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Brazilian Assoc. for Comp. Mechanics (ABMEC) & Latin American Assoc. of Comp. Methods in Engineering (AMC),
Guarapari, Espírito Santo, Brazil, 19th – 21st October 2005
Resumo. Neste trabalho são avaliados novos arranjos para enrijecedores em ligações de
placas de base de pilares tubulares de perfil circular solicitados ao momento fletor. As
análises foram realizadas através de modelagem pelo método dos elementos finitos. Este
trabalho dá continuidade ao trabalho apresentado no XXV Iberian Latin American Congress
on Computational Methods - CILAMCE2004. As ligações foram modeladas com o elemento
SHELL63 do programa computacional ANSYS. Arranjos diferentes são apresentados e as
tensões obtidas tanto para o perfil tubular quanto para a placa de base são evidenciadas
para fins comparativos. Através destas avaliações pode-se utilizar com toda segurança e
economia placas de base com enrijecedores de arranjos não convencionais ainda não
contemplados em normas técnicas.
1. INTRODUÇÃO
Os novos arranjos para placas de bases com enrijecedores aqui apresentados partiram dos
modelos A, B e C da Fig. 1 mostrados em Minchillo&Requena (2004). Seus resultados
constam deste trabalho, para comparação com os resultados obtidos dos demais modelos.
30 30
240 240
30 30
N N N
M M M
250 250
250
tp tp
tp
Modelo A Modelo B Modelo C
Figura 1 – Modelos A, B e C de placas de bases com enrijecedores para = 45° e =
60°.
do perfil tubular. Os modelos C possuem quatro placas posicionadas nas diagonais da placa
de base. Este modelo equivale ao modelo A com um giro de 45° simultâneo nos chumbadores
e nos enrijecedores. Estes três primeiros modelos foram elaborados com enrijecedores com
um ângulo de inclinação igual a 45°.
Na seqüência, os mesmos modelos foram repetidos para um ângulo de inclinação igual
a 60°.
Partindo da geometria dos modelos acima, foram criados quatro modelos com anel, cuja
geometria é mostrada na Fig. 2. Estes anéis unem cada um dos quatro enrijecedores da placa,
e tem por finalidade garantir uma melhor distribuição das tensões que serão transferidas dos
enrijecedores para o perfil tubular (nos pontos de contato entre os elementos da ligação).
O modelo reto 66mm possui quatro enrijecedores quadrados de 65,85mm de lado, já o
reto 128, possui quatro enrijecedores retangulares de 127,98mm de altura e 65,85mm de
largura.
O modelo A com anel, possui um anel de 35,65mm de largura unindo os quatro
enrijecedores, e está posicionado à 65,85mm de distância da placa de base. Seus quatro
enrijecedores possuem, portanto, forma trapezoidal. Analogamente ao modelo A, o modelo C
com anel, possui um anel de 65,85mm de largura unindo os enrijecedores.
66 66 36
66
300 300 300 300
N N N N
M M M M
128 128
66 66
tp tp tp tp
Modelo Reto 66mm Modelo Reto 127mm Modelo A com anel Modelo C com anel
Figura 2 – Placas de bases com enrijecedores e com anel
O modelo de elementos finitos usado como base para todos os demais, consiste de uma
placa de dimensões 300x300mm2 e um cilindro de altura 250 mm e diâmetro 168.3mm,
modelados com o elemento SHELL63 do programa ANSYS. A espessura do tubo é constante
e igual a 11 mm, já a espessura tp da placa foi variada em função do carregamento (Tab. 1).
Todos os enrijecedores e anéis foram modelados com espessura de 16 mm.
Para simular a interação entre as partes metálicas (placa de base e pilar) e o bloco de
concreto utilizou-se, uma constante real de rigidez da fundação elástica (EFS) do elemento
SHELL63, cujo valor fosse equivalente à rigidez do concreto. Esta constante foi definida para
atuar apenas nas áreas de compressão da placa de base delimitadas pela linha neutra, que foi
definida iterativamente. Os chumbadores foram considerados na análise como nós com
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restrições ao deslocamento, sendo que estas restrições são impostas nas direções X, Y e Z
para os chumbadores tracionados, e nas direções X e Z nos demais.
Maiores detalhes da modelagem de elementos finitos, bem como os passos envolvidos
nas análises e as justificativas para a escolha do modelo, podem ser encontradas em Minchillo
(2003). Na Fig. 3 estão os detalhes geométricos do modelo básico utilizado para gerar todos
os outros modelos deste trabalho.
300
65,85 127,98
tp
4- RESULTADOS
Tabela 2 – Tensões na placa de base sem enrijecedor e nos modelos de enrijecedores 45º
Tensões (N/mm2)
Excentricidade
Sem enrijecedor Modelo A 45° Modelo B 45° Modelo C 45°
e1 158.41 129.26 137.71 107.88
e2 209.09 166.73 180.70 121.07
e3 209.32 167.79 179.98 118.64
e4 234.07 191.99 195.10 169.47
e5 253.39 212.32 201.61 261.00
*Estes resultados foram apresentados em Minchillo&Requena (2004).
O gráfico da Fig. 7 mostra os resultados das tensões na placa de base obtidos para todos
os modelos.
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Tensão (N/mm )
2
250 Modelo reto 65
Tabela 5 – Tensões no perfil tubular sem enrijecedor e nos modelos de enrijecedores 45º
Tensões (N/mm2)
Excentricidade
Sem enrijecedor Modelo A 45° Modelo B 45° Modelo C 45°
e1 70.28 100.54 56.68 92.70
e2 102.53 166.14 69.98 120.32
e3 100.70 170.50 68.64 122.59
e4 114.62 214.95 149.22 186.62
e5 178.83 272.73 246.84 286.88
Para uma melhor visualização dos resultados das Tabs. 5, 6 e 7, temos o gráfico da
Fig. 8, a seguir:
Tensão no perfil tubular para todos os modelos
Sem enrij
350
Modelo A 60
300
modelo B 60
250 Modelo C 60
Tensão (N/mm2) 200 Modelo reto 65
150
Modelo reto 128
Modelo A 45
100
Modelo B 45
50
Modelo C 45
0 Modelo A c/ anel
0 50 100 150 200
Excentricidade (mm) Modelo C c/ anel
4.3 Comparação dos resultados obtidos para a placa de base sem enrijecedores e os
demais modelos
Para facilitar a análise dos resultados, os modelos testados foram divididos em grupos e
tiveram seus resultados comparados aos resultados para a placa sem enrijecedores.
Modelos do tipo “A”. Neste grupo estão os modelos “A 45°”, “A 60°”, e “A com anel”.
No que diz respeito à placa de base, pode-se perceber, através dos gráficos da Fig. 9, que não
há acréscimo de tensão com a colocação desse tipo de enrijecedores, e este fator é independe
da excentricidade do carregamento. O comportamento dos modelos “A 60°” e “A com anel”
foi praticamente o mesmo, e o modelo “A 45°”, apresentou os melhores resultados em todas
as excentricidades.
Quanto ao perfil tubular, o comportamento dos modelos se inverte. O modelo “A 45°” é o
que mais solicita o tubo, aumentando as tensões em todas as excentricidades, e o modelo “A
com anel” apresentou os melhores resultados.
350 350
300 300
Tensão (N/mm )
Tensão (N/mm2)
50 50
0 0
0 50 100 150 200 0 50 100 150 200
Modelos do tipo “B”. Os modelos B são apenas dois, o “B 45°” e o “B 60°”. Conforme
demonstram os gráficos da Fig. 10, para a placa de base, o resultado obtido para o modelo “B
45°” foi melhor que aquele obtido para o “B 60°”, pois a colocação deste último aumenta as
tensões na placa. De comportamento semelhante, os dois modelos reduzem a tensão no perfil
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350 300
300 250
Tensão (N/mm )
Tensão (N/mm2)
2
250
200
Sem enrij Sem enrij
200
Modelo B 45 150 Modelo B 45
150
Modelo B 60 Modelo B 60
100
100
50 50
0 0
0 50 100 150 200 0 50 100 150 200
350 350
300 300
Tensão (N/mm )
Tensão (N/mm2)
50 50
0 0
0 50 100 150 200 0 50 100 150 200
350 250
300
Tensão (N/mm )
Tensão (N/mm2)
200
2
250
Sem enrij 150 Sem enrij
200
Reto 66 Reto 66
150 100
Reto 128 Reto 128
100
50
50
0 0
0 50 100 150 200 0 50 100 150 200
Modelos com anel. Nos modelos com anel, o modelo “C com anel”, apresenta os
melhores resultados para a placa de base, mas é o que mais solicita o perfil tubular nas
excentricidades maiores. O modelo “reto 128” é o que apresentou as maiores tensões na placa
de base.
Tensão na placa Modelos com anel Tensão no perfil tubular Modelos com anel
350 350
300 300
Tensão (N/mm )
Tensão (N/mm2)
2
Sem enrij Sem enrij
250 250
Modelo C c/ ane/ Modelo C c/ ane/
200 200
Modelo A c/ anel Modelo A c/ anel
150 150
Modelo reto 66 Modelo reto 66
100 100
Modelo reto 128 Modelo reto 128
50 50
0 0
0 50 100 150 200 0 50 100 150 200
Tabela 8 – Tensões classificadas pelos resultados obtidos para a placa de base, caso“e3”.
Tensões (N/mm2)
Modelo
Placa Tubo
Modelo C 60° 92,79 78,84
Anel C 100,55 72,28
Modelo C 45° 118,64 122,59
Modelo A 45° 167,79 170,50
Modelo B 45° 179,98 68,64
Anel A 204,69 69,51
Modelo A 60° 207,57 127,93
Sem enrij 209,32 100,70
Modelo B 60° 230,37 73,21
Reto 66 233,19 60,39
Reto 128 255,39 51,78
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A Figura 14-a) mostra um gráfico com os valores da Tab. 8. Desta forma fica simples
identificar os modelos que obtiveram os melhores resultado para a placa de base, com sua
tensão correspondente no perfil tubular.
Utilizando o mesmo procedimento, o gráfico da Fig.14-b) mostra os valores da Tab. 9, e
representa os resultados obtidos para o perfil tubular, classificados em ordem crescente.
Tensão por ordem crescente dos valores obtidos para a Placa de Base Tensão por ordem crescente dos valores obtidos para o
(e3=84,15mm) Perfil Tubular (e3=84,15mm)
275
250 275
250
225
225
200
200
175
175 Tensão na placa
150
Tensão na placa 150 Tensão no tubo
125 125
100
Tensão no tubo
100
75 75
50 50
25 25
lA
lA
rij
j
66
66
lC
lC
60
45
45
60
60
45
60
Se 60
45
60
45
od nri
12
12
4
en
ne
ne
ne
ne
to
to
C
C
A
A
e
to
to
Re
Re
m
m
A
A
o
o
o
o
Re
Re
el
el
el
el
el
el
el
el
el
el
el
el
Se
od
od
od
od
od
od
od
od
od
od
od
M
M
M
M
a) b)
Figura 14 – a)Tensão com valores em ordem crescente para a placa de base, caso “e3”. b)
Tensão com valores em ordem crescente para o perfil tubular.
Tabela 10 – Tensões classificadas pelos resultados obtidos para a placa de base, caso“e4”.
Tensões (N/mm2)
Modelo
Placa Tubo
Anel C 166,79 183,86
Modelo C 45° 169,47 186,62
Modelo C 60° 171,75 196,62
Modelo A 45° 191,99 214,95
Modelo B 45° 195,10 149,22
Anel A 212,58 149,18
Modelo A 60° 214,72 198,71
Sem enrijecedores 234,07 114,62
Reto 66 246,43 141,29
Modelo B 60° 255,31 154,80
Reto 128 269,72 122,65
Tensão por ordem crescente dos valores obtidos para a Tensão por ordem crescente dos valores obtidos para o
Placa de Base (e 4=127mm) Perfil Tubular (e4=127mm)
275
275
250
250
225
225
Tensão na placa 200 Tensão na placa
200
175
Tensão no tubo 175 Tensão no tubo
150 150
125 125
100 100
lA
lC
rij
45
60
45
45
60
60
Re 6
od el A
8
rij
66
8
od el C
45
60
45
45
Se 60
Re 0
6
12
12
6
en
en
ne
ne
A
A
B
C
M et o
to
C
M oC
B
A
A
n
to
to
m
Re
A
A
m
A
A
o
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o
R
el
el
el
el
el
el
el
el
el
el
el
el
Se
od
od
od
od
od
od
od
od
od
od
M
a) b)
Figura 15 – a)Tensão com valores em ordem crescente para a placa de base, caso “e4”. b)
Tensão com valores em ordem crescente para o perfil tubular.
O mesmo procedimento foi realizado para o perfil tubular. Para se ter uma idéia mais
nítida do que ocorre com o perfil tubular em cada modelo, nesse caso de excentricidade, os
resultados foram classificados em ordem crescente pelos resultados obtidos para o perfil
tubular, na Tab. 11.
Novamente os modelos “retos” originaram os piores resultados. A colocação de
enrijecedores, de qualquer modelo, sempre aumenta o nível de tensões no perfil tubular, a essa
excentricidade. Portanto, o modelo sem enrijecedores, apresenta o valor mais baixo. Mas
levando-se em consideração que em certos casos, os enrijecedores são necessários para
melhorar a distribuição de tensões na placa de base, os modelos sem anel com ângulo de
inclinação de 45° conduziram aos melhores resultados.
O gráfico da Fig. 15-b) facilita a visualização dos resultados da Tab. 11.
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Tabela 12 – Tensões classificadas pelos resultados obtidos para a placa de base, caso“e4”.
Tensões (N/mm2)
Modelo
Placa Tubo
Modelo B 45° 201,61 246,84
Modelo A 45° 212,32 272,73
Anel A 245,82 247,16
Sem enrij 253,39 178,83
Modelo A 60° 256,80 279,71
Modelo C 45° 261,00 286,88
Reto 66 266,96 233,63
Anel C 276,58 306,73
Modelo C 60° 285,15 326,98
Modelo B 60° 288,82 254,54
Reto 128 312,26 203,04
Tensão por ordem crescente dos valores obtidos para a Tensão por ordem crescente dos valores obtidos para o
Placa de Base (e 5=177,8mm) Perfil Tubular (e 5=177,8mm)
350 350
325 325
300 300
275 Tensão na placa 275
250 250 Tensão na placa
Tensão no tubo
225 225 Tensão no tubo
200 200
175 175
150 150
lA
lA
od el C
lC
j
Re rij
45
60
45
60
45
45
60
Re 0
45
60
45
60
66
66
8
8
od nri
12
12
en
ne
ne
ne
A
A
B
C
to
to
e
to
to
m
m
Re
Re
A
A
o
o
el
el
el
el
el
el
el
el
el
el
el
el
Se
Se
od
od
od
od
od
od
od
od
od
od
M
M
a) b)
Figura 16 – a)Tensão com valores em ordem crescente para a placa de base, caso “e5”. b)
Tensão com valores em ordem crescente para o perfil tubular.
Assim como no caso e4, o modelo sem enrijecedores é o que conduz aos melhores
resultados para o perfil tubular, mas na seqüência já aparecem os modelos retos,
diferentemente do caso anterior. Podemos observar as tensões obtidas para o perfil tubular na
Tab.13 e o gráfico correspondente na Fig. 16-b).
5- CONCLUSÕES
Agradecimentos
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Blodgett, O. W., 1966. Design of Welded Structure. The James F. Lincoln Arc Welding
Foundation, Cleveland, Ohio, 3.3:1-32.
Packer, J.A.; Henderson, J.E., 1997. Hollow Structural Section: Connections and Trusses -
a Design Guide. Canadian Institute of Steel Construction, Universal Offset Limited,
Toronto, Canada, 2.ed.