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LÍNGUA, LITERATURA E CULTURA


Publicada em 20/06/2008

Estes três elementos estão intimamente relacionados: assim


como língua e literatura expressam a cultura de determinado
povo, constituem também sua própria substância, carregando
seus traços essenciais e acompanhando a sua transformação
ao longo do tempo.

A LÍNGUA E SUA DINÂMICA

A língua é um dos instrumentos fundamentais para o relacionamento entre as pessoas na sociedade.


Ela é formada por um código de palavras e leis combinatórias que possibilitam a compreensão do
sentido da mensagem a ser transmitida.

Na condição de uma das maiores expressões da cultura de um povo, a língua não se encerra como
um todo homogêneo. De acordo com as condições sociais, culturais, regionais e históricas em que é
utilizada, uma língua pode apresentar inúmeras variantes, que, ao passo que se adequam à realidade
em que surgiram e que cumprem a função essencial de comunicar, podem ser consideradas corretas,
mesmo quando destoam da língua padrão.

A dinâmica da língua é marcada pela tensão entre o padrão lingüístico, que conserva as normas
ortográficas condizentes com a norma culta, e as inovações relacionada às trocas culturais entre os
povos e à própria adequação interna aos diversos grupos sociais existentes.

LITERATURA E CULTURA

A expressão literária tem a palavra como ferramenta fundamental de trabalho e, assim como a língua
de que se utiliza, também é um instrumento que serve à comunicação e à interação social,
transmitindo a cultura da comunidade em que se origina. Assim, a literatura figura como expressão
das idéias e sentimentos de uma sociedade e, como tal, registra as nuances de cada momento
histórico e do processo de formação de cada cultura.

O surgimento da literatura brasileira foi marcado pela forte influência do Barroco português,
desenvolvendo-se posteriormente com autores tanto portugueses quanto brasileiros. O apogeu do
movimento se deu com a irreverente poesia do baiano Gregório de Matos e a prosa do orador
português Padre Antônio Vieira. Na escultura o principal expoente no Brasil foi Aleijadinho, cujas
obras, assim como toda a produção barroca, marcaram profundamente a história da cultura brasileira.

Aos poucos, a literatura nacional foi tomando forma e assumindo as suas potencialidades,
perpassando pelo Arcadismo, Romantismo, Realismo, Naturalismo, Parnasianismo, Simbolismo,
Pré-Modernismo, Modernismo e Concretismo até desembocar na contemporaneidade, que agrega
elementos e influências destas diferentes vertentes. Neste processo, destaca-se a originalidade de
escritores como Castro Alves, considerado por muitos como o primeiro grande poeta social
brasileiro, e Machado de Assis, que retratou com maestria os pormenores da alma humana, além do
grande contributo dos escritores modernistas e pré-modernistas para a assunção da linguagem e dos
personagens brasileiros.

Mesmo com o momento artístico marcadamente sincrético, foi a partir do Pré-Modernismo que
manifestou-se o efetivo interesse pela realidade brasileira. Já no Modernismo, foram consolidadas as
bases livres da poesia com a obra e Manuel Bandeira e uma nova concepção de nacionalismo foi
trazida por Oswald de Andrade em obras como o Manifesto Antropofágico, em que se defendia a
valorização crítica das origens histórico-culturais brasileiras. Destacam-se ainda escritores
modernistas da Geração de 30, como Carlos Drummond de Andrade, Jorge Amado, Rachel de
Queiroz e Vinícius de Moraes e da geração de 45, como Clarice Lispector, Guimarães Rosa e João

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Cabral de Melo Neto, um dos maiores poetas brasileiros de todos os tempos.

As tendências trazidas pelo Modernismo de 45, calcadas na renovação dos meios expressivos com
base na pesquisa lingüística são de certa forma continuadas pelo Concretismo por volta da década de
60, movimento de grande influência na produção artística da época e dos dias atuais. É neste
momento que surgem movimentos como a Bossa Nova, o Cinema Novo e, posteriormente, o
Tropicalismo, que retoma propostas do Modernismo de 22, como as idéias da antropofagia de
Oswald de Andrade.

Para alguns, a produção artístico-literária atual, desde a repressão imposta pelo fechamento político
ocorrido em 1968, é marcada por uma dispersão, em que expressam-se valores individuais sem o
vínculo a qualquer movimento artístico.

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