Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
5ª Sessão
Micróbios
Micróbios
O objectivo deste módulo será familiarizar as crianças com os micróbios, que existem um
pouco por todo o lado. Pretende-se fazê-los compreender que existem micróbios úteis e
outros que podem ser prejudiciais, quais as condições favoráveis para o desenvolvimento
de micróbios, como nos podemos proteger dos micróbios que causam doenças.
Introdução do tema
Micróbios são seres vivos de dimensões tão pequenas que em geral só podem ser vistos
com o auxílio de microscópios. Na sua maioria pertencem ao reino das bactérias e dos
fungos bem diferentes dos animais e das plantas. Os micróbios fazem parte do nosso
quotidiano e, embora em geral não os vejamos, eles estão sempre presentes e os
“resultados da sua acção” são bem palpáveis. Assim, não será difícil introduzir este tema.
O facto de uma criança estar a tomar, ou ter estado a tomar, antibiótico pode ser um
bom ponto de partida. O facto das crianças estarem a ser vacinadas também pode ser
outro ponto de partida, assim como aparecer bolor num qualquer alimento… No
entanto este tema também pode ser introduzido perguntando às crianças se sabem que
o iogurte, ou o queijo que comem todos os dias são fabricados usando micróbios.
Exploração
Na fase de exploração deste tema podemos considerar dois aspectos distintos: a recolha
de informação e a observação de micróbios. Daqui poderão surgir questões que podem
levar à investigação.
Existe uma grande diversidade de seres vivos microscópicos designados em geral por
micróbios. Estes, segundo as suas características, podem ainda ser divididos em diversos
grupos (protozoários, fungos, algas e bactérias). Com a invenção do microscópico
electrónico, no século XX, observaram-se os vírus. Estes são seres subcelulares (apenas
contêm uma porção de uma célula) que só se podem desenvolver dentro de outras
células.
Os micróbios existem por todo o lado, embora em geral não os vejamos. Consideremos
por exemplo a nossa boca. Só na língua devem existir algumas centenas de diferentes
tipos de bactérias vivendo lado a lado. No interior do nosso organismo existem vários
milhões de bactérias e fungos, principalmente nos pulmões e nos intestinos. Na nossa
casa existem bactérias por todo o lado - na louça, nos móveis, nas toalhas e esponjas (as
toalhas e as esponjas são particularmente ricas em micróbios)…
De facto, existem micróbios que são muito úteis aos outros seres vivos, como, por
exemplo, os que decompõem os restos de seres vivos. Outros micróbios têm uma acção
prejudicial, pois podem deteriorar os alimentos ou causar doenças. O estudo da
constituição, das condições de desenvolvimento, da multiplicação, do meio onde vivem
e do efeito que os micróbios têm sobre os outros seres permitiu que o Homem aprendesse
a utilizar os micróbios cuja acção lhe é útil e a proteger-se dos que têm uma acção
prejudicial. A ciência que estuda os micróbios chama-se Microbiologia.
Como se multiplicam os micróbios
No domingo resolvemos fazer uma sanduíche de presunto para levar para a escola no
dia seguinte. Durante a noite, na cozinha, as bactérias começam a multiplicar-se. Em
cada 20 minutos cada uma dá duas novas bactérias … e de manhãzinha a sanduíche já
tem milhões das perigosas bactérias! Na escola comemos a sanduíche, mal sabendo o
que tem lá dentro para além do presunto! Durante a tarde as bactérias não param de se
multiplicar dentro de nós … a meio da noite estamos mesmo mal dispostos e até
podemos ficar doentes! Então o nosso organismo, com as suas células defensoras, terá
que combater as bactérias e os seus venenos. Assim, com um pouco de repouso e muitos
líquidos em breve nos sentiremos melhor.
Micróbios úteis
Para além dos micróbios decompositores, que transformam os restos de plantas e animais
em sais minerais essenciais à alimentação das plantas, há muitos outros micróbios cuja
acção é benéfica e necessária aos outros seres vivos, entre eles:
Micróbios perigosos
São micróbios que causam doenças como a gripe, a constipação, o sarampo, as dores
de ouvidos e de garganta …
A higiene corporal, do vestuário e calçado, das nossas casas, dos alimentos, dos utensílios
ou recipientes que usamos diariamente, assim como a destruição dos animais portadores
de micróbios, como por exemplo, moscas, mosquitos e ratos são um forma importante de
mantermos longe de nós os micróbios que causam doenças.
O bolor é um fungo que podemos “cultivar” e que as crianças podem observar. Muitas
vezes ele surge nas nossas casas sem o pretendermos, no entanto podemos criar
condições para ele se desenvolver. Em seguida é sugerida uma actividade para
“cultivar” micróbios: “Bolor do Pão” (fonte: Biologia para Jovens, Janice VanCleave, Dom
Quixote).
Por questões de segurança deve evitar-se que as crianças entrem em contacto com o
bolor. Assim as crianças deverão apenas observá-lo sem abrir o recipiente que tem o
alimento com bolor. No final, os sacos, fechados, devem ser deitados no caixote do lixo.
Convém chamar a atenção das crianças de que estamos a criar condições para o bolor
se desenvolver. Assim, fornecemos alimento (pão), humidade (água), temperatura
adequada (lugar quente) e pouca luz (lugar escuro).
Esta é uma questão que se pode pôr e dar origem a novo trabalho de investigação.
Deve discutir-se com as crianças como poderão investigar se de facto a temperatura é
importante para o crescimento dos micróbios. Ao longo da discussão deverá certamente
surgir a ideia de “cultivar” micróbios em lugares quentes e frios e ver quais crescem mais
depressa. É importante que as crianças tenham a noção de que nas experiências que
podem fazer para investigar tudo deve ser idêntico, sendo a temperatura o único factor
que varia.
Uma boa ideia é repetir a actividade anteriormente sugerida. Mas desta vez pondo um
saco com pão num lugar quente e outro saco com pão no frigorífico.
Outras actividades que permitem fazer o mesmo tipo de investigação são “As Bactérias
Multiplicam-se” e “Bolas Felpudas” (fonte: Biologia para Jovens, Janice VanCleave, Dom
Quixote).
Também neste caso, por questões de segurança, deve evitar-se que as crianças entrem
em contacto com o bolor. Assim as crianças deverão apenas observá-lo sem abrir os
sacos. No final, os sacos, fechados, devem ser deitados no caixote do lixo.
Pode então discutir-se com as crianças que os frigoríficos são extremamente úteis, pois
permitem manter os alimentos a uma temperatura baixa e portanto o crescimento dos
micróbios que estragam os alimentos é retardado. Se não pudéssemos dispor de
frigoríficos a nossa vida seria mais complicada, pois os alimentos estragar-se-iam muito
mais facilmente.
Pode-se então conversar com as crianças sobre a razão pela qual não devem deixar a
porta do frigorífico aberta quando tal não é necessário. De facto, quando a porta fica
aberta entra ar quente e os alimentos que estão lá dentro vão ficar mais quentes, por isso
os micróbios que os estragam vão começar a desenvolver-se mais depressa e eles
acabam por se estragar mais depressa. Pela mesma razão não se deve meter alimentos
quentes dentro do frigorífico.
Deve então explicar-se às crianças que os frigoríficos, apesar de tão comuns no nosso
quotidiano, são relativamente recentes. Pode-se pedir então que investiguem, por
exemplo perguntando a familiares e conhecidos mais velhos, como se conservavam os
alimentos antes de haver frigoríficos. Vão com certeza surgir várias respostas e entre elas:
o sal, o vinagre, o açúcar, o fumo… De facto continuamos a usar estes conservantes em
geral e eles fazem parte do nosso quotidiano nos picles, nas compotas, nos enchidos…