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Proceedings of the XXVI Iberian Latin-American Congress on Computational Methods in Engineering – CILAMCE 2005

Brazilian Assoc. for Comp. Mechanics (ABMEC) & Latin American Assoc. of Comp. Methods in Engineering (AMC),
Guarapari, Espírito Santo, Brazil, 19th – 21st October 2005

Paper CIL 01-0532

ESTUDO DE NOVOS ARRANJOS PARA ENRIJECEDORES EM PLACAS DE BASE


DE PILARES METÁLICOS TUBULARES SOLICITADOS AO MOMENTO FLETOR

Ms. Daniela Grintaci Vasconcellos Minchillo


Prof. Dr. João Alberto Venegas Requena
dminchillo@hotmail.com
requena@fec.unicamp.br
Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo – FEC,
Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP.
Av. Albert Einstein, 951, Cidade Universitária “Zeferino Vaz”, Caixa Postal 6021, CEP
13083-852, Campinas – SP – Brasil.

Resumo. Neste trabalho são avaliados novos arranjos para enrijecedores em ligações de
placas de base de pilares tubulares de perfil circular solicitados ao momento fletor. As
análises foram realizadas através de modelagem pelo método dos elementos finitos. Este
trabalho dá continuidade ao trabalho apresentado no XXV Iberian Latin American Congress
on Computational Methods - CILAMCE2004. As ligações foram modeladas com o elemento
SHELL63 do programa computacional ANSYS. Arranjos diferentes são apresentados e as
tensões obtidas tanto para o perfil tubular quanto para a placa de base são evidenciadas
para fins comparativos. Através destas avaliações pode-se utilizar com toda segurança e
economia placas de base com enrijecedores de arranjos não convencionais ainda não
contemplados em normas técnicas.

Palavras-chave: Estruturas metálicas, Ligações tubulares, Placas de bases, Elementos


finitos, Enrijecedores.
CILAMCE 2005 – ABMEC & AMC, Guarapari, Espírito Santo, Brazil, 19th – 21st October 2005

1. INTRODUÇÃO

Em uma ligação de placa de base, a função dos enrijecedores é auxiliar na distribuição do


carregamento atuante, aumentando a área de contato ente o pilar e a placa de base. As
ligações de placas de bases solicitadas ao momento fletor, que devem atuar como bases
rígidas, necessitam de enrijecedores, exceto nos casos em que pilares com carregamentos
muito pequenos estejam ligados a placas espessas (Packer, 1997). Em Blodgett (1966),
podemos encontrar alguns detalhamentos de enrijecedores para pilares de seção “I”.
Atualmente a falta de publicações a respeito do tema, tem levado os pesquisadores a lançar
mão de ferramentas computacionais para simulação e verificação do comportamento
estrutural. A utilização do método dos elementos finitos tem garantido resultados satisfatórios
para esse fim.
Os autores deste trabalho analisaram em Minchillo&Requena (2004) algumas sugestões
de detalhamento de placas de base com enrijecedores, através de modelagem pelo método dos
elementos finitos. Do referido artigo, surgiu a idéia da criação de novos arranjos para os
enrijecedores, que serão aqui apresentados.
Neste trabalho, apenas enfocaremos as simulações computacionais, não entrando em
detalhes a respeito do dimensionamento das placas de bases aqui mostradas, pois este tópico
já foi extensivamente abordado em Minchillo&Requena (2004), onde é possível encontrar um
roteiro de dimensionamento e exemplos.
Pretende-se com estas análises, avaliar o grau de interferência que a colocação de alguns
tipos de enrijecedores podem acarretar nas tensões da placa de base e do perfil tubular, nas
ligações de pilares tubulares solicitados ao momento fletor.

2. MODELAGEM DOS ENRIJECEDORES

Os novos arranjos para placas de bases com enrijecedores aqui apresentados partiram dos
modelos A, B e C da Fig. 1 mostrados em Minchillo&Requena (2004). Seus resultados
constam deste trabalho, para comparação com os resultados obtidos dos demais modelos.

30 30

240 240

30 30

300 300 300

N N N
M M M

250 250
250

tp tp
tp
Modelo A Modelo B Modelo C
Figura 1 – Modelos A, B e C de placas de bases com enrijecedores para = 45° e =
60°.

Os modelos A possuem quatro enrijecedores ligados às paredes do perfil tubular e à placa


de base. Os modelos B possuem apenas um enrijecedor central que passa através das paredes
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do perfil tubular. Os modelos C possuem quatro placas posicionadas nas diagonais da placa
de base. Este modelo equivale ao modelo A com um giro de 45° simultâneo nos chumbadores
e nos enrijecedores. Estes três primeiros modelos foram elaborados com enrijecedores com
um ângulo de inclinação igual a 45°.
Na seqüência, os mesmos modelos foram repetidos para um ângulo de inclinação igual
a 60°.
Partindo da geometria dos modelos acima, foram criados quatro modelos com anel, cuja
geometria é mostrada na Fig. 2. Estes anéis unem cada um dos quatro enrijecedores da placa,
e tem por finalidade garantir uma melhor distribuição das tensões que serão transferidas dos
enrijecedores para o perfil tubular (nos pontos de contato entre os elementos da ligação).
O modelo reto 66mm possui quatro enrijecedores quadrados de 65,85mm de lado, já o
reto 128, possui quatro enrijecedores retangulares de 127,98mm de altura e 65,85mm de
largura.
O modelo A com anel, possui um anel de 35,65mm de largura unindo os quatro
enrijecedores, e está posicionado à 65,85mm de distância da placa de base. Seus quatro
enrijecedores possuem, portanto, forma trapezoidal. Analogamente ao modelo A, o modelo C
com anel, possui um anel de 65,85mm de largura unindo os enrijecedores.

66 66 36

66
300 300 300 300

300 300 300 300

N N N N
M M M M

128 128
66 66
tp tp tp tp
Modelo Reto 66mm Modelo Reto 127mm Modelo A com anel Modelo C com anel
Figura 2 – Placas de bases com enrijecedores e com anel

3- ANÁLISE PELO MÉTODO DOS ELEMENTOS FINITOS

O modelo de elementos finitos usado como base para todos os demais, consiste de uma
placa de dimensões 300x300mm2 e um cilindro de altura 250 mm e diâmetro 168.3mm,
modelados com o elemento SHELL63 do programa ANSYS. A espessura do tubo é constante
e igual a 11 mm, já a espessura tp da placa foi variada em função do carregamento (Tab. 1).
Todos os enrijecedores e anéis foram modelados com espessura de 16 mm.
Para simular a interação entre as partes metálicas (placa de base e pilar) e o bloco de
concreto utilizou-se, uma constante real de rigidez da fundação elástica (EFS) do elemento
SHELL63, cujo valor fosse equivalente à rigidez do concreto. Esta constante foi definida para
atuar apenas nas áreas de compressão da placa de base delimitadas pela linha neutra, que foi
definida iterativamente. Os chumbadores foram considerados na análise como nós com
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restrições ao deslocamento, sendo que estas restrições são impostas nas direções X, Y e Z
para os chumbadores tracionados, e nas direções X e Z nos demais.
Maiores detalhes da modelagem de elementos finitos, bem como os passos envolvidos
nas análises e as justificativas para a escolha do modelo, podem ser encontradas em Minchillo
(2003). Na Fig. 3 estão os detalhes geométricos do modelo básico utilizado para gerar todos
os outros modelos deste trabalho.

3.1 Características da ligação:

- Tubo VMB 250cor: fy = 250 MPa


- fck do bloco de concreto: 20Mpa
- Eaço: 205000 N/mm2
- Econcreto: 28800N/mm2
- Coeficiente de Poison, ν = 0.3. e1 e 2 e 3 e4 e5

300
65,85 127,98

tp

Figura 3 – Detalhes da ligação e situações de carregamento

3.2 Casos de carregamento:

O carregamento aplicado consiste de uma carga horizontal de 200 kN aplicada


excentricamente ao eixo do pilar conforme esquematizado na Fig. 3. Foram analisados cinco
diferentes casos de excentricidade: e1 = 25.4mm, e2 =76.2mm, e3 = 84.15, e4 =127.0mm, e e5
=177.8mm.

3.3 Espessura da placa de base

A Espessura da placa de base utilizada nos modelos foi variada em função da


excentricidade do carregamento conforme Tab. 1.

Tabela 1 – Espessuras das placas de bases para as várias excentricidades.


Excentricidade Espessura
(mm) (mm)
e1 25,4 16.93
e2 76,2 21.32
e3 84,15 21.93
e4 127,0 24.95
e5 177,8 28.12
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4- RESULTADOS

4.1 Tensões na placa para todos os modelos

As Tabelas 2, 3 e 4, a seguir, apresentam os valores das tensões na placa de base obtidas


pela análise de elementos finitos para cada caso de carregamento. As Figs. 4, 5 e 6, mostram
respectivamente, os modelos de cada uma das tabelas.

Sem enrijecedor Modelo A 45°

Modelo B 45° Modelo C 45°


Figura 4 – Modelo sem enrijecedor e com enrijecedores 45°

Tabela 2 – Tensões na placa de base sem enrijecedor e nos modelos de enrijecedores 45º
Tensões (N/mm2)
Excentricidade
Sem enrijecedor Modelo A 45° Modelo B 45° Modelo C 45°
e1 158.41 129.26 137.71 107.88
e2 209.09 166.73 180.70 121.07
e3 209.32 167.79 179.98 118.64
e4 234.07 191.99 195.10 169.47
e5 253.39 212.32 201.61 261.00
*Estes resultados foram apresentados em Minchillo&Requena (2004).

Modelo A 60° Modelo B 60° Modelo C 60°


Figura 5 – Modelos de enrijecedores 60°
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Tabela 3 – Tensões na placa de base nos modelos de enrijecedores 60°


Tensões (N/mm2)
Excentricidade
Modelo A 60° Modelo B 60° Modelo C 60°
e1 162,27 169,84 92,33
e2 210,32 230,07 96,94
e3 207,57 230,37 92,79
e4 214,72 255,31 171,75
e5 256,80 288,82 285,15

Modelo reto 66mm Modelo reto128mm

Modelo A com anel Modelo C com anel


Figura 6 – Modelos de enrijecedores com anel

Tabela 4 – Tensões na placa de base nos modelos de enrijecedores com anel


Tensões (N/mm2)
Excentricidade Modelo reto Modelo A Modelo C
Modelo reto 66
128 c/anel c/anel
e1 158,25 94,97 175,43 183,60
e2 206,41 103,58 234,62 254,53
e3 204,69 100,55 233,19 255,39
e4 212,58 166,79 246,43 269,72
e5 245,82 276,58 266,96 312,26

O gráfico da Fig. 7 mostra os resultados das tensões na placa de base obtidos para todos
os modelos.
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Tensão na placa para todos os modelos Sem enrij


Modelo A 60
350
modelo B 60
300
Modelo C 60

Tensão (N/mm )
2
250 Modelo reto 65

200 Modelo reto 128


Modelo A 45
150
Modelo B 45
100
Modelo C 45
50 Modelo A c/ anel
0 50 100 150 200
Modelo C c/ anel
Excentricidade (mm)

Figura 7 – Gráfico: Tensão na placa de base x Excentricidade do carregamento

4.2 Tensões no tubo para todos os modelos

As Tabelas 5, 6 e 7, a seguir, apresentam os valores das tensões no perfil tubular obtidas


para cada caso de carregamento.

Tabela 5 – Tensões no perfil tubular sem enrijecedor e nos modelos de enrijecedores 45º
Tensões (N/mm2)
Excentricidade
Sem enrijecedor Modelo A 45° Modelo B 45° Modelo C 45°
e1 70.28 100.54 56.68 92.70
e2 102.53 166.14 69.98 120.32
e3 100.70 170.50 68.64 122.59
e4 114.62 214.95 149.22 186.62
e5 178.83 272.73 246.84 286.88

Tabela 6 – Tensões no perfil tubular nos modelos de enrijecedores 60°


Tensões (N/mm2)
Excentricidade
Modelo A 60° Modelo B 60° Modelo C 60°
e1 42,39 47,77 113,22
e2 111,13 59,64 71,18
e3 127,93 73,21 78,84
e4 198,71 154,80 196,62
e5 279,71 254,54 326,98

Tabela 7 – Tensões no perfil tubular nos modelos de enrijecedores com anel


Tensões (N/mm2)
Excentricidade Modelo reto Modelo A Modelo C
Modelo reto 66
128 c/anel c/anel
e1 31,27 20,15 26,60 19,84
e2 64,62 50,59 47,71 39,68
e3 69,51 72,28 60,39 51,78
e4 149,18 183,86 141,29 122,65
e5 247,16 306,73 233,63 203,04
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Para uma melhor visualização dos resultados das Tabs. 5, 6 e 7, temos o gráfico da
Fig. 8, a seguir:
Tensão no perfil tubular para todos os modelos
Sem enrij
350
Modelo A 60
300
modelo B 60
250 Modelo C 60
Tensão (N/mm2) 200 Modelo reto 65

150
Modelo reto 128
Modelo A 45
100
Modelo B 45
50
Modelo C 45
0 Modelo A c/ anel
0 50 100 150 200
Excentricidade (mm) Modelo C c/ anel

Figura 8 – Gráfico: Tensão no perfil tubular x Excentricidade do carregamento

4.3 Comparação dos resultados obtidos para a placa de base sem enrijecedores e os
demais modelos

Para facilitar a análise dos resultados, os modelos testados foram divididos em grupos e
tiveram seus resultados comparados aos resultados para a placa sem enrijecedores.

Modelos do tipo “A”. Neste grupo estão os modelos “A 45°”, “A 60°”, e “A com anel”.
No que diz respeito à placa de base, pode-se perceber, através dos gráficos da Fig. 9, que não
há acréscimo de tensão com a colocação desse tipo de enrijecedores, e este fator é independe
da excentricidade do carregamento. O comportamento dos modelos “A 60°” e “A com anel”
foi praticamente o mesmo, e o modelo “A 45°”, apresentou os melhores resultados em todas
as excentricidades.
Quanto ao perfil tubular, o comportamento dos modelos se inverte. O modelo “A 45°” é o
que mais solicita o tubo, aumentando as tensões em todas as excentricidades, e o modelo “A
com anel” apresentou os melhores resultados.

Tensão na placa Modelos A Tensão no perfil tubular Modelos A

350 350
300 300
Tensão (N/mm )
Tensão (N/mm2)

250 Sem enrij 250 Sem enrij


200 Modelo A45 200 Modelo A45
150 Modelo A60 150 Modelo A60

100 Modelo A com anel 100 Modelo A com anel

50 50
0 0
0 50 100 150 200 0 50 100 150 200

Excentricidade (mm) Excentricidade (mm)

Figura 9 – Resultados obtidos para os modelos “A”.

Modelos do tipo “B”. Os modelos B são apenas dois, o “B 45°” e o “B 60°”. Conforme
demonstram os gráficos da Fig. 10, para a placa de base, o resultado obtido para o modelo “B
45°” foi melhor que aquele obtido para o “B 60°”, pois a colocação deste último aumenta as
tensões na placa. De comportamento semelhante, os dois modelos reduzem a tensão no perfil
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tubular nas pequenas excentricidades e depois aumentam estas tensões em excentricidades


maiores (e4 e e5).

Tensão na placa Modelos B Tensão no perfil tubular Modelos B

350 300
300 250

Tensão (N/mm )
Tensão (N/mm2)

2
250
200
Sem enrij Sem enrij
200
Modelo B 45 150 Modelo B 45
150
Modelo B 60 Modelo B 60
100
100
50 50

0 0
0 50 100 150 200 0 50 100 150 200

Excentricidade (mm) Excentricidade (mm)

Figura 10 – Resultados obtidos para os modelos “B”.

Modelos do tipo “C”. Os três modelos do tipo C avaliados apresentam um


comportamento muito parecido no que diz respeito à placa de base, ou seja, reduzem a tensão
nos primeiros quatro casos de excentricidade e depois apresentam um ligeiro acréscimo na
excentricidade e5. Para o perfil tubular, nas excentricidades e4 e e5, houve aumento de tensões
para todos os modelos. Na excentricidade e3 (igual ao diâmetro do tubo), os resultados ficam
mais equilibrados.

Tensão na placa Modelos C Tensão no perfil tubular Modelos C

350 350
300 300
Tensão (N/mm )
Tensão (N/mm2)

250 Sem enrij 250 Sem enrij


200 Modelo C 45 200 Modelo C 45
150 Modelo C 60 150 Modelo C 60

100 Modelo C com anel 100 Modelo C com anel

50 50
0 0
0 50 100 150 200 0 50 100 150 200

Excentricidade (mm) Excentricidade (mm)

Figura 11 – Resultados obtidos para os modelos “C”.

Modelos retos. Os dois modelos retos apresentaram um ligeiro acréscimo de tensões na


placa de base para todos os casos de excentricidade. O comportamento dos dois modelos foi
bastante parecido tanto para a placa quanto para o tubo.

Tensão na placa Modelos Retos Tensão no perfil tubular Modelos Retos

350 250
300
Tensão (N/mm )
Tensão (N/mm2)

200
2

250
Sem enrij 150 Sem enrij
200
Reto 66 Reto 66
150 100
Reto 128 Reto 128
100
50
50
0 0
0 50 100 150 200 0 50 100 150 200

Excentricidade (mm) Excentricidade (mm)

Figura 12 – Resultados obtidos para os modelos retos.


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Modelos com anel. Nos modelos com anel, o modelo “C com anel”, apresenta os
melhores resultados para a placa de base, mas é o que mais solicita o perfil tubular nas
excentricidades maiores. O modelo “reto 128” é o que apresentou as maiores tensões na placa
de base.

Tensão na placa Modelos com anel Tensão no perfil tubular Modelos com anel

350 350

300 300

Tensão (N/mm )
Tensão (N/mm2)

2
Sem enrij Sem enrij
250 250
Modelo C c/ ane/ Modelo C c/ ane/
200 200
Modelo A c/ anel Modelo A c/ anel
150 150
Modelo reto 66 Modelo reto 66
100 100
Modelo reto 128 Modelo reto 128
50 50

0 0
0 50 100 150 200 0 50 100 150 200

Excentricidade (mm) Excentricidade (mm)

Figura 13 – Resultados obtidos para os modelos com anel.

4.8 Avaliação dos resultados obtidos para cada caso de excentricidade


Levando-se em consideração que foram propostos onze modelos diferentes e cinco casos
de excentricidade de carregamento, uma outra maneira de avaliar os resultados obtidos é
considerando cada caso de excentricidade separadamente. Como os resultados obtidos para os
três primeiros casos de excentricidade (e1, e2 e e3), foram muito semelhantes, torna-se então
suficiente apresentar os apenas os resultados para as excentricidades e3, e4 e e5, lembrando-se
que todos os resultados tanto da placa de base quanto do perfil tubular, em todas as
excentricidades, encontram-se nas Tabs. 2 a 7, mostradas anteriormente.

Excentricidade e3=84,15mm. Este caso de excentricidade coincide com o raio do tubo.


Conforme citado, o comportamento dos casos e1=25,4mm e e2=76,2mm (situados dentro do
núcleo do tubo), e deste caso, foram muito semelhantes.
A Tabela 8 apresenta os resultados das tensões na placa de base obtidos para e3,
classificados em ordem crescente, e os correspondentes valores obtidos para o perfil tubular.

Tabela 8 – Tensões classificadas pelos resultados obtidos para a placa de base, caso“e3”.
Tensões (N/mm2)
Modelo
Placa Tubo
Modelo C 60° 92,79 78,84
Anel C 100,55 72,28
Modelo C 45° 118,64 122,59
Modelo A 45° 167,79 170,50
Modelo B 45° 179,98 68,64
Anel A 204,69 69,51
Modelo A 60° 207,57 127,93
Sem enrij 209,32 100,70
Modelo B 60° 230,37 73,21
Reto 66 233,19 60,39
Reto 128 255,39 51,78
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A Figura 14-a) mostra um gráfico com os valores da Tab. 8. Desta forma fica simples
identificar os modelos que obtiveram os melhores resultado para a placa de base, com sua
tensão correspondente no perfil tubular.
Utilizando o mesmo procedimento, o gráfico da Fig.14-b) mostra os valores da Tab. 9, e
representa os resultados obtidos para o perfil tubular, classificados em ordem crescente.

Tensão por ordem crescente dos valores obtidos para a Placa de Base Tensão por ordem crescente dos valores obtidos para o
(e3=84,15mm) Perfil Tubular (e3=84,15mm)

275
250 275
250
225
225
200
200
175
175 Tensão na placa
150
Tensão na placa 150 Tensão no tubo
125 125
100
Tensão no tubo
100
75 75
50 50
25 25
lA

lA
rij

j
66

66
lC

lC
60

45

45

60

60

45

60

Se 60

45

60

45
od nri
12

12
4

en
ne

ne

ne

ne
to

to
C

C
A

A
e
to

to
Re

Re
m

m
A

A
o

o
o

o
Re

Re
el

el

el

el

el

el

el

el
el

el

el

el
Se
od

od

od

od

od

od

od
od

od

od

od
M

M
M

M
a) b)
Figura 14 – a)Tensão com valores em ordem crescente para a placa de base, caso “e3”. b)
Tensão com valores em ordem crescente para o perfil tubular.

Tabela 9 - Classificados pelas tensões no perfil tubular, caso“e3”.


Tensões (N/mm2)
Modelo
Placa Tubo
Reto 128 255,39 51,78
Reto 66 233,19 60,39
Modelo B 45° 179,98 68,64
Anel A 204,69 69,51
Anel C 100,55 72,28
Modelo B 60° 230,37 73,21
Modelo C 60° 92,79 78,84
Sem enrij 209,32 100,70
Modelo C 45° 118,64 122,59
Modelo A 60° 207,57 127,93
Modelo A 45° 167,79 170,50

É possível perceber que os modelos “C” e os modelos “45°” apresentaram os melhores


resultados para as tensões na placa de base nessas excentricidades.
Ao contrário do comportamento da placa, as tensões no tubo possuem os valores mais
reduzidos nos modelos retos.

Excentricidade e4=127mm. Este caso de excentricidade está situado fora do núcleo do


perfil tubular. O comportamento dos modelos foi semelhante aos casos anteriores apenas para
a placa de base. As tensões obtidas para a placa de base neste caso de excentricidade, foram
classificadas em ordem crescente e estão apresentadas na Tab. 10. Desta forma torna-se
simples a identificação do modelo que conduz aos melhores resultados no que diz respeito à
placa de base. Na coluna ao lado, estão as correspondentes tensões obtidas para o perfil
tubular.
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É possível perceber que os modelos retos não apresentaram um bom comportamento, e


por outro lado, todos os modelos que partiram do modelo “C” e todos os modelos “45°”,
conduziram a resultados satisfatórios.

Tabela 10 – Tensões classificadas pelos resultados obtidos para a placa de base, caso“e4”.
Tensões (N/mm2)
Modelo
Placa Tubo
Anel C 166,79 183,86
Modelo C 45° 169,47 186,62
Modelo C 60° 171,75 196,62
Modelo A 45° 191,99 214,95
Modelo B 45° 195,10 149,22
Anel A 212,58 149,18
Modelo A 60° 214,72 198,71
Sem enrijecedores 234,07 114,62
Reto 66 246,43 141,29
Modelo B 60° 255,31 154,80
Reto 128 269,72 122,65

Pelo gráfico da Fig. 15-a) é possível comparar os resultados da Tab. 10.

Tensão por ordem crescente dos valores obtidos para a Tensão por ordem crescente dos valores obtidos para o
Placa de Base (e 4=127mm) Perfil Tubular (e4=127mm)

275
275
250
250
225
225
Tensão na placa 200 Tensão na placa
200

175
Tensão no tubo 175 Tensão no tubo

150 150

125 125

100 100
lA

lC
rij

45

60
45

45

60

60

Re 6
od el A

8
rij

66

8
od el C

45

60

45

45

Se 60

Re 0

6
12

12
6

en
en

ne

ne
A

A
B

C
M et o

to
C

M oC

B
A

A
n

to

to
m

Re
A

A
m
A

A
o

o
o

R
el

el

el

el

el

el

el

el

el

el
el

el

Se
od

od

od

od

od

od

od

od

od
od
M

a) b)
Figura 15 – a)Tensão com valores em ordem crescente para a placa de base, caso “e4”. b)
Tensão com valores em ordem crescente para o perfil tubular.

O mesmo procedimento foi realizado para o perfil tubular. Para se ter uma idéia mais
nítida do que ocorre com o perfil tubular em cada modelo, nesse caso de excentricidade, os
resultados foram classificados em ordem crescente pelos resultados obtidos para o perfil
tubular, na Tab. 11.
Novamente os modelos “retos” originaram os piores resultados. A colocação de
enrijecedores, de qualquer modelo, sempre aumenta o nível de tensões no perfil tubular, a essa
excentricidade. Portanto, o modelo sem enrijecedores, apresenta o valor mais baixo. Mas
levando-se em consideração que em certos casos, os enrijecedores são necessários para
melhorar a distribuição de tensões na placa de base, os modelos sem anel com ângulo de
inclinação de 45° conduziram aos melhores resultados.
O gráfico da Fig. 15-b) facilita a visualização dos resultados da Tab. 11.
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Tabela 11 - Classificados pelas tensões no perfil tubular, caso“e4”.


Tensões (N/mm2)
Modelo
Placa Tubo
Sem enrijecedores 234,07 114,62
Modelo A 45° 269,72 122,65
Modelo B 45° 246,43 141,29
Modelo C 45° 212,58 149,18
Modelo A 60° 195,10 149,22
Modelo B 60° 255,31 154,80
Modelo C 60° 166,79 183,86
Anel A 169,47 186,62
Anel C 171,75 196,62
Reto 66 214,72 198,71
Reto 128 191,99 214,95

Excentricidade e5=177,8mm. Este é um caso de excentricidade muito grande, e os


resultados obtidos para os modelos avaliados foram bem discrepantes daqueles obtidos para
os casos anteriores.
A Tabela 12 mostra as tensões obtidas na placa de base em cada modelo avaliado, em
ordem crescente, e os correspondentes valores obtidos para a tensão no perfil tubular.

Tabela 12 – Tensões classificadas pelos resultados obtidos para a placa de base, caso“e4”.
Tensões (N/mm2)
Modelo
Placa Tubo
Modelo B 45° 201,61 246,84
Modelo A 45° 212,32 272,73
Anel A 245,82 247,16
Sem enrij 253,39 178,83
Modelo A 60° 256,80 279,71
Modelo C 45° 261,00 286,88
Reto 66 266,96 233,63
Anel C 276,58 306,73
Modelo C 60° 285,15 326,98
Modelo B 60° 288,82 254,54
Reto 128 312,26 203,04

Aqui, os modelos “A 45°” e “B 45°” apresentaram os melhores resultados para a placa de


base. A Fig. 16-a) mostra o gráfico correspondente aos valores da Tab. 12.
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Tensão por ordem crescente dos valores obtidos para a Tensão por ordem crescente dos valores obtidos para o
Placa de Base (e 5=177,8mm) Perfil Tubular (e 5=177,8mm)

350 350
325 325
300 300
275 Tensão na placa 275
250 250 Tensão na placa
Tensão no tubo
225 225 Tensão no tubo
200 200
175 175
150 150
lA

lA
od el C

lC
j

Re rij
45

60

45

60
45

45

60

Re 0

45

60

45

60
66

66
8

8
od nri

12

12
en
ne

ne

ne
A

A
B

C
to

to
e

to

to
m

m
Re

Re
A

A
o

o
el

el

el

el

el

el

el

el

el

el

el

el
Se

Se
od

od

od

od

od

od

od

od

od

od
M

M
a) b)
Figura 16 – a)Tensão com valores em ordem crescente para a placa de base, caso “e5”. b)
Tensão com valores em ordem crescente para o perfil tubular.

Assim como no caso e4, o modelo sem enrijecedores é o que conduz aos melhores
resultados para o perfil tubular, mas na seqüência já aparecem os modelos retos,
diferentemente do caso anterior. Podemos observar as tensões obtidas para o perfil tubular na
Tab.13 e o gráfico correspondente na Fig. 16-b).

Tabela 13 - Classificados pelas tensões no perfil tubular, caso“e5”.


Tensões (N/mm2)
Modelo
Placa Tubo
Sem enrij 253,39 178,83
Reto 128 312,26 203,04
Reto 66 266,96 233,63
Modelo B 45° 201,61 246,84
Anel A 245,82 247,16
Modelo B 60° 288,82 254,54
Modelo A 45° 212,32 272,73
Modelo A 60° 256,80 279,71
Modelo C 45° 261,00 286,88
Anel C 276,58 306,73
Modelo C 60° 285,15 326,98

5- CONCLUSÕES

A inexistência de especificações técnicas a respeito de enrijecedores para placas de bases


gera uma grande dificuldade na tomada de decisões no dimensionamento e detalhamento
dessas ligações. A modelagem pelo método dos elementos finitos viabiliza a simulação e
verificação do comportamento deste tipo de ligação, contribuindo para uma escolha mais
adequada dos arranjos dos enrijecedores nas ligações de placas de base. É necessário e
prudente identificar o que pode comprometer o perfil tubular ou a placa de base, em termos de
acréscimo de tensões, separadamente.
Através dos resultados obtidos para os diferentes modelos propostos neste trabalho,
observou-se que nos casos e1, e2, e3 e e4, todos os modelos “C”, e todos os modelos “45°”,
apresentaram melhora na distribuição das tensões nas placas de base, com redução de valores,
se comparados ao modelo sem enrijecedor. No caso e5, os melhores resultados, foram
encontrados nos modelos “A” e “B 45°”. Em geral, os modelos retos não apresentaram bons
resultados nas distribuições das tensões nas placas de base.
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Analisando os resultados em função do perfil tubular, os modelos “com anel”


apresentaram bons resultados nos casos e1, e2 e e3, reduzindo as tensões com relação ao
modelo sem enrijecedor. Nos demais casos, o modelo sem enrijecedor apresenta melhores
resultados.
Quando se trata de pequenas excentricidades, ou seja, excentricidades que não
ultrapassam o diâmetro do perfil tubular, ocorre que é possível encontrar modelos de
enrijecedores (ex. “C 60°” e “Anel C”) com tensões no tubo equivalentes ao modelo sem
enrijecedor porém com tensões nas placas de base muito menores. Mas deve-se ter muito
cuidado nas escolhas dos modelos pois podem ocorrer casos em que com os enrijecedores a
condição da placa de base piora muito em relação ao tubo (ex. “Reto 128”, “Reto 66”),
inviabilizando sua utilização econômica. Para grandes excentricidades “e5” a colocação de
enrijecedores é indispensável, economicamente, para aliviar as grandes tensões nas placas de
base. Porém sua escolha e recomendação é difícil tendo em vista que os resultados obtidos
mostraram muita variação entre os modelos analisados. Portanto, recomenda-se nestes casos
uma análise computacional específica, buscando o modelo mais adequado.
Como continuidade no desenvolvimento do estudo das placas de bases para pilares de
perfil tubular, os autores pretendem, além da modelagem numérica, proceder a análises
experimentais.

Agradecimentos

Os autores deste trabalho agradecem:

- à UNICAMP - Universidade Estadual de Campinas.


- à VMB - Vallourec & Mannesmann do Brasil S.A.

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT, 1986. Projeto e Execução de


Estruturas de Aço de Edifícios - NBR 8800, Rio de Janeiro/RJ.

Blodgett, O. W., 1966. Design of Welded Structure. The James F. Lincoln Arc Welding
Foundation, Cleveland, Ohio, 3.3:1-32.

Minchillo, D. G. V., Requena, J. A. V.2004. Analise das Ligações de Placas de Base de


Pilares Metálicos Tubulares Solicitados ao Momento Fletor pelo Método dos Elementos
Finitos. XXV Iberian Latin American Congress on Computational Methods -
CILAMCE. Recife.

Minchillo, D. G. V., 2003. Estudo do comportamento de ligações de placas de base para


estruturas metálicas tubulares. Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual de
Campinas, Faculdade de Engenharia Civil.Campinas, SP.

Packer, J.A.; Henderson, J.E., 1997. Hollow Structural Section: Connections and Trusses -
a Design Guide. Canadian Institute of Steel Construction, Universal Offset Limited,
Toronto, Canada, 2.ed.

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