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LICENCIATURA EM CIÊNCIAS
NATURAIS E MATEMÁTICA
A CIÊNCIA NA ÉPOCA DA
REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
2019
Universidade Federal de Mato Grosso
Secretaria de Tecnologia Educacional
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASIL
LICENCIATURA EM CIÊNCIAS
NATURAIS E MATEMÁTICA
A CIÊNCIA NA ÉPOCA DA
REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
2019
Universidade Federal de Mato Grosso
Secretaria de Tecnologia Educacional
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO
Ministro da Educação
Abraham Weintraub
Reitora UFMT
Myrian Thereza de Moura Serra
Vice-reitor
Evandro Aparecido Soares da Silva
Pró-reitora Administrativa
Lisaiane Bortolini
Pró-reitora de Planejamento
Tereza Mertens Aguiar Veloso
Pró-reitora de Pesquisa
Patrícia Silva Osório
Secretário da SETEC/UFMT
Coordenador da UAB/UFMT
Alexandre Martins dos Anjos
Biblioteca de Ícones 5
Caros acadêmicos 6
Objetivos da Disciplina 6
3.1 A tetravalência do carbono: a teoria da ligação química de Kekulé e seus desdobramentos em termos de
representação estrutural 11
4.2 Eletronegatividade 19
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 24
Biblioteca de Ícones
Reflexão – Sinaliza que uma atividade reflexiva será desenvolvida. Para isso, sugerimos
que leia a questão feita e anote o que você pensa a respeito da abordagem, antes de
qualquer assimilação de novos conhecimentos.
Atentem para a leitura das referências propostas bem como para a realização das
atividades de aprendizagem.
Objetivos da Disciplina
Ao finalizar esta disciplina você deverá ser capaz de compreender: as estruturas das
moléculas dos compostos do carbono resultantes das representações teóricas e matemáticas
de energia e geometria molecular; a análise elementar a partir dos elementos químicos e
suas propriedades periódicas resultante das verificações experimentais e analíticas dos
sistemas materiais; os comportamentos das substâncias resultante das representações
teóricas das propriedades e da dinâmica dos sistemas químicos. E de identificar questões
sociais e ambientais do desenvolvimento da química industrial.
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Unidade 1 – Revolução Industrial: mecanização dos
sistemas de produção
A Revolução Industrial marcada pelo pioneirismo inglês teve como fatores: reservas de
carvão mineral, reservas de minério de ferro, mão-de-obra disponível, capital suficiente e
mercado consumidor. A primeira revolução industrial é considerada resultado da evasão
da revolução agrícola o período era marcado por mão-de-obra abundante e barata. E pelo
processo de produção em série, ou seja, as mercadorias passaram a ser produzidas de
maneira uniforme e padronizadas. Foi neste período que ocorreu o desenvolvimento do
liberalismo econômico cuja base está na livre concorrência.
1776 1830
Ilustração 1. Esquema
representacional do
#2 Revolução #4 revoluções de pioneirismo inglês na
americana 1830 Revolução Industrial.
- FRANÇA
Fonte: Marcos Pantoja.
- ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA
- ALEMANHA
(Adaptado)
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conseqüências surgiu o capitalismo financeiro e a formação dos grandes conglomerados
econômicos.
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QUESTIONAMENTO: O desenvolvimento da indústria de utilidades
domésticas ocorre como resposta natural à escassez e ao encarecimento
da mão-de-obra de serviços domésticos. Ou seja, a mão-de-obra de baixa
qualificação migra para a indústria e os salários dos serventes tendem a
acompanhar os salários industriais.
A alteração das relações com as tarefas domésticas foram benéficas para a sociedade
após o período industrial?
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PARA REFLETIR: Historiadores apontam que a seleção do local para as
fábricas de ferro dependia das características de cada região, isto é, se
ela possuía uma boa fonte de minérios, se existiam florestas naturais e,
com o advento da roda d’água, se havia rios ou riachos que serviam não
apenas para movimentar os foles dos Altos Fornos. Sendo uma tecnologia
extremamente suja e predatória, em alguns países como a Inglaterra, foram criadas leis de
proteção ambiental, o que regulava o crescimento dessas indústrias.
2. Hidrocarbonetos são compostos que apresentam em sua composição elementar apenas Carbono e Hidrogênio ligados
em uma diversidade considerável de estruturas moleculares.
3. Massa molecular é uma unidade de medida calculada pela soma das massas atômicas dos elementos envolvidos na
molécula do composto e refere-se a massa de um mol de moléculas cuja unidade é g/mol.
4. Temperatura de ebulição, ou Ponto de Ebulição é definida com a temperatura em que a pressão de vapor do líquido
excede a pressão atmosférica e há passagem do estado líquido para o estado gasoso.
5. Destilação fracionada é o processo de separação dos componentes do petróleo que ocorre nas torres de fracionamento
em uma destilaria.
6. A identificação de um material inflamável está prevista na legislação brasileira, como é o caso da ABNT NBR 7505 ou do
decreto nº 98044/88 e Resolução ANTT nº 420/04. Essa classificação dos materiais depende da temperatura medida em
ºC conhecida por ponto de fulgor e pela pressão de vapor absoluta do material medida em Kgf/cm2, ou seja, depende de
grandezas referentes aos vapores emitidos em relação ao ar atmosférico. A identificação de um material volátil também
depende da medida de pressão de vapor do material e pode ser medida em mm Hg. Ou seja, é uma medida físico-química
determinante da velocidade de emissão de materiais para o ar atmosférico.
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é um combustível7 empregado em motores diesel. É um
Óleo diesel líquido mais viscoso que a gasolina o que garante a proprie-
dade de lubrificação.
Nesta unidade vamos estudar as estruturas das moléculas dos compostos do carbono
resultantes das representações teóricas e matemáticas de energia e geometria molecular.
Também vamos estudar os comportamentos das substâncias resultante das representações
teóricas das propriedades e da dinâmica dos sistemas químicos.
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Juntamente com Lavoisier as teorias da época mostravam que as
substâncias orgânicas continham carbono, hidrogênio e azoto (N).
Em 1815 Chevreul aperfeiçou métodos específicos de análise que
lhe permitiram fornecer em 1823 a composição dos “compostos
graxos de origem animal”, seguida das descobertas da morfina,
da brucina, da quinina, da estricnina, dos alcoóis.
Em 1858, Kekulé escreve sua teoria da ligação química onde o carbono possui a valência8
4 e propõe a representação gráfica plana dos compostos orgânicos.
8. A noção clássica de Kekulé coloca a valência como uma força inata ao elemento utilizada para atacar outros elementos
e expressa numericamente pelo numero de elementos monovalentes capazes de serem atacados por ele. A noção de
ligação química era o efeito resultante da ação dessa força.
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ATIVIDADE PRÁTICA - BURACO QUÍMICO
Este é um jogo de cartas, onde se exercita a seriação de seqüências definidas pelo número de
# QUANTIDADE DE CARTAS “ligações” que cada carta pode fazer, número este representado no canto esquerdo superior
POR ELEMENTO da carta. Cada carta conterá o símbolo de um dos elementos representativos mais simples e
14: 0He 18: 1H um número que corresponderá ao número de ligações que ele poderá fazer. Faz-se uma ana-
5: 2O5 : 3N logia dessas cartas com os elementos representativos mais simples da tabela periódica, e as
5: 4C5 : 1F
seqüências corresponderão a compostos que podem ser formados por estes elementos. O
!! baralho é constituído de 52 cartas, conforme descrito o número de cartas e seu tipo:
Para fazer as cartas: Recorte a cartolina em retângulos de aproximadamente 7cm x 4 cm. Escreva o símbolo dos elementos
em letras grandes no centro da carta e no canto esquerdo superior o número de ligações que o elemento pode fazer. Faça
para cada elemento o número de cartas especificados acima.
3. Serão distribuídos também mais dois conjuntos de 5 cartas que comporão os “biribas”. O restante do baralho irá constituir
o bolo de cartas. Colocá-lo no centro da mesa de face para baixo.
4. Um dos jogadores inicia o jogo comprando uma carta do bolo de cartas e juntando-as às demais que já possui. Escolhe
então entre suas cartas uma para descartar na mesa. A seguir será a vez do outro jogador, que poderá então comprar uma
carta do bolo ou do descarte. Assim os jogadores se alteram consecutivamente.
5. Cada jogador poderá, durante sua vez de jogar, abaixar seqüências de cartas que obedeçam ao número de ligações que
cada carta poderá fazer. Assim a carta 1H determina que o elemento representado pela letra H poderá fazer somente uma
ligação. A carta 3N mostra que o elemento representado pela letra N fará 3 ligações. A carta 0He, sem nenhum número, não
poderá ligar-se a nenhuma outra carta, só podendo ser descartada.
6. Cartas como 2O; 3N ou 4C poderão ligar-se a mais de uma carta até satisfazer suas ligações. Por exemplo, a carta 4C poderá
ligar-se ao 2O, gastando assim duas ligações e então ligar-se a outras duas cartas de 1H. Assim teríamos a seqüência:
1
H 4
C 2
O
H
1
7. Atenção: Existe uma exceção: A carta 4C poderá também ligar-se a uma única carta de 2
O formando o CO, composto
conhecido como monóxido de carbono.
8. Quando um jogador acaba suas cartas abaixando as seqüências possíveis, pegará o biriba, continuando a jogar normal-
mente.
9. O jogador que acabar novamente com as suas cartas após pegar o biriba, encerrará o jogo, ganhando 20 pontos.
10. As cartas das seqüências abaixadas por cada jogador serão também contadas de acordo com as numerações respectivas.
Os pontos das cartas que sobrarem na mão serão descontados do total de pontos.
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PARA SABER MAIS: A teoria da ligação química de Kekulé é apresentada
no artigo de Waldmir Nascimento de Araujo Neto, em A noção clássica
de valência publicada no caderno temático da Química Nova na Escola,
nº 7, dezembro de 2007. O texto também trata da dedução das fórmulas
estruturais e moleculares dos compostos e da dedução da geometria
tetraédrica do carbono.
Carbono: 2s □ 2p □□□
Kekulé já deduzia a partir da teoria de valência que o carbono deveria fazer quatro
ligações, a partir de 1930 a teoria de Kekulé passa a ser esclarecida através da Mecânica
Quântica.
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Segundo esta teoria os orbitais da camada de valência poderiam se fundir ou hibridizarem
para formação de iguais orbitais. Isso explicaria, por exemplo, que as ligações do metano
teriam o mesmo comprimento já que todas elas seriam constituídas por orbitais iguais,
provenientes da hibridização.
Figura 5. Formação de
quatro ligações covalentes
gráficas
compartilhando elétrons
com outros átomos, de
acordo com Masterton e
Slowinsky (1990). As retas Ilustração 3. Orbitais para Ilustração 4. Orbitais
tracejadas indicam os elétrons hibridização sp². para hibridização sp.
fornecidos pelo hidrogênio.
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ATIVIDADE DE APRENDIZAGEM: Defina a hibridização e a geometria
espacial dos carbonos nos compostos: metano (CH4), etanol (H3CCH2OH),
acido acético (H3CCHO).
Distribuição de pares
Dois pares de elétrons ligados e Quatro pares de elétrons todos
de elétrons ao redor do Dois pares de elétrons ligados
dois não ligados ligados
átomo central
Hibridização do car-
sp sp2 sp3
bono
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As teorias de geometria molecular são resultantes de representações teóricas e
matemáticas a cerca da energia de atração e repulsão entre pares de elétrons do átomo
central em relação aos átomos ligantes.
Fórmula
Estrutural
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Vejamos duas propriedades periódicas em destaque:
Imagine uma fileira de 1 cm de átomos de sódio (raio atômico 185,8 pm): ela seria formada
por quase 27 milhões de átomos de sódio:
4.2 Eletronegatividade
Fonte: Atkins
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ATIVIDADES DE APRENDIZAGEM:
Nesta unidade vamos estudar a análise elementar a partir das verificações experimentais
e analíticas dos sistemas materiais. A análise dos constituintes dos sistemas materiais é
central nas atividades químicas. Um exemplo é o estudo da abundância dos elementos
químicos no universo ou na crosta terrestre. As representações teóricas de tal constituição
geraram diferentes conceitos de elemento9 como princípio constituinte da matéria.
A identificação de um elemento químico passou a ser feita pelo seu número atômico (Z) e
a sua caracterização considera a configuração eletrônica. O átomo este é constituído de um
núcleo formado por prótons (cargas elétricas positivas) e nêutrons (eletricamente neutros)
ao redor do qual se localizam os elétrons (cargas elétricas negativas). E a Força nuclear
(força forte) é tão maior quanto mais próxima as partículas estejam entre si. Estas forças
contrabalançam as forças elétricas de repulsão e o núcleo fica estável.
PARA SABER MAIS: A teoria dos elementos químicos pode ser lida no
artigo de Maria da Conceição Marinho Oki em O conceito de elemento da
antiguidade à modernidade publicada na Revista Química Nova na Escola,
nº 16, novembro de 2002.
9. A origem do nome está relacionada com o termo grego stocheion. correspondente ao termo latino elementarium. O
conceito de elemento começou a se estruturar a partir da necessidade de explicação das mudanças observadas na
natureza.
10. Isótopos são átomos que apresentam mesmo número atômico e diferente número de massa entre si.
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ATIVIDADE DE APRENDIZAGEM: Analise os dados apresentados abaixo
referentes à abundância de elementos nos sistemas químicos:
Si 25,7% K 2,4%
Al 7,4% Mg 1,9%
Fe 4,7% H 0,9%
Ca 3,4% Ti 0,6%
1) Com base na análise dos dados responda quais os elementos químicos mais abundantes
no universo e na crosta terrestre?
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a uma reação entre um ácido e uma base na presença de um indicador através da qual
o analista irá monitorar a mudança de cor na solução e os cálculos estarão baseados na
precisão da concentração de uma das soluções. A titulação potenciométrica consiste em
acompanhar os vários estágios e determinar o ponto final de um processo de titulação por
intermédio da medida do pH. Tais métodos analíticos mais utilizados na determinação de
um constituinte da amostra, tanto pelo baixo custo quanto pela baixa complexidade.
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ATIVIDADE DE APRENDIZAGEM: Leia os dados abaixo para responder as
questões propostas.
Constituinte
Caráter Metá-
Elementar da Família Período Nº Atômico
lico
célula viva
Oxigênio - O
Carbono - C
Hidrogênio - H
Nitrogênio - N
Cálcio - Ca
Enxofre - S
Fósforo - P
Sódio - Na
Magnésio - Mg
Potássio - K
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ANDERY, M. A., et. al. Para Compreender a Ciência: Uma Perspectiva Histórica. Rio de Janeiro: Espaço e Tempo,
São Paulo: EDUC, 1996. p. 133-144 .
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KOTZ, J. C. & TREICHEL JR., P. 2002. Química e reações químicas. Rio de Janeiro, Livros Técnicos e Científicos, 4ª ed.
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THUILLIER, P. De Arquimedes a Einstein: A Face Oculta da Invenção Científica. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed.,
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Revista Química Nova na Escola. Publicação da Divisão de Ensino da Sociedade Brasileira de Química. Seleção de
artigos do nº. 01 ao nº. 34. (disponível em http://qnesc.sbq.org.br/online/)
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