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Qualidade das Águas Superficiais de Campo Grande | Relatório 2009


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Secretaria Municipal de Meio Ambiente


e Desenvolvimento Urbano

Secretário Municipal
Eng. Marcos Antonio Moura Cristaldo
Secretário Adjunto
Eng. João Alberto Borges dos Santos
Departamento de Licenciamento e Monitoramento Ambiental
Eng. Denise Gálico Marroni Name
Divisão de Fiscalização e Monitoramento Ambiental
Eng. Zuleide Tomiko Katayama
Divisão de Fisc. e Políticas Sustentáveis e Educação Ambiental
Eng. Juliana Casadei

Elaboração:
Getúlio Ezequiel da Costa Peixoto Filho
Adrienne G. L. da Costa
Colaboração:
Aryane Oliveira Custódio
Gilmara Martins Marcos Galache
Natália Machado Ribeiro de Morais
Paulo Tarso Sanches de Oliveira
Talita Silva Terra Macedo
Silmara Ribeiro Martins Zanchttin
Gustavo Endrigo Lopes de Figueiredo
Thiago Nascimento Moraes
Revisão:
Eng. Antônio Carlos Silva Sampaio
Eng. Juliana Casadei
Eng. João Alberto Borges dos Santos
CAMPO GRANDE. Secretaria Municipal de Meio Ambiente e
Desenvolvimento Urbano. Qualidade das Águas Superficiais de
Campo Grande: Relatório 2009. Campo Grande, MS, 2010. 136p.

© 2009 Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano


Qualquer parte desta publicação pode ser reproduzida, desde que citada a fonte.
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Córrego limpo, cidade viva


O crescimento populacional somado ao grande adensamento urbano
verificado nos últimos anos, associado à falta de conscientização e
infra-estrutura adequada para preservação da qualidade dos corpos
hídricos, resultam em um problema enfrentado por muitos municípios
numa escala global: a escassez de água em quantidade e qualidade.

Ao mesmo tempo em que se verifica um aumento da demanda por


água, também é progressivo o declínio de sua qualidade, exigindo
um olhar crítico sobre o correto uso desse recurso natural.

O primeiro passo a ser dado pelos municípios visando garantir o uso


da água atual e futuro, para diversos fins, é o conhecimento e
monitoramento das condições qualitativas e quantitativas dos

Qualidade das Águas Superficiais de Campo Grande | Relatório 2009


recursos hídricos disponíveis.

Uma das maneiras de se ter uma visão integrada da qualidade das


águas em bacias hidrográficas é por meio da adoção de uma rede
de monitoramento, que é um conjunto de estações de amostragem
estrategicamente localizadas que, somada a processos laboratoriais
e métodos interpretativos, representam as condições existentes e as
tendências de evolução de qualidade das águas.

Dessa forma, a Prefeitura de Campo Grande, por intermédio da


Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano,
implantou em março de 2009 um Programa de monitoramento da
qualidade das águas superficiais do município, denominado Córrego
Limpo, Cidade Viva.

Nesse programa foram definidos pontos de coleta de água em todas


as microbacias hidrográficas, dentro do perímetro urbano. Essas
amostras são analisadas em laboratório sob nove parâmetros
considerados relevantes para a avaliação da qualidade das águas,
tendo como determinante principal a utilização das mesmas para
abastecimento público. Por fim, a interpretação das análises é
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compendiada por intermédio de um indicador numérico, o Índice de


Qualidade de Água (IQA).

Os resultados obtidos com o monitoramento dos nossos córregos e


rio urbanos poderão ser determinantes para a atuação do poder
público, ao desenvolvimento de pesquisas por parte da comunidade
científica e para ações de educação ambiental, dentre outras.

Este relatório, portanto, sintetiza e apresenta os resultados colhidos


após um ano de implantação do Programa, e os torna público à
população campo-grandense, quem realmente detém o poder
modificador desse cenário.

Eng. Marcos Antonio Moura Cristaldo


Secretário Municipal de Meio Ambiente
e Desenvolvimento Urbano
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Sumário

Apresentação 5
Siglas e Abreviaturas 8
Procedimentos Metodológicos 9
Coleta e interpretação de amostras 11
Periodicidade 11
Parâmetros de qualidade da água 12
Classificação dos corpos d’água 12
Índice de qualidade da água 27

Qualidade das Águas Superficiais de Campo Grande | Relatório 2009


Resultados Obtidos 31
Caracterização geral da rede hidrográfica 33
Microbacia do Anhanduí 36
Microbacia do Bálsamo 49
Microbacia do Bandeira 56
Microbacia do Coqueiro e Ribeirão Botas 65
Microbacia do Gameleira 69
Microbacia do Imbirussu 71
Microbacia do Lageado 87
Microbacia do Lagoa 97
Microbacia do Prosa 106
Microbacia do Segredo 114
Conclusões, Considerações e Recomendações 127
Referências Bibliográficas 131
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Siglas e Abreviaturas

CETESB Companhia de Tecnologia e Saneamento Ambiental do


Estado de São Paulo
CONAMA Conselho Nacional do Meio Ambiente
DBO Demanda Bioquímica de Oxigênio
ETA Estação de Tratamento de Água
ETE Estação de Tratamento de Esgoto
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IQA Índice de Qualidade de Água
NSF National Sanitation Foundation
OD Oxigênio Dissolvido
pH Potencial Hidrogeniônico
SEMADUR Secretaria Municipal de Meio Ambiente e
Desenvolvimento Urbano
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Qualidade das Águas Superficiais de Campo Grande | Relatório 2009


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Coleta e interpretação de amostras


Nos pontos que não representam as Estações de Tratamento de
Esgoto (ETE) são analisados trimestralmente os parâmetros do
índice de qualidade de água (IQA) adaptado pela Companhia de
Tecnologia e Saneamento Ambiental do Estado de São Paulo
(CETESB), o IQACETESB. Nas ETEs, são coletadas amostras à
montante e à jusante do lançamento e são analisados os seguintes
parâmetros:

:: Frequência mensal: Temperatura (amostra e ambiente), pH,


Condutividade, DQO, DBO5 20, Oxigênio Dissolvido, Sólidos
Totais, Turbidez;

:: Frequência trimestral: Fósforo Total, Nitrogênio Total,

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Nitrogênio Amoniacal, Nitrito, Nitrato, Sólidos Dissolvidos Totais,
Sólidos Totais, Sólidos em Suspensão, Coliformes
Termotolerantes e escherichia coli (E. Coli);

Os resultados das análises são cadastrados no banco de dados da


Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano
(SEMADUR), interpretados e consolidados para elaboração de
relatórios.

Periodicidade
De uma maneira geral, informações de qualidade de água referem-
se a um intervalo de tempo (mensal, bimestral, semestral, anual) que
esta qualidade pode variar.

Buscou-se aqui representar as duas estações bem definidas do ano


(uma chuvosa e outra seca) e um intervalo de tempo intermediário
entre cada estação, sendo a periodicidade representada da seguinte
forma:
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.: 1º trimestre (JAN/FEV/MAR) – período mais chuvoso;


.: 2º trimestre (ABR/MAI/JUN) – período intermediário I;
.: 3º trimestre (JUL/AGO/SET) – período mais seco;
.: 4º trimestre (OUT/NOV/DEZ) – período intermediário II.

Parâmetros de qualidade de água


A Resolução CONAMA nº 357, de 2005, em seu artigo 2º, inciso
XXVII, parâmetros de qualidade da água são: substâncias ou outros
indicadores representativos da qualidade de água. Esses parâmetros
podem ser divididos em: físicos, químicos e biológicos (BRASIL,
2005).

Esses indicadores de qualidade são utilizados levando-se em conta


o que se deseja avaliar em determinado corpo d'água, ou seja,
objetivo da análise, monitoramento e o tipo de substância poluente
e/ou contaminante que o corpo d'água possui ou eventualmente
poderá possuir devido a ações antrópicas. Assim sendo, os fatores
preponderantes em uma provável variação da qualidade são:

:: Diminuição da qualidade da água em virtude de obras e/ou


intervenções;

:: Diminuição da qualidade da água em virtude da contribuição


de um afluente com água de menor qualidade;

:: Aumento da qualidade de água em virtude da diluição de um


afluente com água de maior qualidade;
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:: Diminuição da qualidade da água em virtude de fontes


pontuais de lançamentos de águas residuárias domésticas
(esgoto) sejam eles, lançamentos autorizados ou clandestinos;

:: Diminuição da qualidade da água em virtude de despejos


industriais, autorizados ou clandestinos;

:: Diminuição da qualidade da água relacionada à lavagem


propiciada pelas águas pluviais, essa intimamente relacionada ao
acondicionamento e disposição final incorreta de resíduos
sólidos.

As características dos parâmetros de qualidade da água utilizados


para o calculo do IQACETESB são:

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...: Potencial Hidrogeniônico (pH)
O pH significa potencial Hidrogeniônico. É uma medida das
características ácida ou alcalina das substâncias. Uma solução é
ácida quando predominam os íons de Hidrogênio [H+] e é alcalina
quando predominam os íons hidroxila [OH-].

A escala de pH vai de 0 a 14. As soluções de índice compreendido


entre 0 e 7 são ácidas - quanto mais próximo a zero, mais
fortemente ácida, quanto mais próximo a 7, mais branda. O pH 7
indica neutralidade. As soluções de índice compreendido entre 7 e
14 são alcalinas. Quanto mais próximo a 14, mais fortemente
alcalinas.

A vida aquática depende do pH variando em torno de 6 a 9. Porém,


muitos peixes e outros seres vivos aquáticos sobrevivem a valores
de pH menores ou abaixo de 5, embora nestes valores há maior
capacidade de solubilização de metais, aumentando possivelmente a
toxidez (BRANCO, 1991).
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Em cursos d'água o efeito mais significativo de valores extremos de


pH é o provável efeito letal para peixes e outras vidas aquáticas
(CERETTA, 2004).

...: Turbidez
A turbidez de uma amostra de água é o grau de atenuação de
intensidade que um feixe de luz sofre ao atravessá-la, sendo
relacionada a presença de sólidos em suspensão, tais como
partículas inorgânicas (areia, silte, argila) e de detritos orgânicos,
algas e bactérias, plâncton em geral, etc. A erosão das margens dos
rios em estações chuvosas é um exemplo de fenômeno que resulta
em aumento da turbidez das águas e que exigem manobras
operacionais, como alterações nas dosagens de coagulantes e
auxiliares, nas estações de tratamento de águas. A erosão pode
decorrer do mau uso do solo em que se impede a fixação da
vegetação. Este exemplo, mostra também o caráter sistêmico da
poluição, ocorrendo inter-relações ou transferência de problemas de
um ambiente (água, ar ou solo) para outro (CETESB, 2007).

Os esgotos sanitários e diversos efluentes industriais também


provocam elevações na turbidez das águas. Um exemplo típico
deste fato ocorre em consequência das atividades de mineração,
onde os aumentos excessivos de turbidez têm provocado formação
de grandes bancos de lodo em rios e alterações no ecossistema
aquático.

Alta turbidez reduz a fotossíntese de vegetação enraizada submersa


e algas. Esse desenvolvimento reduzido de plantas pode, por sua
vez, suprimir a produtividade de peixes. Logo, a turbidez pode
influenciar nas comunidades biológicas aquáticas. Além disso, afeta
adversamente os usos doméstico, industrial e recreacional de uma
água (CETESB, 2007).
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...: Temperatura
É a medição da intensidade de calor, ou seja, a variação da
temperatura da água resultante de fenômenos naturais
(transferência de calor pelos fenômenos de radiação, condução e
convecção) ou da ação antrópica (lançamento de efluentes
industriais).

A temperatura superficial é influenciada por fatores tais como


latitude, altitude, estação do ano, período do dia, taxa de fluxo e
profundidade. A elevação da temperatura em um corpo d'água
geralmente é provocada por despejos industriais, por exemplo
indústrias canavieiras e usinas termoelétricas.

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Elevados valores de temperatura da água podem vir a ocasionar
efeitos nocivos à vida aquática, tais como: diminuir a solubilidade
dos gases como o oxigênio dissolvido; estimular o crescimento de
organismos que podem vir a provocar gosto e odor a água; aumentar
a taxa de reações físicas, químicas e biológicas; dentre outros.

A temperatura desempenha um papel principal de controle no meio


aquático, condicionando as influências de uma série de parâmetros
físico-químicos. Em geral, à medida que a temperatura aumenta, de
0 a 30°C, a viscosidade, tensão superficial, compressibilidade, calor
específico, constante de ionização e calor latente de vaporização
diminuem, enquanto a condutividade térmica e a pressão de vapor
aumentam com a elevação da temperatura.
Organismos Aquáticos possuem limites de tolerância térmica
superior e inferior, temperaturas ótimas para crescimento,
temperatura preferida em gradientes térmicos e limitações de
temperatura para migração, desova e incubação do ovo.
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...: Sólidos Totais


Os sólidos presentes nos corpos d’água podem causar danos aos
peixes e à vida aquática. Eles podem se sedimentar no leito dos rios
destruindo organismos que fornecem alimentos, ou também danificar
os leitos de desova de peixes. Os sólidos podem reter bactérias e
resíduos orgânicos no fundo dos rios, promovendo decomposição
anaeróbia. Altos teores de sais minerais, particularmente sulfato e
cloreto, estão associados à tendência de corrosão em sistemas de
distribuição, além de conferir sabor às águas (CETESB, 2007).

...: Oxigênio Dissolvido (OD)


O oxigênio proveniente da atmosfera se dissolve nas águas naturais,
devido à diferença de pressão parcial.

O parâmetro oxigênio dissolvido é, sem dúvida, o principal indicador


de possibilidade de atividade biológica de um corpo d'água. Sendo o
principal indicador de vida, o oxigênio presente na água em forma
gasosa, permite a análise da capacidade de autodepuração do
recurso hídrico.

A presença de matéria orgânica nos cursos d'água, por exemplo,


esgoto doméstico, resíduos industriais e biomassa, podem provocar
a proliferação de microrganismos, cuja respiração causa a redução
ou exaurimento total do Oxigênio Dissolvido na água.

Durante a estabilização da matéria orgânica, as bactérias fazem uso


do oxigênio nos seus processos respiratórios, podendo vir a causar
uma redução da sua concentração no meio. Dependendo da
magnitude deste fenômeno, podem vir a morrer diversos seres
aquáticos, inclusive os peixes (VON SPERLING, 2005).
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O Oxigênio Dissolvido é uma substância primordial à vida dos seres


aeróbios aquáticos. Sua concentração depende de atividades físicas,
químicas e bioquímicas no meio da água, sendo influenciada pela
temperatura, salinidade, velocidade da água, turbulência da água,
pressão atmosférica e atividade de fotossíntese no corpo d'água.

Com OD em torno de 4-5 mg/L morrem os peixes mais exigentes;


com OD igual a 0 mg/L tem-se condições de anaerobiose (VON
SPERLING, 2005).

Por intermédio da medição do teor de oxigênio dissolvido, pode-se


avaliar os efeitos do lançamento de efluentes em águas receptoras e
o controle de processos de tratamento de esgoto. Os níveis de
oxigênio dissolvido também indicam a capacidade de um corpo
d'água natural manter a vida aquática.

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...: Nitrogênio
O nitrogênio pode ser encontrado no meio aquático natural nas
formas de nitrogênio orgânico, amoniacal (NH4+), nitrito (NO2-) e
nitrato (NO3-). As duas primeiras chamam-se formas reduzidas e as
duas últimas, formas oxidadas. Pode-se associar a idade da poluição
com a relação entre as formas de nitrogênio. Ou seja, se for coletada
uma amostra de água de um rio poluído e as análises demonstrarem
predominância das formas reduzidas significa que o foco de poluição
se encontra próximo. Se prevalecer nitrito e nitrato, ao contrário,
significa que as descargas de esgotos se encontram distantes.
Os esgotos sanitários constituem em geral a principal fonte,
lançando nas águas nitrogênio orgânico devido à presença de
proteínas e nitrogênio amoniacal, devido à hidrólise sofrida pela
uréia na água. Alguns efluentes industriais também concorrem para
as descargas de nitrogênio orgânico e amoniacal nas águas.
A atmosfera é outra fonte importante onde as bactérias e algas,
incorporam o nitrogênio atmosférico em seus tecidos, contribuindo
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para a presença de nitrogênio orgânico nas águas. As lavagens da


atmosfera poluída pelas águas pluviais concorrem para as
presenças de partículas contendo nitrogênio orgânico bem como
para a dissolução de amônia e nitratos. Nas áreas agrícolas, o
escoamento das águas pluviais pelos solos fertilizados também
contribui para a presença de diversas formas de nitrogênio. Nas
áreas urbanas, as drenagens de águas pluviais associadas às
deficiências do sistema de limpeza pública, constituem fonte difusa
de difícil caracterização (CETESB 2007).

...: Fósforo Total


É o conjunto de todas as porções de fósforo da amostra. O fósforo é
um elemento não metálico, que pode ocorrer em diferentes formas:
orgânica, inorgânica e como espécies dissolvidas ou particuladas. É
encontrado na água nas formas de ortofosfato, polifosfato e fósforo
orgânico.

O fósforo aparece em águas naturais devido principalmente às


descargas de esgotos sanitários. Nestes, os detergentes
superfosfatados empregados em larga escala domesticamente
constituem a principal fonte, além da própria matéria fecal, que é rica
em proteínas.

Alguns efluentes industriais, como os de indústrias de fertilizantes,


pesticidas, químicas em geral, conservas alimentícias, abatedouros,
frigoríficos e laticínios, apresentam fósforo em quantidades
excessivas. As águas drenadas em áreas agrícolas e urbanas
também podem provocar a presença excessiva de fósforo em águas
naturais (CETESB, 2007).

Por ser nutriente para processos biológicos, o excesso de fósforo em


esgotos sanitários e efluentes industriais, por outro lado, conduz a
processos de eutrofização das águas naturais.
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É um nutriente essencial às plantas, sendo provável que atue


também como um fator limitante do seu crescimento. Os fosfatos,
juntamente com nitratos, são elementos indispensáveis à síntese da
matéria viva e por isto são limitantes da fotossíntese quando se
encontram em quantidades insuficientes.

A presença de fosfato acima dos padrões ambientais pode causar


efeitos nocivos, tais como: eutrofização acelerada, concomitante ao
aumento de odores e gosto na água; toxidade sobre todos os
organismos aquáticos especialmente peixes; e prejudicial ao
tratamento da água interferindo na coagulação e floculação (APHA;
AWWA; WPCF, 1998).

...: Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO)

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A DBO representa o valor da poluição produzida por matéria
orgânica oxidável biologicamente corresponde à quantidade de
oxigênio que é consumido pelos microorganismos do esgoto ou
águas poluídas, na oxidação biológica, quando mantido a uma dada
temperatura por um espaço de tempo convencionado.

A DBO5,20 de uma água é a quantidade de oxigênio necessária para


oxidar a matéria orgânica por decomposição microbiana aeróbia
para uma forma inorgânica estável. Um período de tempo de 5 dias
numa temperatura de incubação de 20°C é freqüentemente usado e
referido como DBO5,20.

Quanto maior a carga de matéria orgânica, maior o numero de


microorganismos decompositores, e consequentemente, maior o
consumo de oxigênio.

Os maiores aumentos em termos de DBO5,20, num corpo d'água, são


provocados por despejos de origem predominantemente orgânica. A
presença de um elevado teor de matéria orgânica pode provocar à
20

completa extinção do oxigênio na água, provocando a morte de


peixes e outras formas de vida aquática.

O teste da DBO5,20 serve como medida da carga orgânica presente


em corpos d'água e na verificação do grau de autodepuração
desses. A DBO5,20 é utilizada ainda no dimensionamento de ETEs e
no monitoramento e avaliação dessas.

...: Coliformes Termotolerantes


A detecção dos agentes patogênicos em uma amostra d'água é
extremamente difícil em razão das suas baixas concentrações, o que
demandaria o exame de grandes volumes da amostra para que
fossem detectados os poucos seres patogênicos. No entanto, esse
obstáculo é superado por meio do estudo dos chamados organismos
indicadores de contaminação fecal. Tais organismos são
predominantemente não patogênicos, mas dão uma satisfatória
indicação de quando uma água apresenta contaminação por fezes
humanas ou de animais e, por conseguinte, da sua potencialidade
para transmitir doenças. (VON SPERLING 2005)

Há vários organismos cuja presença em um corpo d'água indica uma


forma qualquer de poluição. Para indicar, no entanto, a poluição
fecal, e para medir a extensão desta contaminação, usa-se adotar
como indicadores bactérias de origem fecal. Essas bactérias são
típicas do intestino do homem e de outros animais de sangue
quente, e, justamente por estarem presentes no excremento humano
em elevada quantidade (100 bilhões de coliformes totais/hab.dia),
devem ser de fácil isolamento e simples quantificação, para serem
adotadas como referência para indicar e medir a grandeza da
poluição, sendo empregadas como parâmetro básico na definição de
padrões para monitoramento da qualidade das águas. (JORDÃO &
PESSÔA, 2005)
21

Os principais indicadores de contaminação fecal comumente


utilizado são: coliformes totais, coliformes fecais ou termotolerantes
e Escherichia coli (E. coli).

O grupo coliformes totais constitui-se em um grande grupo de


bactérias que têm sido isoladas de amostras de águas e solos
poluídos e não poluídos, bem como de fezes de seres humanos e
outros animais de sangue quente. Tal grupo foi bastante usado no
passado como indicador, e continua a ser usado em algumas áreas,
embora as dificuldades associadas com a ocorrência de bactérias
não fecais seja um problema (THOMANN & MUELLER, 1987 apud
VON SPERLING, 2005).

Os coliformes totais podem ser encontrados em águas e solos não


contaminados. Assim não é aconselhável a utilização deste
parâmetro como indicador de contaminação fecal em águas

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superficiais.

Os termotolerantes constituem um subgrupo dos coliformes totais e


se diferenciam destes por ser tolerantes à temperaturas mais altas.
Segundo a Resolução CONAMA nº 357, de 2005, podem crescer em
meios contendo agentes tenso-ativos e fermentar lactose nas
temperaturas de 44-45 ºC. Por possuir essa característica são
denominados termotolerantes. Esse grupo de bactérias são
indicadoras de organismos predominantemente do trato intestinal
humano e de outros animais (BRASIL, 2005).

O grupo dos coliformes termotolerantes é formado principalmente


pela Escherichia coli e com menor representatividade pelas
Klebsiella, Citrobacter e Enterobacter (os dois últimos em menores
concentrações) (CEBALLOS, 2000).

Quanto ao parâmetro coliformes termotolerantes, para o uso da água


como recreação de contato primário deverá ser obedecida a
Resolução CONAMA n° 274, de 2000 (BRASIL, 2000), para os
demais usos não deverá ser excedido um limite de 1.000 coliformes
termotolerantes por 100 mililitros em 80% ou mais de pelo menos 6
22

(seis) amostras coletadas durante o período de um ano, com


freqüência bimestral (BRASIL, 2005).

A Escherichia coli é o único coliforme que se desenvolve apenas na


flora intestinal dos animais de sangue quente, sendo, portanto, um
indicador exclusivo da contaminação fecal (JORDÃO & PESSÔA,
2005). Por esta razão, há uma tendência atual em se utilizar
predominantemente E. coli como indicador de contaminação fecal.
No entanto, sua detecção não dá uma garantia de que a
contaminação seja humana, já que E. coli pode ser encontrada
também em fezes de outros animais de sangue quente (VON
SPERLING, 2005).

Há uma certa correlação entre a concentração de coliformes e


incidência de doenças de origem hídrica. Portanto, a presença de
coliformes, em determinadas concentrações, deve ser encarada
como um sinal de alerta, indicando a possibilidade de haver uma
poluição ou contaminação fecal, principalmente quando ocorrem
variações bruscas do número de coliformes numa determinada água
(OLIVEIRA, 1974).

Classificação dos corpos d’água

Para que seja realizada a classificação dos mananciais é necessário


o estabelecimento de padrões de qualidade da água, sendo este
estabelecido de acordo com os usos preponderantes da água, atuais
e futuros. Segundo Jordão & Pessoa (2005), não se deve confundir
os termos “parâmetro” e “padrão” de qualidade. Enquanto o primeiro
são grandezas que indicam as características da água, padrão
constitui um valor do parâmetro que não deverá ser excedido em
determinado intervalo de tempo.

No Brasil, o dispositivo legal em vigor que dispõe sobre a


classificação dos corpos d’água superficiais e diretrizes ambientais
para o seu enquadramento, bem como estabelece as condições e
23

padrões de lançamento de efluentes é a Resolução estabelecida


pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) nº 357, de
2005 de 17 de março de 2005. Essa resolução estabelece 13
classes de qualidade de água, sendo 5 referente a águas doces
(água com salinidade igual ou inferior 0,5%), 4 para águas salobras
(água com salinidade superior a 0,5% e inferior a 30%) e 4 para
águas salinas (água com salinidade igual ou superior a 30%).

A Resolução CONAMA nº 357, de 2005 divide as águas doces em 5


Classes e define:
[...] “Art. 4º As águas doces são classificadas em:
I - Classe especial: águas destinadas:
a) ao abastecimento para consumo humano, com desinfecção;
b) à preservação do equilíbrio natural das comunidades
aquáticas; e
c) à preservação dos ambientes aquáticos em unidades de

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conservação de proteção integral.

II - classe 1: águas que podem ser destinadas:


a) ao abastecimento para consumo humano, após tratamento
simplificado;
b) à proteção de comunidades aquáticas;
c) à recreação de contato primário, tais como natação, esqui
aquático e mergulho, conforme Resolução CONAMA
nº 274, de 2000;
d) à irrigação de hortaliças que são consumidas cruas e de
frutas que se desenvolvam rentes ao solo e que sejam
ingeridas cruas sem remoção de película; e
e) à proteção das comunidades aquáticas em Terras
Indígenas.

III - Classe 2: águas que podem ser destinadas:


a) ao abastecimento para consumo humano, após tratamento
convencional;
b) à proteção das comunidades aquáticas;
c) à recreação de contato primário, tais como natação, esqui
aquático e mergulho, conforme Resolução CONAMA
nº 274, de 2000;
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d) à irrigação de hortaliças, plantas frutíferas e de parques,


jardins, campos de esporte e lazer, com os quais o público
possa vir a ter contato direto; e
e) à aqüicultura e à atividade de pesca.

IV - Classe 3: águas que podem ser destinadas:


a) ao abastecimento para consumo humano, após tratamento
convencional ou avançado;
b) à irrigação de culturas arbóreas, cerealíferas e forrageiras;
c) à pesca amadora;
d) à recreação de contato secundário; e
e) à dessedentação de animais.

V - Classe 4, águas que podem ser destinadas:


a) à navegação; e
b) à harmonia paisagística.

A classificação das águas superficiais é importante no processo de


controle e prevenção da poluição dos recursos hídricos, tendo em
vista que permite o enquadramento do corpo d’água. O Art. 2º inciso
XX da Resolução CONAMA nº 357, de 2005 define enquadramento:
“estabelecimento da meta ou objetivo de qualidade da água (classe)
a ser, obrigatoriamente, alcançado ou mantido em um segmento de
corpo d’água, de acordo com os usos preponderantes pretendidos,
ao longo do tempo”.(BRASIL, 2005)

Em Mato Grosso do Sul a Deliberação do Conselho Estadual de


Controle Ambiental CECA/MS nº 003, de 20 de Junho de 1997
dispõe sobre a preservação e utilização das águas das bacias
hidrográficas do Estado de Mato Grosso do Sul, e dá outras
previdências. [...] Art. 1º - estabelecer o enquadramento dos corpos
d’água da Bacia Hidrográfica do Alto Paraguai em Mato Grosso do
Sul e do Córrego Imbiruçu pertencente à Bacia Hidrográfica do Rio
Paraná, em classes de uso, bem como os padrões de emissão dos
efluentes [...]. Na região urbana de Campo Grande o Córrego
Imbiruçu e seus afluentes, desde a confluência com o córrego
25

Serradinho até a sua foz no rio Anhanduí, pertencem a classe 3


(MATO GROSSO DO SUL, 1997).

De acordo com Resolução CONAMA nº 357/, de 2005 (BRASIL,


2005), artigo 42º, enquanto não forem aprovados os respectivos
enquadramentos, as águas doces serão consideradas classe 2.
Desse modo, com exceção do córrego Imbirussu e seus afluentes,
desde a confluência com o córrego Serradinho até a sua foz no rio
Anhanduí, pertencem a classe 3, todos os outros córregos urbanos
do Município de Campo Grande pertencem a classe 2, até que seja
realizado o devido enquadramento.

Índice de Qualidade da Água

Qualidade das Águas Superficiais de Campo Grande | Relatório 2009


O Programa de Monitoramento Córrego Limpo, Cidade Viva utiliza
índice de qualidade da água para transmitir as condições dos corpos
hídricos amostrados, tendo como objetivo demonstrar ao público em
geral, comunidade leiga e científica, a evolução desses atributos ao
longo do tempo e do espaço.

Os índices de qualidade da água, por apresentarem concisamente a


informação, têm grande utilidade no que tange às ações de
planejamento, para estabelecimento de medidas corretivas que
possam recuperar a qualidade do curso d'água. Para este Programa
foi escolhido o IQANSF, adaptado pela CETESB, visto que foi o que
melhor se enquadrou aos objetivos propostos.

A partir de um estudo realizado em 1970 pela "National Sanitation


Foundation" dos Estados Unidos, a CETESB adaptou e Desenvolveu
o IQA - Índice de Qualidade das Águas, que incorpora 9 parâmetros
considerados relevantes para uma avaliação da qualidade das
águas, tendo como determinante principal a utilização das mesmas
para abastecimento público.

A CETESB utiliza o IQA com o objetivo de avaliar o curso d'agua


para fins de produção de água potável, ou seja, para abastecimento
26

humano. Os parâmetros de qualidade considerados pela CETESB


para formulação do IQA são: temperatura, oxigênio dissolvido,
demanda bioquímica de oxigênio (DBO5,20), pH, coliformes
termotolerantes, nitrogênio total, fósforo total, turbidez e sólidos
totais (BRAGA et al., 2002).

A criação do IQACETESB baseou-se numa pesquisa de opinião junto a


especialistas em qualidade de águas, que indicaram os parâmetros a
serem avaliados, o peso relativo dos mesmos e a condição com que
se apresenta cada parâmetro, segundo uma escala de valores
"rating". Dos 35 parâmetros indicadores de qualidade de água
inicialmente propostos, somente 9 foram selecionados. Para estes, a
critério de cada profissional, foram estabelecidas curvas de variação
da qualidade das águas de acordo com o estado ou a condição de
cada parâmetro. Estas curvas de variação, sintetizadas em um
conjunto de curvas médias para cada parâmetro, bem como seu
peso relativo correspondente, são mostradas na Figura 1.
27

Qualidade das Águas Superficiais de Campo Grande | Relatório 2009

Figura 1 - Curvas médias de variação de qualidade das águas.


Fonte: CETESB (2005)

O IQACETESB é calculado pelo produtório ponderado das qualidades


de água correspondentes aos parâmetros: Temperatura da amostra,
pH, Oxigênio Dissolvido, Demanda Bioquímica de Oxigênio (5 dias,
20ºC), Coliformes termotolerantes, Nitrogênio total, Fósforo total,
Sólidos Totais e Turbidez.
28

A seguinte fórmula é utilizada:

onde:

IQA: Índice de Qualidade das Águas, um número entre 0 e 100;

qi : qualidade do i-ésimo parâmetro, um número entre 0 e 100,


obtido da respectiva "curva média de variação de qualidade",
em função de sua concentração ou medida; e

wi : peso correspondente ao i-ésimo parâmetro, um número entre 0


e 1, atribuído em função da sua importância para a
conformação global de qualidade, sendo que:

em que:

n: número de parâmetros que entram no cálculo do IQA.

Os parâmetros e os pesos relativos para o cálculo do IQA estão


indicados na Tabela 1

Tabela 1 - Parâmetros e Pesos Relativos IQA


Parâmetros Pesos Relativos
1. Oxigênio Dissolvido 0,17
2. Coliformes Fecais 0,15
3. pH 0,12
4. Demanda Bioquímica de Oxigênio 0,10
5. Fósforo Total 0,10
6. Temperatura 0,10
7. Nitrogênio Total 0,10
8. Turbidez 0,8
9. Sólidos Totais 0,8
29

A partir do cálculo efetuado, determina-se a qualidade das águas,


que é indicada pelo IQA, variando numa escala de 0 a 100, conforme
Tabela 2.

Tabela 2 - Categoria e Ponderação do IQA


Categoria Ponderação
Ótima 79 < IQA 100
Boa 51 < IQA  79
Regular 36 < IQA  51
Ruim 19 < IQA  36
Péssima IQA  19

Fonte: CETESB (2007)

Qualidade das Águas Superficiais de Campo Grande | Relatório 2009


30
31

Qualidade das Águas Superficiais de Campo Grande | Relatório 2009


32
33

Caracterização geral da rede hidrográfica


O Município de Campo Grande encontra-se localizado
predominantemente na Bacia Hidrográfica do Rio Paraná, com
exceção de uma porção Noroeste de seu território que se situa na
Bacia Hidrográfica do Rio Paraguai (PLANURB, 2006).

A Figura 2 mostra a localização do município de Campo Grande nas


Bacias Hidrográficas dos rios Paraguai e Paraná.

Qualidade das Águas Superficiais de Campo Grande | Relatório 2009


Figura 2 - Localização do município de Campo Grande.

Na área urbana de Campo Grande, a rede hidrográfica é constituída


por onze microbacias: Bandeira, Prosa, Anhanduí, Lageado,
Gameleira, Bálsamo, Imbirussú, Coqueiro, Ribeirão Botas, Segredo
e Lagoa, conforme mostrado na Figura 3.

Todas essas microbacias já demonstram algum efeito das alterações


antrópicas na maior parte das suas áreas, em algumas mais e em
outras menos, de acordo com o tempo e forma de ocupação
(PLANURB, 1998), podendo apresentar processos de
34

assoreamentos, insuficiência no sistema de captação de águas


pluviais, contaminação por esgoto domésticos.

Na Figura 3 observa-se a distribuição das microbacias hidrográficas


na área urbana de Campo Grande.
35

Figura 3 – Rede hidrográfica de Campo Grande.

A Tabela 3 identifica as microbacias na área urbana de Campo Grande, os


principais cursos d’água e as correspondentes áreas de cada microbacia.

Qualidade das Águas Superficiais de Campo Grande | Relatório 2009


Tabela 3 - Microbacias dentro do perímetro urbano de Campo Grande.
Microbacia Principais cursos d’água Área*
Anhanduí Anhanduí 38,3
Bálsamo Bálsamo 13,3
Bandeira, Cabaça e Portinho
Bandeira 15,2
Pache
Botas Botas 5,5
Coqueiro Coqueiro 33,2
Gameleira Gameleira 15,5
Imbirussu Serradinho e Imbirussu 66,7
Lageado Lageado, Lageadinho e Poção 51,3
Lagoa Lagoa, Buriti, Siriema e Zardo 36,6
Prosa, Sóter, Revellieu e
Prosa 32,0
Vendas
Segredo, Seminário, Cascudo e
Segredo 45,4
Maracaju
(*) Calculado a partir da base oficial da Prefeitura em formato shape file.
36

Microbacia do Anhanduí
O Rio Anhanduí é o principal curso d'água de Campo Grande,
destacando-se como contribuintes, na área urbana, os Córregos
Sóter, Lageado, Bandeira, Prosa, Segredo, entre outros. É tributário
do Rio Pardo, que por sua vez é afluente do Rio Paraná.

Nasce na confluência dos Córregos Segredo e Prosa, na região


central, dirigindo-se à região sul do município. Após o perímetro
urbano, recebe os Córregos Imbirussu, Formiga, entre outros.

A microbacia hidrográfica do Anhanduí abrange diversos bairros da


capital, sendo eles: Bandeirantes, Guanandy, Jacy, Taquarussu e
parte dos bairros: Aero Rancho, Amambaí, América, Batistão,
Caiçara, Carvalho, Centenário, Coophavila II, Glória, Jardim Paulista,
Jockey Clube, Leblon, Los Angeles, Monte Líbano, Parati, Pioneiros,
Piratininga, Planalto, Sobrinho, Tarumã, Taveirópolis, Tijuca, TV
Morena e Vilas Boas, conforme mostrado na Figura 4.

Figura 4 - Microbacia hidrográfica do Anhanduí e distribuição de bairros.


37

Devido sua localização entre regiões densamente povoadas, o Rio


Anhanduí na sua nascente já recebe elevada carga de esgotos
clandestinos, oriundos dos Córregos Segredo e Prosa.

Nessa microbacia haviam instaladas duas estações de tratamento


de esgoto (ETE), a ETE Salgado Filho (desativada em 20/12/2008) e
a ETE Aero Rancho (desativada em 20/08/2009). Hoje encontra-se
em operação a ETE Los Angeles.

A população proporcional dos bairros da microbacia de Anhanduí é


mostrada na Tabela 4.

Tabela 4 - Contribuição da população dos bairros da microbacia do Anhanduí.

Qualidade das Águas Superficiais de Campo Grande | Relatório 2009

FONTE: Dados obtidos a partir do cruzamento das informações de população de


cada bairro definido pela última contagem realizada pelo IBGE em 2007 (PLANURB,
2008) com a porcentagem do bairro em cada bacia.

...: Pontos de Monitoramento


38

A microbacia do Anhanduí possui 13 pontos de monitoramento,


sendo eles de montante para jusante: ANH 01, ANH 11, ANH 10,
ANH 04, ANH 06, ANH 05, ANH 07, ANH 08, ANH 09, ANH 12, FOR
01, FOR 02 e FOR 03, conforme identificados na Tabela 5 e
mostrados na Figura 5.

Tabela 5 - Pontos de monitoramento da microbacia do Anhanduí.


39

Qualidade das Águas Superficiais de Campo Grande | Relatório 2009


Figura 5 - Distribuição dos pontos de monitoramento na microbacia do
Anhanduí.

...: Resultados
A Tabela 6 mostra os resultados do IQACETESB nos pontos de
monitoramento localizados no Rio Anhanduí. Observa-se que no 3º e
no 4º trimestre a qualidade da água no ponto ANH01 foi classificada
como ruim. Porém o restante dos pontos foram classificados como
regular e boa.

O ANH05, ponto localizado à jusante da ETE Aero Rancho, que foi


desativada em 20/12/2008, foi desvinculado do programa e, a partir
do 4º trimestre, passou-se a não realizar mais coletas neste ponto.
40

Pode-se constatar que houve melhora da qualidade da água do rio


Anhanduí após a desativação da ETE Salgado Filho (20/12/2008) e
Aero Rancho.

Tabela 6 - IQACETESB dos pontos da microbacia Anhanduí.


Pontos de Monitoramento
Período
Código do
1º 2º 3º 4º
Ponto
Trimestre Trimestre Trimestre Trimestre
ANH01 46 46 30 30
ANH11 48 53 43 37
ANH10 48 55 48 38
ANH04 54 48 50 39
ANH06 48 50 56 51
ANH05 45 53 54 X
ANH07 53 51 54 43
ANH08 45 44 45 37
Ótima (100-79) Boa (79-51) Regular (51-36) Ruim (36-19) Péssima (<19)

O Rio Anhanduí, no trecho localizado na área urbana, recebe ao


longo de todo o seu leito, contribuição de lançamentos clandestinos
de esgotos, o que faz sua qualidade piorar ao longo do seu curso na
área urbana.

Na Figura 6 é possível verificar os valores do IQACETESB para os


pontos de amostragem, no período de janeiro de 2009 a setembro
de 2009.
41

Figura 6 - Valores do IQACETESB nos pontos monitorados da microbacia do


Anhanduí em 2009.

Qualidade das Águas Superficiais de Campo Grande | Relatório 2009


Na Figura 7 observa-se que a qualidade da água nos pontos ANH06
e ANH05 à montante e jusante da ETE Aero Rancho, aceitável e boa
no 2º semestre e boa e boa no 3º semestre respectivamente.

ANH06 - Montante Aero Rancho ANH05 - Jusante Aero Rancho


Figura 7 - Resultados obtidos por intermédio do IQACETESB nos pontos
ANH05 e ANH06.

Observa-se na Figura 8 a variação na qualidade da água do Rio


Anhanduí entre os pontos ANH07 e ANH08 localizados
42

respectivamente à montante e a jusante da ETE Los Angeles. No


ponto ANH07 a qualidade da água foi boa nos 1º, 2º e 3º trimestre e
regular no 4º semestre; no ponto ANH08 a qualidade da água foi
regular em todos os semestres.

A piora na qualidade da água no ponto ANH08 está diretamente


associada ao lançamento do efluente tratado da ETE Los Angeles no
rio Anhandui.

ANH07 - Montante ETE Los Angeles ANH08 - Jusante ETE Los Angeles
Figura 8 - Resultados do IQACETESB nos pontos ANH07 e ANH08
(montante e jusante da ETE Los Angeles)

Por intermédio da Figura 9 é possível verificar os valores obtidos em


uma série temporal do parâmetro coliformes termotolerantes nos
pontos ANH07 e ANH08, sendo este comparado com o padrão
estabelecidos na Resolução CONAMA n° 357, de 2005, para corpos
d'águas doces classe 2 (BRASIL, 2005).

Considerando os valores trimestrais do parâmetro coliformes


termotolerantes, verificou-se que a qualidade da água do rio não se
manteve dentro dos padrões estabelecidos na Resolução CONAMA
n° 357, de 2005 em nenhum trimestre de 2009, e sua concentração
de coliformes termotolerantes foi crescente, sendo que este
43

parâmetro encontra-se elevado com relação ao que determina a


legislação.

2
Figura 9 - Coliformes termotolerantes no Rio Anhanduí nos 1º, 2º e 3º

Qualidade das Águas Superficiais de Campo Grande | Relatório 2009


trimestre de 2009, nos pontos ANH07 e ANH08.

Estes elevados valores de coliformes termotolerantes verificados no


Rio Anhanduí, pode ser explicado devido ao fato do crescimento
urbano próximo aos córregos, falta de infra-estrutura adequada, nível
de vida e educacional da população, dentre outros, ocasionando o
lançamento de resíduos (sólidos e líquidos) nos corpos d'água.
Verifica-se que muitos munícipes realizam ligação clandestina de
esgoto na rede de drenagem, fazendo com que essas galerias se
transformem em emissários de esgoto in natura.

Com o lançamento do efluente tratado da ETE Los Angeles no rio


Anhanduí, a concentração de coliformes termotolerantes no ponto
ANH08 aumenta, fato constatado em todos os trimestres.

A Figura 10 mostra os valores de concentração de DBO5,20 nos


pontos ANH07 e ANH08 em 2009. Observa-se no ponto ANH07, 1º e
2º trimestres, que os valores da concentração de DBO5,20 encontram-
se próximo ao limite de até 5,0 mg/L O2, estabelecido para corpos
d'água Classe 2 pela Resolução CONAMA nº 357, de 2005 e abaixo
nos 3º e 4º trimestres. Para o ponto ANH08, os valores da
44

concentração de DBO5,20 encontram-se acima do limite nos 1º, 2º e


3º trimestres.

A microbacia do Anhanduí é uma das bacias mais


populacionalmente adensada e recebe a contribuição, dentro do
perímetro urbano, da maioria das bacias hidrográficas urbanas da
cidade de Campo Grande (Bálsamo, Bandeira, Lageado, Prosa e
Segredo) o que interfere diretamente na qualidade desta bacia.

2
Figura 10 – Concentração da DBO5,20 no Rio Anhanduí nos quatro
trimestres de 2009.

Os valores da concentração de DBO5,20 verificados no ponto ANH07,


à montante da ETE Los Angeles, demonstram que nos 1º e 2º
trimestre ser próximos ao limite, até 5,0 mg/L O2, estabelecido pela
resolução CONAMA nº 357, de 2005. Porém, no ponto ANH08, à
jusante da ETE, a qualidade da água do rio Anhanduí está alterada,
para a DBO5,20, demonstrando que o lançamento do efluente tratado
da ETE Los Angeles está alterando significativamente a
concentração da DBO5,20 na água do Rio, inclusive com valores de
DBO5,20 (11,3 - 10,3 e 12,0 mg/L O2) acima do estabelecido para
corpos d'águas doces classe 2, até 5,0 mg/L O2.
45

Para o rio Anhandui as águas são consideradas Classe 2, conforme


estabelecido no Art. 42 de Resolução CONAMA nº. 357,de 2005. [...]
Art. 42. Enquanto não aprovados os respectivos enquadramentos, as
águas doces serão consideradas classe 2, as salinas e salobras
classe 1, exceto se as condições de qualidade atuais forem
melhores, o que determinará a aplicação da classe mais rigorosa
correspondente. [...]

Apesar de elevados valores de DBO5,20 verificados no ponto ANH08,


o oxigênio dissolvido (OD) manteve-se acima do limite (padrão)
estabelecido para corpos d'água classe 2, não inferior a 5,0 mg/L
O2. Conforme mostrado na Figura 11, em todos os trimestres, tanto à
montante como a jusante do lançamento dos efluentes tratados da
ETE Los Angeles, o OD manteve-se acima do padrão mínimo
estabelecido pela Resolução CONAMA nº 357, de 2005.

Qualidade das Águas Superficiais de Campo Grande | Relatório 2009


A Tabela 7 mostra os resultados das análises na microbacia do
Anhandui

Figura 11 - Concentração de OD no Rio Anhanduí nos quatro trimestres de


2009
46

Tabela 7 - Resultados das análises da microbacia do Anhanduí.


Pontos Parâmetros 1° trimestre 2° trimestre 3° trimestre
Coliformes Termotolerantes
200.000 260.000 120.000
(NPM/100 ml)
pH 7,8 7,1 7,2
DBO5,20 (mg/L O2) 7,9 9,7 20,0
Fósforo Total (mg/L P) 0,195 0,121 0,21
ANH01
Nitrogênio Total (mg/L N) 9,5 9,3 15,1
Temperatura (°C) 26,8 19,5 25,4
Turbidez (UNT) 11,0 31,0 137,0
Sólidos Totais (mg/L) 131,0 190,0 407,0
Oxigênio Dissolvido (mg/L O2) 5,7 6,6 5,2
Coliformes Termotolerantes
1.000.000 30.000 2.000.000
(NPM/100 ml)
pH 7,9 7,2 7,3
DBO5,20 (mg/L O2) 9,0 2,5 12,1
Fósforo Total (mg/L P) 0,166 0,055 0,15
ANH11
Nitrogênio Total (mg/L N) 8,3 6,2 9,7
Temperatura (°C) 26,8 19,6 25,1
Turbidez (UNT) 10,0 23,0 45,0
Sólidos Totais (mg/L) 114,0 179,0 245,0
Oxigênio Dissolvido (mg/L O2) 6,1 6,7 5,3
Coliformes Termotolerantes
1.000.000 10.000 70.000
(NPM/100 ml)
pH 8,0 7,2 7,4
ANH10 DBO5,20 (mg/L O2) 11,2 3,4 7,4
Fósforo Total (mg/L P) 0,104 0,052 0,1
Nitrogênio Total (mg/L N) 8,6 6,6 9,7
Temperatura (°C) 26,9 19,3 24,9
47

Turbidez (UNT) 8,0 20,0 42,0


Sólidos Totais (mg/L) 159,0 177,0 235,0
Oxigênio Dissolvido (mg/L O2) 6,2 6,6 6,1
Coliformes Termotolerantes
20.000 400.000 100.000
(NPM/100 ml)
pH 7,6 7,2 7,4
DBO5,20 (mg/L O2) 5,0 3,9 2,6
Fósforo Total (mg/L P) 0,153 0,068 0,06
ANH04
Nitrogênio Total (mg/L N) 8,6 6,6 9,7
Temperatura (°C) 26,5 19,6 24,8
Turbidez (UNT) 11,0 23,0 46,0
Sólidos Totais (mg/L) 131,0 182,0 229,0

Qualidade das Águas Superficiais de Campo Grande | Relatório 2009


Oxigênio Dissolvido (mg/L O2) 6,8 7,3 7,3
Coliformes Termotolerantes
140.000 100.000 30.000
(NPM/100 ml)
pH 6,7 7,1 7,3
DBO5,20 (mg/L O2) 3,3 8,1 5,9
Fósforo Total (mg/L P) 0,153 0,147 0,06
ANH06
Nitrogênio Total (mg/L N) 5,9 6,1 5,9
Temperatura (°C) 28,7 22,8 21,9
Turbidez (UNT) 13,0 21,0 10,0
Sólidos Totais (mg/L) 100,0 185,0 143,0
Oxigênio Dissolvido (mg/L O2) 6,0 6,4 7,4
Coliformes Termotolerantes
200.000 50.000 45.000
(NPM/100 ml)
pH 7,0 7,3 7,1
ANH05 DBO5,20 (mg/L O2) 4,9 6,2 6,1
Fósforo Total (mg/L P) 0,241 0,101 0,07
Nitrogênio Total (mg/L N) 6,2 5,5 5,7
Temperatura (°C) 29,1 22,9 22,0
48

Turbidez (UNT) 15,0 16,0 12,0


Sólidos Totais (mg/L) 205,0 168,0 151,0
Oxigênio Dissolvido (mg/L O2) 6,2 7,1 7,0
Coliformes Termotolerantes
60.000 100.000 60.000
(NPM/100 ml)
pH 7,7 7,5 7,5
DBO5,20 (mg/L O2) 5,3 5,2 3,9
Fósforo Total (mg/L P) 0,117 0,169 0,06
ANH07
Nitrogênio Total (mg/L N) 6,1 5,2 2,9
Temperatura (°C) 27,9 24,6 21,9
Turbidez (UNT) 15,0 13,0 9,0
Sólidos Totais (mg/L) 131,0 216,0 172,0
Oxigênio Dissolvido (mg/L O2) 6,5 6,6 8,6
Coliformes Termotolerantes
400.000 500.000 600.000
(NPM/100 ml)
pH 7,5 7,3 7,3
DBO5,20 (mg/L O2) 11,3 10,3 12,0
Fósforo Total (mg/L P) 0,260 0,274 0,47
ANH08
Nitrogênio Total (mg/L N) 7,9 8,1 13,6
Temperatura (°C) 27,5 25,6 20,8
Turbidez (UNT) 18,0 20,0 22,0
Sólidos Totais (mg/L) 186,0 200,0 16,0
Oxigênio Dissolvido (mg/L O2) 5,9 5,4 6,4
49

Microbacia do Bálsamo
Um dos afluentes do córrego Lageado, o córrego Bálsamo, sofre da
poluição ocasionada principalmente pela ocupação irregular de suas
margens. Essa microbacia está totalmente desprovida de rede
coletora de esgoto e o lançamento dos efluentes domésticos é
realizado, predominantemente, em fossas sépticas e sumidouros.
Apesar do índice de pavimentação alfáltica baixo e pouca rede de
drenagem de águas pluviais, existem lançamentos clandestinos de
esgotos.

A microbacia abrange parte dos bairros: Centenário, Alves Pereira,


Pioneiros, Universitário, Rita Vieira e Tiradentes, apresenta baixa
densidade populacional, conforme mostrado na Figura 12 e na
Tabela 8 .

Qualidade das Águas Superficiais de Campo Grande | Relatório 2009

Figura 12 - Microbacia hidrográfica do Bálsamo e distribuição de bairros


50

Tabela 8 - Contribuição da população dos bairros da microbacia do Bálsamo.

FONTE: Dados obtidos a partir do cruzamento das informações de população de


cada bairro definido pela última contagem realizada pelo IBGE em 2007 (PLANURB,
2008) com a porcentagem do bairro em cada bacia.

...: Pontos de Monitoramento


A microbacia do córrego Bálsamo possui 6 pontos de
monitoramento, ao longo do seu curso, sendo eles: BAL01, BAL02,
BAL03, BAL04, BAL05 e BAL06, identificados na Tabela 9.

Tabela 9 - Pontos de monitoramento da microbacia do Bálsamo.


51

Figura 13- Distribuição dos pontos de monitoramento na microbacia do


Bálsamo.

Qualidade das Águas Superficiais de Campo Grande | Relatório 2009


...: Resultados
A Tabela 10 apresenta os resultados do IQACETESB nos pontos
BAL01, BAL02, BAL04, BAL05 e BAL06. Observa-se que a
qualidade da água nos pontos BAL01, BAL04, BAL05 e BAL06, nos
2º e 3º trimestres, foi classificada como boa, e no ponto BAL02, 2°
trimestre, foi regular. A provável causa da piora na qualidade no
ponto BAL02, 2º trimestre, foi o aumento dos coliformes
termotolerantes.

Na Figura 14 visualiza-se os resultados do IQACETESB nos pontos


BAL01, BAL02, BAL04, BAL05 e BAL06, no período de maio a
setembro de 2009 e na Figura 15 o resultado de Coliformes
Termotolerantes nos pontos BAL05 e BAL06, nos 2º e 3º Trimestres.
52

Tabela 10 - IQACETESB dos pontos da microbacia Bálsamo.


Pontos de Monitoramento

Código do Período
Ponto 1º Trimestre 2º Trimestre 3º Trimestre 4º Trimestre
BAL01 77 65 46
BAL02 48 53 X
BAL05 55 68 63
BAL06 56 54 57
BAL04 57 68 63

Ótima (100-79) Boa (79-51) Regular (51-36) Ruim (36-19) Péssima (<19)

Figura 14- Valores do IQACETESB.


53

BAL05 - Montante BAL06 - Jusante


Figura 15 - Valores de Coliformes Termotolerantes nos pontos BAL05 e

Qualidade das Águas Superficiais de Campo Grande | Relatório 2009


BAL06.

A Tabela 11 mostra os resultados das análises da microbacia do


Balsamo.

Tabela 11 - Resultados das análises da Microbacia do Bálsamo


Pontos Parâmetros 2° trimestre 3° trimestre 4° trimestre
Coliformes Termotolerantes
25 600 30.000
(NPM/100 ml)
pH 6,5 6,3 7,2
DBO5,20 (mg/L O2) 2,0 2,9 2,7
Fósforo Total (mg/L P) 0,00326 0,00326 0,06
BAL01
Nitrogênio Total (mg/L N) 1,6 1,9 2,2
Temperatura (°C) 20,4 24,5 25,3
Turbidez (UNT) 4,0 21,0 114,0
Sólidos Totais (mg/L) 52,0 86,0 120,0
Oxigênio Dissolvido (mg/L O2) 5,1 4,9 6,8
BAL02 Coliformes Termotolerantes
270.000 90.000 X
e (NPM/100 ml)
54

BAL03 pH 6,8 6,7 X


DBO5,20 (mg/L O2) 5,0 4,9 X
Fósforo Total (mg/L P) 0,0400 0,03587 X
Nitrogênio Total (mg/L N) 3,5 1,8 X
Temperatura (°C) 20,8 25,5 X
Turbidez (UNT) 10,0 10,0 X
Sólidos Totais (mg/L) 75,0 184,0 X
Oxigênio Dissolvido (mg/L O2) 5,7 6,7 X
Coliformes Termotolerantes
17.000 140 X
(NPM/100 ml)
pH 6,8 7,2 X
DBO5,20 (mg/L O2) 3,0 3,0 X

BAL05 Fósforo Total (mg/L P) 0,13 0,19 X


(montante) Nitrogênio Total (mg/L N) 1,67 1,8 X
Temperatura (°C) 17,0 23,0 X
Turbidez (UNT) 18,8 9,5 X
Sólidos Totais (mg/L) 90,0 138,0 X
Oxigênio Dissolvido (mg/L O2) 6,6 6,0 X
Coliformes Termotolerantes
14.000 37.000 X
(NPM/100 ml)
pH 6,8 7,2 X
DBO5,20 (mg/L O2) 3,0 3,0 X

BAL06 Fósforo Total (mg/L P) 0,11 0,11 X


(jusante) Nitrogênio Total (mg/L N) 1,85 1,9 X
Temperatura (°C) 17,0 24,0 X
Turbidez (UNT) 18,9 9,9 X
Sólidos Totais (mg/L) 93,0 142,0 X
Oxigênio Dissolvido (mg/L O2) 6,6 5,8 X
55

Coliformes Termotolerantes
20.000 2.000 10.000
(NPM/100 ml)
pH 7,8 7,5 7,5
DBO5,20 (mg/L O2) 3,6 7,9 1,7
Fósforo Total (mg/L P) 0,0750 0,03 0,02
BAL04
Nitrogênio Total (mg/L N) 3,7 3,5 3,1
Temperatura (°C) X 21,3 26,0
Turbidez (UNT) 10,0 4,0 3,0
Sólidos Totais (mg/L) 117,0 120,0 151,0
Oxigênio Dissolvido (mg/L O2) 7,1 7,7 7,6

Qualidade das Águas Superficiais de Campo Grande | Relatório 2009


56

Microbacia do Bandeira
A microbacia do Bandeira está localizada à sudeste da zona urbana.
É formada pelos córregos Bandeira, Portinho Pache e Cabaça,
possuindo média densidade demográfica, por estar constituída ainda
de vazios urbanos. É abrangida pelos bairros: Carlota, Dr.
Albuquerque e parte dos bairros Tiradentes, Aero Rancho,
Piratininga, Parati, Jockey Club, América, Jardim Paulista, TV
Morena, Vilasboas, Rita Vieira, São Lourenço, Pioneiros e
Universitário, conforme mostrado na Figura 16 e na Tabela 12.

Figura 16 - Distribuição dos pontos de monitoramento na microbacia do


Bandeira.

Nessa microbacia o córrego Bandeira foi barrado em dois locais,


onde houve a formação de dois lagos: do Amor, localizado no
Campus da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul – UFMS e
do Rádio Clube Campo. Além deles, existe a lagoa Itatiaia, no bairro
Tiradentes.

O Córrego Bandeira, da mesma forma que o Cabaça, apresenta-se


degradado pelo lançamento de esgotos sanitários e efluentes
industriais. O lago do Radio Clube, formado pelo barramento do
57

córrego Bandeira apresenta-se com problemas de assoreamento, e


o lago do Amor, formado pelo barramento dos córregos Cabaça e
Bandeira, enconta-se com problemas de eutrofização.

Está sendo implantado o projeto de recuperação do fundo de vale do


córrego Cabaça o qual prevê a criação de um Parque Linear ao
longo das margens. Foram retiradas das áreas de risco (margens do
Córrego), 50 (cinquenta) moradias, que lançavam diretamente no
córrego, esgoto sanitários e resíduo sólidos (lixo).

Tabela 12 - Contribuição da população dos bairros da microbacia do Bandeira.

Qualidade das Águas Superficiais de Campo Grande | Relatório 2009

FONTE: Dados obtidos a partir do cruzamento das informações de população de


cada bairro definido pela última contagem realizada pelo IBGE em 2007 (PLANURB,
2008) com a porcentagem do bairro em cada bacia.
58

...: Pontos de Monitoramento


A microbacia do córrego Bandeira possui 9 pontos de monitoramento
distribuídos ao longo dos seus cursos d'água principais: o Portinho
Pache, o Cabaça e o Bandeira, sendo eles: BAN01, BAN02, BAN03,
BAN04, BAN 05, BAN06, BAN07, CAB01 e CAB 03, conforme
descritos na Tabela 13 e mostrados na Figura 17.

Tabela 13 - Pontos de monitoramento da microbacia do Bandeira.


59

Figura 17- Distribuição dos pontos de monitoramento na microbacia do


Bandeira.

...: Resultados

Qualidade das Águas Superficiais de Campo Grande | Relatório 2009


Na Tabela 14 e na Figura 18 são mostrados os resultados do
IQACETESB nos pontos BAN01, BAN02, BAN03, BAN04, BAN05,
BAN06, BAN07, CAB01 e CAB03,

Observa-se que a qualidade de água nos pontos BAN01, BAN02,


BAN03, BAN05, e BAN06, foi classificado como bom em todos os
períodos; o ponto BAN04 foi classificado como regular no 2º e 3º
trimestre e como bom no 4º trimestre.

Tabela 14 – Resultados do IQA na microbacia do Bandeira.


Pontos de Monitoramento

Período
Pontos
1º Trimestre 2º Trimestre 3º Trimestre 4º Trimestre

BAN 01 X 68 65 62

BAN 02 X 60 70 71

BAN 03 X 54 52 57

BAN 04 X 51 46 52

BAN 05 X 71 68 66
60

BAN 06 X 60 66 66

BAN 07 52 59 57 39

CAB 01 X 73 61 49

CAB 03 37 49 42 42

Ótima (100-79) Boa (79-51) Regular (51-36) Ruim (36-19) Péssima (<19)

O ponto CAB03 apresentou o IQA regular em todos os períodos


amostrados. As causas da redução da qualidade nesse ponto podem
estar associado ao lançamento clandestino e esgoto nas galerias de
águas pluviais, que contribuem para esse ponto e as obras de
recuperação e implantação do parque linear, em execução, à
montante.

Figura 18 - Valores do IQACETESB.

A piora da qualidade no 4º trimestre, nos pontos BAN07 E CAB01,


regular, podem estar associado lançamento clandestino de esgoto e
a diminuição da vazão nos córregos, pós período de estiagem.

A Tabela 15 mostra os resultados das análises da microbacia do


Bandeira.
61

Tabela 15 - Resultados das análises da Microbacia do Bandeira.


1° 2° 3° 4°
Pontos Parâmetros
trimestre trimestre trimestre trimestre
Coliformes
Termotolerantes X 400 1.900 2.000
(NPM/100 ml)
pH X 6,8 6,6 6,4
DBO5,20 (mg/L O2) X 1,0 1,0 3,0
Fósforo Total (mg/L P) X 0,016 0,00326 0,01
BAN01
Nitrogênio Total (mg/L N) X 0,7 0,5 4,1
Temperatura (°C) X 24,0 20,9 24,0
Turbidez (UNT) X 11,0 13,0 12,0
Sólidos Totais (mg/L) X 119,0 53,0 16,0
Oxigênio Dissolvido (mg/L

Qualidade das Águas Superficiais de Campo Grande | Relatório 2009


X 4,3 5,3 5,2
O2)
Coliformes
Termotolerantes X 2.000 1.500 1.000
(NPM/100 ml)
pH X 7,5 7,1 6,6
DBO5,20 (mg/L O2) X 11,8 7,2 7,0
Fósforo Total (mg/L P) X 0,065 0,01 0,01
BAN02
Nitrogênio Total (mg/L N) X 2,2 2,9 3,5
Temperatura (°C) X 24,6 21,4 25,0
Turbidez (UNT) X 87,0 10,0 1,0
Sólidos Totais (mg/L) X 147,0 72,0 35,0
Oxigênio Dissolvido (mg/L
X 7,3 8,0 7,4
O2)
Coliformes
Termotolerantes X 18.000 11.000 5.200
(NPM/100 ml)
BAN03 pH X 6,9 6,7 6,7
(montante) DBO5,20 (mg/L O2) X 3,0 3,0 3,0
Fósforo Total (mg/L P) X 0,08 0,1 0,04
Nitrogênio Total (mg/L N) X 3,9 3,06 4,67
62

Temperatura (°C) X 21,0 26,0 25,0


Turbidez (UNT) X 42,0 98,3 57,0
Sólidos Totais (mg/L) X 89,0 185,0 70,0
Oxigênio Dissolvido (mg/L
X 7,95 6,6 6,5
O2)
Coliformes
Termotolerantes X 53.000 8.400 21.000
(NPM/100 ml)
pH X 7,2 6,8 6,6
DBO5,20 (mg/L O2) X 3,0 3,0 3,0
Fósforo Total (mg/L P) X 0,1 0,08 0,05
BAN04
(jusante) Nitrogênio Total (mg/L N) X 3,9 3,45 5,43
Temperatura (°C) X 21,0 26,0 25,0
Turbidez (UNT) X 36,3 112,0 54,7
Sólidos Totais (mg/L) X 71,0 215,0 97,0
Oxigênio Dissolvido (mg/L
X 7,95 5,1 6,7
O2)
Coliformes
Termotolerantes X 6.000 2.000 1.000
(NPM/100 ml)
pH X 7,6 7,4 7,4
DBO5,20 (mg/L O2) X 2,2 2,8 2,0
Fósforo Total (mg/L P) X 0,049 0,02 0,05
BAN06
Nitrogênio Total (mg/L N) X 2,7 2,9 4,3
Temperatura (°C) X 26,8 22,5 26,0
Turbidez (UNT) X 44,0 23,0 42,0
Sólidos Totais (mg/L) X 161,0 138,0 114,0
Oxigênio Dissolvido (mg/L
X 6,9 7,7 7,1
O2)
Coliformes
Termotolerantes 100.000 11.000 10.000 1.300.000
(NPM/100 ml)
BAN07
pH 7,7 7,7 6,9 7,1
DBO5,20 (mg/L O2) 2,2 2,1 4,9 3,4
63

Fósforo Total (mg/L P) 0,0489 0,01 0,02 0,11


Nitrogênio Total (mg/L N) 4,3 4,0 4,3 4,5
Temperatura (°C) 28,6 22,2 25,0 25,1
Turbidez (UNT) 36,0 30,0 28,0 548,0
Sólidos Totais (mg/L) 192,0 250,0 163,0 262,0
Oxigênio Dissolvido (mg/L
7,1 8,0 7,5 7,9
O2)
Coliformes
Termotolerantes X 1.000 2.000 3.000
(NPM/100 ml)
pH X 7,1 6,7 7,2
DBO5,20 (mg/L O2) X 5,7 7,9 3,0
Fósforo Total (mg/L P) X 0,029 0,01 0,02
BAN05
Nitrogênio Total (mg/L N) X 3,5 3,7 1,9

Qualidade das Águas Superficiais de Campo Grande | Relatório 2009


Temperatura (°C) X 25,2 22,5 25,0
Turbidez (UNT) X 4,0 2,0 16,0
Sólidos Totais (mg/L) X 82,0 79,0 4,0
Oxigênio Dissolvido (mg/L
X 7,1 7,5 7,5
O2)
Coliformes
Termotolerantes X 700 3000 10.000
(NPM/100 ml)
pH X 7,3 7,1 7,8
DBO5,20 (mg/L O2) X 1,0 3,1 1,5
Fósforo Total (mg/L P) X 0,003 0,003 0,02
CAB01
Nitrogênio Total (mg/L N) X 1,9 7,2 6,1
Temperatura (°C) X 22,6 24,0 27,2
Turbidez (UNT) X 4,0 3,0 144,0
Sólidos Totais (mg/L) X 58,0 229,0 101,0
Oxigênio Dissolvido (mg/L
X 6,1 5,4 7,1
O2)
Coliformes
Termotolerantes 600.000 700.000 1.100.000 30.000
CAB03 (NPM/100 ml)
pH 7,7 7,5 7,4 7,8
64

DBO5,20 (mg/L O2) 21,0 9,2 16,2 2,0


Fósforo Total (mg/L P) 0,111 0,062 0,09 0,07
Nitrogênio Total (mg/L N) 9,9 7,3 10,2 9,6
Temperatura (°C) 27,2 22,0 24,5 26,1
Turbidez (UNT) 22,0 7,0 31,0 1.108,0
Sólidos Totais (mg/L) 255,0 218,0 241,0 395,0
Oxigênio Dissolvido (mg/L
5,1 6,3 6,7 7,6
O2)
65

Microbacia do Coqueiro e Ribeirão Botas


A microbacia hidrográfica do Coqueiro, localizada na região nordeste
de Campo Grande, é composta pelos Córregos Botas, Coqueiro e
Pedregulho, e abrange os seguintes bairros: Chácara dos Poderes,
Estrela Dalva, Mata do Segredo, Noroeste, Nova Lima, Novos
Estados, e Veraneio, apresenta baixa densidade populacional,
conforme mostrado na Figura 19 e na Tabelas 16 .

Figura 19 – Microbacia do Coqueiro e distribuição de bairros. Qualidade das Águas Superficiais de Campo Grande | Relatório 2009

A microbacia hidrográfica do Ribeirão Botas também se encontra


localizada na região Noroeste do município, abrangendo parte dos
bairros: Chácara dos Poderes, Noroeste e Maria Aparecida
Pedrossian, apresenta baixa densidade populacional, conforme
mostrado na Figura 20 e Tabela 17.

A área das duas microbacias é totalmente desprovida de rede


coletora de esgotos, os moradores utilizam-se de fossas sépticas e
sumidouros para disposição de seus efluentes.
66

Tabela 16 - Contribuição da população dos bairros da microbacia do Coqueiro.

FONTE: Dados obtidos a partir do cruzamento das informações de população de


cada bairro definido pela última contagem realizada pelo IBGE em 2007 (PLANURB,
2008) com a porcentagem do bairro em cada bacia.

Figura 20 Microbacia do Ribeirão Botas e distribuição de bairros.


67

Tabela 17 - Contribuição da população dos bairros da microbacia do Botas.

FONTE: Dados obtidos a partir do cruzamento das informações de população de


cada bairro definido pela última contagem realizada pelo IBGE em 2007 (PLANURB,
2008) com a porcentagem do bairro em cada bacia.

...: Pontos de Monitoramento


Embora as microbacias do Coqueiro e Botas ainda não estejam
sendo monitoradas, foram definidos 12 pontos de monitoramento,

Qualidade das Águas Superficiais de Campo Grande | Relatório 2009


distribuídos ao longo dos seus quatro cursos d'água principais,
Retiro, Botas, Coqueiro, e Pedregulho, sendo no Retiro: RET01 e
RET 02 (à montante e à jusante do Frigorifico Independência); no
Botas e afluentes: BOT01, BOT02 (à montante e a jusante do Pólo
Empresarial Norte), BOT03 (afluente sem denominação - nascente
no Parque Consul Assaf Trad - AlphavilIe), BOT04, BOT05 (à
montante e à jusante da confluência com o córrego Coqueiro),
BOT06 e BOT07 (Cabeceira do São Julião); no Coqueiro: COQ01
(Nascente – Taquaral Bosque) e COQ02 (à montante da confluência
com o Botas); e no Pedregulho: PED01 (à montante da confluência
com o Coqueiro),c onforme mostrado na Tabela 18

Tabela 18 - Pontos de monitoramento das microbacias Coqueiro e Botas.


Código do Coordenadas UTM
Localização
Ponto Latitude Longitude
Montante do lançamento Pólo
BOT 01 757071 7744803
Norte
BOT 02 Jusante do lançamento Pólo Norte 757461 7744013
Nascente – braço localizado na
BOT 03 755219 7742275
Região Urbana do Prosa
Após confluência – braço Região
BOT 04 Urbana do Segredo e Braço 758937 7743452
Região Urbana do Prosa
68

Após confluência com córrego


BOT 05 760553 7742893
Coqueiro
Montante lançamento Hospital São
BOT 06 756465 7745222
Julião
Jusante lançamento Hospital São
BOT 07 756521 7745190
Julião
Montante Frigorífico
BOT 08 752512 7745880
Independência
BOT 09 Jusante Frigorífico Independência 752644 7745925
Nascente do córrego Coqueiro
COQ 01 756132 7739857
(Desbarrancado)
Após confluência do córrego
COQ 02 759169 7741758
Coqueiro com Pedregulho
Montante da confluência com o
PED01 - -
corre Coqueiro

Figura 21 - Distribuição dos pontos de monitoramento na microbacia do


Coqueiro/Botas.
69

Microbacia do Gameleira
Localizada na região sul de Campo Grande, apresenta pouca
densidade populacional. Abrange parte dos bairros: Centro Oeste,
Los Angeles e Moreninhas, conforme mostrado na Figura 22 e
Tabela 19.

Centro Oeste

Qualidade das Águas Superficiais de Campo Grande | Relatório 2009


Figura 22 – Microbacia do Gameleira e distribuição de bairros.

Tabela 19 - Contribuição da população dos bairros da microbacia do Gameleira.

FONTE: Dados obtidos a partir do cruzamento das informações de população de


cada bairro definido pela última contagem realizada pelo IBGE em 2007 (PLANURB,
2008) com a porcentagem do bairro em cada bacia.

...: Pontos de Monitoramento


Embora a bacia do córrego Gameleira ainda não esteja sendo
monitorada, foram definidos dois pontos de monitoramento, sendo
70

eles: GAM02 e GAM03 à montante e a jusante de lançamento da


Frutila, conforme identificados na Tabela 20.

A densidade de pontos é baixa nessa microbacia devido a ela


ocupar apenas uma pequena área dentro do perímetro urbano de
Campo Grande e pelo fato de não possuir um uso tão significativo
que justifique o monitoramento em zona rural.

Tabela 20 - Pontos de monitoramento da microbacia do Gameleira.


71

Microbacia do Imbirussu
Localizada na região noroeste da zona urbana, esta microbacia é
composta pelos córregos Zé Pereira, Serradinho e Imbirussu,
abrangendo os bairros: José Abrão, Panamá, Popular, Nova Campo
Grande, Núcleo Industrial e parte dos bairros, Nasser, Santo Amaro,
Santo Antônio, Sobrinho, Taveirópolis, São Conrado e Caiobá,
conforme mostrado na Figura 23

Qualidade das Águas Superficiais de Campo Grande | Relatório 2009

Figura 24 – Microbacia do Imbirussu e distribuição de bairros.

No Córrego Serradinho verifica-se a degradação antrópica


pelo desmatamento e despejo de lixo urbano no curso
d'água. É observado o lançamento clandestino de esgoto.

Na microbacia, parte dos bairros Santo Amaro (Conjunto


Habitacional Coophatrabalho) e Popular (Jardim Sayonara) possui
72

rede pública coletora de esgoto implantada, sendo os esgotos


coletados e tratados nas ETEs Coophatrabalho e Sayonara. Os
esgotos tratados nas ETEs são lançados respectivamente nos
córregos Imbirussu e Serradinho.

O Córrego Imbirussu e seus afluentes, desde a confluência


com o Córrego Serradinho até a sua foz no Rio Anhanduí,
é classificado como classe 3, conforme Deliberação
CECA/MS nº 003, de 1997.

O Córrego Imbirussu, na sua nascente, está degradado pelo


desmatamento oriundo da implantação de lavouras e pastagens. Na
área urbana, após receber seu afluente, o córrego Serradinho, o
Imbirussu atravessa uma região sem grandes degradações
antrópicas. No entanto, à jusante da Av. Duque de Caxias - no bairro
Popular, o córrego Imbirussu recebe os efluentes industriais tratados
nas próprias indústrias instaladas próximas ao Bairro Nova Campo
Grande e no Núcleo Industrial de Campo Grande.

Está sendo implantado o projeto de recuperação do fundo de vale do


córrego Imbirussu - Serradinho, o qual prevê a criação de um Parque
Linear ao longo das margens dos Córregos e reativação do Horto
Florestal Municipal. Já foram retiradas das áreas de risco (margens
dos Córregos), aproximadamente 1100 (um mil e cem) moradias,
que lançavam diretamente nos córregos, esgotos sanitários e
resíduos sólidos (lixo).
73

Tabela 20 - Contribuição da população dos bairros da microbacia do Imbirussu.

FONTE: Dados obtidos a partir do cruzamento das informações de população de

Qualidade das Águas Superficiais de Campo Grande | Relatório 2009


cada bairro definido pela última contagem realizada pelo IBGE em 2007 (PLANURB,
2008) com a porcentagem do bairro em cada bacia.

...: Pontos de Monitoramento


A microbacia do córrego Imbirussu possui 15 pontos de
monitoramento, distribuídos ao longo dos seus cursos d'água
principais: o Imbirussu e o Serradinho, sendo no Imbirussu: IMB01,
IMB02, IMB 03, IMB 04 (antes da confluência com o Serradinho),
IMB14, IMB13, IMB05, IMB06, IMB07, IMB08, IMB09, IMB10, IMB15,
IMB11, IMB16 (após confluência com o Serradinho); e no
Serradinho: SER01, SER02 e SER03, conforme descritos na Tabela
22 e mostrados na Figura 25.
74

Tabela 22- Pontos de monitoramento da microbacia do Imbirussu.


75

Qualidade das Águas Superficiais de Campo Grande | Relatório 2009


Figura 25 – Distribuição dos pontos de monitoramento na microbacia do
Imbirussu.

...: Resultados
A Tabela 23 mostra resultados do IQACETESB nos pontos de
monitoramento, localizados no Córrego Imbirussu e Serradinho.

A Figura 26 mostra que a qualidade da água piorou entre os pontos


IMB02 e IMB03, à montante e à jusante, respectivamente, do
lançamento do esgoto tratado pela ETE Coophatrabalho no córrego
Imbirussu. A qualidade da água no Imbirussu variou de boa no ponto
IMB02 nos quatro trimestres, para regular nos 1º e 4º trimestre e
ruim nos 2º e 3º trimestre, no ponto IMB03.
76

Tabela 23 - Pontos de monitoramento da microbacia do Imbirussu.


Pontos de Monitoramento

Períodos
Pontos
1º Trimestre 2º Trimestre 3º Trimestre 4º Trimestre

IMB 01 X 77 69 67

IMB 02 59 61 54 61

IMB 03 40 31 35 38

IMB 04 X 65 66 62

IMB 05 57 X X X

IMB 06 47 X X X

IMB 10 48 X 29 X

IMB 15 32 X 27 X

SER 01 X 43 52 57

SER 02 51 44 50 60

SER 03 48 49 43 52

Ótima (100-79) Boa (79-51) Regular (51-36) Ruim (36-19) Péssima (<19)

O lançamento do esgoto tratado pela ETE Coophatrabalho, no


córrego Imbirussu, está alterando significativamente para pior a
qualidade da água do córrego Imbirussu.

A Figura 27 mostra que a qualidade da água entre os pontos SER02


e SER03, à montante e à jusante, respectivamente, do lançamento
do esgoto tratado pela ETE Sayonara no córrego Serradinho
manteve-se regular com pouca variação na qualidade nos três
primeiros trimestres, e boa, com pouca variação na qualidade no 4º
trimestre.
77

A Figura 28 mostra os valores do IQA dos pontos IMB02, IMB03,


SER02 e SER03 relativos aos 1º, 2º e 3º trimestres.

Qualidade das Águas Superficiais de Campo Grande | Relatório 2009


IMB02 - Montante ETE Coophatrabalho IMB03 - Jusante ETE Coophatrabalho
Figura 26 - Resultados do IQACETESB nos pontos IMB02 e IMB03 (montante
e jusante da ETE Coophatrabalho)

SER02 - Montante ETE Sayonara SER03 - Jusante ETE Sayonara


Figura 27 - Resultados do IQACETESB nos pontos SER02 e SER03
(montante e jusante da ETE Sayonara)
78

Figura 28 - Resultados do IQACETESB.

Conforme mostrado na Figura 29, a concentração de coliformes


termotolerantes no ponto IMB03, à jusante do lançamento da ETE,
aumenta de forma significativa, piorando a qualidade da água do
Córrego, demonstrando baixa eficiência da ETE Coophatrabalho na
remoção dos coliformes. A concentração de coliformes
termotolerantes após o lançamento, ponto IMB03, não atende ao
padrão para corpo d’água Classe 2 conforme estabelecido na
Resolução CONAMA Nº. 357, de 2005.
79

Figura 29 – Valores trimestrais do parâmetro coliformes termotolerantes no


córrego Imbirussu.

Na Figura 30, os valores da concentração de DBO5,20, (3,0 - 2,0 - 4,0

Qualidade das Águas Superficiais de Campo Grande | Relatório 2009


e 2,0 mg/L O2), verificados no ponto IMB02, à montante da ETE
Coophatrabalho, nos 1º, 2º, 3º e 4º trimestre respectivamente,
demonstram que, em todos os quatros trimestres amostrados
estiveram abaixo do limite, até 5,0 mg/L O2, estabelecido pela
resolução CONAMA nº 357, de 2005. Porém, no ponto IMB03, à
jusante da ETE, a qualidade da água do córrego Imbirussu está
alterada, para a DBO5,20, demonstrando que o lançamento do
efluente tratado da ETE Coophatrabalho está aumentando
significativamente a concentração da DBO5,20 na água do Córrego,
inclusive com valores de DBO5,20 (9,8 - 20,0 – 9,0 e 8,0 mg/L O2)
acima do estabelecido para corpos d'águas doces classe 2, até 5,0
mg/L O2.

O córrego Imbirussu, no trecho entre a nascente e a confluência com


o córrego Serradinho é Classe 2.
80

Figura 30 - Valores trimestrais de DBO5,20 no córrego Imbirussu.

Na Figura 31, os valores da concentração de OD, (7,1 – 7,0 - 6,7 e


7,0 mg/L O2), verificados no ponto IMB02, à montante da ETE
Coophatrabalho, nos 1º, 2º, 3º e 4º trimestre respectivamente,
demonstram que, em todos os quatros trimestres amostrados
estiveram acima do limite, não inferior a 5,0 mg/L O2, estabelecido
pela resolução CONAMA nº 357, de 2005. Porém, no ponto IMB03,
à jusante da ETE, a qualidade da água do córrego Imbirussu está
alterada, para a DBO5,20, demonstrando que o lançamento do
efluente tratado da ETE Coophatrabalho está aumentando
significativamente a concentração da OD na água do Córrego,
inclusive com valores de OD (3,4 – 2,5 – 1,8 e 3,1 mg/L O2) abaixo
do estabelecido para corpos d'águas doces classe 2, não inferior a
5,0 mg/L O2.
81

Figura 31 - Valores trimestrais de OD no córrego Imbirussu.

Qualidade das Águas Superficiais de Campo Grande | Relatório 2009


A baixa concentração de oxigênio dissolvido (OD) no ponto IMB03, à
jusante do lançamento da ETE Coophatrabalho, além de não
atender ao padrão para cursos d’água classe 2 da Resolução
CONAMA nº 357, de 2005, piora a qualidade da água e compromete
a vida aquática.

No ponto SER03, à jusante do lançamento do esgoto tratado na ETE


Sayonara, as concentrações de DBO5,20 (13,0 e 10,0 mg/L O2) nos
2º e 3º trimestres, apesar de estarem acima do estabelecido para
corpos d'águas doces classe 2, até 5,0 mg/L O2, e o oxigênio
dissolvido (OD) (4,4 e 4,6 mg/L O2 ) abaixo do limite estabelecido
para corpos d'água classe 2, não inferior a 5,0 mg/L O2, nos 1º e 4º
trimestre, a alteração na qualidade na água não foi significante.

A Tabela 24 mostra os resultados das análises da microbacia do


Imbirussu.
82

Tabela 24 - Resultados das análises da Microbacia do Imbirussu.


1° 2° 3° 4°
Pontos Parâmetros
trimestre trimestre trimestre trimestre
Coliformes
Termotolerantes X 100 500,00 3.200
(NPM/100 ml)
pH X 6,6 6,70 6,9
DBO5,20 (mg/L O2) X 1,0 4,00 1,00
Fósforo Total (mg/L P) X 0,0293 0,0033 0,01
IMB 01
Nitrogênio Total (mg/L N) X 2,0 3,90 2,00
Temperatura (°C) X 23,1 21,50 24,80
Turbidez (UNT) X 4,0 1,00 3,00
Sólidos Totais (mg/L) X 115,0 105,00 103,00
Oxigênio Dissolvido
X 6,1 5,90 5,80
(mg/L O2)
Coliformes
Termotolerantes 8.000 5.000 45000,00 8.000
(NPM/100 ml)
pH 6,9 7,3 7,20 7,4
DBO5,20 (mg/L O2) 3,3 2,3 4,00 1,50
Fósforo Total (mg/L P) 0,0260 0,0130 0,52 0,03
IMB 02
(Montante) Nitrogênio Total (mg/L N) 9,4 8,6 1,77 3,40
Temperatura (°C) 25,1 23,3 24,00 24,00
Turbidez (UNT) 7,0 16,0 18,00 26,00
Sólidos Totais (mg/L) 139,0 68,0 136,00 128,00
Oxigênio Dissolvido
7,1 7,0 6,70 7,00
(mg/L O2)
Coliformes
Termotolerantes 400.000 1.000.000 200000,00 820.000
(NPM/100 ml)
IMB 03 pH 7,5 7,1 7,20 7,2
(Jusante)
DBO5,20 (mg/L O2) 9,8 20,0 9,00 8,00
Fósforo Total (mg/L P) 0,3100 0,2250 0,19 0,21
83

Nitrogênio Total (mg/L N) 13,7 15,0 8,15 8,70


Temperatura (°C) 26,4 24,0 24,30 23,50
Turbidez (UNT) 15,0 25,0 16,00 29,00
Sólidos Totais (mg/L) 147,0 153,0 152,00 153,00
Oxigênio Dissolvido
3,4 2,5 1,80 3,10
(mg/L O2)
Coliformes
Termotolerantes X 1000 900,00 4.700
(NPM/100 ml)
pH X 7,0 7,10 7,2
DBO5,20 (mg/L O2) X 3,0 4,00 2,00
Fósforo Total (mg/L P) X 0,1170 0,04 0,04
IMB 04
Nitrogênio Total (mg/L N) X 4,1 4,00 5,00

Qualidade das Águas Superficiais de Campo Grande | Relatório 2009


Temperatura (°C) X 23,2 21,80 25,50
Turbidez (UNT) X 11,0 4,00 11,00
Sólidos Totais (mg/L) X 110,0 126,00 107,00
Oxigênio Dissolvido
X 5,7 5,80 5,80
(mg/L O2)
Coliformes
Termotolerantes 12.000 X X X
(NPM/100 ml)
pH 6,9 X X X
DBO5,20 (mg/L O2) 3,0 X X X
Fósforo Total (mg/L P) 0,1100 X X X
IMB 05
(Montante) Nitrogênio Total (mg/L N) 3,3 X X X
Temperatura (°C) 26,0 X X X
Turbidez (UNT) 12,9 X X X
Sólidos Totais (mg/L) 100,0 X X X
Oxigênio Dissolvido
5,6 X X X
(mg/L O2)
Coliformes
IMB 06
Termotolerantes 16.000 X X X
(Jusante)
(NPM/100 ml)
84

pH 7,1 X X X
DBO5,20 (mg/L O2) 3,5 X X X
Fósforo Total (mg/L P) 0,7600 X X X
Nitrogênio Total (mg/L N) 5,1 X X X
Temperatura (°C) 27,0 X X X
Turbidez (UNT) 19,4 X X X
Sólidos Totais (mg/L) 118,0 X X X
Oxigênio Dissolvido
4,9 X X X
(mg/L O2)
Coliformes
1480000,0
Termotolerantes 14.000 X X
0
(NPM/100 ml)
pH 6,8 X 6,73 X
DBO5,20 (mg/L O2) 5,5 X 48,00 X
Fósforo Total (mg/L P) 1,3 X 0,03 X
IMB 10
(Montante) Nitrogênio Total (mg/L N) 1,0 X 1,53 X
Temperatura (°C) 26,0 X 25,50 X
Turbidez (UNT) 68,4 X 58,60 X
Sólidos Totais (mg/L) 160,0 X 249,00 X
Oxigênio Dissolvido
4,8 X 3,90 X
(mg/L O2)
Coliformes
1320000,0
Termotolerantes 16.000 X X
0
(NPM/100 ml)
pH 7,1 X 6,74 X

IMB 15 DBO5,20 (mg/L O2) 21,7 X 43,50 X


(Jusante) Fósforo Total (mg/L P) 1,3 X 0,03 X
Nitrogênio Total (mg/L N) 5,7 X 5,24 X
Temperatura (°C) 26,0 X 25,00 X
Turbidez (UNT) 75,0 X 58,90 X
85

Sólidos Totais (mg/L) 2.792,0 X 301,00 X


Oxigênio Dissolvido
3,6 X 3,10 X
(mg/L O2)
Coliformes
Termotolerantes X 100000 12000,00 12.000
(NPM/100 ml)
pH X 7,1 7,20 7,2
DBO5,20 (mg/L O2) X 5,0 6,00 2,00
Fósforo Total (mg/L P) X 0,2510 0,12 0,08
SER 01
Nitrogênio Total (mg/L N) X 7,0 6,30 7,20
Temperatura (°C) X 24,6 24,90 26,60
Turbidez (UNT) X 5,0 3,00 3,00
Sólidos Totais (mg/L) X 136,0 164,00 132,00
Oxigênio Dissolvido

Qualidade das Águas Superficiais de Campo Grande | Relatório 2009


X 4,1 4,00 5,10
(mg/L O2)
Coliformes
Termotolerantes 50.000 50000 70000,00 10.000
(NPM/100 ml)
pH 7,3 7,0 7,30 7,2
DBO5,20 (mg/L O2) 3,1 3,7 7,00 1,00
Fósforo Total (mg/L P) 0,1560 79,07 0,08 0,08
SER 02
(Montante) Nitrogênio Total (mg/L N) 9,9 9,6 3,93 5,50
Temperatura (°C) 25,8 24,1 24,80 27,20
Turbidez (UNT) 6,0 22,0 23,00 4,00
Sólidos Totais (mg/L) 131,0 109,0 155,00 131,00
Oxigênio Dissolvido
5,8 4,6 4,90 5,80
(mg/L O2)
Coliformes
1400000,0
Termotolerantes 100.000 40000 100.000
0
(NPM/100 ml)
SER 03 pH 6,1 7,0 7,30 7,1
(Jusante)
DBO5,20 (mg/L O2) 4,4 13,0 10,00 1,60
Fósforo Total (mg/L P) 0,2080 73,92 0,16 0,12
86

Nitrogênio Total (mg/L N) 10,8 13,3 3,79 6,20


Temperatura (°C) 25,7 24,20 25,10 27,20
Turbidez (UNT) 7,0 23,0 28,00 6,00
Sólidos Totais (mg/L) 121,0 84,9 350,00 134,00
Oxigênio Dissolvido
6,1 4,4 4,60 5,50
(mg/L O2)
87

Microbacia do Lageado
A microbacia Lageado localiza-se a sudoeste de Campo Grande,
região de baixa densidade populacional. Essa microbacia é muito
importante para o município, tendo em vista ser um manancial de
captação de águas, representando o segundo maior sistema de
abastecimento de água de Campo Grande.

O Córrego Lageado, na sua maior parte, não recebe o lançamento


de esgoto sanitário, porém sofre degradação pelo desmatamento
desordenado e criação de animais nas margens do córrego, além de
ser freqüente o lançamento de lixo urbano. A poluição do córrego
ocorre principalmente pela ocupação irregular de suas margens.

A microbacia integra os Córregos Lageado, Poção e Lageadinho,

Qualidade das Águas Superficiais de Campo Grande | Relatório 2009


sendo este último fora do perímetro urbano, e abrange parte dos
bairros: Alves Pereira, Centenário, Centro Oeste, Chácara
Cachoeira, Los Angeles, Maria Aparecida Pedrossian, Moreninha,
Noroeste, Rita Vieira, Tiradentes Universitário, Veraneio, conforme
mostra a Figura 32 e Tabela 25.

Figura 32 – Microbacia do Lageado e distribuição de bairros.


88

Tabela 25 Contribuição da população dos bairros da microbacia do Lageado.

FONTE: Dados obtidos a partir do cruzamento das informações de população de


cada bairro definido pela última contagem realizada pelo IBGE em 2007 (PLANURB,
2008) com a porcentagem do bairro em cada bacia.

...: Pontos de Monitoramento


A microbacia do córrego Lageado possui 14 pontos de
monitoramento, distribuídos ao longo dos seus cursos d'água
principais: o Lageado, Lageadinho e Poção, sendo no Lageado:
LAG01, LAG06, LAG08, LAG09, LAG10 (antes da confluência com o
Lageadinho), LAG02, LAG11, LAG04, LAG03 e LAG06 (após
confluência com o Lageadinho); e no Lageadinho: LAG07, LAG13,
LAG15, LAG14, conforme descritos na Tabela 26 e mostrados na
Figura 33.
89

Tabela 26 - Pontos de monitoramento da microbacia do Lageado.

Qualidade das Águas Superficiais de Campo Grande | Relatório 2009


Figura 33 – Distribuição dos pontos de monitoramento na microbacia do
Lageado.
90

...: Resultados
A Tabela 27 mostra os resultados do IQACETESB nos pontos de
monitoramento LAG01, LAG02, LAG05, LAG06, LAG08, LAG09,
LAG03, LAG04 e LAG11, localizados no Córrego Lageado.
Observou-se que a qualidade de água manteve se Boa em todos os
pontos.

Tabela 27 - Pontos de monitoramento da microbacia do Lageado


Pontos de Monitoramento

Período
Pontos
2º Trimestre 3º Trimestre 4º Trimestre

LAG 01 65 62 63

LAG 02 67 75 X

LAG 03 72 78 63

LAG 04 64 68 69

LAG 05 72 68 68

LAG 06 74 76 61

LAG 08 60 69 X

LAG 09 58 65 59

LAG 11 77 78 x

LAG 07 61 X 49

LAG 15 86 X 60

Ótima (100-79) Boa (79-51) Regular (51-36) Ruim (36-19) Péssima (<19)

O ponto LAG11, localizado córrego Poção, próximo à Estação


Elevatória de Esgoto – EEE33 da Moreninha. A qualidade da água
nesse ponto foi boa, no 2º e 3º trimestres analisados.
91

A qualidade da água nos pontos monitorados no córrego Lageadinho


monitorados nos 2º e 3º trimestres, apresentaram qualidade boa e
regular no LAG07 e ótima e boa no LAG15.

Na Figura 34, verifica-se os valores dos resultados do IQACETESB para


os pontos monitorados, no período de janeiro de 2009 a dezembro
de 2009.

Qualidade das Águas Superficiais de Campo Grande | Relatório 2009


Figura 34 - Resultados do IQACETESB.

A Tabela 28 mostra os resultados do monitoramento nos pontos na


microbacia do Lageado.

Tabela 28 - Resultados das análises da Microbacia do Lageado.


1° 2° 3° 4°
Pontos Parâmetros
trimestre trimestre trimestre trimestre
Coliformes
Termotolerantes X 500 1400,00 1000,00
(NPM/100 ml)

LAG01 pH X 5,9 5,90 4,40

DBO5,20 (mg/L O2) X 1,0 1,00 0,90

Fósforo Total (mg/L P) X 0,013 0,01 0,01


92

Nitrogênio Total (mg/L N) X 1,9 2,5 2,00

Temperatura (°C) X 15,8 23,00 24,80

Turbidez (UNT) X 10,0 2,00 2,00

Sólidos Totais (mg/L) X 77,0 22,00 26,00


Oxigênio Dissolvido
X 5,7 4,70 2,00
(mg/L O2)
Coliformes
Termotolerantes X 500 300,00 X
(NPM/100 ml)
pH X 6,3 6,80 X

DBO5,20 (mg/L O2) X 2,1 1,30 X

Fósforo Total (mg/L P) X 0,021 0,01 X


LAG02
Nitrogênio Total (mg/L N) X 1,8 1,7 X

Temperatura (°C) X 18,0 25,00 X

Turbidez (UNT) X 7,9 13,30 X

Sólidos Totais (mg/L) X 90,0 33,00 X


Oxigênio Dissolvido
X 5,5 7,30 X
(mg/L O2)
Coliformes
Termotolerantes X 10.000 2000,00 10000,00
(NPM/100 ml)
pH X 7,7 7,00 7,10

DBO5,20 (mg/L O2) X 4,1 1,20 1,50


LAG03
Fósforo Total (mg/L P) X 0,026 0,02 0,02

Nitrogênio Total (mg/L N) X 2,7 3,3 3,30

Temperatura (°C) X 25,0 20,30 24,00

Turbidez (UNT) X 13,0 8,00 5,00


93

Sólidos Totais (mg/L) X 110,0 124,00 132,00


Oxigênio Dissolvido
X 7,2 8,10 7,90
(mg/L O2)
Coliformes
Termotolerantes X 20.000 5000,00 2000,00
(NPM/100 ml)
pH X 7,5 7,00 7,10

DBO5,20 (mg/L O2) X 2,7 1,20 1,80

Fósforo Total (mg/L P) X 0,049 0,01 0,02


LAG04
Nitrogênio Total (mg/L N) X 2,3 3,1 2,70

Temperatura (°C) X 24,9 20,10 24,50

Turbidez (UNT) X 15,0 8,00 5,00

Qualidade das Águas Superficiais de Campo Grande | Relatório 2009


Sólidos Totais (mg/L) X 70,0 125,00 88,00
Oxigênio Dissolvido
X 6,8 7,50 6,70
(mg/L O2)
Coliformes
Termotolerantes X 500 200,00 1000,00
(NPM/100 ml)
pH X 7,0 6,90 6,60

DBO5,20 (mg/L O2) X 1,8 1,80 1,90

Fósforo Total (mg/L P) X 0,0098 0,01 0,04


LAG05
Nitrogênio Total (mg/L N) X 1,5 1,5 1,60

Temperatura (°C) X 17,2 24,00 25,80

Turbidez (UNT) X 18,0 6,00 28,00

Sólidos Totais (mg/L) X 200,0 76,00 121,00


Oxigênio Dissolvido
X 8,5 7,40 7,10
(mg/L O2)
Coliformes
LAG06 Termotolerantes 60.000 5.000 2000,00 15000,00
(NPM/100 ml)
94

pH 7,7 7,4 7,30 7,30

DBO5,20 (mg/L O2) 5,3 3,3 2,50 1,90

Fósforo Total (mg/L P) 0,117 0,019 0,01 0,02

Nitrogênio Total (mg/L N) 6,1 2,1 2,1 2,00

Temperatura (°C) 27,6 25,6 21,70 26,00

Turbidez (UNT) 26,0 11,0 10,00 9,00

Sólidos Totais (mg/L) 131,0 106,0 113,00 126,00


Oxigênio Dissolvido
6,5 6,6 7,30 6,50
(mg/L O2)
Coliformes
Termotolerantes X 190,00 X 0,00
(NPM/100 ml)
pH X 7,40 X 3,80

DBO5,20 (mg/L O2) X 3,00 X 2,00

Fósforo Total (mg/L P) X 0,14 X 0,00


LAG07
(montante) Nitrogênio Total (mg/L N) X 0,30 X 0,60

Temperatura (°C) X 25,30 X 20,20

Turbidez (UNT) X 10,60 X 4,00

Sólidos Totais (mg/L) X 66,00 X 50,00


Oxigênio Dissolvido
X 3,10 X 1,59
(mg/L O2)
Coliformes
Termotolerantes 160.000 900 2000,00 X
(NPM/100 ml)
LAG08 pH 7,1 7,3 6,50 X
(jusante)
DBO5,20 (mg/L O2) 8,5 1,0 1,00 X

Fósforo Total (mg/L P) 0,404 0,010 0,01 X


95

Nitrogênio Total (mg/L N) 5,3 1,3 2,3 X

Temperatura (°C) 24,4 17,3 23,50 X

Turbidez (UNT) 21,0 19,0 13,00 X

Sólidos Totais (mg/L) 185,0 74,0 68,00 X


Oxigênio Dissolvido
2,3 8,5 7,50 X
(mg/L O2)
Coliformes
Termotolerantes X X 600,00 X
(NPM/100 ml)
pH X X 6,45 X

DBO5,20 (mg/L O2) X X 1,10 X

LAG13 Fósforo Total (mg/L P) X X 0,01 X

Qualidade das Águas Superficiais de Campo Grande | Relatório 2009


(montante)
Nitrogênio Total (mg/L N) X X 0,9 X

Temperatura (°C) X X 21,50 X

Turbidez (UNT) X X 14,50 X

Sólidos Totais (mg/L) X X 87,00 X


Oxigênio Dissolvido
X X 6,24 X
(mg/L O2)
Coliformes
Termotolerantes X X 600,00 X
(NPM/100 ml)
pH X X 6,71 X

DBO5,20 (mg/L O2) X X 0,70 X

LAG14 Fósforo Total (mg/L P) X X 95,44 X


(jusante)
Nitrogênio Total (mg/L N) X X 92,9 X

Temperatura (°C) X X 21,50 X

Turbidez (UNT) X X 18,20 X

Sólidos Totais (mg/L) X X 18,20 X


96

Oxigênio Dissolvido
X X 6,18 X
(mg/L O2)
Coliformes
Termotolerantes X 1,00 X 0,00
(NPM/100 ml)
pH X 6,00 X 3,20

DBO5,20 (mg/L O2) X 3,00 X 2,00

Fósforo Total (mg/L P) X 0,03 X 0,00


LAG15
(jusante) Nitrogênio Total (mg/L N) X 0,10 X 0,54

Temperatura (°C) X 26,10 X 29,00

Turbidez (UNT) X 4,13 X 2,80

Sólidos Totais (mg/L) X 50,00 X 46,00


Oxigênio Dissolvido
X 6,90 X 4,23
(mg/L O2)
97

Microbacia do Lagoa
Localizada na região oeste da zona urbana, esta microbacia possui
baixa densidade demográfica por ainda estar constituída de vazios
urbanos. Está inserida em uma área de 36,6 km² (PLANURB, 1997).

Constituem a bacia os córregos Buriti e Lagoa e fazem parte o bairro


União e parte dos bairros: Batistão, Caiçara, Caiobá, Coophavila II,
Leblon, Santo Amaro, Santo Antônio, São Conrado, Sobrinho,
Tarumã, Taveirópolis e Tijuca, conforme mostrado na Figura 35 e
descrito na Tabela 29 .

Qualidade das Águas Superficiais de Campo Grande | Relatório 2009

Figura 35 – Microbacia do Lagoa e distribuição de bairros.


98

Tabela 29 - Contribuição da população dos bairros da microbacia do Lagoa.

FONTE: Dados obtidos a partir do cruzamento das informações de população de


cada bairro definido pela última contagem realizada pelo IBGE em 2007 (PLANURB,
2008) com a porcentagem do bairro em cada bacia.

...: Pontos de Monitoramento


A bacia do córrego Lagoa possui 8 pontos de monitoramento,
distribuídos nos seus dois cursos d'água principais, sendo eles, no
córrego Lagoa: LAO01, e LAO02 (antes da confluência com o
córrego Buriti); LAO03, LAO05, LAO6, LAO07 e LAO08 (após a
confluência com o córrego Buriti); e no córrego Buriti: BUR01, à
montante da confluência com o córrego Lagoa, conforme identificado
na Tabela 30 e mostrado na Figura 36.
99

Tabela 30 - Pontos de monitoramento da microbacia do Lagoa.

Qualidade das Águas Superficiais de Campo Grande | Relatório 2009

Figura 36 – Distribuição dos pontos de monitoramento na microbacia do


Lagoa, na área urbana.
100

...: Resultados
A Tabela 31 apresenta os resultados obtidos por meio do IQACETESB
nos pontos de monitoramento localizados no Córrego Lagoa e Buriti.
Observou-se que a qualidade da água manteve-se boa nos períodos
amostrados.

Nos pontos LAO05 e LAO06 localizados à montante e à jusante de


um curtume INDUSPAN, amostrado e analisados apenas no 3°
trimestre, a qualidade da água foi considerada regular, verificou-se
que a montante do lançamento de efluentes da indústria, já existe a
presença de elevados valores de coliformes termotolerantes,
provenientes possivelmente de esgoto clandestino.

Os valores da DBO5,20 de todos os pontos estão abaixo do padrão


estabelecido pela CONAMA n° 357,de 2005 para corpos d'água
Classe 3, principalmente o ponto LAO06.

Tabela 31 - Pontos de monitoramento da microbacia do Lagoa.


Pontos de Monitoramento
Período
Pontos
1° Trimestre 2° Trimestre 3° Trimestre 4° Trimestre
LAO 01 X 53 60 57

LAO 03 X 66 68 57

LAO 08 45 59 72 59

LAO 02 X 54 58 58

LAO 05 X X 43 X

LAO 06 X X 41 X

BUR 01 X X 64 X

Ótima (100-79) Boa (79-51) Regular (51-36) Ruim (36-19) Péssima (<19)
101

O ponto LAO 08 é a jusante da ETE, sendo que boa parte da sua


qualidade foi boa, mas no 1° trimestre sua qualidade foi regular. Ao
analisar os parâmetros a DBO5,20, foi observado que a concentração
desse parâmetro apresentou-se acima do padrão estabelecido pela
Resolução CONAMA nº 357, de 2005, corpos d'água Classe 3.

A Figura 37 mostra a concentração média de DBO5,20 nos pontos


LAO03 e LAO04 nos períodos de 2003 a 2006. Observa-se que a
concentração média da DBO5,20, nos anos de 2004 e 2006,
apresentou-se acima do padrão estabelecido pela Resolução
CONAMA nº 357, de 2005, até 10 mg/L O2, para corpos d'água
Classe 3.

O lançamento do esgoto tratado da ETE São Conrado aumentava a


concentração de DBO5,20 no ponto LAO04, sendo verificado no ano
de 2004 a concentração média acima de 16 mg/L O2. Por intermédio

Qualidade das Águas Superficiais de Campo Grande | Relatório 2009


dos resultados apresentados pode-se constatar que a qualidade da
água, em relação a DBO5,20, não atendeu ao padrão da Classe 3,
para nos anos de 2004 e 2006, nos pontos amostrados.

18,0
16,0
14,0
12,0
10,0
8,0
6,0
4,0
2,0
0,0
2003 2004 2005 2006

LAO03 LAO04 CONAMA nº357/05

Figura 37 - Médias anuais de DBO5,20 no Córrego Lagoa.

A Figura 38 mostra os valores médios para a concentração de


oxigênio dissolvido nos pontos LAO03 e LAO04 (à montante e à
jusante do lançamento do esgoto tratado da ETE São Conrrado),
102

que manteve-se acima do padrão, não inferior a 4,0 mg/L O2,


estabelecido pela Resolução CONAMA nº 357, de 2005.

Nos anos de 2003 e 2004 a concentração de oxigênio dissolvido


diminuiu após o lançamento de efluentes da ETE São Conrado, no
entanto, nos anos de 2005 e 2006 ocorreu o contrário, ou seja, no
ponto a jusante do lançamento da ETE a média anual mostrou-se
com melhores concentrações de oxigênio dissolvido.

7,0
6,0

5,0

4,0

3,0

2,0

1,0

0,0
2003 2004 2005 2006

LAO03 LAO04 CONAMA nº357/05

Figura 38 - Médias anuais de OD no Córrego Lagoa

A Tabela 32 mostra os resultados das análises na microbacia do


Lagoa, nos 2º, 3º e 4º trimestres de 2009.

Tabela 32 - Resultados das análises da Microbacia do Lagoa.


1° 2° 3° 4°
Pontos Parâmetros
trimestre trimestre trimestre trimestre
Coliformes
Termotolerantes X 13000 1300 8.000
(NPM/100 ml)
pH X 6,8 6,8 7,0
LAO 01
DBO5,20 (mg/L O2) X 3,9 5,1 2,30

Fósforo Total (mg/L P) X 0,0587 0,055447 0,07


103

Nitrogênio Total (mg/L N) X 2,6 3,1 5,20

Temperatura (°C) X 23,0 22,1 25,80

Turbidez (UNT) X 8,0 8 15,00

Sólidos Totais (mg/L) X 73,0 81 76,00


Oxigênio Dissolvido
X 4,4 4,1 4,90
(mg/L O2)
Coliformes
Termotolerantes X 30000 10000,00 10.000
(NPM/100 ml)
pH X 6,8 6,80 7,1

DBO5,20 (mg/L O2) X 3,8 3,80 2,60

Fósforo Total (mg/L P) X 0,0230 0,03 0,03

Qualidade das Águas Superficiais de Campo Grande | Relatório 2009


LAO 02
Nitrogênio Total (mg/L N) X 2,9 2,60 4,00

Temperatura (°C) X 23,5 22,20 26,20

Turbidez (UNT) X 7,0 5,00 30,00

Sólidos Totais (mg/L) X 81,0 84,00 107,00


Oxigênio Dissolvido
X 5,1 5,30 6,10
(mg/L O2)
Coliformes
Termotolerantes X 2000 2000,00 32.000
(NPM/100 ml)
pH X 7,1 6,70 7,1

DBO5,20 (mg/L O2) X 4,0 2,00 2,70


LAO 03
Fósforo Total (mg/L P) X 0,0098 0,01 0,03

Nitrogênio Total (mg/L N) X 2,5 1,60 4,70

Temperatura (°C) X 24,4 22,50 27,00

Turbidez (UNT) X 5,0 2,00 12,00


104

Sólidos Totais (mg/L) X 79,0 84,00 81,00


Oxigênio Dissolvido
X 6,1 6,30 7,20
(mg/L O2)
Coliformes
Termotolerantes X X 23.000 X
(NPM/100 ml)
pH X X 6,8 X

DBO5,20 (mg/L O2) X X 9,2 X

Fósforo Total (mg/L P) X X 0,700 X


LAO 05
(Montante) Nitrogênio Total (mg/L N) X X 16,1 X

Temperatura (°C) X X 22,0 X

Turbidez (UNT) X X 20,3 X

Sólidos Totais (mg/L) X X 180,0 X


Oxigênio Dissolvido
X X 3,9 X
(mg/L O2)
Coliformes
Termotolerantes X X 17.000 X
(NPM/100 ml)
pH X X 6,9 X

DBO5,20 (mg/L O2) X X 11,0 X

Fósforo Total (mg/L P) X X 1,000 X


LAO 06
(Jusante) Nitrogênio Total (mg/L N) X X 25,4 X

Temperatura (°C) X X 24,0 X

Turbidez (UNT) X X 20,9 X

Sólidos Totais (mg/L) X X 172,0 X


Oxigênio Dissolvido
X X 3,9 X
(mg/L O2)
105

Coliformes
Termotolerantes 44.000 10000 1000 16.000
(NPM/100 ml)
pH 7,7 6,9 6,80 7,3

DBO5,20 (mg/L O2) 19,5 3,6 1,80 3,50

Fósforo Total (mg/L P) 0,026 0,0160 0,01 0,03


LAO 08
(Jusante) Nitrogênio Total (mg/L N) 3,0 4,6 2,50 3,10

Temperatura (°C) 29,2 17,7 21,90 26,90

Turbidez (UNT) 33,0 17,0 2,00 17,00

Sólidos Totais (mg/L) 105,0 89,0 71,00 91,00


Oxigênio Dissolvido
6,6 8,3 7,50 7,10

Qualidade das Águas Superficiais de Campo Grande | Relatório 2009


(mg/L O2)
Coliformes
Termotolerantes X 60 2500 3.000
(NPM/100 ml)
pH X 6,3 6,50 6,7

DBO5,20 (mg/L O2) X 4,0 2,00 1,00

Fósforo Total (mg/L P) X 0,0032 0,00333 0,02


BUR 01
Nitrogênio Total (mg/L N) X 2,4 1,40 1,30

Temperatura (°C) X 24,2 22,80 26,80

Turbidez (UNT) X 3,0 1,00 1,00

Sólidos Totais (mg/L) X 80,0 46,00 38,00


Oxigênio Dissolvido
X 4,3 4,90 4,70
(mg/L O2)
106

Microbacia do Prosa
Localizada nas regiões Leste e Central da área urbana de Campo
Grande, a microbacia do Prosa é composta pelos córregos Prosa,
Sóter, Pindaré, Desbarrancado, Joaquim Português, Reveillon e
Vendas. O córrego Prosa nasce no Parque Estadual do Prosa, na
confluência dos córregos Desbarrancado e Joaquim Português e
suas cabeceiras estão protegidas.

Os bairros que compõem a microbacia do Prosa são: Carandá,


Itanhangá, Bela Vista e parte dos bairros Novos Estados, Estrela
Dalva, Mata do Jacinto, Margarida, Autonomista, Veraneio, Santa
Fé, Chácara Cachoeira, Jardim dos Estados, Centro, Glória, Monte
Líbano, São Bento, Tv Morena, Vilasboas, São Lourenço,
Tiradentes, Noroeste, Carvalho, Amambaí e Chácara dos Poderes,
conforme mostrado na Figura 39 e descritos na Tabela 33.

Figura 39 – Microbacia do Prosa e distribuição de bairros.


107

Do ponto de vista ambiental e da qualidade de vida da população, a


microbacia do Prosa é a região mais favorecida de Campo Grande,
pois possui áreas de notável interesse ambiental, cultural e
urbanístico, tais como o Parque das Nações Indígenas, Parque
Sóter, Parque Linear do Sóter, Parque Estadual do Prosa, Parque
Itanhangá e Parque dos Poderes.

Tabela 33 - Contribuição da população dos bairros da microbacia do Prosa.

Qualidade das Águas Superficiais de Campo Grande | Relatório 2009


FONTE: Dados obtidos a partir do cruzamento das informações de população de
cada bairro definido pela última contagem realizada pelo IBGE em 2007 (PLANURB,
2008) com a porcentagem do bairro em cada bacia.

No bairro Mata do Jacinto localiza-se a nascente do córrego Sóter na


qual, em sua proximidade, verifica-se intenso processo de
assoreamento e presença de lançamento de esgotos domésticos.
Apesar de ter sido executado um programa de recuperação na
nascente do Sóter, e ao longo do seu curso até a Avenida Mato
Grosso, ainda é possível verificar a presença de esgoto sanitário,
proveniente do lançamento clandestino na rede de água pluvial.
108

Por fim, o Prosa está localizado, em parte, na região central da área


urbana, onde está canalizado.

...: Pontos de Monitoramento


A microbacia do Prosa possui 7 pontos de monitoramento, sendo no
córrego Prosa: PRO01(nascente do córrego), PRO02 (à jusante do
Parque das Nações Indígenas) e PRO03 (à jusante da confluência
montante do trecho canalizado coberto); no Sóter: SOT01 (nascente)
e SOT02 (à montante da confluência com o córrego Prosa); e no
Vendas: VEN 01 (nascente) e VEN02 (a montante da confluência
com o córrego Prosa), conforme identificados na Tabela 34 e
mostrados na Figura 40.

Tabela 34 - Pontos de monitoramento da microbacia do Prosa.


109

Figura 40 – Distribuição dos pontos de monitoramento na microbacia do


Prosa.

Qualidade das Águas Superficiais de Campo Grande | Relatório 2009


...: Resultados
A Tabela 35 mostra os resultados obtidos por intermédio do
IQACETESB nos pontos PRO01, PRO02, SOT01, SOT02, VEN01 e
VEN02, localizados nos Córregos Prosa, Sóter e Vendas. Observa-
se que a qualidade da água foi boa em todos os pontos nos 2° e 4°
trimestres. No, 3° trimestre, nos pontos PRO03 E SOT02 qualidade
da água foi regular.

A Figura 41 mostra os valores dos resultados obtidos no cálculo do


IQACETESB dos pontos de amostragem PRO01, PRO02 e PRO03 no
período de maio a setembro de 2009.

Tabela 35 - Pontos de monitoramento da microbacia do Prosa.


Pontos de Monitoramento
Período
Pontos
1º Trimestre 2º Trimestre 3º Trimestre 4º Trimestre

PRO 01 X 70 73 69
110

PRO 02 X 59 56 57
PRO 03 X 53 42 54
SOT 01 X 79 68 57
SOT 02 62 52 51 52
VEN 01 X 53 52 58
VEN 02 X 56 54 52

Ótima (100-79) Boa (79-51) Regular (51-36) Ruim (36-19) Péssima (<19)

Figura 41 – Resultados do IQACETESB.

Tabela 36 - Resultados das análises da Microbacia do Lageado.


1° 2° 3° 4°
Pontos Parâmetros
trimestre trimestre trimestre trimestre
Coliformes
Termotolerantes X 2.000 600 1400
(NPM/100 ml)
pH X 6,50 6,30 6,20
PRO 01 DBO5,20 (mg/L O2) X 2,30 1,90 2,00
Fósforo Total (mg/L P) X 0,0033 0,02 0,01
Nitrogênio Total (mg/L N) X 0,30 1,30 0,81
Temperatura (°C) X 22,50 22,00 24,20
111

Turbidez (UNT) X 2,00 1,00 6,00


Sólidos Totais (mg/L) X 51,00 36,00 45,00
Oxigênio Dissolvido
X 7,70 7,80 7,60
(mg/L O2)
Coliformes
Termotolerantes X 10.000 80.000 100000
(NPM/100 ml)
pH X 7,40 7,20 7,10
DBO5,20 (mg/L O2) X 4,30 1,00 1,00
Fósforo Total (mg/L P) X 0,07 0,03 0,04
PRO 02
Nitrogênio Total (mg/L N) X 3,20 4,10 3,90
Temperatura (°C) X 26,20 22,10 27,50
Turbidez (UNT) X 14,00 10,00 6,00
Sólidos Totais (mg/L) X 133,00 143,00 109,00

Qualidade das Águas Superficiais de Campo Grande | Relatório 2009


Oxigênio Dissolvido
X 7,40 8,40 5,10
(mg/L O2)
Coliformes
Termotolerantes X 80.000 90.000 100000
(NPM/100 ml)
pH X 7,50 7,50 7,50
DBO5,20 (mg/L O2) X 3,20 6,70 3,10
Fósforo Total (mg/L P) X 0,068 0,09 0,05
PRO 03
Nitrogênio Total (mg/L N) X 8,00 7,30 3,80
Temperatura (°C) X 25,50 23,80 27,00
Turbidez (UNT) X 10,00 103,00 10,00
Sólidos Totais (mg/L) X 87,00 259,00 174,00
Oxigênio Dissolvido
X 7,80 8,30 7,60
(mg/L O2)
Coliformes
Termotolerantes X 100 1.300 32000
(NPM/100 ml)
pH X 7,30 7,10 7,10
SOT 01
DBO5,20 (mg/L O2) X 1,00 1,40 1,00
Fósforo Total (mg/L P) X 0,032 0,01 0,03
Nitrogênio Total (mg/L N) X 11,60 9,30 7,50
112

Temperatura (°C) X 25,90 21,90 25,00


Turbidez (UNT) X 5,00 8,00 7,00
Sólidos Totais (mg/L) X 136,00 137,00 155,00
Oxigênio Dissolvido
X 7,10 8,10 7,50
(mg/L O2)
Coliformes
Termotolerantes 11.000 80000 300000 80000
(NPM/100 ml)
pH 7,70 7,40 7,20 7,10
DBO5,20 (mg/L O2) 0,10 2,00 2,50 4,00
Fósforo Total (mg/L P) 0,007 0,12 0,04 0,06
SOT 02
Nitrogênio Total (mg/L N) 8,00 9,20 8,2 8,40
Temperatura (°C) 23,50 24,80 21,70 24,50
Turbidez (UNT) 4,00 7,00 4,00 5,00
Sólidos Totais (mg/L) 143,00 62,00 198,00 167,00
Oxigênio Dissolvido
7,70 7,30 8,10 7,30
(mg/L O2)
Coliformes
Termotolerantes X 10000 60000 30000
(NPM/100 ml)
pH X 6,5 6,60 6,60
DBO5,20 (mg/L O2) X 3,0 5,00 1,00
Fósforo Total (mg/L P) X 0,026 0,02 0,02
VEN 01
Nitrogênio Total (mg/L N) X 14,90 11,9 15,70
Temperatura (°C) X 25,9 23,90 25,00
Turbidez (UNT) X 7,0 2,00 1,00
Sólidos Totais (mg/L) X 50,0 232,00 70,00
Oxigênio Dissolvido
X 3,8 6,00 6,40
(mg/L O2)
Coliformes
Termotolerantes X 40000 40000 200000
(NPM/100 ml)
VEN 02
pH X 7,7 7,60 7,40
DBO5,20 (mg/L O2) X 1,90 2,60 2,60
113

Fósforo Total (mg/L P) X 0,078 0,04 0,05


Nitrogênio Total (mg/L N) X 12,80 9,8 11,00
Temperatura (°C) X 25,70 23,60 26,50
Turbidez (UNT) X 9,00 3,00 5,00
Sólidos Totais (mg/L) X 56,00 265,00 214,00
Oxigênio Dissolvido
X 6,90 7,50 7,00
(mg/L O2)

Qualidade das Águas Superficiais de Campo Grande | Relatório 2009


114

Microbacia do Segredo
As cabeceiras do córrego Segredo, onde estão localizadas as
nascentes, se situam na porção norte da área urbana do município,
sendo que uma delas está na Lagoa da Cruz, outra no Parque
Estadual Mata do Segredo e, a última, na área do Exército Brasileiro,
próximo ao bairro Nova Lima.

A porção norte da microbacia, próxima às nascentes, possui uma


ocupação marcada por uso tradicionalmente rural - chácaras de
recreio ou de produção de hortifrutigranjeiros - destinados ao
abastecimento local. Parte dos bairros localizados nessa região
ainda não teve implantada rede coletora de esgoto. Apresenta uma
alta densidade populacional.

A porção sul da microbacia, localiza-se no centro da cidade,


contendo características de zona de alta densidade populacional.
Neste trecho, o córrego foi canalizado e pode-se identificar diversas
ligações clandestinas de esgoto, sendo elas diretamente no córrego
ou na galeria de águas pluviais.

A montante do trecho canalizado, o córrego Segredo recebe o


lançamento dos esgotos tratados na ETE Vale do Sol, onde são
tratados os esgotos sanitários dos Residenciais: Vale do Sol I, II. III e
Pedro Pedrossian, da Escola Municipal João Paulo Ribeiro e da
Policlinica Odontologica Vale do Sol (Municipal).

Os bairros contemplados integralmente com rede pública de coleta


esgoto na Região do Segredo são: Centro, Jardim dos Estados,
Amambaí, Cabreúva, Planalto e Cruzeiro. Parte dos bairros
Sobrinho, Seminário, Monte Castelo, Margarida, Autonomista e São
Francisco, possuem cobertura parcial de rede de coleta esgoto.

Por fim, os demais bairros (Nasser, Nova Lima, Mata do Jacinto,


Novos Estados, Coronel Antonino e Mata do Segredo) não possuem
115

rede coletora de esgoto, sendo predominante a presença de fossas


sépticas e sumidouros.

A Figura 42 mostra os bairros localizados na microbacia e a Tabela


37 a densidade populacional da região.

Os principais córregos na microbacia hidrográfica do Segredo são:


Maracajú, Cascudo, Seminário e Segredo.

Na década de 70 (setenta), o córrego Maracaju foi tubulado em toda


a sua extensão, entre a nascente na vila Rosa e sua desembocadura
no córrego Segredo. Assim como o Maracaju, o Furtuoso e o
Cascudo foram tubulados, sendo que deste último, só não foram
tubulados a área próxima à nascente e o trecho final próximo a sua
desembocadura, a jusante da Rua 14 de julho.

Qualidade das Águas Superficiais de Campo Grande | Relatório 2009

Figura 42 - Distribuição dos pontos de monitoramento na microbacia do


Segredo.
116

Embora a região seja contemplada com rede pública de esgoto,


percebe-se, visual e olfativamente, que existe contaminação pelo
lançamento de esgoto clandestino nas galerias de águas pluviais.

Condição semelhante é observado no córrego Cascudo.

Tabela 37 - Contribuição da população dos bairros da microbacia do Segredo.

FONTE: Dados obtidos a partir do cruzamento das informações de população de


cada bairro definido pela última contagem realizada pelo IBGE em 2007 (PLANURB,
2008) com a porcentagem do bairro em cada bacia.

Na porção Norte, próximo às cabeceiras do Córrego Segredo


destaca-se processo erosivo em evolução, sem presença perceptível
de lançamentos clandestinos de esgoto na extensão do córrego. No
entanto, ao longo do percurso - após a confluência com o córrego
Seminário é constatado o lançamento clandestino de esgoto
sanitário diretamente no córrego ou na galeria de águas pluviais.

...: Pontos de Monitoramento


A microbacia do Segredo possui 10 pontos de monitoramento,
distribuídos ao longo dos seus principais cursos d’água sendo eles:
SEG06 (Jusante da confluência das cabeceiras Lagoa da Cruz e
Parque Estadual Matas do Segredo), SEG07 (montante da
confluência com o trecho da cabeceira da área do Exercito), SEG01
117

e SEG08 (trecho da cabeceira da área do Exercito), SEG09 (Jusante


da confluência com o córrego Seminário), SEG02, SEG03, SEG04
(trecho canalizado na região central), CAS01 e CAS02 (córrego
Cascudo, conforme descritos na Tabela 38 e mostrado na Figura 43.

Tabela 38 - Pontos de monitoramento da microbacia do Segredo.

Qualidade das Águas Superficiais de Campo Grande | Relatório 2009


118

Figura 43 - Distribuição dos pontos de monitoramento na microbacia do Segredo.

...: Resultados
Observou-se que o resultado do IQA na maioria dos pontos foi de
qualidade regular. No ponto SEG02 (montante da ETE Cabreúva),
no 3° trimestre, a qualidade permaneceu regular. E nos pontos SEG
06, SEG08 e SEG09 a qualidade permaneceu boa.

A Tabela 39 mostra os resultados do IQACETESB nos pontos de


monitoramento SEG01, SEG02, SEG03, SEG04,SEG06, SEG07,
SEG08, SEG09, CAS01 e CAS02, localizados nos Córregos
Lageado e Cascudo. Observou-se que a qualidade de água
manteve-se boa em todos os pontos.

Na Figura 44, verifica-se os valores dos resultados do IQACETESB para


os pontos monitorados, no período de janeiro de 2009 a dezembro
de 2009. A qualidade da água piorou entre os pontos SEG02 e
119

SEG03, à montante e à jusante, respectivamente, do lançamento do


esgoto tratado pela ETE Cabreuva no córrego Segredo. A qualidade
da água no Segredo variou de regular no ponto SEG02 nos quatro
trimestres, para ruim nos 1º e 3º trimestre e manteve-se regular nos
2º e 4º trimestre, no ponto SEG03.

Conforme mostrado na Figura 45 a concentração de coliformes


termotolerantes no ponto SEG03, à jusante do lançamento da ETE,
aumenta de forma significativa, piorando a qualidade da água do
Córrego, demonstrando baixa eficiência da ETE Cabreúva na
remoção dos coliformes. A concentração de coliformes
termotolerantes após o lançamento, ponto SEG03, não atende ao
padrão para corpo d’água Classe 2 conforme estabelecido na
Resolução CONAMA Nº. 357, de 005.

Tabela 39 - Pontos de monitoramento da microbacia do Segredo.

Qualidade das Águas Superficiais de Campo Grande | Relatório 2009


Pontos de Monitoramento

Período
Pontos
1º Trimestre 2º Trimestre 3º Trimestre 4º Trimestre

SEG 02 42 51 46 51

SEG 03 31 38 28 51

SEG 04 X 42 26 31

SEG 09 X 60 57 57

SEG 01 X 50 51 63

CAS 01 X 50 55 42

SEG 08 X 68 69 69

SEG 07 X 48 42 57

SEG 06 X 63 66 72

CAS 02 X 46 51 58

Ótima (100-79) Boa (79-51) Regular (51-36) Ruim (36-19) Péssima (<19)
120

Figura 44 – Valores do IQACETESB nos pontos SEG02 e SEG03.

Figura 45 - Valores trimestrais do parâmetro coliformes termotolerantes no


córrego Segredo.

Na Figura 46, os valores da concentração de DBO5,20, (2,3 - 4,0 - 7,0


e 7,0 mg/L O2), verificados no ponto SEG02, à montante da ETE
Cabreuva, nos 1º, 2º estiveram abaixo do limite, até 5,0 mg/L O2, no
entanto nos 3º e 4º trimestre respectivamente, demonstram que
estiveram acima do limite, até 5,0 mg/L O2, estabelecido pela
resolução CONAMA nº 357, de 2005. Porém, no ponto SEG03, à
jusante da ETE, a qualidade da água do córrego Segredo está
alterada, para a DBO5,20, demonstrando que o lançamento do
efluente tratado da ETE Cabreúva está aumentando
significativamente a concentração da DBO5,20 na água do Córrego,
121

inclusive com valores de DBO5,20 (28,0 - 20,0 – 63,0 e 7,0 mg/L O2)
acima do estabelecido para corpos d'águas doces classe 2, até 5,0
mg/L O2.

O lançamento do esgoto tratado pela ETE Cabreuva, no córrego


Segredo, está alterando significativamente, para pior, a qualidade da
água do córrego Segredo.

Qualidade das Águas Superficiais de Campo Grande | Relatório 2009


Figura 46 - Valores trimestrais de DBO5,20 no córrego Segredo.

Na Figura 47, os valores da concentração de OD, (7,4 - 8,0 - 8,0 e


8,0 mg/L O2), verificados no ponto SEG02, à montante da ETE
Cabreuva, nos 1º, 2º, 3º e 4º trimestre respectivamente,
demonstram que, em todos os quatros trimestres monitorados
estiveram acima do limite, não inferior a 5,0 mg/L O2, estabelecido
pela resolução CONAMA nº 357, de 2005. No ponto SEG03, à
jusante da ETE, a qualidade da água do córrego Cabreuva está
alterada para OD, demonstrando que o lançamento do efluente
tratado da ETE Cabreuva diminuindo a concentração da OD na água
do Córrego, com valores de OD (7,0 - 7,0 - 6,0 e 7,0 mg/L O2),
porém acima do estabelecido para corpos d'águas doces classe 2,
não inferior a 5,0 mg/L O2.
122

Figura 47 - Valores trimestrais de OD no córrego Segredo.

A Tabela 40 mostra os resultados nas análises na microbacia do


córrego Segredo nos 1º, 2º e 3º trimestres de 2009.

Tabela 40 Resultados das análises da Microbacia do Segredo.


1° 2° 3°
Pontos Parâmetros
trimestre trimestre trimestre
Coliformes Termotolerantes
X 2.000 1.000
(NPM/100 ml)
pH X 7,1 6,9

DBO5,20 (mg/L O2) X 6,0 6,0

Fósforo Total (mg/L P) X 0,009 0,010


SEG 01 Nitrogênio Total (mg/L N) X 7,7 6,9

Temperatura (°C) X 25,9 23,2

Turbidez (UNT) X 272,0 526,0

Sólidos Totais (mg/L) X 463,0 803,0

Oxigênio Dissolvido (mg/L O2) X 7,1 8,0

SEG 02 Coliformes Termotolerantes 100.000 100000 200000


123

(Montante) (NPM/100 ml)

pH 7,5 7,20 7,20

DBO5,20 (mg/L O2) 2,3 4,00 7,00

Fósforo Total (mg/L P) 0,159 0,08 0,04

Nitrogênio Total (mg/L N) 4,9 5,70 7,6

Temperatura (°C) 26,9 23,80 23,20

Turbidez (UNT) 105,0 22,00 61,00

Sólidos Totais (mg/L) 241,0 204,00 260,00

Oxigênio Dissolvido (mg/L O2) 7,4 7,60 7,60


Coliformes Termotolerantes
2.000.000 1400000 6000000
(NPM/100 ml)
pH 7,4 7,1 7,00

Qualidade das Águas Superficiais de Campo Grande | Relatório 2009


DBO5,20 (mg/L O2) 28,0 20,0 63,00

Fósforo Total (mg/L P) 0,650 0,2770 0,47


SEG 03
(Jusante) Nitrogênio Total (mg/L N) 12,7 13,0 19,4

Temperatura (°C) 27,1 _ 23,90

Turbidez (UNT) 98,0 32,0 87,00

Sólidos Totais (mg/L) 279,0 205,0 320,00

Oxigênio Dissolvido (mg/L O2) 6,8 7,2 6,40


Coliformes Termotolerantes
X 1.900.000 1.500.000
(NPM/100 ml)
pH X 7,1 7,1

DBO5,20 (mg/L O2) X 9,6 20,6


SEG 04 Fósforo Total (mg/L P) X 0,270 0,418

Nitrogênio Total (mg/L N) X 13,3 13,3

Temperatura (°C) X 27,0 25,2

Turbidez (UNT) X 52,0 115,0


124

Sólidos Totais (mg/L) X * 353,0

Oxigênio Dissolvido (mg/L O2) X 4,4 3,8


Coliformes Termotolerantes
X 2.000 1.000
(NPM/100 ml)
pH X 7,1 7,1

DBO5,20 (mg/L O2) X 4,500 4,9

Fósforo Total (mg/L P) X 0,033 0,023


SEG 06 Nitrogênio Total (mg/L N) X 3,1 3,4

Temperatura (°C) X 24,3 21,6

Turbidez (UNT) X 29,0 24,0

Sólidos Totais (mg/L) X 67,0 98,0

Oxigênio Dissolvido (mg/L O2) X 6,3 7,8


Coliformes Termotolerantes
X 60.000 40.000
(NPM/100 ml)
pH X 7,2 7,2

DBO5,20 (mg/L O2) X 8,000 7,0

Fósforo Total (mg/L P) X 0,147 0,078


SEG 07 Nitrogênio Total (mg/L N) X 8,4 8,1

Temperatura (°C) X 25,0 24,2

Turbidez (UNT) X 56,0 183,0

Sólidos Totais (mg/L) X 182,0 354,0

Oxigênio Dissolvido (mg/L O2) X 7,1 7,6


Coliformes Termotolerantes
X 1.000 1.000
(NPM/100 ml)
pH X 6,9 7,0
SEG 08
DBO5,20 (mg/L O2) X 3,900 4,0

Fósforo Total (mg/L P) X 0,003 0,010


125

Nitrogênio Total (mg/L N) X 2,1 3,1

Temperatura (°C) X 23,7 22,0

Turbidez (UNT) X 20,0 11,0

Sólidos Totais (mg/L) X 68,0 95,0

Oxigênio Dissolvido (mg/L O2) X 6,6 7,7


Coliformes Termotolerantes
X 10.000 10.000
(NPM/100 ml)
pH X 7,6 7,3

DBO5,20 (mg/L O2) X 2,700 7,7

Fósforo Total (mg/L P) X 0,013 0,023


SEG 09 Nitrogênio Total (mg/L N) X 2,0 3,8

Temperatura (°C) X 24,3 23,9

Qualidade das Águas Superficiais de Campo Grande | Relatório 2009


Turbidez (UNT) X 23,0 58,0

Sólidos Totais (mg/L) X 144,0 225,0

Oxigênio Dissolvido (mg/L O2) X 7,3 7,8


126
127

Qualidade das Águas Superficiais de Campo Grande | Relatório 2009


128

Conclusões, Considerações e Recomendações


Este relatório demonstra a importância do Município de Campo
Grande manter uma rede de monitoramento da qualidade dos
córregos urbanos, tendo em vista a água ser um bem essencial à
vida e um bem dotado de valor. É importante o acompanhamento da
qualidade dos córregos, pois proporciona condições de
gerenciamento dos recursos hídricos, verificando os fatores que
estão associados à diminuição qualidade da água.

A utilização do IQANSF adaptado pela CETESB mostrou ser de fácil


utilização, visualização e entendimento, assim, com condições de
repassar a população às condições da qualidade das águas dos
córregos.

Nos pontos amostrados a qualidade da água segundo IQACETESB foi


predominantemente boa e regular, apresentando trechos
localizados nos córregos Imbirussu e Segredo onde a qualidade foi
ruim.

Pode-se constatar que nos pontos amostrados existem alterações,


principalmente na concentração de DBO5,20, Oxigênio Dissolvido e
elevadas concentrações de coliformes termotolerantes associados
principalmente pelos lançamento de esgoto tratados pelas ETEs de
sistemas condominiais, das ETEs vinculadas à concessão do
sistema de coleta, transporte, tratamento e disposição final, e ETEs
de atividades industriais e de serviços que lançam os efluenets
tratados nos recursos hídricos, bem como podem estar relacionados
à poluição difusa, ocasionada principalmente pelo lançamento
clandestino de esgoto doméstico nas galerias de águas pluviais.
Deste modo, recomenda-se que, conjuntamente com ampliação da
rede de esgoto, seja realizado campanhas de incentivo a ligação dos
esgotos à rede de coleta, bem como campanhas de educação
ambiental visando à sensibilização da população quanto a
disposição de resíduos sólidos – lixo, uso de sabões, detergentes
e/ou outros produtos químicos na lavagem de calçadas, e
129

lançamento de esgoto in natura (ligações clandestinas nas galerias


de águas pluviais) nos córregos, visto ser esses fatores os principais
condicionantes para a queda da qualidade da água dos córregos.

Nos pontos analisados onde constatou-se o lançamento de esgoto


tratados proveniente das Estações de Tratamento de Esgoto (ETE)
está comprometendo a qualidade da água dos córregos. É esperado
que, a ampliação da rede de coleta de esgoto, associada a
implantação da ETE Los Angeles e desativação das ETEs Cabreuva,
Coophatrabalho e Sayonara, melhora significativa na qualidade das
águas dos córregos urbanos.

A microbacia do córrego Lageado foi a que apresentou melhor


resultado, com o ponto LAG15 apresentando qualidade ótima no 2º
trimestre. Nos demais pontos a qualidade da água foi boa em todos
os trimestres, exceto no ponto LAG07 que apresentou qualidade

Qualidade das Águas Superficiais de Campo Grande | Relatório 2009


regular no 4º trimestre.

Os córregos Imbirussu e Segredo, foram os corpos d’água que


apresentaram as piores qualidades de água em 2009.

Recomenda-se que seja dada continuidade a este estudo, realizando


as análises da rede de monitoramento e aperfeiçoando-o.
130
131

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