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Construção de autoconsciência

O conceito de autoestima está desactualizado embora ainda seja utilizado por muitos
psicólogos e psiquiatras. Ele é a fonte de grande parte dos problemas da psique e não
é a solução para nenhum.

Depois de compreendido e aceite o conceito de auto-compaixão (em que nos


aceitamos tal como somos à partida) tomamos um ponto de partida para uma
observação mais criteriosa de nós próprios. 

E é nessa altura que entra o autoconceito. A forma como nos vemos, como nos
definimos e como acreditamos ser.

Estabelecer um autoconceito é um exercício complexo mas que deve ser promovida


com consistência e com a maior clareza possível. Paradoxalmente a compreensão
desta complexidade e a consistência dessa análise são em si mesmo fontes de maior
clareza que tornará o autoconceito cada vez mais nítido e inspirador.

Comecemos pela auto-avaliação e pelos conceitos que temos sobre nós próprios, com
a cautela para nunca nos compararmos em relação aos outros. É um exercício que
devemos fazer como se fossemos a única pessoa no mundo. Como nos definiríamos?
Pelas crenças e valores? Pelas experiências de vida? Pelo passado familiar e
genético? Pela origem geográfica? Pela idade e pelo gênero? Pelas habilidades? Pela
idade? Pelas características da personalidade? Pelas necessidades? Pelos desejos?

Bem diferente dessa auto-avaliação interna é quem somos socialmente. Tendemos a


esconder muitas das nossas características no contacto com os outros e o nosso
comportamento é muito influenciado pela nossa insegurança e pela necessidade de
aceitação.
Podemos também conceptualizar quem gostaríamos de ser e estabelecer planos,
metas e objetivos para nos transformarmos de acordo com os nossos valores. Isto é
sobretudo legítimo quando queremos com isto alcançar um maior grau de liberdade
para assumir as nossas próprias convicções e para vivermos segundo as nossas
próprias regras (sem desafiar as convenções sociais básicas). É particularmente
perigoso quando o projecto da nossa transformação é no sentido de obter maior
aceitação, mais afecto ou mais amor de alguma pessoa ou de um pequeno grupo de
pessoas em particular. Para ser autêntica, a motivação para a mudança tem que ser
interna.

Para o autoconceito também contribui a auto-verificação, que não deve ser confundida
com autocrítica. A auto-verificação é tanto mais concreta quanto mais for
fundamentada em métricas consistentes, por exemplo o grau de alcance de
determinado objectivo. De salientar que esta auto-avaliação deve ser feita sempre de
forma positiva e apreciativa. Importante ter em conta a orientação para a melhoria
continua.

Um outro componente da auto-consciência é o valor próprio. A forma como


valorizamos quem somos. Interessante observar que quanto mais avançamos em
termos de desenvolvimento pessoal mais consciência temos que o valor que temos é
na realidade o valor que acrescentamos aos outros. E é por isso que temos que
praticar o que aprendemos e continuar a aprender continuamente. Não esperes ser o
número 1 seguindo 

O auto-conceito é uma das componentes mais importantes para a construção da


autoconfiança. Haverá até uma proporcionalidade directa entre os dois.

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