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ANÁLISE E DESCRIÇÃO LINGUÍSTICA

REFLEXÕES SOBRE O ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA: UMA


ABORDAGEM SOCIOINTERACIONISTA E SOCIOLINGUÍSTICA

Marilda Alves Adão CARVALHO (UEG / UFU -CAPES)


Renato de Oliveira DERING (UNI- ANHANGUERA/ ANGLO)
mari_carvalhof3@hotmail.com

Neste trabalho, objetiva-se, à luz da concepção sociointeracionista da linguagem e dos


pressupostos teóricos da Sociolinguística, apresentar um estudo crítico-reflexivo,
articulando teoria e prática, sobre o ensino da Língua Portuguesa (LP) que, focalizado
nas distintas possibilidades de uso e/ou realização da língua, busca desmitificar a ideia
e/ou crença de que a aprendizagem da língua se dá somente por meio da produção
textual escrita, consoante os padrões rígidos e inflexíveis da gramática tradicional.
Desta feita, é preciso que o professor de LP considere os estudos sobre oralidade, bem
como o que preconizam os Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Fundamental,
quanto à necessidade de dotar o aluno de demais competências e habilidades no uso da
língua. Por essa perspectiva, pretende-se conferir à fala o status e o lugar que lhe é
devido no ensino de LP, concretizando-se, pois, o objetivo precípuo desse que, segundo
Travaglia (2008), centra-se no desenvolvimento da competência comunicativa do aluno,
a qual passa, necessariamente, pelo ensino e pela aprendizagem não só da escrita, mas
também da fala. Antunes (2003), por conseguinte, corrobora com o pressuposto
estabelecido nessa reflexão ao pontuar acerca da desvalorização das práticas
pedagógicas no que tange ao detrimento do ensino da oralidade em relação à priorização
da gramática normativa. Assim, acredita-se que um ensino de LP, que visa ao
desenvolvimento da competência comunicativa do aluno, tem como pressuposto a
inclusão social do sujeito, haja vista a necessidade de uma aprendizagem que lhe
garanta responder satisfatoriamente a suas necessidades reais de comunicação e
interação, ou seja, ir e vir em contextos e/ou situações distintas por seus usos
linguísticos e, desse modo, inserir-se socialmente. Nessa perspectiva, para contribuir
com a discussão, será levantada uma proposta didática - em uma turma de 7º ano do
Ensino Fundamental - que dê conta de concretizar e fixar o locus da variação linguística
na escola, na sala de aula, na prática pedagógica do professor, partindo-se do princípio
de que ao docente cabe a responsabilidade e a capacidade de dotar o aluno de recursos
imprescindíveis para sua proficiência discursiva oral e escrita, o que converge, portanto,
à sua capacidade de conhecer, reconhecer e usar a heterogeneidade da língua, bem como
reconhecer o poder exercido pela língua em todas as relações sociais.

Palavras-chave: Ensino de língua portuguesa; Escrita e fala; Variação linguística.

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