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UNIVERSIDADE DE ARARAQUARA

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE


CURSO DE FARMÁCIA

MEDICAMENTOS FALSIFICADOS: UMA REVISÃO DE


LITERATURA.

Autoras: LETICIA MORY MARCUSSI


MAYRA LARISSA MAYUMI YOSHIDA

Orientadora: Profa. Dra. Thalita Pedroni Formariz Pilon

Araraquara
São Paulo - Brasil
2018
UNIVERSIDADE DE ARARAQUARA
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE
CURSO DE FARMÁCIA

MEDICAMENTOS FALSIFICADOS: UMA REVISÃO DE


LITERATURA.

Autoras: LETICIA MORY MARCUSSI


MAYRA LARISSA MAYUMI YOSHIDA

Orientadora: Profa. Dra. Thalita Pedroni Formariz Pilon

Monografia apresentada à Coordenação do Curso de


Farmácia para a obtenção do Título de Farmacêutico
Generalista.

Araraquara
São Paulo - Brasil
2018
Página de Aprovação

LETICIA MORY MARCUSSI

MAYRA LARISSA MAYUMI YOSHIDA

MEDICAMENTOS FALSIFICADOS: UMA REVISÃO DE


LITERATURA.

Araraquara - UNIARA
Aprovado em: ____/_____/2018, com média Final: _______.

Profa. Dra. Thalita P. Formariz Profa. Dra. Cláudia Solano Rocha Prof. Dr. José Ricardo S. Oliveira
Curso de Farmácia/ UNIARA Curso de Farmácia/UNIP Curso de Farmácia/UNIARA

Leticia Mory Marcussi e Mayra Larissa Mayumi Yoshida


Epígrafe

“Podemos nos alegrar, igualmente, quando nos encontrarmos diante de problemas e

lutas pois sabemos que tudo isto é bom para nós - ajuda-nos a aprender a ser pacientes. E a

paciência desenvolve em nós a força de caráter, e nos ajuda a confiar mais em Deus cada vez

que a utilizamos, até que finalmente a nossa esperança e a nossa fé fiquem fortes e sólidas “.

Paulo de Tarso, Romanos5. 3,4. Nova Bíblia Viva.

(Los Hermanos)

Leticia Mory Marcussi e Mayra Larissa Mayumi Yoshida


Dedicatória

DEDICATÓRIA

“Dedicamos este trabalho primeiramente а Deus, por ser essencial em nossas vidas e


socorro presente nas horas das angústias. Dedicamos também a nossas mães e aos
nossos avós por sempre estarem ao nosso lado, transmitindo amor, alegria, os quais
sem tal motivação não seria possível à elaboração deste trabalho.”

Leticia Mory Marcussi e Mayra Larissa Mayumi Yoshida


Agradecimentos

AGRADECIMENTOS

Agradecemos ao corpo docente, ao Farmacêutico Vinicius Branco e a nossa

orientadora Profª Drª Thalita Pedroni Formariz Pilon que transmitiram seus saberes

e experiências sem os quais não seria possível a elaboração deste trabalho.

Aos nossos amigos, colegas de trabalho e familiares que contribuíram

diretamente e indiretamente na elaboração deste trabalho.

Leticia Mory Marcussi e Mayra Larissa Mayumi Yoshida


Resumo

RESUMO

Medicamentos falsificados são considerados produtos que não são produzidos pelos seus
fabricantes, sendo produzidos em estabelecimentos clandestinos, que não estão dentro das leis
e das normas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), ou seja, são produzidos
de maneira incorreta e fraudulenta. A falsificação está relacionada desde a matéria prima
utilizada até o princípio ativo, que podem estar vencidos, alterados ou em concentrações
prejudiciais à saúde. Além disso, as embalagens podem conter informações adulteradas e com
prazo de validade falsificado. Neste contexto, o objetivo desse trabalho foi conscientizar a
população através de uma revisão da literatura sobre os casos de medicamentos falsificados e
os riscos à saúde que esses medicamentos causam ao indivíduo, além de avaliar as classes de
medicamentos que possuem maior número de falsificações. Esse trabalho foi baseado em
revisão de literaturas idôneas e confiáveis, sobre o tema intitulado “Medicamentos
falsificados: uma revisão da literatura.” Para organizar a revisão de literatura foram
utilizados materiais bibliográficos dos últimos 16 anos. Compreendendo as seguintes bases
bibliográficas: Scielo, Minerva, Dedalus, Google Acadêmico, entre outras. Além disso, foram
realizadas pesquisas em teses, monografias e dissertações. As principais palavras chaves para
essa busca foram: “ameaça dos medicamentos falsificados”, “tráfico de medicamentos”,
“autoridade nacional reguladora de medicamentos” e “classes terapêuticas mais
falsificadas”. Dessa forma, os resultados mostram que as classes de medicamentos que vêm
sendo falsificados ao longo do tempo são os medicamentos para disfunção erétil, devido a sua
alta demanda no mercado, hormônios e anabolizantes, devido ao controle de receitas para sua
venda e a alta demanda pelos atletas e academias. Vale ressaltar, que o crescimento desse
mercado acontece pela falha na fiscalização dos medicamentos e pelo aumento dos preços nas
farmácias e drogarias, além de outros fatores. Assim, pode-se concluir, que medicamentos
falsificados além de causar impacto na eficácia clínica também causa grande impacto no
mercado farmacêutico, tanto no âmbito econômico e social (indústria farmacêutica), como
também no Estado e na saúde pública.

Palavras-chave: Medicamentos falsificados; Medicamentos de disfunção erétil;


Anabolizantes; Hormônios.

Leticia Mory Marcussi e Mayra Larissa Mayumi Yoshida


Abstract

ABSTRACT

Counterfeit medicines are considered as products which are not produced by their
manufacturers, being produced in establishments illegal immigrants, who are not within the
laws and norms of the National Sanitary Surveillance Agency (ANVISA), i.e., they are
produced in an incorrect manner and fraudulent. The forgery is linked from the raw material
used by the active principle, which can be overcome, altered or in concentrations harmful to
health. In addition, packages may contain information that is tampered with and with validity
period of counterfeit. In this context, the objective of this work was to educate the population
through a review of the literature on the cases of counterfeit medicines and the health risks
that these medicines cause to individuals, as well as to evaluate the classes of medications that
have a greater number of counterfeits. This study was based on a review of honest and reliable
literature on the theme 'counterfeit medicines: a review of the literature." To organize the
literature review of bibliographic materials have been used in the past 16 years.
Understanding the following bibliographic databases: Scielo, Minerva, Dedalus, Google
Scholar, among others. In addition, surveys were carried out in the theses, monographs and
dissertations. The main key words for this search were: "threat of counterfeit medicines",
"Trafficking of Drugs", "national drug regulatory authority" and "therapeutic drug classes
most counterfeited". Thus, the results show that the classes of medications that have been
forged over time are the medicines for erectile dysfunction, due to its high demand in the
market, hormones and anabolic steroids, due to the control of revenues for its sale and high
demand by athletes and academies. It is worth noting that the growth of this market happens
by the failure in the supervision of medicinal products and the increase of prices in
pharmacies and drugstores, in addition to other factors. Thus, it can be concluded, that
counterfeit medicines in addition to cause impact on clinical effectiveness will also cause a
great impact on the pharmaceutical market, both in economic and social development
(pharmaceutical industry), as also in the State and in public health.

Keywords: Counterfeit medicines; Erectile dysfunction medications; Anabolics; Hormones.

Leticia Mory Marcussi e Mayra Larissa Mayumi Yoshida


Lista de Abreviaturas

LISTA DE ABREVIATURAS

ANVISA Agência Nacional de Vigilância Sanitária


BPFM Boas Práticas de Fabricação de Medicamentos
DNA Ácido Desoxirribonucleico
FSH Folículo Estimulante
GMPc Monofosfato de Guanosina Cíclico
HMGCoA Enzima 3-hidroxi 3-metilglutaril-coenzimaA
IU Identificador Único
LH Hormônios Luteinizante
LLA Leucemia Linfoblástica Aguda
LMC Leucemia Mieloide Crônica
mRNA  RNA de Mensageiro

OMS Organização Mundial da Saúde


PDE5 Fosfodiesterase Tipo 5
RDC Resolução da Diretoria Colegiada
RNA Ácido Ribonucleico
SHBG Globulina Transportadora de Hormônios Sexuais
SNC Sistema Nervoso Central

LDL Lipoproteína de Baixa Densidade


SNCM Sistema Nacional de Controle de Medicamentos

Leticia Mory Marcussi e Mayra Larissa Mayumi Yoshida


Lista de Figuras

LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Notificados de falsificação de Medicamentos e

Produtos de higiene pessoal .................................................28

Figura 2. Notificações por Classes Terapêuticas..................28

Figura 3. Número de casos de falsificação por fármaco.......29

Figura 4. Pontos Principais na Compra de Medicamentos....31

Figura 5. Crescimento do Mercado Farmacêutico no Brasil...32

Leticia Mory Marcussi e Mayra Larissa Mayumi Yoshida


Lista de Tabelas

LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Implantação de rastreabilidade dos medicamentos...........................11

Tabela 2. Produto falsificado identificado entre 1999 a 2014..........................13

Tabela 3. Produto falsificado identificado entre 1999 a 2014 (cont.). .............13

Tabela 4. Produto falsificado identificado entre 1999 a 2014 (cont.). .............14

Tabela 5. Produto falsificado identificado entre 1999 a 2014 (cont.). .............14

Tabela 6. Produto falsificado identificado entre 1999 a 2014 (cont.). .............15

Tabela 7. Produto falsificado identificado entre 1999 a 2014 (cont.). .............15

Tabela 8. Produto falsificado identificado entre 1999 a 2014 (cont.). .............16

Tabela 9. Produto falsificado identificado entre 1999 a 2014 (cont.). .............16

Tabela 10. Produto falsificado identificado entre 1999 a 2014 (cont.). ...........17

Tabela 11. Produto falsificado identificado entre 1999 a 2014 (cont.). ...........18

Tabela 12. Produto falsificado identificado entre 1999 a 2014 (cont.). ...........18

Tabela 13. Produto falsificado identificado entre 1999 a 2014 (cont.). ...........18

Tabela 14. Produto falsificado identificado entre 1999 a 2014 (cont.). ...........19

Tabela 15. Produto falsificado identificado entre 1999 a 2014 (cont.). ...........19

Tabela 16. Produto falsificado identificado entre 1999 a 2014 (cont.). ...........20

Tabela 17. Produto falsificado identificado entre 1999 a 2014 (cont.). ...........20

Tabela 18. Produto falsificado identificado entre 1999 a 2014 (cont.). ...........21

Tabela 19. Produto falsificado identificado entre 1999 a 2014 (cont.). ...........21

Tabela 20. Produto falsificado identificado entre 1999 a 2014 (cont.). ...........22

Tabela 21. Produto falsificado identificado entre 1999 a 2014 (cont.). ...........22

Leticia Mory Marcussi e Mayra Larissa Mayumi Yoshida


Sumário

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO 01

2. OBJETIVOS 03

3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 04

4. METODOLOGIA 26

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO 27

6. CONCLUSÕES 33

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 34

Leticia Mory Marcussi e Mayra Larissa Mayumi Yoshida


Introdução 1

1. INTRODUÇÃO

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) (1999) um medicamento falsificado

é um produto indevidamente embalado e etiquetado de maneira fraudulenta e deliberado,

desrespeitando a sua identidade, uma vez que em sua fórmula original pode conter alterações

e/ou adulterações, como por exemplo, estar contaminado por impurezas e/ou adulterantes e

dessa forma, não ajudar a melhorar os sinais e sintomas da doença e provocar efeitos adversos

ou subterapêuticos. Além disso, a literatura mostra que podem conter o princípio ativo errado,

ou seja, adulterado, serem produzidos com a quantidade incorreta de excipientes, veículos e

princípios ativos e estarem acondicionados em embalagens falsas as quais parecem legítimas

(AMES, J; SOUZA,2012)

A comercialização e a falsificação de medicamentos é uma atividade que favorece

lucros, porém apresentam baixo risco de punição pelas autoridades devido à falta de

legislação e de regulamentação adequadas, ao escasso ou ausente poder da Autoridade

Nacional Reguladora de Medicamentos (ANVISA), além do fato que a maioria das

falsificações de medicamentos estão ligadas a organizações criminosas internacionais.

Dessa forma, vale ressaltar, que esses atos, não se resumem somente a uma classe

terapêutica específica de fármacos e sim a várias classes terapêuticas, como por exemplo, os

antimaláricos, os antibióticos, os antineoplásicos, entre outros (OMS, 1999).

Os medicamentos mais falsificados no Brasil são aqueles mais procurados pela

população e de elevado valor comercial, como por exemplo, os inibidores de prostaglandinas

(Cytotec®), da disfunção erétil (Viagra® e Cialis®), os emagrecedores (Xenical®), os

anabolizantes (Durateston®, Hemogenin®, Deca Durabolin®) e outros medicamentos, tais

Leticia Mory Marcussi e Mayra Larissa Mayumi Yoshida


Introdução 2

como, o Glivec® (antitumoral), o Peb one®  (suplemento) e o Peb two® (suplemento) (AMES,

J; SOUZA,2012)

Em regiões as quais a regulamentação e a fiscalização de medicamentos são menos

rígidas, infelizmente favorecendo esse tipo de mercado. (HURTADO; LASMAR, 2014).

Nesse contexto pode-se afirmar que o uso de medicamentos falsificados ou de má

qualidade pode influenciar na eficácia clinica dos mesmos, podendo obter efeitos

subterapêuticos ou tóxicos. Dessa forma, produtos adulterados ou formulados com

substâncias industriais tóxicas, que são impróprias para fabricação de medicamentos, podem

levar a sérios riscos a saúde. (AMES, J; SOUZA,2012)

Dessa forma, tornam-se relevantes iniciativas para a educação da cidadania,

socialização de informações, planejamento e execução de alguns projetos para a população,

assim como iniciativas sociais. Esses atos dariam conhecimento à população, diminuindo a

aquisição de medicamentos falsificados.

Leticia Mory Marcussi e Mayra Larissa Mayumi Yoshida


Objetivo 3

2. OBJETIVO

O objetivo deste trabalho foi Conscientizar a população, através de uma revisão de

literatura, sobre os casos de medicamentos falsificados e os riscos à saúde que esses

medicamentos causam ao usuário, além de avaliar as classes de medicamentos que possuem

maior prevalência de número de falsificações.

Chegando a se tornar um problema de Saúde Publica, devido aos impactos que podem

causar na Eficácia Clinica, no Mercado Farmacêutico e na Economia do País, sendo

considerado um crime hediondo, onde além de causar malefícios a saúde de quem consome

esse tipo de medicamento, também, podem levar a morte.

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Revisão da Literatura 4

3. REVISÃO DA LITERATURA

Desde 1948, com a criação da Organização Mundial da Saúde (OMS), há preocupação

com a qualidade dos medicamentos fabricados, com a prevenção e combate de medicamentos

falsificados uma vez que verifica-se no mercado nacional e internacional a comercialização

dos mesmos (SAÚDE, 2005).

Em 1992, em um Workshop realizado pela Federação Internacional da Indústria de

Medicamentos e pela OMS foi proposta uma definição para medicamento falsificado. Neste

contexto entende-se por medicamentos falsificados aqueles produtos que não são produzidos

pelos seus fabricantes, sendo produzidos em estabelecimentos clandestinos, que não estão

dentro das leis e das normas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), ou seja,

são produzidos de maneira incorreta e fraudulenta.

Segundo a ANVISA (1999) a falsificação de medicamentos está relacionada desde a

matéria prima utilizada até o princípio ativo, que pode estar vencido, alterado ou em

concentrações prejudiciais à saúde. Além disso, as embalagens podem conter informações

adulteradas e com prazo de validade falsificado.

A literatura mostra que no início dos anos 90 foram identificados casos de

medicamentos falsificados e esses casos aumentaram em 800%. Vale ressaltar que o

crescimento desse mercado acontece pela falha na fiscalização de medicamentos falsificados,

além do aumento de preços de medicamentos em farmácias e drogarias (RODRIGUES,

2015).

Leticia Mory Marcussi e Mayra Larissa Mayumi Yoshida


Revisão da Literatura 5

Os medicamentos falsificados não possuem nenhuma garantia de eficácia, qualidade

e segurança comprovados, sendo prejudicial à saúde do usuário. Eles são considerados ilícitos

e variam desde inibidores de apetite até hormônios, envolvendo diversos veículos e

excipientes com composições e origem desconhecida (RODRIGUES, 2017).

Devido ao baixo custo de fabricação é rentável para seus fabricantes, rendendo

atualmente mais que o tráfico de entorpecentes. Vale ressaltar que o comércio desse tipo de

medicamento não ocorre somente no Brasil, mas também em vários países desenvolvidos e

em desenvolvimento, representando 30% do mercado na Ásia, África e América Latina

(RODRIGUES, 2017).

O baixo custo na produção desses medicamentos acontece devido aos excipientes,

veículos e ativos adicionados em sua fabricação os quais são diferentes da composição dos

medicamentos aprovados pela ANVISA visto que ao invés de adicionar matérias primas de

qualidade e compatíveis ao princípio ativo, são adicionadas matérias primas sem qualidade e

com contaminantes, como por exemplo, farinha, cal, cimento, entre outros. Além disso, os

medicamentos falsificados podem não conter o princípio ativo ou conte-lo em dosagens

incorretas, podendo exercer efeitos subterapêuticos ou tóxicos em seus usuários. Vale

ressaltar também que esses medicamentos podem conter princípios ativos que não são

relatados na bula ou na embalagem (MAIA, SAMANTHA 2014).

A literatura mostra que cada vez mais ocorre a produção e a venda de medicamentos

falsificados, devido ao alto preço dos medicamentos aprovados pela ANVISA, além da

facilidade da compra desses produtos por sites e a falta de fiscalização (MAIA, 2014).

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Revisão da Literatura 6

Outro fator que contribui para o crescimento do mercado de medicamentos

falsificados é a falta de legislação a qual fiscalize esse mercado e aplique punição caso a lei

seja violada . (MAIA, SAMANTHA 2014).

Em 2010 a Receita Federal aprendeu 40 milhões de reais em medicamentos

contrabandeados. O Paraguai é o principal País a comercializar e contrabandear esses

medicamentos sendo responsável por dois terços do ingresso desses medicamentos no Brasil.

Fato que corresponde a 20 bilhões de reais por ano em produtos ilegais (MAIA, 2014). Além

disso, foram descobertos 1,2 mil sites que são utilizados para a comercialização de

medicamentos falsificados. (MAIA, SAMANTHA 2014).

As classes de medicamentos falsificados mais vendidos pela internet são os

inibidores de apetite, os abortivos, os anabolizantes, os fitoterápicos, os vasodilatadores

utilizados para impotência sexual e os hormônios de crescimento.

Esse fato ocorre uma vez que nos sites não é necessário receita para adquirir

medicamentos controlados, além do baixo valor de mercado e o marketing. (MAIA,

SAMANTHA 2014).

Neste contexto, o grande desafio para os Órgãos Fiscalizadores do mercado virtual é

a dificuldade de rastreabilidade desses os sites uma vez que depende de denúncias para ser

identificado e retirá-los do mercado. Porém, mesmo retirando do mercado, os comerciantes

acabam fazendo outro site utilizando servidores internacionais, o que dificulta o rastreamento.

(MAIA, SAMANTHA 2014).

Leticia Mory Marcussi e Mayra Larissa Mayumi Yoshida


Revisão da Literatura 7

Em 2009 foi criado o Sistema Nacional de Controle de Medicamentos (SNCM) com

o intuito de monitorar os produtos desde a sua fabricação, dispensação e venda dentro do

território Brasileiro (Lei N° 13.410, de 28 de dezembro de 2016). Em, 28 de dezembro de

2016 passa a vigorar a Lei 13.410, alterando a Lei nº 11.903 de 14 de janeiro de 2009.

A Lei 13.410 apresenta a seguintes alterações:

“Art. 1º -  É criado o Sistema Nacional de Controle de Medicamentos, visando

controlar a produção, a distribuição, a comercialização, a dispensação e a prescrição médica e

odontológica;”

“Art. 2º -  O órgão de vigilância sanitária federal competente determinará, em

normativa própria, as categorias de medicamentos produzidos, distribuídos, comercializados,

dispensados ou prescritos no território nacional sujeitos ao Sistema Nacional de Controle de

Medicamentos.”

Parágrafo único foi revogado.

“Art. 3º - O controle será realizado por meio de sistema de identificação

individualizado de medicamentos, com o emprego de tecnologias de captura, armazenamento

e transmissão eletrônica de dados.”

1º Parágrafo - As embalagens de todos os medicamentos registrados receberão

identificação específica baseada em sistema de captura, armazenamento e transmissão

eletrônica de dados, contendo minimamente as seguintes informações:

I – número de registro do medicamento no órgão de vigilância sanitária federal

competente;

II – número de série único do medicamento;

III – número do lote ou da partida do medicamento;

IV – data de validade do medicamento;

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Revisão da Literatura 8

Os itens V, VI, VII e VII desse parágrafo foram revogados.

2º Parágrafo - O órgão de vigilância sanitária federal competente e o detentor do

registro do produto poderão incluir outras informações, além das apresentadas nos incisos I,

II, III e IV do § 1o.

“Art. 4o - O Sistema Nacional de Controle de Medicamentos deverá contar com

banco de dados centralizado em instituição do governo federal, para armazenamento e

consulta das movimentações dos medicamentos sob sua responsabilidade.

1º Parágrafo - Cada membro da cadeia de movimentação de medicamentos é

responsável por transmitir ao banco de dados a que se refere o caput todos os registros a

respeito da circulação dos medicamentos sob sua custódia.

2º Parágrafo - As informações deverão estar consolidadas em banco de dados que

permita a consulta pelo Órgão de Vigilância Sanitária Federal competente, quando solicitado.

3º Parágrafo - Comete infração sanitária o estabelecimento que deixar de comunicar

qualquer informação a respeito da movimentação de medicamento.

4º Parágrafo -  O membro da cadeia de movimentação de medicamentos terá acesso,

para consulta, apenas aos dados por ele inseridos no sistema e àqueles estritamente

necessários à adição de novas informações sobre a movimentação dos medicamentos sob sua

custódia.

5º Parágrafo - As informações constantes do banco de dados previsto no caput devem

ser tratadas como informações confidenciais, não podendo ser divulgadas ou comercializadas.

Leticia Mory Marcussi e Mayra Larissa Mayumi Yoshida


Revisão da Literatura 9

“Art. 5º - O Órgão de Vigilância Sanitária Federal competente regulamentará os

aspectos operacionais do Sistema Nacional de Controle de Medicamentos no prazo de quatro

meses, prorrogável mediante justificativa.

Os itens I, II e II desse artigo foram revogados.

Parágrafo único - Depois de concluída a regulamentação de que trata o caput, as

demais etapas de implantação do Sistema Nacional de Controle de Medicamentos obedecerão

aos seguintes prazos:

I – até um ano, para que a indústria, os importadores e os representantes da

distribuição e do varejo escolhidos pelo Órgão de Vigilância Sanitária Federal competente

possam, em caráter experimental, receber e transmitir dados referentes a, no mínimo, três

lotes de medicamentos que contenham as informações previstas nos incisos I, II, III e IV do §

1o do art. 3o;

II – até oito meses após o término da etapa estabelecida no inciso I deste parágrafo

para que os resultados obtidos durante a fase experimental sejam objeto de análise, correção e

relatório de validação pelo Órgão de Vigilância Sanitária Federal competente, por meio do

Comitê Gestor;

III – até três anos após o término da etapa estabelecida no inciso II deste parágrafo,

para a completa implementação do Sistema Nacional de Controle de Medicamentos.

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Revisão da Literatura 10

Art. 2o - Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Parágrafo único.  Os prazos previstos no Art. 5º da Lei nº 11.903, de 14 de janeiro de

2009, passam a vigorar a partir da data de publicação desta Lei. O Art. 3o  - Fica revogado

o parágrafo único do Art. 4o da Lei no 11.903, de 14 de janeiro de 2009.

A criação do rastreamento de medicamentos faz parte do Plano Nacional de

Prevenção e Combate a Falsificação de Medicamentos da ANVISA e do Ministério da Saúde,

que se baseia na identificação única de cada caixa de medicamento, que é monitorada através

da identificação eletrônica de dados. Prevenindo o medicamento de ser desviado ou roubado

(ASCOM, 2011).

Cada caixa de medicamento possui um Identificador Único (IUM) que é impresso

com tinta reativa a qual auxilia na averiguação da autenticidade do medicamento (SNCM,

2009).

A partir das normativas e das RDCs (Lei N° 11.903/2009 que dispões sobre a

Implantação do Sistema Nacional de Controle de Medicamentos e definição dos mecanismos

para rastreamento de medicamentos e a RDC N° 54/2013 que dispõe sobre

a rastreabilidade de medicamento, para a Rastreabilidade e Controle dos Medicamentos) as

quais foram implementadas pela Lei N° 13.410 de Dezembro de 2016 a qual o atual

presidente Michel Temer sancionou e revoga as anteriores, dando novos rumos e novos

prazos para a implantação de rastreabilidade dos medicamentos comercializados no Brasil

conforme descrito na Tabela a seguir.

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Revisão da Literatura 11

Tabela 1. Implantação de rastreabilidade dos medicamentos comercializados no Brasil.


Sistema de Identificação Único de Medicamento (IUM).

Data Prazo Descrição


È criado pela ANVISA, Sistema de
2011 Identificação Único de
Medicamentos.
Houve uma rejeição por parte das
Indústrias Farmacêuticas, pois quem
2012
iria ficar responsável por esse
sistema, seria a Casa da Moeda.

ANVISA Regulamenta (definir os


2016 4 meses aspectos operacionais da SNCM (de
comunicação e banco de dados)

Prazo de regulamentação pela


29/04/2017 4 meses ANVISA estendido para definição do
SNCM

Indústria e Distribuidores receber e


transmitir dados referentes à, no
29/08/2017 1 ano mínimo, três lotes de medicamentos
que contenham as informações
previstas nos incisos I, II, III e IV do
art. 3º.

29/08/2018 8 meses Validação da operação anterior.

Inicio da Implantação em toda a


29/04/2019 3 anos cadeia, provavelmente com um
cronograma definido por estados.
29/04/2022 Final na implantação

Fonte: (ASCOM, 2011)

Além de Medidas de Rastreamento de Medicamentos, também foram adotadas

medidas de Boas Práticas de Fabricação de Medicamentos (BPFM) as quais tem como

objetivo assegurar que os medicamentos sejam produzidos em conformidade, obedecendo aos

Leticia Mory Marcussi e Mayra Larissa Mayumi Yoshida


Revisão da Literatura 12

padrões de qualidade exigidos pelos Órgãos Sanitários. Essas medidas garantem a qualidade

durante os Processos de Fabricação, de Controle de Qualidade, de Embalagens e de

Armazenamento dos medicamentos garantindo a sua eficácia (ASCOM, 2011).

Essas práticas supracitadas são obrigatórias pela Legislação Brasileira, sendo a

primeira resolução a RDC N° 210 que dispões sobre as Boas Práticas de Fabricação de

Medicamentos, a qual foi aplicada nas indústrias Nacionais e Internacionais (COLUNISTA

PORTAL - EDUCAÇÃO, 2012).

A Resolução de Diretoria Colegiada (RDC) nº 17, de 16 de abril de 2010, que

substituiu a RDC nº 210, de 04 de agosto de 2003 e a Portaria SVS/MS nº 500, de 09 de

outubro de 1997.

A Garantia da Qualidade conforme a RDC nº 17, de 16 de abril de 2010, descreve

que todos os fatores podem influenciar na qualidade de um produto, tanto individualmente

como coletivamente. Dessa forma, a garantia da qualidade deve assegurar a qualidade na

fabricação dos medicamentos, garantindo que atenda os padrões exigidos na legislação

vigente (DUTRA, 2011).

A literatura mostra que várias medidas vêm sendo tomadas para tentar finalizar o

mercado de medicamentos falsificados, mas verifica-se conflito de interesses e a corrupção no

Brasil, fato que dificulta a extinção desse comércio aumentando cada vez mais os diversos

tipos de medicamentos na Lista de Falsificações (DUTRA, 2011).

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Revisão da Literatura 13

Os casos de Medicamentos Falsificados de 1998 à 2016 divulgados pela ANVISA

está descrito nas Tabelas 2 a 21.

Tabela 2. Produto falsificado identificado entre 1999 a 2014.

Nome Comercial Cialis®


Principio Ativo tadalafila
Apresentação 20 mg
Indicação Disfunção Erétil
Mecanismo de Ação Inibe de maneira seletiva e reversível a
fosfodiesterase tipo 5 (PDE5) específica do
monofosfato de guanosina cíclico (GMPc).
Que quando á estimulação sexual provoca a
libertação de ácido nítrico, inibindo a PDE5
pelo tadalafila, produzindo um aumento dos
níveis de GMPc nos corpos cavernosos.
Resultando no relaxamento do músculo liso
permitindo o afluxo de sangue aos tecidos do
pénis, produzindo-se assim uma ereção
Fabricante do Medicamento Original ELI LILLY DO BRASIL LTDA

Fonte: (BRASIL, 1999 a 2014 – MODIFICADO PELAS AUTORAS).

Tabela 3. Produto falsificado identificado entre 1999 a 2014 (continuação).

Nome Comercial Sibutonic®


Principio Ativo sibutramina
Apresentação 15 mg
Indicação Terapia adjuvante na perda de peso
recomendado para pacientes com um índice
de massa corpórea maior ou igual a 30 kg/m2.
Mecanismo de Ação Inibi a recaptação da noradrenalina,
serotonina e dopamina. Reduzindo a ingestão
de alimentos pelo aumento da saciedade.
Fabricante do Medicamento Original ACCORD FARMACÊUTICA LTDA

Fonte: (BRASIL, 1999 à 2014 – MODIFICADO PELAS AUTORAS).

Tabela 4. Produto falsificado identificado entre 1999 a 2014 (continuação).

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Revisão da Literatura 14

Nome Comercial Hemogenin®


Principio Ativo oximetolona
Apresentação 50 mg
Indicação Tratamento de Anemia e Anabolizante
Androgênico
Mecanismo de Ação Age nas células dos rins, e incentiva a
produção de eritropoietina. Que é liberada
no sangue e circula pelo corpo, estimulando a
medula óssea a produzir novas células
sanguíneas. Aumentando as hemácias
permitindo que os músculos absorvam
mais oxigênio e mais nutrientes, regenerando
mais rápido o corpo.
Fabricante do Medicamento Original AVENTIS PHARMA LTDA
Fonte: (BRASIL, 1999 à 2014 – MODIFICADO PELAS AUTORAS).

Tabela 5. Produto falsificado identificado entre 1999 e 2014 (continuação).

Nome Comercial Viagra®


Principio Ativo sildenafila
Apresentação 25 e 50 mg
Indicação Disfunção Erétil
Mecanismo de Ação È um inibidor seletivo e reversível da
fosfodiesterase tipo específica do
monofosfato de guanosina cíclico Quando á
estimulação sexual provoca a libertação de
ácido nítrico, inibindo a PDE5 produzindo
um aumento dos níveis de GMPc nos corpos
cavernosos. Resultando num relaxamento do
músculo liso permitindo o afluxo de sangue
aos tecidos do pénis, produzindo-se assim
uma ereção
Fabricante do Medicamento Original PFIZER®

Fonte: (BRASIL, 1999 à 2014 – MODIFICADO PELAS AUTORAS).

Tabela 6. Produto falsificado identificado entre 1999 a 2014 (continuação).

Leticia Mory Marcussi e Mayra Larissa Mayumi Yoshida


Revisão da Literatura 15

Nome Comercial Durateston®


Principio Ativo propionato de testosterona + fempropionato
de testosterona + isocaproato de testosterona
+ decanoato de testosterona
Apresentação 250 mg – injetável

Indicação Reposição de testosterona


Mecanismo de Ação Aumenta as concentrações plasmáticas de
testosterona, di-hidrotestosterona, estradiol e
androstenediona, diminuindo da SHBG
(Globulina transportadora de hormônios
sexuais). Hormônios luteinizante (LH) e
folículo-estimulante (FSH) são
normalizados.
Fabricante do Medicamento Original ORGANON DO BRASIL E INDÚSTRIA E
COMERCIO LTDA

Fonte: (BRASIL, 1999 à 2014 – MODIFICADO PELAS AUTORAS).

Tabela 7. Produto falsificado identificado entre 1999 a 2014 (continuação).

Nome Comercial Deca Durabolin®


Principio Ativo decanoato de nadrolona
Apresentação 250 mg - injetável
Indicação Aumento de massa magra, balanço negativo
de nitrogênio, aumenta massa óssea.
Mecanismo de Ação Andrógeno sintético com ação anabolizante,
que estimula o crescimento e resistência
celular.
Fabricante do Medicamento Original ORGANON DO BRASIL E INDÚSTRIA E
COMERCIO LTDA

Fonte: (BRASIL, 1999 à 2014 – MODIFICADO PELAS AUTORAS).

Tabela 8. Produto falsificado identificado entre 1999 a 2014 (continuação).

Leticia Mory Marcussi e Mayra Larissa Mayumi Yoshida


Revisão da Literatura 16

Nome Comercial Bayer Aspirina®


Principio Ativo ácido acetilsalicílico
Apresentação Comprimidos 500mg
Indicação Alívio de dores de intensidade leva à
moderada, febre nos resfriados ou gripes
Mecanismo de Ação Inibição irreversível da enzima
ciclooxigenase, envolvida na síntese das
prostaglandinas.
Fabricante do Medicamento Original BAYER®

Fonte: (BRASIL, 1999 à 2014 – MODIFICADO PELAS AUTORAS).

Tabela 9. Produto falsificado identificado entre 1999 e 2014 (continuação).

Nome Comercial Glivec®


Principio Ativo mesilato de imatinibe
Apresentação 400 mg
Indicação Pacientes com Leucemia Mieloide Crônica e
Tumores gastrintestinais.
Tratamento adjuvante de pacientes adultos
após ressecção de GIST primário.
Tratamento de pacientes adultos com
leucemia linfoblástica aguda.
Mecanismo de Ação Inibe a atividade da tirosinoquinase Bcr-Abl,
bem como receptores TKs: KIT, o receptor
do fator de célula tronco, receptores do
domínio de discoidina, receptor do fator
estimulante de colônia e os receptores alfa e
beta do fator de crescimento derivado de
plaqueta. Inibe também eventos celulares
mediados pela ativação de receptores
quinases.
Fabricante do Medicamento Original NOVARTIS®

Fonte: (BRASIL, 1999 à 2014 – MODIFICADO PELAS AUTORAS).

Tabela 10. Produto falsificado identificado entre 1999 e 2014 (continuação).

Leticia Mory Marcussi e Mayra Larissa Mayumi Yoshida


Revisão da Literatura 17

Nome Comercial Dibetam®


Principio Ativo dipropionato de betametasona / fosfato
dissódico de betametasona
Apresentação Injetável
Indicação Tratamento de doenças agudas e crônicas
suscetíveis aos corticóides
Mecanismo de Ação Beclometasona difunde-se através das
membranas celulares e forma complexos
com receptores citoplasmáticos específicos.
Estes complexos penetram no núcleo
celular, se unem ao DNA e estimulam a
transcrição do mRNA e posterior síntese de
várias enzimas, responsáveis, em última
instância, pelos efeitos dos corticóides
sistêmicos. Todavia, estes agentes podem
suprimir a transcrição do mRNA em
algumas células (exemplo linfócitos).
Diminui ou previne a resposta dos tecidos
aos processos inflamatórios, com redução
dos sintomas da inflamação, sem tratar a
causa subjacente. Inibe a acumulação de
células inflamatórias, incluídos os
macrófagos e os leucócitos, nas zonas de
inflamação. Também inibe a fagocitose, a
liberação de enzimas lisossômicas e a
síntese ou liberação de vários mediadores
químicos da inflamação
Fabricante do Medicamento Original VITAPAN INDÚSTRIA
FARMACÊUTICA LTDA

Fonte: (BRASIL, 1999 à 2014 – MODIFICADO PELAS AUTORAS).

Tabela 11. Produto falsificado identificado entre 1999 e 2014 (continuação).

Leticia Mory Marcussi e Mayra Larissa Mayumi Yoshida


Revisão da Literatura 18

Nome Comercial Levitra®


Principio Ativo vardenafila
Apresentação 10 mg
Indicação Disfunção erétil
Mecanismo de Ação A inibição de PDE5 pela vardenafila conduz
à elevação dos níveis de GMPc no corpo
cavernoso, resultando em relaxamento da
musculatura lisa e influxo de sangue no
corpo cavernoso, potencializando a resposta
a natural à estimulação sexual.

Fabricante do Medicamento Original BAYER®

Fonte: (BRASIL, 1999 à 2014 – MODIFICADO PELAS AUTORAS).

Tabela 12. Produto falsificado identificado entre 1999 e 2014 (continuação).

Nome Comercial Anavar®


Principio Ativo oxandrolona
Apresentação 100%
Indicação Recomendado para tratamentos voltados
para anemias e infertilidade, potencializa o
efeito da testosterona no organismo
Mecanismo de Ação Atua ligando-se com o receptor de
testosterona, potencializando o seu efeito no
organismo.
Fabricante do Medicamento Original BAXTER®

Fonte: (BRASIL, 1999 à 2014 – MODIFICADO PELAS AUTORAS).

Tabela 13. Produto falsificado identificado entre 1999 e 2014 (continuação).

Nome Comercial Fluarix®


Principio Ativo vacina de vírus inativo
Apresentação Suspensão injetável
Indicação Usado na vacina contra gripe
Mecanismo de Ação Induz produção de anticorpos humorais
contra as hemaglutininas; neutralizam os
vírus influenza.
Fabricante do Medicamento Original GSK®

Fonte: (BRASIL, 1999 à 2014 – MODIFICADO PELAS AUTORAS).

Tabela 14. Produto falsificado identificado entre 1999 e 2014 (continuação).

Leticia Mory Marcussi e Mayra Larissa Mayumi Yoshida


Revisão da Literatura 19

Nome Comercial Cefalen®


Principio Ativo cefalexina
Apresentação 500 mg
Indicação Tratamento das seguintes infecções quando
causadas por cepas sensíveis dos seguintes
microrganismos: Sinusites bacterianas
causadas por estreptococos, S. pneumoniae e
Staphylococcus aureus (somente os
sensíveis à meticilina).
Infecções do trato respiratório causadas por
S. pneumoniae e S. pyogenes (a penicilina é
o antibiótico de escolha no tratamento e
prevenção de infecções estreptocócicas,
incluindo a profilaxia da febre reumática.
Mecanismo de Ação Impedem a síntese da parede do
microrganismo e, por esse motivo, são
antibióticos bactericidas.
Fabricante do Medicamento Original LABORBRAS®
Fonte: (BRASIL, 1999 à 2014 – MODIFICADO PELAS AUTORAS).

Tabela 15. Produto falsificado identificado entre 1999 e 2014 (continuação).

Nome Comercial Dualid®


Principio Ativo anfebramona
Apresentação 75 mg
Indicação Tratamento de obesidade
Mecanismo de Ação Apresenta efeitos que parecem ser mediado
pela ação nos neurônios dopaminérgicos,
promovendo, como outros medicamentos
tipo anfetamínicos, aumento da liberação de
dopamina nos terminais pré-sinápticos.

Fabricante do Medicamento Original Aché®

Fonte: (BRASIL, 1999 à 2014 – MODIFICADO PELAS AUTORAS).

Tabela 16. Produto falsificado identificado entre 1999 e 2014 (continuação).

Leticia Mory Marcussi e Mayra Larissa Mayumi Yoshida


Revisão da Literatura 20

Nome Comercial Desobesi M®


Principio Ativo femproporex
Apresentação 25 mg
Indicação Indicado como anorexígeno no tratamento
da obesidade.
Mecanismo de Ação Atuam no hipotálamo reduzindo a fome,
atuando nas Vias noradrenérgicas e
dopaminérgica, diminuindo a expressão de
NPYe aumentando a expressão de CART

Fabricante do Medicamento Original Aché®

Fonte: (BRASIL, 1999 à 2014 – MODIFICADO PELAS AUTORAS).

Tabela 17. Produto falsificado identificado entre 1999 e 2014 (continuação).

Nome Comercial Fagolipo® 


Principio Ativo mazindol
Apresentação 3 mg
Indicação Indicado para o tratamento da obesidade
como um suplemento para a dieta restritiva
de calorias
Mecanismo de Ação Estimula o SNC (Sistema Nervoso Central)
fazendo com que a pressão sanguínea
aumente e o apetite diminua a partir da sua
ação sobre dois neurotransmissores
responsáveis pela sensação de fome.
Fabricante do Medicamento Original Libbs®

Fonte: (BRASIL, 1999 à 2014 – MODIFICADO PELAS AUTORAS).

Tabela 18. Produto falsificado identificado entre 1999 e 2014 (continuação).

Leticia Mory Marcussi e Mayra Larissa Mayumi Yoshida


Revisão da Literatura 21

Nome Comercial Kytilande Patch® Adesivo


Principio Ativo lavostatina
Apresentação 20mg
Indicação Redução dos níveis elevados de colesterol
total e LDL
Mecanismo de Ação È um redutor do colesterol isolado
do fungo Aspergillus terreus.
Após a ingestão, ela é hidrolisada da sua
forma inativa para o seu â-hidroxiácido
correspondente, o qual é um potente inibidor
da enzima 3-hidroxi 3-metilglutaril-
coenzimaA (HMG-CoA) redutase, que
catalisa a conversão do HMG-CoA para
mevalonato, uma etapa precoce e limitante
da síntese endógena do colesterol. 
Fabricante do Medicamento Original BAYER®
Fonte: (BRASIL, 1999 à 2014 – MODIFICADO PELAS AUTORAS).

Tabela 19. Produto falsificado identificado entre 1999 e 2014 (continuação).

Nome Comercial Cytotec®


Principio Ativo misoprostol
Apresentação 200 mcg
Indicação Indicado nos casos em que seja necessária a
interrupção da gravidez em gestações a
termo (ou próximas ao termo) e na indução
de parto com feto morto antes das 30
semanas, em caso de aborto legal.
Mecanismo de Ação È um análogo sintético da prostaglandina
E1. O misoprostol, no fígado, sofre
desesterificação, transformando-se no
principal metabólito ativo - ácido
misoprostol. Este exerce ação direta nos
receptores das prostaglandinas e, atuando no
colágeno cervical, provoca mudanças na sua
estrutura físicoquímica, acarretando, como
consequência, amolecimento, apagamento e
maturação do colo uterino, favorecendo a
sua dilatação, além de promover e estimular
a contração uterina.
Fabricante do Medicamento Original PFIZER®

Fonte: (BRASIL, 1999 à 2014 – MODIFICADO PELAS AUTORAS).

Tabela 20. Produto falsificado identificado entre 1999 e 2014 (continuação).

Nome Comercial Glivec®

Leticia Mory Marcussi e Mayra Larissa Mayumi Yoshida


Revisão da Literatura 22

Principio Ativo mesilato de imatinibe


Apresentação 100 mg e 400 mg
Indicação Leucemia Mieloide Crônica (LMC) e
Leucemia Linfoblástica Aguda
Mecanismo de Ação Inibidor da proteína tirosinoquinase (código
ATC: LO1XE01). O imatinibe inibe
fortemente o ponto de quebra da região
Abelson (Bcr-Abl) da proteína
tirosinoquinase, seja in vitro, em nível
celular ou in vivo. O composto inibe
seletivamente a proliferação e induz a
apoptose em linhagens celulares Bcr-Abl
positivas bem como em células leucêmicas
novas de pacientes com LMC cromossomo
Philadelphia (Ph) positivo e leucemia
linfoblástica aguda (LLA).
Fabricante do Medicamento Original Novartis®

Fonte: (BRASIL, 1999 à 2014 – MODIFICADO PELAS AUTORAS).

Tabela 21. Produto falsificado identificado entre 1999 e 2014 (continuação).

Nome Comercial Xenical®


Principio Ativo orlistate
Apresentação 120 mg
Indicação Indicado para o tratamento a longo prazo de
pacientes com sobrepeso ou obesidade,
incluindo pacientes com fatores de risco
associados à obesidade, em conjunto com
uma dieta levemente hipocalórica.
Mecanismo de Ação A enzima inativada é incapaz de hidrolisar a
gordura proveniente dos alimentos, na forma
de triglicérides, em ácidos graxos livres e
monoglicerídeos absorvíveis e cerca de 30%
da gordura dos alimentos ingeridos são
eliminadas nas fezes. Visto que os
triglicérides não digeridos não são
absorvidos, o déficit calórico resultante
possui um efeito positivo sobre a redução do
peso, não havendo necessidade de absorção
sistêmica para a atividade do medicamento
Fabricante do Medicamento Original ROCHE®

Fonte: (BRASIL, 1999 à 2014 – MODIFICADO PELAS AUTORAS).

Leticia Mory Marcussi e Mayra Larissa Mayumi Yoshida


Revisão da Literatura 23

Os medicamentos falsificados, como por exemplo, os supracitados nas Tabelas 2 a

18 apresentaram suas composições alteradas, ou seja, com substância(s) ativa(s) na

sobredosagem ou na subdosagem; sem substancia(s) ativa(s); com impurezas e substâncias

tóxicas (MAIA, SAMANTHA 2014).

. Além disso, não apresentam comprovação de eficácia para as patologias indicadas,

grande parte deles é fabricada em locais inapropriados, sem higiene e muitos usuários acabam

abandonando o tratamento com os medicamentos aprovados pela ANVISA pelo uso de

medicamentos falsificados por apresentarem menor custo (MAIA, SAMANTHA 2014).

Cerca de 2.200 locais foram inspecionados, onde 853 desses locais foram

interditados em todo o território Nacional. Onde cerca de 64% foram interditados por

ausência de alvará sanitário e registro no órgão sanitário, por não apresentarem condições

mínimas de higiene e capacidade de funcionamento satisfatórias, por apresentarem

medicamentos, embalagens adulteradas, entre outros.

Foram realizadas 224 operações, totalizando 659 prisões em flagrantes. Dentre os

presos, cerca de 70% são os proprietários dos estabelecimentos inspecionados, 15% são os

farmacêuticos responsáveis técnicos e o restante são outras pessoas envolvidas na atividade

criminosa (HURTADO, 2014).

O controle de qualidade desses medicamentos foi realizado pelo Setor de Perícias do

Departamento da Polícia Federal o qual verificou a presença de inúmeras substâncias que não

continham no rótulo. Além de verificar a ausência de substâncias farmacologicamente ativas

(HURTADO, 2014).

Leticia Mory Marcussi e Mayra Larissa Mayumi Yoshida


Revisão da Literatura 24

Vale ressaltar que muitos desses medicamentos (Tabelas 2 a 21) apresentaram apenas

o amido. Em outros, a concentração da substância ativa foi menor do que a informada na bula.

Por outro lado, alguns medicamentos apresentavam a quantidade correta de fármaco, porém

eram fabricados em laboratórios clandestinos, sem o controle de qualidade preconizado pelos

Órgãos Fiscalizadores (HURTADO, 2014).

A literatura mostra que existem fatores que favorecem a oferta e procura de

medicamentos falsificados entre estão: a elevada rentabilidade versus o baixo risco penal,

investimento baixo, o acesso a tecnologias de ponta no domínio da impressão de bulas e

rótulos; a intensificação e liberalização do comércio internacional e o desenvolvimento do

comércio on-line (VEIGA, 2014).

Atualmente a venda de medicamentos falsificados ficou facilitada devido a Internet,

a maioria dos medicamentos vendidos na Internet são falsificados ou apresentam qualidade

inferior e operam de forma ilegal. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) mais de

50% dos medicamentos comprados através da Internet são falsificados (VEIGA, 2014).

Esse fato influencia no mercado farmacêutico, além de, apresentar vários riscos

como, por exemplo, a venda sem supervisão médica e/ou farmacêutica; a falta de informação

sobre o real local de venda; a ausência de venda autorizada legalmente (VEIGA, 2014).

Vale ressaltar, que a procura desses medicamentos falsificados é devido a

possibilidade de adquirir exatamente o medicamento que se pretende e com preço atrativo

(VEIGA,2014). Porém, apresentam grande impacto econômico e social visto que na indústria

farmacêutica influenciam na imagem da marca a qual fica comprometida e a coloca em

dúvida quanto à eficácia e qualidade de seus produtos sendo um obstáculo para inovação, fato

Leticia Mory Marcussi e Mayra Larissa Mayumi Yoshida


Revisão da Literatura 25

que leva a redução de postos de trabalhos, além de custos adicionais a empresa para combater

à falsificação (VEIGA, 2014).

Por outro lado, no Estado ocorre um prejuízo fiscal, violação dos interesses do

Estado, além de custos com operações de controle e ações policiais. E na Saúde Pública

também ocorre prejuízo uma vez que o medicamento falsificado apresenta um perigo real para

o consumidor visto que a ausência de princípio ativo ou o mesmo na subdosagem leva a

ineficácia do tratamento e/ou ao desenvolvimento de resistência ao fármaco, como por

exemplo, no caso de antibióticos. Já o princípio ativo sobredosagem pode levar a efeitos

adversos, além da presença de substâncias tóxicas poderem levar a sinais e sintomas

inesperados fato que pode dificultar o diagnóstico, podendo levar o paciente a óbito (VEIGA,

2014).

Neste contexto, pode-se concluir que medicamentos falsificados causam impacto

negativo no Mercado Farmacêutico, no Estado e na Saúde Pública, pois alteram a qualidade e

a eficácia clínica dos medicamentos estudados nessa revisão de literatura.

Leticia Mory Marcussi e Mayra Larissa Mayumi Yoshida


Metodologia 26

4. METODOLOGIA

O presente trabalho foi realizado através da revisão de literaturas bibliográficas

idôneas e confiáveis, sobre o tema intitulado “Medicamentos Falsificados: Uma revisão da

Literatura”. Para organizar a revisão de literatura foram utilizados materiais bibliográficos

dos últimos 16 anos. As buscas eletrônicas foram realizadas entre o ano de 2016 a 2018

compreendendo as seguintes bases bibliográficas: Scielo, Medline, PubMed, Lilacs, entre

outras. Além disso, foram realizadas pesquisas em teses, monografias e dissertações e em

obras relacionadas a falsificações de medicamentos. Os principais descritores para essa busca

foram “ameaça dos medicamentos falsificados”, “tráfico de medicamentos”, “autoridade

nacional reguladora de medicamentos” e “classes terapêuticas mais falsificadas”.

Os critérios de inclusão para esse estudo foram: revisão sistemática, livros, revisões de

literatura, meta-análise, dissertação, e artigos que abordam o assunto, sendo excluídos estudos

que não foram redigidos no idioma português. Após análise crítica da bibliografia levantada,

foram selecionados os artigos mais adequados. Os dados obtidos foram minunciosamente

analisados e correlacionados para a discussão dos resultados destacados na literatura.

Leticia Mory Marcussi e Mayra Larissa Mayumi Yoshida


Resultados e Discussão 27

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO

A literatura mostra que o intuito principal em prescrever medicamentos é a promoção

e a recuperação da saúde e do bem-estar dos indivíduos. Dessa forma, a conduta terapêutica

deve ter como objetivo principal a eficácia clínica, ou seja, obter o efeito terapêutico desejado

com os mínimos de efeitos colaterais (SAÚDE, 2005).

Neste sentido a falsificação de medicamentos passa a ser um problema de Saúde

Pública uma vez que ela está relacionada com o princípio ativo e com a matéria prima e como

é utilizada para a fabricação de medicamentos visto que podem estar vencido, alterado ou em

concentrações prejudiciais à saúde (SAÚDE, 2005).

Dados encontrados nessa revisão de literatura mostraram que antigamente a maior

parte dos medicamentos falsificados eram os de custo elevado ou os submetidos a controle

especial. Porém, atualmente existem casos de falsificação de qualquer classe de

medicamentos, cosméticos ou outros produtos para saúde, com preços variados. Como por

exemplo: Cremes Dentais, Fraldas, Preservativos Masculinos e Protetores Solares. Variando

entre Produtos Nacionais e Importados. (RODRIGUES, 2015).

Com o decorrer do tempo, a aquisição de receitas de controle especial, vem sendo

mais difícil, o que contribui para que o Mercado de Falsificação cresça mais ainda.

A Figura a seguir mostra o número de casos notificados de falsificação de

medicamentos e produtos de higiene pessoal entre o ano de 2000 a 2014, Segundo as

notificações do site da ANVISA 1999 á 2014.

Leticia Mory Marcussi e Mayra Larissa Mayumi Yoshida


Resultados e Discussão 28

Figura 1. Número de casos notificados de falsificação de medicamentos e produtos de

higiene pessoal, segundo dados de notificações do site da ANVISA 1999 á 2014.

Fonte: (ANVISA, 1999 a 2014)

Podemos Observar que em 2009, já havia notificações de falsificação desse tipo de produto,

devido a sua baixa produção e o alto lucro gerado.

Figura 2. Porcentagem de casos de falsificação de medicamentos por classe terapêutica.

Fonte: (ANVISA, 1999 a 2014)

A Figura 2 mostra que as principais classes de medicamentos que vem sendo

falsificados ao longo do tempo são os medicamentos para disfunção erétil, devido a sua alta

Leticia Mory Marcussi e Mayra Larissa Mayumi Yoshida


Resultados e Discussão 29

demanda no mercado, os hormônios e os anabolizantes, devido ao controle de receitas para

sua venda e a alta demanda pelos atletas, entre outros (MAIA, 2014).

Figura 3. Número de casos de falsificação de notificados por fármaco.

Fonte: (ANVISA, 1999 a 2014)

Por outro lado, a Figura 3 mostra o número de casos de falsificação de notificados por

fármaco, tendo o maior número de casos, medicamentos para disfunção sexual (Figura 2),

como por exemplo, a tadanafila e a sildenafila. Esse fato pode ser devido a patente do

sildenafila (Viagra) entrar em extinção em 20 de junho de 2010 uma vez que a literatura

mostra que quando existia a patente desse medicamento o mesmo apresentava custo elevado e

elevada procura, dessa forma, o mercado clandestino resolveu falsificar essa classe de

medicamentos, obtendo um lucro mais elevado (SANTOS, 2010).

Vale ressaltar que a queda da patente ocorreu, pois, a Legislação Brasileira determina

que a proteção dos produtos patenteados pelo sistema pipeline seja calculada pelo tempo

remanescente da patente original, a contar do primeiro depósito no exterior. Dessa forma,

Leticia Mory Marcussi e Mayra Larissa Mayumi Yoshida


Resultados e Discussão 30

como a primeira patente do sildenafila (Viagra) foi depositada na Inglaterra, em junho de

1990 essa entrou em extinção em 20 de junho de 2010 (SANTOS, 2010).

A literatura mostra que as embalagens também podem conter informações adulteradas

e com prazo de validade falsificado, ou seja, além de falsificarem a produção dos

medicamentos, também falsificam suas embalagens uma vez que encontraram mais uma

forma de aumentarem lucro (SIQUEIRA, 2007).

De acordo com Siqueira (2007) as embalagens de medicamentos são falsificadas para

revenda de medicamentos com prazo de validade vencido, uma vez que os mesmos são

reaproveitados e para isso a data do prazo de validade deve ser alterada com novas datas e

prazos estendidos ao invés desses medicamentos serem descartados. Vale ressaltar, que os

medicamentos que possuem tarja preta e tarja vermelha, são o maior alvo dessa falsificação

como, por exemplo, os antihiperlipêmicos e os antidepressivos.

O crescimento desse mercado acontece pela falha na fiscalização dos medicamentos e

pelo aumento dos preços nas farmácias e drogarias, além de outros fatores como, por

exemplo, a dificuldade em marcar uma consulta para obter a prescrição via receita de um

psicotrópico (MAIA, 2014). Esses fatores geram o crescimento desse tipo de mercado e

causam impacto na eficácia clínica, além de causar grande impacto no mercado farmacêutico,

prejudicando o âmbito econômico e social (indústria farmacêutica e cosmética e usuários),

como também o Estado e a Saúde Pública.

Leticia Mory Marcussi e Mayra Larissa Mayumi Yoshida


Resultados e Discussão 31

Figura 4. Pontos Principais na Compra de Medicamentos.

FONTE: (FEIX GIOVANA, 2018)

Na figura 4: Destacamos os pontos principais, que devem ser observado, na hora da compra

de um medicamento. Sempre escolha drogarias regulares e, de preferência com loja física. É

preciso tomar cuidado com a compra de medicamentos na interne, verificando sempre se o

domínio do site é brasileiro, se o portal é de uma farmácia de fato e se eles obedecem as

normas da RDC 44/09, seguindo essas 7 normas básicas:

1. Licença de Funcionamento ou Alvará Sanitário expedido pela Vigilância Sanitária


local;
2. Autorização de Funcionamento (AFE), publicada pela ANVISA no Diário Oficial da
União;
3. Autorização Especial (AE), caso se aplique ao estabelecimento), publicada pela
ANVISA no Diário Oficial da União;
4. Certidão de Regularidade emitida pelo Conselho Regional de Farmácia da jurisdição.
5. Nome do farmacêutico responsável e sua inscrição junto ao CRF;
Leticia Mory Marcussi e Mayra Larissa Mayumi Yoshida
Resultados e Discussão 32

6. Razão social, nome fantasia e demais informações do estabelecimento, constando


endereço completo, telefone e horário de funcionamento;
7. Link direto para informações sobre:
a) Nome e número de inscrição no Conselho do Farmacêutico, no momento do
atendimento;
b) Mensagens de alerta e recomendações sanitárias determinadas pela Anvisa;
c) Condição de que os medicamentos sob prescrição só serão dispensados mediante a
apresentação da receita e o meio pelo qual deve ser apresentada ao estabelecimento (fac-
símile; e-mail ou outros).

Figura 5. Crescimento do Mercado Farmacêutico no Brasil.

Acredita-se que esse mercado vem Crescendo, devido:

 Aumento de renda e do consumo;

 Envelhecimento da população;

 Ao controle precoce de patologias.

Leticia Mory Marcussi e Mayra Larissa Mayumi Yoshida


Conclusões 33

6. CONCLUSÃO

Dessa forma, pode-se concluir através dessa revisão de literatura que os medicamentos

falsificados, além de causar impacto na eficácia clínica, devido a falsificação da matéria prima

e do princípio ativo utilizados, os quais podem estar vencido, alterado ou em concentrações

prejudiciais à saúde, também causa grande impacto no mercado farmacêutico, uma vez que a

produção de medicamentos falsificados apresentam baixo custo, fato que leva a elevados

lucros, fazendo com que esse tipo de mercado cresça, prejudicando tanto o âmbito econômico

e social (indústria farmacêutica e usuários), como também o Estado e a Saúde Pública visto

que esses medicamentos não possuem garantia de eficácia, qualidade e segurança.

Neste contexto, para diminuir o crescimento desse mercado a população deve estar

consciente sobre os riscos que medicamentos falsificados causam a saúde, podendo levar a

morte do individuo.

Dessa forma, o Farmacêutico deve prestar uma Assistência Farmacêutica, através de

orientações verbais e cartilhas informativas, que oriente a população das fraudes que já

existem no Mercado e que não são apenas medicamentos que são falsificados, mas também

produtos de higiene pessoal, produtos médicos, cosméticos e correlatos.

È um trabalho árduo, que pode levar anos para se chegar aos resultados esperados,

mas com as medidas que estão sendo adotadas ( como o sistema IUM), acreditamos que esse

tipo de Mercado diminua o seu crescimento.

Leticia Mory Marcussi e Mayra Larissa Mayumi Yoshida


Referências Bibliográficas 34

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA. O que devemos saber sobre


medicamentos. 2010.

AMES, J 2012 ; SOUZA, D. Z. Falsificação de medicamentos no Brasil. Revista de


Saúde Pública, São Paulo, Scielo, vol. 66, n. 1, Jan/Fev. 2012.

ANDRADE, Marcus Vinícius. O Perfil Do Consumidor De Produtos Farmacêuticos.


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