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Utilização de Contentores
Flexíveis (FIBCs)
Para produtos não perigosos
Manual de Segurança – Contentores Flexíveis (FIBCs)
Índice
1. O que é? ........................................................................................................ 07
2. História ........................................................................................................... 07
3. Vantagens dos Contentores Flexíveis .............................................................. 09
4. Modelos ......................................................................................................... 10
4.1. Fator de Segurança ............................................................................. 10
4.1.1. Descartável (one-way) .............................................................. 10
4.1.2. Reutilizável (não consertável) .................................................. 10
4.1.3. Reutilizável (consertável) ......................................................... 10
4.1.4. Reutilizável Reforçado (consertável) ........................................ 10
4.2. Tipos de Alças ..................................................................................... 11
4.3. Tipos de Tampas ................................................................................. 12
4.4. Tipos de Fundos .................................................................................. 12
5. Cuidados necessários na aquisição de Contentores Flexíveis ...................... 14
5.1. Dimensionando um Contentor Flexível ............................................... 14
5.2. Conformidade ..................................................................................... 14
5.3. Capacidade Volumétrica ..................................................................... 14
5.4. Carga Máxima de Trabalho (SWL – Safe Working Load) ..................... 15
5.5. Estabilidade ........................................................................................ 15
6. Etiqueta de Identificação ............................................................................ 15
7. Recomendações para Manuseio de Contentores Flexíveis .......................... 17
7.1. Equipamento de Proteção Individual (EPI) .......................................... 17
7.2. Armazenamento de Contentores Flexíveis Vazios ............................... 17
Março de 2013 7.3. Contentores Flexíveis Descartáveis (one-way) .................................... 17
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Manual de Segurança – Contentores Flexíveis (FIBCs)
Contentor Flexível
(FIBC – Flexible Intermediate Bulk Container)
7.4. Contentores Flexíveis Reutilizáveis ..................................................... 17
1. O que é?
7.4.1. Abrasão .................................................................................... 17
7.4.2. Cortes e rasgos ........................................................................ 17 Contentor flexível (FIBC – flexible intermediate bulk container) é definido como um
7.4.3. Degradação ultravioleta e/ou ataque químico ......................... 18 recipiente de grande porte, com carga de trabalho média de 1 tonelada métrica,
manufaturado com material flexível, dobrável e resistente:
7.4.4. Danos aos revestimentos ......................................................... 18
7.5. Enchimento de Contentores Flexíveis ................................................. 18 • destinado ao acondicionamento e transporte de materiais de fluxo contínuo, em
forma de pó, flocos ou grãos e de materiais sólidos e secos;
7.6. Estabilidade dos Contentores Flexíveis Cheios ................................... 18
• dotado de dispositivos permanentemente integrados (alças ou cintas) que facilitam
7.7. Içamento de Contentores Flexíveis ..................................................... 19
sua movimentação mecânica;
7.8. Deslocamento Horizontal com Empilhadeira ...................................... 19
• sistema de embalagem e transporte eficiente e econômico, uma vez que não
7.9. Manuseio com Guindastes ou Gruas .................................................. 20 requer nenhuma embalagem secundária ou paletização.
7.10. Endireitamento de Contentores Flexíveis Tombados ........................... 21
7.11. Esvaziamento de Contentores Flexíveis .............................................. 21
7.12. Empilhamento de Contentores Flexíveis Cheios ................................. 22 2. História
7.13. Armazenamento de Contentores Flexíveis Cheios ............................... 22 Acredita-se que os primeiros contentores flexíveis (FIBCs – flexible intermediate bulk
7.14. Produtos Perigosos ............................................................................. 23 containers), também conhecidos como “big bags”, foram utilizados pela primeira
7.15. Materiais e Áreas com Atmosfera Inflamável ou Explosiva ................ 23 vez durante a II Grande Guerra, para transportar combustíveis por via aérea. Os con-
tentores flexíveis, fabricados com lona de borracha, eram cheios com combustível,
7.16. Resumo das Recomendações ............................................................... 24
fechados e vedados, e depois eram lançados dos aviões
Referências ........................................................................................................ 26 diretamente nas áreas de conflito, para reabastecer os
tanques de guerra. Esses contentores de borracha foram
também utilizados na mineração, para o transporte de
minérios da mina até a área de processamento.
Os contentores flexíveis (FIBCs) começaram a ser manu-
faturados no final dos anos 50, começo dos anos 60. Há
controvérsias sobre onde foi fabricado o primeiro conten-
tor flexível. Entretanto, sabe-se que contentores flexíveis
Manual de Segurança – Contentores Flexíveis (FIBCs) foram confeccionados nos EUA, na Europa e no Japão no
• Comissão Técnica: Noritaka Yano (coordenador da 1ª edição), Paulo José de Paiva, Ruben Gonçalves Filho período acima mencionado. Após a II Guerra, foram con-
e Wagner Delarovera Pinto (revisão técnica para a 2ª edição)
• Projeto Gráfico, Revisão e Editoração: Formato Editoração e Design
feccionados com lonas de tecidos de nylon ou poliéster
• Ilustrações: Carlos Borsa reforçado com PVC. Folhas cortadas eram soldadas para dar forma ao contentor
• Impressão: Gráfica Neoband flexível. Esses contentores flexíveis eram confeccionados com alças integradas em
• Tiragem: 4.000 exemplares
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torno do contentor, ou ligados a um palete especialmente confeccionado para este A partir dos anos 90, com a extinção do IAA – Instituto do Açúcar e do Álcool, que
fim, ou a um dispositivo de içamento de metal sobre o qual o contentor era colocado. até então proibia a utilização de embalagens de ráfia de polipropileno para acondi-
Os dispositivos de manipulação permitiam que o contentor fosse cheio por cima e cionamento de açúcar, foram desenvolvidos contentores flexíveis para açúcar e daí
descarregado pelo fundo. em diante sua utilização se generalizou na agroindústria.
O custo inicial destes contentores feitos de borracha e/ou de lona reforçada com PVC Atualmente são produzidos inúmeros modelos para as mais diversas aplicações,
era elevado. Por isso eram projetados para serem reutilizados muitas vezes em um condições de movimentação, transporte e tempo de armazenagem. Os modelos
sistema de circuito fechado, onde problemas de logística, prevenção de contamina- descartáveis (one-way), com fator de segurança 5:1, são largamente utilizados na
ção, limpeza e responsabilidade por perdas e danos pudessem ser controlados pelo exportação e no mercado interno para transporte a longa distância. Os modelos
embarcador e pelo receptor do produto. reutilizáveis, com fator de segurança 6:1 são especialmente dimensionados para
Contentores flexíveis confeccionados com tecidos naturais e com tecidos poliolefínicos algumas aplicações e os modelos reutilizáveis reforçados, com fator de segurança
(de polipropileno) foram testados na Inglaterra, no Japão, no Canadá e nos EUA ao 8:1 são recomendados para aplicações em condições severas.
mesmo tempo, por volta do fim dos anos 60 e começo dos anos 70. Foi o desenvol-
Hoje atingimos tal ponto de maturação que a fabricação e a utilização de conten-
vimento destes tecidos de pouco peso e alta resistência que propiciou o crescimento
tores flexíveis são regidas por normas nacionais e internacionais, como as normas
dos contentores flexíveis que são usados hoje
“ABNT NBR 15054:2004 – Contentores para produtos perigosos”, em vigor a partir
no mundo todo.
de 30/04/2004 e a “ABNT NBR 16029:2012 – Contentores intermediários flexíveis
O rápido crescimento da manufatura de con- (FIBC) para produtos não perigosos (ISO 21898:2004, MOD)”, em vigor a partir de
tentores flexíveis ocorreu em meados de 1970, 18/02/2012.
durante a crise do petróleo. Os programas de
construção dos países produtores de petróleo
demandavam grandes quantidades de cimento. 3. Vantagens dos Contentores Flexíveis
Essa demanda do Oriente Médio por cimento
foi atendida com a utilização de contentores O contentor flexível tem características únicas. Ele pode ser dobrado e compactado
flexíveis, à razão de 30.000 a 50.000 toneladas para envio ao usuário. O peso de um contentor flexível utilizado para embarcar 1
métricas embarcadas por semana do norte da tonelada métrica de produto é de aproximadamente 2 quilos, propiciando uma baixa
Europa, Espanha e Itália. razão embalagem/produto. O custo dos contentores flexíveis é competitivo em relação
a outras formas de embalagem, pois em geral são utilizados sem palete. São fáceis
A demanda por contentores flexíveis nos EUA cresceu mais lentamente do que na Europa
de armazenar e movimentar, com a utilização de equipamento padrão.
até 1984, quando o Departamento de Transporte dos Estados Unidos (DOT) concedeu
permissão para embarque de produtos perigosos em contentores flexíveis. O diâmetro do contentor flexível cheio, de aproximadamente 115 cm, é projetado de
No Brasil, a construção da usina hidrelétrica de Itaipu, que teve início no ano de 1975, modo a permitir que dois contentores sejam acomodados lado a lado, transversal-
deu grande impulso à utilização de contentores flexíveis feitos de lona de PVC. mente, em um caminhão ou em um contêiner. Porém, configurações especiais podem
ser projetadas para se adequarem ao uso.
Na década de 80, muitas das matérias-primas químicas importadas passaram a
chegar acondicionadas em contentores flexíveis. Nesta mesma época, o setor de Geralmente, os contentores flexíveis são confeccionados para atender às necessidades
mineração começou a buscar alternativas mais econômicas para embalagem de específicas dos usuários. A altura do contentor, o diâmetro, a altura das válvulas, se o
minérios nobres para exportação e a resposta foi o desenvolvimento de contentores tecido é revestido ou não, e se um “liner” interno é necessário, são itens especificados
flexíveis especialmente destinados a este fim. de acordo com o tipo de produto a ser embarcado.
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Fechado
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• O contentor flexível deverá conter também os seguintes símbolos gráficos: 7. Recomendações para Manuseio
de Contentores Flexíveis
7.4.1. Abrasão
Os efeitos da abrasão são variáveis, porém, alguma perda na resis-
tência deve ser prevista. Em casos extremos, o tecido torna-se de tal
modo gasto que os fios externos da trama são danificados. As alças
Quantidade máxima (H) ou dispositivos de içamento podem apresentar áreas localizadas
de contentores em de abrasão causadas pelo manuseio de equipamentos que tenham
empilhamento, definida cantos vivos, podendo resultar em séria perda de resistência.
entre fabricante e usuário
7.4.2. Cortes e rasgos
Veja na página 26 os desenhos técnicos da simbologia acima. Cortes e rasgos, especialmente nas alças ou dispositivos de içamento,
Você irá encontrar também o link para download dos mesmos. podem resultar em séria perda de resistência.
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7.4.3. Degradação ultravioleta e/ou ataque químico 7.7. Içamento de Contentores Flexíveis
Estes podem ser indicados pelo amolecimento do material (algumas Ao içar os contentores flexíveis com empilhadeira, atenção para que os
vezes com descoloração), de modo que a superfície externa possa ser garfos da empilhadeira estejam corretamente espaçados. Certifique-se de
raspada, descascada e em casos extremos, desfazer-se. que as alças não estejam retorcidas. Os garfos da empilhadeira não po-
dem ter cantos vivos e devem ter bordas arredondadas e/ou ter cobertura
7.4.4. Danos aos revestimentos
protetora. Os contentores devem ser erguidos e baixados suavemente.
Alguns contentores flexíveis são fabricados com tecidos revestidos
com poliolefinas e o revestimento pode ser aplicado na parte inter-
na e/ou externa do contentor. Deve-se levar em consideração uma
possível contaminação dos conteúdos por um nível inaceitável de
fragmentos do revestimento, se o revestimento interno estiver dani-
ficado, bem como o aumento da entrada de umidade (especialmente
se os conteúdos forem higroscópicos), quando os danos ocorrerem
nos revestimentos internos e/ou externos.
Quando forem encontrados danos que afetem a resistência do con-
tentor flexível, este deve ser imediatamente inutilizado.
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7.9. Manuseio com Guindastes ou Gruas 7.10. Endireitamento de Contentores Flexíveis Tombados
Os ganchos, barras extensoras e outros dispositivos usados para o içamento Para endireitar contentores que tenham tombado para o lado, deve ser
não podem ter cantos vivos e devem ter bordas arredondadas e/ou coberturas usada uma corda contínua, passada por todas as alças. Qualquer tentativa
protetoras. É recomendável o uso de ganchos com travas integradas para evitar de levantar o contentor usando menos que o total de alças disponíveis
que os mesmos escorreguem acidentalmente das alças. Os ganchos devem ter pode resultar no rompimento das alças.
um raio suficientemente amplo para evitar esmagar as alças.
Quando os contentores forem suspensos, as alças devem ficar na vertical,
sem quaisquer torções ou nós.
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7.13. Armazenamento de Contentores Flexíveis Cheios 7.15. Materiais e Áreas com Atmosfera Inflamável ou Explosiva
Se os contentores flexíveis forem armazenados ao ar livre, atenção es- Se o contentor flexível for cheio, esvaziado ou manuseado em área com
pecial deve ser dada à cobertura. Os contentores flexíveis devem estar atmosfera inflamável ou explosiva, o fornecedor de contentores flexíveis
cobertos com material à prova de água, para evitar que água se acumule deverá fazer recomendações sobre o tipo de contentor mais apropriado
sobre o contentor. para uso nestas áreas, pois eletricidade estática pode ser gerada.
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• Proteger os contentores flexíveis da chuva e/ou exposição pro- • Não reutilizar os contentores flexíveis descartáveis.
longada ao sol.
• Não reparar os contentores flexíveis reutilizáveis para aplicações
• Assegurar-se de que os contentores flexíveis estejam adequada- severas, a menos que as exigências referentes a produtos na condi-
mente fixos durante o transporte. ção de novos sejam atendidas.
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Referências:
• ABNT NBR 15054:2004 – Contentores para produtos perigosos
Intermediate bulk container (IBC) for dangerous goods
• ABNT NBR 16029:2012 – Embalagens – Contentores intermediários
flexíveis (FIBC) para produtos não perigosos (ISO 21898:2004, MOD)
Packaging – Flexible Intermediate bulk containers (FIBC) for non-
dangerous goods (ISO 21898:2004, MOD)
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