Este documento explica porque não se deve assobiar de acordo com as tradições religiosas. Assobiar é considerado uma forma de provocar Elégbára, o orixá dono dos assobios, que pode atrair entidades perigosas para dentro de casas ou locais. Apenas Òsányín tem permissão para assobiar por pertencer à família de Elégbára, embora não seja o próprio Elégbára.
Este documento explica porque não se deve assobiar de acordo com as tradições religiosas. Assobiar é considerado uma forma de provocar Elégbára, o orixá dono dos assobios, que pode atrair entidades perigosas para dentro de casas ou locais. Apenas Òsányín tem permissão para assobiar por pertencer à família de Elégbára, embora não seja o próprio Elégbára.
Este documento explica porque não se deve assobiar de acordo com as tradições religiosas. Assobiar é considerado uma forma de provocar Elégbára, o orixá dono dos assobios, que pode atrair entidades perigosas para dentro de casas ou locais. Apenas Òsányín tem permissão para assobiar por pertencer à família de Elégbára, embora não seja o próprio Elégbára.
Em meus aprendizados, dos quais recebi de meus mais velhos, sempre
soube que as pessoas iniciadas não deviam assoviar, independente de estarem dentro ou fora de uma “casa-de-santo”. No Terreiro do qual sou dirigente é proibido assoviar e em algum momento ou outro, sempre aparece alguém com o habito de “assoviar como um passarinho” e eu sempre digo: “olhe ! não se acostume a assoviar, que isso não presta e um dia você vai passar por maus momentos” “Fulano ! Engole o apito” “Ciclano ! Você está chamando quem ?” “Beltrano ! Aquele a quem você chama vai lhe pregar uma peça das piores.” e a única resposta que ouço é o tradicional: - “Ago Baba” e mais nada ! Resmungo algumas palavras em Nagô e todos pensam que estou aborrecido com os assovios; mas não é só isto, o que me incomoda é o de não perguntar “o porque dos porquês” e isto chega a me dar “gastura” , pois é assim que se aprende “perguntando”, já que a tradição reza que somente responda aquilo que lhe perguntarem. Então finalmente Baba Olófin estava ao meu lado e uma ìyáwò perguntou: “Baba ! Porque não pode assoviar dentro da Roça ?” Minha alegria foi tamanha que logo chamei a Roça toda: “Meu povo ! Venham ver a pergunta desta ìyáwò, àbúrò de todos vocês.” Sentou-se todos a minha frente, então comecei explicar o seguinte: ...é uma recomendação que os velhos não se esqueciam de fazer-nos, porque “Elégbára é o Dono do Assovio” e assoviar é provocá-lo. Seus assovios intempestivos e penetrantes de tal maneira que assustam os velho, que estes não se atrevem jamais a assoviar, de medo que Elégbára responda. É ele quem assovia nas paragens desertas e nas casas abandonadas; como se sabe, a noite é o domínio de “entidades” de todos os tipos; mas, durante o dia há horas perigosas que convém levar em conta: o meio-dia e as seis da tarde, quando vagam algumas “entidades” durante alguns momentos e nestes horários Elégbára abandona as portas, e as casa ficam sem defesa, se assoviarem durante este período, qualquer um dos Elégbára entrará na casa... Esta é a razão pela qual se verte água na porta da rua e ninguém deve entrar ou sair de uma casa nestes horários... A meia-noite a pior de todas as horas, já transitam Egun, Èsù e Àjé com toda liberdade, então em hipótese aluma assovie sobre tudo em altas horas da noite... Elégbára está difundido por todas as partes “é uma rede numerosa”, todos se comunicam entre si, se enganam mutuamente – “o Elégbára da porta, quando recebe a oferenda de um animal destinado somente a ele, dá um jeito de afastar o Elégbára da esquina” - ou se solidarizam uns com os outros por vingança. O que guarda a porta confabula com o da esquina, o da esquina com o dos quatro caminhos, o dos quatro caminhos com o da floresta e assim sucessivamente... desta forma é necessário que o da porta esteja satisfeito, “que seja ofertado antes de todos” conforme dispôs Olófin, segundo certas versões de Ifà e de acordo com outras, para que não atrapalhe a trajetória normal da vida e para que este Elégbára não assovie para o Elégbára da esquina, o encrenqueiro e revoltado, o qual, por sua vez, não assoviará para o Elégbára dos quatro caminhos e este, para o Elégbára da Floresta e assim por diante... Se o da porta assoviar e se eles acudirem a seu chamado, todos se introduzirão numa casa e nela ocorrerá alguma tragédia lamentável. “Para aquele que assovia, todos Elégbára entende que lhe estão chamando para adentrar a casa e a pessoa padece as conseqüências... É essencial contentar Elégbára e não provoca-lo com assovios ou com qualquer outro tabu... Emboscados em cada caminho, dispões de nossa vida em todos os momentos, pode jogar com ela como bem entender. Dono das chaves que “abrem e fecham os caminhos e portas”, do Alem e da Terra, aos Deuses e Mortais... e as abre e fecha à sorte e à desgraça, segundo seus caprichos... embora pequeno, temos de considerar Elégbára, sem discussão, o mais temível do Òrìsà... Então para minha felicidade... eis que surge uma nova pergunta: Baba ! Então porque Òsányín assovia ? Este direito lhe é concedido porque Òsányín pertence a família de Elégbára, embora parente não é de forma alguma um “caminho de Èsù” e sim uma Divindade totalmente distinta, assim como Ale “o inventor do aguardente” também pertence a esta família, mas não é Èsù... se por um descuido você assoviar na mata se apresentarão Òsányín e seu Elégbára denominado de Ijelú e a eles você deverá prestar conta do chamado... deixe esta prática de assoviar na floresta para os caçadores, pesquisadores e admiradores de pássaros silvestres.