois cogumelo; o mesmo que carpóforo ou
da sua ruptura, nalgumas espécies de esporóforo.
cogumelos, fica aderido ao pé (fig. 1 e 2).
Crenado – Diz-se de uma margem
Anel de fadas – Conjunto de cogumelos (chapéu ou anel) entalhada que passa
que crescem formando uma popula- a apresentar dentes não agudos.
ção que se dispõe em círculo, também
conhecido por roda de bruxas. Cutícula – Camada externa ou película
que cobre a superfície externa do
Carne – Em micologia, designa toda a chapéu dos cogumelos.
parte compacta do corpo frutífero.
Decorrente – Diz-se das lâminas e dos
Carpóforo – O mesmo que corpo tubos que, aderindo ao pé, por ele se
frutífero. prolongam.

Cespitoso – Que se apresenta a crescer Ecossistema – Conjunto formado por


em tufo denso. todas as comunidades que vivem e
interagem em determinada região e
Cogumelos silvestres – Cogumelos que pelos factores abióticos que actuam
frutificam em ambientes naturais, sobre essas comunidades.
nomeadamente espaços florestais e
agrícolas, prados, incultos e outros. Escama – Pequeno fragmento que se
encontra sobre o chapéu ou pé, resul-
Concolor – Da mesma cor. tante do véu universal ou de pequenas
porções da cutícula que se levantam.
Coníferas – Plantas arbóreas ou
arbustivas que se caracterizam por Escrobiculado – Que tem escrobículos.
possuírem, na maioria dos casos, folhas
geralmente persistentes em forma de Escrobículo – Depressão pequena e
agulhas e frutos em forma de cone. rasa ou cavidade superficial redonda;
fosseta.
Coprófilo – Que tem apetência ou
cresce sobre excrementos. Espécime – Exemplar de uma espécie.

Cordão miceliano – Micélio compacto Esporada – Impressão dos esporos dei-


que forma um cordão, presente na base xada numa superfície; serve também
de alguns esporóforos, como se fosse para determinar a cor dos esporos em
uma pequena raiz e que se prolonga no massa.

134
GUIA DO COLECTOR DE COGUMELOS

Esporo – Elemento especializado para a Fugaz – Que desaparece facilmente;


propagação dos fungos, capaz de resis- que é transitório.
tir às condições adversas e de germinar
em meio favorável. Fungo – Organismo vivo eucariótico
(células com núcleo delimitado por
Esporóforo – O mesmo que corpo membrana), tipicamente miceliano,
frutífero. heterotrófico (sem clorofila), com nu-
trição por absorção e com reprodução
Estriado – Que possui estrias normal- por esporos.
mente sem relevo.
Furfuráceo – Coberto por pequenas
Excêntrico – Relativo ao pé que não é escamas muito finas.
central em relação ao chapéu.
Glabra – Sem pêlos ou qualquer
Fibriloso – Diz-se da superfície do pilosidade.
chapéu ou do pé, quando coberta ou
constituída por fibras curtas e frouxas Gleba – Parte interna do corpo frutífero
(como o chapéu de Amanita phalloi- de determinado grupo de fungos, cons-
des). tituída por uma massa de hifas onde
são produzidos os esporos, revestida
Fistuloso – Diz-se em relação ao pé, por um perídio.
quando é escavado interiormente em
toda a sua extensão. Gregário – Que cresce em grupos.

Floco – Pequena partícula ou pequeno Habitat – Local onde vive naturalmente


fragmento do véu universal, que desa- uma ou mais espécies; conjunto das
parece facilmente. características do meio ambiente de
um lugar onde vive um ser vivo ou uma
Flocoso – Coberto de pequenos flocos população.
ou pelos que se assemelham à lã;
lanoso. Hidrófano – Que se torna translúcido
ou com aspecto gelificado em tempo
Floculoso – Delicadamente ou ligeira- húmido ou com a água.
mente cotonoso.
Hifas – Células dos fungos, geralmente
Folhosas – Plantas arbóreas ou arbusti- alongadas em forma de filamento, que
vas que se caracterizam principalmen- crescem a partir da germinação dos es-
te por possuírem folhas geralmente poros e que, no seu conjunto, formam
planas e largas e frutos com sementes o micélio; são o elemento estrutural
envolvidas por uma casca (p. ex. carva- constitutivo dos corpos frutíferos dos
lhos, castanheiros, faias). fungos.

Friável – Que se parte ou desfaz facil- Himénio – Porção do cogumelo onde


mente. se situam as células produtoras dos
esporos.
135
GLOSSÁRIO

Hipógeo – Diz-se dos corpos frutíferos num substrato donde retira os nutrien-
que crescem e permanecem abaixo da tes por absorção, e a partir da qual se
superfície do solo, mesmo depois de diferenciam os corpos frutíferos.
maduros.
Micobiota – Conjunto dos fungos pre-
Húmus – Matéria orgânica depositada sentes num determinado espaço.
no solo resultante da decomposição de
animais e vegetais. Micorrízico – Que vive em associação
simbiótica mutualista com as raízes
Imutável – Relativo à cor da carne que das plantas.
não se altera ao toque ou na superfície
do corte. Montado – Ecossistema criado pelo Ho-
mem essencialmente constituído por
Lamela – Como uma lâmina mas mais sobreiros e/ou azinheiras e destinado
pequena. principalmente à exploração de cortiça
ou fruto e à pastorícia.
Lamelula – Como uma lamela mas
mais pequena. Perídio – Invólucro ou membrana que
envolve a gleba (estrutura produtora
Lâmina – Elemento do corpo frutífero, de esporos) presente num determina-
situado por baixo do chapéu, na super- do grupo de cogumelos, que apresenta
fície da qual estão as células produto- geralmnte uma forma esférica ou
ras de esporos. subesférica.

Látex – Substância leitosa exsudada Piriforme – Com forma de pêra.


por alguns cogumelos.
Poro – Extremidade livre dos tubos
Leite – O mesmo que látex. que constituem o himénio situado por
baixo do chapéu nalguns cogumelos
Lenhícola – Que cresce sobre a madeira. (fig.2).

Mamelão – Elevação no centro do cha- Radial – Disposto como raios de uma


péu semelhante a um mamilo. roda, ou expandindo-se circularmente
a partir de um ponto central.
Mamelonado – Diz-se do chapéu que
tem um mamelão central. Resinosas – Designação para árvores
secretoras de substância resinosa, por
Manta morta – A parte superficial do exemplo abetos, pinheiros, ciprestes e
solo formada por folhas e ramos, restos cedros.
de vegetais e animais.
Reticulado – Que tem uma ornamenta-
Micélio – Estrutura vegetativa dos fun- ção que faz lembrar uma rede.
gos, constituída por hifas, que cresce

136
GUIA DO COLECTOR DE COGUMELOS

Sapróbio – Que vive em saprobiose; revestidos pelas células produtoras de


que se nutre de matéria orgânica em esporos (fig.2).
decomposição.
Véu parcial – (ou véu interno) Estrutura
Saprobiose – Modo de obtenção de membranosa delicada que cobre as
nutrientes por utilização de matéria lâminas e as protege antes da matura-
orgânica morta. ção do esporóforo; nalgumas espécies
de cogumelos dá origem ao anel ou
Senescente – Que apresenta senescên- à cortina, podendo também deixar
cia, envelhecimento. vestígios no rebordo da margem do
chapéu (fig.1 e 2).
Simbiose – Associação de dois seres
vivos de espécies diferentes, vivendo Véu universal – (ou véu geral) Estru-
conjuntamente quer numa relação tura membranosa que envolve todo
vantajosa recíproca – simbiose mutua- o esporóforo nas primeiras fases de
lista – como é o caso das micorrizas, ou crescimento; nalgumas espécies de
em que apenas um beneficia prejudi- cogumelos dá origem à volva, podendo
cando o outro – simbiose antagonista também deixar vestígios na superfície
– como é o caso dos parasitas. do chapéu (fig.1 e 2).

Simbiótico – Ser vivo que vive em Viscoso – Lubrificado, pegajoso, gluti-


simbiose. noso.

Substrato – Suporte onde um organis- Volva – Porção do véu universal que


mo cresce e se desenvolve. fica a envolver a parte basal do pé
nalgumas espécies de cogumelos;
Sulcado – Com estrias ou sulcos pro- pode ser resistente e membranosa,
fundos. permanecendo como um saco, ou frágil
e fugaz, deixando apenas vestígios
Termófilo – Que vive ou gosta de luga- flocosos (fig.1 e 2).
res quentes.

Terrícola – Que cresce na terra.

Tomento – Pêlo muito curto.

Tomentoso – Que tem tomento.

Tubos – Elementos da estrutura de


uma camada situada por baixo do
chapéu de alguns cogumelos (por
exemplo, Boletus), abrindo para o exte-
rior por poros e que interiormente são

137
GUIA DO COLECTOR DE COGUMELOS

Anexo
Índice remissivo
Comentários (continuação)
ÍNDICE DAS ESPÉCIES CONSTANTES NAS FICHAS (incluíndo a sinonímia)
Para as espécies que têm ficha de descrição,
a indicação do número da página está realçado a negrito

Agaricus arvensis | 24, 39, 51, 53 Lactarius vinosus | 58


Agaricus bresadolanus | 25, 26, 29, 33 Lactarius zonarius | 59, 61
Agaricus campestris | 28, 39, 51, 53 Lepiota brunneoincarnata | 65
Agaricus campestris var. radicatus | 26 Lepista nuda | 62
Agaricus haemorrhoidarius | 30 Lepista personata | 63
Agaricus langei | 31 Lepista sordida | 63
Agaricus lanipes | 31 Leucocoprinus rachodes | 54
Agaricus romagnesii | 26 Macrolepiota excoriata | 55
Agaricus sylvaticus | 27, 30 Macrolepiota phaeodisca | 65
Agaricus sylvicola | 32, 35 Macrolepiota procera | 55, 64
Agaricus xanthodermus | 25, 29, 33, 34 Macrolepiota prominens | 65
Agrocybe aegerita | 36 Macrolepiota rachodes | 54
Agrocybe cylindracea | 36 Macrolepiota venenata | 54
Amanita boudieri | 38, 43, 49 Marasmius collinus | 67
Amanita caesarea | 40, 45 Marasmius oreades | 66
Amanita curtipes | 39, 42, 49, 51, 53 Morchella conica | 118
Amanita muscaria | 41, 44 Morchella costata | 114
Amanita phalloides | 25, 29, 33, 43, 46, 49, 77 Morchella elata | 115, 116
Amanita ponderosa | 39, 43, 48, 51, 53 Morchella elata var. costata | 114
Amanita verna | 43, 49, 50 Morchella esculenta | 118
Amanita virosa | 25, 29, 33, 52 Morchella rotunda | 118
Boletus aereus | 96, 101, 103 Omphalotus illudens | 69, 87
Boletus aestivalis | 104 Omphalotus olearius | 68, 87
Boletus badius | 98 Pleurotus cornucopiae | 73
Boletus edulis | 97, 99, 100 Pleurotus eryngii | 70
Boletus pinicola | 102 Pleurotus ostreatus | 72
Boletus pinophilus | 97, 101, 102 Pleurotus pulmonarius | 73
Boletus reticulatus | 97, 101, 104 Russula cyanoxantha | 74
Cantharellus cibarius | 69, 86, 109 Russula aeruginea | 75
Cantharellus cinereus | 89 Russula sardonia | 75
Cantharellus lutescens | 90 Russula vesca | 75
Cantharellus tubaeformis | 92 Terfezia arenaria | 124, 127
Chlorophyllum rachodes | 54, 65 Terfezia leonis | 124
Choiromyces gangliformis | 122, 125, 127, 129 Terfezia leptoderma | 125, 126
Choiromyces meandriformis | 123, 125, 127 Tricholoma auratum | 76
Cortinarius treganus | 63 Tricholoma equestre | 47, 76
Craterellus cornucopioides | 88 Tricholoma flavovirens | 76
Craterellus lutescens | 90, 93 Tricholoma gausapatum | 79, 81, 83
Craterellus tubaeformis | 91, 92 Tricholoma myomyces | 82
Gyromitra esculenta | 115, 117, 119 Tricholoma portentosum | 78
Hydnum repandum | 108, 111 Tricholoma scalpturatum | 80
Hydnum rufescens | 109, 110 Tricholoma sciodes | 79, 83
Hygrophoropsis aurantiaca | 87 Tricholoma sulphureum | 77
Lactarius chrysorrheus | 59, 60, 61 Tricholoma terreum | 81, 82
Lactarius deliciosus | 56, 59, 61 Tricholoma virgatum | 79
Lactarius deterrimus | 59, 61 Tuber oligospermum | 128
Lactarius salmonicolor | 59, 61 Tylopilus felleus | 101, 103, 105
Lactarius sanguifluus | 58, 61 Xerocomus badius | 98
Lactarius semisanguifluus | 59, 60

140
LISTAGEM DOS NOMES CIENTÍFICOS DAS ESPÉCIES TRATADAS
ORDENADAS PELO EPÍTETO ESPECÍFICO

aegerita Agrocybe meandriformis Choiromyces


aereus Boletus muscaria Amanita
aeruginea Russula myomyces Tricholoma
aestivalis Boletus nuda Lepista
arenaria Terfezia olearius Omphalotus
arvensis Agaricus oligospermum Tuber
aurantiaca Hygrophoropsis oreades Marasmius
auratum Tricholoma ostreatus Pleurotus
badius Boletus personata Lepista
badius Xerocomus phaeodisca Macrolepiota
boudieri Amanita phalloides Amanita
bresadolanus Agaricus pinicola Boletus
brunneoincarnata Lepiota pinophilus Boletus
caesarea Amanita ponderosa Amanita
campestris var. radicatus Agaricus portentosum Tricholoma
campestris Agaricus procera Macrolepiota
chrysorrheus Lactarius prominens Macrolepiota
cibarius Cantharellus pulmonarius Pleurotus
cinereus Cantharellus rachodes Chlorophyllum
collinus Marasmius rachodes Leucocoprinus
conica Morchella rachodes Macrolepiota
cornucopiae Pleurotus repandum Hydnum
cornucopioides Craterellus reticulatus Boletus
costata Morchella romagnesii Agaricus
curtipes Amanita rotunda Morchella
cyanoxantha Russula rufescens Hydnum
cylindracea Agrocybe salmonicolor Lactarius
deliciosus Lactarius sanguifluus Lactarius
deterrimus Lactarius sardonia Russula
edulis Boletus scalpturatum Tricholoma
elata var. costata Morchella sciodes Tricholoma
elata Morchella semisanguifluus Lactarius
equestre Tricholoma sordida Lepista
eryngii Pleurotus sulphureum Tricholoma
esculenta Gyromitra sylvaticus Agaricus
esculenta Morchella sylvicola Agaricus
excoriata Macrolepiota terreum Tricholoma
felleus Tylopilus traganus Cortinarius
flavovirens Tricholoma tubaeformis Cantharellus
gangliformis Choiromyces tubaeformis Craterellus
gausapatum Tricholoma venenata Macrolepiota
haemorrhoidarius Agaricus verna Amanita
illudens Omphalotus vesca Russula
langei Agaricus vinosus Lactarius
lanipes Agaricus virgatum Tricholoma
leonis Terfezia virosa Amanita
leptoderma Terfezia xanthodermus Agaricus
lutescens Cantharellus zonarius Lactarius
lutescens Craterellus

141
COMENTÁRIOS (CONTINUAÇÃO)

Lepista nuda Continuação da pág.63

COMENTÁRIOS
A distinção relativamente às espécies confundíveis faz-se por Lepista personata (=L.
saeva), que também é comestível, em geral só o pé ter cor violeta e ser mais frequente
em prados e terrenos de pastagem; em relação às espécies tóxicas, Lepista sordida,
geralmente de dimensões menores e de cor mais pálida, tem cheiro a mofo e sabor
amargo e Cortinarius traganus, geralmente sob coníferas e mais de altitude, facilmente
se distingue pela presença de restos do véu pendentes da margem do chapéu e sobre o
pé, cobertos de esporos de cor castanho ferruginoso, e pelo seu odor intenso a acetileno e
sabor desagradável.

Macrolepiota procera Continuação da pág.65

COMENTÁRIOS
Consultar a descrição de Chlorophyllum rachodes (tóxico) que é uma espécie que pode
muito facilmente ser confundida com M. procera, mas cuja altura geralmente não
ultrapassa os 10 cm. Ter também em atenção que o género Lepiota compreende espécies
que parecem pequenos exemplares de Macrolepiota spp. mas cuja altura não ultrapassa
os 6 cm. Assim, por norma, nunca devem colher-se espécimes de altura inferior a 10 cm
como sendo de M. procera, sob o risco de se tratarem de Lepiota spp. (do grupo Lepiota
helveola) algumas das quais são tóxicas ou mesmo mortais, como é o caso de Lepiota
brunneoincarnata.

Tricholoma equestre Continuação da pág.77

COMENTÁRIOS
É grande a variabilidade morfológica que esta espécie apresenta, e disso testemunha
a sua sinonímia actual que passou a englobar as espécies Tricholoma auratum e T.
flavovirens, cuja distinção se baseava essencialmente em caracteres morfológicos; de
facto, a tendência actual, suportada por caracterização molecular, é considerar uma
única espécie sob a designação de Tricholoma equestre, não sendo válidas as razões
que levaram ao reconhecimento daquelas outras duas espécies, tratando-se apenas
de variantes morfológicas sem validade para constituírem uma entidade taxonómica
independente.
Relativamente à comestibilidade deste cogumelo, é de referir que, após o registo em
França, entre os anos 1992 e 2000, de 12 casos de intoxicação, três deles mortais, com
degeneração do tecido muscular estriado (rabdomiólise), devido à ingestão de grandes
quantidades de T. equestre em três dias consecutivos, foi proibida a sua comercialização
em vários países da Europa. Sendo tradicionalmente consumido em Portugal, nunca foi
registado qualquer caso de intoxicação provocada por este cogumelo.

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Notas pessoais

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Notas pessoais

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Notas pessoais

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Notas pessoais

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