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Curso de Introdução as Runas | por Marcelo Leal

OS ALFABETOS RÚNICOS

O mais antigo e popular alfabeto rúnico é o Elder Futhark (Futhark Antigo),


composto de 24 runas. Seu nome deriva das seis primeiras runas-letras que segundo o
autor Raymond Ian Page, eu seu livro “Runes”, aparecem inscritas em um bloco de pedra
do século VI, preservado e encontrado nas escavações de uma antiga igreja em Breza,
cerca de 25 km ao norte de Sarajevo, Iugoslávia. Outro exemplo foi encontrado junto a
um tesouro na Hungria. Ambos os encadeamentos não possuem tradução literal, o que
levou a se acreditar que formavam parte de usos mágicos ou poder das runas sobre o
local onde foram encontrados. Desde então, o alfabeto rúnico passou a possuir esta
ordem, que é considerada um enigma, visto que seu arranjo de valores sonoros é muito
diferente de outros alfabetos europeus.
É deste antigo conjunto que se acredita que todas as outras variações do alfabeto
provenham ao longo do tempo. Elas surgem naturalmente, ao passo que as tribos
germânicas começam a se movimentar no continente europeu e com isto ocasionando
mudanças e variações linguísticas – alterações na pronúncia e o surgimento de novos sons.
O Younger Futhark (Futhark Jovem) ou as Runas Escandinavas, surge por volta do
século VII a partir de uma redução do Elder Futhark, sendo composto por somente 16
caracteres, paradoxalmente ao mesmo tempo em que se aumentava o número de
fonemas da linguagem falada (o que ocasiona confusão quando na tradução de antigas
inscrições), quando o proto-nórdico evoluía para o nórdico antigo.
Ele é posteriormente dividido em dois sistemas básicos: o Rama Longa (ou Futhark
Dinamarquês, Runas Dinamarquesas) e o Rama Curta ou Rök (Futhark/Runas Sueco-
Norueguesas), ainda que ambas as formas tenham sido utilizadas por toda a Escandinávia.
A diferença entre estas duas versões continua sendo matéria de controvérsia. De forma
geral, acredita-se numa diferença funcional, isto é, enquanto as runas do ramo longo
eram usadas em suporte pétreos, as runas de ramo curto eram gravadas em madeira ou
usadas no dia a dia para se transmitir alguma mensagem de cunho confidencial.

Younger Futhark
Roma Longa / Rama Curta

O Futhorc, ou as Runas Anglo-Saxãs, por vezes também chamadas de Runas Anglo-


Frísias, é um alfabeto que foi bastante popular na Inglaterra e, assim como os outros, tem
sua origem incerta, embora se considere a probabilidade de ter surgido na Frísia, região
ocupada pelos saxões em dado momento da história, tribo responsável pela sua
disseminação.

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Curso de Introdução as Runas | por Marcelo Leal

Com origem no Futhark, este alfabeto passou por sucessivas modificações, até
atingir o total de 33 runas. Seu nome se deve a alteração e divisão da runa Ansuz, que
aqui passa a deixar de existir. Alguns autores fazem uma distinção entre o Futhorc e as
Runas da Northumbria, o primeiro alfabeto seria o conjunto dos 29 símbolos enquanto
que o segundo seria o conjunto completo com as 33 runas.

Existem ainda outros alfabetos que foram surgindo ao longo do tempo, como o as
runas marcomanas, as runas delecarlians, runas góticas, etc. Alguns destes alfabetos
foram intencionalmente elaborados, como o Armanem Runes, por Guido Von List.

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