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Muitas pessoas de baixa renda realmente procuram ocupar terrenos em desuso pra ter
onde morar, o que é previsto na legislação de determinadas formas e em determinados casos.
Entretanto, muitas pessoas se aproveitam dos mecanismos e entrelinhas legais para fazer da
ocupação e invasão um comércio ilegal que acaba por comprometer o direito dos grupos
realmente necessitados. É comum que grupos maiores, de poder aquisitivo já estabelecido,
grileiros ou mesmo indivíduos particulares agindo de má fé ocupem terrenos e os vendam a
pessoas que muitas vezes não entendem dos mecanismos de negociação de terras. Esses
indivíduos supracitados costumam passar pouco tempo tem uma terra ocupada, cerca de três
meses, até vende-la e ocupar um novo terreno, num processo que se repete.
Em virtude disso, propõe-se a criação de um cadastro, que deve ser realizado tão logo a
invasão/ocupação ocorra e antes do início do processo de titulação. A partir desse cadastro, as
novas comunidades formadas através de ocupação teriam seus habitantes cadastrados por CPF
e legalmente monitorados. Esse cadastro visa principalmente inibir o processo de “invasão –
permanência curta – venda”, visto que a titulação e regularização fundiária tem por objetivo-
mor a moradia. Indivíduos que tivessem o cadastro conflitante, ou seja, fossem pegos invadindo
ou ocupando outro terreno já tendo ocupado algum em um período recente (mesmo que sem
titulação) seriam questionados e passíveis de punições legais.
Outro ponto a se analisar é que, mesmo quando a ocupação é “legítima” no que tange
a necessidade real de moradia do indivíduo, essa ocupação é, em uma esmagadora maioria, feita
de forma desordenada, não respeitando o Plano Diretor ou qualquer planejamento urbano.
Para lidar com isso, propõe-se que seja feita a criação, expansão e adequação de
projetos sociais que visem realocar essas pessoas em moradias do governo, a exemplos do
projeto Viver Melhor e do PROSAMIM, voltado principalmente para habitantes de margem de
igarapés. Esses projetos precisariam contemplar a realidade dos indivíduos de baixa renda que
na maior parte dos casos são os ocupantes. Para certificar que não ocorra o comércio indevido
das casas cedidas, haveria um cadastro com um monitoramento periódico (anual ou bianual)
para verificar se a família continuaria morando lá.
Por fim, propõe-se um estudo dos terrenos do Estado, a fim de que este possa se
preparar para o crescimento populacional e ter algumas áreas loteadas de modo adequado
previamente, constituindo um lugar pra onde possa imediatamente realocar uma comunidade
em criação por ocupação. Também a cessão de alguns desses terrenos a imobiliárias a troco de
preços de imóveis bem mais acessíveis para que pessoas com renda menor pudessem ter uma
facilidade.