Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
O jovem Strümpell [1883-4; trad. ingl. (1912, 2, 160), filho do filósofo cujo livro sobre os
sonhos já nos deu várias idéias acerca dos problemas oníricos, publicou um célebre relato de suas
observações sobre um de seus pacientes, que sofria de anestesia geral da superfície do corpo e
paralisia de vários de seus órgãos sensoriais superiores. Quando se fechava o pequeno número
de canais sensoriais desse homem que permaneciam abertos ao mundo exterior, ele adormecia.
Ora, quando nós mesmos desejamos dormir, temos o hábito de tentar produzir uma situação
semelhante à da experiência de Strümpell. Fechamos nossos canais sensoriais mais importantes,
os olhos, e tentamos proteger os outros sentidos de todos os estímulos ou de qualquer
modificação dos estímulos que atuam sobre eles. Então adormecemos, muito embora nosso plano
jamais se concretize inteiramente. Não podemos manter os estímulos completamente afastados de
nossos órgãos sensoriais, nem podemos suspender inteiramente a excitabilidade de nossos
órgãos dos sentidos. O fato de um estímulo razoavelmente poderoso nos despertar a qualquer
momento é prova de que, “Mesmo no sono, a alma está em constante contato com o mundo
extracorporal”. Os estímulos sensoriais que chegam até nós durante o sono podem muito bem
tornar-se fontes de sonhos.
Ora, há inúmeros desses estímulos, que vão desde os inevitáveis, que o próprio estado
de sono necessariamente envolve ou precisa tolerar de vez em quando, até os eventuais, que
despertam estímulos que podem pôr, ou de fato põem, termo ao sono. Uma luz forte pode incidir
sobre os olhos, ou um ruído pode se fazer ouvir, ou alguma substância de odor pronunciado
poderá estimular a membrana mucosa do nariz. Por movimentos involuntários durante o sono,
podemos descobrir alguma parte do corpo e expô-lo a sensações de frio, ou, mediante uma