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CURSO DE INSPEÇÃO DE EQUIPAMENTOS

Inspeção de Tanques de Armazenamento


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Elaborado por Orlando Costa: 05/03/2011 Rev-04

Tanques de Armazenamento

TANQUES
2011
CURSO DE INSPEÇÃO DE EQUIPAMENTOS
Inspeção de Tanques de Armazenamento
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Elaborado por Orlando Costa: 05/03/2011 Rev-04

INTRODUÇÃO
Tanques de Armazenamento são equipamentos usados para armazenagem de
grandes inventários de produtos como o petróleo e seus derivados, produtos
químicos, resíduos diversos, misturas e águas. As características do produto
armazenado, tais como volatilidade, inflamabilidade, temperatura e pressão de
armazenamento são importantes fatores na seleção do tipo de tanques a ser utilizado.
São considerados equipamentos de caldeiraria pesada devido a grande quantidade de
material utilizado na sua fabricação, opera normalmente com pressão atmosférica ou
levemente acima.
Esses tanques são construídos em diferentes tipos, formas, tamanhos e com varia dos
tipos de materiais. Dado ao domínio da tecnologia de fabricação e de controle de
deterioração usa-se o aço carbono como principal material de fabricação de tanques
de armazenamento.

Histórico
O homem tem lidado com as dificuldades de armazenamento de petróleo e seus
derivados a mais de 140 anos. Inicialmente armazenava-se esses produtos em barris
de madeiras. Os primeiros tanques de aço eram pequenos, feitos de aço galvanizados
e rebitados. Os primeiros tanques soldados surgiram entre 1920 e 1930.
Com o crescimento das indústrias após a Segunda Guerra Mundial, necessidades
foram sendo identificadas nesta área, principalmente quanto a questão de perda e
riscos provocados pela vaporização dos fluidos derivados do petróleo. Aos poucos o
homem começou a identificar que os custos reduziam quando o volume de
armazenagem aumentava. Surgindo assim projetos de tanques cada vez maiores.
Seguido do desenvolvimento de normas e códigos envolvendo este tipo de
equipamento e vindo a se tornar constante para atender as constantes mudanças de
cenários.
Este histórico está relacionado com tanques enterrados (UnderGround Storage
Tanks, UST) e para tanque de superfície (Aboveground Storage Tanks, AST) como
são conhecidos e tratados pelo API, American Petroleun Institute. Sendo este último
tipo alvo deste guia.

Tanques de armazenamento inicialmente parecem trata-se de um equipamento


simples e fácil de lidar. Porém os riscos que envolvem estes equipamentos exige
atenção e práticas direcionadas desde a fase de projeto até a sua desativação e
conseqüente retirada do local onde foi instalado, existindo normas e procedimentos
para toda atividade relacionada.

Um problema que desafia a engenharia com relação a este tipo de equipamento é a


perda por evaporação. O fenômeno da evaporação de produtos derivados do petróleo
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exerce sobre estes equipamentos condições que representam riscos se não for bem
gerenciado. Uma literatura recomendável para análise deste assunto é “Petroleum
Tankship Safety” de R.C Page Extra Máster e A ward Gardner ND DIH
Nos últimos anos incrementos de polarização entre a indústria e os órgãos
governamentais e sociedade na busca de atuação responsável para garantir a
proteção do homem e o ambiente.

NORMAS DE REFERÊNCIA PARA TANQUES


API – American Petroleum Institute
API 12 R1 – Recomendações Práticas Manutenção, Inspeção, Operação e Reparos
API RP 571- Condições e Causas de Deterioração ou Falhas
API RP 576 - Inspeção de of pressure-Relieving devices
API RP 651- Proteção Catódica de tanques de Armazemanento de superfície
API RP 652 - Linning de tanques de Armazemanento de superfície
API RP12A - Especificação para Tanques com costado rebitados
API RP 12B - Especificação para tanques aparafusados
API RP 12D - Especificação para tanques de corpo soldado
API RP 12E - Especificação para tanques de madeira
API RP 920 - Prevenção de Fratura Frágil em vasos de Pressão
API std 570 - Inspeção, Reparo, Alterações em tubulações
API std 620 - Projeto e construção de tanques soldados de baixa pressão
API std 650 - Projeto e construção de tanques soldados atmosférico
API std 653 - Inspeção, alteração reparos e reconstrução de tanques instalados
API std 575 - Sustentação e interpretação do API- 653
API std 820 - Entendimento dos API-620 e 650
API std 2000 - Controles de ventes para tanques API
API std 2015 - Segurança e limpeza de tanques API
API std 2016 - Cuidados para acesso ao interior de tanques

PETROBRAS – Petróleo Brasileiro S/A


N 270 - Projeto de Tanques Atmosféricos
N 271 - Montagem de tanques de armazenamento
N-1888 - Fabricação de tanques atmosférico
N-1742c - SELO PW – forma, dimensões e materiais.
N-1743c - Fabricação e montagem de selo PW
N-2318 - Inspeção de tanques atmosféricos
N-1018 - Identificação de tanques
N-1201 - Pintura interna de tanques
N-1205 – Pintura externa de tanques
N-1541 - Tanque de armazenamento - folha de dados
N-1593 - Ensaio não-destrutivo - estanqueidade
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N-1763 - Revestimentos dos taludes de solos para bacias de tanques


N-1822 - Tratamento de superfície de base de tanque
N-2111 - Segurança na limpeza, inspeção e reparo de tanque de armazenamento.
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas
NBR 7821 ABNT – Tanques soldados para armazenamento de petróleo e derivados.

NOMENCLARTURA
Este material contém um ANEXO com os croquis e as definições dos itens, tomando
como base a nomenclatura padronizada pela Comissão de Inspeção do IBP.

Esquemática de um Tanque de Armazenamento

CLASSIFICAÇÃO:
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Tipos de Tanques

Neste material estão sendo considerados apenas os tanques atmosféricos e os


tanques de baixa pressão e que não sejam enterrados. Qualquer outro equipamento
usado para armazenagem deve ser analisado por guias ou códigos específicos.

Os tanques são equipamentos providos de acessórios e ou equipamentos e sistemas


auxiliares, como, sistemas de drenagens, indicadores de nível, radar, válvulas de
alívio e vácuo, sistemas de combate e proteção contra fogo. Alguns possuem
unidades para recuperação de voláteis, sistemas de detecção de vazamento, sistemas
de proteção catódica, aquecedores, misturadores etc. Um dos mais importantes dos
acessórios são os sistemas de selagem interna, que tem a proposta de evitar a
vaporização dos fluidos armazenados, para tratar este item o API-650 traz o
Appendix-H, (Internal Floating Roof). Os cuidados direcionados para estes
auxiliares serão tratados ainda neste guia.

OS Tanques de Armazenamento podem ser classificados de acordo com suas


características de projeto como:

 Tanques Atmosféricos
 Tanques de Baixa Pressão

TANQUES ATMOSFÉRICOS

São equipamentos projetados para operar com um espaço de gás e vapor com
pressões internas que se aproximam da pressão atmosférica: 0,05 Kg/cm2, acima do
nível, do líquido armazenado, criando assim o chamado “espaço vapor”.
Os tanques são normalmente construídos em aço carbono, aço liga ou outros
materiais dependendo do serviço. Eventualmente podemos nos deparar com alguns
tanques construídos com materiais não metálicos, como reforçado com concreto,
plástico ou madeira. Alguns tanques são construídos em madeira (API RP-12E)
ainda são usados. Normalmente os tanques atmosféricos são soldados, ainda
encontramos tanques rebitados (API-RP-12 A) e aparafusados (API RP-12B).

Tanques Atmosféricos são usados para armazenar fluidos que possua uma
Verdadeira Pressão de Vapor1 substancialmente menores que a pressão atmosférica.

1
Pressão de Vapor é a pressão na superfície do líquido armazenado, pressão esta causada pela vaporização
deste líquido e varia diretamente com a variação de temperatura.
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Normalmente são protegidos por sistema de alívio e vácuo que devem manter e
controlar a diferença de pressão entre o espaço vapor e a pressão externa, menor que
0,5 kg/cm2 para garantir a sua operacionalidade e integridade quanto a possíveis
falhas.

As normas que regulamentam o projeto e a construção desses tanques em aço


carbono são as seguintes:
NBR 7821; API Standard 650 e API Standard 12A.

Usos
Os tanques atmosféricos são usados para o armazenamento de líquidos de baixa
volatilidade. Estes são líquidos que têm na temperatura de armazenamento uma
pressão de vapor absoluta inferior à atmosférica.
Petróleo bruto, óleo pesado, gasóleo, nafta, gasolina e produtos químicos não
voláteis são usualmente armazenados em tanques atmosféricos.

Tipos
Há vários tipos de Tanques Atmosféricos classificados de acordo com a forma do
teto. Inicialmente dividimos em Tanques de Teto Fixo, Tanques de Teto Flutuante e
Outros.

Tanques de Teto Fixo


Nos Tanques de Teto Fixo o mais simples deles é o de teto cônico, com a forma
aproximada de um cone reto, atingindo suas dimensões até 75 m de diâmetro e até
18 m de altura. (estas dimensões podem ter variações dependendo do projeto).
Nos tanques de maior diâmetro o teto é suportado por elementos estruturais. Os
tanques de teto curvo, com a forma de uma superfície esférica, e os de teto em
umbrela, estes decorrentes da modificação do teto curvo de tal forma que qualquer
seção de corte horizontal do teto seja um polígono regular, são raramente
empregados acima de 18 m de diâmetro.

Pode-se classificar o Tanque de Teto Fixo ainda em:

 Tetos Autoportantes, as chapas do teto estão diretamente ligadas às chapas do


costado, sem estruturas interna para suportação.
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Fig-1: Tanque de Teto Fixo Auto Portante Fig-2: Tanque de Teto Fixo Auto Portante

 Tetos Suportados, possui estruturas internas formadas por colunas e


longarinas que dão suportação para as chapas do teto.

Fig-3: Tanque de Teto Fixo Auto Suportado Fig-4: Tanque de Teto Fixo Suportado
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Tanques Rebitados
Um outro tipo de tanque atmosférico é o tanque rebitado: no lugar de solda as
chapas do tanque são rebitadas. Trata-se de tanques para atendimentos rápidos: fácil
e rápido montagem e desmontagem.

Fig-5: Imagem de um tanque rebitado Fig-6: Detalhe das juntas - Posições

Tanques de Teto Flutuante


Outro tipo é o Tanque de Teto Flutuante, projetado de modo que as chapas do teto
ficam apoiadas diretamente sobre a superfície do líquido armazenado.
Acompanhando o movimento de enchimento e esvaziamento. Este tipo de teto
necessita de um sistema de selagem nas extremidades para garantira a
estanqueidade.

Tanque de Teto Flutuante Simples: O teto é construído de tal modo que flutua
sobre a superfície do líquido com um lençol de chapas. Usando para enrijecimento
uma estrutura metálica na parte superior, para lhe conferir a necessária estabilidade.
É o tipo de construção mais simples e barata, tendo como ponto fraco a sua
flutuabilidade. Hoje em dia muito pouco usado. Trata-se de um dos modelos
percussores deste tipo de tanque.
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Fig-7: Tanque de Teto Flutuante Simples

Tanque de Teto Flutuante com Flutuador: este tipo de teto contém uma
construção convencional com um disco central (lençol de chapas) e um flutuador na
periferia. Este tipo apresenta melhor flutuabilidade, menor perda por evaporação e
maior custo quando comparado ao Teto Flutuante Simples. A grande vantagem está
em poder ser usado em tanques de grandes diâmetros.
Como problemas, este tipo de teto apresenta a dificuldade da drenagem do teto, e
possibilidade de colapso se não for bem controlado.
Obs. Basta uma pequena variação no PVR do líquido armazenado para apresentar
distúrbio. É um teto projetado para operar com líquidos com densidade de no
mínimo 0,7 para que se possa garantir a sua flutuabilidade.

Fig-8: Tanque de Teto Flutuante Pantoon

Tanque de Teto Flutuante Duplo: Este tipo de teto possui dois lençóis de chapas
ligados internamente por uma estrutura metálica, formando compartimentos
estanques (fig-3). É uma estrutura robusta e de excelente flutuabilidade. É o tipo de
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teto mais caro, proporcionalmente, oferecendo a menor perda por evaporação, pois
esses dois lençóis de chapas formam um colchão de ar que funciona como isolante
entre a superfície em contato com o líquido armazenado e a superfície externa do
teto.
Este tipo de teto apresentam algumas limitações:
 maior custo de fabricação e montagem;
 fundações mais caras devido a não permitir recalque de qualquer natureza;
 limitação de nível, pois a rigidez da estrutura não recomenda o apoio do teto
com muita freqüência, podendo gerar falhas por fadiga

Fig-9: Tanque de Teto Flutuante Pantoon

Os Tanques de Teto Flutuante possuem um sistema de vedação para o espaço entre o


costado do tanque e seu teto móvel. Essa vedação é feita por meio de uma chapa:
chapa-sapata pressionada firmemente contra o costado por molas ou com efeitos de
mola (expostas ao tempo ou submersas no líquido armazenado) ou por contrapesos
e com uma membrana flexível fixada entre a sapata e a chapa do teto. Outros tipos
de vedação utilizam uma bolsa anular de borracha o material especial cheia de
líquido ou gás, ou um anel de resina esponjosa, ambos protegidos contra as
intempéries. Um tipo bastante usado para gasômetros é aquele em que o teto flutua
em uma selagem de líquido ou a selagem é feita por uma membrana flexível, fixada
entre o topo do teto e o costado.
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Fig-10: Tanque de Teto Fixo Auto Suportado

Outros: Existem alguns tipos de tanques, como Tanques de Teto Móvel; Tanques
com Diafragma Flexível e outros, usados normalmente para unidade de recuperação
de voláteis, sistemas deste tipo quase não usam mais tanques e quando usam, usam
um teto fixo normal com selagem interna. Possivelmente não sejam mais usados,
porém citados por autores de alguns trabalhos.

Para o armazenamento de pequenas quantidades de fluidos à pressão atmosférica


podem ser usados tanques cilíndricos, usualmente com tampas planas e montados
em posição horizontal. Para estes tipos de tanques o API – RP12F traz as
considerações para projeto, fabricação e testes para este tipo de tanque.

Fig-11: Tanque horizontal Fig-12: Tanque horizontal pronto para montagem


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TANQUES DE BAIXA PRESSÃO


São aqueles projetados para operar a pressão entre 0,05 e 1,05 Kg/cm2.
Tais tanques são usualmente construídos de aço carbono e, mais comumente,
soldados. A norma que regulamenta o seu projeto e construção é a API Standard 620
Os tanques de baixa pressão podem também ser construídos de acordo com o código
de vasos de pressão não sujeitos à chama, exceto para os valores da taxa de trabalho
do material, que deverão ser mais altas.

Fig.- 13: Tanques de baixa pressão API-620

Usos
Os tanques de baixa pressão são usados para o armazenamento de fluidos mais
voláteis. Estes são líquidos que têm na temperatura de armazenamento uma pressão
de vapor absoluto entre 0,5 e 1,00 Kg/cm2.
Petróleo bruto leve, mistura para uso na gasolina, nafta leve, pentano e produtos
químicos voláteis são armazenados em tanques de baixa pressão.

Tipos
Os dois tipos mais comumente empregados são semi-esferoidal e esferoidal,
projetados para resistirem à pressão que se desenvolve no interior do tanque, sem
dispositivos ou meios capazes de alterar seu volume interno. Para isso tais tanques
são providos de válvulas de segurança a fim de evitar que a pressão ultrapasse os
valores admissíveis.

O tanque semi-esferoidal é similar ao de teto-fixo, exceto ao fundo e ao teto, que é


curvo. O tanque esferóide é essencialmente esférico, porém achatado.
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Fig-14: Tanque de Baixa Pressão Fig-15: Tanques esferóide (Gasoduto)

ACESSÓRIOS E EQUIPAMENTOS AUXILIARES


É previsto na maioria dos tanques o uso de acessórios tais como: válvulas de pressão
e vácuo, anti-rotacional, retentor de chama, escadas, etc. De acordo com a sua
utilização os tanques podem ter ou não pintura e ou isolamento térmico
externamente.

REVESTIMENTO
Nos casos onde se prevê corrosão, os tanques podem ser recobertos internamente
com materiais resistentes tais como chumbo, alumínio, borracha, vidro, aços-liga,
resinas, fibra de vidro e cimento-armado.

RAZÕES PARA INSPEÇÃO

As razões para inspeção estão presentes em toda a vida do tanque, desde a


montagem até a retirada deste equipamento de operação, chamando atenção para o
também necessário acompanhamento de remoção definitiva deste tipo de
equipamento que também é normalizada: API Bulletin 2202.

As razões para inspeção podem ser identificadas como: A verificação de suas


condições físicas; determinação da taxa de corrosão; avaliação das causas de
deterioração e ou avaria; determinação de vida residual.

Pelo conhecimento dos dados adquiridos durante as inspeções torna-se possível


tomar medidas preventivas a fim de reduzir a probabilidade de incêndio ou perda de
capacidade do armazenamento; manter seguras suas condições de trabalho; efetuar
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reparos ou determinar antecipadamente a necessidade de substituição e prevenir ou


retardar deteriorações futuras.

INSPEÇÃO

Tanques de Armazenamento são projetados pelos códigos API-650, API-620 e BS-


2654. Trata-se de equipamento de importância operacional considerável, devido aos
grandes inventários neles contidos. Os modos de falhas em tanques são complexos e
variados, portanto necessitam de uma gestão constante de integridade. Portanto a
inspeção é uma prática necessária e em caso que por algum motivo venha a ser
adiada, deve ter ações que autorize este adiamento e garantam que os riscos foram
analisados.
Os mecanismos de falhas nestes equipamentos quando associados, podem ser
complexos e variados em tanques. Este mecanismo inclui corrosão sob as chapas do
fundo, onde a proteção catódica e sistemas de drenagem ou detector de vazamento
são importantes; corrosão interna por diversas causas pode estar presente e falhas
não relacionadas com corrosão, principalmente falhas operacionais. Falha em tanque
pode desdobrar em grandes impactos principalmente para o meio ambiente, seguido
de longa descontinuidade operacional.

CAUSAS DE DETERIORAÇÃO E/OU AVARIA


O norteamento em analise das causas de deterioração tem como base o API RP 571.

CORROSÃO
A corrosão é a causa principal da deterioração das chapas de aço carbono de um
tanque de armazenamento, por isso sua localização e medição são as razões
principais da inspeção de um tanque.

CORROSÃO EXTERNA
A corrosão atmosférica, que pode ocorrer em todas as superfícies externas do tanque
pode variar entre desprezível e acentuada, dependendo das condições do ambiente,
as quais podem ser classificadas como leve, de média intensidade e severa podendo
ser localizada ou generalizada. Assim, uma atmosfera sulforosa ou ácida pode
destruir películas de proteção e aumentar a taxa de corrosão. Qualquer superfície
externa de um tanque e seus equipamentos auxiliares serão avariados mais
rapidamente, caso sobre eles não exista nenhuma película de proteção.
Qualquer depressão ou bolsa na qual pode haver acúmulo de água por longos
períodos de tempo, será foco de corrosão localizada.
O tipo de tanque e os detalhes de sua construção podem afetar a localização e a
intensidade da corrosão externa. Assim, em tanques rebitados, a corrosão por célula
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de concentração ácida pode ocorrer com mais freqüência que nos demais. Além
disso, os vazamentos pelas juntas rebitadas podem destruir a película de proteção na
área do vazamento criando caminho e ou concentração diferencial acelerando a
corrosão localizada.

A corrosão externa do fundo do tanque pode ser problema sério, pois o material
usado como base do tanque, podem conter composto químicos corrosivos; assim,
quando escória de alto forno, contendo compostos de enxofre, é usada como
material componente da base,, torna-se quando molhada, altamente corrosiva. A
presença de argila como contaminante da areia da base causa corrosão eletroquímica
com conseqüente formação de alvéolos nos locais de concentração de argila.
A má preparação da base com drenagem deficiente pode permitir que a água, em
contato com o fundo, provoque uma corrosão eletroquímica. Se o tanque armazena
produto corrosivo e houver vazamento através do fundo, o produto pode acumular-
se entre a base e o fundo e corroer sua superfície externa. Uma vedação deficiente
entre a base e o fundo pode criar condição para ocorrência de corrosão na superfície
externa. Uma vedação deficiente entre a chapa de apoio do fundo do tanque e sua
base ou seus suportes (quando o tanque é montado acima do solo) pode permitir o
acúmulo de umidade e acelerar a corrosão em determinadas áreas da chapa de apoio
ou do fundo.

Fig.- 16: Ocorrência de corrosão devido a falha da impermeabilização


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Fig-17: Corrosão do lado inferior de uma chapa de fundo Fig-18: Varredura eletromagnética para ensaio de chapas

CORROSÃO INTERNA
A corrosão interna dos tanques de armazenamento depende principalmente das
características do líquido armazenado e do material de que é construído o tanque.
Assim como a eficiência do sistema de proteção contra corrosão instalada, se este
existir.
A corrosão mais severa ocorre em tanques que armazenam produtos químicos
corrosivos ou produtos de petróleo contendo compostos corrosivos e ou que operam
com hidrocarbonetos com lastro de água.

Fig.-19: Corrosão interna nas chapas do fundo Fig-20: Corrosão devido a falha da pintura

Em muitos casos é necessário o uso de revestimento (tinta à base de silicato de


zinco, resina epoxy, “guinite”, ect.), os quais são mais resistentes às propriedades
corrosivas do produto armazenado do que o material de que é feito o tanque (aço).
Em casos que venham utilizar revestimentos internos, seguir recomendações e
orientações do API-652. Em muitos casos estes revestimentos são aplicados apenas
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no primeiro anel do tanque, ou até alturas onde se concentre o nível máximo de


água.

Em alguns casos particulares é necessário construir o tanque de um material


resistente à corrosão, por exemplo: tanques de aço inoxidável ou alumínio, para
armazenagem de ácido nítrico a 45% e nitrato de amônio a 85% respectivamente, ou
proteger um de aço carbono com revestimentos adequados. Por vezes a construção
de tanques com materiais mais nobres visa a não contaminação do produto, por
exemplo, nas indústrias alimentícias e farmacêuticas. Para os casos de tanques
construídos em aço inox, seguir as recomendações do Appendix- S do API-650.

Fig-21: Tanques API-650 Apendix S

Os tanques que armazenam petróleo e seus derivados são usualmente construídos de


aço carbono, e normalmente, a intensidade de corrosão varia principalmente em
função do líquido armazenado. Os tanques que armazenam óleos pesados (10º API e
mais pesados) podem apresentar taxa de corrosão até 0,05mm/a no anel superior do
costado, os que armazenam óleos leves (50º API e mais leves) até 0.5mm/a nos
anéis correspondentes à 2/3 da altura do tanque.

Os tanques que armazenam produtos intermediários podem apresentar uma taxa de


corrosão mais alta devido ao teor do H2S, água absorvida, produtos químicos
residuais, PH baixo e temperatura alta.
A corrosão interna no espaço de vapor acima do nível de líquido é comumente
causada por vapores de gás sulfídrico, vapor de água, oxigênio ou uma combinação
dos três; nas áreas cobertas pelo líquido armazenado a corrosão pode ser causada
pelo gás sulfídrico, sais, outros compostos de enxofre ou pela água. A solubilidade
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da água no petróleo e derivados que aumenta com o aumento de temperatura e


independe do grau API e a solubilidade do oxigênio (que aumenta com aumento dos
graus API e diminui com o aumento da temperatura) a freqüência de utilização do
tanque, o tipo do teto, a pressão de vapor e alocação do tanque são os fatores de
influência das taxas de corrosão previstas para o teto, costado e o fundo do tanque
em questão.
Mecanismos associados a tensões cíclicas ou não normalmente relacionados com o
regime operacional do equipamento também podem influenciar nas taxas de
corrosão dos tanques.

TETO CORROÍDO E PERFURADO PELA CORROSÃO INTERNA


A corrosão galvânica do aço carbono pode ser encontrada nas chapas galvanizadas
de selagem do teto flutuante, ou na superfície interna do fundo quando em contato
com o latão da bóia ou bronze da trena de medição, que se tenha desprendido. OS
tanques de óleo combustível normalmente apresentam este tipo de corrosão,
principalmente onde não se tem disponibilidade de N2.

Outras deteriorações que podem ser consideradas como formas de corrosão são:
empolamento pelo hidrogênio, fendimento por álcali, corrosão grafítica e a
dezincificação. Exceto o fendimento álcali, que pode ser causado por qualquer
material cáustico existente no líquido armazenado, as demais deteriorações não são
comuns nos tanques de armazenamento.
Uma das formas de minimizar falhas em tetos de tanque e costado no espaço vapor é
utilização de selagem com N2 ou CO2.

Fig-22: Região central do teto de um tanque de teto fixo Fig-23: Região de interface entre chapas e longarinas de
onde pode concentrar a corrosão sustentação
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VAZAMENTOS, TRINCAS E OUTRAS AVARIAS MECÂNICAS


Algumas justificativas importantes para se inspecionar um tanque de
armazenamento é a verificação de vazamentos existentes ou em potencial a fim de
prevenir perdas do fluido armazenado, diminuir áreas perigosas e salvaguardar a
integridade humana e o patrimônio industrial, a extensão da vida útil do
equipamento e o controle da deterioração do equipamento.

Como o líquido armazenado em qualquer tanque representa alto investimento,


qualquer perda por vazamento não deve ser tolerada. Além disso, se a perda for
instantânea e total (como tem acontecido em alguns casos no mundo) uma grande
avaria pode ocorrer em equipamentos vizinhos ao tanque, assim como no meio
ambiente.

Os vazamentos são comumente resultantes da corrosão, mas podem também


ocorrerem juntas soldadas ou rebitadas indevidamente, através de conexões
rosqueadas e flangeadas, ou através de trincas nas soldas ou nas próprias chapas. As
trincas podem resultar de várias causas, sendo as mais freqüentes as seguintes:
Soldagem imprópria; concentração de tensões não aliviadas ao redor de conexões;
reforço insuficiente das conexões; esforços causados pelo recalque do terreno;
vibrações; projeto ou reparo mal executado; falha operacional; tensões cíclicas, etc.
Os locais mais prováveis da ocorrência de trincas situam-se na junção
fundo/costado, ao redor de conexões e bocas de visita, ao redor dos furos rebitados e
nas juntas soldadas.
Embora a inspeção não identifique trincas em potencial, ela pode perfeitamente
definir as condições das trincas existentes antes que elas se tornem perigosas.

Fig-24: Indicações de vazamentos por falhas em chapas do Fig-25: Indicação de vazamento entre a base e chapa do
fundo de tanques fundo de tanques.
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OUTRAS CAUSAS

- Falha nos dispositivos de alívio e Vácuo


A válvula de pressão e vácuo e o dispositivo de ventilação podem tornar-se
inoperantes devido à presença de materiais gomosos ou carbonatados, à corrosão nas
partes móveis e suas guias, ao depósito de corpos estranhos e ao isolamento do
dispositivo de segurança feito por pessoas não autorizadas.

- Falha no sistema de medição


O medidor de nível do tipo flutuante pode não servir à sua finalidade devido a
vazamento no flutuador causado por corrosão ou trincas, e pelo rompimento da trena
de medição ou dos cabos-guia da bóia.

Fig-26: Bóia de um sistema de medição de nível Fig-27: Régua externa para indicação de nível

- Falha no sistema de drenagem em teto de tanques de teto flutuante:


O dreno de água do teto em tanques de teto flutuante pode não funcionar devido ao
seu tamponamento por materiais estranhos ou fechamento indevido da válvula do
bloqueio, permitindo o acúmulo excessivo de águas pluviais, o que pode provocar o
afundamento das chapas ou o adernamento do teto.
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Fig-28: Acúmulo de água em teto flutuante devido a falha Fig-29: Empoçamento de água em um teto flutuante
no dreno

A mangueira ou tubulações internas de drenagem pode vazar permitindo que o


conteúdo do tanque seja contaminado com água ou o conteúdo seja também drenado
com água, ou flutue nesta alcançando a face superior do teto.
Os sistemas de drenagem podem ainda ter suas juntas articuladas, travadas ou
emperradas ou mesmo apresentar vazamento por degradação do sistema de vedação
ou corrosão interna ou externa dos tubos.

Fig-30: Falha no tubo do dreno articulado de um tanque Fig-31: Obstrução de um dreno articulado de 6”
devido a falha da pintura
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Fig-32Junta isolante do dreno articulado Fig:33: Mangote hoje muito utilizado em drenagem de
tanques de teto flutuante

RECALQUE
O recalque causado pela compressão ou movimento do solo por baixo do tanque ou
de sua fundação pode ser também considerado como uma avaria mecânica.
Normalmente um leve recalque uniformemente distribuído não deve causar avarias
no tanque e conseqüentemente não deve ser considerado como condição perigosa, o
que não ocorre quando o recalque é diferencial, principalmente em se tratando de
tanque de teto flutuante.
Normalmente um recalque pode ocorrer durante um teste de coluna de água
principalmente quando o terreno tem o histórico de aterro. Usa-se a topografia para
acompanhamento de um enchimento para teste e ou até mesmo fazendo parte do
plano de inspeção de um tanque.

Fig-34: Avaria causada por recalque em tanque de grande Fig-35: Avaria por recalque junto a base.
diâmetro de teto fixo.
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Fig-36: Mapeamento topográfico de um tanque avariado Fig-37: Pontos de medição externa de topografia.
por recalque.

FREQUÊNCIA E PROGRAMAÇÃO DE INSPEÇÃO


O intervalo entre inspeções dos tanques de armazenamento é determinado em
função dos seguintes fatores:

- natureza do líquido armazenamento


- necessidade de manutenção
- disponibilidade do tanque para inspeção
- sobre-espessura e taxa de corrosão
- condição nas inspeções anteriores
- métodos e materiais de construção.
- Outros fatores como localização geográfica e etc.

O intervalo entre inspeções gerais de um tanque – interna e externa- deverá ser


determinado pela sua história para dado serviço, a menos que outras razões
indiquem que sua inspeção deva ser antecipada.

Quando, em decorrência das inspeções, obtêm-se uma vida provável do tanque


menor que a freqüência de sua inspeção, ele deverá sofrer acompanhamento com
medições a intervalos iguais ou menores que à metade de sua vida prevista.
Tanques recém-construídos deverão ser inspecionados, após sua utilização, dentro
de um prazo razoável, caso não haja experiência prévia de seu comportamento com
liquido armazenado. É de grande interesse que tais tanques sejam submetidos a uma
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inspeção de montagem, executando-se inclusive medição da espessura das chapas do


costado, do fundo e teto.

SEGURANÇA
Para realização de inspeções externas deve haver uma negociação com a área
operacional, com a emissão de autorização de acesso ao equipamento. Conhecendo e
discutindo as condições e cenários do momento, como, nível do tanque,
principalmente quando se tratar de tanques de teto flutuante; recentes manobras
assim como qualquer alteração das condições operacionais; identificar se no
momento o tanque está recebendo ou enviando produto.

Para inspeções internas verificar as condições de liberação do tanque, o histórico de


falhas das chapas do fundo, histórico de vazamento durante a última campanha pode
ajudar nas práticas antecipadas de segurança.

Para liberação interna para acesso do homem a um tanque deve ser seguido as
recomendações do API-2016.

Fig-38: Tiragem natural em um tanque Fig-39: Tiragem Forçada em umTanque

Fig-40: Circulação interna Fig-41: Circulação do Ar em um tanque de teto flutuante


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INSPEÇÃO

A inspeção de um tanque ou tancagem deve está baseada nos princípios do API-


653 – Inspeção, Manutenção e Reparos em Tanques API depois de instalados.
Devendo ser também considerado os conhecimentos acumulado das práticas e
conhecimentos de engenharia nas indústrias de refino de petróleo, petroquímica e
outras. Além do API-653, temos como referência as normas:

PETROBRAS N-2318 - Inspeção de Tanque Atmosférico;


PETROBRAS N-270 - Projeto de Tanque Atmosférico;
PETROBRAS N-271 - Montagem de Tanques de Armazenamento;
PETROBRAS N-1593 - Ensaio Não-Destrutivo - Estanqueidade;
PETROBRAS N-1596 - Ensaio Não-Destrutivo - Líquido Penetrante;
PETROBRAS N-1597 - Ensaio Não-Destrutivo - Visual;
PETROBRAS N-1598 - Ensaio Não-Destrutivo - Partículas Magnéticas;
PETROBRAS N-2098 - Inspeção de Duto Terrestre em Operação;
PETROBRAS N-2162 - Permissão para Trabalho;

Dados Técnicos:
Inicialmente é necessário colher dados do tanque ou tancagem, com detalhes
que possam ajudar tanto no planejamento da inspeção quanto no planejamento
de uma parada de manutenção. Mesmo que a princípio pareçam desnecessários
é interessante ter ao alcance do inspetor.

DADOS:
• Identificação: Descrever a identificação de documento do equipamento
(TAG)
• Dimensões: Diâmetro e Altura: 14.00m X 12.2m
• Produto: descrever o produto ou características deste que o tanque
armazena.
• Teto: Tipo de teto: Domo, teto Fixo autoportante; teto flutuante.
• Capacidade Nom. / Bruta: 1.700m3 / 1.878m3
• Nível: Nível Máximo e Mínimo de operação.
• Indicador de Nível: Citar o tipo de indicador do nível do tanque
• Pressão de operação:
• Proteção Catódica:
• Juntas: Tipo de juntas utilizadas
• Espessuras: citar as espessuras das chapas do fundo, costado e teto
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Histórico
Levantar o histórico do tanque ou da tancagem, desde o seu início de operação,
identificando quais tipos de falhas já ocorreram, principalmente se houve
vazamentos ou corrosão nas chapas do fundo. (Corrosão nas chapas do fundo
de tanques é um dos mais preocupantes problemas a ser enfrentado pela
inspeção)

ESCOPO DA INSPEÇÃO

Ensaios previstos
O plano de inspeção e Avaliação de Integridade de um tanque deve ser
elaborado base nas recomendações do API-653 e no seu histórico de inspeção.
Onde teremos a periodicidade e quais os ensaios previstos. Após a avaliação de
integridade, os resultados devem ser analisados e como conseqüência o atual
plano pode vir a ser alterado.
Como escopo básico tem:

Fig-42: Croqui com regiões e ensaio para aplicação em uma avaliação de tanques
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Inspeção Visual
Será executada em todo o tanque externa e internamente, visando observar
possíveis ocorrências de corrosão e outros danos, redirecionando os ensaios, se
necessário. Esta avaliação é indispensável, exceto com autorização de um
profissional habilitado depois de avaliar o histórico do equipamento.

Inspeção por Partícula Magnética


Este ensaio é especificado para avaliação das soldas longitudinais e
circunferencial do 1° anel, visando verificar trincas por fadiga de baixo ciclo
e/ou defeitos graves gerados durante soldagem que possam vir a induzir uma
falha. Serão examinadas também as soldas das conexões, suportes, clipes e da
bacia de drenagem.

Inspeção por Caixa de Vácuo


Trata-se de Ensaio de Pressão Negativa e deve ser realizado em 100% das
soldas das chapas do fundo e solda costado x fundo.

Fig-43: Ensaio de caixa de Vácuo

Inspeção por ultra-som


O ensaio de Ultra Som deverá ser usado para confirmação de resultados ou
entendimento dos resultados de outros ensaios, como, identificação de
profundidade de descontinuidades detectadas pelo Ensaio de Partículas
Magnéticas, de Caixa de Vácuo ou confirmação das detecções feita pelo
Ensaio de Varredura Eletromagnéticas das chapas do fundo.
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Inspeção de Varredura Eletromagnética


Este ensaio visa a identificação de redução de espessura das chapas do fundo
do tanque, provocada pela corrosão externa, corrosão do lado do solo. Deve ter
o preferencialmente o caráter de um ensaio determinístico. Caso venha ser
utilizada outra técnica para avaliar este tipo de falha deve ter sido avaliado
antecipadamente por um profissional habilitado.

Teste Hidrostático
O tanque deverá ser testado com coluna d’água após execução de todos os
serviços de manutenção e soldagem. Observando que a altura da coluna d´água
deverá ser previamente avaliada pelo profissional habilitado para tanque que
operam a mais de 10 anos, para esta análise deverá ser considerado o produto
armazenado, nível de operação, histórico operacional e de integridade, com
especial atenção para tanque localizado em terrenos de aterros ou onde existe
histórico de falha geológica. Esta observação refere-se a cuidados com
recalque.

Apoio e Recursos à Inspeção


Os apoios necessários à preparação e execução dos serviços de inspeção tais
como: auxiliares, iluminação, ventilação, andaime, escada, balancim, vapor,
água, ar, compressores, energia elétrica, máscara de ar fresco, etc., mangueiras
e observadores2 deverão ser considerados no planejamento da Inspeção.

A inspeção de tanques de armazenamento pode ser englobada em primeiro


plano em quatro aspectos distintos:

Inspeção de Fabricação
Inspeção de Montagem
Inspeção de Operação
Inspeção de Avaliação Imediata

Inspeção de Fabricação
Consiste na inspeção durante a fabricação do equipamento. O inspetor deverá
ter livre acesso às oficinas do fabricante e fiscalizará a qualidade do material

2
Profissional treinado e capacitado para observar outros profissionais que executam tarefas em ambientes
confinados.
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empregado, os processos e técnicas de fabricação, bem como, a obediência às


normas envolvidas. Ver, N-270 - Projeto de Tanque Atmosférico;

Inspeção de Montagem
Consiste no trabalho de fiscalização durante a montagem do equipamento. O
inspetor deverá ter livre acesso a qualquer local onde se realizem os trabalhos
de montagem. Analogamente, fiscalizará a qualidade do material empregado,
os processos e técnicas de montagem, a obediência às normas envolvidas e a
realização de todos os testes de verificação. Ver N-271 - Montagem de
Tanques de Armazenamento.

Fig-44: Tancagem em montagem Fig-45: Montagem de um teto

Inspeção de Operação
É normalmente realizada de modo planejado pelo setor de inspeção da unidade
operacional a que o tanque pertença. Abordando, basicamente, os seguintes
aspectos: verificação das condições físicas do equipamento e seus
componentes, externa e internamente; determinação da taxa de corrosão e
avaliação da vida útil do equipamento; avaliação das causas de deterioração e
ou avaria.
A Norma N-2318 fixa as condições exigíveis e práticas recomendadas para a
inspeção de operação em tanques de aço carbono, de teto fixo ou flutuante,
para o armazenamento de petróleo e seus derivados, álcool e água, à pressão
atmosférica.
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Fig-46: Inspeção Externa em Tanques Fig-47: Inspeção Externa de Tanques

O Código API-653 abrange todas as práticas direcionadas para inspeção,


manutenção e reparos em Tanques de Armazenamento de aço carbono, vertical
fabricados conforme API-650 ou API-620 e depois de instalados. É uma
Norma usada como referência mundial e serve como balizador para inspeção
nestes tipos de equipamentos.

Inspeção de Avaliação Imediata


Este tipo de inspeção só ocorre quando o tanque é envolvido direta e
indiretamente em algum sinistro, mesmo que o tanque não tenha sido retirado
de operação. Neste caso a Inspeção deve ser feita para avaliar possíveis danos
que o equipamento tenha sofrido. E em alguns casos pode ser necessário o uso
de algumas técnicas além das citadas pelas normas de tancagem. Exemplos:
Termografias, Emissão Acústica etc.

Fig-48: Imagem termográfica usada para avaliar sinistro Fig-49: Imagem termográfica para avaliação de nível e
em tanque resíduos
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Fig-50: Termografia verificando nível de resíduos Fig-51: Medição de nível através da termografia

As tubulações conectadas ao tanque deverão ser inspecionadas quanto a distorções


caso o tanque tenha sofrido algum recalque excessivo. Explosão interna ou fogo
podem causar distorções. Caso haja qualquer evidencia de distorção ou trincas na
área em redor das conexões, todas as juntas e o costado nesta área devem ser
inspecionados quanto a existência de trincas.

Fig-52: Tanque depois de avariado deve ter todas conexões Fig-53: Tanque sendo removido para manutenção
e tubulações avaliadas

Roteiro da Inspeção Externa


A Inspeção Externa é realizada com o tanque armazenando produto, isto é, sem
necessidade de retirar o equipamento de operação. No caso de tanques de teto flu-
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tuante, por motivo de segurança, não deve haver movimentação do produto armaze-
nado durante a inspeção externa. Norma de referência: N-2318.

Bacia de Contenção:
a) inspecionar o dique quanto a condições físicas e integridade dos taludes; a grama
do dique deve ser rasteira; Se de concreto, verificar fissuras ou avarias no concreto.

b) inspecionar a bacia quanto ao acúmulo de sujeira, indícios de vazamentos e suas


condições físicas;

c) inspecionar o sistema de drenagem:


- canaletas, quanto ao acúmulo de detritos;
- válvulas e grades, quanto a corrosão e emperramento;

d) inspecionar visualmente e por medição de espessura as tubulações de produto e as


auxiliares (vapor e incêndio). Especial atenção deve ser dada à corrosão por aeração
diferencial nas regiões de afloramento nos taludes e bacias. Verificar visualmente o
estado dos suportes de tubulação e as condições físicas de purgadores, filtros de
vapor e dilatadores de tubulações ("loops");

e) verificar as condições físicas das plataformas sobre o dique e sobre as linhas de


entrada e saída, e dos acessos para veículos ao interior da bacia;

f) verificar as condições físicas dos eletrodutos do sistema de iluminação, dos


misturadores, da instrumentação eletrônica e dos atuadores das válvulas.

Obs.: A Norma Petrobrás N-1763, fixa as condições que devem ser observadas na
construção de revestimentos de taludes de solos de qualquer natureza, para proteção
de erosão provocada pela ação de águas pluviais.
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Fig-54: Bacia de contenção de um tanque de 55m de Fig-55: Detalhe do sistema de drenagem de uma bacia
diâmetro de contenção

Base do Tanque
a) verificar a existência de recalques. Caso necessário, executar medição do prumo
do costado e/ou levantamento topográfico;

b) inspecionar o anel de concreto ou o berma quanto a fissuras, ferragens expostas,


avarias mecânicas, desagregação do concreto e declividade;

c) inspecionar as chapas de apoio quanto a corrosão;

d) verificar a existência de possíveis vazamentos nas regiões dos drenos de fundo ou


pelo concreto do berma quando trincado;

e) inspecionar a impermeabilização da base (junta entre a chapa de apoio e o


concreto), principalmente sob a porta de limpeza e drenos do fundo;

f) verificar as condições físicas e fixação do cabo terra;

g) verificar se as caneletas de drenagem se encontram em bom estado e


desobstruídas.
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Fig-56: Detalhe construtivo de uma base de tanque com Fig-57: Base de um tanque: anel de concreto e chapa
anel de concreto

Fig-58: Detalhe do dreno da base Fig-59: Detalhe da Fig anterior

Sistema de Proteção Catódica


Quando houver sistema de proteção catódica por corrente impressa do fundo, deve-
se inspecionar os retificadores do sistema e fazer a leitura dos potenciais dos pontos
de testes podendo usar a norma PETROBRAS N-2098 como referência. Ou mesmo
verificar se as medidas estão sendo realizadas e seus dados tratados. Observando a
necessidade de intervenção para correção de qualquer ajuste deste sistema. Para este
assunto devemos utilizar como referência o API RP 651- Proteção Catódica de
tanques de Armazemanento

Um tanque de armazenamento pode ser protegido catodicamente, desde que o


fluído, ao qual esteja em contato, seja condutor. Assim, em tanques de
armazenamento, a proteção catódica pode ser aplicada nas seguintes regiões:
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a) fundo: partes externas e internas;

b) todo o interior: somente nos tanques de armazenamento de água de lastro de


navios;

c) toda a parte externa e interior (caso haja presença de lastro de água): nos tanques
enterrados ou submersos.

Fig-60: Croqui de um Tanque Protegido Fig-61: Detalhe de um sistema de Proteção Catódica

Os tanques de petróleo e alguns dos seus derivados normalmente apresentam lastro


de água no fundo e, portanto, podem receber proteção catódica nessa região. Para
outros produtos, a necessidade de proteção catódica é definida em função da
existência de água, dos valores de resistividade, das condições de aeração etc.
Para esses casos o tipo de proteção normalmente adotado é a proteção catódica
galvânica com anodos de zinco ou alumínio. Anodos de magnésio são utilizados
apenas quando o produto armazenado for água doce.

Desta forma, a proteção interna anticorrosiva do fundo de tanques de armazena-


mento de petróleo e seus derivados é normalmente realizada, de maneira econômica,
com uma pintura de excelente qualidade (prolongando-se ao costado até uma altura
de 1 m) e complementada, caso necessário, por uma proteção catódica galvânica.

Os potenciais de proteção tradicionalmente considerados são os seguintes:


- 0,85 V em relação à semicélula Cu/CuS04; b) - 0,80 V em relação à semicélula
Agi Ag CI
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Para tanques de grande diâmetro, a maior dificuldade consiste em garantir a


proteção externa na parte central do fundo do equipamento. Um critério
normalmente adotado é procurar atingir, na borda do equipamento, um potencial da
ordem de - 1,0 V em relação à semicélula Cu/CuS04. Desta forma, tenta-se obter o
potencial de proteção de - 0,85 V na parte central. O ideal, na realidade, é colocar
permanentemente um eletrodo de referência na parte central do fundo do
equipamento para garantir a obtenção do potencial de proteção nessa região.

Pintura e Isolamento Térmico


A condição da pintura deve ser verificada quanto a empolamentos, descascamentos,
empoamento, enrugamentos, e avaliado em comparação com os padrões
fotográficos das normas ASTM D 610, D 659, D 661 e D 714. Verificando os
seguintes locais:
- tubulações de produto e auxiliares; costado e anel de contraventamento; chapas de
apoio; escadas e plataformas; teto; acessórios; sistema de combate a incêndio;
tubo anti-rotacional; - chapas de contenção de espuma; suportes de acessórios.
As Normas Petrobras N-1201 e N-1205, fixam as condições para pintura interna e
externa respectivamente.
Cuidados especiais devem ser tomados em pinturas internas de Tanques de Teto
Flutuante: assegurar a pintura nas regiões de assentamento das pernas de sustentação
do teto flutuante, pois pode ocorrer corrosão concentrada nestas regiões, furando as
chapas em um curto tempo de operação, principalmente em tanques que operem
com lastro de água.

Isolamento:
Verificar as condições físicas do isolamento térmico do teto, costado e tubulações.
Analisando a necessidade de remoção para avaliação principalmente para os casos
onde o isolamento tem a função de proteção pessoal.
Uma inspeção visual é, normalmente, suficiente para se verificar as condições do
isolamento térmico externo de um tanque. Inspeção cuidadosa deve ser feita ao
redor de todas as conexões e ao redor do berço de tanques horizontais. Os elementos
de suporte e fixação do isolamento devem ser verificados quanto à corrosão e
quebras. Áreas de isolamentos encharcadas, deterioradas e sem chapa de proteção
devem ser removidas para avaliação do costado, da ancoragem e do estado do
isolamento nas áreas adjacentes.
Como referências para materiais de isolamento térmicos pode-se usar a norma
Petrobrás N-1618.
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Fig-62: Teto de um tanque após remoção do isolamento Fig-63: Detlalhe de proteção pessoal para evitar
isolamento em Tanques

Escadas, Plataformas e Passadiços


a) inspecionar todos os degraus, corrimãos e plataformas quanto a corrosão e peças
danificadas ou soltas. Escadas helicoidais cujos degraus são soldados diretamente no
costado do equipamento podem apresentar corrosão nestas soldas que devem ter
atenção especial, principalmente onde alguns elementos usados para degraus
formam uma passarela intermediaria de descanso, criando condição para corrosão
por fresta.

b) verificar a existência de furos para o escoamento de água nos degraus e pisos das
plataformas;

c) verificar as condições físicas dos dispositivos antiderrapantes dos degraus e pisos


revestimentos ou detalhe construtivo das chapas;

d) inspecionar visualmente conforme a norma PETROBRAS N-1597 as soldas de


fixação das estruturas soldadas ao tanque quanto a existência de trincas ou corrosão.
Caso necessário, executar ensaio por líquido penetrante;

e) para os tanques de teto flutuante verificar também a escada de acesso ao teto


quanto à corrosão nos trilhos e se a articulação e o sistema rolante da escada (rodas,
guias) podem mover-se livremente. Inspecionar o aterramento entre o costado e o
teto flutuante e entre a escada do teto e o teto flutuante.
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Fig-64: Escada articulada em um Tanque de Teto Flutuante Fig-65: Detalhe do eixo dos degraus de escada articulada

f) em tanques de grandes dimensões a escada pode possuir patamares intermediários,


suportados por estruturas apoiadas em sapatas de concreto; estas deverão então ser
inspecionadas antes da escada, quanto a trincas, desagregação do concreto ou outras
avarias sérias. Os parafusos chumbados no concreto deverão ser verificados quanto à
corrosão no local onde afloram no concreto.

Fig-66: Passadiço em vários Tanques Fig-67: Detalhes destes componentes, regiões vulneráveis a
falhas por corrosão.

g) os corrimãos deverão ser forçados a fim de se verificar sua segurança; particular


atenção deve ser dada aos corrimãos feitos de tubos, pois neles pode desenvolver-se
corrosão interna. Todas as juntas em que possa haver acumulação de água devem ser
inspecionadas.
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Costado
a) verificar através de exame visual em todo o costado, os seguintes itens:
- vazamentos;

- corrosão nas chapas e juntas soldadas. Locais mais susceptíveis: rodapé, região sob
degraus da escada helicoidal, eventuais frestas entre os perfis soldados e o costado e
regiões de acúmulo de vegetação;

- deformação nas chapas;

- verticalidade;

Fig-68: A verticalidade do costado em tanques de teto Fis-69: Detalhe do dispositivo recomendado pela N-1743
flutuante é norteado pela N-1743 para medir verticalidade do costado

b) executar medição de espessura em todos os anéis em pontos predeterminados ao


longo da escada, localizados a uma altura de 300 mm acima da extremidade inferior
de cada anel. No anel superior efetuar uma medição na região correspondente à fase
gasosa, acima do nível de líquido. Caso constatado baixa espessura ou alta taxa de
corrosão, aumentar a quantidade de medições. Outras técnicas podem ser usadas
para avaliar esta condição: medição automática por US, varredura ou pontual.

c) inspecionar, através de exame visual e medição de espessura, todas as conexões


do costado e as respectivas válvulas quanto à corrosão nas faces dos flanges e
vazamentos.

d) executar medição de espessura e exame visual no carretel do sistema de


aquecimento do tipo feixe tubular, caso existente;
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e) inspecionar a porta de limpeza e bocas de visita quanto a vazamento e corrosão;

f) verificar as condições físicas do sistema de combate a incêndio (tubulação,


câmara de espuma, selo de vidro) quanto a deterioração;

g) inspecionar os acessórios, equipamentos e instrumentação quanto a condições


físicas:
- sistema de içamento do tubo móvel (cabos e roldanas);
- misturadores (bocal), tirantes, motor e suporte;
- indicador de nível;
- indicador de temperatura.
h) verificar as condições físicas dos misturadores, principalmente quanto a vibração;
i) inspecionar o anel de contraventamento e seus suportes quanto a corrosão.
Verificar a existência e situação de furos para escoamento de águas pluviais.

Teto Fixo:
a) inspecionar as chapas e juntas soldadas quanto a corrosão, deformação e furos.
Regiões externas mais susceptíveis: regiões de acúmulo de água e sob isolamento
térmico (caso existente);
b) executar medição de espessura de acordo com o seguinte critério:
- diâmetro do tanque < 50 m: no mínimo em 5 chapas (4 na periferia e 1 no centro);
- diâmetro do tanque > 50 m: no mínimo em 6 chapas (4 na periferia, 1 na
intermediária e 1 no centro);
- para tanques de produtos intermediários aquecidos: no mínimo 12 pontos e na
periferia;
As medições devem ser feitas em regiões próximas às conexões de amostragem,
respiros e bocas de visitas e nas regiões de apoio sobre as vigas. Em cada chapa
deve ser executada uma medição no centro e outra próxima à solda (região de
sobreposição). Caso constatado baixa espessura ou alta taxa de corrosão, aumentar a
quantidade de medições.
OBS.: O procedimento para Medição de Espessura elaborado e ou alterado para
cada necessidade identificada de modo que se tenha uma noção geral das chapas do
teto. Um outro exemplo á a realização de medições em distâncias pré determinadas
em quantos raios forem possíveis, assim pode-se identificar perdas de espessura que
por ventura tenham como causa a condensação interna e ou acúmulo de resíduos.
Estes são exemplos de técnicas probabilísticas.

c) inspecionar as bocas de visita e conexões do teto quanto a corrosão e vazamentos;


medindo espessura do pescoço das conexões de grandes diâmetros.
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d) inspecionar visualmente os acessórios quanto a ataque corrosivo, limpeza e


estanqueidade: - válvulas de pressão e vácuo; corta-chamas; suspiros ("vent’s");
guarda-corpo; sistema de medição e tomada de amostra.
Verificar se a escotilha de medição atende à condição antifaiscante; (Se possuem
juntas ou partes de materiais diferentes) Este é um cuidado maior após manutenção.

OBS. Com o Tanque em operação evitar ensaio de percussão (Uso de martelo)

Teto Flutuante

a) inspecionar as chapas e juntas soldadas quanto a corrosão, deformação e


vazamentos no disco central dos tetos tipo “Pontoon” e nas bóias (flutuadores
centrais) do tipo “Buoyroof”;
OBS. Considerar os flutuadores e compartimentos do teto tipo duplo lençol como
locais de ambiente confinado.

b) executar medição de espessura no disco central dos tetos tipo “Pontoon” e


Buoyroof de acordo com o seguinte critério:
- diâmetro do disco < 20 m: no mínimo 5 chapas (4 na periferia e 1 no centro);
- diâmetro do disco > 20 m: no mínimo em 8 chapas (4 na periferia, 3 na
intermediária e 1 no centro);
Em cada chapa deve ser executada uma medição no centro e outra próxima à solda
na região de sobreposição.
Usar os mesmos critérios direcionados para o teto fixo.

c) remover tampa dos flutuadores para verificar se há vazamento de produto ou


deformação das chapas. Caso haja suspeita de baixa espessura deve-se efetuar
medições seguindo-se os requisitos de segurança necessários;

Fig-70: Boca de Vista do flutuador de um teto flutuante Fig-71: Outra visão de uma BV de Teto Flutuante
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d) inspecionar as bocas de visita e conexões do teto quanto a corrosão e vazamentos;

e) inspecionar visualmente os acessórios quanto a ataque corrosivo, limpeza e


funcionamento: válvulas quebra-vácuo; tubo anti-rotacional, roletes e selo; sistema
de medição e tomada de amostra; dreno do teto (bacia, válvula de retenção, grade);
drenos de emergência;

Fig-72: Conexão do Quebra Vácuo Fig-73: Detalhe dos guias do quebra vácuo avariados

f) inspecionar o sistema de sustentação do teto (pernas, camisas e chapas de reforço)


quanto a corrosão e trincas. Remover para inspeção as pernas de sustentação com o
teto flutuando, nas oportunidades em que forem efetuadas as inspeções externas.
Retirar apenas uma perna de cada vez para evitar trocas das respectivas posições
originais;
Observar se as juntas das pernas são de material anti faiscante. (Não metálico)

Fig-74: Perna de Sustentação do Teto Flutuante Fig-75: Perna retirada para inspeção
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g) verificar o selo de vedação do teto (mecânico, espuma ou “PW”), quanto a falha


na vedação e condições físicas;

h) inspecionar o anel de contenção de espuma;

Fig-76: Anel de Contenção de Espuma Fig-77: Outra vista do Anel de Contenção de Espuma

i) verificar a existência do anel antifaísca na tampa de tomada de amostra;

j) verificar o aterramento do teto flutuante com o costado;

l) verificar o sistema de drenagem dos tetos flutuantes após chuvas fortes.

m) verificar a funcionalidade e selagem dos drenos de emergências.

INSPEÇÃO GERAL

A Inspeção Geral é realizada com o tanque fora de operação, devidamente aberto,


limpo, ventilado e iluminado de modo que o equipamento seja inspecionado em toda
a sua extensão, tanto interno como externamente. Inclui também a inspeção da base,
diques e bacia de contenção.
Nesta inspeção as condições externas também são avaliadas de forma análoga à
inspeção externa, conforme Roteiro de Inspeção Externa. Esta inspeção tem a
importância da busca de um novo laudo para o tanque que garanta as próximas
campanhas ou vem a definir o tempo de vida remanecentes e os cuidados e
recomendações, como, limitações, novas periodicidades de avaliações e campanhas.
Internamente, são os seguintes os principais pontos a serem inspecionados:
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Roteiro de Inspeção Geral (Tanque Fora de Operação)

Avaliação Externa

Antes da parada do tanque é recomendável se fazer inspeção preliminar externa e


realizar análises de riscos. A inspeção externa deve ser realizada conforme o roteiro
de inspeção descrito para Inspeção Externa e acrescido dos itens abaixo:

Tanque de Teto Fixo


a) executar teste com martelo nas chapas do teto, costado e em todas as regiões onde
a corrosão for mais intenso, depois do tanque parado, desventariado e limpo;
- OBS.: Para esta atividade não deve existir de maneira nenhuma resíduos de gases
ou produtos com características que tragam riscos de explosão.

b) executar medição de espessura e teste com martelo em todas as conexões e bocas


de visita;
- OBS. Possivelmente informações da inspeção externa recente podem ser
utilizados.

c) caso o teto seja isolado termicamente, recomendar a retirada de duas faixas do


isolamento (defasadas de 90 graus), com 1 m de largura e comprimento igual ao raio
do teto ou a critério do inspetor para exame visual e medição de espessura das
chapas. A remoção do isolamento deve ser executada, preferencialmente, nos pontos
de infiltração de água ou depressões do teto, ou em regiões de constante umidade.
Caso seja constatada corrosão severa sob o isolamento, executar inspeção total no
teto e verificar a possibilidade de eliminação desse isolamento, principalmente se
este tiver caráter de isolamento de proteção pessoal;

d) as válvulas de pressão e vácuo, corta-chamas e radar devem ser desmontadas,


limpas, inspecionadas quanto a corrosão, entupimento, estanqueidade e
movimentação e verificadas quanto a calibração;

e) remover os “cap’s” dos esticadores dos cabos-guia da bóia, para inspeção visual
das molas;

f) inspecionar os flanges das conexões e bocas de visita. Se necessário, recomendar


desconectar um par flangeado para inspeção do ressalto e ranhura. É aconselhável
que, após a manutenção, as faces dos flanges, exceto as ranhuras, sejam pintadas;

g) retirar os filtros e purgadores do sistema de aquecimento para limpeza e


manutenção;
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h) retirar as válvulas de alívio e vácuo para manutenção e verificação da calibração;

Fig-78:Válvula de Alívio e Vácuo em manutenção Fig-79: Válvula pronta para montagem

i) caso o costado seja isolado termicamente, remover trecho do isolamento térmico


do costado junto ao fundo numa amostragem previamente definida, tomando como
um dos motivos os locais de incidências de água de chuvas.

Tanques de Teto Flutuante


Assim como nos tanques de teto fixo é recomendável uma Inspeção Externa
conforme descrito anteriormente e mais as seguintes:

a) retirar as pernas de sustentação para inspeção, tomando cuidado, quanto a


suportação adequada do teto. Esta retirada também pode ser executada com o teto
em flutuação imediatamente antes de ser liberado o equipamento;
OBS.: no caso de remoção das pernas depois do teto assentado, uma avaliação de
carga deverá ser feita pelo profissional habilitado responsável pelo equipamento.

b) executar medição de espessura nas camisas das pernas de sustentação,


principalmente na região de nível de líquido;

c) retirar os roletes e selo do tubo anti- rotacional para inspeção;

d) retirar a válvula de retenção do dreno articulado para inspeção, limpeza e teste


hidrostático de vedação;
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Fig-80: Guias do tubo antirotacional e alcamador Fig-81: Check válvula do dreno de teto retirada para
manutenção

e) nos compartimentos flutuadores, executar medições de espessura na chapa do


lençol inferior (no centro e na região de sobreposição), em pelo menos 10% do total
de compartimentos (mínimo em quatro flutuadores defasados de 90 graus).
Nos compartimentos periféricos executar também medição nas chapas laterais
externas.

f) nos drenos de emergência, avaliar as condições de roscas e ou chapas dependendo


do tipo de dreno.

Fig-82: Dreno de Emergência em um teto flutuante Fig-83: Outro modelo de dreno de emergência

INSPEÇÃO INTERNA
Antes de iniciar a inspeção, verificar se as superfícies internas do tanque: chapas e
juntas soldadas do teto, fundo e costado, bem como os equipamentos e acessórios
internos estão limpos, sem incrustações, carepas e produto aderido. Caso não
apresentem condições adequadas para inspeção, deve ser aplicado hidrojateamento
ou limpeza mecânica que garanta a avaliação parcial ou em toda superfície a
examinar.
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Pintura
Verificar o estado da pintura interna quanto a existência de empolamento,
fendimentos ou descascamentos nos seguintes pontos:

a) fundo, observar a região de assentamento das pernas de sustentação do teto;

b) acessórios e equipamentos internos;

c) costado;

d) teto;

e) tubo anti-rotacional (teto flutuante);

f) dreno articulado (teto flutuante);

g) camisas e pernas de sustentação (teto flutuante).

Fundo
a) verificar visualmente a existência de recalques das chapas do fundo,
principalmente nas chapas sob as colunas de sustentação e periferia.
Caso o recalque se localize na periferia, executar medição da profundidade do
mesmo e ensaio por partículas magnéticas das soldas costado/fundo; Ver critérios de
aceitação no Appendix-B do API-653.

b) inspecionar as chapas e juntas soldadas, através de exame visual, medição de


espessura e teste com martelo, quanto a corrosão, furos e trincas. Regiões mais
susceptíveis: depressões, periferia, soleira da porta de limpeza, no redor das colunas,
ao redor de suportes, região de apoio dos pés em tanque de teto flutuante e bacias de
drenagem. As soldas das bacias de drenagem devem ser avaliadas com ensaios de
Partículas Magnéticas

O critério de medição de espessura deve ser o mesmo especificado no item 5.1.7.1


da N-2318;

c) verificar as condições físicas da chapa de referência para apoio da trena de


medição;

d) os drenos simples devem ser removidos, por corte, se necessário, visando ter
melhor acesso para teste com martelo e medição de espessura; para os drenos
sifonados efetuar inspeção visual e medição de espessura, considerando que o modo
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de falha conhecido é a corrosão na forma de grove nos drenos articulados sem


pintura interna.

e) caso exista evidência de ataque corrosivo externo das chapas do fundo (umidade
elevada, baixa resistividade do solo, falha na impermeabilização da base)
recomendar o uso de varredura eletromagnética avaliar as condições físicas das
chapas. Caso não seja possível o uso, deve-se recomendar a retirada de algumas
regiões com diâmetro mínimo de 500 mm, sendo quatro na periferia e um no centro
ou a critério do cenário avaliado, para inspeção visual e medição de espessura com
calibre. Um dos discos da periferia deve estar localizado em frente à porta de
limpeza. Calcular a taxa de corrosão e vida provável. Deve-se medir em cada região
a resistividade do solo. Como alternativas efetuar a medição de espessura através
ultra-som nos locais onde haja evidência de corrosão. É recomendável a remoção de
chapas, inclusive de apoio quando a intensidade de corrosão for severa
principalmente nas regiões de incidências de chuvas;

f) após limpeza geral dos anodos, efetuar inspeção visual para verificação quanto ao
desgaste, e avaliação da eficiência da proteção catódica. Durante esta inspeção
avaliar a necessidade da substituição, adição ou redistribuição dos anodos.

g) quando houver sistema de proteção catódica por corrente impressa para proteção
do fundo, deve-se remover discos da chaparia de fundo para se fazer um
levantamento do potencial fundo/solo. Os discos devem ser de 150 mm de diâmetro,
removidos ao longo de um diâmetro, com espaçamento de 5 a 10 metros entre cada
disco; avaliar o historio das medições da proteção catódica.

h) caso o tanque apresente vazamentos em operação através do fundo, executar


inspeção conforme descrito no item 5.2.2.2 b da N-2318. Se o problema não for
detectado, realizar limpeza do fundo, em seguida realizar teste com a caixa de
vácuo ou outro alternativo como. Outros métodos podem ser aplicados conforme
descrito na norma API RP-575. Analisar riscos antes de serviços a quente, pois o
produto pode ter contaminado grande área sob as chapas do fundo. E no caso de
realização de serviços a quente em chapas de fundo utilizar as recomendações do
API-2207, Preparação da base do tanque e API-2201 – Procedimentos de soldagem.

i) O método da retirada de trecho na chapa do fundo por ocasião da inspeção interna


é bem mais seguro, mais prático e usualmente mais rápido. Porém nem toda
tancagem tem disponibilidade para manutenções longas, além de outras
implicâncias.
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Inspeções não destrutivas com ultra-som B-SCAN e C-SCAN são métodos que
permitem avaliar a superfície externas das chapas de fundo sem remoção das
mesmas.

Costado
a) inspecionar, através de exame visual e teste com martelo, as chapas e juntas
soldadas quanto a corrosão. Executar medição de espessura nas áreas mais
corroídas. Deve ser dada especial atenção aos seguintes locais: últimos anéis (acima
do nível do líquido), região do rodapé (acúmulo de água no fundo), solda
fundo/costado, regiões de maior incidência solar e regiões posicionadas na direção
preferencial de incidência de ventos;

b) inspecionar internamente, através de exame visual e medição de espessura, as


conexões, bocas de visita e porta de limpeza, quanto a corrosão e trincas nas soldas.
Nas conexões e acessórios dos agitadores mecânicos e portas de limpeza deve ser
feita inspeção por partículas magnéticas conforme a norma PETROBRAS N-1598,
no caso de suspeita de trinca;

c) nos tanques de teto flutuante, verificar se as chapas do costado não apresentam


rebarbas que possam danificar o selo de vedação. Durante a drenagem do tanque,
acompanhar a descida do teto e verificar o assentamento do selo ao costado,
(deformações do costado e pressão do selo). Para este item ver critérios de
limitações item do API 563
Inspecionar acessórios do costado como suportes, calhas de coleta de condensado,
bocais de injeção de espuma, outros, dependendo do projeto.

Teto

Tanques de Teto Fixo:


a) inspecionar visualmente as chapas quanto a corrosão. Realizar teste com martelo.
Deve ser dada especial atenção aos seguintes locais: acima do sistema de
sustentação do teto (coroa de apoio de longarinas), regiões sobrepostas, regiões
próximas a conexões que permitam entrada de ar, regiões com maior incidência
solar e regiões com empoçamento de água. Se necessário remover chapas para
inspeção da região de sobreposição com as vigas;

b) inspecionar visualmente o sistema de sustentação do teto:


- coroas e chapas de fixação - quanto a corrosão;
- colunas - quanto a corrosão, verticalidade e flecha;
- vigas radiais e transversais - quanto a corrosão e flecha;
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- parafusos - quanto a corrosão e trincas. Observar suas posições em relação aos


furos oblongos e recomendar, caso necessário, o prolongamento desses furos, após
verificação do recalque de fundo. Conforme o resultado da inspeção visual dos
parafusos instalados na estrutura, devem ser removidos pelo menos 10% do total
para a execução de inspeção mais detalhada (visual e dimensional);

c) inspecionar as conexões e bocas de visita quanto a corrosão.

Nota: Verificar possível obstrução na conexão e no próprio dispositivo de alívio de


pressão.

Tanques de Teto Flutuante:


a) inspecionar visualmente as chapas quanto a corrosão. Realizar teste com martelo:
deve ser dada especial atenção aos seguintes locais: regiões sobrepostas, periferia,
abaixo dos perfis de reforço e chapas laterais externas dos flutuadores (espaço de
vapor);

b) verificar a existência de trincas nas soldas e chapas do lençol inferior do teto


junto às divisórias dos compartimentos do tipo “double-deck”, junto ao sistema de
sustentação do teto e locais sujeitos à concentração de tensões;

c) inspecionar o sistema de sustentação do teto (pernas, camisas e chapas de reforço)


quanto a corrosão e perfeito apoio no fundo. Inspecionar soldas das camisas das
pernas de sustentação com o lençol inferior com líquido penetrante ou partículas
magnéticas por amostragem;

d) inspecionar a bacia e o dreno articulado do teto e sua corrente. Caso as juntas


sejam removíveis, retirar uma junta articulada para inspeção e manutenção. Deve ser
efetuado teste hidrostático do dreno articulado para verificação de vazamento. Os
tubos devem ser submetidos a medições de espessuras ou varreduras de Ultra Som
para verificação de possível corrosão interna;
OBS.: Nos casos de projetos onde o dreno for de mangueira flexível, verificar se a
mangueira não está roçando ou sendo avariada pelas pernas durante movimento do
teto, principalmente no assentamento.
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Fig-84: Dreno articulado de um tanque de 55 m de diâmetro Fig-85: Drenagem com mangote


em manutenção

e) verificar o estado físico do tubo anti-rotacional e de seus suportes;

f) inspecionar as conexões, bocas de visita e drenos de emergência quanto a


corrosão;

g) verificar internamente o estado físico do selo de vedação do teto;

h) inspecionar caso existente, quanto às condições físicas, o mangote de ligação do


dreno do teto com o costado. Caso necessário efetuar teste hidrostástico.

Taques de Teto Fixo Com Selo Flutuante

A selagem interna de um tanque de teto fixo deverá ser norteada pelo Apendix – H
do API-650, pode ser construída em diversos materiais, sendo os mais usados o
alumínio; aço carbono e aço inox.
Esta selagem tem a finalidade de reduzir a perda por evaporação, permitindo que
alguns projetos de teto fixo, possam armazenar fluidos mais voláteis como gasolina,
nafta e outros. Este sistema de selagem possui pernas de sustentação para
possibilitar o acesso às chapas do fundo do tanque, facilitando a limpeza,
manutenção e inspeção.
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Fig-86: Croqui de um Tanque de Teto Fixo com Selagem Fig-87: Função: conter a perda por evaporação
Interna

Acessórios e Equipamentos Auxiliares Internos

a) inspecionar visualmente e com teste de martelo onde aplicável os acessórios e


equipamentos internos:
- sistema de aquecimento (serpentina, radiadores, linhas de vapor e condensado,
feixe tubular). Para a inspeção de serpentinas, é recomendável a retirada de
amostras, para possibilitar a inspeção visual interna e teste hidrostático.
- sistema de sucção de superfície, verificar bóia de flutuação e partes móveis.
- sistema de medição de nível (bóia, cabos suportes). Verificar a existência de
produto no interior da bóia de medição de nível e presença de borras nas partes
móveis;
- tubo móvel e sistema de içamento (tubo, cabos e roldanas);
- misturador;
- instrumentação;
- sistema antivortex;
- sistema de amostragem;
- quebra jato das câmeras de espuma

b) para o sistema de aquecimento, é recomendável a execução de teste hidrostático


na pressão especificada ou com vapor para verificação de vazamentos. Efetuar
medição de espessura nas tubulações de vapor e condensado, se necessário;

c) Os retentores de chama e respiradores devem ser inspecionados visualmente,


principalmente quando à corrosão e entupimentos de suas telas ou grandes. A
verificação do nível de óleo nas válvulas de pressão e vácuo devem ser realizadas a
um só tempo com a inspeção visual de todos os seus componentes. O sistema de
medição do tanque deve ser inspecionado quanto a corrosão em geral, rompimento
da trena, furo da bóia, etc.
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Fig-88: Corta-Chama em um tanque de resíduos. Fig-89: Croqui mostrando o recheio do corta-chama

d) A tubulação de injeção de espuma no sistema de combate a incêndio do tanque


deve ser inspecionada entre a válvula de bloqueio da tubulação e a sua entrada no
tanque. A medição da espessura do tubo em quaisquer pontos, a inspeção visual do
tubo e seus suportes e o teste do martelo são métodos normalmente empregados.

Fig-90:Injetor de espuma em um Tanque de Teto Flutuante Fig-91: Injetor de espuma (Câmera) em um Tanque de
Teto fixo

e) nos tanques de teto flutuante o guia anti-rotacional e tubo alcamador devem ser
inspecionados quanto à corrosão, principalmente nos elos da corrente do contrapeso
e sistema de guia.

Ensaio com Pressão Negativa (Caixa de Vácuo)


Todas as soldas das chapas do fundo e do teto que foram substituídas durante a
manutenção devem ser inspecionadas. A pressão de ensaio, o tempo de inspeção e a
sobreposição mínima devem ser conforme a norma PETROBRAS N-1593.
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Nota: Para pequenos reparos nas chapas do fundo e do teto, o ensaio de Pressão
Negativa pode ser substituído por ensaio por Líquido Penetrante.

Teste Hidrostático
a) sistema de aquecimento:
- o sistema de aquecimento (serpentina ou radiadores) deve ser testado
hidrostaticamente com pressão de 1,5 vezes a pressão de projeto, permanecendo
nesta pressão durante 30 minutos, mais o tempo de inspeção. Para o sistema tipo
feixe tubular, a pressão deve ser a especificada no projeto;

b) Tanque:
- o teste hidrostático (coluna de água) deve ser efetuado quando ocorrer um ou mais
dos seguintes casos:
- quando o tanque for reconstruído;
- quando houver instalação de um novo fundo;
- quando ocorrerem reparos na solda do costado com as chapas de apoio do fundo;
- quando ocorrer reparos com extensão maior que 12” nas soldas das chapas do
costado, ou das chapas anulares do fundo;
- quando houver dúvida quanto à existência de vazamento pelas chapas do fundo;
- caso o teste hidrostático não seja executado, com a ciência do Profissional
Habilitado, o tanque pode ser observado durante no mínimo cinco dias de operação;

Cuidados durante o teste


A temperatura da água de teste deve ser conforme a norma PETROBRAS N-271;
- antes do início do teste e durante o enchimento do tanque, o inspetor deve verificar
a existência da umidade proveniente de fatores externos (produto ou água infiltrada
entre o fundo e o solo);
- a altura do nível de água para tanques com mais de 10 anos de operação, deve ser
avaliado por um profissional habilitado, podendo ser usado o valor (nível) de água
equivalente ao nível Maximo operacional, levando em consideração a densidade da
água e densidade do produto.
- a inspeção deve ser iniciada de um a dois dias após o enchimento completo do
tanque (até a posição máxima de operação). Na ocasião da inspeção do teste, a base
do tanque não deve apresentar umidade, a não ser a já constatada no item anterior;

- caso ocorra a reprovação do teste, novo teste deve ser realizado, após os reparos
necessários;
- em tanques que armazenam produtos pesados, recomenda-se a utilização do
sistema de aquecimento durante o teste hidrostático, visando facilitar o escoamento
de produtos acumulados entre o fundo e a base, decorrentes de vazamentos
anteriores, permitindo assim a livre passagem da água de teste;
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- caso não haja possibilidade de enchimento total do tanque, deve ser efetuado
ensaio por capilaridade com óleo diesel, ou querosene, nas soldas do costado que
sofreram manutenção. O ensaio deve ser realizado de acordo com a norma
PETROBRAS N-1593. É recomendável efetuar ensaio por líquido penetrante nas
juntas soldadas do costado com o fundo.

- Nos tanques de teto flutuante o interior dos flutuadores deverá ser inspecionado
visualmente quanto a possíveis vazamentos, imediatamente após o tanque estar
vazio ou no decorrer de um posterior este hidrostático do próprio tanque.

- durante o teste hidrostático de um tanque de teto flutuante os seus drenos de teto


devem ser avaliados quanto a possíveis vazamentos. As válvulas devem estar abertas
durante o processo de enchimento.

- quando for usada água salgada para o teste, um inibidor de corrosão deverá ser
usado.

- as juntas da Portas de Limpeza e de Bocas de visitas durante o teste devem ser


provisórias.
- observar o espaçamento entre teto e costado nos casos de tanques de teto flutuante.
- é possível que a calafetação (grauteamento) da base venha a ser danificada durante
o teste, neste caso devem ser reparadas após conclusão do teste.

- possíveis deformações no costado podem acontecer, portanto durante teste


observar e registrar, avaliando o comportamento desta deformação após conclusão
do teste.

- em caso de vazamentos durante o teste, após reparo o teste deve repetido sem a
necessidade do acompanhamento de recalques.

- todo teste de tanque novo deve ser acompanhado de medições topográficas para
avaliação de recalques. Tanques usados devem ter uma avaliação do histórico,
verificando a necessidade de acompanhamento de recalques. Normalmente depois
de algum sinistro envolvendo direta ou indiretamente um tanque, este
acompanhamento é necessário e principalmente se o tanque está montado em local
de aterro ou solo duvidoso.

- para tanques pressurizados novos, devem ser feito um teste pneumático conforme
API-620, item 5.23.
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Teste de Flutuabilidade

O interior dos flutuadores deverá ser inspecionado visualmente quanto a possíveis


vazamentos, imediatamente após o tanque estar vazio ou no decorrer de um
posterior este hidrostático do próprio tanque.

CRITÉRIOS DE ACEITAÇÃO
Base:
a) recalque - conforme descrito na norma PETROBRAS N-270 e ou Apendix B do
API-653;
b) anel de concreto - fissuras com abertura igual ou superior a 2,0 mm são
inaceitáveis independente do comprimento ou localização. Não deve haver ferragens
expostas.

Costado:
a) espessura mínima - conforme descrito na norma API Std 653, porém não menor
que 3,0 mm;

b) deformação - no máximo 15 mm em 1000 mm, ao longo do costado, conforme


descrito na norma PETROBRAS N-271 eou API-653 item...;

c) verticalidade - máximo 1/200 x altura total do tanque, medida do topo à base do


tanque, conforme descrito na norma API Std 650;

d) circularidade - conforme descrito na norma API Std 650.

Fundo
Chapas Recortadas
Espessura mínima das chapas deve ser igual a 2,5 mm. Chapas corroídas que
apresentem espessura inferior a 2,5 mm em qualquer 650 cm2 de área inspecionada
devem ser reparadas ou removidas. Caso mais de 50% da área do Fundo apresente
espessura abaixo da mínima, seja por corrosão uniforme ou alveolar, deve ser
efetuada a troca total das chapas do fundo. Sempre negociar estas condições com o
Profissional Habilitado, responsável pelo equipamento.
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Chapas Anulares
Espessura mínima das chapas - chapas corroídas que apresentem espessura inferior
ao critério especificado na norma API Std 653.

Recalque
Os critérios devem seguir o prescrito na norma API Std 653.
Nota: Se a vida remanescente do fundo for inferior ao período de campanha
previsto, deve-se efetuar a troca parcial ou total do fundo. Como alternativa pode ser
melhorada a proteção anticorrosiva, ou diminuído o prazo de campanha. Essa
condição deve ser negociada junto ao proffisional habilitado responsável pelo
equipamento.

Teto
a) chapas
- espessura mínima deve ser igual a 2,5 mm. Para avaliação da necessidade de troca
das chapas do teto, utilizar o critério do API Std 653.

b) estrutura do teto:
- área de seção reta mínima: redução não maior que 15%;
- flecha vertical das vigas: 2 mm/m de comprimento, máximo 10 mm conforme
norma PETROBRAS N-271;
- flecha e verticalidade das colunas: altura da coluna/1200 conforme norma
PETROBRAS N-271.

Pintura
Deve-se verificar continuidade, aderência e espessura de película conforme critérios
da norma PETROBRAS N-13. Caso se verifique deterioração da pintura em pontos
esparsos e generalizados, somando mais de 30% da área total de uma determinada
região do tanque, é necessário efetuar a repintura total dessa região.

Anodos de Sacrifício
Trocar os anodos quando o percentual da massa média residual dos anodos
instalados for menor que 100-F, onde F é o fator de utilização do anodo.
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MANUTENÇÃO

METODOS DE REPARO

Estritamente, como os reparos de manutenção não são problemas de inspeção,


procurou-se aqui apenas comentar aqueles reparos a serem executados nos
componentes dos tanques os quais requerem: uma nova inspeção por razões de
segurança .
Antes que qualquer reparo seja recomendado ao órgão executante, deverão ser
conhecidas e devidamente interpretadas as normas e padrões e construção a fim de
que aqueles reparos não violem os conceitos usados na construção original.
Como alguns reparos serão do tipo que afetam a resistência ou segurança do tanque,
conseqüentemente, eles deverão ser inspecionados após seu término. Geralmente é
também uma boa prática fazer uma inspeção rápida de todos os outros reparos
recomendados a fim de ser constatada sua execução.
Os reparos envolvendo a soldagem do teto, fundo e costado são aqueles que devem
ser novamente inspecionados, com a f1nalidade de ser verificado seu término e
garantia do controle da qualidade da execução. Para isso, a inspeção visual é,
suficiente, entretanto a inspeção por partículas magnéticas ou de líquidos
penetrantes pode também ser usada.

Os reparos podem também ser feitos por rebitagem ou parafusos, porém os métodos
de utilização deverão seguir o estipulado nas normas correspondentes. Juntas
rebitadas que apresentem vazamentos podem ser calafetadas, ou soldadas. Quando
as juntas rebitadas são vedadas por solda, os rebites e as juntas deverão ser
calafetadas por aproximadamente 15 cm em ambas as direções de soldagem. Os
rebites defeituosos também podem ser substituídos por parafusos, especialmente
aqueles das chapas do fundo, onde é possível alcançar-se sua face oposta. Todos os
reparos envolvendo calafetagem, rebitagem , aparafusagem e soldagem devem ser
novamente inspecionados.

Quando houver remoção de chapas corroídas, e antes de ser aplicado um repara


(substituição) com junta soldada de topo ou superposta nas chapas do costado, teto e
fundo, a abertura deverá ter seus cantos arredondados, pois os cantos quadrados
podem introduzir concentração de tensões. Os rparos aplicados no fundo são
normalmente de chapas superpostas e com cantos arredondados, fixadas por cordão
de solda integral de ângulo. As chapas do costado poderão ter remendos com juntas
superpostas, desde que as normas de construção o permitam, soldadas integralmente
em ambos os lados; alternadamente, elas podem ser rebitadas e calafetadas ou
aparafusas com uma junta de vedação. Reparos com juntas de topo no costado
deverão ser soldados preferivelmente de ambos os lados.
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Se o fundo deve ser totalmente substituído por um novo, soldado, as novas chapas
poderão ser introduzidas no tanque por uma abertura no anel inferior do costado. A
construção de um novo fundo poderá também ser executada a uma distância mínima
determinada pela API-653, sendo que o espaço entre o fundo novo e o velho seja
cheio com areia seca e limpa.
Se o fundo deteriorado é protegido catodicamente ou se é prevista proteção catódica
para o novo fundo, o fundo original deve ser totalmente removido, pois caso
contrário ela forma uma barreira a qual coletando a corrente proveniente dos anodos
através do solo impede a proteção adequada ao novo fundo.

A substituição completa das chapas do teto pode ser feita de modo similar à
construção original. As vigas também poderão ser substituídas nesta oportunidade,
caso a inspeção assim o recomende.
Após a substituição de chapas do costado deverá ele ser inspecionado de modo
idêntico ao sugerido pelas normas que regulamentam a construção de novos tanques.
As trincas ou defeitos que ocorrerem nas chapas do costado e do fundo deverão ser
reparadas pela remoção do material defeituoso até a chapa sã por meio de talhadeira,
esmeril ou eletrodo de carvão, e então soldadas. Caso eles sejam severos é
recomendável substituir totalmente a chapa. Todos os reparos de solda deverão ser
inspecionados cuidadosamente, especialmente, nas extremidades do cordão.

REPAROS ESPECIAIS
Os alvéolos profundos normalmente encontrados nas chapas de tanques podem ser
reparados por um número variado de métodos quando eles estiverem bem dispersos,
não afetando a resistência do tanque. Em tais casos qualquer método que paralise a
corrosão e evite vazamentos será satisfatório.
Assim, os alvéolos, dispersos, podem ser furados e tamponados com um tampão
rosqueado e posteriormente soldados ou ca1afetadosa adequadamente. O uso de
resinas ou revestimentos metálicos especiais, endurecíveis no ar, podem também ser
aplicado temporariamente; tais materiais não devem contaminar e nem serem
contaminados pelo liquido armazenado, devem dar boa vedação e ser aplicados
sobre a superfície totalmente limpa, preferencialmente por jato de areia;
posteriormente os alvéolos deverão ser definitivamente reparados com tampão
rosqueado ou por remendo com chapas. Importante em casos de uso de reparos
temporários, mapear as regiões reparadas para garantir a localização do reparo
definitivo.

Os vazamentos no teto podem ser reparados temporariamente por remendos que não
necessitem de corte, soldagem, rebitagem ou parafusagem das chapas.
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Tais remendos são feitos de placas de asbestos, lona, borracha ou asfalto aplicado
sobre as chapas do teto e devidamente vedado com massas especiais; a escolha dos
materiais a serem usados depende das características do liquido armazenado no
tanque e das condições de serviços destes.

REGISTROS DE INSPEÇÃO

A existência de um registro de inspeção completa e atual1zado é necessário, pois


subsidiará as novas inspeções e avaliações do tanque ou tancagem além de
fundamentar um programa de manutenção preventiva. Estes registros podem
funcionar como arquivo de pesquisas quando dele se necessitam informações para
especificação de novos tanques.

Para um registro seja completo, nele devem constar pelo menos: dados técnicos,
condições físicas e registro de medições e qualquer intervenção ocorrida no
equipamento.

Ocasionalmente, poderão ser emitidos relatórios especiais ou de pesquisas, nos quais


são divulgados resultados de experiências com materiais anti.corrosivos ou de algum
problema inusitado ou outros.
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ANEXO-I

Identificação de partes de um Tanque de Teto Fixo

1 - TETO
1.1 - Teto Fixo
1.2 - Estruturas de Sustentação do Teto
1.2.1- Coluna Central
1.2.2- Colunas Intermediária
1.2.3- Coroa Central
1.2.4- Vigas Radiais Principais
1.2.5- Vigas Radiais Secundárias
1.2.6- Vigas Transversais
1.2.7- Cantoneira de Apoio

2 - COSTADO
2.1- Cilindro

3 - FUNDO
3.1- Chapa Anular
3.2- Chapa Central

4- BASE
4.1- Chapas de Apoio
4.2- Impermeabilização
4.3- Berma
4.4- Anel de Proteção do Berma
4.5- Anel de Concreto

5- ACESSÓRIOS
5.1- Bocas (Entradas)
5.1.1- Boca de Visita
5.1.2 – Medição e Amostragem
5.2- Conexões
5.2.1- Entrada ou Saída de Produto
5.2.2- Entrada de Vapor (Serpentina)
5.2.3- Saída de Condensado (Serpentina)
5.2.4- Respiro
5.2.5- Drenagem do Fundo
a) Simples
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b) Sifão
5.3- Chapas de Reforço
5.4- Bacia de Drenagem do Fundo
5.5- Válvula de Alívio e Vácuo
5.6- Corta Chama ou Retentor de Chamas
5.7- Sistema de Medição
5.7.1- Cabos
5.7.2- Roldanas
5.7.3- Peso
5.7.4- Visor
5.7.5-Boia
5.8- Porta de Limpeza
5.9- Escadas
5.9.1- Marinheiro
5.9.2- Helicoidal
5.9.3- Com Patamares
5.10- Plataforma
5.11- Fio Terra ( Aterramento)

6- Dispositivos Auxiliares
6.1- Câmera de Espuma
6.2- Tubo Móvel
6.3- Misturador
6.4- Sistema de Aquecimento
6.4.1- Serpentina
6.4.2- Radiador
a) Vertical
b) Horizontal
6.4.3- Feixe Tubular
6.5- Chicanas
6.6- Isolamento Térmico
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Identificação de partes de um Tanque de Teto Flutuante

1- Teto Flutuante
1.1- Simples
1.2- Duplo
1.3- Com Flutuador
1.3.1- Periférico Elevado
1.3.2- Periférico Rebaixado
1.3.3- Central
1.3.4- Radial
1.4- Estruturas de Sustentação do Teto
1.4.1- Pernas de Sustentação

2- Costado
2.1- Cilíndrico

3- Findo
3.1- Plano

4- BASE
4.1- Chapas de Apoio
4.2- Impermeabilização
4.3- Berma
4.4- Anel de Proteção do Berma
4.5- Anel de Concreto

5- ACESSÓRIOS
5.1- Bocas (Entradas)
5.1.1- Boca de Visita
5.1.2 – Medição e Amostragem
5.2- Conexões
5.2.1- Entrada ou Saída de Produto
5.2.2- Entrada de Vapor (Serpentina)
5.2.3- Saída de Condensado (Serpentina)
5.2.4- Respiro
5.2.5- Drenagem do Fundo
a) Simples
b) Sifão
5.3- Chapas de Reforço
5.4- Bacia de Drenagem
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5.4.1- Drenagem do Teto


5.4.2- Drenagem do Fundo

5.5- Válvula de Pressão e Vácuo


5.6- Tampa de Alívio
5.7- Sistema de Medição
5.7.1- Cabos
5.7.2- Roldanas
5.7.3- Peso
5.7.4- Visor
5.7.5-Boia
5.8- Porta de Limpeza
5.9- Escadas
5.9.1- Do Teto Flutuante (Atriculada)
5.9.2- Helicoidal
5.9.3- Com Patamares
5.10- Plataforma
5.11- Fio Terra (Aterramento)
5.12- Vedação do Teto
5.13- Anel de Contraventamento
5.14- Tubo Antirotacional

6- Dispositivos Auxiliares
6.1- Misturador
6.2- Sistema de Aquecimento
6.2.1- Serpentina
6.2.2- Radiador
a) Vertical
b) Horizontal
6.2.3- Feixe Tubular

6.3- Sistema de Drenagem do teto


6.3.1- Tubo Articulado (Dreno)
6.3.2- Mangueira (Dreno)
6.3.3- Dreno de Emergência
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Referências:

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

[1] - BRASKEM RO-1002-18 "Rotina para inspeção em tanques de armazenamento"


[2] – Borges, R. A. "Avaliação de Integridade " COPN.0594.RT4.ME001, 08/94r
[3] - Barros, E. M. "Tanques de Armazenamento", Apostila PETROBRÁS, 1984
[4] - API 650, "Welded Steel Tanks for Oil Storage", 2003
[5] - API 653, "Tank Inspection, Repair, Alteration, and Reconstruction", 2001
[6] - Myers, P., "Above-ground Storage Tanks
[7] - Relatório PROMON PK-14-QV8-401" Pesquisa em tanques - Falhas"
[8] - Guia N°-9 – IBP - Inspeção de Tanques de Armazenamento
[9]- Normas Petrobrás relacionadas com tanques
[10] - Normas e Recomendações Práticas - API Relacionadas com tanques
[11] - Perda por Evaporação: “ Petroleum Tankship Safety” de R.C Page Extra
Máster e A ward Gardner ND DIH
[12] - Experiência acumulada em 25 Anos em Petroquímica
[13] – Costa, O. S. – Uso do API-653 em Integridade de Tanques - 2005

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