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EDUCAÇÃO Assim:
Ao abrigo do disposto no n.º 2 do artigo 8.º e do n.º 6
do artigo 22.º do Decreto-Lei n.º 55/2018, de 6 de julho,
Portaria n.º 226-A/2018
manda o Governo, pelo Secretário de Estado da Educação,
de 7 de agosto o seguinte:
O Decreto-Lei n.º 55/2018, de 6 de julho, estabelece o
currículo dos ensinos básico e secundário, os princípios CAPÍTULO I
orientadores da sua conceção, operacionalização e ava-
Disposições gerais
liação das aprendizagens, de modo a garantir que todos
os alunos adquiram os conhecimentos e desenvolvam as
Artigo 1.º
capacidades e atitudes que contribuem para alcançar as
competências previstas no Perfil dos Alunos à Saída da Objeto
Escolaridade Obrigatória. 1 — A presente portaria procede à regulamentação dos
O aludido decreto-lei confere autonomia curricular às cursos científico-humanísticos, a que se refere a alínea a)
escolas, materializada, entre outros aspetos, na possibili- do n.º 4 do artigo 7.º do Decreto-Lei n.º 55/2018, de 6 de ju-
dade de gestão flexível das matrizes curriculares-base das lho, designadamente dos cursos de Ciências e Tecnologias,
ofertas educativas e formativas, adequando-as às opções Ciências Socioeconómicas, Línguas e Humanidades e de
curriculares de cada escola. Artes Visuais, tomando como referência a matriz curricular-
A presente portaria vem regulamentar a oferta de cursos -base constante do anexo VI do mesmo decreto-lei.
científico-humanísticos, designadamente dos Cursos de 2 — A presente portaria define ainda as regras e pro-
Ciências e Tecnologias, Ciências Socioeconómicas, Lín- cedimentos da conceção e operacionalização do currículo
guas e Humanidades e de Artes Visuais, tomando como dos cursos previstos no número anterior, bem como da
referência a matriz curricular-base constante do referido avaliação e certificação das aprendizagens, tendo em vista
decreto-lei. Em concreto, e tendo em vista que os alunos o Perfil dos Alunos à Saída da Escolaridade Obrigatória.
alcancem o Perfil dos Alunos à Saída da Escolaridade
Obrigatória, concretiza a execução dos princípios consa- Artigo 2.º
grados no decreto-lei, definindo as regras e procedimentos Âmbito de aplicação
inerentes à conceção e operacionalização do currículo
desta oferta formativa, bem como da avaliação e certi- 1 — A presente portaria aplica-se aos agrupamentos de
ficação das aprendizagens. Assim, na generalidade, no escolas e às escolas não agrupadas da rede pública, bem
desenvolvimento da autonomia e flexibilidade curricular como aos estabelecimentos de ensino particular e coope-
conferida às escolas, especificam-se os procedimentos de rativo, doravante designados por escolas, sem prejuízo do
gestão da carga horária tendo em vista a organização das previsto no Estatuto do Ensino Particular e Cooperativo.
suas matrizes curriculares. Estabelecem-se, também, os 2 — As referências constantes da presente portaria aos
princípios de atuação e as normas orientadoras relativos órgãos de direção, administração e gestão dos estabele-
cimentos do ensino público, bem como às estruturas de
ao desenvolvimento dos domínios de autonomia curricular
coordenação e supervisão pedagógica, aplicam-se aos ór-
(DAC), à organização e ao funcionamento da Cidadania gãos e estruturas com competência equivalente em cada
e Desenvolvimento no quadro da Estratégia Nacional da estabelecimento de ensino particular e cooperativo.
Educação para a Cidadania (ENEC), à integração das dis-
ciplinas de Português Língua Não Materna e de Língua Artigo 3.º
Gestual Portuguesa. Definem-se as condições que possibi-
litam ao aluno a adoção de um percurso formativo próprio, Definições
através de permuta de disciplinas, eliminando-se o regime Para efeitos de aplicação da presente portaria, e para
de precedências com vista a aumentar tais possibilidades. além das definições constantes do artigo 3.º do Decreto-Lei
Assegurando a valorização da formação artística dos alu- n.º 55/2018, 6 de julho, entende-se por:
nos, é introduzida a disciplina de Teatro no conjunto das
opções dos diversos cursos científico-humanísticos, garan- a) «Articulação curricular», a interligação, realizada a
tindo no Curso Científico-Humanístico de Artes Visuais a diferentes níveis e modos de interação, de saberes oriun-
opção Oficina de Design. As normas relativas à avaliação, dos das componentes de formação e disciplinas, numa
perspetiva de articulação horizontal e ou vertical, tendo
enquanto parte integrante do ensino e aprendizagem, são
por objetivo a construção progressiva de conhecimento
apenas desenvolvidas e harmonizadas aos princípios pre- global;
vistos no referido Decreto-Lei n.º 55/2018, de 6 de julho, b) «Autopropostos»,os candidatos à realização de provas
como acontece com a consideração das classificações da de equivalência à frequência e ou exames finais nacionais,
disciplina de Educação Física para efeitos de apuramento admitidos sem Classificação Interna Final (CIF), que pre-
da classificação final do ensino secundário, valorizando tendam obter aprovação ou melhoria de classificações;
todas as disciplinas do currículo. Nessa matéria e perante c) «Equipas educativas», o grupo de docentes que
a necessidade de tornar explícito o sentido da norma sobre lecionam às mesmas turmas as diversas disciplinas, tra-
conselhos de turma, para efeitos de avaliação, no con- balhando em conjunto nas diferentes fases do processo de
texto do ordenamento jurídico aplicável, que já constava ensino e aprendizagem, bem como de avaliação, com vista
na Portaria n.º 243/2012, de 10 de agosto, ora revogada, à adoção de estratégias que permitam rentabilizar tempos,
procede-se à clarificação das regras de funcionamento instrumentos e agilizar procedimentos;
destes conselhos, evitando, deste modo, a emissão de di- d) «Opções curriculares», as diferentes possibilidades
reito circulatório. de organização e gestão, à disposição da escola, a imple-
Diário da República, 1.ª série — N.º 151 — 7 de agosto de 2018 3950-(3)
mentar de acordo com as prioridades por ela definidas, mento de estudos, procurando através dos conhecimentos,
no contexto da sua comunidade educativa, decorrentes da capacidades e atitudes trabalhados nas áreas de Ciências e
apropriação do currículo e do exercício da sua autonomia, Tecnologias, Ciências Socioeconómicas, Línguas e Huma-
que permitem a consecução das áreas de competências do nidades e Artes Visuais, alcançar as áreas de competências
Perfil dos Alunos à Saída da Escolaridade Obrigatória; constantes do Perfil dos Alunos à Saída da Escolaridade
e) «Trabalho interdisciplinar», a interseção curricular, Obrigatória.
estabelecendo articulação entre aprendizagens de várias
disciplinas, abordadas de forma integrada, privilegiando Artigo 6.º
uma visão globalizante dos saberes. Matrizes curriculares-base
4 — O previsto nos n.os 2 e 3 não pode prejudicar a pesquisa, relação e análise, tendo por base, designada-
existência das disciplinas inscritas nas matrizes curriculares- mente:
-base.
a) Os temas ou problemas abordados sob perspetivas
5 — Sem prejuízo do disposto no número seguinte, as disciplinares, numa abordagem interdisciplinar;
escolas devem garantir, por ano de escolaridade, o cumpri- b) Os conceitos, factos, relações, procedimentos, capa-
mento do tempo total anual por componente de formação, cidades e competências, na sua transversalidade e especi-
sendo este igual ao produto resultante da multiplicação do ficidade disciplinar;
total da carga horária semanal da componente de currí- c) Os géneros textuais associados à produção e trans-
culo e o número de semanas letivas do calendário escolar. missão de informação e de conhecimento, presentes em
6 — Sempre que da implementação do previsto no n.º 1 todas as disciplinas.
resultar fração de tempo inferior à unidade adotada, o
tempo sobrante é utilizado nessa ou noutra componente 4 — Na concretização de DAC não fica prejudicada
de formação. a existência das disciplinas previstas nas matrizes curri-
7 — As decisões tomadas no âmbito da gestão da carga culares.
horária, bem como as previstas no artigo seguinte, devem
ser divulgadas aos pais e encarregados de educação. Artigo 10.º
Artigo 8.º Cidadania e Desenvolvimento
c) Outros professores ou técnicos que intervenham no 2 — A avaliação assume caráter contínuo e sistemático,
processo de ensino e aprendizagem e representantes de ao serviço das aprendizagens, e fornece ao professor, ao
serviços ou entidades cuja contribuição o conselho de aluno, ao encarregado de educação e aos restantes interve-
turma considere conveniente; nientes informação sobre o desenvolvimento do trabalho,
d) Os representantes dos pais e encarregados de educa- a qualidade das aprendizagens realizadas e os percursos
ção da turma. para a sua melhoria.
3 — As informações obtidas em resultado da avalia-
4 — Os alunos são envolvidos no desenho de opções
ção permitem ainda a revisão do processo de ensino e de
curriculares e na avaliação da sua eficácia, bem como no
planeamento do ensino e na avaliação, tendo por referência aprendizagem.
processos de autorregulação da aprendizagem. 4 — A avaliação certifica aprendizagens realizadas,
5 — Assumem especial relevância no planeamento nomeadamente os saberes adquiridos, bem como as ca-
curricular os intervenientes diretamente envolvidos no pacidades e atitudes desenvolvidas no âmbito das áreas
processo de ensino, aprendizagem e avaliação, competindo- de competência inscritas no Perfil dos Alunos à Saída da
-lhes, designadamente promover: Escolaridade Obrigatória.
a) A adequação do currículo e das ações estratégicas
Artigo 19.º
de ensino às características específicas da turma ou grupo
de alunos, tomando decisões relativas à consolidação, Intervenientes e competências no processo de avaliação
aprofundamento e enriquecimento das Aprendizagens
Essenciais; 1 — No processo de avaliação das aprendizagens são
b) O desenvolvimento de trabalho interdisciplinar e de intervenientes, para além dos constantes no artigo 17.º, os
articulação curricular, sustentado em práticas de planea- serviços e organismos do Ministério da Educação.
mento conjunto de estratégias de ensino e de aprendizagem, 2 — Aos professores e outros profissionais interve-
incluindo os procedimentos, técnicas e instrumentos e de nientes no processo de avaliação compete, designada-
avaliação. mente através da modalidade de avaliação formativa, em
harmonia com as orientações definidas pelos órgãos com
6 — No desenvolvimento do previsto no n.º 3 devem ser competências no domínio pedagógico-didático:
privilegiadas dinâmicas de trabalho pedagógico de natureza
interdisciplinar e de articulação disciplinar, concretizadas a) Adotar medidas que visam contribuir para as apren-
numa ação educativa que, nos termos previstos no n.º 3 dizagens de todos os alunos;
do artigo 21.º do Decreto-Lei n.º 55/2018, de 6 de julho, b) Fornecer informação aos alunos e encarregados de
vise, entre outras, garantir: educação sobre o desenvolvimento das aprendizagens;
c) Reajustar as práticas educativas, orientando-as para
a) Uma atuação preventiva que permita antecipar e
a promoção do sucesso educativo.
prevenir o insucesso e o abandono escolares;
b) A implementação das medidas multinível, universais,
seletivas e adicionais, que se revelem ajustadas à aprendi- 3 — O acompanhamento e a avaliação das aprendiza-
zagem e inclusão dos alunos; gens são da responsabilidade do conselho de turma, sob
c) A rentabilização eficiente dos recursos e oportunida- proposta dos professores de cada disciplina, bem como
des existentes na escola e na comunidade; dos órgãos de administração e gestão e dos órgãos de
d) A adequação, diversidade e complementaridade das coordenação e supervisão pedagógica da escola.
estratégias de ensino e aprendizagem, bem como a pro- 4 — Compete ao diretor, com base em dados regula-
dução de informação descritiva sobre os desempenhos res da avaliação das aprendizagens e noutros elementos
dos alunos; apresentados pelo diretor de turma, bem como pela equipa
e) A regularidade da monitorização, avaliando a inten- multidisciplinar, prevista no Decreto-Lei n.º 54/2018, de
cionalidade e o impacto das estratégias e medidas ado- 6 de julho, mobilizar e coordenar os recursos educativos
tadas. existentes, com vista a desencadear respostas adequadas
às necessidades dos alunos.
SECÇÃO II 5 — As respostas às necessidades dos alunos, enquanto
Avaliação das aprendizagens
medidas de promoção do sucesso educativo, devem ser pe-
dagogicamente alinhadas com evidências do desempenho,
SUBSECÇÃO I
assumindo, sempre que aplicável, um caráter transitório.
6 — O diretor deve ainda garantir o acesso à informação
Processo de avaliação e assegurar as condições de participação dos alunos e dos
encarregados de educação, dos professores e de outros
Artigo 18.º profissionais intervenientes no processo, nos termos de-
Objeto da avaliação finidos no regulamento interno.
1 — A avaliação incide sobre as aprendizagens desen- 7 — Aos serviços ou organismos do Ministério da
volvidas pelos alunos, tendo por referência as Aprendi- Educação compete, especificamente no âmbito da avalia-
zagens Essenciais, que constituem orientação curricular ção externa, providenciar atempadamente informação de
de base, com especial enfoque nas áreas de competências qualidade decorrente do processo de avaliação, de forma
inscritas no Perfil dos Alunos à Saída da Escolaridade a contribuir para a melhoria das aprendizagens e para a
Obrigatória. promoção do sucesso educativo.
3950-(8) Diário da República, 1.ª série — N.º 151 — 7 de agosto de 2018
g) Tenham ficado excluídos por faltas no ano terminal provas e exames aprovado por despacho do membro do
da disciplina, pela aplicação do previsto na alínea b) do Governo responsável pela área da educação.
n.º 4 do artigo 21.º do Estatuto do Aluno e Ética Escolar, 18 — As provas de equivalência à frequência realizam-
e pretendam realizar provas na 2.ª fase desse mesmo ano -se no período de tempo fixado no calendário de provas
escolar. e exames.
de classificação, a qual só será considerada quando for traordinária de avaliação (PEA) em cada disciplina, exceto
superior à já obtida. naquelas em que realizar, no ano curricular em causa, de
acordo com o seu plano curricular, exame final nacional
Artigo 31.º constante no anexo IX.
Situações especiais de classificação
11 — Aos alunos titulares de habilitações estrangeiras a
quem, por ingresso tardio no sistema de ensino português,
1 — Sempre que, em qualquer disciplina anual, o nú- apenas tenha sido possível a atribuição de classificação
mero de aulas ministradas durante todo o ano letivo não num só período letivo, aplica-se o disposto no número
tenha atingido o número previsto para oito semanas com- anterior.
pletas, considera-se o aluno aprovado, sem atribuição de 12 — Para efeitos do n.º 10, a classificação anual de
classificação nessa disciplina. frequência a atribuir a cada disciplina é a seguinte:
2 — Para obtenção de classificação no caso referido
no número anterior, o aluno pode repetir a frequência da CAF = (CF + PEA) / 2
disciplina, de acordo com as possibilidades da escola, ou
requerer prova de equivalência à frequência. em que:
3 — Caso a situação prevista no número anterior ocorra CAF = classificação anual de frequência;
em disciplinas plurianuais, não sujeitas a exame final na- CF = classificação de frequência do período frequentado;
cional no plano curricular do aluno, considera-se o aluno PEA = classificação da prova extraordinária de ava-
aprovado ou em condições de progredir na disciplina, liação.
conforme se trate ou não de ano terminal da mesma, sem
atribuição de classificação nesse ano curricular e sem pre- 13 — A PEA deve abranger as Aprendizagens Essen-
juízo do disposto no número seguinte. ciais do ano curricular em causa, sendo os procedimentos
4 — Para efeitos de atribuição de classificação final específicos a observar no seu desenvolvimento os cons-
de disciplina, considera-se a classificação obtida ou a tantes do anexo X.
média aritmética simples, arredondada às unidades, das 14 — Quando a disciplina é sujeita, no ano curricular
classificações obtidas no(s) ano(s) em que foi atribuída em causa, a exame final nacional considera-se a classifi-
classificação, exceto se a classificação final for inferior a cação do período frequentado como classificação anual de
10 valores, caso em que o aluno deverá realizar prova de frequência da disciplina.
equivalência à frequência. 15 — Sempre que a obtenção de aprovação na disciplina
5 — Nos casos referidos no n.º 3, para obtenção de implique a realização de exame final nacional, o aluno não
classificação anual de frequência, o aluno pode repetir a
é dispensado da respetiva prestação.
frequência da disciplina, de acordo com as possibilidades
16 — Se, por motivo da exclusiva responsabilidade da
da escola, ou requerer prova de equivalência à frequência,
escola, apenas existirem em qualquer disciplina elementos
nos casos em que a situação ocorra no ano terminal da
mesma. de avaliação respeitantes a um dos três períodos letivos,
6 — Sempre que, em qualquer disciplina sujeita a exame os alunos podem optar entre:
final nacional no plano curricular do aluno, o número de a) Ser-lhes considerada como classificação anual de
aulas lecionadas durante o ano letivo seja inferior a oito frequência a obtida nesse período;
semanas completas, o aluno é admitido a exame ou pro- b) Não lhes ser atribuída classificação anual de frequên-
gride sem classificação nesse ano curricular, consoante se cia nessa disciplina.
trate ou não de ano terminal da mesma, sendo a classifica-
ção interna final da disciplina igual à classificação obtida 17 — Na situação prevista na alínea b) do número
em exame ou à média aritmética simples, arredondada às anterior observa-se o seguinte:
unidades, das classificações anuais de frequência obtidas
no(s) ano(s) em que foi atribuída classificação. a) No caso de disciplinas anuais, considera-se o aluno
7 — Para obtenção de classificação anual de frequên- aprovado sem atribuição de classificação;
cia nos casos referidos nos números anteriores, o aluno b) No caso de disciplinas plurianuais não sujeitas a
pode repetir a frequência da disciplina, de acordo com as exame nacional, considera-se o aluno aprovado ou em
possibilidades da escola, exceto quando se tratar do ano condições de progredir na disciplina, conforme se trate ou
terminal da mesma. não do ano terminal da mesma, sem atribuição de classi-
8 — Nas situações referidas nos n.os 2, 5 e 7, apenas será ficação nesse ano curricular, sem prejuízo do disposto na
considerada a classificação obtida se o aluno beneficiar alínea seguinte;
da mesma. c) Para efeitos de atribuição de classificação final de
9 — Se, por motivo da exclusiva responsabilidade da disciplina, considera-se a classificação obtida ou a média
escola ou por falta de assiduidade motivada por doença aritmética simples, arredondada às unidades, das classifica-
prolongada, ou por impedimento legal devidamente com- ções obtidas no(s) ano(s) em que foi atribuída classificação,
provado do aluno, não existirem, em qualquer disciplina, exceto se a classificação final for inferior a 10 valores,
elementos de avaliação respeitantes ao 3.º período letivo, a caso em que o aluno deverá realizar prova de equivalência
classificação anual de frequência é atribuída pelo conselho à frequência;
de turma, tomando por referência as classificações obtidas d) No caso de disciplinas sujeitas a exame final nacional,
no 2.º período letivo. o aluno é admitido a exame ou progride sem classificação
10 — Sempre que, por falta de assiduidade motivada por nesse ano, consoante se trate ou não de ano terminal da
doença prolongada, ou por impedimento legal devidamente mesma, sendo a classificação interna final da disciplina
comprovado, o aluno frequentar as aulas durante um único igual à classificação obtida em exame ou à média aritmética
período letivo, fica sujeito à realização de uma prova ex- simples, arredondada às unidades, das classificações anuais
Diário da República, 1.ª série — N.º 151 — 7 de agosto de 2018 3950-(13)
de frequência obtidas no(s) ano(s) em que foi atribuída 2 — Compete ao conselho de turma:
classificação. a) Apreciar a proposta de classificação apresentada por
cada professor, tendo em conta as informações que a su-
18 — Se a classificação interna final, calculada nos portam e a situação global do aluno;
termos do n.º 12 e da alínea d) do n.º 17, for inferior a b) Deliberar sobre a classificação final a atribuir em
10 valores, esta não é considerada para efeitos do cálculo cada disciplina.
da classificação final da disciplina.
3 — O funcionamento dos conselhos de turma obedece
Artigo 32.º ao previsto no Código do Procedimento Administrativo.
4 — Quando a reunião não se puder realizar, por falta
Classificação final de disciplina de quórum ou por indisponibilidade de elementos de ava-
1 — A classificação final das disciplinas não sujeitas a liação, deve ser convocada nova reunião, no prazo máximo
exame final nacional no plano curricular do aluno é obtida de 48 horas, para a qual cada um dos docentes deve pre-
viamente disponibilizar, ao diretor da escola, os elementos
da seguinte forma: de avaliação de cada aluno.
a) Nas disciplinas anuais, pela atribuição da classifica- 5 — Nas situações previstas no número anterior, o dire-
ção obtida na frequência; tor de turma, ou quem o substitua, apresenta ao conselho
b) Nas disciplinas plurianuais, pela média aritmética de turma os elementos de avaliação de cada aluno.
simples das classificações anuais de frequência dos anos 6 — As deliberações das reuniões dos conselhos de
em que foram ministradas, com arredondamento às uni- turma de avaliação devem resultar do consenso dos pro-
fessores que as integram.
dades.
7 — No conselho de turma podem intervir, sem direito
a voto, outros professores ou técnicos que participem no
2 — A classificação final das disciplinas sujeitas a processo de ensino e aprendizagem, bem como outros
exame final nacional no plano curricular do aluno é o elementos cuja participação o conselho pedagógico con-
resultado da média ponderada, com arredondamento às sidere conveniente.
unidades, da classificação obtida na avaliação interna fi- Artigo 35.º
nal da disciplina e da classificação obtida em exame final
nacional, de acordo com a seguinte fórmula: Registo das classificações
a contar do dia seguinte ao da data da afixação da pauta, vos, científicos e no âmbito do suporte básico de vida, de
acompanhado dos documentos considerados pertinentes. Cidadania e Desenvolvimento, entre outros de relevante
3 — Os requerimentos recebidos depois de expirado o interesse social desenvolvidos no âmbito da escola.
prazo fixado no número anterior, bem como os que não 4 — Para os alunos abrangidos por medidas adicionais,
apresentem qualquer fundamentação são liminarmente designadamente adaptações curriculares significativas, apli-
indeferidos. cadas no âmbito do Decreto-Lei n.º 54/2018, de 6 de julho, a
4 — O diretor convoca, nos cinco dias úteis após a certificação obedece ao estipulado no respetivo artigo 30.º
aceitação do requerimento, uma reunião extraordinária do 5 — A requerimento dos interessados, podem ser emi-
conselho de turma para apreciação do pedido. tidas pelo órgão de gestão e administração, em qualquer
5 — O conselho de turma, reunido extraordinariamente, momento do percurso escolar do aluno, certidões das ha-
aprecia o pedido de revisão e delibera sobre o mesmo, bilitações adquiridas, as quais devem discriminar as dis-
elaborando um relatório pormenorizado que deve integrar ciplinas concluídas e respetivas classificações.
a ata da reunião. 6 — Quando o aluno, após conclusão de qualquer curso
6 — Nos casos em que o conselho de turma mantenha do ensino secundário, frequentar outro curso ou outras
a sua deliberação, o processo é enviado pelo diretor ao disciplinas do mesmo ou de outros cursos, a seu pedido e
conselho pedagógico para emissão de parecer prévio à em caso de aproveitamento, pode ser emitida certidão da
decisão final. qual conste a classificação obtida nas disciplinas ou, em
7 — Da decisão do diretor e respetiva fundamentação é caso de conclusão de outro curso, os respetivos diploma
dado conhecimento ao interessado, através de carta regis- e certificado de conclusão.
tada com aviso de receção, no prazo máximo de 30 dias 7 — Sempre que o aluno, após conclusão de qualquer
úteis contados a partir da data da receção do pedido de curso do ensino secundário, concluir uma ou mais disci-
revisão. plinas, cuja frequência seja iniciada no ano seguinte ao da
8 — Da decisão que recaiu sobre o pedido de revisão conclusão do curso, a classificação obtida nas disciplinas
pode ser interposto, no prazo de cinco dias úteis após a referidas pode contar, por opção do aluno, para efeitos de
data da receção da resposta, recurso hierárquico para o cálculo da média final de curso, desde que as disciplinas
Diretor-Geral dos Estabelecimentos Escolares, quando o integrem o plano curricular do curso concluído e sejam
mesmo for baseado em vício de forma. concluídas no período correspondente ao ciclo de estudos
9 — Da decisão do recurso hierárquico não cabe qual- das mesmas, sem prejuízo do estipulado na alínea b) do
quer outra forma de impugnação administrativa. n.º 6 do artigo 15.º, devendo nestes casos ser emitidos
novos diploma e certificado.
Artigo 37.º
Impugnação das classificações das provas CAPÍTULO III
e exames finais nacionais
Regime especial de matrículas
As classificações referentes às provas de equivalência
à frequência e aos exames finais nacionais são passíveis Artigo 39.º
de impugnação administrativa, nos termos do regulamento
de provas e exames aprovado por despacho do membro do Condições especiais e restrições de matrícula
Governo responsável pela área da educação. 1 — Ao aluno que transita de ano com classificação
anual de frequência igual a 9 ou 8 valores em uma ou duas
SUBSECÇÃO IV disciplinas, é permitida a matrícula em todas as discipli-
Conclusão e certificação nas do ano de escolaridade seguinte, incluindo aquela ou
aquelas em que obteve essas classificações, sem prejuízo
Artigo 38.º do previsto no número seguinte.
2 — Não é autorizada a matrícula no 12.º ano em disci-
Certificação plinas trienais em que o aluno tenha obtido classificação in-
1 — Concluem o nível secundário de educação os alu- ferior a 10 valores em dois anos curriculares consecutivos.
nos que obtenham aprovação em todas as disciplinas do 3 — Aos alunos retidos, além da renovação da matrícula nas
seu plano curricular. disciplinas em que não progrediram ou não obtiveram aprova-
2 — A conclusão de um curso é certificada pelo dire- ção, é ainda facultada a matrícula, nesse ano, em disciplinas do
tor da escola através da emissão, em regra, em formato mesmo ano de escolaridade em que tenham progredido ou sido
eletrónico de: aprovados, para efeitos de melhoria de classificação, a qual só
será considerada quando for superior à já obtida.
a) Um diploma que ateste a conclusão do ensino secun- 4 — Aos alunos que transitem de ano não progredindo
dário e indique o curso concluído, a respetiva classificação ou não obtendo aprovação em uma ou duas disciplinas, é
final, bem como o nível de qualificação; autorizada a renovação da matrícula no ano curricular em
b) Um certificado que ateste a classificação final de que se verifica a não progressão ou aprovação, de acordo
curso e o nível de qualificação, discrimine as disciplinas com as disponibilidades da escola.
e as respetivas classificações finais, bem como as classi- 5 — O aluno não pode matricular-se mais de três vezes
ficações de exame. para frequência do mesmo ano de escolaridade do curso em
que está inserido, podendo, todavia, fazê-lo noutro curso
3 — Os certificados a que se refere a alínea b) do número de nível secundário de educação.
anterior devem ainda atestar a participação do aluno em 6 — Os alunos que tenham completado 20 anos de idade
representação dos pares em órgãos da escola e em atividades até à data de início do ano escolar só podem matricular-se
ou projetos, designadamente culturais, artísticos, desporti- em ofertas de educação e formação destinadas a adultos.
Diário da República, 1.ª série — N.º 151 — 7 de agosto de 2018 3950-(15)
7 — Excetuam-se do número anterior os alunos que pelo Decreto-Lei n.º 55/2018, de 6 de julho, sem prejuízo
tenham transitado de ano e não tenham interrompido es- da salvaguarda das classificações obtidas nas disciplinas
tudos no último ano escolar, ou ainda os alunos que se do plano curricular em que se encontravam.
matriculem no ano imediatamente seguinte à frequência do O Secretário de Estado da Educação, João Miguel Mar-
12.º ano, a uma ou duas disciplinas, com vista à conclusão ques da Costa, em 6 de agosto de 2018.
do ensino secundário.
8 — Aos alunos que não concluam o ensino secundário ANEXO I
por não terem obtido aprovação em uma ou duas disciplinas
do 11.º ano de escolaridade e ou por não terem comple- [a que se refere a alínea a) do n.º 1 do artigo 6.º]
tado o 12.º ano de escolaridade, é permitida, para além da Curso Científico-Humanístico de Ciências e Tecnologias
renovação da matrícula nas disciplinas em que não obti-
veram aprovação, a matrícula em disciplinas do 12.º ano Tomando como referência a matriz curricular-base e
de escolaridade para efeitos de melhoria de classificação, as opções relativas à autonomia e flexibilidade curricular,
de acordo com as possibilidades da escola. as escolas organizam o trabalho de integração e articula-
9 — Após a conclusão de qualquer curso, o aluno pode ção curricular com vista ao desenvolvimento das áreas de
frequentar outro curso, ou outras disciplinas do mesmo competência do Perfil dos Alunos à Saída da Escolaridade
ou de outros cursos, desde que na escola exista vaga nas Obrigatória. As escolas organizam os tempos letivos na
turmas constituídas e, no caso das disciplinas anuais da unidade que considerem mais adequada.
componente de formação específica, até ao limite de duas
disciplinas.
10 — A classificação obtida nas disciplinas referidas
no número anterior pode contar, por opção do aluno, para
efeitos de cálculo da classificação final de curso, desde
que:
a) A frequência seja iniciada no ano letivo seguinte ao
da conclusão do curso;
b) As disciplinas integrem o plano curricular do curso
concluído e sejam concluídas no período correspondente
ao ciclo de estudo das mesmas.
CAPÍTULO IV
Disposições finais
Artigo 40.º
Norma revogatória
Artigo 41.º
Produção de efeitos
a) 2018/2019, no que respeita ao 11.º ano de escolaridade; Tomando como referência a matriz curricular-base e
b) 2019/2020, no que respeita ao 12.º ano de escolaridade; as opções relativas à autonomia e flexibilidade curricular,
as escolas organizam o trabalho de integração e articula-
3 — Os alunos retidos no 10.º, 11.º e 12.º anos de esco- ção curricular com vista ao desenvolvimento das áreas de
laridade, no final dos anos letivos de 2017/2018, 2018/2019 competência do Perfil dos Alunos à Saída da Escolaridade
e 2019/2020 são, respetivamente, integrados no mesmo Obrigatória. As escolas organizam os tempos letivos na
ano de escolaridade, nos planos curriculares aprovados unidade que considerem mais adequada.
3950-(16) Diário da República, 1.ª série — N.º 151 — 7 de agosto de 2018
ANEXO IV
ANEXO III
ANEXO V
ANEXO VI
ANEXO VIII
ANEXO X
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