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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA

PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO

Utilização do coco babaçu (Orbignya speciosa) na suplementação de


vacas em lactação.

Bolsista: Douglas Almeida Cintra


Curso/Semestre: Agronomia 5° Semestre

Orientadora: Profa. DSc. Kaliandra Souza Alves


Instituto: UFRA/ Parauapebas

PARAUAPEBAS-PA
2020
TÍTULO DO PLANO DE TRABALHO
Composição bromatológica do coco babaçu (Orbignya speciosa) integral.

____________________________________
Douglas Almeida Cintra
Bolsista

____________________________________
Kaliandra Souza Alves
Orientador (a)

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO 4

2. OBJETIVO GERAL 5

3. MATERIAL E MÉTODOS 5

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO 7

5. CONCLUSÃO 8

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 8

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1. INTRODUÇÃO
A indústria do processamento de biocombustíveis tem impactado diretamente na
agricultura e na produção animal. O aumento mundial da produção de biocombustíveis resultou
principalmente no aumento dos preços de mercado do milho (Zea mays) e outros produtos
alimentares de interesse para os produtores rurais, tornando necessária a busca por alternativas
para a alimentação animal, especialmente no que diz respeito aos alimentos de caráter energético
(PARSONS et al., 2009).
A utilização de coprodutos da agroindústria e utilização de novos ingredientes tem sido
uma das alternativas utilizadas para a redução dos custos, sem comprometer o desempenho e a
produção animal (OLIVEIRA et al., 2015). O suplemento alternativo é introduzido na dieta em
substituição de parte ou da totalidade de alimentos volumosos ou concentrados sem interferir no
valor nutritivo da mesma.
O babaçu (Orbignya speciosa, Mart.) apresenta-se como uma das opções para o
aproveitamento econômico em larga escala, principalmente a nível regional e notadamente em
animais ruminantes. Esse fruto se destaca como a oleaginosa de maior valor de produção. O
Brasil produziu 61 mil toneladas no ano de 2016, sendo a Região Amazônica responsável por
mais de 95% dessa produção (IBGE, 2018).
A utilização de subprodutos regionais oriundos dos frutos de palmeiras tem sido objeto de
estudo de muitas pesquisas conduzidas nos últimos anos, para verificar a possibilidade de
utilização destes na alimentação de ruminantes, sem, contudo piorar a produção animal (Luz et al.
2017; Eliyahu et al. 2015; Abubakr, et al. 2013; Habib et al. 2013; Cutrim et al., 2012; Fonseca et
al., 2012; Gomes et al., 2012; Maciel et al., 2012; Azevêdo et al., 2011; Ferreira et al., 2009),
visto o grande volume de resíduos gerados e às características bromatológicas razoáveis de tais
resíduos.
Apesar da Amazônia produzir uma grande quantidade do babaçu que pode ser beneficiado
para a extração de óleo, por exemplo, nessa região encontra se apenas uma empresa, a TOBASA
- Bioindustrial no estado do Tocantins, que faz o beneficiamento desse fruto. Ademais, o babaçu
é utilizado de forma extrativista como produto não madeireiro para a produção de carvão e
outros. Neste contexto, a região Norte dispõe de alto volume de babaçu, no entanto, o
desenvolvimento tecnológico da utilização destes de forma integral na alimentação de espécies
ruminantes inexistem. Sendo assim, a afirmação categórica quanto as possíveis alterações pelo do

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uso de babaçu na alimentação de ruminantes, seja como inclusão no concentrado ou no
volumoso, sobre o consumo e metabolismo geral dos animais não são possíveis de serem
realizadas, pois, não há esclarecimentos suficientes em todos os âmbitos, a partir de dados
gerados por meio de experimentos que utilizaram os seus subprodutos e não o fruto babaçu na
sua forma integral. Além disso, a maioria dos trabalhos que geraram a base de dados, utilizaram
animais de diferentes espécies.
Sendo assim, o babaçu por apresentar alto teor de extrato etéreo e elevar o teor de energia
das dietas que se assemelha à alimentos concentrados, assim como elevados teores de fibra em
detergente neutro, o que por sua vez o caracterizaria como um alimento volumoso, hipotetiza-se
que o babaçu integral triturado pode ser utilizado como ingrediente no concentrado de matrizes
leiteiras alimentadas a pasto.
Neste contexto, buscar-se, o entendimento sobre as características nutricionais, bem como o
efeito sobre metabolismo e consequentemente sobre o desempenho animal utilizando coco de
babaçu integral triturado, produzido nesta região. Assim, esperar-se contribuir com ou aumento
da produtividade por unidade de tempo e área, concomitante ao desenvolvimento sustentável da
pecuária leiteira na região amazônica.
Diante dessa realidade, a difusão da tecnologia pela Universidade Federal Rural da
Amazônia (Campus de Parauapebas) pode ser uma grande oportunidade de avanço para os
pequenos e médios produtores da região.

2. OBJETIVO GERAL
Determinar a composição bromatológica do coco babaçu (Orbignya speciosa) integral visando
sua utilização como de alimento alternativo para suplementação de vacas em lactação mantidas à
pasto.

3. MATERIAL E MÉTODOS
Localização, delineamento experimental e tratamentos
Todos os procedimentos de manejo aos quais os animais foram submetidos seguiram os
princípios éticos da utilização de animais na experimentação, sendo submetidos à CEUA/UFRA
para liberação quanto à condução do experimento. O ensaio experimental foi conduzido no Setor

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de Bovinocultura de Leite pertencente à Universidade Federal Rural da Amazônia/UFRA,
localizado no município de Parauapebas/PA (06º 04' 16,4"S; Long. 049º 49' 8,3"W; Alt: 270 m).
Foram utilizadas cinco vacas multíparas mestiças Holandês x Zebu com peso médio de 450
kg, com média de lactação de 80 dias no início do período experimental. Os animais foram
arranjados em quadrado latino 5 x 5, sendo cada animal considerado uma unidade experimental,
de acordo com o período de lactação. O experimento foi dividido em cinco períodos
experimentais de 21 dias cada (14 dias de adaptação e 7 de coleta dos dados para avaliação da
composição química e perfil de ácidos graxos do leite,), totalizando 105 dias de experimento.
Os tratamentos foram constituídos de cinco níveis de substituição do milho pelo coco
Babaçu integral no suplemento concentrado (0, 20, 40, 60 e 80%) com base na matéria seca. As
dietas foram formuladas para serem isonitorgenadas com 18% PB considerando, a composição
dos ingredientes e as exigências para vacas leiteiras com 450 kg e produção de 15 kg/dia com
3,5% de gordura, segundo o NRC (2001) considerando-se deslocamento diário de 100 metros em
terreno acidentado (percurso dos animais entre os piquetes e a sala de ordenha). Os animais
foram suplementados à vontade em cochos individuais duas vezes ao dia, sempre após as
ordenhas matinal e vespertina.
Os animais foram mantidos em regime de pastejo, em área experimental de pastejo
destinada aos animais constituída de 24 piquetes de 0,08 ha cada, tendo como pastagem
Megathyrsus maximus cv. Mombaça, com rotação de piquete ocorrendo a cada 24 horas.

Análises químicas
As amostras de pasto, dos ingredientes, suplementos, das sobras dos suplementos e das
fezes foram analisadas no Laboratório Bromatologia e Nutrição Animal da UFRA/Campus de
Parauapebas quanto aos seus teores de matéria seca (MS), cinzas, proteína bruta (PB), fibra em
detergente neutro (FDN), cinza insolúvel em detergente neutro (CIDN), proteína insolúvel em
detergente neutro (PIDN) e extrato etéreo (EE) seguindo os métodos INCT-CA G- 003/1; INCT-
CA M-001/1; INCT-CA N-001/1; INCT-CA F-002/1; INCT-CA M-002/1; INCT-CA N-004/1, e
INCT-CA G-004/1 respectivamente descritos por Detmann et al. (2012b). Os teores dos
carboidratos não-fibrosos (CNF) foram obtidos conforme a equação proposta por Detmann e
Valadares Filho (2010), na qual CNF = 100- [MM + EE + FDNcp + (PB – PBu + U)]. Sendo:
CNF: teor de carboidratos não-fibrosos; MM: teor matéria mineral; EE: teor de extrato etéreo;

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FDNcp: teor de fibra em detergente neutro corrigida para cinzas e proteína; PB: teor de proteína
bruta; PBu: teor de PB oriunda da ureia e U: teor de ureia, expressos como % da MS.

Análise estatística
Os dados coletados foram submetidos à análise de variância analisando-se segundo
delineamento em quadrado latino 5x5. Em seguida, foi realizada a decomposição ortogonal da
soma de quadrados dos tratamentos. Todos os procedimentos estatísticos foram realizados por
intermédio do programa SAS (Statistical Analysis System) adotando-se o nível crítico de 5% de
probabilidade para o erro tipo I.

4. RESULTADOS
Tabela 1. Composição química do coco babaçu integral triturado utilizado na formulação de
suplementos

Alimento
Composição (% da MS)*
Coco Babaçu Integral Triturado
MS, % da MN 93,27
MM 2,03
MO 97,97
PB 3,24
EE 13,50
FDN 64,73
FDNcp 62,79
CNF 18,44
FDNi 57,50
* MS: Matéria seca; MM: Matéria mineral; MO: Matéria orgânica; PB: Proteína bruta; EE: Extrato etéreo; FDN:
Fibra em detergente neutro; FDNcp: Fibra em detergente neutro corrigida para cinzas e proteína; CNF: Carboidratos
não fibrosos; FDNi: Fibra em detergente neutro indigestível;

Com base nos resultados obtidos com as análises de composição, foi possível constatar
que o alimento em questão possui considerável percentual de extrato etéreo (13,50%). Em
contrapartida, foi observado que o alimento quando processado de forma integral apresenta
grande quantidade de FDNi em sua composição (57,50%), o que corresponde a mais de 91,5% do
quantitativo total de FDNcp presente no fruto.

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5. CONCLUSÃO
Os respectivos resultados ainda estão sendo analisados, portanto não foi possível realizar a
conclusão referente aos dados apresentados no trabalho.

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AZEVÊDO, J.A.G.; VALADARES FILHO, S.C.; PINA, D.S. et al. Consumo, digestibilidade
total, produção de proteína microbiana e balanço de nitrogênio em dietas com subprodutos de
frutas para ruminantes. Revista Brasileira de Zootecnia, v.40, n.5, p.1052-1060, 2011.

ABUBAKR, A. R.; ALIMON, A. R.; YAAKUB, H.; ABDULLAH, N.; IVAN, M. Growth,
nitrogen metabolism and carcass composition of goats fed palm oil by-products. Small
Ruminant Research, v. 112, p. 91 – 96, 2013.

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012-0148-7 (in print). 2012.

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R..; MABJEESH, S.J.; MIRON, J. Composition, preservation and digestibility by sheep of
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10.1007/s11250-012-0133-1(in print). 2012.

HABIB, G.; KHAN, N. A.; ALI, M.; BEZABIH, M. In situ ruminal crude protein degradability
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2013.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA – IBGE disponível


em:<https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/2013-agencia-de-noticias/releases/9880-pevs-2015-
valor-da-extracao-vegetal-e-silvicultura-alcanca-r-18-4-bilhoes-em-2015.html> acesso em 24 de
mai. de 2018.

LUZ, J. B.; ALVES, K. S.; MEZZOMO, R.; SANTOS NETA, E. R.; GOMES, D. Í.;
OLIVEIRA, L. R. S; SILVA, J. C.; CARVALHO, F. F. R. Carcass characteristics and meat
quality of lambs fed babassu cake (Orbignya speciosa) as a replacement for elephant grass silage.
Tropical Animal Health and Production. v. 49, p. 113-119, 2017.

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MACIEL, R.P.; NEIVA, J.N.M.; ARAÚJO, V.L. et al. Consumo, digestibilidade e desempenho
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OLIVEIRA, R. L.; PALMIERI, A. D.; CARVALHO, S.T.; LEÃO, A.G.; ABREU, C.L.;
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PARSONS, G. L.; SHELOR, M. K.; DROUILLARD, J. S. Performance and carcass traits of


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SANTOS, J. W. DOS et al. Rice meal in sheep diet. Revista Brasileira de Saúde e Produção
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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA
PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO

Parauapebas, 29 de janeiro de 2020

Prof. Dra. Mônica Trindade Abreu de Gusmão


Coordenadora do PIBIC
PROPED - UFRA

Prezada Coordenadora,

Venho através desta, encaminhar o relatório parcial do aluno Douglas Almeida Cintra
referente ao seu trabalho desenvolvido no âmbito do Projeto 062018-940, através do PIBIC
UFRA/ PARAUAPEBAS (2019/2020).

Cordialmente,

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Kaliandra Souza Alves


Orientador (a)

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