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Aula segunda (Direito Administrativo)

Assunto: Os princípios processuais estruturantes do procedimento administrativo


- As espécies de procedimento administrativo

(1) P.º da celeriddade


(2) P.º da iniciativa ou impulso processual
(3) P.º da publicidade
(4) P.º do inquisitório

Princípios estruturantes
Do proced. administrativo

Princípios processuais do procedimento administrativo


A regulamentação do procedimento e da actividade administrativa, constitui um salto
em frente que revela um verdadeiro contributo no sistema de garantias jurídicas dos
particulares perante a administração, no contexto da legalidade democrática e do Estado de
Direito.
Relativamente aos seus princípios estruturantes são de destacar os seguintes:
a) O princípio da celeridade (art. 31.º) – que traduz a ideia de que actividade administrativa se
deve pautar por princípios e regras tão simples quanto possível devendo, por isso, pôr-se
termo ao velho bocardo segundo o qual os órgãos administrativos guardavam os assuntos que
o tempo iria resolver;

b) Princípio da iniciativa ou impulso processual (art. 29.º) – que transmite a ideia de que o
procedimento administrativo pode pôr-se em marcha por inciativa da Administração Pública,
podendo, em certos tipos de procedimentos ser posto em marcha por iniciativa particular;

c) Princípio da publicidade (art. 38º, 73º, 74º) – que significa que o início do procedimento
administrativo deve ser dado a conhecer àqueles cujos direitos ou interesses possam
eventualmente contender. Aliás, a garantia de que os interessados devem ser informados no
início do procedimento, procura assegurar a efectiva possibilidade de participação dos
mesmos;

d) Princípio do inquisitório (art. 31º.) – trata-se de um princípio que, embora não seja de forma
expressa, parece-nos que o art. 31º do “in fine” do Decreto-Lei n.º 16-A/95, de 15 de
Dezembro, quando diz “…promovendo o que for necessário ao surgimento e a justa e
oportuna decisão” quer, embora de forma ténue, consagrar o princípio do inquisitório. Assim,
com este princípio pretende-se transmitir a ideia de que mesmo quando o procedimento seja
instaurado por iniciativa dos interessados, os órgãos administrativos devem proceder às
diligências que considerem conveniente para a instrução. Portanto, é um princípio que
assinala o papel preponderante dos órgãos administrativos na instrução do procedimento e na
preparação da decisão.

Espécies de procedimento administrativo


Quanto à tipologia os procdimentos administrativos são classificáveis com base em
vários critérios, a saber:
i. Procedimento de iniciativa pública vs Procedimento de iniciativa particular – o procedimento
de iniciativa pública é espoletado oficiosamente pelos órgãos da Administração Pública, como
sucede com o procedimento de expropriação por utilidade pública... já o procedimento de
iniciativa particular é aquele que é depende do próprio administrado, como sucede com a
emissão de qualquer licença;

ii. Procedimentos decisórios vs Procedimentos executivos – são procedimentos decisórios


aqueles que têm por finalidade preparar a prática de um acto, ou seja, visam a tomada de uma
decisão administrativa; e são procedimentos executivos aqueles que têm por finalidade
assegurar a projecção dos efeitos de uma decisão administrativa, ou seja, que visam,
essencialmente, executar um acto da administração. Por exemplo: são casos em que a
Administração, ostentado o seu poder de autoridade, define unilateralmente o direito aplicável
ao caso concreto. Se o particular não acatar tal decisão, aquele pode accionar o mecanismo da
autoridade executiva para fazer cumprir a sua decisão;

iii. Procedimento do Iº grau vs Procedimento do IIº grau – dizem-se procedimento do Iº grau


aqueles que incidem pela primeira vez sobre uma situação da vida e visa, sobretudo, preparar a
prática de um acto primário; já o procedimento do IIº grau são aqueles que incidem sobre uma
decisão administrativa anteriormente tomada, isto é, versam sobre um acto secundário. São
exemplos desse tipo de procedimento os casos previstos no artigo 100º e seguintes do Decreto-
Lei nº 16-A/95, de 15 de Dezembro quanto a reclamação e o recurso hierárquico;

iv. Procedimento comum vs Procedimentos especiais – é procedimento comum aquele que não é
regulado por legislação especial, mas pelas próprias normas sobre o procedimento
administrativo e actividade administrativa; e são procedimentos especiais aqueles que são
regulado em leis especiais.
Edurlov
Eduardo

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