A chave para aumentar o desempenho do rebanho

A inclusão de fibra efetiva nas rações dos ruminantes, é a chave para otimizar a função e
desempenho do rúmen, e de acordo com Bruno Fetiveau, da fabricante de máquinas agrícolas
Kuhn, a mistura e distribuição da ração total é tão importante quanto fornecer os ingredientes
corretos.

Falando durante um
treinamento recente realizado na
Harper Adams University
College, o Sr. Fetiveau explicou
as vantagens de se incluir fontes
de fibra longa, como palhadas,
como parte da receita e usou
uma série de demonstrações
práticas para mostrar os
resultados do sucesso (ou não)
da mistura.

“Fibra longa é importante,

pois estimula a parede ruminal,
fazendo com que o animal
regurgite o alimento e rumine”,
ele falou. “Esse é um processo
natural que resulta num aumento na produção de saliva; a saliva contém bicarbonato de sódio, o
qual atua como um elemento tampão (ou seja, atua como uma substância que evita a acidez no
rúmen), mantendo o pH num nível desejado. Isso faz com que o funcionamento do rúmen seja
otimizado, haja boa digestão e redução dos problemas como a acidose, por exemplo.”

Quando forem incluídas fibras na receita, para que os benefícios sejam visíveis, a receita
deve conter uma distribuição uniforme dos fragmentos da fibra. Dessa forma, todos os animais do
rebanho receberão uma quantidade
adequada e o potencial de escolha
será minimizado.

“Se usar uma dieta fibrosa, é

vital que a misturadora seja capaz
de processar a palhada e misturá-la
efetivamente”, disse Fetiveau. “O
objetivo é alcançar uma mistura
completa, com o corte e
incorporação da palha no tamanho
correto sem, contudo, afetar o
tamanho dos demais ingredientes
da mistura. Os misturadores Profile
e Euromix da Kuhn foram
desenvolvidos para processar
grandes quantidades de fibra longa,
tanto na forma de fardos inteiros ou palhas e produzir a composição ideal de mistura para os
animais”.

Bruno Fetiveau usou um Separador Penn State durante a sua apresentação para mostrar
como uma ração deveria ser composta. O Separador Penn State consiste numa série de peneiras
que isolam os diferentes fragmentos que compõem a receita. Na primeira peneira fica retida a
proporção de fibra longa, na segunda, os outros componentes da receita e por fim os alimentos
concentrados que idealmente não deverão exceder 15% do total da ração misturada.

Ele também usou um saco plástico de formato especial para simular como os diferentes
componentes da receita se separam quando estão no rúmen. Isso proporciona uma ilustração
gráfica de como a fibra longa flutua na superfície e proporciona estímulo para a ruminação.

Por último, o Sr.

Fetiveau coletou uma amostra
de esterco e usou uma
peneira para demonstrar a
quantidade de material que
pode passar pelo sistema
digestivo sem ser digerido, se
o funcionamento do rúmen do
animal não for otimizado.

“Se encontrarmos
grãos não digeridos ou fibra
no esterco é por que os
animais não estão
aproveitando a receita
completamente”, ele concluiu.
Isso pode ser por que o
rúmen não está funcionando
num nível ótimo, o que poderia ser devido à falta de fibras na receita.

“Você não precisa necessariamente peneirar o esterco para ver materiais não digeridos no
esterco – às vezes isso é obvio. Se esse for o caso, confira se a quantidade correta de fibra está
sendo usada na alimentação e, igualmente importante, tenha certeza de que essa receita esteja
sendo efetivamente misturada.

Fonte: Revista Forage Matters, 2007.