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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS

CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DE TECNOLOGIA


PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA E
ENGENHARIA DE MATERIAIS

PROSPECÇÃO TECNOLÓGICA EM MATERIAIS:


AUMENTO DA EFICIÊNCIA DO TRATAMENTO BIBLIOMÉTRICO.
APLICAÇÃO NA ANÁLISE DE TRATAMENTOS DE SUPERFÍCIE
RESISTENTES AO DESGASTE

Leandro Innocentini Lopes de Faria

SÃO CARLOS
2001
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS
CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DE TECNOLOGIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA E
ENGENHARIA DE MATERIAIS

PROSPECÇÃO TECNOLÓGICA EM MATERIAIS:


AUMENTO DA EFICIÊNCIA DO TRATAMENTO BIBLIOMÉTRICO.
APLICAÇÃO NA ANÁLISE DE TRATAMENTOS DE SUPERFÍCIE
RESISTENTES AO DESGASTE

Leandro Innocentini Lopes de Faria

Tese apresentada ao Programa de


Pós-Graduação em Ciência e
Engenharia de Materiais como
requisito parcial à obtenção do título
de DOUTOR EM CIÊNCIA E
ENGENHARIA DE MATERIAIS

Orientador: Prof. Dr. José A. R. Gregolin – PPG-CEM/UFSCar


Orientador: Prof. Dr. Luc Quoniam – Université de Toulon et du Var
Co-orientadora: Profa. Dra. Wanda A. M. Hoffmann – PPG-CEM/UFSCar
Agência Financiadora: FAPESP
Doutorado realizado em Co-tutela com a Université Aix-Marseille III

SÃO CARLOS
2001
Ficha catalográfica elaborada pelo DePT da
Biblioteca Comunitária/UFSCar

Faria, Leandro Innocentini Lopes de.


F224pt Prospecção tecnológica em materiais: aumento da
eficiência do tratamento bibliométrico. Aplicação na análise
de tratamentos de superfície resistentes ao desgaste /
Leandro Innocentini Lopes de Faria. -- São Carlos :
UFSCar, 2005.
187 p.

Tese (Doutorado) -- Universidade Federal de São Carlos,


2001.

1. Análise de dados. 2. Prospecção tecnológica. 3.


Bibliometria. 4. Tratamento superficial. I. Título.

CDD: 001.4225 (20a)


Para Mariangela e Lorena.

VITAE DO CANDIDATO

Mestre em Engenharia de Materiais pela UFSCar (1997)


Engenheiro de Materiais pela UFSCar (1994)
i

MEMBROS DA BANCA EXAMINADORA DA TESE DE DOUTORADO DE

LEANDRO INNOCENTINI LOPES DE FARIA

APRESENTADA AO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA E


ENGENHARIA DE MATERIAIS, DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO
CARLOS, EM 07 DE DEZEMBRO DE 2001.

BANCA EXAMINADORA

_______________________________ _______________________________
Prof. Dr. José Angelo R. Gregolin Prof. Dr. Luc Quoniam
Orientador Orientador
Universidade Federal de São Carlos Université de Toulon et du Var

_______________________________ _______________________________
Prof. Dr. José de Anchieta Rodrigues Prof. Dr. Henri Dou
Universidade Federal de São Carlos Université Aix-Marseille III

II
_______________________________
Prof. Dr. Walter José Botta Filho
Universidade Federal de São Carlos
ii
iii

AGRADECIMENTOS

Muitas pessoas e instituições colaboraram para a realização deste


trabalho. Espero ter oportunidade de retribuir a todos. Até lá, agradeço
sinceramente:

Aos professores José Angelo Rodrigues Gregolin e Luc Quoniam,


pela orientação atenciosa, pelos ensinamentos e pela oportunidade de
aprender com pessoas de grande riqueza profissional e humana;
À professora Wanda Aparecida Machado Hoffmann, co-orientadora
deste trabalho, pela parceria diária, discussões e sugestões que foram
fundamentais para a melhoria dos resultados;
Aos membros da banca de defesa, professores José de Anchieta
Rodrigues, Henri Dou e Walter José Botta Filho, aos membros da banca de
qualificação e aos “rapporteurs”, pela disposição em ler e discutir este trabalho;
À FAPESP, pelo apoio financeiro;
Ao NIT/Materiais - Núcleo de Informação Tecnológica em Materiais, do
Departamento de Engenharia de Materiais da UFSCar pelo incentivo e suporte,
e à sua equipe, Adriana, Almeida, Andrea, Dan, Eder, Estela, Gerson,
Gislaine, Gregolin, Jandira, Leonardo, Luciano, Lucilda, Pagliarussi,
Pedro, Roni, Roseli, Sônia, Vera e Wanda, pelo apoio e torcida pelo sucesso
deste trabalho;
Ao PPG-CEM - Programa de Pós-Graduação em Ciência e Engenharia
de Materiais da UFSCar, principalmente aos professores José de Anchieta
Rodrigues, Claudemiro Bolfarini e Luiz Antonio Pessan, coordenadores do
programa durante a realização deste trabalho, por aceitar a realização da co-
tutela. Agradeço também ao Geraldo e à Oceania, pelo suporte prestado;
Ao CRRM - Centre de Recherche Rétrospective de Marseille,
particularmente ao professor Henri Dou, por aceitar a realização da co-tutela e
pela permissão de uso dos programas Dataview e Matrisme. Agradeço também
à equipe do CRRM - LEPONT, principalmente aos professores Hervé
Rostaing, Valérie Leveille e Eric Boutin, pela acolhida durante 6 meses;
À minha família, pelo apoio constante.

A todos, muito obrigado.


iv
v

RESUMO

O volume de informação hoje existente e em acelerado crescimento


requer maior eficiência da análise para a tomada de decisão. Apesar das bases
de dados eletrônicas não serem estruturadas para a prospecção tecnológica,
sua profusão torna cada vez mais importante a análise bibliométrica
automatizada para a produção de indicadores. Torna-se então etapa
fundamental a preparação dos dados, levando em conta as tecnologias
estudadas, as características da base empregada e da recuperação de
informações, além das tecnologias de programação.
No presente trabalho foram desenvolvidas soluções para aumentar a
eficiência da análise bibliométrica a partir de bases de dados essenciais sobre
a ciência e tecnologia dos materiais. Foi desenvolvida solução inédita para a
base Metadex, permitindo agrupamento automático de processos,
propriedades, fatores que influenciam processos e propriedades e formas dos
materiais. Também foi criada uma nova base contendo os mais de 30 milhões
de registros reestruturados a partir da Web of Science, contendo a inserção de
todos os autores citados além do primeiro (o único originalmente disponível),
inserção de classificação, melhoria de recuperação de dados e outras.
Complementarmente, foi desenvolvido aperfeiçoamento para a Derwent
Innovation Index, melhorando o estudo tecnológico de diferentes países.
Os procedimentos foram aplicados ao estudo prospectivo de tecnologias
de tratamentos de superfície para compressores herméticos e foi possível criar
e analisar indicadores das principais tecnologias para redução de desgaste,
relações entre aplicações e tipos de recobrimento, entre áreas de P&D e
países, entidades, empresas e pesquisadores expressivos.
Os métodos desenvolvidos podem ser também adaptados para outras
bases de dados e aplicados a outros estudos de prospecção tecnológica, tanto
na área de materiais como em outros campos do conhecimento científico e
tecnológico.
vi
vii

PROSPECTION TECHNOLOGIQUE EN MATERIAUX:


L’AUGMENTATION DE L’EFFICACITE DU TRAITEMENT BIBLIOMETRIQUE.
UNE APPLICATION DANS L’ANALYSE DES TRAITEMENTS DE SURFACE
RESISTANT A L’USURE

RESUME

Le volume croissant d’information requiert aujourd’hui une grande


efficacité de l’analyse pour la prise de décision. Bien que les bases de données
électroniques ne soit pas structurées pour la prospection technologique, leur
profusion rend néanmoins essentielle l’analyse automatisée pour produite des
indicateurs. La préparation des données est alors une étape fondamentale, qui
doit prendre en compte les technologies étudiées, les caractéristiques de la
base utilisée, la récupération des informations, ainsi que les technologies de
programmation.
Nous avons développé des solutions pour augmenter l’efficacité de
l’analyse bibliométrique à partir de bases de données importantes concernant la
science et la technologie des matériaux:
• Une solution inédite pour la base Metadex en permettant un groupement
automatique des procédés, des propriétés, des facteurs qui influent sur
les processus et les propriétés et des formes des matériaux.
• Une nouvelle base qui comprend plus de 30 millions de documents,
réorganisés à partir du Web of Science, avec l’insertion de tous les
auteurs cités, en plus du premier (l’unique disponible à l’origine),
l’insertion de classification et une amélioration de la récupération des
données, entre autres...
• Optimisation du Derwent Innovation Index pour une comparaison
technologique des différents pays.
Nous avons appliqué les procédés à l’étude prospective des
technologies de traitements des surface, créé et analysé des indicateurs sur
ces technologies, ceci dans le domaine pour la réduction de l'usure.
Les méthodes développées peuvent être adaptées à d’autres bases de
données et appliquées à d'autres prospections technologiques dans tous les
domaines de la science et la technologie.
viii
ix

TECHNOLOGICAL FORECASTING IN MATERIALS:


EFFICIENCY INCREASE OF BIBLIOMETRIC TREATMENT.
APPLICATION IN ANALYSIS OF WEAR RESISTANT SURFACE TREATMENTS

ABSTRACT

Nowadays, there is a wide information bulk in accelerated increase that


needs high efficiency of analysis to the decision maker. Databases spreading
become more important the production of indicators to technological forecasting
by using automated bibliometric analysis. Although, the most databases aren’t
structured for this goal. In this way, it becomes fundamental the data
preparation considering the technologies studied, the features of database used
and of information retrieved, besides of the programming technologies.
In this work, it was developed solutions to increase the efficiency of
bibliometric analysis from essential databases in materials science and
technology. New solution was developed to the Metadex database that allowed
automatic grouping of processes, properties, factors that can influence
properties and processes and shape of materials. Also, it was created a new
database contained more than 30 millions of restructured records from Web of
Science, inserting all the cited authors besides the first (the only one available),
classification inserting, improvement of data retrieval and others. Study
complementary was developed to improve the Derwent Innovation Index that
improved the technological study of different countries.
The methods were applied to the forecasting study of hermetic
compressor surface treatments. It was possible to create and analyze indicators
of the main surface treatment technologies to decrease wear, relations between
applications and coatings types, among R&D fields, countries, institutions,
companies and renowned researches. Also, the developed methods can be
adaptable to as other databases as other technological forecasting studies like
materials field or other technological and scientific knowledge fields.
x
xi

PUBLICAÇÕES

EM PERIÓDICOS CIENTÍFICOS NACIONAIS


HOFFMANN, W. A.M. et al. Monitoramento de tecnologias de materiais
utilizados em anéis de pistão de motores automotivos. Revista de Ciência e
Tecnologia, v. 5, n. 1, p. 1-18, 2001.

EM ANAIS DE EVENTOS CIENTÍFICOS INTERNACIONAIS


FARIA, L. I. L. et al. Mapping knowledge through co-occurrence of keywords –
the case of surface treatments In: CONFERENCE ON SCIENTOMETRICS
AND INFORMETRICS, 7., 1999, Colima. Proceedings... Colima: International
Society for Scientometrics and Informetrics, 1999. p. 5-8.

FARIA, L. I. L. et al. Monitoramento de tecnologias de tratamentos superficiais


para compressores herméticos. In: SEMINARIO LATINO-IBEROAMERICANO
DE GESTIÓN TECNOLÓGICA, 8., 1999, Valencia. Anais... Valencia, 1999.

HOFFMANN, W. A. M. et al. The usage of Metadex modifying terms for


bibliometric analysis: study on piston ring. In: COLLOQUE SUR LES
SYSTÈMES D'INFORMATION ÉLABORÉE, 7., 1999, França. Anais... França:
Ile Rousse, 1999

HOFFMANN, W. A M. et al. Monitoramento e prospecção de tecnologias de


materiais utilizados em anéis de pistão de motores automotivos. SEMINARIO
LATINO-IBEROAMERICANO DE GESTIÓN TECNOLÓGICA, 8., 1999,
Valencia. Anais... Valencia, 1999.

EM ANAIS DE EVENTOS CIENTÍFICOS NACIONAIS


HOFFMANN, W. A M.; FARIA, L. I. L.; GREGOLIN, J. A R. Monitoramento de
tecnologias de tratamentos superficiais resistentes ao desgaste. In:
CONGRESSO DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE METALURGIA E
MATERIAIS, 54., 1999, São Paulo. Anais... São Paulo, 1999
xii

HOFFMANN, W. A M.; FARIA, L. I. L.; GREGOLIN, J. A R. Mapeamento de


informações por bibliometria em metais e aeronáutica. In: WORKSHOP
BRASILEIRO DE INTELIGÊNCIA COMPETITIVA E GESTÃO DO
CONHECIMENTO, 1., 1999, Rio de Janeiro. Anais... RJ: FINEP, 1999.

TOMBOLATO, E.; FARIA, L. I. L.; HOFFMANN, W. A M. Integração de dados


para estudo da aplicação de materiais em compressores, In: CONGRESSO DE
INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 7., 1999, São Carlos. Anais... UFSCar, 1999.

FARIA, L. I. L.; GREGOLIN, J. A R.; HOFFMANN, W. A M. Prospecção


tecnológica de tratamentos de superfície resistentes ao desgaste como
elemento de apoio ao desenvolvimento do produto compressores herméticos
para refrigeração. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE GESTÃO DE
DESENVOLVIMENTO DE PRODUTO, 2., 2000, São Carlos. Anais... São
Carlos: UFSCar, 2000.

BARBOZA, A. et al. Reestruturação de dados da área de tratamentos de


superfície coletados a partir da base de dados Web of Science para realização
de análise bibliométrica. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ENGENHARIA E
CIÊNCIA DOS MATERIAIS, 14., 2000, São Pedro. Anais... São Pedro: DEMa,
UFSCar, 2000.

FARIA, L. I. L. et al. Prospecção de tecnologias para inovação de materiais e


processos de recobrimento. In: SIMPÓSIO DE GESTÃO DA INOVAÇÃO
TECNOLÓGICA, 21., 2000, São Paulo. Anais... São Paulo, 2000

FARIA, L. I. L. et al. Monitoramento de tecnologias de tratamentos superficiais


para resistência ao desgaste em compressores herméticos. In: CONGRESSO
BRASILEIRO DE ENGENHARIA E CIÊNCIAS DOS MATERIAIS, 8., 1998,
Curitiba. Anais... Curitiba, 1998.

HOFFMANN, W. A. M.; FARIA, L. I. L.; GREGOLIN, J. A R. Monitoramento de


tecnologias de tratamentos superficiais resistentes ao desgaste. In:
CONGRESSO DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE METALURGIA E
MATERIAIS, 54., 1999, São Paulo. Anais... São Paulo, 1999.
xiii

ÍNDICE DE ASSUNTOS

Pág
BANCA EXAMINADORA. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . i
AGRADECIMENTOS. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . iii
RESUMO. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . v
RESUME. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . vii
ABSTRACT. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ix
PUBLICAÇÕES. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . xi
SUMÁRIO. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . xiii
ÍNDICE DE TABELAS. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . xi
ÍNDICE DE FIGURAS. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . xv
1. INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1
2. ANÁLISE BIBLIOMÉTRICA APLICADA À PROSPECÇÃO
TECNOLÓGICA EM MATERIAIS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
2.1. Fundamentos de prospecção tecnológica e inteligência competitiva . 7
2.2. Bases de dados para análise de informação em materiais . . . . . . . . . 15
2.3. Tratamento automatizado e análise bibliométrica da informação. . . . . 30
2.4. Contextualização das tecnologias de tratamentos de superfície para
compressores herméticos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 61
3. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 73
3.1. Softwares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 73
3.2. Equipamentos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 76
3.3. Métodos de preparação de dados coletados do Metadex, Web of
Science e Derwent Innovation Index . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 78
3.4. Metodologia de análise aplicada à prospecção tecnológica de
tratamentos de superfície . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 79
3.4.1. Metodologia para análise de dados do Metadex . . . . . . . . . . . . . . . 80
3.4.2. Metodologia para análise de dados da Web of Science . . . . . . . . . . 81
3.4.3. Metodologia para análise de dados do Derwent Innovation Index . . 81
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 89
xiv

4.1. Proposição e implementação de métodos para aumento da eficiência


da análise bibliométrica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 89
4.1.1. Oportunidades para aumento da eficiência relativa ao Metadex. . . . 89
4.1.2. Execução do método proposto para preparação de dados do
Metadex . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 93
4.1.3. Oportunidades para aumento da eficiência relativa à Web of
Science . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 96
4.1.4. Execução do método proposto para preparação dos dados da Web
of Science e criação da BiblioWoS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 108
4.1.5. BiblioWos: uma nova base de dados criada a partir da Web of
Science . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 110
4.1.6 Oportunidades para aumento de eficiência relativa ao Derwent
Innovation Index . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 114
4.1.7. Execução do método proposto para preparação de dados do
Derwent Innovation Index . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 117
4.2. Prospecção de tecnologias de tratamentos de superfície de materiais
para aumento da resistência ao desgaste em compressores
herméticos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 122
4.2.1. Indicadores relativos à resistência ao desgaste . . . . . . . . . . . . . . . . . 122
4.2.2. Indicadores relativos materiais para compressoes herméticos. . . . . 134
4.2.3. Indicadores relativos a recobrimentos de materiais . . . . . . . . . . . . . . 137
4.2.4. Indicadores relativos a compressores herméticos . . . . . . . . . . . . . . 145
4.2.5. Indicadores relativos a desgaste de compressores herméticos. . . . 152
5. CONCLUSÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 163
6. SUGESTÕES PARA O PROSSEGUIMENTO DA PESQUISA . . . . . . . 167
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 169
APÊNDICE A. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 185
xv

ÍNDICE DE TABELAS

Tabela 2.1: Nº de autores e respectivos nº de publicações sobre um


tema.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32
Tabela 2.2: Nº de artigos de 50 periódicos que abordam um assunto. . . 33
Tabela 2.3: Cálculos realizados para ilustração da Lei de Bradford. . . . . 34
Tabela 2.4: Contagens realizadas por Zipf sobre o livro Ulysses. . . . . . . 36
Tabela 2.5: Indicadores baseados na análise de citações
(SPINAK,1996a ; GARFIELD, 1999; MENEGHINI, 2000;
TESTA, 1998; MAURO, 2001) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42
Tabela 2.6: Métodos para endurecimento superficial de aços (ASM,
1990) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 70
Tabela 3.1: Buscas para prospecção tecnológica sobre tratamentos de
superfície resistentes ao desgaste para compressores
herméticos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 79
Tabela 3.2: Expressão de busca para recuperação de registros sobre
resistência ao desgaste no Metadex. . . . . . . . . . . . . . . . . . 80
Tabela 3.3: Expressão de busca para recuperação de registros sobre
resistência ao desgaste no Metadex. . . . . . . . . . . . . . . . . . 81
Tabela 3.4: Expressão de busca para recuperação de registros na
BiblioWoS. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 81
Tabela 3.5: Expressões de busca utilizadas para a recuperação de
patentes sobre compressores herméticos. . . . . . . . . . . . . . 82
Tabela 3.6: Número de patentes recuperadas sobre compressores
herméticos nas 3 expressões de busca utilizadas. . . . . . . . 83
Tabela 3.7: focos de busca de patentes e expressões de busca
empregadas. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 86
Tabela 3.8: Expressão de busca para recuperação de patentes sobre
desgaste de compressores. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 87
Tabela 4.1: Descritores de Metadex formados pela combinação de
termos primários e modificadores do Thesaurus of
Metallurgical Terms. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 90
xvi

Tabela 4.2: Campos presentes na BiblioWoS e seus conteúdos. . . . . . . . . 107


Tabela 4.3: Tratamentos de superfície associados à resistência ao
desgaste. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 122
Tabela 4.4: Processos e variáveis mais estudados quanto a efeito sobre
a resistência ao desgaste. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 119
Tabela 4.5: Materiais e produtos que tiveram suas propriedades
mecânicas estudadas no contexto da resistência ao
desgaste. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 124
Tabela 4.6: Recobrimentos resistentes ao desgaste mais estudados no
período. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 125
Tabela 4.7: Materiais e produtos cujo recobrimento visando à resistência
ao desgaste foi estudado. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 129
Tabela 4.8: Principais pares substrato-recobrimento pesquisados. . . . . . 130
Tabela 4.9: Ranking de palavras-chave associadas a compressores
herméticos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 135
Tabela 4.10: Tratamentos de superfície para compressores herméticos. 135
Tabela 4.11: Materiais para recobrimento de compressores herméticos. 136
Tabela 4.12: Ranking de pesquisadores em tecnologias de materiais
para compressores herméticos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 136
Tabela 4.13: Ranking de entidades com publicações sobre tecnologias
de materiais para compressores herméticos. . . . . . . . . . . . 137
Tabela 4.14: Ranking de autores por publicação em recobrimentos e
filmes. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 140
Tabela 4.15: Publicações, citações e auto-citações dos autores mais
citados na área de recobrimentos e filmes. . . . . . . . . . . . . . 141
Tabela 4.16: Ranking de entidades brasileiras com publicações sobre
recobrimentos e filmes no período de 1993 a 1997. . . . . . . 144
Tabela 4.17: Ranking de autores de artigos contendo ao menos um
autor brasileiro. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 145
Tabela 4.18: Número de patentes relacionadas a tratamentos de
superfície e sua intersecção com desgaste e
compressores herméticos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 153
xvii

Tabela 4.19: Empresas com patentes de compressores herméticos e


desgaste. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 154
Tabela 4.20: Subclasses da Classificação Internacional de Patentes
extraídos das patentes que abordam compressores
herméticos e desgaste. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 155
Tabela 4.21: Patentes de tratamentos de superfície para compressores . 156
Tabela 4.22: Patentes sobre aplicação de sinterização a compressores 157
Tabela 4.23: Focos de desenvolvimento tecnológico das empresas. . . . . 158
Tabela 4.24: Tratamentos de superfície para redução de desgaste em
compressores herméticos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 159
Tabela A.1: Patamares mínimo e máximo adotados para as variáveis
avaliadas. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 185
Tabela A.2: Configurações testadas, tempos e efeitos de cada variável. 187
xviii
xix

ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 2.1: Etapas do procedimento de monitoramento, iniciado pelo


Diagnóstico (BOUTIN, 1997 ; AFNOR, 1998) . . . . . . . . . . . 09
Figura 2.2: Esquema representativo do tratamento automatizado da
informação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
Figura 2.3: Informação disponível para análise bibliométrica
automatizada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
Figura 2.4: Evolução dos número de artigos presentes na Web of
Science e em suas bases de dados componentes . . . . . . . 17
Figura 2.5: Taxa de crescimento do número de artigos presentes na
Web of Science e em suas bases de dados componentes. 17
Figura 2.6: Comparação de coberturas entre Compendex e Web of
Science. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
Figura 2.7: Representação do esforço envolvido nas várias etapas da
análise da informação. Adaptado de (LEEDS, 2000). . . . . . 27
Figura 2.8: Exemplo de preparação da informação auxiliada por
software. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
Figura 2.9: Gráfico representativo da Lei de Lotka, segundo dados da
tabela 2.1. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32
Figura 2.10: Representação da Lei de Bradford, segundo dados da
tabela 2.3 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
Figura 2.11: Representação da distribuição de freqüência típica de
elementos bibliométricos" (ROSTAING, 1993) . . . . . . . . . . 36
Figura 2.12 Separação de vocabulário não-controlado em 4 zonas
(ROSTAING, 1996) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
Figura 2.13: Participação de artigos brasileiros publicados em periódicos
científicos internacionais indexados, em relação à América
Latina e Mundo, 1981-2000 (MCT, 2001) . . . . . . . . . . . . . . 41
Figura 2.14: Mapeamento de colaboração entre países no assunto
estrutura molecular de proteínas em 1993 segundo dados
da Web of Science. (GREGOLIN, 2001) . . . . . . . . . . . . . . . 44
xx

Figura 2.15: Estágio de ciclo de vida (MOGEE, 1997). . . . . . . . . . . . . . . . 50


Figura 2.16: Mapa de citação de patentes (Mogee, 1997) . . . . . . . . . . . . 52
Figura 2.17: Etapas do tratamento automatizado da informação . . . . . . . 55
Figura 2.18. Representação esquemática de uma processo de
eletrodeposição (WEIL e SHEPPARD, 1990). . . . . . . . . . . 63
Figura 3.1: Micros Athlon K7 utilizados na reestruturação dos dados. . . . 77
Figura 3.2: Servidor Pentium III 800 Mhz que hospedará a nova base de
dados. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 77
Figura 3.3: No-breaks que ligam os micros à rede elétrica de
emergência. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 78
Figura 3.4: Número de patentes originadas de cada país, considerando
todas as patentes ou apenas as patentes depositadas em
mais de um país. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 84
Figura 4.1: Criação de novos campos segundo o método proposto . . . . . 91
Figura 4.2: Método proposto para preparação dos dados do Metadex e
sua integração à análise automatizada da informação. . . . . 92
Figura 4.3: Fluxograma da preparação desenvolvida para o Metadex. . . . 94
Figura 4.4: Mudança de estrutura dos dados recuperados no Metadex
após aplicação do procedimento desenvolvido. . . . . . . . . . . . 95
Figura 4.5: Apresentação de resultados de busca na Web of Science.
Em destaque, opções de seleção de artigos e limite de
recuperação. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 97
Figura 4.6: Registro recuperado a partir da Web of Science. Destaque:
nome dos autores, afiliação dos autores com endereços e
autores citados. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 98
Figura 4.7: Representação hierárquica dos dados da Web of Science . . . 99
Figura 4.8: Registro com os campos identificados da Web of Science e
seus significados. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 100
Figura 4.8 (continuação): Registro com os campos identificados da Web
of Science e seus significados. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 101
Figura 4.9: Mudanças ocorridas na Web of Science ao longo de sua
cobertura. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 102
xxi

Figura 4.10: Método proposto para preparação de dados da Web of


Science e criação da BiblioWoS e sua integração à análise
automatizada. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 103
Figura 4.11: Inserção dos nomes dos periódicos em cada registro de
artigo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 104
Figura 4.12: exemplo de códigos e autores presentes no índice de
autores criado na operação 5 (exceto primeiros autores). 105
Figura 4.13: Campo Autores Citados antes e depois da 6a operação. . . . 105
Figura 4.14: Exemplo de registro antes da codificação para o Folio . . . . 106
Figura 4.15: Registro da figura 4.14 após a codificação para o Folio. . . . 106
Figura 4.16: Nomes dos arquivos texto utilizados. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 108
Figura 4.17: Seqüência de processamento seguida para a criação da
BiblioWoS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 109
Figura 4.18: Exemplo de registro da BiblioWoS para acesso local. . . . . . . 111
Figura 4.19: Interface "Guided Search" da BiblioWoS acessível
localmente. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 112
Figura 4.20: Exemplo de registro da BiblioWoS para acesso local. . . . . . . 112
Figura 4.21: Interface "Guided Search" da BiblioWoS para internet . . . . . . 113
Figura 4.22: Recuperação de dados a partir da versão local da
BiblioWoS. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 113
Figura 4.23: Método proposto para preparação dos dados do Derwent
Innovation Index e sua integração à análise automatizada
da informação. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 116
Figura 4.24: Fluxograma da preparação desenvolvida para o Innovation
Index. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 118
Figura 4.25: Mudança de estrutura dos dados recuperados do
Innovation Index após aplicação do procedimento
desenvolvido. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 119
Figura 4.26: Nitretos estudados como recobrimentos para resistência ao
desgaste . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 126
Figura 4.27: Principais recobrimentos de carbonetos estudados para
resistência ao desgaste . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 127
xxii

Figura 4.28: Principais ligas metálicas estudadas para uso como


recobrimentos resistentes ao desgaste . . . . . . . . . . . . . . . . 127
Figura 4.29: Aços estudados para utilização como recobrimentos para
resistência ao desgaste . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 128
Figura 4.30: Principais substratos recobertos com nitreto de titânio . . . . 131
Figura 4.31: Principais substratos recobertos com ligas à base de níquel 131
Figura 4.32: Principais recobrimentos para aço carbono . . . . . . . . . . . . . 132
Figura 4.33: Mapeamento de formas de aplicação de ligas metálicas
para resistência ao desgaste. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 133
Figura 4.34: Mapeamento de formas de aplicação de carbonetos para
resistência ao desgaste . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 134
Figura 4.35: Distribuição por país de áreas do conhecimento ligadas a
recobrimentos e filmes pesquisadas . . . . . . . . . . . . . . . . . . 138
Figura 4.36: Distribuição por país de áreas do conhecimento ligadas a
recobrimentos e filmes pesquisadas . . . . . . . . . . . . . . . . . . 139
Figura 4.37: Mapa de co-citações de autores mostrando grupos de
autores co-citados, áreas do conhecimento e palavras-
chave relacionadas a cada grupo. Ligação mínima = 20 . . 142
Figura 4.38: Número de patentes originadas de cada país considerando
apenas as patentes válidas em mais de um país. . . . . . . . . 146
Figura 4.39: Países onde foram depositadas patentes sobre
compressores herméticos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 147
Figura 4.40: Depósitos anuais de patentes entre 1990 e 1999. . . . . . . . . 147
Figura 4.41: Número anual de empresas tecnologicamente ativas . . . . . 148
Figura 4.42: Ciclo de vida do produto compressores herméticos . . . . . . . 149
Figura 4.43: Empresas com patentes depositadas sobre compressores
herméticos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 150
Figura 4.44: Mapeamento de tecnologias de compressores herméticos. . 151
Figura 4.45: Mapeamento de aplicações de compressores herméticos. . 152
1 INTRODUÇÃO

Num mundo em rápida mutação, marcado por constantes


desenvolvimentos científicos e tecnológicos, integração de mercados e acirrada
competição econômica, as organizações precisam de informação para decidir
quais as melhores estratégias e ações para sua sobrevivência e
desenvolvimento (RETOURNA, 1995).
A disponibilidade atual de informação é enorme. Mais de 1 milhão de
novas patentes são depositadas anualmente no mundo todo e o número de
títulos de livros à venda atinge a marca de 3,2 milhões (DERWENT, 2001 ;
LYMAN, 2000). A informação disponível em formato eletrônico também tem
crescido. Em 1995, já havia cerca de 8.000 bases de dados eletrônicas
disponíveis para acesso público e no ano 2000 o Lexis-Nexis, um dos maiores
serviços de acesso pago a informação on line, tinha 2,5 bilhões de documentos
disponíveis, equivalentes a 28 terabytes (PORTER, 1995 ; GIESKES, 2000).
A necessidade das organizações por informação estratégica e o
aumento do estoque e fluxo de informação despertou o interesse pela
prospecção tecnológica e pela inteligência competitiva, atividades voltadas
para prover as organizações com a informação necessária para o
posicionamento e ação estratégicos frente às ameaças e oportunidades do
ambiente competitivo.
No Brasil particularmente, desde os anos 90, diversas organizações têm
se dedicado à formação de recursos humanos, ao desenvolvimento de
metodologias, à aplicação interna e à prestação de serviços de prospecção
tecnológica e inteligência competitiva, incluindo: MCT - Ministério de Ciência e
Tecnologia; MDIC - Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio
Exterior; FINEP – Financiadora de Estudos e Projetos; IBICT - Instituto
Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia; INPI – Instituto Nacional de
Propriedade Industrial; INMETRO - Instituto Nacional de Metrologia,
Normalização e Qualidade Industrial; NIT/Materiais – Núcleo de Informação
Tecnológica em Materiais do Departamento de Engenharia de Materiais da
UFSCar; SIQUIM – Sistema de Informação sobre a Indústria Química da UFRJ;
2

NIC - Núcleo de Inteligência Competitiva da UnB; FABI – Faculdade de


Biblioteconomia da PUCCAMP; GESID – Grupo de Estudo em Sistemas de
Informação e Apoio à Decisão da UFRGS; Programa de Pós-Graduação em
Engenharia de Produção da UFSC; INT - Instituto Nacional de Tecnologia;
CITEC – Centro de Informação Tecnológica do IPT; TECPAR – Instituto de
Tecnologia do Paraná; FBTS - Fundação Brasileira de Tecnologia da
Soldagem; CenDoTeC - Centro Franco-Brasileiro de Documentação Técnica e
Científica; Petrobrás; CPqD e outros.
Em 1997 foi dado um passo importante para a formação de recursos
humanos e disseminação do interesse pela prospecção tecnológica e
inteligência competitiva no Brasil com o lançamento do Curso de
Especialização em Inteligência Competitiva, oferecido anualmente pelo INT em
parceria com o IBICT, a Escola de Comunicação da UFRJ e o CRRM da
Université Aix-Marseille III da França.
O próprio CRRM teve papel importante no crescimento do interesse pela
prospecção tecnológica e inteligência competitiva no Brasil, através de diversas
parcerias e interações com instituições brasileiras.
Além do número de entidades ativas, há indicativos mostrando o
crescimento do interesse pela área de prospecção tecnológica e inteligência
competitiva no Brasil, entre eles: a) a realização do 2º Workshop Brasileiro de
Inteligência Competitiva e Gestão do Conhecimento, promovido pela FINEP,
IBICT, CenDoTeC e demais parceiros em outubro de 2001 em Florianópolis e
que contou com a 450 participantes (no 1º Workshop, em 1999, estavam
presentes cerca de 100 participantes); b) a recente criação da ABRAIC -
Associação Brasileira dos Analistas de Inteligência Competitiva e c) a
existência de pelo menos 3 estudos prospectivos de envergadura atualmente
em andamento no Brasil: o "Programa ProspeCTar" 1, do MCT, o "Programa
Brasileiro de Prospectiva Tecnológica Industrial" 2, do MDIC e o "Estudo
prospectivo do setor químico-farmacêutico e da área de novos materiais" 3
promovido pela FINEP com execução pelo SIQUIM e o NIT/Materiais.

1
http://www.mct.gov.br/cct/prospectar/Default.htm
2
http://www.mdic.gov.br/progacoes/tecnologia/programabrasileiropti.html
3
http://www.nit.ufscar.br/moldes/
3

O NIT/Materiais foi criado em 1994 com o objetivo contribuir para o


desenvolvimento da indústria brasileira através da prestação de serviços de
informação tecnológica na área de materiais. Logo o NIT/Materiais identificou
que os estudos de prospecção tecnológica e inteligência competitiva têm
grande impacto sobre a competitividade na área de tecnologias de materiais e
incorporou a realização desses estudos em sua linha de atuação.
Além de uma diversidade de outros serviços de informação tecnológica,
incluindo consultas técnicas para solução de problemas industriais específicos,
análises de custos e de layout de produção, realização de treinamentos, cursos
e encontros científicos e planejamento estratégico de empresas, o
NIT/Materiais tem obtido sucesso na aplicação de estudos prospectivos e de
inteligência competitiva para empresas de micro a grande porte, nacionais ou
multinacionais, dos setores industriais de plásticos e borrachas, metal-
mecânico, cerâmico, de auto-peças e outros. Além das empresas, entidades
patronais, associações comerciais, sindicatos de trabalhadores, grupos de
pesquisa e orgãos do governo tem recorrido aos estudos feitos pelo
NIT/Materiais.
Os estudos de inteligência competitiva e prospecção tecnológica exigem
o uso e técnicas avançadas de tratamento e análise da informação. O
NIT/Materiais, através do seu Laboratório de Informação em Materiais –
LABIMAT, pesquisa e desenvolve metodologias e ferramentas de informação,
úteis para dar suporte às atividades de extensão tecnológica na área de
materiais. O NIT/Materiais conta com 3 doutores, 4 doutorandos, mestrandos,
alunos de iniciação científica e estagiários, atuantes na linha de pesquisa
"informação tecnológica e estratégica em materiais" e envolvendo parcerias
com o CRRM – LEPONT, a FINEP, o SIQUIM, o IPT, o INPI e outras
instituições.
O grande desafio na área de prospecção tecnológica e inteligência
competitiva é o desenvolvimento de métodos e ferramentas para analisar a
grande quantidade de informação disponível e produzir a informação de valor
estratégico para as organizações. Tendo em vista o crescimento na última
década do número e variedade de bases de dados eletrônicas, muita atenção
4

tem sido dada ao aproveitamento dessas fontes de informação para análise


automatizada, podendo ser destacado o uso da bibliometria para a produção
de indicadores de ciência e tecnologia
A aplicação da prospecção tecnológica e da inteligência competitiva aos
tratamentos de superfície é de grande interesse, tendo em vista que os
materiais são oportunidades de inovação, intensamente dependentes de
informação e tecnologia. Os compressores herméticos passam por uma fase
de desenvolvimento provocado por mudanças na legislação que tornaram mais
restritivo o uso de gases refrigerantes
Nesse contexto, o objetivo principal deste trabalho é o desenvolvimento
de métodos de preparação automatizada dos dados recuperados de bases de
dados eletrônicas para melhorar os resultados obtidos através da análise
bibliométrica e que possam ser aplicados pelo NIT/Materiais ou outras
organizações para a prospecção tecnológica e a inteligência competitiva na
área de materiais.
Neste trabalho, é feita uma revisão bibliográfica sobre o tratamento
automatizado da informação no contexto da prospecção tecnológica e da
inteligência competitiva. São enfocados a produção de indicadores de ciência e
tecnologia a partir da análise bibliométrica, a identificação de bases de dados
eletrônicas adequadas para o estudo de tecnologias de materiais, a
necessidade de preparação de dados para obter bons resultados na análise
bibliométrica e os principais tipos de tratamentos de superfície para o aumento
da resistência ao desgaste.
No procedimento experimental são apresentados os softwares e
equipamentos. Também são apresentadas as metodologia de preparação e
análise bibliométrica dos dados utilizados no trabalho.
Na primeira parte de Resultados e Discussão é feita a proposição e
implementação de métodos para a preparação de dados do Metadex, da Web
of Science e do Derwent Innovation Index. Na segunda parte do capítulo são
apresentados os indicadores sobre tratamentos de superfície para resitência ao
desgaste de compressores herméticos obtidos através da análise bibliométrica
dos dados preparados.
5

Os resultados obtidos permitem algumas conclusões: os métodos


propostos são adequados para utilização de análise bibliométrica
automatizada; a realização de estudos caso a caso permite a generalização
dos métodos de preparação dos dados; a finalização da BiblioWoS abre
caminho para a realização de uma série de estudos antes inviáveis na área de
materiais ou em outras áreas da ciência e tecnologia e, por último, é avaliado
que os métodos propostos serão úteis para a atuação do NIT/Materiais.
6
7

2 ANÁLISE BIBLIOMÉTRICA APLICADA À PROSPECÇÃO TECNOLÓGICA


EM MATERIAIS

2.1 Fundamentos de prospecção tecnológica e inteligência competitiva

A prospecção tecnológica surgiu nos anos 50 em razão da competição


na área de tecnologia militar. A obrigação de estar tecnologicamente à frente
do rival e os longos ciclos de desenvolvimento tecnológico levaram os
governos da época a buscar formas de antecipar as tecnologias que seriam
necessárias no futuro para o prosseguimento dos projetos em andamento. Isso
permitia planejar e priorizar ações de P&D para que a tecnologia estivesse
desenvolvida no momento necessário (PORTER, 1999).
A prospecção tecnológica baseia-se tanto em informação proveniente de
bases de dados como da experiência pessoal de especialistas, para sugerir
quais serão os desenvolvimentos futuros. No início das atividades de
prospecção tecnológica, havia grande preocupação em quantificar a previsão,
especificando quanto tempo levaria para os desenvolvimentos ocorrerem e
quais seriam os custos relacionados à tecnologia, dentre outras medidas.
Recentemente, surgiu uma nova abordagem que propõe menos preocupação
com a quantificação das previsões e um horizonte de antecipação mais
distante (LINSTONE, 1999).
Nos anos 90, as empresas substituíram os governos como principais
competidores tecnológicos. Com isso, ganhou força a inteligência competitiva,
uma atividade associada à prospecção tecnológica, cuja preocupação é
identificar quem detém ou desenvolve que tecnologias, conhecimentos,
processos, produtos e mercados, para antecipar desenvolvimentos futuros em
curto e médio prazos (QUONIAM et al, 1993 ; BOUQUET, 1997 ;
BARANAUSKAS, 1998). Empresas que atuam em setores competitivos
precisam de informação sobre tecnologias emergentes para melhorar
processos e introduzir novos produtos. No entanto, na era da informação, os
ciclos de vida tecnológicos são mais curtos, o que pressiona as equipes de
P&D das empresas a apresentarem resultados de aplicação imediata e
8

aumenta o interesse em descobrir e antecipar os desenvolvimentos


tecnológicos "dos outros" (PORTER, 1999). A competição também passa a
envolver outros aspectos além de tecnologia, como finanças, marketing,
logística, parcerias e mercados de atuação (McGONAGLE e VELLA, 1998).
Há diversas técnicas disponíveis para a realização da prospecção
tecnológica e da inteligência competitiva. Podem ser citados o método Delphi,
para levantamento de opiniões consensuais de especialistas por meio de
questionários anônimos, interativos e iterativos; a extrapolação de tendências,
que investiga como uma tecnologia evoluiu até o presente e procura extrapolar
essa evolução para o futuro; a modelagem correlativa, que visa identificar
padrões de interação entre fatos tecnológicos; o monitoramento; o método de
cenários e os métodos normativos, dentre outros (TARAPANOFF, 1995 ;
VALERIANO, 1998).
O Monitoramento tecnológico é uma das técnicas mais úteis para a
prospecção tecnológica e a inteligência competitiva. Ele complementa e facilita
outras técnicas, ajudando na definição de variáveis que devem ser incluídas
em modelamentos e em análises de tendências. Ele é também importante para
a identificação de especialistas para participar de método Delphi e na
elaboração de questões críticas para a criação de Cenários (PORTER e
DETAMPEL, 1995).
O Monitoramento consiste em coletar, analisar e validar informação
sobre desenvolvimentos científicos e tecnológicos em uma área de interesse
definida e para dar suporte a uma ação ou decisão específica. Ele pode ser um
estudo isolado que é iniciado e concluído em poucos meses ou um esforço
contínuo e iterativo. (HOFFMANN et al, 1999). Em qualquer situação, o
monitoramento é realizado com base exclusivamente em informação de uso
público, embora nem sempre gratuita.
As empresas podem ter seus próprios sistemas de inteligência
competitiva, ou recorrer a serviços de organizações especializadas,
principalmente no caso de estudos isolados. Nos dois casos, o monitoramento
envolve a participação e interação de especialistas em informação, de
9

especialistas no assunto estudado e da pessoa que fará uso da informação


produzida no monitoramento: o tomador de decisão (QUONIAM et al, 1993).
A execução do monitoramento engloba várias etapas, conforme mostra
a figura 2.1.

Aplicação,
Revisão e Diagnóstico
Atualização

Disseminação Planejamento
da informação

Coleta,
Análise e Tratamento e
Síntese da Armazenamento
informação da informação

Figura 2.1: Etapas do procedimento de monitoramento, iniciado pelo


Diagnóstico (BOUTIN, 1997 ; AFNOR, 1998).

Uma das principais dificuldades relacionadas à recuperação de


informação útil para a realização do monitoramento é a má definição das
necessidades de informação do tomador de decisão. Quando o assunto não é
corretamente e suficientemente definido, ocorre a recuperação de uma grande
quantidade de informação pouco pertinente, e portanto, de baixa qualidade
(FARIA, 1997 ; SANTOS, 1994). O diagnóstico abrange a descrição precisa
do assunto de interesse e da utilização final da informação que será produzida.
A interação com o tomador de decisão é fundamental nesta etapa.
Normalmente, o especialista em informação tem conhecimento apenas
superficial sobre o assunto focalizado no monitoramento. É fundamental que
ele compreenda rapidamente o contexto científico e tecnológico em que se
10

insere o assunto e adquira o vocabulário específico para que a interação com


especialistas e o tomador de decisão seja eficiente.
A realização de buscas exploratórias em bases de dados e a consulta a
obras de referência é bastante útil nesta fase. A CIP - Classificação
Internacional de Patentes é uma fonte de informação importante para a
contextualização do assunto. A CIP organiza hierarquicamente as áreas
tecnológicas a partir de 8 seções principais que se subdividem sucessivamente
até atingir 65 mil códigos que descrevem tecnologias bastante específicas e
são atribuídos a patentes no mundo todo (OMPI, 1979). Através da CIP é
possível observar como um assunto se insere numa esfera maior do contexto
de sua tecnologia, ou, por outro lado, como o assunto divide-se em sub-áreas.
A CIP é importante também para obtenção de informação sobre inovação
tecnológica (SANTOS, 1995)
Dicionários técnicos, tesauros e handbooks também são importantes
para conhecer a terminologia específica sobre o assunto (FARIA, 1997).
Levando-se em consideração os objetivos do monitorameto e as
características da área de conhecimento envolvida e suas terminologias, é feito
o planejamento que deve envolver a determinação dos tipos de informação
necessários para o estudo, a seleção das fontes onde a informação deve ser
coletada e a definição dos tipos de análise que serão feitos com a informação
coletada para a produção da informação estratégica para o tomador de decisão
(HOFFMANN, 1997).
Em geral, o monitoramento utiliza informação formal (artigos, patentes,
bases de dados, relatórios, etc) e informal (conversas em eventos, opinião de
especialistas, etc). As bases de dados estão entre as principais fontes de
informação formal para o monitoramento. Existem empresas especializadas em
vender acesso a bases de dados, chamados serviços de informação. Alguns
dos mais importantes serviços de informação são Dialog, Questel-Orbit, STN,
Reuters e Lexis-Nexis. O Dialog, por exemplo, disponibiliza para seus
assinantes cerca de 600 bases de dados científicas, de patentes, de negócios
e de notícias. O Lexis-Nexis conta com cerca de 2,5 bilhões de documentos em
suas bases de dados para acesso pago via internet (GIESKES, 2000).
11

Para a seleção de bases de dados utilizadas como fontes de informação,


é necessário realizar uma análise do seu conteúdo, do período e assuntos
cobertos, das opções de recuperação da informação, da qualidade dos dados e
do custo da informação, entre outros fatores.
Apesar de essencial, a informação proveniente de bases de dados não é
suficiente para a boa realização da monitoramento. A informação informal,
buscada através de contatos com especialistas, por exemplo, é necessária
para complementar e validar conhecimentos sobre o assunto estudado (DOU,
1997). Os especialistas podem ser encontrados tanto a partir da rede de
relacionamentos de quem faz o monitoramento como a partir de buscas
realizadas em bases de dados.
A Internet também é uma fonte de informação importante pela
diversidade temática apresentada e pelo seu baixo custo de utilização. Ela
pode ser considerada ao mesmo tempo como fonte de informação formal e
informal. Alguns exemplos de fontes de informação formal disponíveis na
Internet são as bases de dados de patentes do Brasil, da Europa e dos Estados
Unidos. Essas fontes podem ser consideradas formais uma vez que existe um
controle sobre os dados inseridos. Já a informação que está dispersa na rede,
fora de bases de dados, são consideradas como informais, uma vez que não
existem garantias quanto à sua perenidade e veracidade (BAR-ILAN, 1997 ;
OBERSON, 1997).
A internet também oferece oportunidades para localização de
especialistas em temas específicos, como os sites de universidades e de
cadastramento de profissionais, com destaque no Brasil para a Plataforma
Lattes, do CNPq – Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e
Tecnológico (CNPq, 2001).
A coleta da informação a partir de bases de dados exige a elaboração
de expressões de busca, contendo as palavras-chave relevantes, buscadas
nos campos adequados e utilizando linguagem específica de cada base de
dados. É importante conhecer os recursos de busca que cada base de dados
oferece, como operadores booleanos, operadores de proximidade, caracteres
curinga, campos de palavras-chave, classificação e citações. A seleção da
12

estrutura em que será recuperada a informação de acordo com sua utilização


posterior também é importante pois há estruturas apropriadas para a leitura
humana e outras mais adequadas para o tratamento automatizado da
informação.
A informação não disponível eletronicamente, contida em normas, livros,
catálogos e relatórios, tem um processo de recuperação praticamente
artesanal. No entanto, é informação importante para complementação da
informação de origem eletrônica.
O monitoramento não é apenas busca de informação. As necessidades
de informação do tomador de decisão normalmente são bastante específicas e
a informação necessária não se encontra pronta em nenhum lugar. A
informação coletada precisa ser organizada e explorada para que a partir dela
seja produzida uma nova informação, de importânica estratégica para o
tomador de decisão (FARIA, 1997). A análise e síntese da informação pode
ser feita por meio de classificações e estatísticas, por exemplo, até que seja
obtida uma informação sob medida para as necessidades do tomador de
decisão: precisa, confiável, completa e sintética.
A informação analisada e sintetizada precisa chegar ao usuário e isso
pode ser feito por meio de apresentações, bases de dados ou relatórios.
Normalmente, em uma organização, são necessários diferentes níveis de
conhecimento sobre o assunto monitorado. Por isso, recomenda-se a
disseminação da informação através de 4 relatórios com diferentes níveis de
informação (HOFFMANN, 1999 ; BOUTIN, 1997):
- Relatório Estratégico: contém a informação estratégica, utilizada para a
tomada de decisão. Deve ser sintético, com apenas uma página e conter uma
descrição breve do assunto monitorado e recomendações de como o tomador
de decisão deve agir;
- Relatório Geral: contém uma análise da informação recuperada durante o
monitoramento. Deve conter um texto apoiado por figuras, gráficos e mapas
para sintetizar a informação em cerca de 30 páginas;
- Relatório Completo: abrange toda a informação recuperada e analisada. Inclui
cópias integrais dos artigos científicos, patentes, normas ou outros documentos
13

lidos; cópias dos registros de artigos e patentes extraídos de bases de dados;


cópias dos conteúdos de sites pesquisados na internet; transcrições da
informação coletada junto a especialistas e fontes de informação informal. Esse
relatório deve permitir que o interessado no assunto monitorado possa
aprofundar seus conhecimentos. Não há limite de páginas para esse relatório;
- Relatório de Atualização: identifica e descreve as fontes de informação mais
significativas consultadas e os procedimentos de acesso, de modo a permitir
futuras atualizações de conhecimento.
É importante revisar os resultados obtidos com o monitoramento e
avaliá-los quanto à utilidade e à profundidade da informação reunida,
permitindo o aprimoramento do procedimento e o preenchimento de lacunas
sobre o assunto monitorado. A atualização dos resultados inclui a verificação
sobre mudanças das necessidades que podem ocorrer entre o início e o
término do monitoramento ou o prolongamento da monitoramento sem prazo
definido para terminar. A atualização envolve a varredura das fontes de
informação utilizadas e a busca de outras fontes de informação relevantes para
acrescentar novos dados aos relatórios.
A disponibilização de bases de dados eletrônicas aumentou a oferta de
informação sobre praticamente qualquer assunto (DOU, 1994 ; PORTER, 2000
; WORMELL, 1998). No entanto, quando há muita informação disponível, o
processo de análise e síntese da informação torna-se mais complexo, exigindo
o uso de metodologias adequadas. O fato das bases de dados oferecerem
informação abundante, estruturada e eletrônica motivou o surgimento de
metodologias de análise da informação auxiliada por computadores, visando à
elaboração de informação de alto valor agregado para o tomador de decisão
(QUONIAM, 1993)
O data mining ou mineração de dados é a atividade voltada para a
descoberta de novas informações a partir da identificação de padrões de
distribuição e relacionamento de elementos presentes em grandes conjuntos
de dados (ZANASI, 2000). Um caso específico do data mining é o text mining,
voltado para a análise e criação de informação a partir de textos estruturados
(ZHU, PORTER, 1999). Data mining e text mining baseiam-se no uso de
14

linguística, inteligência artificial e estatística para tratar a informação de forma


automatizada (ZANASI, 2000).
Recentemente, tem aumentado o uso da bibliometria, atividade voltada
para a quantificação da comunicação escrita, para o tratamento automatizado
da informação no contexto da prospecção tecnológica e da inteligência
competitiva (PORTER, 1995 ; QUONIAM, 1993). A bibliometria já era
empregada para estudos de avaliação da produção científica envolvendo o
tratamento de grande quantidade de informação para elaboração de
indicadores, como rankings de pesquisadores, entidades ou países e mapas de
correlação entre pesquisadores, empresas, áreas da ciência ou tecnologias
(RINIA, 1998 ; VAN RAAN, 1997). Os indicadores são uma forma de sintetizar
e agregar valor à informação.
O processo de tratamento automatizado da informação baseado na
bibliometria pode ser sintetizado conforme a figura 2.2

Recuperação Tratamento Tratamento Representação


de dados bibliométrico estatístico gráfica

Grande quantidade de Indicadores de alto valor


dados de difícil análise agregado

Figura 2.2: Esquema representativo do tratamento automatizado da informação

Nos últimos anos tem crescido o número de bases de dados


disponíveis, principalmente via internet, o que aumetna a importância do
tratamento automatizado da informação.
15

2.2 Bases de dados para análise de informação em materiais

O surgimento e a disseminação das bases de dados eletrônicas


aumentaram consideravelmente as potencialidades da aplicação do tratamento
automatizado da informação. Elas são grandes arquivos armazenados em
computadores e contém informações bibliográficas de artigos científicos e de
patentes, como título, resumo, autores, fonte, palavras-chave, classificações,
citações e etc. Ainda são poucas as bases de dados que fornecem o texto
integral dos documentos indexados, entre elas as bases de dados de patentes
do Escritório de Patentes dos Estados Unidos (http://www.uspto.gov) e do
Escritório Europeu de Patentes (http://ep.espacenet.com) e as bases de dados
inseridas no Projeto Biblioteca Eletrônica da FAPESP (http://www.probe.br e
http://www.scielo.br).
As bases de dados permitem a recuperação rápida de arquivos texto
contendo dados bibliográficos estruturados de artigos e patentes em grande
quantidade, como ilustra a figura 2.3. (DOU, 1994 ; FARIA, 1997). Os arquivos
recuperados podem ser facilmente transferidos do computador em que está a
base de dados para o computador onde estão os softwares de análise.

ELETRÔNICA ABUNDANTE ESTRUTURADA

Título:
Autor:
~1,2 milhão Fonte:
Metadex de registros Resumo:
Palavras-Chave:
Classificação:

Fonte:
Título:
~30 milhões Autor:
Web of Science Resumo:
de registros
Citações:
Palavras-Chave:

Figura 2.3: Informação disponível para análise bibliométrica automatizada.


16

Inicialmente disponíveis para consulta via linha telefônica e modem ou


através de CD-ROMs, é cada vez maior o número de bases de dados
disponíveis via internet (WideWorldWeb). O Dialog (http://www.dialog.com), um
dos maiores serviços de acesso à informação, conta hoje com cerca de 600
bases de dados eletrônicas disponíveis para consulta via internet (DIALOG,
2001).
As universidades e entidades de fomento à pesquisa em diversos países
têm procurado proporcionar o acesso da comunidade acadêmica a bases de
dados científicas e tecnológicas via internet. Na França, o CNRS – Centre
National de la Recherche Scientifique oferece a todos os seus pesquisadores o
serviço BiblioSciences, em parceria com a empresa SilverPlatter. Não há custo
para os pesquisadores e o acesso a várias bases de dados é ilimitado.
No Brasil, a CAPES – Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de
Nível Superior e a FAPESP – Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de
São Paulo, em parceria com diversas empresas e instituições como a
SilverPlatter, a Elsevier e a BIREME, oferece acesso ao portal Periódicos
(http://www.periodicos.capes.gov.br) onde estão disponíveis cerca de 13 bases
de dados bibliográficas e periódicos com artigos em texto integral, entre outros
serviços.
A Web of Science é uma das bases de dados disponíveis desde 1997
para instituições de ensino e pesquisa do Brasil em uma parceria FAPESP-
CAPES. A Web of Science proporciona acesso a 3 bases de dados de artigos
científicos contendo citações produzidas pelo ISI – Institute for Scientific
Information: Science Citation Index Expanded - SCI, Social Science Citation
Index – SSCI e Arts & Humanities Citation Index - AHCI. A Web of Science
contém informação bibliográfica e citações de mais de 30 milhões de artigos
científicos publicados a partir de 1945, conforme mostrado na figura 2.4,
totalizando cerca de 55 Gigabytes de informação armazenada, e apresentando
uma taxa de crescimento de aproximadamente 1,2 milhão de artigos por ano,
conforme apresentado na figura 2.5.
17

35

30

25
Número de artigos (milhões)

20

15

10

0
55 57 59 61 63 65 67 69 71 73 75 77 79 81 83 85 87 89 91 93 95 97 99
Ano

Web of Science Science Citation Index Social Science Citation Index Arts & Humanities Citation Index

Figura 2.4: Evolução dos número de artigos presentes na Web of Science e em


suas bases de dados componentes.

1,400

1,200
Número de registros (milhares)

1,000

800

600

400

200

0
55 57 59 61 63 65 67 69 71 73 75 77 79 81 83 85 87 89 91 93 95 97 99
Ano
Web of Science Science Citation Index Social Science Citation Index Arts & Humanities Citation Index

Figura 2.5: Taxa de crescimento do número de artigos presentes na Web of


Science e em suas bases de dados componentes.
18

O conteúdo da Web of Science é equivalente à soma das 3 bases de


dados produzidas pelo ISI:
• Science Citation Index Expanded - SCI: Base de dados multidisciplinar que
indexa 5.300 periódicos de 164 áreas da ciência. É a base de dados
científica mais conhecida internacionalmente e principal fonte de informação
para a análise de citações. Representa mais de 75% do conteúdo da Web
of Science. Contém cerca de 23 milhões de artigos indexados e cresce a
uma taxa de 19 mil novos artigos por semana. Cerca de 70% dos artigos
indexados apresentam resumos em inglês (FAPESP, 2000 ; ISI, 1997 ; ISI,
1998). Algumas das áreas do conhecimento cobertas são:

• Agricultura • Ciência dos Materiais • Oncologia


• Astronomia • Cirurgia • Pediatria
• Biologia • Farmacologia • Psiquiatria
• Bioquímica • Física • Química
• Biotecnologia • Matemática • Veterinária
• Botânica • Medicina • Zoologia
• Ciência da • Neurologia

• Social Sciences Citation Index - SSCI: Base de dados multidisciplinar que


indexa 1.700 periódicos de 50 áreas das ciências sociais. Contém
aproximadamente 4,4 milhões de artigos indexados e cresce a uma taxa de
2.900 novos artigos por semana. Aproximadamente 60% dos artigos
indexados apresentam resumo em inglês (FAPESP, 2000 ; ISI, 1998 ; ISI,
1997a). Algumas das áreas do conhecimento cobertas são:

• Antropologia • Filosofia • Questões sociais


• Abuso de substâncias • História • Relações industriais
• Ciência da informação • Legislação • Saúde pública
• Ciência política • Lingüística • Sociologia
• Estudos da mulher • Psicologia • Trabalho comunitário
• Estudos urbanos • Psiquiatria
19

• Arts & Humanities Citation Index - AHCI: base de dados multidisciplinar


que indexa 1.100 periódicos das áreas de artes e humanidades. Conta
atualmente com cerca de 2,8 milhões de artigos indexados e cresce a uma
taxa de 2.500 novos artigos por semana (FAPESP, 2000 ; ISI, 1998).
Algumas das áreas do conhecimento cobertas são:

• Arqueologia • Folclore • Poesia


• Arquitetura • Idiomas • Rádio, TV e cinema
• Arte e Dança • Lingüística • Religião
• Estudos asiáticos • Literatura • Revisões literárias
• Filosofia • Música • Teatro

A Web of Science proporciona a recuperação de dados bibliográficos,


tais como título, autores, entidades de afiliação dos autores e seus endereços,
nome do periódico onde o artigo foi publicado, citações e ano de publicação,
dentre outros, de todos os artigos indexados. Para artigos indexados a partir de
janeiro de 1991, podem ser obtidos também o resumo em inglês e as palavras-
chave que descrevem o artigo.
As informações sobre os artigos podem ser buscadas pelos nomes dos
autores, pelos nomes dos periódicos, pelas instituições de afiliação dos autores
ou por palavras que constem de seus títulos. Para artigos indexados a partir de
1991, as buscas podem ser feitas também por palavras-chave ou por palavras
do resumo.
Uma característica que torna as bases de dados contidas na Web of
Science únicas é a inclusão de dados referentes às citações nos seus registros
de artigos. Isso cria a possibilidade de busca de informação através das
citações e de recuperação de dados referentes a artigos citados. Assim, além
dos recursos tradicionais, é possível buscar artigos que citaram um autor ou
um artigo específico e, para um dado artigo, é possível encontrar os artigos que
o citaram e os que foram citados por ele, constituindo uma configuração em
rede pela qual é possível "pular" de um artigo para outro.
A presença de informação sobre citações na Web of Science também é
fundamental para a análise de citações e de co-citações, que são metodologias
20

das mais importantes para o tratamento automatizado da informação e a


elaboração de indicadores bibliométricos. No entanto, quando criou suas bases
de dados, o ISI decidiu apresentar nos dados sobre citações apenas o nome do
primeiro autor de cada artigo citado. Esse fato tem como conseqüência a sub-
avaliação do número de citações recebidas pelos pesquisadores (COURTIAL,
1990 ; SPINAK, 1996a).
Outra característica que diferencia a Web of Science de outras bases de
dados é o fato de ela ser multiafiliação. A Web of Science indica todos os
países de origem dos autores de artigos, mas não fornece informação precisa
sobre que autor é de que país. Por isso, é possível identificar com precisão os
artigos publicados com a participação de pelo menos um autor de determinado
país, mas a identificação dos autores de um determinado país é imprecisa
(SPINAK, 1998).
Em vez de indexar um grande número de periódicos de cada área do
conhecimento, o ISI se propõe a avaliar os periódicos e selecionar os melhores
de cada área para indexá-los. O ISI estabelece alguns pré-requisitos
considerados mínimos para a inclusão de um periódico nas suas bases de
dados, entre eles (TESTA, 1997):
• regularidade de publicação;
• diversidade internacional de autores e autores citados;
• qualidade editorial do periódico, incluindo a apresentação de informação
bibliográfica e de referências bibliográficas completas, afiliação dos
autores, título e resumo descritivos;
• presença de título, resumo e palavras-chave em inglês
• avaliação por pares para decisão de publicação de artigos no periódico

Os periódicos que atendem a esses pré-requisitos são avaliados


principalmente com base na análise de citações, na lei de distribuição de
Bradford e na "lei de concentração" proposta de Garfield para a decisão se
serão inseridos na cobertura do ISI. Segundo a Lei de Bradford, um número
relativamente pequeno de periódicos publica a maioria dos resultados
significativos da pesquisa científica. Garfield propõe uma complementação
21

dessa lei segundo a qual os periódicos que compõe o Núcleo de uma área de
conhecimento cobrem boa parte da Dispersão de outras áreas e dessa maneira
bastaria a uma base de dados indexar os periódicos que compõe os núcleos de
todas as áreas do conhecimento para cobrir também grande parte da dispersão
dessas áreas (SPINAK, 1998). Análises de citação recentes indicam que 150
periódicos são responsáveis por 25% dos artigos publicados e 50% dos artigos
citados e que 2.000 periódicos são responsáveis por 85% dos artigos
publicados e 95% dos artigos citados (TESTA, 1997).
Apesar de haver concordância no meio acadêmico sobre a concentração
da publicação de resultados científicos em um número relativamente pequeno
de periódicos, há controvérsias sobre os critérios utilizados pelo ISI para
selecionar os periódicos indexados. Muitos pesquisadores afirmam que os
critérios adotados pelo ISI privilegiam a inclusão de periódicos dos Estados
Unidos e de países de língua inglesa nas suas bases de dados. Dos mais de
8.500 periódicos indexados pela Web of Science, aproximadamente 3.200 são
provenientes dos Estados Unidos e apenas 16 do Brasil. (VELHO, 2001 ;
SPINAK, 1998 ; LUWELL, 1999).
Por serem bases de dados com um conjunto único de características
(multidisciplinares, com dados de afiliação de todos os autores, informação
sobre as citações e 30 milhões de registros) a Web of Science e seus
componentes SCI, SSCI e AHCI são utilizadas no mundo todo para a
elaboração de indicadores em grande parte dos estudos de avaliação científica.
No Brasil tanto o Ministério da Ciência e Tecnologia como a FAPESP utilizam
dados do ISI para a elaboração de seus indicadores de ciência e tecnologia
(MCT, 2001 ; FAPESP, 1998).
Além da Web of Sicence e suas componentes, as outras únicas bases
de dados multidisciplinares de importância expressiva são a Pascal e a
Francis, produzidas pelo Instituto Nacional de Informação Científica e Técnica
da França (http://www.inist.fr). Juntas, elas contam hoje com cerca de 16,5
milhões de registros de artigos científicos. Estudo recente mostra que a Pascal
e a Web of Science têm coberturas complementares e que o uso da Pascal
22

enriquece a análise da produção científica a partir de indicadores (CENDOTEC,


2001).
Além das bases de dados multidisciplinares, há muitas bases de dados
voltadas para a cobertura de áreas específicas da ciência e tecnologia. Para a
área de metalurgia em particular, o Metadex é a base de dados que
proporciona a melhor cobertura das publicações científicas. Ela é
produzida pela The Materials Information Society (http://www.asm-
intl.org) e cobre documentos científicos sobre metais e ligas metálicas, e
corresponde às publicações em papel “Metals Abstracts”, “Metals
Abstracts Index” e “Alloys Index”.
O Metadex disponibiliza aproximadamente 1,2 milhão de
referências bibliográficas e resumos de artigos científicos, livros,
patentes, dissertações, teses, artigos de conferências e outros tipos de
documentos (MATERIALS INFORMATION, 1996). Os principais tópicos
abordados são processos de fabricação, propriedades e aplicações de
metais e ligas metálicas, classes de materiais, compostos intermetálicos
e sistemas metálicos.
O Metadex está disponível para acesso através de CD-ROM ou on
line. A versão em CD-ROM, distribuída pelo Dialog cobre o período de
1966 até o presente, com atualização a cada três meses. O Metadex
também está disponível para acesso via internet no Dialog.
Além dos dados bibliográficos, os registros do Metadex são
classificados e indexados com palavras-chave (descritores). A
classificação define grandes áreas de estudo dos materiais, como por
exemplo: Compósitos, Estruturas e Componentes de Engenharia,
Produção de Ligas Ferrosas, Propriedades Mecânicas, Extração e Refino
e Fundição. Cada um dos documentos é classificado como pertencente a
um ou mais desses assuntos. A indexação dos registros do Metadex é
feita de acordo com descritores pertencentes a um tesauro do próprio
produtor do Metadex. Os descritores definem materiais, produtos,
23

aplicações, processos, propriedades e formas dos materiais. Mais


detalhes sobre os descritores do Metadex podem ser vistos no anexo 1.
A especialização do Metadex na metalurgia tornam essencial a
utilização dessa base de dados para estudos bibliométricos realizados
sobre essa área do conhecimento.
Na área de engenharia, o Compendex, produzido pela empresa
Engineering Index (http://www.ei.com), conta hoje com mais de 6 milhões de
registros de artigos de periódicos, artigos de congressos e relatórios desde
1970. Através de um convênio com a CAPES, o Compendex está disponível
via internet, sem custo para o usuário, nas universidades públicas brasileiras.
Sua cobertura na engenharia é mais profunda que a da Web of Science, com
5.000 publicações no Compendex contra 785 periódicos de engenharia na Web
of Science, como ilustra a figura 2.6.

Química Engenharia Física Ciências Medicina Outras


Socias e Saúde áreas

785 Web of Science


periódicos 30 milhões de registros
multidisciplinar

2.600 Compendex
periódicos 6 milhões de registros
Especializada

Figura 2.6: Comparação de coberturas entre Compendex e Web of Science.

Exemplos de outras bases de dados que cobrem áreas específicas da


ciência e tecnologia são o Chemical Abstracts (American Chemical Society -
http://www.cas.org), para a química e o Inspec (Institution of Electrical
Engineers - http://www.iee.org.uk/publish/inspec/) para a física, eletrônica,
computação e tecnologia de informação.
24

Existem ainda importantes bases de dados científicas brasileiras. A


SciELO (http://www.scielo.br), criada em 1997 através de cooperação entre a
FAPESP e a BIREME, contém cerca de 14.000 artigos indexados e
disponibilizados na íntegra, parte deles em português e parte em inglês. Apesar
de ser ainda recente e relativamente pequena, ela é importante para a análise
da pesquisa científica brasileira devido à cobertura focada em revistas
brasileiras de qualidade. Das 63 revistas indexadas atualmente na SciELO,
apenas 16 estão indexadas na Web of Science.
A Plataforma Lattes (http://lattes.cnpq.br), fruto de esforço do CNPq e
de parceiros em reunir e disponibilizar informação sobre e para a comunidade
acadêmica brasileira. Atualmente, a Plataforma Lattes conta com cerca de 111
mil currículos de professores, pesquisadores e alunos de pós-graduação
brasileiros, além de sua produção científica, linhas de pesquisa e grupos de
pesquisa de que participam, dentre outras informações, o que a torna uma
fonte fundamental para a análise da produção científica brasileira.
As bases de dados de patentes constituem importante fonte de
informação técnica e tecnológica. O Derwent Innovation Index, produzido
pela empresa Derwent (http://www.derwent.com) é uma das mais importantes
bases de dados internacionais de patentes. Ela contém mais de 10 milhões de
documentos de patentes desde 1963, cobrindo as áreas de química,
engenharia, eletricidade e eletrônica. Ela está disponível para instituições de
ensino e pesquisa do Brasil em uma parceria FAPESP-CAPES
(http://dii.derwent.com).
Como a maior parte das bases de dados de patentes, o Innovation Index
permite a busca de patentes por nome de inventor, nome da empresa
detentora da patente, códigos da Classificação Internacional de Patentes e
palavras presentes no título e resumo das patentes. No entanto, o Innovation
Index tem características que o diferenciam de outras bases de dados de
patentes.
A Derwent chama de “família de patentes” o conjunto de patentes
depositadas em vários países sobre a mesma invenção. No Innovation Index,
cada registro corresponde a uma família de patente. Essa característica é
25

importante para evitar a contagem de uma invenção depositada em vários


países como várias invenções e também para indicar todos os países onde
determinada invenção foi depositada, o que indica uma intenção de exploração
ou reserva de mercado (MOGEE, 1997).
Os títulos e resumos das patentes inseridas no Derwent são revisados
para tornarem-se mais concisos e descreverem melhor as invenções e
reivindicações. Além disso, a Derwent classifica e indexa os documentos de
patentes. A classificação é feita automaticamente e fornece uma indicação da
área tecnológica em que a patente está inserida. A indexação é feita através da
atribuição manual de um ou mais códigos (Derwent Manual Codes) que
indicam a novidade e a aplicação das patentes. (DERWENT, 2001)
A empresas detentoras de patentes são identificadas tanto pelo nome
como por um código atribuído pela Derwent (Company Codes). Os códigos de
empresa têm a função de agrupar as empresas controladas por um mesmo
grupo sob um código único. Existem cerca de 21.000 códigos de empresas. No
entanto, apenas empresas com um mínimo de patentes depositadas recebem
um código padronizado. Empresas que não atingem esse valor mínimo e
inventores independentes recebem códigos não padronizados (COURTIAL,
1990).
O Innovation Index apresenta informação sobre os documentos
(patentes ou artigos científicos) citados nas patentes. As citações existentes
em patentes são diferentes das citações de documentos científicos. Elas são
atribuídas pelo funcionário do Instituto de Propriedade Industrial encarregado
de examinar e julgar se o pedido de patente deve ou não ser concedido. O
examinador cita na patente documentos que ele considera relevantes para a
invenção e que podem determinar a limitação das reivindicações feitas pelo
inventor. As citações de patentes permitem a realização de análises de valor
econômico, de significância tecnológica e de ciclo de vida das invenções
(MOGEE, 1997).
Uma das limitações do Innovation Index, comum a todas as bases de
dados de patente, é o atraso de informação referente aos anos mais recentes.
A publicação de patentes segue uma dinâmica diferente da publicação de
26

artigos científicos e os países têm diferentes procedimentos de publicação das


patentes. No maior parte dos países, as patentes são publicadas 18 meses
após a sua data de prioridade (data do depósito da patente no primeiro país em
que ela foi depositada), independentemente de terem sido concedidas,
indeferidas ou ainda estarem em julgamento. Os Estados Unidos só publicam
patentes após a sua concessão, o que leva cerca de 2 anos desde o depósito.
Esse fato faz com que em geral os dados de patentes para os 2 anos mais
recentes estejam incompletos e torna recomendável que as patentes sejam
utilizadas em estudos de períodos mais longos (MOGEE, 1997).
Pelas suas características, o Innovation Index é uma das bases de
dados de patentes mais úteis para a elaboração de indicadores de tecnológicos
a partir de tratamento automatizado da informação.
É importante considerar que cada base de dados reflete a produção
científica ou tecnológica de uma forma única. É preciso conhecer as bases de
dados disponíveis para poder selecionar as mais adequadas à natureza do
estudo que se pretende realizar. A utilização de mais de uma base de dados
normalmente enriquece os resultados da análise pois proporciona visões que
podem ser comparadas sobre o assunto estudado.
Apesar do uso de bases de dados ter facilitado o acesso à informação,
as bases de dados normalmente são construídas para armazenamento e
localização de documentos. Raramente os dados recuperados podem ser
diretamente utilizados pelos softwares de análise bibliométrica automatizada
(QUONIAM, 1993 ; MOGEE, 1997).
Em grande parte das aplicações do tratamento automatizado, a estrutura
da informação recuperada das bases de dados é incompatível com o padrão
necessário para o uso dos softwares. Em outras situações, a informação
extraída das bases de dados precisa ser complementa com informação
proveniente de outras fontes. Nesse contexto, torna-se vital a preparação dos
dados, uma etapa de ligação entre a recuperação e o tratamento bibliométrico,
que tem grande impacto sobre a qualidade dos resultados da análise (RINIA,
1998 ; VAN RAAN , 1997 ; KOSTOFF, 1997).
27

A preparação dos dados deve ajustar-se às condições em que o


tratamento é realizado. Para estudos focalizados e de duração relativamente
curta, como alguns dos trabalhos de inteligência competitiva, a preparação dos
dados normalmente é desenvolvida especificamente para esse estudo. Para
estudos sistemáticos e de duração mais longa, como a produção de
indicadores para a avaliação da produção científica, a preparação dos dados
torna-se um processo contínuo e sistemático que visa à criação de um sistema
de informação perene, aprimorado ao longo do tempo com a experiência
resultante de sucessivas aplicações (VAN RAAN, 1997).
A manipulação de dados, da ordem de Gbytes em alguns casos, para a
implementação de sistemas prontos para a realização de análises, é uma
tarefa que exige trabalho de alta qualidade (VAN RAAN, 1997). Estima-se que
a preparação dos dados consuma cerca de 60% de todo o esforço
empreendido no tratamento automatizado, como indica a figura 2.7 (LEEDS,
2000).

60

50

40
Esforço (%)

30

20

10

0
Identificação de Preparação dos dados Tratamento bibliométrico Análise dos resultados e
necessidades de assimilação do
informação conhecimento
Tratamento automatizado da informação

Figura 2.7: Representação do esforço envolvido nas várias etapas da análise


da informação. Adaptado de (LEEDS, 2000).
28

Como a recuperação da informação em bases de dados e a análise


bibliométrica são assistidos por computador, também a preparação deve ser
tanto quanto possível automatizada, para não constituir um gargalo no
processo de tratamento automatizado. Algumas tarefas da preparação de
dados que podem ser automatizadas incluem:
• Reestruturação de dados recuperados para adaptação à estrutura
exigida pelos softwares de tratamento automatizado;
• Padronização e integração de dados recuperados em mais de um fonte
de informação
• Reestruturação do conteúdo dos campos existentes, para correção de
erros, agrupamento de conceitos e uniformização de nomes de autores
ou organizações;
• Criação de novos campos a partir do conteúdo de campos já existentes;
• Criação de novos campos contendo informação externa à base de
dados, como classificação, por exemplo;
• Eliminação de campos e dados desnecessários ao tratamento
automatizado.

A preparação normalmente é feita a partir de arquivo texto (.txt)


contendo os registros recuperados e têm como resultado um novo arquivo
texto. A figura 2.8 apresenta um exemplo de preparação de dados utilizando o
software infotrans, envolvendo a criação de um novo arquivo texto (à direita) a
partir do arquivo texto recuperado da base de dados (à esquerda).
29

Antes da preparação Depois da preparação


Figura 2.8: Exemplo de preparação da informação auxiliada por software.

Há alguns softwares que podem ser utilizados para a preparação


automatizada dos dados, entre eles o Pro-Cite, o Folio Search and Replace e o
Infotrans. Além dos softwares mencionados e outros, é possível utilizar
linguagens de programação, como Visual Basic e Perl, para realizar a
preparação dos dados, principalmente quando são necessárias operações
mais complexas (SCHWARTZ, 1998).
A criação de uma base de dados operacional contendo os dados
preparados, permite integrá-los e armazená-los antes do uso da bibliometria.
Embora a criação de uma base de dados operacional seja opcional, uma vez
que os dados preparados podem ser tratados sem a necessidade de
armazenamento, ela é recomendada pois permite uma maior interação da
pessoa que faz as análises com os dados. Essa interação permite a
identificação de problemas com os dados não detectados anteriormente ou a
verificação de possibilidades de ampliar ou restringir a busca realizada. Em
estudos sistemáticos, a criação da base de dados operacional é obrigatória
pois a qualidade desses estudos depende da constituição de um sistema de
informação aprimorado ao longo do tempo e que incluindo dados bem
preparados, ferramentas e metodologias adequadas (VAN RAAN, 1997).
30

Os softwares utilizados para a criação de bases de dados operacionais


devem ter facilidade de importaçao e exportação de dados, além de recursos
de busca avançados. Há diversos softwares comerciais capazes de gerar
bases de dados com esses requisitos, entre eles o Idealist e o Folio.

2.3 Tratamento automatizado e análise bibliométrica da informação

A bibliometria pode ser definida como o ramo da Ciência que se ocupa


em quantificar os processos de comunicação escrita, envolvendo o estudo
quantitativo da produção, disseminação e uso da informação registrada
(SPINAK, 1998; MACIAS-CHAPULA, 1998; ROSTAING, 1993 ; VAN RAAN,
1997). Embora o termo bibliometria só tenha sido criado em 1969 por Alan
Pritchard, ela surgiu no início do século XX como uma forma dos cientistas e
bibliotecários acompanharem o rápido desenvolvimento das várias áreas da
ciência. Foi nessa época que os cientistas começaram a perceber que a
quantidade de conhecimento científico gerado continuamente ultrapassava a
sua capacidade de leitura, e portanto, era preciso criar novas formas de
acompanhar o desenvolvimento da ciência, ou ao menos, da área do
conhecimento de sua especialização (ROSTAING, 1996).
Também os profissionais da informação sentiram dificuldade em
acompanhar o conhecimento gerado, mas sob um ponto de vista diferente: a
cada dia surgiam novos periódicos e publicações e os responsáveis por centros
de informação, na impossibilidade financeira de adquirir para o seu acervo
todos os periódicos e publicações, precisaram buscar maneiras para selecionar
quais eram os mais significativos (ROSTAING, 1996).
Além da bibliometria, há outras áreas que se ocupam da medição da
informações. A cientometria consiste na aplicação das mesmas técnicas da
bibliometria, mas estritamente a documentos científicos e com o objetivo de
estudar a ciência e seus processos de comunicação. Existe também o termo
informetria, empregado para o estudo dos aspectos quantitativos da informação
em qualquer formato (e não apenas registros referenciais e textos completos,
31

como na bibliometria) e a qualquer grupo social (e não apenas a cientistas,


como a cientometria). As fronteiras entre bibliometria, cientometria e informetria
não são bem definidas e existe um certo caos terminológico na área
(COURTIAL, 1990 ; MACIAS-CHAPULA, 1998; WORMELL, 1998 ; SPINAK,
1998 ; CALLON et al, 1993).
A bibliometria baseia-se na contagem de artigos científicos, patentes e
citações. Dependendo da finalidade do estudo bibliométrico, podem ser
considerados como dados tanto o texto escrito que compõe a publicação como
os elementos presentes em registros sobre publicações extraídos de bases de
dados bibliográficas, como nomes dos autores, título, fonte, idioma, palavras-
chave, classificações e citações (ROSTAING, 1996 ; RAVICHANDRA RAO,
1986 ; ZHU et al, 1999).
Alguns pesquisadores observaram que a distribuição de freqüência dos
dados em um texto ou em um conjunto de referências bibliográficas segue
certos padrões. Essas observações deram origem às leis de Lotka, Bradford e
Zipf que servem de base para diversas aplicações e técnicas de análise
surgidas posteriormente (WORMELL, 1998).
Lotka preocupava-se em determinar a contribuição de cada autor para o
avanço da Ciência. Em 1926 ele propôs um modelo que relacionava o número
de publicações ao número de autores em um determinado tema científico.
Lotka observou que, independente do tema focalizado, poucos autores têm um
número elevado de publicações e muitos autores têm poucas publicações.
Lotka identificou que o número de autores com um certo número de
publicações obedece à relação (ROSTAING, 1996 ; COURTIAL, 1990 ;
RAVICHANDRA RAO, 1986)
y= C (2.1)
x2

onde: C é uma constante, y é o no de autores e x é o no de publicações

Para ilustrar melhor o raciocínio de Lotka, podemos imaginar que, para


um determinado assunto, foram encontrados 1000 autores que publicaram 1
32

artigo, 250 autores que publicaram 2 artigos, 111 autores que publicaram 3
artigos e assim por diante, conforme apresentado na tabela 2.1.

Tabela 2.1: Número de autores e respectivos nº de publicações sobre um tema.


Nº de Autores Nº de Publicações
1000 1
250 2
111 3
62 4
40 5
28 6
20 7

Lotka plotou esses valores em escalas logarítmicas, conforme a figura


2.9, e observou que a melhor função para descrevê-los era uma reta.

10
Nº autores

1
1 10 100 1000
Nº publica çõe s

Figura 2.9: Gráfico representativo da Lei de Lotka, segundo dados da tabela


2.1.

Lotka deduziu que a equação da reta era y = C/xn, onde C é uma


constante determinada pela intersecção da reta com o eixo y. N pode ser
determinado a partir da inclinação da reta. Uma inclinação de 45º corresponde
33

a n = 2. Lotka propôs que o valor de n seria sempre 2. Outros autores dizem


que n tende mais para 3 que para 2. Outra corrente defende que para cada
tema estudado há um valor ótimo de n que deve ser determinado (ROSTAING,
1996 ; RAVICHANDRA RAO, 1986 ; EGGHE, 2001).
Bradford preocupava-se em desenvolver um método para selecionar os
periódicos mais representativos para uma área da ciência. Em 1934 ele propôs
um modelo para a repartição de periódicos segundo sua capacidade de
representar um tema científico. Bradford observou que os periódicos contém
artigos sobre muitos temas e escolheu o número de artigos relacionados ao
tema focalizado, apresentado por cada periódico, como medida da capacidade
do periódico representar o tema (ROSTAING, 1996 ; BRADFORD, 1961)
A Lei de Bradford diz que uma vez selecionados os periódicos que
abordam um assunto específico, contados os artigos sobre o assunto de cada
periódico e organizada uma lista dos periódicos em ordem descrescente de
número de artigos sobre o assunto, é possível formar grupos com número
crescente de revistas e com número de artigos por grupo constante, segundo a
proporção n, n2, n3, ..., onde n é o número de revistas no primeiro grupo,
chamado por Bradford de Núcleo (ROSTAING, 1996 ; BRADFORD, 1961).
Como ilustração, pode-se considerar um conjunto de 50 periódicos que
abordam um assunto científico. O número de artigos sobre o assunto,
encontrados em cada periódico, é mostrado na tabela 2.2.

Tabela 2.2: Número de artigos de 50 periódicos que abordam um assunto


Nº Nº Nº Nº Nº
Revista Revista Revista Revista Revista
artigos artigos artigos artigos artigos
A 4 K 4 U 2 e 1 o 1
B 1 L 8 W 1 f 2 p 2
C 4 M 1 V 6 g 1 q 1
D 6 N 4 X 6 h 1 r 4
E 2 O 2 Y 2 i 4 s 4
F 2 P 1 Z 1 j 2 t 1
G 1 Q 8 a 8 k 1 u 1
H 6 R 1 b 1 l 1 w 6
I 1 S 4 c 1 m 4 v 2
J 2 T 2 d 2 n 2 x 1
34

A partir da tabela 2.2 pode-se calcular os dados constantes nas colunas


A e B da tabela 2.3. Esses dados são tratados para obtenção das colunas D e
E da tabela 2.3 que são depois apresentados em forma gráfica.

Tabela 2.3: Cálculos realizados para ilustração da Lei de Bradford


A B C = ΣA D = Σ(A x B) E = Log C
Nº Nº Nº acumulado Nº acumulado de (Nº Logaritmo do Nº
Revistas artigos de revistas revistas x Nº artigos) acumulado de revistas
3 8 3 24 0,48
5 6 8 54 0,90
9 4 17 90 1,23
13 2 30 116 1,48
20 1 50 136 1,70

O gráfico obtido a partir das colunas D e E, apresentado na figura 2.10,


ilustra a variação do número de artigos em função do logaritmo do número de
periódicos.

160
Nº a cum ula do de (Nº re vista s x Nº a rtigos)

144
140 Zona 2: n 3 revistas
48 artigos
120

96 100

80 Zona 1: n 2 revistas
48 artigos
60
48
40

20 Núcleo: n revistas
48 artigos
0
0 0,5 1 1,5 2
Logaritmo do N º acumulado de revistas

Figura 2.10: Representação da Lei de Bradford, segundo dados da tabela 2.3

Na maior parte da figura 2.10, a curva definida por D x E pode ser


aproximada para uma reta. O ponto a partir do qual a curva passa a se ajustar
35

à reta determina o limite entre o Núcleo e a zona 1. O valor marcado no eixo x


para esse ponto corresponde a n, o número de revistas contidas no Núcleo. O
valor marcado no eixo y para esse ponto, indica o número de artigos por grupo
de periódicos. Como o número de artigos por grupo é constante, basta repetí-lo
ao longo do eixo y para determinar os limites entre as zonas 1 e 2, 2 e 3, e
assim por diante.
Segundo Bradford, os n periódicos contidos no Núcleo são a base que
um centro de informação precisa manter sobre um tema específico.A Lei de
Bradford é aplicada em bibliotecas para otimizar a aquisição de periódicos para
o acervo em função de recursos disponíveis. Também é utilizada pelo Institute
for Scientific Information para selecionar quais periódicos devem fazer parte da
cobertura das suas bases de dados, entre elas o Science Citation Index.
Zipf investigou a freqüência de ocorrência de palavras em um texto. Em
1949, ele propôs uma lei segundo a qual o número de vezes que uma palavra
aparece em um texto multiplicada pela sua posição no ranking de freqüência
das palavras do texto é uma constante (ROSTAING, 1996). Ou seja:

f x r = constante (2.2)

onde f = freqüência de aparição da palavra, r = posição da palavra no ranking

Zipf chegou a essa conclusão após listar todas as 29.899 palavras


presentes no livro Ulysses e verificar a freqüência de cada uma delas. Ele
arranjou as palavras em ordem decrescente de freqüência de aparição e
multiplicou, para todas as palavras, o seu posicionamento no ranking pela sua
freqüência (ROSTAING, 1996). A tabela 2.4 ilustra o trabalho realizado por
Zipf.
36

Tabela 2.4: Contagens realizadas por Zipf sobre o livro Ulysses.


Posição da palavra no Ranking (r) Freqüência (f) Fxr
10 2.653 26.530
30 926 27.780
50 556 27.800
100 265 26.500
300 84 25.200
20.000 1 20.000
29.899 1 29.899

Zipf não propôs uma representação gráfica para sua lei, mas os dados
obtidos por ele dão origem uma curva semelhante à apresentada na figura
2.11. Esse tipo de curva é conhecido na bibliometria como "Núcleo e
Dispersão", pois ela é formada por duas regiões, uma de elementos de alta
freqüência e outra de elementos de baixa freqüência.

Núcleo Dispersão

90

80

70

60
Freqüência

50

40

30

20

10

0
0 100 200 300 400 500 600
Elementos bibliométricos em ordem decrescente de
freqüência

Figura 2.11: Representação da distribuição de freqüência típica de elementos


bibliométricos" (ROSTAING, 1993)

É interessante notar que tanto os dados trabalhados por Lotka (no de


artigos por autor x autores em ordem decrescente de freqüência) como por
37

Bradford (no de artigos por periódico x periódicos em ordem descrescente de


freqüência) também dão origem a curvas do tipo Núcleo e Dispersão
(ROSTAING, 1996).
No caso da lei de Lotka, o núcleo concentra os autores que publicam
mais artigos sobre um domínio científico e a dispersão contém os autores que
publicam poucos artigos sobre esse mesmo domínio. De maneira geral, o
núcleo contém a identidade do conjunto de dados estudados e a dispersão
contém a individualidade e a variedade. As palavras do título de artigos
publicados em uma revista contém principalmente as palavras do nome da
revista. Isso indica uma identificação entre o artigo e a revista. Porém, algumas
palavras do título não são palavras presentes no nome da revista e são essas
palavras que diferenciam um artigo do outro, dentro de uma mesma revista
(ROSTAING, 1996).
Essa divisão da curva em duas zonas é a mais aceita pela comunidade
científica, sendo que freqüentemente propõe-se que a separação entre Núcleo
e Dispersão seja feita arbitrariamente na proporção de 20% e 80%
respectivamente.
Porém, outros autores defendem a separação em 3 ou 4 zonas. A curva
teria 3 zonas quando os elementos bibliométricos pertencem a um vocabulário
controlado, como é o caso de nomes de autores, nomes de instituições, fontes,
citações, códigos de classificação, palavras-chave e outros. Para elementos
bibliométricos pertencentes a campos de vocabulário não controlado, como
título, resumo e texto completo, escritos em linguagem natural, a curva teria 4
zonas (ROSTAING, 1996 ; QUONIAM, 1992). Essa proposta é apresentada na
figura 2.12.
38

P a la vra s va z ia s

T riv ia l
Fre qüê ncia

Ú ti l

R u íd o

Figura 2.12 Separação de vocabulário não-controlado em 4 zonas


(ROSTAING, 1996)

As seguintes significações podem ser dadas às diversas zonas de


informação (ROSTAING, 1996 ; QUONIAM, 1992):
• Palavras-vazias: zona presente apenas para vocabulários não-controlados,
com freqüência superior à zona de informação trivial. Esta zona é composta
por palavras que não contém nenhuma informação importante. São
exemplos de palavras vazias: e, ou, para, com, sem, se, que, em, no, na,
de, do, da, e outras.
• Informação trivial: zona de elementos bibliométricos de alta freqüência. É a
zona que define o tema central do conjunto de dados. Freqüentemente,
contém as palavras da expressão de busca utilizada na recuperação da
informação em bases de dados;
• Informação útil ou interessante: zona de elementos bibliométricos de
freqüência intermediária. Mostra temas periféricos e informações
potencialmente inovadoras;
• Ruído: zona de elementos bibliométricos de baixa freqüência. Mostra os
temas nascentes (sendo impossível diferenciar os que vingarão e os que
cairão no esquecimento) e os erros de linguagem e de digitação;
39

A separação em zonas de informação de diferentes conteúdos é


bastante útil para maximizar os resultados dos tratamentos bibliométricos.
Métodos baseados na entropia de Shannon para calcular em que pontos estão
as interfaces entre uma zona e outra têm avançado bastante e já apresentam
sucesso sendo inclusive incorporados em software de análise bibliométrica
(ROSTAING, 1996).
A bibliometria e suas leis têm encontrado uma série de aplicações em
centros de informação, tais como: identificação dos periódicos do núcleo de
cada área do conhecimento, avaliação da cobertura e impacto de periódicos;
formulação de políticas de aquisição e descarte de publicações;
desenvolvimento de normas para padronização e de processos automatizados
de indexação, classificação e confecção de resumos; identificação de usuários
de diferentes áreas do conhecimento; avaliação dos serviços de disseminação
seletiva de informação e estudos sobre dispersão e obsolescência da literatura
científica (SPINAK, 1998; ROSTAING, 1996).
A elaboração de indicadores de ciência e tecnologia é uma das
principais aplicações da bibliometria e os métodos e técnicas de sua produção
são um foco de pesquisa importante (VAN RAAN, 1997).
Indicadores são uma forma indireta de avaliar algo intangível, como
ciência e tecnologia. Considerando a ciência e tecnologia como sistema
gerador de informação, conhecimento e inovação, que requer insumos para
funcionar e produz resultados, pode-se construir indicadores de ciência e
tecnologia a partir da medição dos insumos aplicados e os resultados obtidos
(SPINAK, 1998).
Os indicadores bibliométricos, obtidos com base na contagem da
produção científica e tecnológica publicada, são indicadores de resultados. A
obtenção desses indicadores é importante tanto para macro e micro análises,
indo do posicionamento da produção científica de um país em relação aos
outros até à comparação entre pesquisadores de uma mesma entidade.
A criação de indicadores bibliométricos baseia-se em duas medidas
principais: a freqüência e a co-ocorrência dos elementos presentes em
registros bibliográficos. A freqüência é o número de registros em que um
40

elemento aparece ao menos uma vez. A co-ocorrência é o número de registros


em que dois elementos ocorrem simultaneamente. A partir da freqüência e da
co-ocorrência dos elementos são elaborados listas e matrizes aplicadas a
diversos tipos de análise bibliométrica (ZHU, PORTER, 1999).
Segundo Tijssen e Van Raan (1994) indicadores bibliométricos podem
ser classificados em a) de uma dimensão, baseados em freqüências, ou b) de
duas dimensões, baseados em co-ocorrências. Narin, Olivastro, Stevens
(1994) sugerem outra classificação, onde os indicadores de duas dimensões
são chamadas de indicadores de ligação e os indicadores de uma dimensão
são divididos em indicadores de atividade (contagem de publicações) e
indicadores de impacto (contagem de citações recebidas).
Os indicadores de atividade são os mais simples. Eles são criados a
partir da contagem de publicações e visam à elaboração de listas de freqüência
ou rankings de pesquisadores, instituições, empresas e países. Em alguns
caos, os indicadores de atividade são relacionados a um período como um todo
e em outras situações é feita a contagem de publicações levando em conta a
evolução ano a ano, por exemplo. Os indicadores de atividade são importantes
para indicar quanto esforço está sendo feito e por quem na pesquisa e
desenvolvimento de determinado assunto. Também é uma informação sobre o
dinamismo do assunto que está sendo estudado. A figura 2.13 apresenta um
exemplo de indicador de atividade, onde é comparado o percentual de
publicações de pesquisadores brasileiros em relação aos de outros países da
América Latina e do mundo todo.
41

Figura 2.13: Participação de artigos brasileiros publicados em periódicos


científicos internacionais indexados, em relação à América
Latina e Mundo, 1981-2000 (MCT, 2001)

As técnicas baseadas na contagem de citações merecem destaque na


elaboração de indicadores bibliométricos (VAN RAAN, 1997). As citações
indicam as fontes de informação utilizadas pelos autores de artigos como base
teórica de seu trabalho e são um meio de atribuir reconhecimento a quem é
citado e de dar credibilidade à publicação de quem cita (MACIAS-CHAPULA,
1998 ; COURTIAL, 1990). As citações estabelecem os direitos de propriedade
e prioridade da contribuição científica de um pesquisador, constituem
importantes fontes de informação, ajudam a julgar os hábitos de uso da
informação e mostram a literatura indispensável para o trabalho dos cientistas
(FORESTI, 1990).
As citações ganharam nova importância quando a base de dados
Science Citation Index foi criada pelo ISI – Institute for Scientific Information de
Garfield, e seus dados sobre citações passaram a ser utilizados para a
avaliação de pesquisadores e instituições (GARFIELD, 1995 ; FORESTI, 1990 ;
FREITAS, 1997 ; MELLO, 1996, WORMELL, 1997).
Os indicadores de impacto, construídos a partir de dados de citações,
são uma forma de medir a importância de artigos, periódicos, pesquisadores,
42

departamentos, instituições e países em determinado assunto científico ou


tecnológico (PERSSON, 2000 ; SPINAK, 1996a ; VELHO, 2001). Avalia-se que
quanto maior o número de citações recebidas por um pesquisador, maior o
impacto da produção científica dele para o progresso da ciência.
O Institute for Scientific Information desenvolveu alguns indicadores de
impacto baseados na análise de citações contidas em suas bases de dados
que se tornaram padrão para a avaliação do impacto de pesquisadores,
instituições, países e principalmente periódicos. Dois dos mais difundidos
indicadores do ISI são apresentados na tabela 2.5 juntamente com suas
equações e utilidade.

Tabela 2.5: Indicadores baseados na análise de citações (SPINAK,1996a ;


GARFIELD, 1999; MENEGHINI, 2000; TESTA, 1998; MAURO,
2001)

Indicador Definição Utilidade Equação

Número médio de Impacto = A/B, onde:


Índice de impacto citações recebidas Forma de A = no de citações
ou num ano pelos avaliação da recebidas no ano Y pelos
artigos publicados importância de artigos publicados nos anos
Fator de impacto num periódico nos periódicos, artigos Y-1 ou Y-2;
(impact fator) dois anos e pesquisadores B = no de artigos publicados
precedentes nos anos Y-1 ou Y-2.

Índice de Número médio de Imediacidade = A/B onde:


imediacidade Indica quão o
A = n de citações
citações recebidas
rapidamente os recebidas no ano Y por
ou de tempo de num ano pelos
artigos publicados artigos publicados no ano Y
citação artigos publicados
em uma revista
(immediacy num periódico B = no de artigos
são citados.
index) nesse mesmo ano publicados no ano Y

É importante notar que impacto, que é o que efetivamente as citações


medem, não é sinônimo de qualidade (RINIA, 1998). O número de vezes que
um autor é citado depende da qualidade do artigo, mas também de outros
fatores, entre eles o número de artigos publicados pelo autor, a visibilidade dos
periódicos em que artigos são publicados, o idioma em que são publicados e a
cultura de cada comunidade científica da área (VELHO, 2001).
43

Além da elaboração de indicadores de impacto, a análise de citações


tem outras aplicações importantes, como a classificação de periódicos por área
da ciência (LEYDESDORFF, 1996).
Os indicadores de ligação ou relacionais são baseados em co-
ocorrências de publicações, citações e palavras. Eles têm sido aplicados para
elaboração de mapas descritivos do conhecimento e de redes de
relacionamento entre pesquisadores, instituições e países.
A análise de co-publicação é utilizada para evidenciar a colaboração
científica existente entre pesquisadores, instituições e países. Um estudo
dessa natureza pode ser feito, por exemplo, focalizando uma área do
conhecimento específico para verificar como os países colaboram na pesquisa
sobre essa área ou para mapeamento de grupos de pesquisadores que
trabalham juntos (COURTIAL, 1990 ; CALLON, 1993 ; BOUTIN, 1996).
O mapeamento de colaboração entre países é feito através da
construção de matriz de co-ocorrência dos países de afiliação dos autores dos
artigos. Essa matriz pode ser analisada por várias técnicas estatísticas para
ressaltar aspectos diferentes da colaboração. A figura 2.14 apresenta um mapa
de colaboração entre países na área de estrutura molecular de proteínas
construída por análise de co-publicação a partir de dados recuperados do
Science Citation Index via Web of Science, referentes ao ano de 1993,
utilizando os softwares Dataview e Matrisme.
44

Legenda:
o
Importância do país Força da colaboração N de colaborações
o o o
(N de artigos) (N de trabalhos com cada parceiro) (N de países co-autores)
1 publicação baixa baixa Baixo
2 a 3 publicações média média Médio
4 ou + publicações alta alta Alto

Figura 2.14: Mapeamento de colaboração entre países no assunto estrutura


molecular de proteínas em 1993 segundo dados da Web of
Science. (GREGOLIN, 2001)

A Figura 2.14 mostra a existência de 2 redes de colaboração principais,


aparentemente liderados por Estados Unidos (Alemanha, Itália, Holanda,
Bulgária e Índia) e França (Canadá, Inglaterra, Espanha, Suécia, Hungria e
Hong Kong). Excetuando-se um trabalho entre Estados Unidos e Canadá, os
pesquisadores dos países de uma rede não colaboram com os pesquisadores
da outra rede, ou pelo menos não colaboraram em 1993. Japão, Austrália,
Rússia e outros países não possuem colaboração no assunto e período
estudados. A classificação dos países segundo Importância, Força de
45

colaboração e Nº de colaboradores é feita automaticamente pelos softwares


segundo a teoria de separação da informação nas zonas trivial, útil e ruído.
A análise de co-citações estuda as relações entre artigos citados juntos
e o uso dessas relações para o mapeamento da ciência (SPINAK, 1996a ;
COURTIAL, 1990). Essa técnica foi desenvolvida por Henry Small em 1973 e
supõe que os autores e artigos freqüentemente co-citados estão mais próximos
em termos da especialização científica que autores e artigos que raramente ou
nunca ocorrem na mesma lista de referências (PERSSON, 2000 ; PORTER,
1995 ; COURTIAL, 1990).
De maneira geral, a análise se inicia com a identificação dos artigos
mais citados de uma determinada área da ciência. O número de vezes que
esses artigos são co-citados dois a dois é verificado, criando uma matriz que é
submetida a análise estatística para agrupamento dos artigos citados e
representação gráfica dos grupos (clusters). Os artigos presentes em um
mesmo grupo são freqüentemente citados juntos, indicando que eles abordam
um tema de pesquisa comum (COURTIAL, 1990). Há uma série de
refinamentos metodológicos envolvendo a forma de contagem das co-citações
e o algoritmo de agrupamento que dão origem a diferentes técnicas de análise
e de resultados (CALLON, 1993).
Um terceiro tipo de análise baseada na co-ocorrência é a co-word
analysis ou análise de co-ocorrência de palavras, que permite estabelecer a
força de ligação entre conceitos a partir da verificação do número de artigos em
que os conceitos co-ocorrem, proporcionando assim um mapeamento do
conhecimento (FARIA, 1999). Essa análise pode ser realizada a partir de
palavras-chave utilizadas para descrever os artigos, palavras do título, palavras
do resumo, palavras do texto integral, palavras presentes na classificação dos
artigos ou com o próprio código de classificação do artigo, neste último caso
sendo chamada de análise de co-classificação (CALLON, 1993).
A operacionalização da análise de co-ocorrência de palavras é
semelhante à utilizada para as análises de co-publicação e de co-citação. É
necessário construir uma matriz onde são contadas as co-ocorrências de
palavras verificadas no conjunto de dados analisado e submeter essa matriz a
46

tratamento estatístico para o agrupamento de palavras e representação gráfica


(COURTIAL, 1990 ; CALLON, 1993).
Um caso especial da análise de co-ocorrência de palavras é a análise de
frases, onde além de estarem presentes no mesmo artigo, as palavras
precisam aparecer juntas e na mesma ordem. Essa abordagem vem sendo
aplicada por Kostoff (1997 ; 1997a) e Breitzman (2000) para o mapeamento do
conhecimento e a classificação avançada de patentes.
Além dos artigos científicos, as patentes podem ser utilizadas para a
elaboração de indicadores que constituem-se em importante ferramenta para
os tomadores de decisão, útil para o planejamento de pesquisa e
desenvolvimento, análise dos concorrentes e estudos de ciclo de vida de
tecnologias (QUONIAM, 1993).
Os direitos de propriedade industrial estão baseados em uma troca
realizada entre um estado e um inventor (empresa, entidade ou pessoa): o
inventor tem o privilégio de explorar comercialmente sua invenção com
exclusividade, mas deve tornar pública informação detalhada sobre o que foi
inventado. A patente é o documento que concretiza essa troca, pois ao mesmo
tempo é a garantia do inventor de que só ele pode explorar a invenção e o
instrumento de disseminação da informação sobre o invento (KONOLD et al,
1989).
A cada ano, cerca de 1 milhão de novas patentes são depositadas nos
institutos de propriedade industrial. Cerca de 70% da informação contida em
patentes não está disponível em nenhuma outra fonte (SCHENK e WEBSTER,
1984). Além disso, estudos mostram que os especialistas desconhecem cerca
de 50% das invenções e empresas de sua área revelados por análise de
patentes (MOGEE, 1997).
O acompanhamento de patentes impede que as empresas infrinjam os
direitos de outras empresas e que seus próprios direitos sejam infringidos.
Evita também que as empresas reinventem o que já existe e que muitas vezes
foi desenvolvido pela própria empresa (PITKETHLY, 2001).
As patentes são um poderoso instrumento de desenvolvimento
tecnológico para as empresas, uma vez que favorecem a aprendizagem a partir
47

dos desenvolvimentos das outras empresas. A aprendizagem pode ocorrer: a)


por meio do licenciamento e transferência de tecnologias; b) a partir da
avaliação de informação técnica detalhada contida nas patentes sobre os
inventos e o estado da técnica ou c) a partir do uso das tecnologias contidas
nas patentes de domínio público, que representam cerca e 85% do total
(PITKETHLY, 2001).
As patentes podem ser usadas para identificação e monitoramento de
concorrentes e de tecnologias importantes. Como as patentes antecedem o
lançamentos de produtos e são válidas apenas nos países em que foram
depositadas, elas constituem uma forma de prever que produtos serão
lançados, por quais concorrentes e em que mercados.
Algumas características das patentes favorecem o seu uso para a
construção de indicadores tecnológicos, aplicáveis à avaliação de uma
empresa isoladamente, de um conjunto de empresas ou do ambiente
tecnológico em que as empresas estão inseridas.
• Estudos indicam que existe correlação entre o número de patentes e o
nível de atividade tecnológica (PITKETHLY, 2001) e entre as políticas de
pesquisa e as estratégias de propriedade intelectual das empresas
(QUONIAM, 1993). Isso permite que a atividade tecnológica e as políticas
de pesquisa sejam avaliadas indiretamente pela contagem de patentes;
• No mundo todo, as patentes são classificadas de acordo com
classificações tecnológicas bastante detalhadas. A Classificação
Internacional de Patentes, que tem mais de 65 mil ramificações, é
obrigatoriamente utilizada em institutos de propriedade industrial em
todos os países. A Derwent, empresa que produz o Innovation Index,
adiciona às patentes inseridas em suas bases de dados uma
classificação e códigos de indexação próprios (OMPI, 1979; DERWENT,
2001)
• As bases de dados de patentes mais importantes, como o Derwent
Innovation Index, agrupam as patentes sobre uma mesma invenção
depositadas em vários países em uma "família de patente", à qual
corresponde um registro na base de dados. Isso evita a contagem de
48

uma invenção depositada em vários países como várias invenções e


também torna mais fácil a identificação dos países onde determinada
invenção foi depositada (MOGEE, 1997 ; DERWENT, 2001).
• As patentes estão relacionadas aos resultados do desenvolvimento
tecnológico, enquanto outros indicadores, como o investimento em P&D e
o no de cientistas e engenheiros dedicados a P&D são indicadores de
insumos (MOGEE, 1997).
• As patentes apresentam citações, embora estas tenham um significado
diferente das citações de documentos científicos. Elas são atribuídas pelo
funcionário do Instituto de Propriedade Industrial encarregado de
examinar e julgar se o pedido de patente deve ou não ser concedido. O
examinador cita na patente os documentos que ele considera relevantes
para a invenção e que podem determinar a limitação das reivindicações
feitas pelo inventor. As citações de patentes permitem a realização de
análises econômicas e tecnológicas.

Assim como para os indicadores científicos, há indicadores tecnológicos


de atividade (baseados no número de patentes depositadas), de impacto
(baseados no número de citações de patentes) e de ligação (baseados em
citações e co-ocorrências de classificações, por exemplo).
O número de patentes que uma empresa possui é um indicador do nível
de atividade tecnológica da empresa. O número de patentes pode ser
verificado ano a ano e um número crescente de patentes idnica que o interesse
da empresa pela tecnologia focada está aumentando. Esse indicador pode ser
criado para várias empresas atuantes em uma mesma tecnologia ou produto, o
que permite comparar como o interesse de cada uma delas sobre a tecnologia
tem evoluído (MOGEE, 1997).
Outro indicador é a identificação e contagem dos códigos de classificação
que recebem as patentes de uma empresa. Esse indicador revela o perfil
tecnológico das empresas. Quanto mais patentes uma empresa tem sobre
determinada tecnologia em relação ao seu total de patentes, mais
49

especializada ela é. O perfil tecnológico pode ser construído para diversas


empresas atuantes na mesma área tecnológica para comparação entre elas.
O número de patentes depositadas a cada ano sobre uma tecnologia,
independentemente das empresas que as depositaram, indica o nivel de
atividade tecnológica global e é útil para avaliar se existe uma tendência de
crescimento ou obsolecência da tecnologia. Também o número de empresas
que depositam patentes a cada ano (empresas ativas) é um indicador do nível
de atividade tecnológica global (MOGEE, 1997).
As patentes também podem ser contadas por país de prioridade do
depósito. O país de prioridade é aquele em que a patente foi depositada pela
primeira vez, antes de ser extendida a outros países. Em cerca de 90% dos
casos, o primeiro depósito da patente é feito no país em que a tecnologia foi
desenvolvida o que qualifica o país de prioridade a ser utilizado como bom
indicador do nível de atividade tecnológica por países. O número de
patentes por país de prioridade pode ser medido também ao longo do tempo
para permitir a avaliação de tendências (MOGEE, 1997).
O número de patentes sobre certa tecnologia depositadas em um país
são um indicador da importância que as empresas dão ao país como mercado
para a tecnologia. Os países onde as patentes são depositadas podem ser
contados para proporcionar uma comparação de atratividade de mercados.
As áreas de interesse relacionadas a uma tecnologia podem ser
avaliadas através do ranking de códigos da classificação internacional de
patentes atribuídos às patentes que tratam da tecnologia focada. Também
neste caso, a avaliação pode ser feita ao longo do tempo para verificar áreas
tecnológicas de interesse crescente ou decadente.
Mogee (1997) propõe a avaliação do estágio do ciclo de vida de uma
tecnologia através da verificação ano a ano conjunta do número de empresas
ativas e do número de patentes depositadas numa área tecnológica. Para esse
tipo de análise é criado um gráfico de número de empresas ativas versus
número de patentes depositadas onde são plotados os anos estudados. O
gráfico é divido em 4 quadrantes segundo os valores médios de número de
empresas e de patentes, conforme mostra a figura 2.15.
50

20
2 3

15
1969
Nº de patentes por ano

10

5 1986

1 4
0
0 5 10 15 20
Nº de empresas por ano

Figura 2.15: Estágio de ciclo de vida (MOGEE, 1997).

A interpretação do estágio do ciclo de vida da tecnologia é feita de


acordo com o quadrante em que se encontra atualmente a tecnologia e com a
evolução mostrada em relação aos anos anteriores.
• O quadrante 1 (poucas patentes, poucas empresas) é característico de
tecnologias emergentes ou obsoletas. As emergentes são representadas
por crescimento no número de patentes e empresas. As obsoletas são
marcadas por diminuição tanto de patentes quanto de empresas ativas.
• O quadrante 3 (muitas patentes, muitas empresas) contém as tecnologias
em crescimento ou que estão entrando na maturidade. As tecnologias em
crescimento são representadas por crescimento no número de patentes e
de empresas. As tecnologias maduras têm número de patentes e
empresas estável ou diminuindo.
• O quadrante 2 (muitas patentes, poucas empresas) representa
tecnologias maduras em que a maioria das empresas abandonou a
competição, mas ainda existe um grau de competição tecnológica
elevado entre as empresas remanescentes.
51

• O quadrante 4 (poucas patentes, muitas empresas) representa


tecnologias maduras em que muitas empresas permanecem ativas,
embora o desenvolvimento tecnológico não seja o principal foco de
competição.

As citações presentes em patentes podem ser utilizadas para a criação


de indicadores de impacto. O mais comum desses indicadores é o índice de
impacto da tecnologia, que corresponde ao número de citações recebidas por
uma patente. Há estudos que correlacionam o índice de impacto da tecnologia
ao valor econômico e à importância tecnológica da invenção (MOGEE, 1997).
A ponderação dos índices de impacto das patentes de uma empresa dá
origem a outro indicador, a força tecnológica da empresa, que proporciona a
análise da capacidade da empresa em desenvolver tecnologias importantes.
A determinação do ciclo de desenvolvimento de tecnologias é uma
forma de avaliar quanto tempo uma empresa precisa para desenvolver uma
nova tecnologia a partir da tecnologia anterior. Ele é medido através da média
de idade das patentes citadas pela patente da nova tecnologia. Esse indicador
pode também ser calculado para uma área tecnológica como forma de avaliar
se a área está tornando-se mais ou menos dinâmica (MOGEE, 1997).
O relacionamento entre empresas estabelecido pelas citações que as
patentes fazem a patentes anteriores pode ser aproveitado para a elaboração
de mapas que ajudam a identificar as estratégias tecnológicas das
empresas. Uma abordagem proposta por Mogee (1997) que baseia-se na
verificação das citações feitas e recebidas pelas patentes das empresas de
uma área tecnológica é apresentada na figura 2.16.
52

Imitadoras Pioneiras

100%
Percentual de citações de suas próprias patentes

80% Kodak

em proteger
Eficientes
Fuji

60%
ITT
AT&T

40%
Siemens
Mitsubishi
Hitachi

em proteger
Ineficientes
20% Philips
IBM Xerox

Thomson
0%
0% 20% 40% 60% 80% 100%

Percentual de citações a suas próprias patentes

Figura 2.16: Mapa de citação de patentes (Mogee, 1997)

Nesse tipo de análise, uma empresa que cita patentes de outras


empresas é uma imitadora e uma empresa que cita suas próprias patentes é
uma pioneira, já que não há patentes de outras empresas para citar (é
importante lembrar que as citações de patentes são feitas pelo examinador e
não pela empresa que deposita a patente). Por outro lado, empresas que são
citadas por outras empresas são pouco eficientes em impedir que suas
tecnologias sejam assimiladas. As empresas que são citadas apenas por suas
próprias patentes são eficientes em impedir que outras empresas dominem as
suas tecnologias. O posicionamento de uma empresa no mapa da figura 2.16 a
partir das citações que suas patentes fazem e recebem revela aspectos
importantes de sua estratégia tecnológica.
53

Outros indicadores tecnológicos podem ser obtidos a partir de co-


ocorrências de códigos da CIP, permitindo, por exemplo, a identificação de
novas aplicações para tecnologias existentes (QUONIAM, 1993).
A elaboração dos indicadores científicos e tecnológicos exigem a
contagem de grande quantidade de dados e por isso foram desenvolvidos
alguns softwares capazes de contar de forma automatizada os registros
bibliográficos e gerar como resultado listas de freqüência e matrizes de co-
ocorrência de elementos presentes nesses registros.
Como os registros bibliográficos de artigos e patentes são estruturados
em campos (título, autores, etc) podem ser feitas listas para cada um dos
campos. As matrizes podem ser intra-campos, onde é verificada a co-
ocorrência de elementos presentes no mesmo campo, ou inter-campos, onde é
verificada a co-ocorrência de elementos presentes em dois campos diferentes.
A medida de associação entre os elementos presentes nas matrizes também
podem variar. Dependendo da utilização posterior das matrizes, pode ser
empregado número de co-ocorrência dos elementos, o índice de correlação
entre os elementos ou algum outro índice de similaridade ou dissimilaridade. É
possível ainda a construção de matrizes binárias que indicam por meio de
números 1 e 0 a presença ou ausência dos elementos bibliométricos em cada
um dos registros tratados. Essa diversidade de tratamentos são utilizadas para
concretizar as várias alternativas de análise bibliométrica apresentadas: análise
de publicações, análise de citações, análise de co-publicações, análise de co-
citações e análise de co-ocorrência de palavras (FARIA, 1997 ; DOU, 1994 ;
ROSTAING, 1996 ; WATTS et al, 1998).
Não há muitos softwares de tratamento bibliométrico disponíveis. Em
geral, os grupos que pesquisam metodologias de tratamento bibliométrico
desenvolvem suas próprias soluções para automatização. Pesquisadores da
Centre for Science and Technology Studies da University of Leiden, na
Holanda, têm um sistema bibliométrico para uso próprio chamado "The
Machine" (VAN RAAN, 1997). O grupo de pesquisa do Technology Policy and
Assessment Center do Georgia Institute of Technology, Estados Unidos,
desenvolveu o TOAK, hoje comercializado por uma empresa com o nome de
54

Vantage Point (PORTER, 1999). O CRRM - Centre de Recherche


Retrospective de Marseille da Université Aix-Marseille III, na França,
desenvolveu e vem utilizando o Dataview em diversas parcerias com
universidades e empresas (ROSTAING, 1993a).
As listas e matrizes geradas no tratamento bibliométrico podem ser
trabalhadas em planilhas eletrônicas comerciais como o Microsoft Excel para
elaboração de rankings, tabelas e gráficos. Tratamentos estatísticos para
agrupamento e representação, como análise de clusters, multidimensional
scalling, análise de correspondência e análise fatorial podem ser aplicados às
matrizes obtidas do tratamento bibliométrico (QUONIAM, 1993 ; ROSTAING,
1996 ; PEREIRA, 1999). Há muitos softwares comerciais disponíveis, como
Statistica, StatITCF, Statgraph, SAS e outros. A análise fatorial, em especial a
análise de componente principal, é utilizada para o agrupamento de palavras-
chave e de instituições, por exemplo (PORTER, 1999). A técnica de
MultiDimensional Scalling ou MDS é empregada para o mapeamento de áreas
e sub-áreas do conhecimento (NOYONS, 1998). A análise de correspondência
é utilizada junto com a análise de co-ocorrência de palavras para classificar
palavras-chave e representar associação entre elas (FARIA, 1999). O ISI e a
empresa Sandia criam mapas de áreas do conhecimento a partir de co-
citações e de algoritmos próprios (GARFIELD, 1998). O CRRM da França
desenvolveu o Matrisme, software específico para representação de
colaborações entre pesquisadores, instituições e países, principalmente a partir
de matrizes de co-publicação (BOUTIN, 1996).
O tratamento estatístico encerra o tratamento automatizado da
informação baseado na bibliometria. A seqüência completa do tratamento
automatizado da informação inclui a preparação dos dados, o armazenamento
e integração através da criação de base de dados operacional, o tratamento
bibliométrico e o tratamento estatístico, conforme apresentado na figura2.17.
Ao fim do tratamento automatizado, obtém-se uma série de indicadores
e informação sintética de alto valor agregado que pode ser mais facilmente
analisada para a tomada de decisão.
55

Recuperação Preparação Armazenamento em Tratamento Tratamento estatístico


dos dados automatizada dos dados BDs operacionais bibliométrico e representação gráfica

C1 C2 C3 C4
B1 7 0 0 2
Listas B2 0 1 0 0
B3 3 0 0 0
Autor1 54
B4 0 0 2 2
Autor2 23
B5 8 5 2 3
Autor3 17
Metadex Autor4 10 B6 0 1 4 0
Autor5 05
Tabelas
AU: Título: Autor6 02
TI: Autor: Autor7 02 Gráficos
Autor8 01
SO: Fonte: Autor9 01
12

AB: Resumo: Autor10 01


10
8
DE: Descritores: 6

Título: 4
2
Autor: 0
Fonte: 0 1 2 3 4 5
S1
6

Web of Science Resumo: 7

Descritores: Matrizes
D A
Source: Título: C1 C2 C3 C4
B1 7 0 0 2
Title: Autor: F E
B2 0 1 0 0
Authors: Fonte: B
B3 3 0 0 0 Redes
Abstract: Resumo: B4 0 0 2 2 C
Keywords: Descritores: B5 8 5 2 3 Mapas
B6 0 1 4 0

Figura 2.17: Etapas do tratamento automatizado da informação


56

Apesar da sua utilidade e importância para a avaliação da ciência e


tecnologia, prospecção tecnológica e inteligência competitiva, o tratamento
automatizado da informação baseado na análise bibliométrica tem algumas
limitações (PORTER, 1995).
• Nem todo trabalho de pesquisa e desenvolvimento resulta em
publicações ou patentes, o que significa que parte do conhecimento
produzido está além do alcance da análise bibliométrica;
• A análise bibliométrica não leva em conta a qualidade da pesquisa. Um
trabalho medíocre e um trabalho brilhante têm o mesmo peso aos olhos
da bibliometria. A indicação da qualidade da pesquisa obtida através da
bibliometria provém da análise citações e esta indicação não é precisa.
• As práticas de publicação e citação variam bastante de acordo com a
área da ciência e da tecnologia e a instituição. Esse fato limita as
possibilidades de comparação de resultados obtidos para áreas
diferentes.
• A comparação também é limitada por não haver sistemas de classificação
e indexação de documentos perfeitos.

Além das limitações apresentadas para a bibliometria como um todo, há


uma série de controvérsias sobre o uso de indicadores bibliométricos,
principalmente para a avaliação da produção científica a partir de análise de
citações e com a utilização da base de dados Science Citation Index (VELHO,
2001 ; GARFIELD, 1998).
A principal restrição à análise de citação é causada pelo fato da citação
não medir qualidade e sim impacto. Embora o impacto seja aceito como um
critério de eficiência, a avaliação de pesquisadores não deve ser feita com
base em apenas um critério, principalmente porque a publicação não é o único
objetivo da pesquisa científica (VELHO, 2001).
O procedimento de citação seguido pelos pesquisadores muitas vezes
está longe do ideal. Como o recebimento de citações é valorizado pela
comunidade científica, tanto pelo fato da citação ser um reconhecimento ao
bom trabalho realizado, como pelo uso que se faz das citações para avaliar os
57

pesquisadores, há um estímulo às práticas de auto-citação, troca de citações e


citação de amigos ou colegas de instituição, que distorcem a análise de
citações (SPINAK, 1996b, COURTIAL, 1990).
Outra dificuldade importante é a variedade de idiomas, que prejudica de
várias maneiras a análise bibliométrica. Artigos publicados em outra língua que
não o inglês têm menos chances de serem citados, independentemente da sua
qualidade. A publicação em idioma local praticamente impede os
pesquisadores que falam outros idiomas de lerem e citarem essa publicação.
Há muitos motivos que levam pesquisadores a publicar trabalhos em periódicos
e idiomas locais, nenhum deles associado à falta de qualidade da pesquisa
(VELHO, 2001):
• a dificuldade de escrever em inglês para pesquisadores que falam outro
idioma;
• a dificuldade de acesso de pesquisadores de países em desenvolvimento
para publicação em periódicos internacionais;
• a vontade de valorizar os periódicos nacionais;
• a vontade de incentivar colegas a publicar no próprio idioma;
• o caráter nacional de assuntos abordados que não se encaixam nos
temas focalizados por periódicos internacionais (MCT, 2001).
• a vontade de ser lido por quem não lê periódicos internacionais e nem em
inglês. A publicação de resultados de pesquisa aplicada em inglês em
detrimento do idioma do país de origem do pesquisador dificulta o acesso
de pequenos empresários do país do pesquisador à informação
necessária para o processo de inovação e o conhecimento gerado acaba
beneficiando outros países.

Algumas das restrições mais fortes à análise de citações na verdade não


são à análise em si, mas à fonte de informação que dá suporte a esse tipo de
análise.
O Science Citation Index, o Social Science Citation Index e o Arts &
Humanities Citation Index permanecem sendo as únicas bases de dados
científicas que contém dados de citações. Fora raríssimas exceções, os
58

estudos envolvendo a análise de citações são feitos com dados extraídos do


Science Citation Index. Isso torna as pessoas envolvidas na elaboração de
indicadores baseados em citação dependentes dos padrões adotados pelo ISI
para construção de sua base de dados.
A análise do impacto de pesquisadores a partir dos dados extraídos do
Science Citation Index é prejudicada pela decisão do ISI de apresentar nos
registros da publicações apenas o nome do primeiro autor de cada artigo
citado. Esse fato tem como conseqüência a sub-avaliação do número de
citações recebidas pelos pesquisadores e pode ser muito prejudicial para a
análise de citações em determinadas áreas da ciência em que a tradição é a
colocação do pesquisador mais importante do grupo sempre como último autor.
Nesse caso, de acordo com o Science Citation Index, ele não será citado
(COURTIAL, 1990 ; PERSSON, 2000 ; SPINAK, 1996a).
Para ilustrar esse fato vale mencionar que o pesquisador Carlo Rubbia
que ganhou o Prêmio Nobel de Física em 1984, não aparecia na lista dos 250
físicos mais citados em 1984 porque seu nome nunca foi colocado como
primeiro autor em seus artigos (COURTIAL, 1990).
Outra crítica constante ao ISI e que tem conseqüência sobre a análise de
citação é quanto aos critérios utilizados para selecionar que periódicos devem
ser inseridos na cobertura do Science Citation Index. O ISI estabelece pré-
requisitos mínimos e avalia os periódicos com base na análise de citações, na
lei de distribuição de Bradford e na "lei da concentração" proposta por Garfield.
Para o ISI, os melhores periódicos são aqueles que recebem mais citações,
segundo o raciocínio de que quanto mais citados os artigos, melhores eles são
e melhor o periódico em que eles foram publicados. A medição da "qualidade"
dos periódicos é feita pela taxa global de citações recebidas, pelo fator de
impacto e pelo índice de imediacidade (TESTA, 1998).
Segundo a lei de Bradford, para cada área do conhecimento existe um
conjunto pequeno de periódicos, chamado Núcleo, que responde pela maioria
das publicações referentes à essa área, e um conjunto grande de periódicos,
chamado Dispersão, que têm poucas publicações sobre a área mas que são
responsáveis pela diversidade de assuntos tratados na área de conhecimento (
59

ROSTAING, 1993). Garfield propõe uma complementação dessa lei segundo a


qual os periódicos que compõe o Núcleo de uma área de conhecimento
cobrem boa parte da Dispersão de outras áreas e dessa maneira bastaria a
uma base de dados indexar os periódicos que compõe os núcleos de todas as
áreas do conhecimento para cobrir também grande parte da dispersão dessas
áreas (SPINAK, 1998). Por isso o ISI procura garantir a cobertura dos
periódicos que compõe os núcleos de todas as áreas do conhecimento sem dar
maior atenção às dispersões. Esse fato tem como conseqüência a quase
exclusão de periódicos de países como o Brasil da cobertura do ISI, uma vez
que as revistas desses países em geral não compõem os núcleos de áreas do
conhecimento, embora muitas delas sejam de alta qualidade. Esse
procedimento do ISI acaba reduzindo a diversidade de publicações que ele
alega buscar quando diz que um dos critérios para a seleção de revistas é a
diversidade internacional de autores e autores citados.
Estudos comparativos entre o SCI e bases de dados voltadas para áreas
específicas mostram diferentes avaliações da produção científica brasileira.
(VELHO, 2001). Segundo Gaillard, dos 201 periódicos brasileiros inseridos no
Chemical Abstracts, apenas 2 estão presentes no SCI (COURTIAL, 1990) e em
um estudo comparativo entre o SCI e o Chemical Abstracts, verificou-se que a
produção científica brasileira na química é consideravelmente subestimada
pelo SCI (VELHO, 2001).
Assim como os indicadores científicos, os indicadores tecnológicos
obtidos a partir de análise bibliométrica de patentes também têm suas
limitações. As patentes precisam ser depositadas em vários países, que têm
culturas diferentes de depósito de patentes e procedimentos independentes de
depósito, exame, concessão, classificação e publicação das patentes. Essas
diferenças podem provocar certa distorção na análise das patentes. Um
exemplo é o fato de existerem muitas patentes depositadas no Japão, uma vez
que o procedimento de depósito de patentes naquele país é bastante facilitado.
Outra dificuldade em relação ao uso de patentes para análises é o
atraso de informação referente aos anos mais recentes. A publicação de
patentes segue uma dinâmica diferente da publicação de artigos científicos. Na
60

maior parte dos países, as patentes são publicadas 18 meses após a sua data
de prioridade (data do depósito da patente no primeiro país em que ela foi
depositada), independentemente de terem sido concedidas, indeferidas ou
ainda estarem em julgamento. Os Estados Unidos só publicam patentes após a
sua concessão, o que leva cerca de 2 anos desde o depósito. Esse fato faz
com que em geral os dados de patentes para os 2 anos mais recentes estejam
incompletos e torna recomendável que as patentes sejam utilizadas em
estudos de períodos mais longos (MOGEE, 1997).
A construção das bases de dados de patentes com o objetivo principal
de armazenar e facilitar a localização de patentes também dificulta a sua
utilização para elaboração de indicadores tecnológicos (QUONIAM, 1993).
Em vista das limitações apresentadas, muitos pesquisadores têm
sugerido opções para aprimorar ou complementar a análise bibliométrica. Uma
opção é sempre complementar os indicadores obtidos por bibliometria com a
opinião de especialistas no assunto em estudo. Essa prática vem sendo
amplamente utilizada na ciência com o nome avaliação pelos pares. Ela é
aplicada para decisões sobre a publicação ou não de artigos em periódicos,
sobre o financiamento ou não de um projeto e sobre o conceito que deve ser
atribuído a um programa de pós-graduação, por exemplo. Em um estudo
recente, Rinia et al (1998) concluem que existe uma correlação positiva e
significativa, embora não perfeita, entre os indicadores bibliométricos e a
avaliação por pares. Também em outras aplicações é importante a comparação
dos indicadores com a opinião de especialistas. Na inteligência competitiva, é
prevista sempre a complementação de informação formal proveniente de bases
de dados (os indicadores) com a informação informal, obtida com especialistas
e em eventos, principalmente. É inclusive desejável que o especialista tenha
acesso aos indicadores criados para analisá-los (QUONIAM, 1993). Na
prospecção tecnológica, uma das formas de avaliação mais utilizadas é a
opinião dos especialistas. Inclusive foram desenvolvidos métodos específicos,
como o Delphi, para a coleta e análise de informação de especialistas para a
formação de uma visão quase concensual sobre o desenvolvimento
tecnológico a médio e longo prazos.
61

Outra opção para aprimorar a análise bibliométrica é a utilização de


várias bases de dados sempre que possível. Bases de dados diferentes
proporcionam pontos de vista diferentes e complementares sobre o assunto
estudado, tornando mais confiáveis os indicadores.
Uma terceira opção é investir na preparação adequada dos dados que
serão tratados. Dependendo do tipo e da responsabilidade dos resultados que
se pretende obter com a análise bibliométrica, pode ser necessário investir na
criação de sistemas bibliométricos dedicados exclusivamente à análise e que
são estruturados, complementados e aprimorados ao longo de anos, com base
principalmente na experiência advinda de aplicações sucessivas (VAN RAAN,
1998).

2.4 Contextualização das tecnologias de tratamentos de superfície para


compressores herméticos

O desgaste é um fenômeno que depende tanto das propriedades do


material como das características do sistema no qual este é empregado, o que
dificulta a realização de ensaios universais de avaliação de resistência e a
obtenção de dados confiáveis de vários materiais sob condições reais de
operação (GREGOLIN, 1990). Quando deseja-se reduzir os níveis de desgaste
de um produto baseando-se nas propriedades do material, há dois
posicionamentos possíveis: a) a utilização de um material que apresente boa
resistência ao desgaste devido a sua composição e propriedades; b) a
utilização de um material estrutural, de baixo custo, com sua superfície
modificada através de tratamentos ou recobrimentos para proporcionar o nível
desejado de proteção contra o desgaste (GEBEL e DONOVAN, 1980).
Os tratamentos de superfície são utilizados quando é inviável técnica ou
economicamente fazer o produto maciço com um material que apresente as
propriedades superficiais desejadas ou quando é desejável obter propriedades
diferentes na superfície e no volume do produto (FRANKLIN e BEUGER,
62

1992). As propriedades superficiais de um material podem ser alteradas


principalmente segundo três tipos de processos (GEBEL e DONOVAN, 1980):
a) aplicação de filmes sólidos lubrificantes, que protegem o material do
desgaste por meio da prevenção da adesão entre os substratos;
b) aplicação de tratamentos de superfície, que modificam a superfície do
substrato, tanto para endurecê-la como para produzir uma liga mais
resistente ao desgaste na superfície do material;
c) aplicação de recobrimentos superficiais que não alteram as
propriedades da superfície do material, mas a substituem. Nesse último
caso, o desgaste torna-se função das propriedades do recobrimento e
não do material. A deposição de recobrimentos permite o uso de
materiais de alto desempenho na superfície, sobre um material base de
baixo custo.

A partir dessas opções, foram desenvolvidos vários métodos e


processos de tratamentos de superfície, o que cria muitas possibilidades de
otimização das propriedades superficiais, mas também dificulta a seleção do
tratamento mais adequado (FRANKLIN e BEUGER, 1992).
A Aspersão Térmica é um método bastante versátil, que pode ser
empregado em diversas aplicações e com diferentes finalidades, tais como
elevar a resistência ao desgaste, à corrosão ou à oxidação, restaurar
dimensões e promover controle da condutividade elétrica ou térmica do produto
(KUSHNER e NOVINSKI, 1990 ; SUBRAMANIAN e STRAFFORD, 1993).
O método consiste no aquecimento do material do recobrimento a partir
de pós ou arames até que ele seja fundido ou atinja um estado plástico
adequado, seguido pela ejeção de partículas do recobrimento sobre o material
substrato, onde após o impacto as partículas se solidificam e aderem umas às
outras e ao substrato (KUSHNER e NOVINSKI, 1990).
São muitos os processos de aspersão térmica disponíveis
comercialmente, dentre eles (KUSHNER e NOVINSKI, 1990): Oxyfuel wire
spray; Electric arc wire spray; Oxyfuel powder spray; Plasma arc powder spray
e High-velocity oxyfuel powder spray
63

Há uma gama de recobrimentos que podem ser aplicados por aspersão


térmica, proporcionando uma grande diversidade de propriedades do produto
que podem ser atingidas por este método. Os materiais utilizados como
recobrimentos podem ser metais puros ou ligas, cerâmicas, polímeros ou
compósitos (KUSHNER e NOVINSKI, 1990).
A Eletrodeposição consiste na deposição de recobrimento sobre
superfície condutora de eletricidade, pela aplicação de potencial elétrico em
uma solução adequada que contenha íons do metal a ser depositado. A
superfície que receberá o recobrimento é imersa na solução e configurada
como catodo. Íons do metal que será depositado sobre a superfície estão
presentes na solução e são atraídos para o catodo. O anodo pode ser solúvel
ou insolúvel. O anodo solúvel supre a solução com íons do metal que será
depositado. No caso do anodo ser insolúvel, o íons do metal devem ser
adicionados à solução periódica ou continuamente (SUBRAMANIAN e
STRAFFORD, 1993 ; WEIL e SHEPPARD, 1990). A figura 2.18. ilustra um
processo de eletrodeposição.
bateria conector
corrente
e-

anodo catodo

A+
cátion
B-
ânion

eletrólito

Figura 2.18. Representação esquemática de uma processo de eletrodeposição


(WEIL e SHEPPARD, 1990).

A deposição do tipo electroless plating é uma reação autocatalítica que


ocorre sem a aplicação de uma corrente externa. Uma vantagem desse
64

processo sobre a eletrodeposição é a possibilidade de recobrir superfícies não-


metálicas. Contudo, a electroless plating é um processo mais caro e lento.
Os principais materiais depositados eletroquimicamente usados em
aplicações tribológicas são cromo, níquel, metais preciosos e metais macios. O
cromo é bastante utilizado em componentes automotivos devido a seu baixo
coeficiente de fricção e boa resistência ao desgaste. O níquel pode ser
depositado pelos processos galvanoplastia ou electroless plating.
Normalmente, o níquel depositado por eletrodeposição é utilizado como base
para depósitos de cromo, mais resistentes ao desgaste e com menor
coeficiente de fricção. Por esse processo podem ser depositadas ligas Ni-Cr,
Ni-W e Ni-Mo, ou ainda, podem ser co-depositadas partículas duras ou
lubrificantes sólidos. Os depósitos de níquel via electroless plating podem ser
tratados termicamente para resultar em endurecimento por precipitação de
Ni3P ou Ni3B que elevam a resistência ao desgaste do recobrimento de níquel a
valores comparáveis aos do recobrimento de cromo. Esse tipo de recobrimento
é mais usado em aplicações que requeiram simultaneamente resistência ao
desgaste e à corrosão. Os recobrimentos de metais preciosos, de metais
macios e de materiais magnéticos são utilizados em aplicações específicas,
tais como conectores elétricos, mancais e HDs de computadores (WEIL e
SHEPPARD, 1990).
A Deposição Física de Fase Vapor (PVD) é um dos métodos em que o
recobrimento é formado a partir da deposição de fase vapor sobre o substrato.
Ela envolve a criação de vapor do material a ser depositado e sua subseqüente
condensação sobre o substrato para formar um filme. Há basicamente dois
tipos de processos PVD (SUBRAMANIAN e STRAFFORD, 1993 ; PAULEAU,
1992):
• Ejeção de partículas por desintegração de catodo: neste tipo de processo, o
material do recobrimento e o substrato são colocados em uma câmara
contendo gás inerte a baixa pressão. O material do recobrimento, chamado
de alvo, é ligado a uma fonte de energia e configurado como catodo,
enquanto que o substrato é configurado como anodo. Um arco elétrico é
aberto entre catodo e anodo, fazendo com que o catodo seja bombardeado
65

por íons e se desintegre. As partículas resultantes da desintegração do


catodo são depositadas sobre o substrato. Algumas dos processos
disponíveis são planar diode glow discharge deposition, magnetron
deposition, radio frequency deposition e ion beam deposition.
Recobrimentos multicamadas por ser obtidos usando esse processo
(YASHAR e SPROUL, 1999 ; ZENG et al, 1999).
• Deposição por evaporação: neste tipo de processo, material do
recobrimento e o substrato são colocados em uma câmara de vácuo. O
material do recobrimento é aquecido por resistência, indução, arco elétrico,
feixe de elétrons ou laser para gerar o vapor que será depositado sobre o
substrato.
Há ainda processos híbridos, tais como ion plating, que reúnem
características de PVD – tanto evaporação como sputtering – e de CVD.
Outro método de deposição do recobrimento a partir de vapor é a
Deposição Química de Fase Vapor, em que gases reagentes são conduzidos
a uma câmara de reação, são ativados próximos ao substrato e reagem
formando um depósito sobre o substrato. Este processo permite a deposição
de uma grande variedade de elementos e compostos sobre vários substratos
com bastante controle sobre pureza e micro-estrutura do depósito. Os
principais processos são (SUBRAMANIAN e STRAFFORD, 1993 ; BUNSHAH,
1990):
• CVD convencional (CCVD), onde a ativação da reação é feita
termicamente;
• CVD a baixa pressão (LPCVD), semelhante ao CVD convencional,
mas realizado a baixa pressão;
• CVD assistido por plasma (PACVD), onde a ativação da reação é
feita por descarga elétrica. O PACVD permite a obtenção de filmes
poliméricos de alta qualidade, por meio de controle preciso de
temperatura do substrato, pressão do gás e parâmetros da descarga
elétrica (D'AGOSTINO et al, 1992);
• CVD induzido por laser (LCVD), onde a ativação da reação é feita por
fótons.
66

Os métodos PVD e CVD são utilizados para a deposição tanto de


recobrimentos macios, que diminuem o coeficiente de fricção por meio de
lubrificação, como recobrimentos duros, que proporcionam boa resistência ao
desgaste. Podem ser depositados carbonetos, nitretos, óxidos, ligas (TiN, TiC,
TiAlN, etc) e recobrimentos multicamadas (BUNSHAH, 1990 ; HOLMBERG et
al, 1998 ; SUNG, 1998).
A Implantação Iônica é um método de modificação da superfície que
envolve a criação de íons, sua aceleração até altas velocidades e o
direcionamento do feixe de íons sobre o material substrato, onde os íons
colidem com os átomos do substrato, perdem energia e são incorporados. A
transferência de energia para o substrato por meio do bombardeamento de
íons resulta na introdução de defeitos na estrutura cristalina do material
substrato. A presença de íons implantados e a introdução de defeitos
produzem alterações das propriedades do substrato. Como a capacidade de
penetração dos íons implantados é pequena, essas alterações de propriedades
ficam restritas à superfície do material (FENSKE, 1990 ; MAZZOLDI, 1992).
Teoricamente, este método permite a implantação de qualquer elemento
químico em qualquer material. Há exemplos de endurecimento e aumento da
resistência ao desgaste de aço por implantação de nitrogênio ou carbono, de
titânio por implantação de nitrogênio, de alumina por implantação de cromo ou
zircônio e de diamante por implantação de nitrogênio (MAZZOLDI, 1992).
Outros pontos positivos deste método são a realização da implantação a baixa
temperatura, a possibilidade de introduzir elementos em outro material acima
do limite de solubilidade sólida, a ausência de interfaces abruptas entre as
regiões modificada e não-modificada e a ausência de alterações dimensionais
significativas.
Uma técnica semelhante à implantação iônica é o Ion beam mixing, onde
camadas alternadas de elementos diferentes depositadas sobre o material
substrato são bombardeadas pela implantação de metais pesados, que leva à
mistura dos elementos formando ligas de composições impossíveis de serem
obtidas de outra forma.
67

Algumas propriedades do laser, como o fato de ser uma fonte de calor


limpa, sua alta densidade de energia e o alto nível de controle da densidade de
energia por ele transferida, tornam o Processamento de superfícies a laser
um método interessante para a alteração das propriedades superficiais dos
materiais. Alta densidade de energia aliada a curto período de interação
resultam em rápido aquecimento e resfriamento que produzem pequenas
zonas termicamente afetadas, pouca distorção e mínima deterioração das
propriedades volumétricas do material. Outra característica importante é a
possibilidade de modificar as propriedades superficiais apenas de áreas do
produto em que ocorram solicitações maiores, como em dentes de
engrenagens. Essa modificação seletiva da superfície pode ser facilmente
realizada pois somente as áreas em que o laser incide sofrem aquecimento
(COOPER, 1992).
Em alguns casos, a superfície metálica que será alterada com a
aplicação do laser deve ser preparada para minimizar a reflexão do laser,
aumentando assim a densidade de energia efetivamente transferida ao
material. Podem ser utilizados recobrimentos pouco reflexivos, como fosfato de
magnésio, ou pode ser realizado um acabamento que aumente a rugosidade
da superfície (COOPER, 1992).
As técnicas de processamento de superfícies a laser são:
• Laser transformation hardening, que, no caso de aços, consiste
basicamente em provocar a têmpera superficial do material tendo como
fonte de calor o laser. Como o metal é bom condutor térmico e o tempo de
exposição ao laser é curto, após o aquecimento não é necessário
resfriamento externo para provocar a transformação de fases.
• Laser melting, técnica que pode produzir o endurecimento de ligas que não
são endurecíveis por laser transformation hardening. Pode ser utilizado
também para produzir superfícies livres de defeitos de fundição, tais como
trincas e porosidade.
• Laser alloying, semelhante a técnica laser melting, mas que conta com
adição de elementos de liga simultaneamente à fusão do metal base para
provocar a formação de ligas duras na superfície do material. Tem sido
68

utilizada principalmente para elevar a resistência de aços à corrosão por


meio da adição de cromo.
• Laser cladding, onde um material é fundido e solidificado sobre o material
substrato com mínima troca de elemento entre eles. A superfície do produto
passa a ter as propriedades do material sobreposto ao substrato. O laser
possibilita a sobreposição de ligas com alto ponto de fusão a substratos
com baixo ponto de fusão.
• Laser particle injection, técnica em que camadas superficiais de compósitos
de matriz metálica são formadas pela incorporação de partículas de outro
material à região fundida do substrato.

A Imersão a Quente é um método que consiste na imersão do substrato


em banho de metal fundido que, após resfriamento e solidificação, forma uma
nova superfície exterior do produto. Normalmente, é empregado para recobrir
com metais de baixo ponto de fusão, tais como zinco, estanho e chumbo.
Algumas desvantagens do método são o pouco controle sobre o processo, que
limita a otimização das propriedades finais do produto, e a dificuldade de
obtenção de camadas finas de recobrimentos.
A Cementação é um dos métodos mais antigos de alteração das
propriedades superficiais de aços, com o objetivo principal de elevar a sua
resistência ao desgaste. A cementação baseia-se na difusão de átomos e
consiste no aquecimento do aço na presença de carbono até uma temperatura
suficiente para provocar a transformação da ferrita em austenita, onde o
carbono é bastante solúvel. Após a dissolução do carbono na austenita, o aço
é resfriado rapidamente provocando a formação de martensita na sua
superfície. Há várias técnicas de cementação, incluindo a cementação por via
gasosa, por via sólida, por via líquida, por plasma e em pacotes, sendo que a
cementação por via gasosa é a mais moderna (STICKELS, 1990 ; JACQUOT,
1992).
A Nitretação é, ao lado da cementação, o tratamento termoquímico
mais importante para a produção de superfícies duras em aços. O nitrogênio é
difundido no aço pelo seu aquecimento em ambiente rico nesse elemento, o
69

que provoca o endurecimento superficial do aço por meio da formação de


nitretos e carbonitretos com o ferro e outros elementos de liga presentes, como
alumínio, cromo, molibdênio, vanádio e titânio e da presença de átomos de
nitrogênio em solução sólida intersticial (HOFFMANN e MAYR, 1990).
A nitretação produz camadas menos espessas e muito mais duras que a
cementação e a dissolução do nitrogênio pode ser feita por via gasosa, líquida,
por pós ou por plasma. A nitretação por plasma utiliza uma descarga elétrica
tanto para gerar o nitrogênio atômico a partir do gás N2 como para introduzir o
nitrogênio atômico na superfície do metal (JACQUOT, 1992).
Há outros tratamentos de superfície, como passivação, pintura,
carbonitretação e esmaltação. Em conjunto, os métodos apresentados
permitem a deposição de uma grande variedade de materiais, incluindo
recobrimentos metálicos (Cr, Ni), cerâmicos (Al2O3), poliméricos
(politetrafluoretileno), compósitos (carbono/carboneto de tungstênio - WC/C),
multicamadas (várias camadas alternadas de titânio/ nitreto de titânio),
multicomponentes (HfN e TiN misturados) e gradientes (uma camada de
diamond-like carbon sobre uma camada de carboneto de tungstênio) (ZENG,
1999 ; HOLMBERG, 1998).
Os aços estão entre os materiais que têm sido mais estudados quanto a
métodos para alteração de suas propriedades superficiais visando à elevação
da sua resistência ao desgaste. A tabela 2.6 apresenta um conjunto
representativo dos métodos disponíveis para a melhoria da resistência ao
desgaste dos aços, através de endurecimento superficial (ASM, 1990 ;
WOMERSLEY, 1995).
70

Tabela 2.6: Métodos para endurecimento superficial de aços (ASM, 1990).

ADIÇÃO DE CAMADAS TRATAMENTO DA SUPERFÍCIE


Hardfacing Métodos difusivos
Soldagem Cementação
Aspersão térmica Nitretação
Carbonitretação
Cianetação
Boretização

Recobrimentos Métodos de endurecimento seletivo


Deposição de fase vapor por chama
Filmes finos por indução
por laser
por feixe eletrônico
por implantação de íons

Alguns dos critérios que devem ser levados em conta no momento de


selecionar o processo a ser usado são (GEBEL e DONOVAN, 1990):
• Aplicabilidade do tratamento ao material e à peça em questão;
• Efeitos de variáveis ambientais e de processamento sobre o
tratamento;
• Efeitos do tratamento nas propriedades do material, nas dimensões
da peça e nos processamentos subseqüentes a que será submetido o
material;
• Disponibilidade; Custos.
Alguns dos processos de tratamento de superfície envolvem tecnologias
em grande parte assimiladas pelas indústrias e são consideradas como
convencionais, entre elas, a cementação de aços e o endurecimento de metais
por aplicação de laser. Embora haja grande experiência nessas tecnologias,
elas permitem ainda o surgimento de mudanças e inovações que podem trazer
vantagens competitivas. Existem outros processos que não estão ainda
plenamente desenvolvidos, como o laser cladding, que também constituem-se
em importantes oportunidades de inovação na fabricação de produtos
resistentes ao desgaste. Tem sido ressaltado que o melhor uso das tecnologias
de tratamento de superfície permitirá às indústrias atingir um nível mais
elevado de competitividade (AZOLINI Jr, 1996 ; CORTI, 1993 ; BELL, 1993).
71

Os tratamentos de superfície vêm sendo usados há muitos anos para


aumentar a resistência ao desgaste de componentes de compressores
herméticos. Este sistema mecânico, utilizado em refrigeradores e
condicionadores de ar e conhecido popularmente como "motor de geladeira", é
bastante dependente do bom desempenho de seus componentes frente ao
desgaste. O compressor modelo C-122 da Westinghouse, lançado nos Estados
Unidos em 1934 possuia eixo virabrequim e pinos de aço endurecido por
nitretação (NAGENGAST, 1998).
Desde a revisão do Protocolo de Montreal em 1993, os fabricantes de
compressores herméticos têm sido pressionados no sentido de promover
constantes aperfeiçoamentos no produto quanto à eficiência energética,
redução de ruídos e vibrações e substituição dos gases refrigerantes tipo CFC
por outros menos ou não prejudiciais à camada de ozônio (SUNG, 1998 ;
MIZUHARA et al, 1994 ; ZHAO et al, 1999 ; SAFARI e HADFIELD, 1998 ; NA et
al, 1997 ; SHEREITOV at al, 1995 ; SARTRE, 1994).
A substituição dos gases refrigerantes tem produzido um efeito colateral
importante: o aumento dos níveis de desgaste dos componentes do
compressor. Esse fato tem sido atribuído, entre outros fatores, ao menor poder
lubrificante dos novos gases e à alteração das interações do par
gás/lubrificante (SUNG, 1998 ; NA et al, 1997).
Muitas técnicas de tratamentos superficiais têm sido estudadas e
aplicadas em compressores, visando à elevação da resistência do produto ao
desgaste, dentre elas a implantação de íons em diversas ligas metálicas, a
nitretação iônica, a aspersão térmica e diversas técnicas de deposição física de
vapor. Especificamente para compressores herméticos empregados em
refrigeração, a implantação de íons de nitrogênio em placas válvulas e a
aspersão térmica por plasma têm apresentado bons resultados como
alternativas para a redução do desgaste (MIZUHARA e TOMIMOTO, 1997 ; LEI
et al, 1996 ; RHYS-JONES, 1990 ; SUNG, 1998). Há inclusive compressores
herméticos que utilizam mais de um tipo de tratamento de superfície para
reduzir o desgaste de diferentes componentes, como é o caso de um
compressor rotativo desenvolvido pela Matsushita que utiliza palheta recoberta
72

com nitreto de cromo em contato com rolamento de aço tratado com


implantação iônica de oxigênio (MATSUSHITA, 1999).
Vários materiais para recobrimento também estão sendo pesquisados,
dentre eles nitreto de titânio, o compósito carbono/carboneto de tungstênio,
diamond-like carbon, nitreto de cromo e outros. O bom desempenho desses e
outros materiais frente ao desgaste em compressores herméticos depende de
muitos fatores, tais como a dureza do recobrimento, a adesão entre o substrato
e o recobrimento e a capacidade de formação de filme tribológico duradouro e
facilmente cisalhável (SUNG, 1998).
Além de tratamentos de superfície, também estão sendo pesquisados
novos lubrificantes que tenham melhor interação com os gases refrigerantes e
com os materiais empregados na fabricação dos compressores, sejam eles
maciços ou recobrimentos, para melhorar a lubrificação dos componentes e
reduzir seu desgaste (SUNG, 1998 ; NA et al, 1997).
73

3 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

3.1 Softwares

A execução deste trabalho envolveu a utilização de um grande número


de softwares, para a preparação dos dados do Metadex, da Web of Science e
do Derwent Innovation Index, para a criação da BiblioWoS a partir dos dados
preparados da Web of Science e para a aplicação da análise bibliométrica à
prospecção tecnológica em materiais. São eles:

• FSR - Folio Search and Replace: software para reestruturação dos dados
O FSR – Folio Search and Replace é um aplicativo vendido junto com o
Folio Views, software para a criação e gerenciamento de bases de dados. Ele é
utilizado para reestruturar a informação a partir de comandos de localização e
substituição de seqüências de caracteres presentes em um texto. O FSR foi
utilizado na preparação dos dados da Web of Science.

• Infotrans: Software para reestruturação de dados


O infotrans é um software de reestruturação de dados desenvolvido pela
empresa alemã I+K que permite o rearranjo automatizado da estrutura dos
dados recuperados em bases de dados eletrônicas. Ele permite a
reestruturação de registros recuperados a partir de diversas bases de dados e
apresenta vantagens sobre outros softwares de reestruturação de dados, como
por exemplo, a capacidade de eliminar registros duplicados. O mecanismo de
reestruturação da informação é semelhante ao utilizado pelo Folio Search and
Replace, mas com recursos adicionais, como a reestruturação personalizada
para cada campo. No presente trabalho, o Infotrans foi empregado para a
preparação de dados da Web of Science para a criação da BiblioWoS, e para a
preparação dos dados do Metadex e do Derwent Innovation Index diretamente
para análise bibliométrica automatizada.
74

• Conversor BiblioWoS: Software.para introdução de autores citados,


desenvolvido especificamente para aplicação neste estudo.
O Conversor BiblioWoS foi desenvolvido em Visual Basic, com a
colaboração de programador. Ele é utilizado para a criação de um índice
contendo os códigos e nomes de autores respectivos de todos os artigos
presentes na Web of Science e posterior utilização do índice criado para
substituir códigos dos artigos citados pelos nomes dos autores citados. O
software foi utilizado na preparação dos dados da BiblioWoS e o seu
desenvolvimento proporcionou um ganho de tempo expressivo em relação à
solução encontrada com o uso do infotrans.

• Folio: Software criador e gerenciador de bases de dados


O Folio é um software para criação e disponibilização de bases de dados
textuais com grande capacidade de recuperação de dados, por meio de
pesquisa ou navegação. Neste trabalho foi utilizado para a criação da
BiblioWoS.

• LivePublish: software para acesso via internet à BiblioWoS


O LivePublish possibilita a criação e disponibilização de bases de dados
via internet e intranet. Suas principais características são: capacidade de
armazenar grande quantidade de informação; capacidade de importação e
indexação de arquivos de tipos diversos (txt, doc, xls, pdf, nfo, xml e html);
localização da informação por sumário e ferramenta de busca poderosa e
consulta rápida de dados via Internet usando browsers Netscape ou Internet
Explorer. Dois módulos da família Live Publish foram essenciais para o projeto:
LivePublish Builder, para importação da base de dados gerada pelo Folio e
LivePublish Server, para disponibilizar a BiblioWoS via Internet.

• WinVi: editor de textos


O WinVi é um editor de textos que possui duas características
importantes, vantajosas sobre o Word e outros editores, para a execução dos
métodos propostos: a) capacidade de abrir arquivos-texto grandes e b) exibição
75

dos caracteres presentes no texto em formato hexadecimal, segundo as


tabelas ASCII e ANSI. O WinVi foi utilizado para verificar se as operações de
preparação foram bem realizadas.

• Dataview: Software para tratamento bibliométrico


O Dataview faz a transformação de dados textuais em dados numéricos
por meio de análise bibliométrica. Ele foi desenvolvido pelo CRRM - Centre de
Recherche Rétrospective de Marseille, da Université Aix-Marseille III, na
França. O Dataview é flexível quanto à entrada de dados, bastando que estes
estejam em formato bibliométrico. Os softwares estatísticos têm necessidades
diversas de estruturação quanto aos dados de entrada para a realização de
tratamentos estatísticos. O Dataview fornece diversos formatos de saída de
dados, adequados para a sua importação pelos softwares estatísticos
disponíveis (Excel, SAS, Statistica, Statigraph). Os formatos de saída incluem
listas de freqüências e vários tipos de matrizes.

• Matrisme: Software para representação de redes de relacionamentos


O software Matrisme foi desenvolvido no CRRM – Centre de Recherche
Rétrospective de Marseille, da Université Aix-Marseille III - França. Ele tem
como finalidade a representação gráfica de redes construídas por meio de
análise de co-ocorrência feita com o Dataview a partir de informação contida
em registros bibliográficos. Com o matrisme é possível visualizar redes de
autores que publicam trabalhos juntos ou redes de autores co-citados.

• Statistica: Software para tratamento estatístico


O Statistica é um software de tratamento estatístico desenvolvido pela
Statsoft. Ele tem diversas opções de tratamentos, como análise de
correspondência, classificação hierarquizada e não-hierarquizada, análise
fatorial e análise de cluster, dentre outros. É utilizado como complemento
principalmente para agrupamento e mapeamento de elementos (autores,
entidades, países, palavras-chave) e a representação da informação de forma
sintética através de gráficos e figuras.
76

• Word: Editor de textos


O Word foi utilizado neste trabalho para elaboração de tabelas a partir
de listas e matrizes produzidas com o Dataview. É o editor de textos da
Microsoft para o sistema operacional Windows.

• Excel: Planilha Eletrônica


O Excel foi utilizado para importar matrizes e listas geradas no Dataview
e construir gráficos e tabelas. O Excel é possivelmente a planilha eletrônica
mais difundida no mundo. Esse software é utilizado para a construção de
planilhas de cálculo e gráficos em contabilidade, administração e outras áreas.

3.2 Equipamentos

Para a recuperação, preparação e análise bibliométrica dos dados


provenientes do Metadex e do Derwent Innovation Index, foi utilizado um
microcomputador PC com processador Intel Pentium III 550 Mhz, com 128 Mb
de memória RAM, 10 Gb de HD, CD-ROM de 48X e acesso à internet via rede
de fibra ótica da UFSCar.
Para a preparação dos dados da Web of Science e criação da
BiblioWoS foi utilizado um conjunto de microcomputadores selecionados
especificamente para essa aplicação. Foram usados 4 microcomputadores com
processador AMD K7 Athlon de 1,2 Ghz, 256 Mb de memória RAM e HD de 30
Gb, mostrados na figura 3.1, e 1 servidor Intel Pentium III 800 Mhz dual, com 1
Gb de RAM e 3 HDs SCSI de 36 Gb, mostrado na figura 3.2. Os 5 micros foram
utilizados exclusivamente no procedimento de preparação dos dados e criação
da base de dados. O micro Pentium 800 Mhz tem configuração otimizada para
hospedar a BiblioWoS na internet.
Para garantir que os micros trabalhassem 24 horas por dia durante
meses sem interrupção, foram utilizados 2 no-breaks para ligação dos micros a
um sistema de energia elétrica de segurança. Os no-breaks adquiridos são
mostrados na figura 3.3.
77

Figura 3.1: Micros Athlon K7 utilizados na reestruturação dos dados.

Figura 3.2: Servidor Pentium III 800 Mhz que hospedará a nova base de dados.
78

Figura 3.3: No-breaks que ligam os micros à rede elétrica de emergência.

3.3 Métodos de preparação de dados coletados do Metadex, Web of


Science e Derwent Innovation Index

A partir da análise do Metadex, da Web of Science e do Derwent


Innovation Index foram identificadas oportunidades de aumento da eficiência no
uso dessas bases de dados para a análise bibliométrica. Foram propostos
métodos específicos para cada uma das bases de dados mencionadas,
envolvendo a preparação dos dados disponibilizados.
Os métodos propostos para o Metadex e o Innovation Index prevêem a
sua execução a partir de dados recuperados das bases de dados.
O método proposto para a Web of Science prevê a preparação dos
dados e a criação de uma nova base de dados, chamada BiblioWoS, a partir de
dados contidos nos arquivos de alimentação do servidor da Web of Science. A
BiblioWoS oferece recursos avançados de busca e permite a análise
bibliométrica a partir de dados dela recuperados.
79

3.4 Metodologia de análise aplicada à prospecção tecnológica de


tratamentos de superfície

A prospecção tecnológica em tratamentos de superfície para resistência


ao desgaste de compressores herméticos incluiu a realização de 5 buscas nas
bases de dados Metadex, Web of Science e Derwent Innovation Index,
resumidas na tabela 3.1. Foram aplicados os métodos propostos de
preparação de dados, seguidos de análise bibliométrica para criação de listas
de freqüência e matrizes de co-ocorrência que deram origem a vários tipos de
indicadores, entre eles: rankings, tabelas, gráficos, representação de redes de
relacionamento e mapas de agrupamento e representação de conceitos.

Tabela 3.1: Buscas para prospecção tecnológica sobre tratamentos de


superfície resistentes ao desgaste para compressores
herméticos.
Metadex Web of Science Derwent Innovation Index
Resistência ao desgaste Recobrimentos e filmes Compressores Herméticos
5.917 registros 8.224 registros 9.418 recuperados
1990 a 1997 1993 a 1997 5.997 preparados
1.785 analisados
1990 a 2001
Coleta 1

O que afeta resistência ao Países Tendências do setor


desgaste Áreas do conhecimento Países (desenvolvimento
Materiais e processos para relacionadas tecnológico e mercados)
aumentar resistência ao Pesquisadores Empresas
desgaste Pesquisadores citados Estratégias
Recobrimentos utilizados Mapas de citação
Compressores herméticos Compressores herméticos
114 registros e desgaste
1990 a 09/2000 223 registros
Coleta 2

1990 a 1999
Tratamentos de superfície Estratégias específicas
Entidades quanto ao desgaste
Países Tecnologias de tratamentos
Pesquisadores de superfície desenvolvidas
80

3.4.1 Metodologia para análise de dados do Metadex

No Metadex foram feitas duas coletas de registros: uma sobre


resistência ao desgaste e outra sobre compressores herméticos

Coleta 1: Resistência ao desgaste


O objetivo da busca de artigos sobre resistência ao desgaste foi identificar de
forma ampla os processos e materiais pesquisados para o aumento da
resistência ao desgaste. Foram recuperados 5.917 registros para período de
1990 a 1997, através de busca no campo Descritores (palavras-chave)
segundo a expressão de busca mostrada na tabela 3.2. O método proposto de
preparação de dados do Metadex foi empregado e os registros foram
submetidos a análise bibliométrica e estatística para a criação de indicadores.

Tabela 3.2: Expressão de busca para recuperação de registros sobre


resistência ao desgaste no Metadex
S WEAR(W)RESISTANCE/DE

Coleta 2: Compressores Herméticos


O objetivo da busca de patentes sobre compressores herméticos foi
identificar processos e materiais pesquisados especificamente para o aumento
da resistência ao desgaste em compressores herméticos. Foram recuperados
114 registros de artigos sobre compressores herméticos, para período de 1990
a 2000, segundo a busca da tabela 3.3. O método proposto de preparação de
dados do Metadex foi usado e foi aplicada análise bibliométrica e estatística
para a criação de indicadores.
81

Tabela 3.3: Expressão de busca para recuperação de registros sobre


resistência ao desgaste no Metadex
S HERMETIC?(3W)COMPRESSOR? OR SEALED(3W)COMPRESSOR? OR
REFRIGER?(W)COMPRESSOR? OR CONDIT?(W)COMPRESSOR? OR
SCREW?(W)COMPRESSOR? OR HELICAL?(W)COMPRESSOR? OR
ROTA?(2W)COMPRESSOR? OR ROTA?(W)SCREW? OR
RECIPROCAT?(W)COMPRESSOR? OR PISTON?(W)COMPRESSOR? OR
ALTERNAT?(W)COMPRESSOR? OR CENTRIFUG?(W)COMPRESSOR? OR
SCROLL?(W)COMPRESSOR? OR SWASH?(W)PLAT?(2W)COMPRESSOR?
OR ROLL?(W)PISTON?(2W)COMPRESSOR?

3.4.2 Metodologia para análise de dados da Web of Science

A análise dos dados da Web of Science teve como objetivo a


identificação de pesquisadores e entidades importantes na área de
recobrimentos
Primeiro foi feita a aplicação do método proposto de preparação dos
dados e criação da BiblioWoS a partir dos CDs com o conteúdo da Web of
Science. Através de busca na BiblioWoS utilizando a expressão mostrada na
tabela 3.4 foram recuperados 8.224 registros para o período de 1993 a 1997.

Tabela 3.4: Expressão de busca para recuperação de registros na BiblioWoS.


[campo CLASSIFICACAO: materials science_coatings and films]

Após recuperação através da BiblioWoS, os registros foram diretamente


submetidos a análise bibliométrica e estatística para a criação de indicadores.

3.4.3 Metodologia para análise de dados do Derwent Innovation Index

No Derwent Innovation Index foram feitas duas coletas de registros: uma


sobre compressores herméticos e outras sobre desgaste de compressores
herméticos
82

Coleta 1: Compressores herméticos


O objetivo da busca de patentes sobre compressores herméticos foi
produzir um panorama tecnológico da indústria de compressores herméticos no
período de 1990 a setembro de 2001.
Foram identificadas as palavras-chave e os códigos da classificação
internacional de patentes e da Derwent ligados a compressores herméticos.
Devido às restrições de busca e recuperação de dados do Derwent Innovation
Index (veja item 2.2), foi necessário dividir a busca inicialmente em 3 (busca
por palavras-chave, busca por código CIP, busca por código Derwent) e e
subdividir cada uma das delas em 12 buscas anuais (1990 a 2001), resultando
em 36 sub-buscas. Adicionalmente, cada uma das 36 sub-buscas precisaram
ser repetidas algumas vezes para recuperação de todas patentes encontradas,
uma vez que o Innovation Index não permite a coleta de mais de 100 patentes
por sessão de busca. A tabela 3.5 apresenta as expressões de busca utilizadas
e a tabela 3.6 mostra o número de patentes recuperadas em cada busca.

Tabela 3.5: Expressões de busca utilizadas para a recuperação de patentes


sobre compressores herméticos.

Busca Expressão
Resumo ou Título = (compressor* and refrig*) AND CIP = (F04B* or
1
F04C* or F04D*)
Resumo ou Título =compressor* AND Manual Code Derwent =X27-
2
F02C1
Resumo ou Título = (hermetic* compressor* or sealed compressor*
or refriger* compressor*) or ((screw* compressor* or helical*
compressor* or rotar* compressor* or rotar* vane* compressor* or
3 rotar* screw* or reciprocat* compressor* or piston* compressor* or
alternat* compressor* or centrifug* compressor* or scroll*
compressor* or swash* plat* compressor* or roll* piston*
compressor*) and (refriger* or condition*))
83

Tabela 3.6: Número de patentes recuperadas sobre compressores herméticos


nas 3 expressões de busca utilizadas.

Ano Busca 1 Busca 2 Busca 3 Total


1990 95 83 133 311
1991 88 110 138 336
1992 107 91 148 346
1993 114 96 159 369
1994 102 98 161 361
1995 101 105 151 357
1996 281 339 361 981
1997 324 321 439 1.084
1998 368 337 453 1.158
1999 443 309 580 1.332
2000 533 415 565 1.513
09/2001 414 357 481 1.252
Total 2.988 2.661 3.769 9.418

Os 9.418 registros de patentes recuperados foram submetidos ao


método de preparação proposto, além de passar por um processo para
remoção de registros duplicados. Com os 5.997 registros resultantes foi criada
uma base de dados operacional, de onde foram extraídos 2 conjuntos de
dados: um com todas as 5.997 patentes e outro com os 1.785 registros de
patentes que foram depositas em mais de um país.
O número de patentes por país da prioridade (país de origem das
empresas que depositaram as patentes) foi plotado para os conjuntos de 5.997
e de 1.785 patentes, como mostra a figura 3.4.
84

4000
3500
3000
Nº de patentes

2500
2000
1500
1000
500
0
JP US KR DE BR IT CN FR GB RU SE AU DI
Países de prioridade das patentes

Todas as patentes Patentes válidas em mais de um país

Figura 3.4: Número de patentes originadas de cada país, considerando todas


as patentes ou apenas as patentes depositadas em mais de um
país.

A figura 3.4 permite verificar, para o caso dos compressores herméticos,


uma distorção do número de patentes por país que ocorre também para outras
tecnologias e produtos. O procedimento de patenteamento no Japão é
diferenciado dos outros países e visa facilitar o depósito de patentes e
estimular o aumento do número de patentes japonesas. Muitas das patentes
depositadas no Japão são de pequeno interesse para aplicação industrial e
acabam não sendo utilizadas. As patentes que são mais atrativas acabam
sendo depositadas em outros países além do país de origem da empresa
inventora. Selecionando para análise apenas as patentes válidas em mais de
um país, essa distorção é corrigida. No caso dos compressores herméticos a
proporção de patentes passa de 3.739 Japão x 2.258 outros países para 824
Japão x 961 outros países.
Portanto, o conjunto de 1.785 patentes foi selecionado para o estudo
tecnológico da indústria de compressores herméticos através de análise
bibliométrica.
85

Coleta 2: Desgaste de compressores herméticos


O objetivo da busca de patentes sobre compressores herméticos e
desgaste foi investigar as tecnologias importantes para redução de desgaste
em compressores herméticos, principalmente de tratamentos de superfície, e
posicionamento das empresas do setor quanto a essas tecnologias
Na época em que estas buscas foram feitas, o Derwent Innovation Index
ainda não dispunha do recurso de busca por códigos da classificação.
Portanto, foi feita apenas busca por palavras no título ou no resumo. Foram
feitas buscas sobre combinando vários tipos de tratamentos de superfície,
compressores herméticos e desgaste, no período de 1966 a 1999 para avaliar
a quantidade de patentes disponíveis sobre esses assuntos. As buscas foram
feitas utilizando as palavras chave apresentadas na tabela 3.7.
86

Tabela 3.7: Focos de busca de patentes e expressões de busca empregadas.

Assuntos de busca Expressões de Busca


Aspersão Térmica arc spray* or coating* spray* or flame spray* or
hot spray* or metal spray* or plasma spray* or
powder spray* or thermal spray* or wire spray* or
metallizing
Eletrodeposição electrodeposit* or electro* nickel or electroless
coating* or electroless deposition or electroless
plating or electroplat*
Deposição a Vapor vapor deposition or pvd or cvd or sputtering or
sputter deposition or magnetron deposition or
radio frequency deposition or evaporation
deposition or ion beam deposition or rf deposition
or rf magnetron or coevaporation or cosputtering
or ion plating or arc deposition
Implantação Iônica ion implantation or beam line or ion beam mixing
Tratamento a Laser laser alloy* or laser clad* or laser hard* or laser
melt* or laser surfac*
Tratamentos Nitretação, nitriding or nitrocarburiz* or carburiz* or
de Superfície Nitrocarbonetação, cementation or nitrided surface* or carbonitrid*
Carbonitretação,
Cementação
Chapeamento alloy plating or aluminum plating or brass plating
(Plating) or bronze plating or cadmium plating or
chromium plating or cobalt plating or copper
plating or flame plating or immersion plating or
lead plating or nickel plating or tin plating or
titanium plating or zinc plating
Recobrimentos ceramic coating* or diamond like coating* or dlc
coating* or gradient coating* or hard coating* or
hot dip coating* or immersion coating* or meta*
coating* or multi* coating* or plastic coating* or
protective coating* or rubber coating* or surface
coating*
Outros enamel* or anodizing or galvanizing or shot
peening or thin film* or hardsurfac* or hard
surfac* or injected surface*
Compressores Herméticos (hermetic* compressor* or sealed compressor*
or refriger* compressor*) or ((screw*
compressor* or helical* compressor* or rotar*
compressor* or rotar* vane* compressor* or
rotar* screw* or reciprocat* compressor* or
piston* compressor* or alternat* compressor* or
centrifug* compressor* or scroll* compressor* or
swash* plat* compressor* or roll* piston*
compressor*) and (refriger* or condition*))
Desgaste wear
87

Foram recuperados 223 registros de patentes sobre compressores


herméticos e desgaste, para período de 1966 a 1999, segundo a expressão de
busca mostrada na tabela 3.8.

Tabela 3.8: Expressão de busca para recuperação de patentes sobre desgaste


de compressores
Resumo ou Título = (hermetic* compressor* or sealed compressor* or refriger*
compressor*) or ((screw* compressor* or helical* compressor* or rotar*
compressor* or rotar* vane* compressor* or rotar* screw* or reciprocat*
compressor* or piston* compressor* or alternat* compressor* or centrifug*
compressor* or scroll* compressor* or swash* plat* compressor* or roll* piston*
compressor*) and (refriger* or condition*)) AND wear

As 223 patentes foram submetidas ao método proposto de preparação


dos dados e à análise bibliométrica e estatística para criação de indicadores.
88
89

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 Proposição e implementação de métodos para aumento da eficiência


da análise bibliométrica

4.1.1 Oportunidades para aumento da eficiência relativa ao Metadex

O Metadex é a base de dados científica mais importante da área de


metalurgia e materiais pela extensão de sua cobertura do assunto e pela
qualidade de indexação dos artigos. As palavras-chave utilizadas na indexação
são provenientes do Thesaurus of Metallurgical Terms e descrevem produtos,
materiais, processos, propriedades, formas dos materiais e fatores que afetam
processos e propriedades dos materiais. Apesar da diversidade de conceitos
representados pelas palavras-chave do tesauro, o Metadex apresenta todas
elas em um único campo. A separação dos diversos tipos de palavras-chave
em campos específicos representa uma oportunidade para aumento da
eficiência da análise bibliométrica automatizada.
Outras oportunidades são: 1) a criação de um campo para integrar a
informação sobre data de publicação dos artigos, hoje dispersa em 3 campos
(Publication year, Publication date e Conference Year) e 2) a criação de um
campo para integrar a informação sobre a fonte de publicação dos artigos, hoje
dividida em 2 campos (conference title e journal name).
A tabela 4.1 apresenta os tipos de descritores existentes no Metadex
(MATERIALS INFORMATION, 1992).
90

Tabela 4.1: Descritores de Metadex formados pela combinação de termos


primários e modificadores do Thesaurus of Metallurgical Terms
TIPOS DE TERMOS MODIFICADORES
Formas dos
Processos Propriedades Fatores
materiais
material- material-
Materiais material-forma
processo propriedade
TIPOS DE TERMOS

Produto- produto-
Produtos
processo propriedade
PRIMÁRIOS

Processos processo-fator
propriedade-
Propriedades
fator
Fatores
Formas dos forma-
forma-processo
materiais propriedade

No tesauro usado pelo Metadex como fonte de palavras-chave há


termos Primários e Modificadores. Os termos primários são utilizados
diretamente no Metadex como palavras-chave. Os termos modificadores são
combinados a termos primários para tornar mais específico o sentido do termo
primário. O uso de termos modificadores traz como vantagem a possibilidade
de elaboração de expressões de busca bastante específicas no Metadex.
Por exemplo: titanium é um termo primário e coatings é um termo
modificador. Os dois termos podem ser combinados para criar o descritor
titanium-coatings. Titanium pode descrever artigos sobre produção do titânio,
uso do titânio, o elemento químico titânio, etc. Titanium-coatings descreve
artigos que tratam especificamente do uso de titânio como recobrimento.
Há 6.570 termos primários sobre materiais, produtos, processos,
propriedades, fatores que influenciam processos e propriedades dos materiais
e formas dos materiais. Os termos modificadores são 117 e representam
processos, propriedades, fatores que influenciam processos e propriedades
dos materiais e formas dos materiais. Termos modificadores podem ser usados
como primários (MATERIALS INFORMATION, 1992).
Com base na análise dos dados do Metadex, é proposto um método
inédito de preparação de dados que inclui a reestruturação do conteúdo do
campo "Descritores" para a formação de cinco novos campos: PROCESS,
91

PROPRIED, EFEITOS, FORMAS e SIMPLES, conforme ilustra a figura 4.1. O


método inclui também a criação de 2 novos campos para integrar as
informações sobre data e fonte de publicação dos artigos.

Antes da reestruturação
TITLE- Tribological properties of Ti/TiN nanomultilayers.
DESCRIPTORS- Conference Paper; Titanium--Composite materials; Titanium nitride--
Composite materials; Multilayers--Coatings; Nanomaterials--Coatings; Silicon--
Coating; Tribology; Sputtered coatings--Mechanical properties; Wear resistance;
Fracture mechanics

Depois da reestruturação
TITULO- Tribological properties of Ti/TiN nanomultilayers.
SIMPLES- Conference Paper; Tribology; Wear resistance; Fracture mechanics
PROCESS- Silicon--Coating
PROPRIED- Sputtered coatings--Mechanical properties
EFEITOS- Campo Vazio
FORMAS- Titanium--Composite materials; Titanium nitride--Composite materials;
Multilayers--Coatings; Nanomaterials--Coatings

Figura 4.1: Criação de novos campos segundo o método proposto

A figura 4.2 apresenta esquematicamente o método proposto para


preparação dos dados recuperados do Metadex e suas operações
componentes. A figura 4.2 mostra também como o método integra-se ao
processo de análise automatizada da informação.
92

Metadex

Busca

Arquivo texto recuperado


TI _____________________________
AU _____________________________
DE _____________________________

Preparação dos dados


1. Limpeza de dados
2. Criação de novos campos
3. Remoção de duplicações
4. Codificação para software gerenciador (opcional)
5. Importação para o software gerenciador (opcional)

Opção 1 Opção 2

Preparação
Base de dados operacional automatizada dos dados

Busca Texto preparado para análise


TITULO _________________________
AUTORES ________________________
PROCESS ________________________
PROPRIED _______________________
EFEITOS ________________________
FORMAS _________________________
SIMPLES ________________________

Tratamento Tratamento Representação


bibliométrico estatístico gráfica

Análise Automatizada da Informação

Figura 4.2: Método proposto para preparação dos dados do Metadex e sua
integração à análise automatizada da informação.
93

As operações desenvolvidas para o método foram as seguintes:


1a Operação: Limpeza de dados – eliminação dos campos contendo
informação desnecessária para as análises pretendidas com os dados
recuperados do Metadex;
2a. Operação: Criação de novos campos–Criação de novos campos
(PROCESS, PROPRIED, EFEITOS, FORMAS) para separação dos descritores
compostos, presentes originalmente no campo descriptors de acordo com o
tipo de termo modificador presente em cada descritor composto. Criação de
novo campo SIMPLES para transferência dos descritores sem modificadores.
criação de novos campos de conteúdo otimizado a partir da união e seleção do
conteúdo de campos originais. Exemplos: 1) união e otimização do conteúdo
dos campos conference year, publication year e publication date para criação
do campo ANO; 2) união do conteúdo dos campos conference title e journal
name para criação do campo FONTE.
3a. Operação: Remoção de duplicações– Comparação dos códigos
presentes no campo CODIGOBD para remoção de registros em duplicata.
4a. Operação: codificação para software gerenciador- introdução de códigos
de início e fim de registros e campos, deixando dados prontos para criação da
base de dados operacional. Esta operação é opcional. Os dados preparados
até a 3ª operação são prontos para análise automatizada. A codificação só é
realizada se há interesse em criar a base de dados operacional.
5a. Operação: importação pelo software gerenciador – criação da nova base
de dados e importação dos dados preparados na 4a operação. Esta operação é
opcional e só é realizada se há interesse em criar a base de dados operacional.

4.1.2 Execução do método proposto para preparação de dados do


Metadex

A execução do método proposto iniciou-se com a recuperação de dados


no Metadex. Foram recuperados dois conjuntos de dados: um sobre resistência
ao desgaste, contendo 5.917 registros e outro sobre compressores herméticos,
94

contendo 114 registros. Os dados recuperados foram processados


separadamente, em 1 etapa e com 1 microcomputador, como ilustra a figura
4.3. Após a execução do método proposto, para cada conjunto de dados foi
gerado um novo arquivo texto, pronto para utilização na análise automatizada
da informação. Não foram criadas bases de dados operacionais.

Infotrans
1 etapa
1 PC

metadex.txt metadex
original do Metadex pronto para análise

Figura 4.3: Fluxograma da preparação desenvolvida para o Metadex.

A figura 4.4 apresenta uma comparação de estrutura entre os dados


recuperados do Metadex e os dados preparados, mostrando os novos campos
introduzidos. Para simplificar a representação, os campos presentes nos dados
recuperados do Metadex que foram apagados na preparação não estão
presentes na figura 4.4.
95

ANTES DA DEPOIS DA
PREPARAÇÃO PREPARAÇÃO

AN ACCESSION NUMBER CODIGOBD

TI TITLE TITULO

AU AUTHORS AUTORES

CS CORPORATE SOURCE ENTIDADE

CT CONFERENCE TITLE
FONTE
JN JOURNAL NAME

CY CONFERENCE YEAR

PY PUBLICATION YEAR ANO

PD PUBLICATION DATE

DT DOCUMENT TYPE TIPODOC

AB ABSTRACT RESUMO

PROCESS

PROPRIED

DE DESCRIPTORS EFEITOS

FORMAS

SIMPLES
Criação dos campos

SH SUBJECT HEADINGS CLASS

Figura 4.4: Mudança de estrutura dos dados recuperados no Metadex após


aplicação do procedimento desenvolvido.

Depois de preparados, os dois conjuntos de dados foram empregados


na prospecção tecnológica sobre tratamentos de superfície.
96

4.1.3 Oportunidades para aumento da eficiência relativa à Web of Science

A Web of Science é uma base de dados importante para elaboração de


indicadores científicos e tecnológicos, mas algumas características da interface
e da coleta de dados dificultam o seu uso e representam oportunidades para
melhoria da eficiência da análise bibliométrica automatizada, destacando-se:
• a dificuldade de recuperação dos resultados das buscas. Podem ser
recuperados até 1.500 registros por busca, independentemente do número
de registros encontrados na busca. Os registros a recuperar devem ser
marcados 1 a 1, ou no máximo 10 a 10, conforme ilustra a figura 4.5. Após
a seleção dos primeiros 500 registros, o usuário deve recuperá-los,
desconectar-se da Web of Science, reconectar-se, fazer a busca e marcar
os 500 registros seguintes para recuperá-los. O sucesso na recuperação
depende da velocidade da internet, uma vez que o tempo máximo de
download permitido pela Web of Science é de 3 minutos, após os quais o
download é interrompido mesmo sem a recuperação integral dos dados.
Essa dificuldade limita a execução de análises sobre temas abrangentes, já
que é bastante trabalhoso salvar um número considerável de artigos;
• o formato de apresentação dos dados não é o ideal para a realização de
análises automatizadas, com autores em várias linhas, dados sobre os
artigos citados (pesquisador, ano, periódico, volume e página) em um
campo e os dados sobre afiliação (entidade, departamento, estado, cidade,
país e CEP) também em um campo, conforme apresentado na figura 4.6;
• a ausência de um campo contendo classificação por área do
conhecimento, conforme mostra a figura 4.5. A ausência de classificação
impede a recuperação direta dos artigos de áreas do conhecimento de
forma abrangente, como Matemática, Bioquímica ou Ciência dos Materiais;
• nos registros salvos, são apresentados apenas os nomes dos primeiros
autores dos artigos citados, como mostra a figura 4.6, prejudicando a
avaliação do número de citações recebidas pelos pesquisadores
(COURTIAL, 1990 ; PERSSON, 2000 ; SPINAK, 1996a).
97

Figura 4.5: Apresentação de resultados de busca na Web of Science. Em


destaque, opções de seleção de artigos e limite de recuperação.
98

FN ISI Export Format


VR 1.0
PT J
AU Hiraga, H
Inoue, T
Shimura, H
Matsunawa, A
TI Cavitation erosion mechanism of NiTi coatings made by laser
plasma hybrid spraying
SO WEAR
LA English
DT Article
NR 10
SN 0043-1648
PU ELSEVIER SCIENCE SA
C1 Appl Laser Engn Res Inst, 2085-16 Uenoyama, Nagaoka, Niigata
9402135, Japan. (Endereço do 1º autor)
Appl Laser Engn Res Inst, Nagaoka, Niigata 9402135, Japan.
Agcy Ind Sci & Technol, Mech Engn Lab, Tsukuba, Ibaraki, Japan.
Osaka Univ, Joining & Welding Res Inst, Ibaraki, Osaka, Japan.
DE plasma spraying; CO2 laser; surface treatment; intermetallic
compound; work hardening; super elasticity
ID ALLOYS
AB NiTi intermetallic compound is known to be a high cavitation
erosion-resistant material. The erosion behaviors of NiTi
intermetallic compound coatings made by laser plasma hybrid
spraying (LPHS) were studied. The erosion resistance of the
NiTi coatings depended strongly on the chemical composition of
the coatings and the laser irradiation condition, because the
NiTi phase and the microstructure of the coatings were varied
by those conditions. The best erosion-resistant coatings were
obtained with the conditions of nickel composition richer than
that of equiatomic NiTi and irradiated laser power density
greater than 6 x 10(8) W/m(2). The cavitation erosion
resistance of the coating was about 380-fold that of a titanium
alloy substrate. High erosion resistance of these coatings was
obtained due to a combination of two factors, namely, super
elasticity due to austenite-phase NiTi and high work
hardenability due to excess soluble Ni. (C) 1999 Elsevier
Science S.A. All rights reserved.
CR BUEHLER WJ, 1962, T ASM, V55, P269
FILIP P, 1995, SCRIPTA METALL MATER, V32, P1375
GUO XX, 1986, ADV THERMAL SPRAYING, P37
HEYMANN FJ, 1970, ASTM STEP TECH PUBL, V474, P212
HIRAGA H, 1996, P IC 96 DETR US, P200
KAINUMA R, 1988, SCRIPTA METALL MATER, V22, P475
NAKAO E, 1995, PREPRINT JAPAN SOC M, V72, P206
RICHMAN RH, 1995, WEAR, V181, P80
RICHMAN RH, 1992, WEAR, V157, P401
ZHOU KS, 1988, THERMAL SPRAY ADV CO, P167
TC 0
BP 272
EP 278
PG 7
JI Wear
PY 1999
PD JUL
VL 231
IS 2
GA 226PM
PI LAUSANNE
RP Hiraga H
J9 WEAR
PA PO BOX 564, 1001 LAUSANNE, SWITZERLAND
ER
Figura 4.6: Registro recuperado a partir da Web of Science. Destaque: nome
dos autores, afiliação dos autores com endereços e autores citados.
99

Quando a FAPESP passou a oferecer acesso à Web of Science no


Brasil em 1997, recebeu do ISI o seu conteúdo para o período de 1945 a 1997
em arquivos texto armazenados em CD-ROMs. Desde 1997, a FAPESP recebe
semanalmente atualizações de conteúdo. Os arquivos são usados para
carregar o conteúdo da Web of Science no servidor que a hospedada.
Os arquivos foram avaliados quanto à possibilidade de sua utilização
para criar uma nova base de dados, de mesmo conteúdo, mas mais adequada
para a aplicação da análise bibliométrica, incluindo facilidade de recuperação
de dados e melhoria do conteúdo e da estrutura dos dados.
Nos anos mais antigos, 1 CD-ROM armazena todos os dados. Nos anos
mais recentes, são necessários 4 CD-ROMs por ano. Conforme mostra a figura
4.7, o conteúdo da Web of Science é organizado de forma hierárquica. Cada
arquivo contém revistas, cada revista contém artigos, cada artigo pode conter
citações e endereços de autores e cada citação ou endereço contém campos.

Ano Arquivo Revista Artigo Citação/Endereço


Ano: 1945 a 2001
Cada ano contém: Arquivo 1 a n
Cada arquivo contém: Revista 1 a n além dos campos de identificação ( nome do
arquivo, produtor da base, etc)
Cada revista contém: Artigo 1 a n além dos campos de identificação
(nome da revista, ano de publicação, editor da revista, etc)
Cada artigo contém os campos: citação 1 a n e Endereço 1 a m,
além dos autores, título, resumo, palavras-chave, etc
Cada citação contém os campos: nome do primeiro autor
além do periódico e outros, além de endereços 1 a m
Cada endereço contém os campos: instituição do autor,
departamento, cidade, país, etc
Figura 4.7: Representação hierárquica dos dados da Web of Science

Não há documentação disponível sobre detalhes da estrutura dos dados,


principalmente a relação de todos os campos que ocorrem no conjunto de
dados, a sua seqüência de ocorrência e o significado da informação presente
nos campos. A determinação dessas informações é trabalhosa devido à
quantidade de dados, à variação da estrutura ao longo dos anos de cobertura e
à existência de campos de baixa ocorrência. A figura 4.8 mostra os campos
identificados, embora nem todos ocorram em todos os anos.
100

FN IPMT890152AD NOME DO ARQUIVO


CC Copyright (c) 1997 Institute for Scientific Information
H8 19970311
H9 001.01 INFORMAÇÃO SOBRE O ARQUIVO
PW IP198901-IP198952
FQ AD
H5 000981
H6 000017222
H7 000002814184
RE COMEÇO DA INFORMAÇÃO SOBRE A REVISTA
UI A1974T8199 CÓDIGO
IO 19740734380400 CÓDIGO INFORMAÇÃO SOBRE A REVISTA
GA T8199 CÓDIGO
SQ 94396J0 CÓDIGO
PT J TIPO DE PUBLICAÇÃO
CF J ? (PODE REPETIR ATÉ 20 VEZES NO MESMO REGISTRO)
SN 0041-672X ISSN
J1 UNIF C CODE JOURNAL NOME DA REVISTA ABREVIADO
J2 UNIF COMM CODE LAW J JOURNAL NOME DA REVISTA ABREVIADO
J9 UNIFORM COMMER CODE LAW J JOURNAL NOME DA REVISTA ABREVIADO
JI NOME DA REVISTA ABREVIADO
SO UNIFORM COMMERCIAL CODE LAW JOURNAL NOME DA REVISTA POR EXTENSO
PY 1974 ANO DE PUBLICAÇÃO
PD DATA DE PUBLICAÇÃO (GERALMENTE APENAS O MÊS)
VL 6 VOLUME DA REVISTA
IS 3 Nº DA REVISTA
PU WARREN GORHAM LAMONT INC EDITORA DA REVISTA
PI BOSTON CIDADE DA EDITORA
PA 31 SAINT JAMES AVE 4TH FLOOR, BOSTON, MA 02116-4101 ENDEREÇO DA EDITORA
SC J OM LAW ? (PODE SE REPETIR VÁRIAS VEZES NO MESMO REGISTRO)
TV Y ?
IL 0003 ?
UT A1974T819900001 CÓDIGO REFERENTE AO ARTIGO
KS SCHO0205740006UM CÓDIGO REFERENTE AO AUTOR
T9 0057152360 CÓDIGO REFERENTE AO ARTIGO
SL W
AU SCHOBER, MW AUTOR(ES) INFORMAÇÃO SOBRE O ARTIGO
AU SMITH, AB AUTOR(ES)
TI RECOMMENDATIONS OF NATIONAL COMMISSION ON CONSUMER FINANCE - INCORPORATION
-- INTO UNIFORM CONSUMER CREDIT CODE .2. TÍTULO
BP 205 1ª PÁGINA
EP 235 ÚLTIMA PÁGINA
PG 31 Nº DE PÁGINAS
DT @ Article TIPO DE DOCUMENTO
LA EN English LÍNGUA
DE LINGUAL THYROGLOSSAL DUCT PALAVRA-CHAVE LIVRE (KEYWORD)
DE SUDDEN INFANT DEATH PALAVRA-CHAVE LIVRE (UMA LINHA POR PALAVRA-CHAVE)
ID FOREIGN-BODIES PALAVRA-CHAVE CONTROLADA (KEYWORD-PLUS)
ID CHILDREN PALAVRA-CHAVE CONTROLADA (UMA LINHA POR PALAVRA-CHAVE)
ID AIRWAY
ID TRACT
ID CYST
AV Y ?
AB Two cases of sudden infant death are described in which relatively large po
-- sterior lingual midline cysts were demonstrated at autopsy. Death in both
-- patients was attributed to upper airway obstruction due to the cysts, both
-- of which represented thyroglossal duct remnants. RESUMO
RF 1991-01812-00003 ?
NR 1 Nº TOTAL DE CITAÇÕES (ARTIGOS CITADOS INCLUÍDOS OU NÃO NA WEB OF SCIENCE)
Figura 4.8: Registro com os campos identificados da Web of Science e seus
significados.
101

CR COMEÇO DE UMA CITAÇÃO


/K BIER0033860063JM CÓDIGO DO 1o AUTOR DO ARTIGO CITADO CITAÇÕES
R9 0035141613 CÓDIGO T9 DO ARTIGO CITADO
/A *NAT COMM CONS FIN NOME DO 1o AUTOR DO ARTIGO CITADO
/Y 1972 ANO DE PUBLICAÇÃO
/W CONSUMER CREDIT US NOME DA REVISTA
/N NÚMERO DA PATENTE
/I ?
/V VOLUME
/P PÁGINA
EC FIM DE UMA CITAÇÃO

CR COMEÇO DE UMA CITAÇÃO


... (AS CITAÇÕES SÃO DISPOSTAS UMA APÓS OUTRA, INICIADAS POR CR E FINALIZADAS
POR EC)
EC FIM DE UMA CITAÇÃO

RP ?
RA ?
NF NATL COMM CONSUMER FIN,WASHINGTON,DC ENDEREÇO COMPLETO
NC NATL COMM CONSUMER FIN ORGANIZAÇÃO (UNIVERSIDADE, EMPRESA, INSTITUTO, ETC)
NN XXX DEPARTAMENTO
NY WASHINGTON CIDADE
NP DC ESTADO ENDEREÇOS DOS AUTORES
NU USA PAÍS
NZ CEP
NZ CEP (PODE REPETIR)
EA FIM DO ENDEREÇO DO AUTOR

C1 COMEÇO DO ENDEREÇO DO AUTOR


... (ENDEREÇOS DE AUTORES SÃO LISTADOS EM SEQÜÊNCIA, INICIADOS POR C1 E
TERMINADOS POR EA)
EA FIM DO ENDEREÇO DO AUTOR
EX FIM DO REGISTRO SOBRE O ARTIGO
Figura 4.8 (continuação): Registro com os campos identificados da Web of
Science e seus significados.

Desde a criação do Science Citation Index nos anos 60, as bases de


dados do ISI que compõe a Web of Science passaram por mudanças. A figura
4.9 apresenta uma síntese das mudanças ocorridas desde 1945 até 2001.
Quanto à presença das bases de dados componentes, a Web of Science
contém artigos do Science Citation Index desde 1945 a 2001. Os dados
referentes ao Social Science Citation Index estão incorporados desde 1956 e
os do Arts & Humanities Citation Index desde 1975.
Os registros do período compreendido entre 1945 e 1965 contém título,
idioma, referências bibliográficas, autores e citações dos artigos. Apenas a
partir de 1966 os registros passam a ter informação sobre a que entidades
pertencem os autores e quais são os endereços dessas entidades. Para artigos
anteriores a 1966 é impossível, por exemplo, realizar estudos sobre países,
102

pois essa informação não está disponível. E apenas a partir de 1991 os


registros da Web of Science passam a ter resumo e palavras-chave.

Presença dos Index na Web of Science

1945> Science Citation Index (SCI)

1956> Social Science Citation Index (SSCI)

1975> Arts & Humanities Citation Index

Conteúdo principal dos registros

1945> Título, Idioma, Referências, Autores, Citações

1966> Afiliação dos autores, Endereço dos autores

Resumo, Palavras-chave 1991>

Mudança na estrutura de dados

1976> Padronização de países

1977> Registros "NK"

Caracteres Unix 1991>

Ano Nomes e ordem de campos 1998>

1940 1950 1960 1970 1980 1990 2000

Figura 4.9: Mudanças ocorridas na Web of Science ao longo de sua cobertura.

Algumas mudanças ocorreram também quanto à estrutura da Web of


Science ao longo do período coberto. Uma das mais importantes é a existência
a partir de 1977 de registros que contém no campo citações apenas a
informação NK. Acredita-se que sejam registros disponíveis em outros produtos
do ISI. Outra mudança importante é a alteração da ordem e nome de alguns
campos a partir de 1998, o que exige a construção de tabelas de
reestruturação diferenciados para registros desse ano ou mais recentes.
Levando em consideração as características e limitações identificadas
na Web of Science foi proposto um método inédito de preparação dos dados da
Web of Science e criação de uma nova base de dados, chamada BiblioWoS,
adequada para facilitar a recuperação de dados e o seu uso na análise
bibliométrica. O método proposto é apresentado na figura 4.10.
103

Web of Science

Texto de armazenamento
TI _____________________________
SO _____________________________
NN _____________________________
/A _____________________________
OUTROS CAMPOS___________________

Preparação dos dados


Preparação básica dos dados
1. Limpeza de dados
2. Inserção da Fonte nos registros
Aprimoramentos no artigo
3. Mudanças em campos
4. Inserção da Classificação do ISI
Aprimoramentos na citação
5. Criação de índice de autores
6. Substituição de códigos por autores citados
Criação da base de dados operacional
7. Codificação para software gerenciador
8. Importação para o software gerenciador
9. Implementação na internet

Preparação
BiblioWoS automatizada dos dados

Busca

Texto preparado para análise


TITULO _________________________
CLASSIFICAÇÃO___________________
PAIS ___________________________
AUTORES CITADOS ________________
OUTROS CAMPOS___________________

Tratamento Tratamento Representação


bibliométrico estatístico gráfica

Análise Automatizada da Informação


Figura 4.10: Método proposto para preparação de dados da Web of Science e
criação da BiblioWoS e sua integração à análise automatizada.
104

O método proposto inclui as seguintes operações:


1ª Operação: Limpeza de dados - eliminação de informação repetida ou inútil
para a elaboração de indicadores e pequenos rearranjos de preparação dos
dados para as operações posteriores.
2a. Operação: Inserção da fonte nos registros– introdução do nome do
periódico nos registros de artigos correspondentes, conforme a figura 4.11;

Antes da Etapa 2 Depois da Etapa 2

Artigo
Periódico Periódico
Artigo Artigo
Periódico
Artigo
Artigo
Artigo Periódico
Artigo
Artigo Periódico
Periódico Artigo
Periódico
Artigo
Artigo
Artigo Periódico
Artigo
Artigo Periódico
Artigo Artigo
Periódico
Figura 4.11: Inserção dos nomes dos periódicos em cada registro de artigo

3a. Operação: Mudanças em campos – mudança dos nomes dos campos e


criação de novos campos: Autores Citados, Anos das Citações, Fontes dos
Artigos Citados, Número de Artigos da Web of Science Citados, Entidade,
Departamento, Cidade e País de Afiliação dos Autores; introdução dos códigos
dos artigos citados no campo Autores Citados para posterior substituição pelos
nomes dos autores dos artigos citados na operação 5;
4a. Operação: inserção da classificação – introdução de campo contendo a
classificação de periódicos por áreas do conhecimento elaborada pelo ISI;
105

5a. Operação: criação de índice de autores – criação de um índice contendo


os códigos de identificação de todos os 30 milhões de registros da base de
dados e os nomes dos autores correspondentes. Um exemplo do índice criado
é apresentado na figura 4.12;

...
0009132044 YEH IT ; EVERS K ; FRIEDMAN AK
0008330298 LUDATSCHER RM ; MANDEL H ; GERSHONIBARUCH R
0004054356 KISS K ; DEVIERE J ; SALMON I ; BOURGEOIS N ; PASTEELS JL ; CREMER M
0002372085 CHAN ACL ; LOKE SL ; SRIVASTAVA G ; PITTALUGA S ; LIM LY ; HO FCS
...
Figura 4.12: exemplo de códigos e autores presentes no índice de autores
criado na operação 5 (exceto primeiros autores).

6a. Operação: substituição dos códigos por autores – substituição dos


códigos dos artigos citados presentes no campo Autores Citados pelos nomes
dos autores citados a partir do índice criado na 5a operação, para
complementar os 1os autores já presentes com os demais autores de cada
artigo citado pertencente à Web of Science A figura 4.13 ilustra o campo
Autores Citados antes e depois da substituição realizada na 6a operação.

Antes da substituição dos códigos


AUT_CIT- BROEKHUIZEN FF; ELLENHORN M; ESCOBEDO LG; ETTINGER NA; GREENEBAUM E; HANZLICK R; HEARN
WL; HEARN WL; KARCH SB; KING L; LEECH R; MARZUK PM; MIRCHANDANI HG; MITTLEMAN R; SIMPSON RW;
TRAZELAAR H; VANDYKE C; VIRMANI R; WETLI CV; ZHANG J ; 0001296974 ; 0012417151 ; 0000319136 ; 0000721551 ;
0006310199 ; 0000500068 ; 0000337763 ; 0000337764 ; 0001153434 ; 0018516301 ; 0018516302 ; 0001242210 ;
0006178002 ; 0018516303 ; 0001153454 ; 0018516304 ; 0000500126 ; 0000419696 ; 0001972030 ; 0018516305

Depois da substituição dos códigos


AUT_CIT- BROEKHUIZEN FF ; ELLENHORN M ; ESCOBEDO LG ; ETTINGER NA ; GREENEBAUM E ; HANZLICK R ;
HEARN WL ; HEARN WL ; KARCH SB ; KING L ; LEECH R ; MARZUK PM ; MIRCHANDANI HG ; MITTLEMAN R ;
SIMPSON RW ; TRAZELAAR H ; VANDYKE C ; VIRMANI R ; WETLI CV ; ZHANG J ; UTRIE J ; VANMULLEM C ;
RUTTENBER AJ ; AGOCS MM ; ANDA RF ; WETLI CV ; ALBIN RJ ; COPELAND A ; GREWAL R ; GOWITT GT ;
MCGOVERN BA ; GARAN H ; RUSKIN JN ; FLYNN DD ; HIME GW ; ROSE S ; COFINO JC ; MANTEROATIENZA E ; WETLI
CV ; MASH DC ; ROSE S ; WAGNER J ; CIARLEGLIO A ; MASH DC ; BILLINGHAM ME ; TARDIFF K ; LEON AC ; STAJIC M
; MORGAN EB ; MANN JJ ; MIRCHANDANI IH ; HELLMAN F ; ENGLISHRIDER R ; ROSEN S ; LAPOSATA EA ; EDWARDS
WD ; BYCK R ; ROBINOWITZ M ; SMIALEK JE ; SMYTH DF ; FISHBAIN DA

Figura 4.13: Campo Autores Citados antes e depois da 6a operação.

7a. Operação: codificação para Folio - introdução de códigos de início e fim


de registros e campos, deixando dados prontos para criação da BiblioWoS. As
figuras 4.14 e 4.15 apresentam um registro antes e depois da 7a operação.
106

Antes da introdução dos códigos do Folio


CODIGO_UT- A1993MH02300001
CODIGO_KS- JENT0475930100AJ
CODIGO_T9- 0002804620
AUTORES- JENTZEN J
TITULO- MEDICAL COMPLICATIONS OF COCAINE ABUSE
FONTE- AMERICAN JOURNAL OF CLINICAL PATHOLOGY
ANO- 1993
TIPODOC- E Editorial Material
IDIOMA- English
CLASS- PATHOLOGY
KEY_PLUS- HEART-DISEASE ; COCAETHYLENE ; AUTOPSY
NUMEROCIT- 21
...
ENTIDADE- MED COLL WISCONSIN
CIDADE- MILWAUKEE
PAIS- USA

Figura 4.14: Exemplo de registro antes da codificação para o Folio

Depois da introdução dos códigos do Folio


<RD:Nivelum>A1993MH02300001
<RD><PS:"Texto simples"><JU:FL><LS:1.5><FT:"Times New Roman",SR><PT:11><FC:255,255,255><BC:DC>CODIGO_UT-
<FD:"CODIGO_UT">A1993MH02300001</FD:"CODIGO_UT"><CR>
CODIGO_KS- <FD:"CODIGO_KS">JENT0475930100AJ</FD:"CODIGO_KS"><CR>
TIPOREG- <FD:TIPOREG>WEB_OF_SCIENCE</FD:TIPOREG><CR>
CODIGO_T9- <FD:"CODIGO_T9">0002804620</FD:"CODIGO_T9"><FC><BC><CR>
<BD+><PT:12><FC:128,0,0><BC:DC>TITULO- <BD><PT:11><FC><BC><FD:TITULO>MEDICAL COMPLICATIONS OF
COCAINE ABUSE</FD:TITULO><CR>
<BD+><PT:12><FC:128,0,0><BC:DC>KEY_PLUS- <BD><PT:11><FC><BC><FD:"KEYWORDS_PLUS">HEART-DISEASE ;
COCAETHYLENE ; AUTOPSY</FD:"KEYWORDS_PLUS"><CR>
<BD+><PT:12><FC:128,0,0><BC:DC>IDIOMA- <BD><PT:11><FC><BC><FD:IDIOMA>English</FD:IDIOMA><CR>
<BD+><PT:12><FC:128,0,0><BC:DC>TIPODOC- <BD><PT:11><FC><BC><FD:TIPODOC>E Editorial
Material</FD:TIPODOC><CR>
<BD+><PT:12><FC:128,0,0><BC:DC>ANO- <BD><PT:11><FC><BC><FD:ANO>1993</FD:ANO><CR>
<BD+><PT:12><FC:128,0,128><BC:DC>FONTE- <BD><PT:11><FC><BC><FD:FONTE>AMERICAN JOURNAL OF CLINICAL
PATHOLOGY</FD:FONTE><CR>
<BD+><PT:12><FC:128,0,128><BC:DC>CLASS-
<BD><PT:11><FC><BC><FD:CLASSIFICACAO>PATHOLOGY</FD:CLASSIFICACAO><CR>
<BD+><PT:12><FC:0,128,128><BC:DC>AUTORES- <BD><PT:11><FC><BC><FD:AUTORES>JENTZEN
J</FD:AUTORES><CR>
<BD+><PT:12><FC:0,128,128><BC:DC>ENTIDADE- <BD><PT:11><FC><BC><FD:ENTIDADE>MED COLL
WISCONSIN</FD:ENTIDADE><CR>
<BD+><PT:12><FC:0,128,128><BC:DC>CIDADE- <BD><PT:11><FC><BC><FD:CIDADE>MILWAUKEE</FD:CIDADE><CR>
<BD+><PT:12><FC:0,128,128><BC:DC>PAIS- <BD><PT:11><FC><BC><FD:PAIS>USA</FD:PAIS><CR>
<BD+><PT:12><FC:0,0,255><BC:DC>NUMEROCIT-
<BD><PT:11><FC><BC><FD:"NUMERO_CIT">21</FD:"NUMERO_CIT"><CR>
<BD+><PT:12><FC:0,0,255><BC:DC>CIT_WOS- <BD><PT:11><FC><BC><FD:"CIT_WOS">20</FD:"CIT_WOS"><CR>

Figura 4.15: Registro da figura 4.14 após a codificação para o Folio.

8a. Operação: importação pelo Folio – criação da nova base de dados e


importação dos dados preparados na 7a operação;
9a. Operação: implementação na internet – importação da base de dados
criada pelo Folio pelo LivePublish para proporcionar o acesso via internet.
O método proposto resulta na criação da BiblioWoS com registros
contendo os 24 campos apresentados na tabela 4.2
107

Tabela 4.2: Campos presentes na BiblioWoS e seus conteúdos.


Tipo de dados Nome do campo Conteúdo
Códigos do CODIGO_UT Código do artigo
registro CODIGO_KS Código relacionado ao primeiro autor do artigo
(ocultos, mas
TIPO DE REGISTRO WebofScience ou NK
podem ser
pesquisados) CODIGO_T9 Código do artigo utilizado para citação

Dados do TITULO Título do artigo


artigo RESUMO Resumo do artigo
KEYWORDS Palavras-chave livres atribuídas ao artigo
KEY_PLUS Palavras-chave controladas atribuídas ao artigo
IDIOMA Idioma em que o artigo foi escrito
TIPODOC Tipo de documento: artigo científico, livro, etc
ANO Ano de publicação
Dados da FONTE Nome do periódico em que o artigo foi publicado
revista CLASS Classificação: área de conhecimento abordada pelo periódico
Dados dos AUTORES Nomes dos autores
autores ENTIDADE Entidades a que pertencem os autores
DEPTO Departamentos a que pertencem os autores
CIDADE Cidades das entidades a que pertencem os autores
PAIS Países dos autores
Dados das NUMEROCIT Número de citações feitas pelo artigo
citações CIT_WOS o
N de citações feitas a artigos incluídos na Web of Science
AUT_CIT Nomes dos autores citados
ANO_CIT Ano de publicação dos artigos citados
FONTE_CIT Nomes dos periódicos onde foram publicados os artigos citados
CODIGOCIT Código_t9 dos artigos citados

A estrutura do registro e os campos presentes foram planejados para


facilitar a recuperação de dados e permitir a análise bibliométrica automatizada.
São mantidos e melhorados os campos da Web of Science AUTORES,
KEYWORDS, KEY_PLUS, TITULO, RESUMO, FONTE e outros. A partir do
campo original Endereço dos Autores, são criados os campos ENTIDADE,
DEPTO (departamento), CIDADE E PAÍS de afiliação dos autores. A partir das
citações são criados os campos AUT_CIT (autores citados), ANO_CIT (ano de
publicação do artigo citado), FONTE_CIT (fonte citada), CODIGOCIT (códigos
dos artigos citados) e CIT_WOS (número de artigos citados pertencentes à
Web of Science). No campo AUT_CIT são introduzidos os nomes de todos os
autores dos artigos citados pertencentes à Web of Science. É introduzido o
campo CLASS contendo a classificação de periódicos do ISI.
108

4.1.4 Execução do método proposto para de preparação dos dados da


Web of Science e criação da BiblioWoS

A execução do método proposto iniciou-se com a extração do arquivos


texto a partir do arquivos compactados recebidos da FAPESP. Os nomes dos
arquivos têm 8 dígitos. Os 4 primeiros dígitos são sempre IPMT. Os dois dígitos
seguintes indicam o ano a que se refere o conteúdo do arquivo. O sétimo dígito
sempre é a letra A. O último dígito (A, B, C ou D) diferencia os vários CD-
ROMs relativos a um mesmo ano. No início da execução, os nomes foram
alterados de acordo com o padrão exemplificado na figura 4.16:

Arquivo compactado Arquivo texto


IPMT89AB.GZ 1989B0.inp

Figura 4.16: Nomes dos arquivos texto utilizados.

Os arquivos recebidos foram tratados de forma independente em 4


microcomputadores da 1a à 4a e da 6a à 8a operações. A 5a e 9ª operaçôes
foram realizadas apenas no servidor. Concluída a 8a operação, obteve-se uma
base de dados para cada arquivo tratado. Na 9ª etapa, as bases de dados
obtidas foram consolidadas, criando a BiblioWoS. A Figura 4.17 apresenta a
seqüência de processamento seguida para o procedimento desenvolvido.
109

PCs Arquivo gerado


Software usado Servidor

19xxy0.inp
Extração 147 arquivos dos CDs WinZip

19xxy1.inp
O1: Limpeza de dados FSR

19xxy2.inp
O2: Inserção da fonte Infotrans

19xxy3.inp
O3: mudanças em campos Infotrans

19xxy4.inp
O4: inserção da classificação FSR

Armazenagem
dos arquivos
N Validação
dos dados

S Backup

Dbx e mdf
VisualBasic O5: Criação de índice de

19xxy6.new
O6: substituição códigos/autores Visual Basic O6: substituição códigos/autores

19xxy7.inp
O7: codificação para Folio Infotrans O7: codificação para Folio

19xxy8.inp
O8: importação pelo Folio Folio O8: importação pelo Folio

O9: Implementação na internet

Figura 4.17: Seqüência de processamento seguida para a criação da BiblioWoS


110

4.1.5 BiblioWos: uma nova base de dados criada a partir da Web of


Science

Muitos desafios foram superados para o desenvolvimento do método e a


criação da BiblioWoS, entre eles:
• a necessidade de obtenção empírica do conhecimento sobre a estrutura de
organização dos dados, sem documentação de suporte do produtor da base
de dados, principalmente em relação aos campos presentes, sua ordem de
ocorrência nos registros, quais campos podem ocorrer mais de uma vez em
um mesmo registro e qual o significado de cada campo.
• a grande quantidade de dados envolvida (cerca de 30 milhões de registros,
300 milhões de citações e 55 Gbytes), que tornou moroso o processo de
avaliação da qualidade dos dados preparados e da programação
estabelecida. A simples abertura em editor de textos de alguns dos arquivos
trabalhados chega a demorar mais de 1 hora.
• A proveniência do sistema UNIX dos arquivos contendo os dados da Web of
Science, que trouxe algumas dificuldades para o uso de softwares do
sistemas DOS e Windows.
• As variações de conteúdo, estrutura e qualidade dos dados da Web of
Science ao longo dos anos afetaram a programação para reestruturação
dos dados
Superados os desafios, a BiblioWoS foi criada especificamente como
resultado do presente trabalho, e está disponibilizada para consulta na rede
local do NIT/Materiais ou via internet, com acesso controlado. Nas duas
versões há vários recursos de busca, incluindo busca por campos, curingas,
operadores booleanos e operadores de proximidade. Para ambas as versões
foram desenvolvidas interfaces amigáveis e direcionadas de busca chamadas
"Guided Search" e interfaces voltadas para usuários avançados chamadas
"Expert Search", onde há liberdade para composição de expressões de busca.
A figura 4.18 ilustra um registro da versão para acesso local da
BiblioWoS e a figura 4.19 apresenta a interface "Guided Search" que permite
111

busca dirigida por campos e relaciona os recursos de busca disponíveis na


BiblioWoS.
A figura 4.20 mostra um registro da BiblioWoS disponível através da
internet e a figura 4.21 mostra a interface "Guided Search" para busca por
campos na BiblioWoS via internet.
Na versão local, é possível recuperar em uma única operação um
arquivo texto contendo todos os registros resultantes da busca, sem limitação
para o número de registros que podem ser recuperados por operação. Pode
inclusive ser recuperada a base toda dessa maneira. A figura 4.22 ilustra o
processo de recuperação de dados resultantes de busca para a versão local da
BiblioWoS.

Figura 4.18: Exemplo de registro da BiblioWoS para acesso local.


112

Figura 4.19: Interface "Guided Search" da BiblioWoS acessível localmente.

Figura 4.20: Exemplo de registro da BiblioWoS para acesso local.


113

Figura 4.21: Interface "Guided Search" da BiblioWoS para internet

Figura 4.22: Recuperação de dados a partir da versão local da BiblioWoS.


114

Após a execução do método que resultou na criação da BiblioWoS, foi


realizada uma busca nessa base de dados para a recuperação de registros
sobre recobrimentos e filmes que foram empregados em análise bibliométrica
para a prospecção tecnológica sobre tratamentos de superfície.

4.1.6 Oportunidades para aumento de eficiência relativa ao Derwent


Innovation Index

A base de dados Derwent Innovation Index foi desenvolvida para


localização de patentes e apresenta aspectos que podem ser alterados para
melhorar sua eficiência para a análise bibliométrica de dados.
O Innovation Index não tem em seus registros um campo específico
sobre o ano da patente. O campo PI – priority information, indica o número o
país e data do primeiro depósito da patente e pode ser utilizado para a criação
de um novo campo contendo apenas o ano de prioridade da patente. O
Innovation Index também não apresenta um campo específico contendo
o país de origem da patente. O conteúdo do campo PI também pode ser
utilizado para a criação desse campo, levando em conta que, segundo alguns
autores (MOGEE, 1997), em 90% dos casos a patente é depositada primeiro
no país em que ocorreu a invenção.
O campo DS designate states indica os países onde a patente foi
depositada. Ele não é organizado adequadamente para análise automatizada.
Há repetição de nomes dos países e falta o nome do país de prioridade. O
conteúdo do campo DS pode ser somado ao do campo PI e reestruturado com
a criação de um novo campo.
A criação de um campo com todos países em que a patente foi
depositada possibilita a criação de mais um campo ausente no Innovation
Index, para indicar o número de países em que as patentes foram depositadas.
É importante saber se uma patente foi depositada apenas em um país
(geralmente, o país em que ocorreu invenção) ou em muitos países.
115

A Derwent atribui códigos às empresas que possuem patentes.


Empresas pertencentes a um mesmo grupo controlador recebem o mesmo
código. No entanto, o Innovation Index apresenta códigos e nomes de
empresas juntos no mesmo campo. A criação de campos específicos para os
nomes e, principalmente, para os códigos da empresas é uma oportunidade
para melhorar a análise bibliométrica.
O Innovation Index apresenta códigos da Classificação Internacional de
Patentes e do Derwent Manual Codes atribuídos às patentes. Tanto a CIP
como os Manual Codes são classificações hierárquicas. Por exemplo, a seção
C da CIP trata de química e metalurgia; a classe C23 trata de recobrimento de
metais, tratamentos de superfície e inibição da corrosão; a sub-classe C23C
trata de alguns processos de recobrimento e tratamento de superfície, como
implantação iônica, CVD, PVD e outros; o grupo principal C23C-002/00 trata de
recobrimento por imersão a quente e o grupo C23C-002/06 trata de
recobrimento por imersão a quente com ligas de zinco ou cádmio. A hierarquia
do Manual Code funciona de forma semelhante. Nas patentes, os códigos de
classificação são apresentados por inteiro, mas para algumas análises é
interessante trabalhar em níveis mais genéricos da tecnologia, o que pode ser
conseguido com o corte dos códigos de classificação com um certo número de
caracteres. A criação de campos adicionais com códigos CIP de 1, 3, 4 ou 8
caracteres possibilita a análise em diversos níveis tecnológicos. Para o Manual
Code, o corte dos códigos tem o mesmo efeito, mas os cortes significativos são
com 1, 3, 5 ou 7 caracteres.
Com base nas oportunidades de melhoria detectadas para o Innovation
Index, é proposto um método de preparação de dados que inclui a criação de
vários novos campos. A figura 4.23 apresenta esquematicamente o método
proposto para preparação dos dados recuperados do Innovation Index e suas
operações componentes. Ela mostra também como o método integra-se ao
processo de análise automatizada da informação.
116

Derwent Innovation Index

Busca

Arquivo texto recuperado


AE ____________________________
PN ____________________________
MC ____________________________
PI ____________________________
IP ____________________________
DS ____________________________

Preparação dos dados


1. Limpeza de dados
2. Criação de novos campos
3. Remoção de duplicações
4. Codificação para software gerenciador (opcional)
5. Importação para o software gerenciador (opcional)

Opção 1 Opção 2

Base de dados operacional Preparação


automatizada dos dados

Busca Texto preparado para análise


NA ____________________________
CA ____________________________
M5 ____________________________
PA ____________________________
AP ____________________________
I4 ____________________________
PP ____________________________
NP ____________________________

Tratamento Tratamento Representação


bibliométrico estatístico gráfica

Análise Automatizada da Informação

Figura 4.23: Método proposto para preparação dos dados do Derwent


Innovation Index e sua integração à análise automatizada da informação.
117

As operações desenvolvidas para o método foram as seguintes:


1a Operação: Limpeza de dados – eliminação dos campos contendo
informação desnecessária para as análises pretendidas com os dados
recuperados do Innovation Index;
2a. Operação: Criação de novos campos–Criação de novos campos (Código
do assignee, Nome do assignee, Manual Code com 1, 3, 5 e 7 dígitos, Paíse de
origem da patente, Ano da patente, Classificação Internacional com 1, 3, 4 e 8
dígitos, Países em que a patente foi depositada e Número de países em que a
patente foi depositada)
3a. Operação: Remoção de duplicações– Comparação dos códigos
presentes no campo GA – primary accession number para remoção de
registros em duplicata.
4a. Operação: codificação para software gerenciador- introdução de códigos
de início e fim de registros e campos, deixando dados prontos para criação da
base de dados operacional. Esta operação é opcional. Os dados preparados
até a 3ª operação são prontos para análise automatizada. A codificação só é
realizada se há interesse em criar a base de dados operacional.
5a. Operação: importação pelo software gerenciador – criação da nova base
de dados e importação dos dados preparados na 4a operação. Esta operação é
opcional e só é realizada se há interesse em criar a base de dados operacional.

4.1.7 Execução do método proposto para preparação de dados do


Derwent Innovation Index

A execução do método proposto iniciou-se com a recuperação de dados


no Innovation Index. Foram recuperados dois conjuntos de dados: um sobre
compressores herméticos, contendo 9.418 registros e outro sobre
compressores herméticos e desgaste, contendo 223 registros. Os dados
recuperados foram processados separadamente, em 1 etapa e com 1
microcomputador, como ilustra a figura 4.24. Após a execução do método
proposto, foi gerada uma base de dados operacional contendo 5.997 registros
118

livres de duplicatas, provenientes do conjunto de 9.418 registros. Para o


conjunto de 223 registros não foi gerada uma base de dados operacional e sim
um novo arquivo texto, pronto para a análise bibliométrica automatizada.

Infotrans
1 etapa
1 PC

DII.txt DII
original do DII pronto para análise

Figura 4.24: Fluxograma da preparação desenvolvida para o Innovation Index.

A figura 4.25 apresenta uma comparação de estrutura entre os dados


recuperados do Innovation Index e os dados preparados, mostrando os novos
campos introduzidos.
119

ANTES DA PREPARAÇÃO DEPOIS DA PREPARAÇÃO

PT PUBLICATION TYPE PT PUBLICATION TYPE


AU INVENTORS AU INVENTORS
AE ASSIGNEE CODE & NAME NA NOME DO ASSIGNEE
CA CÓDIGO DO ASSIGNEE
AE ASSIGNEE CODE & NAME

TI TITLE TI TITLE
AB ABSTRACT AB ABSTRACT
PN PATENT NUMBER PN PATENT NUMBER
GA PRIMARY ACCESSION NUMBER GA PRIMARY ACCESSION NUMBER
DC DERWENT CLASS DC DERWENT CLASS
MC DERWENT MANUAL CODE M1 DERWENT MANUAL CODE 1 DÍGITO

M3 DERWENT MANUAL CODE 3 DÍGITOS

M5 DERWENT MANUAL CODE 5 DÍGITOS

M7 DERWENT MANUAL CODE 7 DÍGITOS

MC DERWENT MANUAL CODE


PI PRIORITY INFORMATION PI PRIORITY INFORMATION
PA PAÍS DE ORIGEM DA PATENTE
AP ANO DA PATENTE
AD APPLICATION DATA AD APPLICATION DATA
IP INTERNATIONAL PATENT CLASS I1 IPC SEÇÃO
I3 IPC CLASSE
I4 IPC SUBCLASSE
I8 IPC GRUPO
IP INTERNATIONAL PATENT CLASS
DS DESIGNATED STATES DS DESIGNATED STATES
PP PAÍS DA PATENTE
NP NÚMERO DE PAÍSES DA PATENTE
Figura 4.25: Mudança de estrutura dos dados recuperados do Innovation Index
após aplicação do procedimento desenvolvido.

Depois de preparados, os dois conjuntos de dados foram empregados


na prospecção tecnológica sobre tratamentos de superfície.
A proposição e execução dos 3 métodos apresentados permitiu verificar
a existência de necessidades comuns aos 3 casos de preparação dos dados e
120

o estabelecimento de um método genérico que facilita o desenvolvimento de


soluções para outras bases de dados. Esse método é composto por:
• conhecimento de técnicas empregadas na análise bibliométrica
automatizada, incluindo objetivos da análise; operacionalização da análise
com o uso de softwares e determinação de necessidades de conteúdo e
estrutura dos dados para implementação da análise automatizada;
• avaliação da disponibilidade dos dados que serão preparados,
principalmente quanto a forma de acesso aos dados, forma de recuperação
do dados para preparação, conteúdo dos dados disponíveis para
preparação e estrutura de organização dos dados;
• identificação de oportunidades de melhoria da análise através da
preparação dos dados, incluindo o ajuste dos dados disponíveis para o uso
em análise automatizada e a criação de novas formas de análise;
• avaliação da viabilidade técnica da oportunidade detectada e sua
concretização em procedimento automatizado de preparação dos dados.
Para ao caso particular da Web of Science, é importante lembrar que
apesar de uma série de dificuldades, a execução do método foi concluída com
a criação da BiblioWoS em duas versões: local e via internet. A BiblioWoS é
uma base de dados permanente, que não é descartada após a finalização da
prospecção tecnológica sobre tratamentos de supefície mostrada neste
trabalho e está pronta para ser utilizada em elaboração de indicadores e
estudos de todas as áreas da ciência. A implementação da BiblioWoS
consolida uma série de melhorias em relação à Web of Science para aplicação
de análise bibliométrica, incluindo a facilidade de recuperação de grande
quantidade de informação, a introdução da classificação do ISI e a introdução
dos nomes de todos os autores de artigos citados pertencentes à Web of
Science. A introdução dos nomes dos autores citados colabora para minimizar
uma das maiores críticas ao uso da Web of Science e da análise de citações
para a elaboração de indicadores científicos.
Apesar da boa qualidade dos resultados obtidos a partir dos dados
recuperados da BiblioWoS, é importante comentar que a utilização desses
resultados para a análise do desenvolvimento científico e tecnológico no Brasil
121

precisa ser complementada com indicadores provenientes de outras fontes de


informação, principalmente porque a participação da produção científica
brasileira gira em torno de 1,1 % do conteúdo da BiblioWoS 4.
Outras bases de dados além do Metadex e do Derwent Innovation Index
estudados neste trabalho são importantes para complementar os indicadores
produzidos a partir da BiblioWoS. As bases de dados Pascal e Francis, têm
cobertura multidisciplinar e complementar à BiblioWoS, sendo que
aproximadamente 50% das revistas incluídas na Pascal não estão incluídas na
BiblioWoS (relatório Web of Science).
As base de dados especializadas, como Compendex, Metadex outras
são fundamentais para a complementação dos indicadores obtidos da
BiblioWoS devido à exaustividade de cobertura de suas áreas de
especialização. É importante ainda complementar indicadores criados da
BiblioWoS com dados extraídos das bases de dados brasileiras, podendo ser
destacadas para esse uso a Scielo e a Plataforma Lattes.
Apesar da disponibilidade de muitas bases de dados científicas e
tecnológicas úteis para a elaboração de indicadores bibliométricos, o processo
de análise da informação em estudos de inteligência competitiva, prospecção
tecnológica e avaliação científica necessita da elaboração de indicadores
baseados em outros critérios além da publicação científica e a consulta a
especialistas para proporcionar uma análise mais abrangente e completa do
assunto estudado.

4
Dados verificados através de buscas no site http://webofscience.fapesp.br para o ano 2000
122

4.2 Prospecção de tecnologias de tratamentos de superfície de materiais


para aumento da resistência ao desgaste em compressores
herméticos.

4.2.1 Indicadores relativos à resistência ao desgaste

A tabela 4.3 apresenta as palavras-chave com freqüência maior que 30


e que representam processos de tratamentos de superfície.

Tabela 4.3: Tratamentos de superfície associados à resistência ao desgaste.


PROCESSOS DE TRATAMENTO DE SUPERFÍCIE Nº DE ARTIGOS
Plasma Spraying 275
Ion Implantation 213
Nitriding 192
Ion Nitriding 187
Laser Beam Hardening 175
Surface Hardening 174
Hard Surfacing 155
Surface Alloying 121
Physical Vapor Deposition 120
Carbonitriding 118
Chemical Vapor Deposition 98
Carburizing 85
Spray Coating 79
Flame Spraying 79
Ion Plating 75
Cladding 75
Electroless Nickel Plating 71
Vapor Deposition Coating 70
Sintering (Powder Metallurgy) 67
Electrodeposition 66
Chromium Plating 66
Sputtered Coatings 60
Plasma Arc Surfacing 55
Electroplating 52
Sputtering 50
Laser Beam Melting 47
Powder Metallurgy 45
Diffusion Coating 39
Powder Spraying 34
Multilayers 30
Fonte: Metadex
123

Foram identificados tratamentos de aspersão térmica, implantação


iônica, nitretação, deposição de fase vapor, eletrodeposição, processamento a
laser e outros. Os tratamentos de aspersão térmica, implantação iônica e
nitretação são os mais fortemente ligados à resistência ao desgaste.
Há vários trabalhos publicados que estudam o efeito, sobre a resistência
ao desgaste, de processos e variáveis envolvidas tanto no processamento
como na aplicação dos materiais. O tratamento do novo campo "Efeitos"
permitiu verificar quais são os processos e variáveis mais estudados,
apresentados na tabela 4.4.

Tabela 4.4: Processos e variáveis mais estudados quanto a efeito sobre a


resistência ao desgaste.
PROCESSOS E VARIÁVEIS NO DE ARTIGOS
Coating Effects 941
Heating Effects 757
Alloying Effects 261
Composition Effects 230
Radiation Effects 129
Deformation Effects 50
Environmental Effects 37
Stress Effects 34
Temperature Effects 32
Welding Effects 29
Cooling Effects 18
High Temperature Effects 18
Corrosion Effects 15
Field Effects 15
Pressure Effects 11
Size Effects 10
Impurity Effects 9
Vibration Effects 7
Diffusion Effects 6
Cryogenic Effects 5
Orientation Effects 5
Shape Effects 2
Vacuum Effects 2
Fonte: Metadex, campo Fatores
124

O efeito de recobrimentos é o mais estudado no período, indicando que


os recobrimentos são uma maneira importante de alterar a resistência dos
materiais ao desgaste.
A tabela 4.5, construída a partir do tratamento do novo campo
"Propriedades" indica os materiais e produtos que tiveram suas propriedades
mecânicas estudadas no maior número de trabalhos. No tratamento deste
campo em particular, propriedades mecânicas pode ser considerada como um
indicativo de resistência ao desgaste porque: 1) a busca que proporcionou a
recuperação dos artigos tratados foi feita sobre resistência ao desgaste; 2) não
há um termo modificador específico para resistência ao desgaste no Metadex e
3) o termo propriedades mecânicas é mais genérico e inclui o termo resistência
ao desgaste, de acordo com a hierarquia do tesauro do Metadex.

Tabela 4.5: Materiais e produtos que tiveram suas propriedades mecânicas


estudadas no contexto da resistência ao desgaste.
MATERIAIS E PRODUTOS No DE ARTIGOS
Sprayed Coatings 162
Particulate Composites 158
Coatings 147
Protective Coatings 132
Ceramic Coatings 120
Chromium Steels 106
Cast Iron 104
Aluminum Base Alloys 98
Powder Metallurgy Parts 87
Bearing Steels 86
Cemented Carbides 78
Tool Steels 75
Austenitic Stainless Steels 74
Medium Carbon Steels 73
High Speed Tool Steels 70
Carbon Steels 66
Castings 64
Steels 63
Vapor Deposited Coatings 61
Titanium Base Alloys 61
Fonte: Metadex, campo Propriedades
125

Os recobrimentos obtidos por aspersão são os que tiveram suas


propriedades mecânicas mais pesquisadas no período. Entre os 5 materiais
mais pesquisados quanto às propriedades mecânicas, 4 são recobrimentos, o
que indica a importância desse tipo de tratamento de superfície para alterar a
resistência ao desgaste.

Tendo em vista a importância do recobrimento para a resistência ao


desgaste, verificada através das tabelas 4.4 e 4.5, foram determinados quais
os materiais e produtos que estão sendo recobertos e quais os materiais
utilizados como recobrimentos. A tabela 4.6 foi construída a partir do
tratamento do novo campo "Formas dos materiais". Ela apresenta os 21
materiais mais pesquisados no período como recobrimentos para resistência
ao desgaste.

Tabela 4.6: Recobrimentos resistentes ao desgaste mais estudados no


período.

RECOBRIMENTOS NO DE ARTIGOS
Titanium Nitride 241
Nickel Base Alloys 154
Cemented Carbides 104
Titanium Carbide 92
Composite Materials 81
Nitrides 71
Aluminum Oxide 62
Nickel 58
Chromium 57
Particulate Composites 52
Ferrous Alloys 49
Tungsten Carbide 46
Carbides 45
Chromium Compounds 45
Cobalt Base Alloys 42
Titanium Compounds 36
Carbon 33
Cermets 29
Chromium Carbide 28
Silicon Carbide 26
Aluminum Compounds 26
Fonte: Metadex, campo Formas
126

O nitreto de titânio é o material mais pesquisado no período. Ligas de


níquel, ferro e cobalto, carbonetos de titânio, tungstênio, cromo e silício, além
de óxidos e outros compostos, também são bastante pesquisados. Dos 198
materiais identificados ao todo, 100 foram assunto de apenas um ou dois
artigos publicados. Esse fato indica que há interesse em ampliar as alternativas
de materiais para uso em recobrimentos para resistência ao desgaste.
Os materiais para recobrimentos foram agrupados por tipo de material.
Quatro desses grupos são mostrados nas figuras 4.26 a 4.29. A figura 4.26
apresenta os nitretos estudados como recobrimentos.

250

200

150
Nº de artigos

100

50

0
Titanium Silicon Carbonitrides Boron
Nitretos

Figura 4.26: Nitretos estudados como recobrimentos para resistência ao


desgaste (Fonte: Metadex, campo Formas)

A figura 4.26 mostra que o recobrimento de nitreto de titânio é o mais


estudado para resistência ao desgaste. Os recobrimentos de nitreto de silício,
nitreto de boro e os carbonitretos são menos pesquisados para a resistência ao
desgaste.
Os recobrimentos de carbonetos estudados para resistência ao desgaste
são mostrados na figura 4.27.
127

120

100

80
Nº de artigos

60

40

20

0
Cemented Titanium Tungsten Chromium Silicon Vanadium
Carbides
Carbonetos

Figura 4.27: Principais recobrimentos de carbonetos estudados para resistência


ao desgaste (Fonte: Metadex, campo Formas)

O carboneto de titânio em particular é o mais estudado. Outros


carbonetos, como os de tungstênio, cromo e silício, têm um número importante
de estudos.
A figura 4.28 apresenta as ligas metálicas estudadas para uso como
recobrimentos.

160

140

120

100
Nº de artigos

80

60

40

20

0
Nickel Cobalt Aluminum Copper Chromium

Ligas metálicas

Figura 4.28: Principais ligas metálicas estudadas para uso como recobrimentos
resistentes ao desgaste (Fonte: Metadex, campo Formas)
128

As ligas à base de níquel são as mais estudadas para uso como


recobrimentos para resistência ao desgaste, embora as ligas de cobalto
também apresentem um número importante de estudos.
Os aços estudados para utilização como recobrimentos são
apresentados na figura 4.29.

10

7
Nº de artigos

0
Austenitic Martensitic Chromium High Speed Low Carbon
Stainless Stainless Steels Tool Steels Steels
Steels Steels
Aços

Figura 4.29: Aços estudados para utilização como recobrimentos para


resistência ao desgaste (Fonte: Metadex, campo Formas).

Dentre os aços, o mais estudado é o aço inoxidável austenítico. No


entanto, no conjunto, quando comparados às outras ligas metálicas, aos
carbonetos e aos nitretos, os aços são pouco estudados para uso como
recobrimentos resistentes ao desgaste.
Os materiais e produtos substratos que receberam recobrimentos foram
identificados a partir do novo campo "Processos". Os materiais e produtos são
mostrados na tabela 4.7, juntamente com o número de artigos em que cada
material ou produto está ligado a recobrimentos resistentes ao desgaste.
129

Tabela 4.7: Materiais e produtos cujo recobrimento visando à resistência ao


desgaste foi estudado
MATERIAIS E PRODUTOS NO DE ARTIGOS
Carbon Steels 128
High Speed Tool Steels 126
Steels 122
Aluminum Base Alloys 113
Low Carbon Steels 93
Austenitic Stainless Steels 86
Medium Carbon Steels 73
Cutting Tools 70
Titanium Base Alloys 70
Tool Steels 70
Stainless Steels 59
Cemented Carbides 55
Chromium Steels 51
Aluminum 50
Bearing Steels 41
Nickel Base Alloys 34
Chromium Molybdenum Steels 30
Copper 30
Titanium 25
Cast Iron 24
Outros 281 Produtos Ou Materiais menos de 24
Fonte: Metadex, campo Processos

Dos 20 ítens da tabela 4.7, apenas um é produto (cutting tools). Dos 19


materiais, 11 são aços e dos 7 materiais mais estudados, 6 são aços, indicando
que o aço de maneira geral é o material que concentra a maior parte das
pesquisas sobre recobrimento para elevação da resistência ao desgaste. A
presença de ferramentas de corte (cutting tools) e de 2 tipos de aços-
ferramenta (high speed tool steels e tool steels) indica a importância da
aplicação de recobrimentos a ferramentas de corte.
Tendo em vista que a resistência ao desgaste de recobrimentos não
depende apenas das propriedades do material do recobrimento, mas também
da interação do par substrato-recobrimento, os pares de materiais estudados
foram identificados e os mais frequentes são apresentados na tabela 4.8.
130

Tabela 4.8: Principais pares substrato-recobrimento pesquisados.


SUBSTRATO RECOBRIMENTO NO DE ARTIGOS
Cutting Tools Titanium Nitride 18
Carbon Steels Nickel Base Alloys 16
Tool Steels Titanium Nitride 14
Carbon Steels Cemented Carbides 14
Steels Titanium Nitride 11
Medium Carbon Steels Nickel Base Alloys 11
Low Carbon Steels Nickel Base Alloys 11
Low Carbon Steels Cemented Carbides 10
Cutting Tools Nitrides 10
Cemented Carbides Titanium Nitride 10
Carbon Steels Aluminum Oxide 10
Titanium Base Alloys Titanium Nitride 8
Cutting Tools Titanium Carbide 8
Chromium Steels Titanium Nitride 8
Titanium Titanium Nitride 7
Steels Composite Materials 7
Stainless Steels Titanium Nitride 7
Die Steels Titanium Nitride 7
Cemented Carbides Titanium Carbide 7
Tool Steels Nitrides 6
Steels Nickel Base Alloys 6
Low Carbon Steels Titanium Carbide 6
Low Carbon Steels Aluminum Oxide 6
Dies Titanium Nitride 6
Cutting Tools Carbides 6
Cutting Tools Aluminum Compounds 6
Carbon Steels Titanium Carbide 6
Carbon Steels Composite Materials 6
Aluminum Base Alloys Titanium Nitride 6
Aluminum Base Alloys Titanium Carbide 6
Fonte: Metadex, campos Processos e Formas

Pode-se destacar na tabela 4.8 o uso de recobrimentos de nitreto de


titânio sobre ferramentas de corte, de ligas de níquel sobre aço carbono, de
nitreto de titânio sobre aços-ferramenta e de carbonetos sinterizados sobre
aços carbono.
Os principais materiais recobertos com nitreto de titânio são
apresentados na figura 4.30.
131

18

16

14

12
Nº de artigos

10

0
Cutting Tool Steels Cemented Cr Titanium Die Stainless Ti Aluminum
Tools Steels Carbides Steels Base Steels Steels Base
Alloys Alloys
Materiais recobertos com Nitreto de Titânio

Figura 4.30: Principais substratos recobertos com nitreto de titânio (Fonte: Metadex,

campos Processos e Formas).

O nitreto de titânio tem sido estudado como opção para recobrimento de


66 materiais ou produtos, principalmente ferramentas de corte e aços ligados
como aços ferramenta, aços ao cromo e aços inoxidáveis, entre outros.
A figura 4.31 apresenta substratos recobertos por ligas à base de níquel.

16

14

12

10
Nº de artigos

0
Carbon Low Medium Steels Al Aluminum Cast Die Low Titanium
Steels Carbon Carbon Base Iron Steels Alloy Base
Steels Steels Alloys Steels Alloys

Materiais recobertos com Ligas a base de Níquel

Figura 4.31: Principais substratos recobertos com ligas à base de níquel (Fonte:

Metadex, campos Processos e Formas)


132

As ligas à base de níquel têm sido estudadas para recobrir 53 materiais


ou produtos. Elas mostram uma aplicação diferenciada do nitreto de titânio,
voltada principalmente para o recobrimento de aços carbono.
A figura 4.32 mostra os recobrimentos estudados para aplicação em aço
carbono visando à redução do desgaste.

16

14

12

10
Nº de artigos

0
Nickel Cemented Al Oxide Composite Titanium Titanium Zirconium
Base Alloys Carbides Materials Carbide Nitride Compounds

Recobrimentos para Aço Carbono

Figura 4.32: Principais recobrimentos para aço carbono (Fonte: Metadex, campos

Processos e Formas)

As ligas à base de níquel e os carbonetos cementados são os materiais


mais estudados no período para o recobrimento de aço carbono.
A partir do novo campo "Formas dos materiais" foram mapeadas as
formas em que são aplicados ligas e carbonetos para promover a resistência
ao desgaste. A figura 4.33, obtida através de análise estatística de
correspondência, mostra o mapeamento de palavras-chave que representam
ligas usadas para proporcionar resistência ao desgaste (simbolizadas por
quadrados vermelhos) em relação a palavras-chave que indicam a forma na
qual as ligas são usadas (indicadas por pontos azuis).
133

Figura 4.33: Mapeamento de formas de aplicação de ligas metálicas para


resistência ao desgaste. (Fonte: Metadex, campo Formas)

As ligas de alumínio e magnésio são aplicadas preferencialmente como


compósitos. As ligas de cobalto estão associadas principalmente ao uso de
dopantes. Ligas de cromo, níquel e chumbo são aplicadas como
recobrimentos. Zinco, cobre e titânio estão divididos entre aplicação como
compósitos e como recobrimentos. Nenhuma das ligas é claramente associada
à aplicação em filmes finos ou claddings.
A Figura 4.34 apresenta o mapeamento de palavras-chave que
representam os carbonetos de diversos elementos utilizados para proporcionar
resistência ao desgaste (representados por quadrados vermelhos) em relação
a palavras-chave que indicam as formas em que esses carbonetos são usados
(representadas por pontos azuis).
134

Figura 4.34: Mapeamento de formas de aplicação de carbonetos para


resistência ao desgaste (Fonte: Metadex, campo Formas).

O carboneto de nióbio é associado ao uso de dopantes, enquanto o


carboneto de silício é aplicado como compósito. Carbonetos de titânio, de
vanádio e de cromo são aplicados como recobrimentos.

4.2.2 Indicadores relativos materiais para compressores herméticos

A tabela 4.9 apresenta o ranking de palavras-chave resultante da busca


sobre compressores herméticos no Metadex. A presença das palavras-chave
“resistência ao desgaste”, “desgaste”, “tribologia” e “fricção” entre as mais
freqüentes do ranking indicam a importância da associação entre tecnologias
de materiais e o fenômeno de desgaste para os compressores herméticos.
135

Tabela 4.9: Ranking de palavras-chave associadas a compressores herméticos.


Descritores Nº de patentes
Compressors-- materials selection 10
Wear resistance 8
Failure analysis 7
Compressors-- mechanical properties 6
Compressors 6
Wear 5
Tribology 5
Sliding friction 5
Friction 5
Automotive components-- materials selection 5
Aluminum base alloys-- powder technology 5
Air conditioning equipment_ materials selection 5
Outras 532 palavras-chave 1a4

A tabela 4.10 apresenta os tratamentos de superfície que estão sendo


pesquisados para aplicação em compressores herméticos.

Tabela 4.10: Tratamentos de superfície para compressores herméticos


Tratamentos de superfície Nº de artigos
Plasma Spraying 3
Like Carbon Films 2
Ion Nitriding 2
Flame Spraying 2
Spray Coating 1
Physical Vapor Deposition 1
Nitriding 1
Hard Surfacing 1
Electroless Nickel Plating 1

A tabela 4.11 apresenta os materiais pesquisados especificamente para


uso como recobrimentos em compressores herméticos.
136

Tabela 4.11: Materiais para recobrimento de compressores herméticos


Recobrimentos Nº de artigos
Titanium Nitride 2
Tungsten Carbide 1
Titanium Carbide 1
Polymers 1
Polyesters 1
Nitrides 1
Martensitic Stainless Steels 1
Boron Nitride 1
Aluminum Base Alloys 1

A tabela 4.12 apresenta o ranking de pesquisadores com publicações


sobre tecnologias de materiais para compressores herméticos.

Tabela 4.12: Ranking de pesquisadores em tecnologias de materiais para


compressores herméticos.
Pesquisadores Nº de artigos
Iizuka, T 4
Vitale, D D 3
Nakagawa, Y 3
Kamitsuma, Y 3
Crispi, L 3
Outros 19 2
Outros 215 1
Fonte: Metadex

A tabela 4.13 apresenta o ranking de empresas e instituições de


pesquisa com publicações sobre tecnologias de materiais para compressores
herméticos.
137

Tabela 4.13: Ranking de entidades com publicações sobre tecnologias de


materiais para compressores herméticos.
Entidades Nº de patentes
Hitachi 8
Dresser-Rand 3
Intecso 3
Sumitomo electric industries 3
Toshiba 3
Allied-Signal 2
Bournemouth university 2
General motors 2
Hiroshima university 2
Kobe steel 2
Metal improvement 2
PUC Rio de Janeiro 1
Outros 63 entidades 1

Entre as empresas identificadas no ranking, destacam-se a Hitachi, a


Sumitomo e a Toshiba, grandes fabricantes de compressores herméticos. Entre
as instituições de pesquisa, é destacada a PUC do Rio de Janeiro, única
entidade brasileira presente no ranking.

4.2.3. Indicadores relativos a recobrimentos de materiais

A figura 4.35 apresenta uma distribuição de áreas do conhecimento


pesquisadas pelos 10 primeiros países do ranking de publicações da área
recobrimentos e filmes.
138

2000

1800

1600

1400
Número de artigos

1200

1000

800

600

400

200

0
Países US Áreas do conhecimento
JP DE
FR GB
CN IT RU NL TW
US USA CN China MATERIALS_SCIENCE'COATINGS_AND_FILMS
JP Japan IT Italy PHYSICS'CONDENSED_MATTER
DE Germany RU Russia CHEMISTRY'PHYSICAL
METALLURGY_AND_METALLURGICAL_ENGINEERING
FR France NL Netherlands CHEMISTRY'APPLIED
GB England TW Taiwan MATERIALS_SCIENCE
MATERIALS_SCIENCE'COMPOSITES
ELECTROCHEMISTRY

Figura 4.35: Distribuição por país de áreas do conhecimento ligadas a


recobrimentos e filmes pesquisadas (Fonte: BiblioWoS).

A figura mostra que os Estados Unidos são o país com maior número de
publicações sobre recobrimentos e filmes, embora esse fato deva ser
considerado com precaução, conforme indicado no item 2.3 da revisão. A figura
mostra também que as áreas do conhecimento “física - matéria condensada” e
“físico-química” têm uma associação importante com recobrimentos e filmes.
A figura 4.36 apresenta as áreas do conhecimento pesquisadas pelos
países situados entre 11º e 29º lugar no ranking de publicações.
139

100

90

80

70
Número de artigos

60

50

40 ES Spain
SE Sweden
30 CA Canada
BE Belgium
20 IN India
CH Switzerland
10 AU Australia
0
PO Poland
FI Finland
ES SE CA
BE IN CH KR South_Korea
AU PO FI
KR IL GR IL Israel
AT UK HU GR Greece
Países DK RO
BR CZ AT Austria
PHYSICS'CONDENSED_MATTER
UK Ukraine
CHEMISTRY'PHYSICAL
METALLURGY_AND_METALLURGICAL_ENGINEERING HU Hungary
CHEMISTRY'APPLIED DK Denmark
MATERIALS_SCIENCE RO Romania
MATERIALS_SCIENCE'COMPOSITES BR Brazil
ELECTROCHEMISTRY CZ Czech_Republic

Figura 4.36: Distribuição por país de áreas do conhecimento ligadas a


recobrimentos e filmes pesquisadas (Fonte: BiblioWoS).

A figura permite a comparação entre áreas de interesse na pesquisa de


diversos países, inclusive o Brasil, que tem trabalhos publicados nas áreas de
“física - matéria condensada”, “físico-química” , “metalurgia”, “química aplicada”
e “ciência dos materiais”.
A tabela 4.14 apresenta os 16 primeiros autores do ranking de
publicações na área de recobrimentos e filmes. A tabela apresenta também o
número de citações recebidas de artigos da área por cada um dos autores.
140

Tabela 4.14: Ranking de autores por publicação em recobrimentos e filmes


Autor Nº Publicações Nº Citações
Borruso M 83 0
Altmayer F 58 5
Mattox Dm 57 63
Phillips Rw 46 5
Langan Jp 38 2
Miller Mk 31 217
Matthews A 30 245
Sakurai T 28 191
Grobin Aw 28 0
Crandall R 26 0
Ito T 25 137
Perry Aj 23 238
Hiraki A 22 95
Zahn M 20 0
Quaeyhaegens C 20 61
Block Jh 20 144
Fonte: BiblioWoS

Alguns dos autores mais produtivos são pouco citados por artigos da
área. Quatro autores, inclusive o autor mais produtivo, não são citados nem
uma vez. Uma possível explicação para esse comportamento é o tipo de
publicação de cada autor. Das 83 publicações do autor mais produtivo,
Borruso, apenas 11 são artigos. As outras publicações são letters e editorais. O
autor Grobin, tem apenas 6 artigos entre suas 58 publicações. Para os autores
mais citados, praticamente todas publicações são artigos, como Perry, por
exemplo, que tem 22 artigos entre suas 23 publicações.
A tabela 4.15 apresenta os números de publicações, de citações e de
auto-citações, na área específica e na base de dados toda (para o período de
1993 a 1997), dos autores mais citados da área de recobrimentos e filmes
141

Tabela 4.15: Publicações, citações e auto-citações dos autores mais citados na


área de recobrimentos e filmes
Nº Publicações Nº artigos em que foi citado** Auto-citações
Autores
Geral Área % Geral Área % Geral Área
Sundgren Je 69 3 4,3 1190 170 14,3 53 2
Greene Je 88 3 3,4 1485 137 9,2 71 3
Seah Mp 32 2 6,3 1769 125 7,1 31 2
Knotek O 52 18 34,6 322 123 38,2 23 14
Perry Aj 37 23 62,2 610 120 19,7 26 20
Rickerby Ds 0 0 - 416 117 28,1 0 0
Matthews A* - - - - 117 - - -
Briggs D 62 0 0,0 2563 114 4,4 16 0
Sproul Wd 39 12 30,8 515 109 21,2 30 12
Munz Wd 17 11 64,7 313 104 33,2 15 10
Aspnes De 80 7 8,8 2684 104 3,9 53 6
Sakurai T* - - - - 92 - - -
Ertl G* - - - - 85 - - -
Miller Mk 91 31 34,1 659 82 12,4 55 27
Conrad Jr 31 1 3,2 311 60 19,3 22 1
Leskela M 124 17 13,7 473 50 10,6 90 15
* autores com homônimos Fonte: BiblioWoS

A análise da tabela 4.15 permite a separação dos pesquisadores em


dois grupos principais: a) pesquisadores que posssuem percentualmente
poucas publicações na área, mas são relativamente bastante citados na área,
como Sundgren, Greene, Seah, Briggs e Conrad. Esses autores pesquisam
principalmente em outras áreas mas seus resultados são importantes para a
área de recobrimentos e filmes; b) pesquisadores especialistas em
recobrimentos que publicam muito nessa área e são citados por muitos
trabalhos, de forma absoluta ou percentual. Integram o grupo os pesquisadores
Perry, Miller, Munz, Knotek e Sproul.
O autor Rickerby é um caso único entre os 16 pesquisadores do ranking
pois ele não publicou nenhum trabalho em nenhuma área no período e ainda
assim foi bastante citado. Esse fato pode indicar, por exemplo, a aposentadoria
do pesquisador. Os pesquisadores Matthews, Sakurai e Ertl têm homônimos
atuando em outras áreas, fato que distorce a análise envolvendo o número
global de publicações e citações desses pesquisadores. Por isso, não foram
investigados na tabela 4.15.
A figura 4.37 apresenta a rede de co-citação de autores da área.
142

Áreas do conhecimento dos artigos que citam: 1. SUNDGREN 2. SEAH 3. HIMPSEL 4. NICOLET
materials_science'coatings_and_films 679 299 221 160
physics'condensed_matter 139 248 209 126
chemistry'physical 135 247 207 124
metallurgy_and_metallurgical_engineering 7 8 1 0
chemistry'applied 0 15 0 0
materials_science 13 0 8 0
materials_science'composites 4 1 2 2
electrochemistry 4 1 2 2

Palavras-chave dos artigos que citam:


1. SUNDGREN 2. SEAH 3. HIMPSEL 4. NICOLET
films 122 ray photoelectron-spectroscopy 33 spectroscopy 25 Films 26
deposition 104 spectroscopy 33 surfaces 25 thin-films 26
coatings 83 films 31 photoemission 24 Growth 23
thin-films 67 xps 26 silicon 24 Si 19
tin 46 oxidation 22 interface 23 Silicon 16
growth 41 aes 21 adsorption 21 Deposition 10
hard coatings 38 surfaces 18 growth 21 Copper 7
behavior 30 oxygen 16 surface 19 Diffusion 7
titanium 30 spectra 16 oxidation 17 Silicides 7
adhesion 29 surface 16 Gaas 16 Alloys 6
microstructure 29 thin-films 16 electronic-structure 15 Coatings 6
wear 29 deposition 14 states 15 si(111) 6
titanium nitride 24 electron-spectroscopy 12 oxygen 14 Systems 6
plasma 23 photoemission 12 Gaas(110) 13 Interface 5
steel 22 adsorption 11 hydrogen 13 ion-implantation 5
physical vapor-deposition 21 adhesion 10 Si 13 Kinetics 5
nitride 20 auger-electron spectroscopy 10 Films 12 Layers 5
layers 19 catalysts 10 si(111) 11 Surface 5
chemical-vapor-deposition 18 esca 9 chemical-vapor-deposition10 System 5
stress 18 photoelectron-spectroscopy 8 interfaces 10 Bombardment 4

Figura 4.37: Mapa de co-citações de autores mostrando grupos de autores co-


citados, áreas do conhecimento e palavras-chave relacionadas a
cada grupo. Ligação mínima = 20. (Fonte: BiblioWoS).
143

A rede mostra a presença de alguns grupos de autores cujos artigos são


citados juntos por artigos da área de recobrimentos e filmes. Foi verificada a
temática abordada pelos artigos que citam autores pertencentes um mesmo
grupo. Os artigos que citam autores do grupo de Sundgren têm como contexto
de pesquisa as áreas de recobrimentos e filmes, metalurgia e ciência dos
materiais. A ocorrência das palavras-chave desgaste, nitreto de titânio, plasma,
PVD, CVD, camadas e outras sugerem o foco em pesquisa sobre o uso de
métodos de tratamentos de superfície para aumentar a resistência ao
desgaste.
Os artigos que citam autores do grupo de Seah têm como contexto
científico principal as áreas de matéria condensada, físico-química, além de
metalurgia e química aplicada. As principais palavras-chave utilizadas sugerem
o foco de pesquisa em caracterização de recobrimentos, principalmente
utilizando várias técnicas de espectroscopia.
Os artigos que citam autores do grupo de Himpsel abordam as áreas de
matéria condensada, físico-química e ciência dos materiais. O foco das
pesquisas está voltado para a produção de circuitos integrados (arseneto de
gálio e silício) utilizando o processo CVD.
Os artigos que citam autores do grupo de Nicolet abordam matéria
condensada e físico-química, focando processos de difusão, deposição,
implantação iônica e os materiais silício e cobre, sem preocupação com
desgaste.

A tabela 4.16 apresenta as entidades brasileiras com publicações sobre


recobrimentos e filmes, com destaque para a Unicamp, entidade brasileira com
maior número de publicações no período
144

Tabela 4.16: Ranking de entidades brasileiras com publicações sobre


recobrimentos e filmes no período de 1993 a 1997.
Entidades Brasileiras No Artigos
Univ Estadual Campinas 15
Univ Fed Rio Grande Sul 7
Univ Fed Rio De Janeiro 6
Puc Rio De Janeiro 4
Cosipa Steel Co 2
Ctr Pesquisas Energia Eletr 2
Fed Univ Goias 2
Univ Fed Bahia 2
Univ Fed Santa Catarina 2
Univ Sao Paulo 2
Assoc Brasileira Fabricantes Tintas 1
Comiss Nacl Energia Nucl 1
Inst Nacl Pesquisas Espaciais 1
Inst Nacl Tecnol 1
Inst Tecnol Alimentos 1
Methodist Univ Piracicaba 1
Univ Fed Sao Carlos 1
Univ Fed Uberlandia 1

A tabela 4.17 apresenta os autores de artigos em que pelo menos um


dos autores é brasileiro. A BiblioWoS, assim como a Web of Science, não
estabelece com precisão a relação autor – país de origem (veja item 2.2, p.19).
145

Tabela 4.17: Ranking de autores de artigos contendo ao menos um autor


brasileiro
Autores Nº Artigos
Peled A 4
Baranauskas V 4
Demiranda Pev 3
Baumvol Ijr 3
Wolf Gk 2
Travaairoldi Vj 2
Tabata A 2
Schroer A 2
Schreiner Wh 2
Sacilotti M 2
Morais J 2
Monteil Y 2
Moneger S 2
Mattos Or 2
Margarit Icp 2
Livi Rp 2
Landers R 2
Hubler R 2
Gawne Dt 2
Garcia Ma 2
Freire Fl 2
Fragata Fl 2
Foerster Ce 2
Decastilho Cmc 2
Corat Ej 2
Braga Akd 2
Bott Ah 2
Bertazzoli R 2
Benyattou T 2
Behar M 2
Arieta Fg 2
Amaral L 2
Abraham P 2
Outros 86 1
Fonte: BiblioWoS

Os autores presentes na tabela 4.17 são potenciais especialistas


brasileiros sobre recobrimentos e filmes. A nacionalidade dos 4 primeiros
autores do ranking foi verificada através de consulta por nome à Plataforma
146

Lattes e houve confirmação que Baranauskas, Demiranda e Baumvol são


brasileiros. Os outros autores podem ser checados dessa maneira.

4.2.4 Indicadores relativos a compressores herméticos

A figura 4.38 foi construída a partir do novo campo “País de prioridade” e


apresenta os principais países de origem das patentes sobre compressores
herméticos.

Japão
Países de prioridade de patentes depositadas

Estados Unidos

Coréia do Sul
em mais de um país

Brasil

Alemanha

Itália

Grã-Bretanha

França

Austrália

Dinamarca

0 100 200 300 400 500 600 700 800 900


Nº de patentes Fonte: DII,
campo País de prioridade

Figura 4.38: Número de patentes originadas de cada país considerando apenas


as patentes válidas em mais de um país.

O Japão é o maior desenvolvedor de tecnologias na área de


compressores herméticos com 824 patentes, seguido pelos Estados Unidos
com 451 patentes, Coréia do Sul, Brasil, Alemanha e Itália, num patamar de
aproximadamente 100 patentes por país. Essa figura é um indicativo de quanto
o país é competitivo na indústria de compressores.
147

A figura 4.39 apresenta os 10 países onde foram depositadas mais


patentes sobre compressores herméticos. Ela foi construída a partir do novo
campo “País da patente” e é um indicativo dos mercados mais visados pelos
fabricantes de compressores.

Estados Unidos
Países onde as patentes

Alemanha
foram depositadas

França
Japão
Grã-Bretanha
Itália
Espanha
Coréia do Sul
Suécia
Holanda
0 500 1000 1500
Nº de patentes
Fonte: DII, campo País da Patente

Figura 4.39: Países onde foram depositadas patentes sobre compressores


herméticos.

A figura 4.40 apresenta o número de patentes depositadas anualmente


entre 1990 e 1999.

250

200
Nº de patentes

150

100

50

0
1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999
Ano de prioridade da patente
Fonte: DII, campo Ano da patente

Figura 4.40: Depósitos anuais de patentes entre 1990 e 1999.


148

O crescimento do número de patentes depositadas a cada ano indica


que há interesse das empresas em desenvolver tecnologias de compressores
herméticos. O crescimento mais acentuado a partir de 1995 pode estar
associado à revisão feita em 1993 ao Protocolo de Montreal de 1987, alterando
o prazo para banimento dos gases CFC de 2000 para 1996 (item 2.4 da
revisão). A antecipação forçou os fabricantes a desenvolverem tecnologias de
gases refrigerantes, lubrificantes e materiais para permitir o funcionamento dos
compressores com outros gases. Um dos prováveis motivos para o
crescimento manter-se após 1996 é a determinação, na mesma revisão de
1993 ao Protocolo de Montreal, da eliminação gradual dos gases HCFC,
substitutos imediatos dos CFC, a partir de 2004 com conclusão em 2020.
A figura 4.41 mostra ano a ano o número de empresas que depositaram
patentes entre 1990 e 1999.

80
70
60
Nº de empresas

50
40
30
20
10
0
1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999

Ano de prioridade da patente Fonte: DII

Figura 4.41: Número anual de empresas tecnologicamente ativas

A figura mostra que em 1994 houve uma reversão na tendência de a


cada ano menos empresas depositaram patentes sobre compressores
herméticos. Desde 1994, o número de empresas tecnologicamente ativas vêm
crescendo. A reversão de tendência coincide com a época de adoção de
restrições mais duras ao uso de CFCs.
149

A figura 4.42 mostra o ciclo de vida do produto compressor hermético


para o período de 1990 a 1999.

250 Crescimento
Maturidade:
competição ou .
baseada em Maturidade
Nº de patentes por ano

alta tecnologia 1998


1999
1997

180 1996

1995

1993
1994 Maturidade:
Emergência 1991 competição
ou 1992 1990
não baseada
Obsolescência em
100
20 30 40 50 60 70 80 90 100
Nº de empresas por ano Fonte: DII

Figura 4.42: Ciclo de vida do produto compressores herméticos

A figura 4.43 permite a avaliação do estágio do ciclo de vida em que se


encontra um produto ou tecnologia. O gráfico é construido combinando os
dados apresentados nas figura 4.41 e 4.42 sobre o número de empresas
tecnologicamente ativas e o número de patentes depositadas. Os
compressores herméticos passaram de um estágio de obsolescência em 1992
para o estágio de crescimento em 1995. Em 1999, há indicação de uma parada
do crescimento, embora os dados referentes a esse ano devam ser encarados
com cuidado devido ao atraso na atualização da base de dados típico das
patentes.
A figura 4.43, construída a partir do novo campo “Código da empresa”
apresenta as empresas com maior número de patentes depositadas sobre
compressores herméticos no período.
150

Toyota
Sanden
Matsushita
Carrier
Empresas

Embraco
Toshiba
Tecumseh
Hitachi
Samsung
LG

0 50 100 150 200 250


Fonte: DII
Nº de patentes campo Código da empresa
Figura 4.43: Empresas com patentes depositadas sobre compressores
herméticos.

Entre as empresas com maior número de patentes, duas têm fábricas no


Brasil: a Embraco, empresa brasileira hoje controlada pelo grupo norte-
americano Whirlpool e a norte-americana Tecumseh.
A figura 4.44, construída a partir dos novos campos “Código da
empresa” e “CIP 4 caracteres”, apresenta o mapeamento de tecnologias de
compressores herméticos dominadas pelas principais empresas do setor.
151

Figura 4.44: Mapeamento de tecnologias de compressores herméticos.


Legenda: Fonte: DII, campos “Código da empresa” e “CIP 4 caracteres”
F04B Compressores de deslocamento positivo, principalmente alternativos
F04C Compressores de deslocamento positivo, principalmente rotativos, de espiral (scroll) e de parafuso (screw)
F04D Compressores de deslocamento não-positivo, principalmente centrífugos

O mapa mostra que as empresas Toshiba, Hitachi e Matsushita são


especializadas em compressores dos tipos rotativo, espiral e parafuso; as
empresas Toyota, Sanden, LG e Samsung são especializadas em
compressores alternativos (recíprocos). As empresas Embraco, Tecumseh e
Carrier apresentam competência tecnológica diversificada.
A figura 4.45 apresenta um mapeamento de aplicações de
compressores herméticos por empresas. A figura foi construída a partir dos
novos campos “Código da empresa” e “CIP 4 caracteres”.
152

Figura 4.45: Mapeamento de aplicações de compressores herméticos.


Legenda: Fonte: DII, campos “Código da empresa” e “CIP 4 caracteres”
B60H Dispositivos de condicionamento de ar para automõveis
F24F Condicionamento de ar
F25B Sistemas de refrigeração
F25D Refrigeradores

As empresas Hitachi apresentam atuação direcionada para aparelhos de


condicionamento de ar e sistemas de refrigeração. As empresas Toyota e
Sanden têm atuação direcionada para aparelhos de ar condicionado para
carros. As empresas LG, Embraco, Tecumseh, Carrier e Samsung têm atuação
direcionada para refrigeradores e sistemas de refrigeração. A empresa
Matsushita mostra atuação associada a sistemas de refrigeração.

4.2.5 Indicadores relativos a desgaste de compressores herméticos

A tabela 4.18 apresenta o número de patentes concedidas para os


principais tipos de tratamentos de superfície e os números de patentes que
relacionam tratamentos de superfície a desgaste, a compressores herméticos e
a desgaste e compressores herméticos simultaneamente.
153

Tabela 4.18: Número de patentes relacionadas a tratamentos de superfície e


sua intersecção com desgaste e compressores herméticos
Tratamentos Nº de Patentes
de superfície E E E Desgaste E
Total Desgaste Compressores Compressores
Aspersão Térmica 8.889 892 3 3
Eletrodeposição 27.737 715 2 1
Deposição a Vapor 39.859 1.133 9 5
Implantação Iônica 7.749 104 1 1
Tratamento a Laser 503 43 0 0
Nitretação, Nitrocarbonetação,
8.935 1.478 9 8
Carbonitretação, Cementação
Chapeamento (Plating) 9.756 288 0 0
Recobrimentos 40.182 1.947 5 2
Outros 90.990 1.351 6 1
Fonte: DII

Para os tipos de tratamentos de superfície investigados, há um grande


número de patentes relacionadas. Porém, para a maioria dos tratamentos de
superfície, menos de 10% das patentes aborda o foco desgaste. A associação
entre tratamentos de superfície e compressores herméticos é muito menor que
a associação entre tratamentos de superfície e desgaste. São poucas as
patentes que abordam tratamentos de superfície e compressores herméticos,
indicando que os tratamentos de superfície ainda são pouco aplicados a esse
produto. O número de patentes que abordam, além de tratamentos de
superfície, compressores herméticos e desgaste simultaneamente é bastante
próximo do número de patentes que abordam compressores herméticos, o que
indica que o uso de tratamentos de superfície em compressores herméticos
está bastante associado ao fenômeno de desgaste.
A tabela 4.19, feita a partir do novo campo “Código da empresa”,
apresenta um ranking de empresas detentoras de patentes que abordam
desgaste em compressores herméticos.
154

Tabela 4.19: Empresas com patentes de compressores herméticos e desgaste


Código Nome da Empresa Nº Patentes
MATJ Matsushita 34
TOKE Toshiba 22
HITA Hitachi 21
MATU Matsushita 20
TOYX T o yo t a 13
SAOL Sanyo 10
SAOE Sanden 9
MITQ Mitsubishi 6
TECV Tecumseh 5
DIES Zexel 4
GENK General Motors 4
COPE Copeland 3
DKKS Veb Dkk Scharfenstein 3
MITO Mitsubishi 3
NPIS Nippon Piston Ring 3
CARG Carrier 2
DAIK Daikin 2
GLDS Goldstar / Lg 2
HENK Henkel 2
NIHA Nippon Mining 2
NIOC Nippon Oil 2
- + 60 com 1 patente cada 1
Fonte: DII, campo “Código da empresa”

A Matsushita, um dos maiores fabricantes mundiais de compressores


herméticos, é a empresa de maior destaque. A Tecumseh, fabricante de
compressores herméticos instalada no Brasil, tem 5 patentes associando o
produto ao desgaste. A Embraco, outra grande fabricante de compressores
herméticos instalada no Brasil, possui apenas 1 patente nesse assunto.
A tabela 4.20, obtida a partir do novo campo “CIP 4 caracteres”
apresenta os códigos da CIP presentes nas patentes sobre compressores
herméticos e desgaste. Há códigos relacionados a compressores herméticos
(F04C, F04D e outros), tratamentos de superfície (C23C), outras tecnologias de
materiais (B22D, B22F, C08K, C22C, C23F e outros), lubrificantes e
lubrificação (C10M, C10N, F01M e outros) e outros assuntos. Os códigos
atribuídos às patentes indicam assuntos que são objeto de inovações, ligados
ao desgaste de compressores.
155

Tabela 4.20: Subclasses da Classificação Internacional de Patentes extraídos


das patentes que abordam compressores herméticos e desgaste
Código Nº
Descrição do Código
CIP Patentes
B22D Fundição: Vazamento de metais 1
B22F Metalurgia do pó: Usinagem; Fabricação de artigos; Produção do pó 3
B23P Usinagem de metal: Operações combinadas e operações não cobertas em outra classe 2
Veículos em geral: dispositivos de aquecimento, resfriamento, ventilação ou
B60H 1
condicionamento de ar
C02F Tratamento de água, esgoto, resíduos, etc 1
C08F Compostos orgânicos: com apenas ligações insaturadas carbono a carbono 1
Compostos orgânicos: emprego de inorgânicos ou orgânicos não-macromoleculares na
C08K 1
composição
C08L Compostos orgânicos: composições 1
Corantes, tintas, adesivos: Composições não incluídas em outro local; Utilizações diversas
C09K 12
das substâncias
C10M Petróleo, Gases, Combustíveis, Lubrificantes: Composições lubrificantes 23
Petróleo, Gases, Combustíveis, Lubrificantes: Propriedades, aplicações, métodos de
C10N 17
preparação, etc
C22C Metalurgia; Tratamento de ligas e metais: Ligas 8
Usinagem ou tratamento de metais por processos não-mecânicos; Revestimento com
C23C metais: Processos para revestir metais ou revestir com metais; Processos de difusão para 13
tratamento de superfície de metais
Usinagem ou tratamento de metais por processos não-mecânicos; Revestimento com
C23F 1
metais: Tratamento químico da superfície de metais:
F01B Máquinas ou motores em geral: de deslocamento positivo 7
F01C Máquinas ou motores em geral: de pistão rotativo ou oscilatõrio 15
F01D Máquinas ou motores em geral: de deslocamento não-positivo 2
F01M Máquinas ou motores em geral: lubrificação 4
F03C Máquinas ou motores a líquidos: de deslocamento positivo 1
F04B Máquinas de deslocamento positivo; Bombas para líquidos ou fluidos elásticos; Bombas 68
Máquinas de deslocamento positivo; Bombas para líquidos ou fluidos elásticos: de pistão
F04C 119
rotativo ou oscilatório
Máquinas de deslocamento positivo; Bombas para líquidos ou fluidos elásticos: de
F04D 5
deslocamento não-positivo
F16C Elementos ou unidades de engenharia: Eixos; Peças rotativas 7
F16D Elementos ou unidades de engenharia: Acoplamentos; Embreagens; Freios 1
F16J Elementos ou unidades de engenharia: Pistões; Cilindros 4
F16K Elementos ou unidades de engenharia: Válvulas 5
F16N Elementos ou unidades de engenharia: Lubrificação 3
F25B Refrigeração ou resfriamento: Máquinas ou sistemas de refrigeração 23
F25C Refrigeração ou resfriamento: Produção, armazenamento ou distribuição de gelo 1
F25D Refrigeração ou resfriamento: Refrigeradores; Geladeiras 2
G01M Medição; Verificação: Equilíbrio de máquinas 2
G05D Controle; Regulagem: de variáveis não-elétricas 2
Elementos elétricos básicos: Cabos; Isoladores; Uso de materiais devido a propriedades
H01B 1
condutoras, isolantes ou dielétricas
Elementos elétricos básicos: Imãs; Uso de materiais devido às suas propriedades
H01F 1
magnéticas
Produção, conversão ou distribuição de energia elétrica: Circuitos de proteção de
H02H 1
emergência
H02K Produção, conversão ou distribuição de energia elétrica: Máquinas dínamo-elétricas 2
H02P Produção, conversão ou distribuição de energia elétrica: Controle de motores elétricos 2
Fonte: DII, campo “CIP 4 caracteres”

A tabela 4.21 apresenta as patentes sobre tratamentos de superfície


para compressores herméticos. A tabela 4.22 apresenta as patentes sobre
sinterização aplicada a compressores herméticos. As tabelas 4.21 e 4.22 foram
criadas a partir do novo campo “CIP 4 caracteres”, com complementação pelos
campos “Resumo” e “Título”.
156

Tabela 4.21: Patentes de tratamentos de superfície para compressores


ATSUGI, US5055016: Vane-type rotary compressor having rotor and cam ring of aluminium-silicon alloy and vanes of
sintered iron,-base alloy contg. carbon for improved wear resistance.
Eletrodeposição: Fe, Ni, Cr, SiC ou Si3N4, e Sinterização: Liga FeC
CARRIER, US5947710: Improved rotary compressor for HFC refrigerant.
Recobrimento: Diamond like coating
CARRIER, WO9721033: Rotary compressor with reduced lubrication sensitivity - with tip of vane of rotary compressor
being coated with diamond- like-carbon coating made up of alternating layers of W carbide and a lubricous material.
Recobrimento: Diamond like coating
DAIDO METAL, US5382144: Oldham ring for scroll compressor - has ring with bond layer of multiplex zinc@ based
alloy and electrodes nickel plated layer.
Eletrodeposição Ni-P
MATSUSHITA, JP08226395: Air tight type rotary compressor for refrigerator - has sliding member whose one side in
compression mechanism consists of cast iron.
Deposição de fase vapor: PVD de CrN
MATSUSHITA, JP08284825: Airtight type rotary compressor in refrigerator - has iron type sintering material having
compound layer of chromium and nitrogen.
Sinterização e Deposição de fase vapor: PVD de CrN
MATSUSHITA, JP09112464: Rotary compressor for refrigeration systems - has sliding material with one side
comprising iron-type layer which consists of compounded spherical grains of chrome.
Deposição de fase vapor: PVD de Nitrogênio e Sinterização: Liga Fe
MATSUSHITA, JP09222082: Hermetic reciprocating compressor for refrigeration and air conditioning with HFC-134a
tetra fluoroethane refrigerant - has thrust receiving surface of bearing formed with oil grooves and plated with nickel
phosphorous composite containing polytetra fluorinated ethylene.
Níquel plating e Nitretação
MATSUSHITA, JP10082382: Scroll compressor for air conditioner for commercial, domestic use - has Oldham's ring
which is subjected to nitriding and is placed between fixing member and rotary scroll.
Nitretação
MATSUSHITA, JP10159774: Rotary compressor for pressurising non-chloro:fluorocarbon coolant in refrigerator - has
chromium nitride layer and nitriding case provided sequentially over vane which is accommodated in cylinder groove.
Nitretação por plasma e Deposição física de fase vapor (cromo nitretado).
MATSUSHITA, JP11107956: Rotary compressor for refrigerated cold storage equipment and air conditioning
equipments - uses refrigeration oil containing tri cresylic phosphate with vane and roller made of chromium nitride
ceramic coated and oxygen ion implanted iron type materials.
Implantação iônica de oxigênio e Recobrimento CrN
MATSUSHITA, JP11303783: Rotary compressor for electric refrigerator, automatic vending machine - includes
cylinder storing mineral oil or alkyl benzene group synthetic oil containing HFC group coolant, divided by CrN vane and
rotated by roller made of Mo-Ni-Cr cast iron.
Deposição física de fase vapor CrN
NIPPON PISTON RING, JP57076179: Sliding member such as rotary compressor vane on rotor - has surface sprayed
with chromium oxide layer.
Aspersão térmica por chama de óxido de cromo
SANYO, EP835949: Rotary shaft and vane for a compressor for HFC-type refrigerants where a plasma sulphonitriding
treatment of the parts results in formation of a N-containing layer and a sulphur-containing layer at the surfaces.
Sulfonitretação e Sinterização de aço rápido ou aço inoxidável
SANYO, JP10082390: Slide member for rotary compressor used in refrigerator, air-conditioner-includes hard carbon
layer, with its C concentration reducing from surface that is in contact with mixolimnion layer.
Deposição química de fase vapor assistida por plasma: filme duro de carbono
SUMITOMO, JP07189955: Vane for compressor has surface of vane coated with carbide, nitride and/or carbonitride.
Recobrimento com nitretos, carbonetos ou carbonitretos.
TOSHIBA, EP438922: Refrigerant compressor using HFC 134A as refrigerant - includes component of iron substrate
with iron sulphide layer on sliding parts to prevent abrasion.
Recobrimento de sulfeto de ferro
TOSHIBA, JP05164078: Wear resistant, durable sealed type refrigerant compressor - comprises mechanism of sliding
components of iron@-based base of specific Vicker's hardness and also iron sulphide layer and second iron based part.
Recobrimento com sulfeto de ferro
TOSHIBA, JP10141269: Rotary compressor for coolant circuit – uses cast iron, steel vane containing chromium
compound nitrided surface and cast iron or alloy steel roller containing chromium, molybdenum or nickel.
Nitretação e Sinterização
TOSHIBA, JP59020403: Wear resistant sintered iron alloy comprising carbide and oxide dispersed in martensite matrix.
Sinterização; Nitretação: nitretos Fe e Cr; Tratamento térmico: carboneto e nitreto de Cr; Oxidação superficial.
TOSHIBA, JP60228794: Rotary compressor with long service life - has roller housed in cylinder together with elastically
contacting nitride blade.
Aços, FoFos ou ligas sinterizadas com Cr, Mo, W e V; Têmpera: formação de carboneto de W e V e Nitretação.
TOSHIBA, JP61019776: Surface treating mechanical sliding parts - by depositing amorphous silicon film in vacuum
using gas glow discharging method.
Deposição química de fase vapor assistida por plasma: silício amorfo
TOSHIBA, JP62000677: Rotary compressor sliding parts are coated with high C content layer followed by ceramic layer
deposição química de fase vapor: camadas de carbono e de cerâmica.
ZEXEL, JP01191771: Formation of lubricant film - by coating metallic substrate with ceramic film and Mo2S film.
Aspersão térmica por plasma e Imersão em banho para a impregnação por sulfeto de molibdênio.
Fonte: DII, campos “CIP 4 caracteres”, “Resumo” e “Título”
157

Tabela 4.22: Patentes sobre aplicação de sinterização a compressores


ASPERA, DK8604829: Pressure regulator for refrigerant compressor - has hard metal wear plate and control opening
at opposite end of insert and above spring.
Sinterização
ATSUGI, US5055016: Vane-type rotary compressor having rotor and cam ring of aluminium-silicon alloy and vanes of
sintered iron,-base alloy contg. carbon for improved wear resistance.
Eletrodeposição: Fe, Ni, Cr, SiC ou Si3N4, e Sinterização: Liga FeC
DAIKIN, JP06184691: Sliding part of rotary pump for air conditioners - comprises sintered compact obtd. using titanium
carbide base material and nickel as binder, giving excellent seizure resistance.
Sinterização
HITACHI, JP11336674: Wear resistant structure of positive displacement fluid machinery such as pump, compressor,
expansion machine used in air-conditioning system.
Sinterização: Liga Fe
MATSUSHITA, JP08284825: Airtight type rotary compressor in refrigerator - has iron type sintering material having
compound layer of chromium and nitrogen.
Sinterização e Deposição de fase vapor: PVD de CrN
MATSUSHITA, JP09112464: Rotary compressor for refrigeration systems - has sliding material with one side
comprising iron-type layer which consists of compounded spherical grains of chrome.
Deposição de fase vapor: PVD de Nitrogênio e Sinterização: Liga Fe
MATSUSHITA, JP10037876: Rotary compressor for refrigerators - has roller of grey iron material or eutectic
graphitisation cast iron which is derived from chromium, boron or phosphorous.
Sinterização: Liga Fe
MATSUSHITA, JP07293463: Sealing-up-type rotary compressor for freezer and air conditioner - has casing which is
made of aluminium-solidified dispersion particle also adding small amount of spheroidal alumina ceramics and minute
black lead to quickly coagulate heat proof aluminium powder for cooling.
Sinterização: Al2O3 em Alumínio
MATSUSHITA, JP10131882: Rotary compressor for e.g. refrigerator - has slide material made of cast iron and iron
sintering material in one side, and made of composite material that includes Ti, Cr and Ni powders in other side.
Sinterização: Liga de Ferro e Liga Ti, Ni e Cr
MATSUSHITA, JP11022677: Rotary compressor for refrigeration - uses high speed steel or sintered steel or
martensitic stainless steel vane with bearing metal roller inside cast iron cylinder of predetermined composition.
Sinterização: Liga de Ferro
MITSUBISHI, JP06117389: Copper-infiltrated iron gp sintered alloy vane member - used for good wear resistant rotary
compressor
Sinterização
SANYO, EP835949: Rotary shaft and vane for a compressor for HFC-type refrigerants where a plasma sulphonitriding
treatment of the parts results in formation of a nitrogen-containing layer and a sulphur-containing layer at the surfaces.
Sulfonitretação e Sinterização de aço rápido ou aço inoxidável
SANYO, JP63230983: Rotary compressor part e.g. vane or rotor - obtd. by moulding silicon carbide whiskers into
preform, impregnating molten aluminium into preform etc.
Sinterização: SiC em Alumínio
TECUMSEH, CA2226801: Vane for a rotary expansible chamber e.g a compressor - has tips formed from a first alloy
containing a lubricant and an intervening body formed of a second alloy containing inorganic particles.
Sinterização
TOSHIBA, EP450847: Refrigerant compressor with hermetic type casing - having circulating refrigerant and
compression mechanism with iron- based metal part slidably coupled to nodular cast iron part.
Sinterização: Liga de Ferro
TOSHIBA, JP08061274: Rotary compressor with braid for coolant in air conditioner - has braid made of zirconia
sintered body with alumina and has hardness of 1350-1550 HV.
Sinterização: Al2O3 em Zircônio
TOSHIBA, JP10141269: Rotary compressor for coolant circuit – uses cast iron, steel vane containing chromium
compound nitrided surface and cast iron or alloy steel roller containing chromium, molybdenum or nickel.
Nitretação e Sinterização
TOSHIBA, JP58073706: Forming wear resistant coating e.g. on blade - by applying nickel-chromium or nickel-
chromium-molybdenum alloy and binder, fusion bonding, etc.
Sinterização
TOSHIBA, JP59020403: Wear resistant sintered iron alloy - comprising carbide and oxide dispersed in tempered
martensite matrix.
Sinterização; Nitretação: nitretos de Fe e Cr; Tratamento térmico: carboneto e nitreto de Cr; Oxidação
superficial.
TOSHIBA, JP60073082: Rotary compressor for air conditioner etc. – made of sintered alloy obtd. by pressing powders
comprising graphite, iron-chromium alloy and an iron alloy
Sinterização
TOSHIBA, JP60228794: Rotary compressor with long service life - has roller housed in cylinder together with elastically
contacting nitride blade.
Aços, FoFos ou ligas sinterizadas com Cr, Mo, W e V; Têmpera: formação de carboneto de W e V e Nitretação.
VEB DKK, DD239449: Piston with rod for hermetically sealed refrigeration compressor - has piston rod ball end seat in
piston made of sintered metal or ceramic material to improve resistance to wear.
Sinterização
Fonte: DII, campos “CIP 4 caracteres”, “Resumo” e “Título”
158

A tabela 4.21 mostra que há no total 24 patentes sobre tratamentos de


superfície para aumento da resistência ao desgaste de compressores
herméticos. Matsushita e Toshiba, com 8 e 7 patentes respectivamente, são as
empresas com maior domínio de tecnologias nessa área. Conforme mostrado
na tabela 4.22, o quadro acima se repete para sinterização de compressores
herméticos, onde Toshiba e Matsushita têm respectivamente 7 e 6 patentes, de
um total de 22. É interessante notar que há 7 patentes que combinam o uso de
tratamentos de superfície e sinterização para reduzir o desgaste em
compressores herméticos.
A tabela 4.23 resume os focos de desenvolvimento das empresas com
mais de uma patente sobre desgaste de compressores herméticos. As
empresas foram agrupadas de acordo com o número de tipos de tecnologia
que desenvolvem.

Tabela 4.23: Focos de desenvolvimento tecnológico das empresas


Tecnologias para redução de desgaste
Grupo Organização Tratamentos de Tecnologias de Lubrificantes e
superfície de materiais* Lubrificação
Goldstar / LG
1
Sanden
Carrier X
Nippon Piston Ring X
Daikin X
2
General Motors X
Toyota X
Copeland X
Toshiba X X
Zexel X X
Mitsubishi X X
Henkel X X
3 Hitachi X X
Nippon Mining X X
Nippon Oil X X
Tecumseh X X
Veb DKK X X
Matsushita X X X
4
Sanyo X X X
* exceto tratamentos de superfície e incluindo sinterização
Fonte: DII, campos “Código da empresa” e “CIP 4 caracteres”
159

As empresas do grupo 1 não desenvolvem tecnologia específica visando


à redução de desgaste em compressores. O grupo 2 reúne empresas que
desenvolvem apenas um tipo de tecnologia para redução do desgaste. É
interessante notar que há empresas apostando exclusivamente em tratamentos
de superfície para reduzir o desgaste dos compressores herméticos. Os grupos
3 e 4 mostram que há várias empresas procurando combinar mais de um tipo
de tecnologia para a redução do desgaste. A tabela 4.23 indica que os
tratamentos de superfície são uma alternativa importante para as empresas
para a redução de desgaste em compressores herméticos.
A tabela 4.24 resume os tratamentos de superfície desenvolvidos e
aplicados para redução do desgaste em compressores herméticos.

Tabela 4.24: Tratamentos de superfície para redução de desgaste em


compressores herméticos
Tratamentos de superfície Nº Patentes
Nitretação 7
Deposição física de fase vapor 5
Deposição química de fase vapor 4
Recobrimento de sulfeto de ferro 2
Eletrodeposição 2
Recobrimento Diamond-like carbon 2
Aspersão térmica 2
Recobrimento com metal não caracterizado pelo processo 1
Implantação iônica 1
Fonte: DII, campo “CIP 8 caracteres”

Diversos tipos de tratamentos de superfície têm sido aplicados para a


redução do desgaste em compressores herméticos, sendo que a nitretação é
tratamento com maior número de inovações. Tem sido experimentada também
a aplicação associada de tipos diferentes de tratamentos de superfície, como
nitretação e a deposição física de fase vapor.
O conjunto de indicadores obtidos para a prospecção de tecnologias de
tratamentos de superfície de materiais para aumento da resistência ao
desgaste de compressores herméticos mostram que os métodos propostos de
preparação dos dados e análise bibliométrica mostraram-se adequados.
160

Tanto Metadex como Web of Science indicaram a importância de


recobrimentos para o aumento da resistência ao desgaste de materiais. Foram
identificados os processos de aspersão térmica, implantação iônica e nitretação
como os mais pesquisados para o aumento da resistência ao desgaste de
materiais em geral.
No total foram estudados 198 materiais para uso como recobrimentos
sendo que destes, 100 materiais foram pesquisados em apenas 1 ou 2 artigos,
indicando que há interesse em experimentar alternativas de materiais para uso
em recobrimentos para resistência ao desgaste. O nitreto de titânio foi o
material mais pesquisado no período para uso como recobrimento. De maneira
geral, os nitretos, carbonetos e as ligas de níquel foram os materiais mais
pesquisados para uso como recobrimentos. Os nitretos são pesquisados para
recobrir principalmente aços ligados, enquanto as ligas à base de níquel são
pesquisadas para recobrir principalmente aço carbono.
O mapeamento de ligas metálicas para resistência ao desgaste mostrou
que as ligas de níquel, cromo e chumbo são aplicadas como recobrimentos; as
ligas de alumínio e magnésio são aplicadas como compósitos e as ligas de
cobre, zinco e titânio têm a sua aplicação dividida entre recobrimentos e
compósitos. O mapeamento de carbonetos para resistência ao desgaste
mostrou que os carbonetos de titânio, vanádio e cromo são aplicados como
recobrimentos; o carboneto de silício é aplicado como compósito e os
carbonetos de tântalo e tungstênio têm sua aplicação dividida entre
recobrimentos e compósitos.
Foram identificadas áreas fortemente relacionadas à área de
recobrimentos, entre elas a física – matéria condensada e a físico-química, e
sub-áreas de interesse sobre recobrimentos, além da resistência ao desgaste,
como a caracterização de recobrimentos através de várias técnicas de
espectroscopia e a produção de circuitos integrados através de deposição
química de fase vapor.
Especificamente para os compressores herméticos, foram identificados a
aspersão por plasma e por chama e a nitretação iônica como os processos
161

mais pesquisados. O nitreto de titânio, os carbonetos de titânio e de tungstênio


e outros nitretos foram os materiais pesquisados para recobrimento:
Foi verificado que os compressores passam atualmente por uma fase de
desenvolvimento com crescimento do número de patentes depositadas e do
número de empresas ativas tecnologicamente. O início da fase de
desenvolvimento coincide com a época em que foram tomadas medidas
bastante restritivas ao uso de gases CFC nos compressores, o que parece ter
determinado a busca por novas soluções tecnológicas.
As empresas líderes do setor foram determinadas e suas estratégias
tecnológicas de produção e aplicação de compressores herméticos foram
mapeadas.
Foi detectado que além de tratamentos de superfície, outras tecnologias
de materiais estão sendo aplicadas para a redução de desgaste em
compressores, principalmente a fabricação de partes dos compressores por
sinterização. Mas há também um número significativo de casos em que mais
de um tipo de tratamentos de superfície ou um tipo de tratamento de superfície
e sinterização são combinados para proporcionar os níveis de resistência ao
desgaste necessários.
Os tratamentos de superfície mais utilizados em compressores
herméticos atualmente são a nitretação e a deposição de fase vapor. No
entanto, os tratamentos de superfície ainda são relativamente pouco aplicados
para a redução do desgaste em compressores herméticos, apesar de haver
notícias sobre o uso de nitretação em partes desses produtos desde a década
de 30 (NAGENGAST, 1998). Frente à circunstância atual de necessidade de
aumento da resistência ao desgaste dos compressores para compensar a
perda de eficiência na lubrificação pela troca de gases refrigerantes, os
tratamentos de superfície representam grandes oportunidades de inovação do
produto.
162
163

5 CONCLUSÃO

Os métodos propostos para o aumento da eficiência do emprego das


bases de dados estudadas (Metadex, Web of Science e Derwent Innovation
Index) mostraram-se adequados para a sua finalidade.
No caso da base de dados Metadex, além de procedimentos comumente
realizados por outros autores, foi verificada a viabilidade de uma nova
operação de preparação que resultou na criação de novos campos,
discriminando as dimensões tecnológicas “processos”, “propriedades”, “fatores
de influência sobre processos e propriedades” e “formas dos materiais”. O
tratamento bibliométrico desses campos permitiu um ganho expressivo na
análise e interpretação na área de ciência e tecnologia de materiais.
A aplicação no estudo de resistência ao desgaste permitiu verificar a
importância de recobrimentos para a resistência ao desgaste de forma geral e
especificarmente para compressores herméticos. Foram identificados os
recobrimentos mais pesquisados: nitreto de titânio, principalmente para aços
ligados, e ligas de níquel, principalmente para aço carbono. Foi possível
também mapear as formas de utilização de ligas metálicas e de carbonetos
para o aumento da resistência ao desgaste.
No caso da base de dados Web of Science, além dos procedimentos
comumente empregados por outros autores, foi verificada a viabilidade de
novas etapas de preparação de dados, envolvendo a inserção de todos os
autores citados de artigos pertencentes à própria Web of Science, a inserção
da classificação ISI e a criação de uma nova base de dados, chamada
BiblioWoS, de conteúdo semelhante à Web of Science, englobando os
conteúdos de Science Citation Index, Social Science Citation Index e Arts &
Humanities Citation Index. Também foi desenvolvida solução para
disponibilização local e via internet da BiblioWoS.
A aplicação no estudo de recobrimentos permitiu identificar os
especialistas em recobrimentos que se destacaram em termos de
produtividade e impacto. Foram identificados especialistas e instituições
brasileiras que pesquisam na área de recobrimentos. Temas de pesquisa
164

específicos sobre recobrimentos foram verificados, entre eles: a) o uso de


diversas técnicas de espectroscopia para caracterização de recobrimentos; b) o
uso de recobrimentos, principalmente deposição química de fase vapor, para a
produçao de circuitos integrados e c) a deposição química ou física de fase
vapor, além de técnicas baseadas em plasma, para a produção de
recobrimentos de nitreto de titânio ou outros recobrimentos duros para redução
de desgaste.
No caso da base de dados Derwent Innovation Index, foi verificada a
viabilidade de novas etapas de preparação de dados, envolvendo a criação de
novos campos específicos para país de origem da patente, países em que a
patente foi depositada, número de países em a patente foi depositada, ano de
primeiro depósito da patente e códigos de classificação agrupados.
A aplicação no estudo de compressores herméticos permitiu verificar
que os compressores passam atualmente por uma fase de desenvolvimento
tecnológico, sendo que o Brasil é um importante gerador de novas tecnologias.
Os novos campos criados foram importantes para o mapeamento de
estratégias tecnológicas das principais empresas atuantes no setor e
auxiliararm a identificação de patentes sobre tratamentos de superfície para
redução do desgaste de compressores herméticos.
O desenvolvimento de métodos caso a caso permitiu verificar a
existência de necessidades comuns e necessidades específicas de preparação
dos dados. Apesar das diferenças, é possível estabelecer um método genérico
que facilita o desenvolvimento de soluções para outras bases de dados. Esse
método é composto por:
• conhecimento de técnicas empregadas na análise bibliométrica
automatizada, incluindo objetivos da análise; operacionalização da análise
com o uso de softwares e determinação de necessidades de conteúdo e
estrutura dos dados para implementação da análise automatizada;
• avaliação da disponibilidade dos dados que serão preparados,
principalmente quanto a forma de acesso aos dados, forma de recuperação
do dados para preparação, conteúdo dos dados disponíveis para
preparação e estrutura de organização dos dados;
165

• identificação de oportunidades de melhoria da análise através da


preparação dos dados, incluindo o ajuste dos dados disponíveis para o uso
em análise automatizada e a criação de novas formas de análise;
• avaliação da viabilidade técnica da oportunidade detectada e sua
concretização em um procedimento automatizado de preparação dos
dados.
A criação da base de dados BiblioWoS é uma oportunidade importante
para a realização de estudos baseados em indicadores científicos,
principalmente de citação, em todas as áreas da ciência. A possibilidade de
recuperação de grande quantidade de dados, a adequação dos dados para a
análise bibliométrica e a introdução dos nomes dos autores citados permite
análises de caratér inédito, principalmente sobre impacto de pesquisadores
sobre a produção científica.
A aplicação dos métodos desenvolvidos e da análise bibliométrica
automatizada ao estudo prospectivo sobre tecnologias de tratamentos de
superfície permitiu a avaliação do estágio de desenvolvimento tecnológico dos
compressores e identificação de tecnologias prontas e em fase de pesquisa
científica para a redução do desgaste de compressores herméticos, além da
identificação de empresas, instituições e especialistas atuantes na área.
Os tipos de resultados obtidos no estudo prospectivo realizado podem
ser transpostos para outros estudos em ciência e engenharia de materiais ou
em outras áreas da ciência e tecnologia.
Os métodos desenvolvidos terão repercussão positiva para a atuação do
NIT/Materiais. O emprego dos métodos desenvolvidos pode trazer melhorias
para as análises realizadas nos estudos de prospecção tecnológica e
inteligência competitiva desenvolvidos pelo Núcleo. Os métodos desenvolvidos
e a base de dados criada poderão também ter aplicação em estudos de
prospecção tecnológica, inteligência competitiva e avaliação da produção
científica realizados por outras instituições.
166
167

6 SUGESTÕES PARA O PROSSEGUIMENTO DA PESQUISA

Um prosseguimento interessante para a prospecção de tecnologias de


tratamentos de superfície realizada seria a sua complementação com
informação proveniente de outras fontes, principalmente informais e
especialistas, e a entrega de resultados finais de prospecção para as empresas
fabricantes de compressores herméticos instaladas no Brasil.
Em relação ao Metadex, uma oportunidade de prosseguimento da
pesquisa é a separação de todos os descritore com base no tipo de termo
primário presente.
Outras sugestões para o prosseguimento envolvem o aperfeiçoamento
da BiblioWoS:
• padronização dos nomes de entidades e departamentos brasileiros
presentes na BiblioWoS;
• criação de um campo específico contendo os autores de artigos citados em
que pelo menos um dos autores seja brasileiro, o que facilitaria muito o
procedimento para ranking de pesquisadores brasileiros mais citados;
• criação dos campos Entidades Citadas e Países Citados.
Outra sugestão de prosseguimento é a comparação do uso da
BiblioWoS e de outras bases de dados, como Pascal, Scielo e Plataforma
Lattes, para elaboração de indicadores científicos em várias áreas de ciência.
168
169

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185

APÊNDICE A

OTIMIZAÇÃO DE EQUIPAMENTOS PARA PREPARAÇÃO DE DADOS DA


WEB OF SCIENCE

A otimização dos equipamentos utilizados foi importante para que a


preparação dos dados da Web of Science fosse concluída no prazo
estabelecido. Foi realizada uma série de 16 experimentos para otimização da
configuração dos microcomputadores que seriam emrpegados na qual foi
avaliada a influência da quantidade de memória RAM disponível, tipo de disco
rígido utilizado e velocidade do processador utilizado, sobre o tempo de
processamento dos dados. As variáveis tamanho do arquivo a ser tratado e
complexidade das reestruturações a serem realizadas também foram avaliadas
nos experimentos, embora não pudessem ser controladas no processamento.
Os valores utilizados como patamares mínimo e máximo para as variáveis são
apresentados na tabela A.1.

Tabela A.1: Patamares mínimo e máximo adotados para as variáveis avaliadas.

VARIÁVEL DESCRIÇÃO DA VARIÁVEL -1 (MÍNIMO) +1 (MÁXIMO)

HD Tecnologia de transferência de informação IDE SCSI

RAM Memória (Mbytes) 128 384

CHIP Processador (Mhz) 550 850

Tabela Complexidade da reestruturação* T3b (Simples) T3a (Complexa)

TAMANHO Tamanho do arquivo processado (Mbytes) 27 272

* a complexidade da reestruturação é determinada pelas instruções contidas na tabela de reestruturação programada.


Para variar a complexidade é necessário alterar a tabela, o que implica em alterar o formato do arquivo após a
reestruturação.

Para avaliar o efeito das 5 variáveis sobre o tempo de processamento,


utilizando 2 patamares para cada variável, foram realizados 16 experimentos,
ou 2 4 onde 2 é o número de patamares e 4 é o número de variáveis menos 1
(BOX, HUNTER, HUNTER, 1978). Para os 16 experimentos foram observados
os tempos gastos para concluir o processamento de dados referente à 3a.
186

operação do procedimento de preparação desenvolvido. A 3a. operação foi


selecionada para realizar a avaliação porque ela é realizada com o software
Infotrans, possivelmente mais sensível a alterações de configuração do
computador e do próprio arquivo tratado. A 3a. operação é também uma das 2
operações mais demoradas e é a operação para a qual seria mais viável criar
uma nova tabela de reestruturação com nível de complexidade
substancialmente diferente da tabela já existente para a avaliação.
O efeito de cada variável sobre o tempo de processamento foi avaliado
como sendo a diferença entre a média dos tempos quando a variável adotava o
patamar máximo e a média dos tempos quando a variável adotava o patamar
mínimo, ou E = M+ - M- . As configurações testadas, os tempos de
processamento medidos e o efeito de cada variável sobre o tempo de
processamento são apresentados na tabela A.2.
De acordo com a tabela A.2, foi verificado que a variável controlável de
maior influência sobre o tempo de processamento dos dados é a velocidade do
processador e por isso foram selecionados para aquisição os
microcomputadores com configuração que apresentava o processador mais
rápido disponível na época e memória RAM e HD intermediários.
Com base nos resultados dos experimentos, foram utilizados neste
trabalho 4 microcomputadores com processador AMD K7 Athlon de 1,2 Ghz,
256 Mbytes de memória RAM e HD fast ATA de 30 Gbytes e 1 servidor
Pentium III 800 Mhz dual, com 1 Gbyte de RAM e 3 HDs SCSI de 36 Gbytes.
187

Tabela A.2 – Configurações testadas, tempos e efeitos de cada variável.


Experimento Variáveis e Patamares Observação

Tempo Tempo
HD- RAM CHIP tabela TAMANHO
(h:m:s) (min)

1.1 +1 +1 +1 +1 +1 03:05:30 185,5

1.2 -1 +1 +1 +1 -1 00:20:05 20,1

1.3 +1 -1 +1 +1 -1 00:20:45 20,7

1.4 -1 -1 +1 +1 +1 03:07:30 187,5

1.5 +1 +1 -1 +1 -1 00:41:30 41,5

1.6 -1 +1 -1 +1 +1 05:55:30 355,5

1.7 +1 -1 -1 +1 +1 05:55:30 355,5

1.8 -1 -1 -1 +1 -1 00:41:30 41,5

1.9 +1 +1 +1 -1 -1 00:00:55 0,9

1.10 -1 +1 +1 -1 +1 00:07:34 7,6

1.11 +1 -1 +1 -1 +1 00:07:42 7,7

1.12 -1 -1 +1 -1 -1 00:00:57 1,0

1.13 +1 +1 -1 -1 +1 00:15:18 15,3

1.14 -1 +1 -1 -1 -1 00:01:55 1,9

1.15 +1 -1 -1 -1 -1 00:01:56 1,9

1.16 -1 -1 -1 -1 +1 00:15:23 15,4

Média M+ 78,6 78,5 53,9 151,0 141,2 - -

Média M- 78,8 78,9 103,6 6,5 16,2 - -

Efeito
-0,2 -0,4 -49,7 144,5 125,0 - -
E = M+ - M-

Observações Mudança do Aumento da Aumento da Aumento da Aumento do


HD de IDE memória de velocidade do complexidade tamanho do
para SCSI leva 128 para 384 processador da arquivo de 27
a uma Mb leva a uma de 550 para reestruturação para 272 Mb
pequena pequena 850 Mhz leva a leva a um leva a um - -
diminuição do diminuição do uma grande grande grande
tempo de tempo de diminuição do aumento do aumento do
processamento processamento tempo de tempo de tempo de
processamento processamento processamento

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