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METAIS
série MATERIAIS
Este texto resulta inicialmente do trabalho de aplicação realizado pelos alunos da disciplina de
Materiais de Construção I do curso de Engenharia Civil, sendo baseado no esforço daqueles que
frequentaram a disciplina no ano lectivo de 1999/2000, vindo a ser anualmente melhorado e
actualizado pelos cursos seguintes, não tendo qualquer outro objectivo para além do restritamente
académico, sendo excluída, liminarmente, qualquer futura utilização para fins comerciais.
No final do processo de pesquisa e compilação, o presente documento acaba por ser, genericamente,
o repositório da Monografia do Eng.º Alberto Pereira que, partindo do trabalho acima identificado,
o reviu totalmente, reorganizando, contraindo e aumentando em função dos muitos acertos que o
mesmo carecia.
Esta sebenta insere-se num conjunto que perfaz o total do programa da disciplina, existindo uma por
cada um dos temas base do mesmo, ou seja:
I. Metais
II. Pedras naturais
III. Ligantes
IV. Argamassas
V. Betões
VI. Aglomerados
VII. Produtos cerâmicos
VIII. Madeiras
IX. Derivados de Madeira
X. Vidros
XI. Plásticos
XII. Tintas, ceras e vernizes
XIII. Colas e mastiques
Embora o texto tenha sido revisto, esta versão não é considerada definitiva, sendo de supor a
existência de erros e imprecisões. Conta-se não só com uma crítica atenta, como com todos os
contributos técnicos que possam ser endereçados. Ambos se aceitam e agradecem.
ÍNDICE GERAL
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Os Metais na Construção Civil
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Os Metais na Construção Civil
ÍNDICE DE FIGURAS
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Os Metais na Construção Civil
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Os Metais na Construção Civil
ÍNDICE DE TABELAS
Tabela 1 – Ferro / Química ................................................................................................................................... 26
Tabela 2 - Ferro / Física ........................................................................................................................................ 27
Tabela 3 - Ferro / Energias .................................................................................................................................... 27
Tabela 4 – Aplicação dos Aços em função do teor de Carbono ............................................................................ 45
Tabela 5 – Comparação entre Aços Macios e Aços Duros ................................................................................... 59
Tabela 6 – Comparação entre Ensaios Destrutivos e não Destrutivos .................................................................. 65
Tabela 8 – Estruturas submersas e seus acabamentos ........................................................................................... 75
Tabela 9 – Chapas de piso e seus acabamentos..................................................................................................... 76
Tabela 10 – Resumo comparativo de processos de soldadura............................................................................. 102
Tabela 11 – Tipos e causas de deterioração em metais ....................................................................................... 105
Tabela 12 – Características dos aços (tensões-deformações) .............................................................................. 153
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Os Metais na Construção Civil
INTRODUÇÃO
A evolução cientifico - metalúrgica dos dias de hoje faz-nos deparar com metais cujas
propriedades não se encaixam na classificação tradicional (dúcteis, bons condutores e
relativamente pesados), como é o caso das ligas metálicas leves, dos metais orgânicos ou dos
compósitos.
Muitos destes metais influenciaram tanto o modo de vida das populações que se tornaram
indispensáveis ao funcionamento das sociedades modernas.
Há, porém, que ter em conta a selecção racional dos materiais e o modo de processamento
tecnológico que deverá ser económico quer em custos, quer em tempo, como na consciência
dos aspectos ambiental.
No primeiro grupo encontram-se os dois mais tradicionais e quase desde sempre aplicados nas
construções e artefactos construídos pelo Homem: o ferro e o aço. Estudam-se as suas
principais propriedades químicas e físicas, bem como as suas principais aplicações. No caso
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Os Metais na Construção Civil
No que trata dos metais não ferrosos mais aplicados, dá-se particular ênfase ao alumínio, dado
ser o mais empregue na actualidade nas edificações, não esquecendo outros igualmente
importantes, isolados (como o cobre e o zinco) ou ligados (como o latão e o bronze).
Em complemento, adiciona-se ainda um léxico bastante completo sobre esta temática, bem
como um anexo sobre as vantagens da adopção do aço na construção civil e outro sobre as
suas aplicações nesta actividade industrial
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Os Metais na Construção Civil
1. PROPRIEDADES
Os metais são utilizados pela sua capacidade de executar determinadas funções. São
largamente utilizados em edifícios como suporte estrutural, para conter e levar líquidos
quentes e frios, conduzir electricidade, excluir o ambiente externo (e conter alguns ambientes
internos) e para providenciar uma aparência agradável. Em princípio os metais já deviam ser
disponíveis na forma e acabamento desejado. Também não deviam apresentar problemas
quando é necessário juntá-los. Outros requisitos são o de serem capazes de resistir ao fogo e
não serem prejudiciais à saúde.
• Material dúctil é aquele que apresenta grandes deformações antes da rotura (como
o aço, o alumínio, o cobre, etc.). O diagrama tensão-deformação dos materiais
dúcteis caracteriza-se basicamente por inicialmente apresentar uma zona linear onde
existe proporcionalidade entre a tensão e a deformação, sendo a deformação
reversível. Numa segunda fase verifica-se um grande aumento de deformação
(geralmente muito superior à verificada até ai) com uma variação relativamente
pequena da tensão, onde a deformação não é reversível apresentando deformações
residuais permanentes. Os diagramas tensão-deformação dos materiais dúcteis,
obtidos em ensaios de tracção e de compressão, apresentam as mesmas
características, exibindo os mesmos valores das tensões limite de proporcionalidade
e de cedência;
Material Frágil
Tensão
Material Dúctil
Deformação
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Os Metais na Construção Civil
• Material frágil é aquele que se deforma pouco antes da rotura (caso do ferro
fundido, do betão, das pedras, do vidro, dos materiais cerâmicos, etc.), ou seja, é um
material que fractura praticamente sem previamente sofrer alterações geométricas e
superficiais visíveis, tendo como característica o facto de a rotura em tracção se dar
com um valor de tensão mais baixo que na compressão. Além disso, o diagrama
tensão-deformação dos materiais frágeis caracteriza-se por apresentar uma zona
linear menos definida, mais próxima de uma curvatura discreta que vai aumentando
gradualmente até à rotura (embora nem sempre assim seja, podendo surgir relações
lineares entre tensões e deformações até muito próximo da rotura, mas sempre sem
grandes deformações totais). Não apresenta deformações residuais significativas,
mesmo após a rotura.
• Material tenaz (tenacidade) é aquele que apresenta admite deformações em
regime plástico (deformações permanentes), absorvendo energia de deformação,
permitindo dissipação e energia e redistribuição de tensões, pelo que se opõe à
propagação de fissuras (como o aço, etc.);
Dado que uma rotura dúctil pressupõe significativas deformações antes do colapso, essa
antecipação pode servir como anúncio do eventual futuro acidente, ou seja, um sintoma do
estado deficiente da estrutura com eventual indicação da sua próxima fractura (como
exemplos temos a fissuração de elemento estruturais ou alvenarias e rebocos; fendas em
pavimentos ou flechas excessivas; empenos de caixilharias ou quebra de vidraças; etc.).
Já numa rotura frágil esse alerta não é facilmente aparente, ou muitas vezes sequer
minimamente perceptível, conduzindo esta ausência de sinais de alarme a uma situação
sempre de temer, pois ocorre sem qualquer aviso.
Esta diferença constitui-se numa das maiores vantagens dos materiais dúcteis sobre os frágeis.
Procede-se à apresentação das principais propriedades mecânicas dos metais, muito embora
estas sejam abrangentes da generalidade dos materiais construtivos, com menor ou maior
pertinência, aplicam-se com toda a justeza aos agora em análise.
Diga-se que estamos a usar o termo “propriedades” no seu sentido mais lato, pois algumas das
entidades apresentadas são, por norma, habitualmente definidas como grandezas e não
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Os Metais na Construção Civil
1.2.1. Tensão
1.2.2. Deformação
Existem três condições diferentes sob as quais se pode considerar que um material falhou na
sua missão:
1.2.4. Fractura
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Os Metais na Construção Civil
A resistência à tracção (Ftd) de um material é a oposição que este exerce a uma solicitação que
o tende a deformar na direcção em que é aplicada e no sentido de lhe provocar uma
deformação por alongamento.
Contudo, e dado que a compressão é o tipo de esforço mais exigente para os materiais,
podem-se colocar problemas de instabilidade por encurvadura de secções e elementos, dai que
circunstâncias há que nem o limite elástico do material chega a ser atingido, dado que a peça
já, entretanto, instabilizou por não linearidade geométrica (efeitos de segunda ordem do tipo
P-Δ ou N-δ).
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Os Metais na Construção Civil
Esta relação é linear para a maioria dos materiais, mas outros, como o betão, o ferro fundido e
alguns metais não ferrosos, exibem uma relação de proporcionalidade tensão-extensão que é
linear apenas numa curta gama de valores.
O comportamento dos metais a temperaturas normais durante a deformação plástica pode ser
medido. Esta avaliação é usualmente feita em termos de percentagem de alongamento e
redução de área, de um provete sujeito a um ensaio de tracção ou pela capacidade do provete
de suportar uma dobragem a frio. A deformação plástica vincula uma modificação
permanente da peça, não recuperando mais esta a sua forma inicial, ou seja, o regresso à
forma anterior à da existência da acção que lhe provocou a alteração geométrica, mesmo que
esta solicitação seja completamente retirada.
1.2.11. Tenacidade
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Os Metais na Construção Civil
A resistência, que mede a tenacidade, diminui em regra (para os aços) à medida que a
resistência aumenta. Quer isto dizer que a partir de um certo valor da tensão instalada no
material (limite elástico), este entra em cedência, sendo necessário um menor acréscimo de
energia para provocar uma igual deformação. Por outras palavras, perde-se a linearidade (ou
univocidade) entre tensões e deformações, pelo que a uma mesmo aumento de unidade de
tensão surge uma maior extensão do que em fase elástica, pelo que o material perde
tenacidade.
1.2.12. Flexibilidade
1.2.13. Elasticidade
1.2.14. Plasticidade
Plasticidade será o oposto da elasticidade, grosso modo. Portanto, poderemos dizer que será a
propriedade que alguns metais possuem de adquirirem curvatura ou extensão deformando-se
de modo permanente (podendo, ou não, chegar à rotura), não mais readquirindo a forma
primitiva mesmo que cesse a acção que os curva ou distende.
Normalmente este estado não é atingido de forma directa desde o início da acção que leva ao
comportamento plástico, decorrendo primeira e inicialmente uma fase elástica até se atingir
um certo valor de carga (limite elástico de carregamento).
1.2.15. Ductilidade
A ductilidade pode ser vista segundo duas perspectivas: uma de comportamento do material
em termos da sua capacidade de absorção de energia sem fractura, outra no que trata à sua
facilidade de se permitir moldar sem fracturar.
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Os Metais na Construção Civil
Se bem que estas duas ópticas tenham conexão, podem ser vistas de forma independente,
assim:
2) A facilidade de um material se permitir moldar sem fracturar, pode ser vista, sob
o ponto de vista de fabrico, como a propriedade que os metais apresentam, em
diverso grau, de se deixarem puxar à fieira, formando fios ou arames finos. A
ductilidade não está, porém, única e directamente relacionada com a
maleabilidade, porque também depende da tenacidade dos materiais.
O chumbo, o estanho, o zinco, o cobre, o níquel, o ferro, a platina, a prata e o ouro são, por
ordem crescente os que apresentam maior capacidade de ductilidade.
1.2.16. Maleabilidade
1.2.17. Friabilidade
Os metais mais maleáveis por ordem crescente são o níquel, o ferro, o zinco, o chumbo, a
platina, o estanho, o cobre, a prata e o ouro. O bismuto e o antimónio são exemplos de metais
friáveis.
1.2.18. Fusibilidade
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Os Metais na Construção Civil
Enumerando, por ordem crescente, os que fundem abaixo do rubro, eles são: o estanho, o
bismuto, o chumbo, o zinco, o antimónio, o alumínio e a prata. Os outros são o cobre, o ouro,
o ferro e o níquel, com temperaturas de fusão acima dos 1000ºC. Por último, a platina que
apenas se consegue fundir em fornos eléctricos.
1.2.20. Dureza
Embora a dureza seja uma das propriedades mais usadas para distinguir entre si vários
materiais, não existe uma definição do processo de medida universal aplicável para a sua
determinação.
Os métodos mais utilizados para o fazer são baseados em ensaios de penetração. Entre eles
salientam-se os ensaios de Brinell, mais indicado para materiais pouco duros, os ensaios de
dureza de Rockwell e os ensaios de dureza de Vickers. No fundo trata-se de aferir até que
ponto um material de deixa deformar por acção mecânica, ou tão só se permite ser
superficialmente riscado por outro material.
Esta propriedade pretende caracterizar a capacidade que um material tem de resistir à acção
de forças abrasivas aplicadas na sua superfície. O desgaste é manifestado pela perda de
material, através do atrito ou do choque.
Esta propriedade, estando de algum modo relacionada com a fractura, é desta autónoma, pois
um dano não é necessariamente a separação entre partes de uma peça, ou destaque de
material. Efectivamente uma fissura, pequena que seja, é um dano, podendo variar a sua
severidade e importância em função da sua dimensão e da função da peça (por exemplo e
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Os Metais na Construção Civil
respectivamente, se esta assume valores elevados passará a ser uma fenda, se a peça for um
reservatório qualquer abertura será inaceitável).
Os danos podem ser acidentais ou deliberados, ou ser uma qualidade directa do metal
trabalhado. Também se podem dever a propriedades do metal inadequadas ou à má qualidade
do material ou da mão-de-obra.
Metais sujeitos a uma carga constante mostram uma tendência para se deformar lentamente
com a passagem do tempo. Falha de fadiga envolve o crescimento de uma fissura sob esforços
repetidos, tais como vibrações reiteradas (como trânsito), movimentos térmicos diferenciais e
efeitos vibratórios (com o vento ou máquinas).
1.2.23. Relaxação
1.2.24. Fluência
É a variação unitária de comprimento entre dois pontos situados num corpo submetido à
variação de temperatura de um grau centígrado.
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Os Metais na Construção Civil
Resumo:
– Tensão;
– Deformação;
– Resistência mecânica;
– Ductilidade;
– Tenacidade;
– Fragilidade;
– Elasticidade;
– Deformação plástica;
– Flexibilidade/deformabilidade;
– Fusibilidade/soldabilidade;
– Fadiga;
– Relaxação;
– Fluência;
– Dureza;
– Desgaste/abrasão.
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Os Metais na Construção Civil
1.3.1. Aspecto/textura
Componentes metais podem ser obtidos numa grande variedade de cores, naturais e aplicadas,
e com texturas diferentes. A corrosão é responsável por mudanças no aspecto da superfície
que são, na maioria dos casos, desagradáveis à vista. Uma excepção importante é o cobre cujo
produto de corrosão, uma platina verde aderente, é considerada possuir uma aparência
agradável.
1.3.2. Cor
A maior parte dos metais apresenta a cor branca mais ou menos pura. Porém, existem outros
metais que têm cor característica, como por exemplo o ouro e o cobre.
A cor dos metais é também alterada pela modificação que a sua superfície sofre pela presença
dos agentes atmosféricos, que, por vezes, provocam a sua oxidação superficial.
1.3.3. Brilho
De uma maneira geral, todos os metais são susceptíveis de receber polimento, tornando-se a
sua superfície brilhante, reflectindo a luz e as imagens dos objectos.
Tal como na cor, o brilho pode ser também alterado pela acção dos agentes atmosféricos,
tornando os metais baços, fazendo-lhes perder o brilho por completo. Contudo, nem só os
agentes atmosféricos podem causar esses efeitos, casos como as de acções químicas e
térmicas podem motivar iguais alterações tomando-os baços (caso de ciclos de aquecimento e
arrefecimento mesmo em aço inoxidável).
1.3.4. Densidade
A densidade de um metal consiste na relação entre o peso da unidade de volume desse metal e
o peso de igual volume de um outro corpo tomado como termo de comparação. O corpo que
se toma para comparação é água destilada, à temperatura de 4,1ºC e à pressão normal.
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Os Metais na Construção Civil
Os pesos específicos, ou densidades relativas, dos metais mais usuais, por ordem crescente
são o alumínio, o antimónio, o zinco, o estanho, o ferro, o níquel, o cobre, o bismuto, a prata,
o chumbo, o mercúrio, o ouro e a platina.
1.3.5. Sensibilidade
A humidade exerce acção oxidante sobre a maioria dos metais, mas num grau muito variável.
É a inimiga natural dos metais.
Os aços comuns reagem com o meio ambiente, formando uma camada superficial de óxido de
ferro. Essa camada é extremamente porosa e permite a contínua oxidação do aço, produzindo
a corrosão, popularmente conhecida como "ferrugem".
1.3.6. Durabilidade
Os metais utilizados na construção podem estar sujeitos a uma grande variedade de potenciais
situações de corrosão incluindo: abastecimento doméstico de água, águas residuais, águas
pluviais, atmosferas internas e externas, contacto com outros materiais de construção e
exposição a vapores corrosivos. A corrosão pode afectar o bom funcionamento da estrutura,
permitir a entrada de água num edifício, levar à distorção de outros materiais do edifício e
trazer consigo mudanças no aspecto.
Estas propriedades dão uma indicação do comportamento dos materiais sob o efeito de
correntes eléctricas e campos magnéticos.
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Os Metais na Construção Civil
De uma maneira geral, todos os metais são bons condutores de calor, ficando ordenados por
ordem decrescente da seguinte maneira: prata, cobre, ouro, zinco, estanho, ferro, chumbo,
platina e bismuto.
A facilidade de propagação de sons num meio depende em grau elevado da sua densidade.
Ora, os metais são materiais densos, em geral, pelo que são bons condutores de ondas
acústicas, seja por ondulação pura ou percussão.
Se não seriam de adoptar no caso de isolamento acústico por choque (percussão), também não
são bons isoladores a som aéreo, mesmo atendendo a que a massa também um factor
importantes de isolamento acústico a sons deste tipo (até por razões económicas).
Os agentes químicos são sobretudo os ácidos que atacam os metais. O ácido clorídrico ataca o
ferro e o zinco a frio, enquanto o ácido sulfúrico é decomposto por estes. O ácido azótico
ataca a maioria dos metais excepto o ouro e a platina. Apenas a água-régia (mistura de certas
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Os Metais na Construção Civil
proporções dos ácidos azótico e clorídrico) dissolve aqueles metais preciosos passando-os ao
estado de cloretos.
Resumo:
z Propriedades Físicas/Químicas:
– Aspecto/textura;
– Cor;
– Brilho;
– Densidade;
– Sensibilidade;
– Durabilidade.
z Propriedades eléctricas.
z Propriedades magnéticas.
z Propriedades térmicas.
z Propriedades acústicas.
z Propriedades de combinação (química) em ligas.
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Os Metais na Construção Civil
2. METAIS FERROSOS
1) Metais ferrosos;
2) Metais não-ferrosos.
Do primeiro grupo fazem parte os ferros e os aços, enquanto que o segundo é formado pelos
restantes metais, como o cobre, o zinco, o alumínio e o chumbo, entre outros.
Da união de metais entre si, ou destes com outros elementos, obtêm-se as ligas.
Também elas podendo ser ferrosas ou não ferrosas, consoante a presença ou não de metais
ferrosos nas suas composições.
Entre os metais não ferrosos, os que mais se utilizam isolados e em ligas são:
Os metais conhecidos sob as designações de ferros e aços são produzidos a partir de minérios
onde o elemento químico “ferro” se encontra combinado especialmente com oxigénio.
2.1. O Ferro
Este metal acompanha o homem desde os primórdios de sua existência. Não se sabe quando
ou como o ferro foi descoberto. O seu emprego do ferro data dos mais antigos tempos da
História do Mundo. Foi do Oriente, sem dúvida, que o ferro se introduziu na Europa, pela
Grécia e depois pelo vasto Império Romano. Para espalhar o seu emprego por todos os países
muito contribuíram os Fenícios e os Cartagineses.
De facto, ferro já é conhecido desde tempo muito remotos. A arqueologia revelou que este
material era utilizado na Mesopotâmia e Egipto. Nos primeiros tempos em que foi fabricado,
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Os Metais na Construção Civil
o fabrico do aço variava de região para região. Pensa-se que o Homem o descobriu
acidentalmente, proveniente dos meteoritos, que caíam em determinada região.
Registros do uso do ferro datam de antes de 3000 anos a.C. Os Hititas, povo que habitou a
Ásia Menor nos anos 1300/1200 a.C., já trabalhavam com o metal. Ferramentas de aço foram
encontradas na Assíria e datavam de 700 anos a.C.
Até meados do século passado era utilizada para fabrico do aço a Forja Catalã. Na forja catalã
o minério era lançado para uma cuba que se encontrava dentro de um forno. Misturava-se
combustível com este minério, a insuflação de ar era feita com um fole. Por este processo a
elevação de temperatura não era muito grande e o ferro não chegava a fundir, ficando
misturado com as escórias e com um aspecto pastoso.
Desta maneira obtinha-se o ferro macio, que é um ferro com uma percentagem de carbono
inferior à do aço, ou mesmo aço, conforme a descarbonatação fosse muito intensa ou pouco
respectivamente.
Em 1879, Sidney Gilchrist Thomas e Percy Lyle Gilchrist, descobriram um processo para
remover o elemento fósforo (P) do ferro fundido (lingote).
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Os Metais na Construção Civil
A avaliação das reservas mundiais de minério de ferro deve ser encarada com certa restrição,
pois novas descobertas vão alterando o quadro destas reservas. As reservas de ferro estão
espalhadas pelo mundo todo; na Ásia, Oriente Médio, América do Sul, Europa, América do
Norte, Antilhas, África e Oceânia.
Como curiosidade e para fins de busca bibliográfica cite-se as sua designação em várias
línguas (cuja origem é latina: "ferrum"): Alemão - eisen; Inglês - iron; Espanhol - hierro;
Francês - fer; Italiano - ferro).
No que se refere ao seu processo de fabrico, e dadas as relações de familiaridade directa com
o Aço (sendo este último mais utilizado na construção civil que o Ferro, propriamente dito),
este é apresentado no sub-capítulo que tratam deste metal e das suas ligas.
O ferro, quimicamente, é um metal simples, maleável a quente, dúctil, duro, tenaz e quando
puro altamente reactivo (embora dificilmente se apresente na forma pura). Oxida-se
rapidamente ao ar húmido, produzindo a ferrugem ou óxido de ferro hidratado, Fe2O3.xH2O
(ferrugem).
Dissolve-se facilmente em ácidos minerais diluídos, reage com ácidos não oxidantes e em
ausência de ar, produzindo compostos de ferro. Responde, ainda, com ácido nítrico (HNO3) a
quente, em presença de ar.
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Os Metais na Construção Civil
Pode ser classificado segundo o seu teor em carbono. Assim, o ferro macio é aquele cujo teor
em carbono não excede 0,0015 em peso, é maleável e não adquire têmpera. O ferro forjado é
o ferro macio obtido sem ser por fusão. O ferro macio obtido por fusão chama-se ferro
maleável e o seu teor em carbono fica compreendido entre 0,0015 e 0,003, que é o teor de
carbono presente no aço.
Símbolo Químico Fe
Número Atómico 26
Peso Atómico 55,845
Grupo da Tabela: 8 (VIIIB)
Configuração Electrónica [Ar].3d6.4s2
Classificação Metal de Transição
Estado Físico Sólido (T=298K)
Cor: Cinza prateada ou azulado
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Os Metais na Construção Civil
O alongamento do Ferro sob esforços de tracção pode ir até cerca de 15% do seu
comprimento total, podendo sofrer a tensão média de 350 MPa (350x106 Pa = 350x106 N/m2
= 350 N/mm2 = 350/9,8 Kg/mm2 ≅ 35 Kg/mm2) sem partir
O alongamento do Ferro sob esforços de tracção pode ir até cerca de 15% do seu
comprimento total, podendo sofrer a tensão média de 350 MPa (350x106 Pa = 350x106 N/m2
= 350 N/mm2 = 350/9,8 Kg/mm2 ≅ 35 Kg/mm2) sem partir.
As suas propriedades elásticas variam como seu teor em Carbono, sendo certo que quanto
maior a percentagem deste elemento na sua composição, menor a sua elasticidade (e maior a
sua fragilidade).
FERRO – Energias
Energias de Ionização (kJ/mol)
1ª 2ª 3ª 4ª 5ª 6ª 7ª
762,5 1561,9 2957,0 5290,0 7240,0 9560,0 12060,0
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Os Metais na Construção Civil
O ferro é usado em vários tipos de compostos e como ferro fundido. É um metal muito fácil
de trabalhar e o mais barato, pois é um dos mais abundantes metais na terra (como se referiu,
formando aproximadamente 5% da crosta terrestre). É o componente principal em ligas de
aço, o material base mais usado pela indústria moderna. Tendo uma muito boa relação
resistência/preço é profusamente aplicado na indústria me geral.
• Caixilharias;
• Portões;
• Grades;
• Guardas;
• Postes de iluminação.
• Ferramentas;
• Pregos;
• Parafusos;
• Roscas e afins.
• Recuperadores de Calor;
• Radiadores;
• Tornos mecânicos;
• Peças variadas;
• Máquinas e acessórios;
• Etc.
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Os Metais na Construção Civil
Embora sem interesse, directo ou indirecto, no âmbito deste trabalho, recorde-se o seu papel
na indústria farmacêutica e como metal essencial ao corpo humano, nomeadamente como
elemento da hemoglobina do sangue, a qual transporta o oxigênio (O2) dos pulmões para o
resto do corpo.
2.2. O Aço
2.2.1.1. Generalidades
As matérias-primas mais importantes no fabrico de aço são o minério de ferro e o carvão. Este
metal é uma liga de ferro com certa percentagem de carbono, podendo conter outros
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Os Metais na Construção Civil
elementos que são considerados impurezas ou que se lhe adicionam como o objectivo de lhe
conferir determinadas propriedades.
Muito embora as pequenas percentagens totais de carbono referidas, é este elemento quem
dita as principais propriedades e características do aço.
2.2.1.2. Sinterização
Para isto funciona, em ligação com o alto-forno, uma instalação de sinterização, onde os
minérios finos com granulometria até 10 mm, são triturados até cerca de 3 mm, aglutinados
num tambor triturador com coque e eventualmente com castinas triturantes ou cal calcinada e
com cinzas de pirite, procedendo-se em seguida à sua humidificação em telas sinterizantes.
A tela consiste numa grelha mecânica, que é protegida previamente por uma camada de sinter,
minério e castinas com granulometria de 10 a 25 mm. O produto misturado deposita-se sobre
esta camada protectora.
Durante esta fase o coque é queimado juntamente com certos componentes dos minérios. A
superfície dos grânulos de minério aquece a 1100ºC e até 1300ºC, determinando a sua
aglutinação. No fim, o sinter é projectado para um esmagador dentado que o tritura em
pedaços com um máximo de 20 cm. O material triturado é conduzido através de crivos que
seleccionam os grânulos não utilizáveis (6 a 7 mm) para um arrefecedor de sinterização.
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Os Metais na Construção Civil
A fusão dos componentes terrosos dos minérios seria muito difícil se não fossem
transformados, por meio de aditivos em ligas de mais fácil manipulação. As castinas, de
granulometria inferior a 80 mm, são conduzidas para o alto-forno e sinterização sendo as
restantes enviadas para a instalação calcinadora. Não é apenas no alto-forno que se torna
necessário utilizar aditivos de cal, também a aciaria os requer.
O alto-forno consta essencialmente de dois troncos de cone unidos pela base. O superior, ou
cuba, é bastante mais alto que o inferior. A zona intermédia é chamada ventre. Abaixo de
todos ficam o laboratório e o cadinho.
A entrada do minério é feita pela parte superior, ou goela. A disposição da goela deve ser tal
que não haja perda de gases quando há o carregamento. Na goela, tubos recolhem os gases,
que são levados aos fornos recuperadores. Nos recuperadores, esses gases são aproveitados
para aquecer as câmaras, que depois serão abastecidas de ar novo. Com isso o oxigénio já
entra no alto-forno (através de algaravizes) a temperatura elevada, o que representa economia
de combustível.
As paredes da cuba são duplas: uma, interna, de tijolos refractários, e outra, externa de tijolos
comuns revestidos por chapa de ferro. O espaço intermédio é preenchido com areia, coque em
pó ou carvão vegetal pulverizado. As paredes do cone inferior são de rochas siliciosas
apropriadas infusíveis, mas, mesmo assim, no seu interior existem tubos onde circula água
para baixar a temperatura.
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Os Metais na Construção Civil
A altura útil (de goela à soleira) varia entre 35 m (fornos de coque) e 20 m (fornos de carvão
vegetal). O diâmetro usual é de 6 m. A produção pode alcançar 2000 toneladas de ferro por
dia.
O forno é carregado pela goela e o produto é extraído no cadinho. A escória, sendo mais leve,
é retirada por uma abertura superior do cadinho, sendo o ferro é retirado por abertura inferior.
O ferro é extraído dos seus minérios por meio de reacções de redução, obtidas através da
acção do carbono, sob a forma de carvão.
O princípio químico da extracção do ferro dos seus minérios é muito simples e realiza-se em
fornos especiais designados por altos-fornos. O minério é aquecido em presença de um agente
redutor (o carvão) que se combina com o oxigénio do minério transformando-se em
monóxido e dióxido de carbono, sob a forma gasosa, libertando o ferro metálico.
O calcário destina-se a libertar o minério da sua ganga, reagindo com os seus componentes
principais, a sílica e a alumínia, para formar a escória que tem larga aplicação na indústria do
cimento.
O oxigénio do ar faz arder o carvão e esta reacção liberta monóxido de carbono, que reduzem
o óxido de ferro. O ferro e a escória em fusão são separados no fundo do alto-forno: a escória
sobrenada o ferro líquido, que saem pela base do alto-forno, enquanto os gases e as cinzas se
escapam pela parte superior.
32
Os Metais na Construção Civil
Ao ferro que sai do alto-forno chama-se gusa, a qual é inaplicável ainda como material de
construção. Efectivamente, a gusa que sai do alto-forno pode conter apenas de 90 a 95 % de
ferro. Regulando a temperatura e as características da escória pode-se exercer um certo
controlo sobre as impurezas.
O carbono na gusa pode ir de 2 a 4%, variando esta percentagem com a quantidade das outras
impurezas. Por exemplo, o silício faz diminuir a quantidade de carbono, enquanto o magnésio
a faz aumentar: As principais impurezas que a gusa contém são o silício, enxofre, fósforo e
manganésio.
Para tornar a gusa um material de construção há que a purificar, o que se consegue pela
oxidação da gusa em fusão, fazendo-a atravessar por ar ou oxigénio que oxida todos os
elementos existentes na gusa. É uma operação que se realiza nos chamados convertidores.
Para a purificação a gusa em fusão é atravessada por uma corrente de oxigénio, que produz a
oxidação destes elementos que se escapam para a atmosfera em óxidos no estado gasoso ou
permanecem no banho sob a forma de escórias separando-se do aço por diferença de
densidade.
A gusa em fusão proveniente do alto-forno é limpa de alguma escória que ainda contenha, que
sobrenada nos baldes. Depois de homogeneizar grandes fracções em misturadores, onde a
temperatura é elevada, lança-se no convertidor onde se lhe injecta oxigénio. A temperatura
aqui é mantida em 1600 a 1700ºC.
O banho é, contudo, corrigido com sucata e cal, especialmente para se combinar com o
fósforo depois da sua oxidação, silício, magnésio, óxido de ferro, etc., conforme a
composição química da gusa e do aço que se pretende obter.
33
Os Metais na Construção Civil
Dos convertidores o aço em fusão é moldado sob a forma de lingotes (prismas com secção de
cerca de 60x60 cm e comprimento de 90 cm) ou sob a forma de filetes, num espécie de
extrusão que permite obter barras com comprimentos de alguns metros e pequena secção, que
pode ir até 20x20 cm.
A partir da gusa do alto-forno obtêm-se três tipos de materiais com base no ferro e na
percentagem de carbono que contém:
O ferro acumulado no cadinho é extraído pelo furo de sangria. O ferro bruto, à temperatura de
fusão 1350-1450ºC, é conduzido através de calhas, a panelas com a capacidade de dezenas de
toneladas e transportado ao misturador de ferro bruto na aciaria. O ferro assim obtido é
deitado para umas lingoteiras dando origem aos chamados lingotes, que podem ser de dois
tipos:
A escória é levada, através de calhas, para os carros de transporte das panelas de escórias.
34
Os Metais na Construção Civil
O ferro que sai do alto-forno contém várias impurezas, algumas delas prejudiciais que é
necessário extrair.
Tais componentes são extraídos na aciaria. A este processo chama-se afinação, podendo os
aços podem ser obtidos por diversos processos, dos quais seguidamente se destacam os
principais.
35
Os Metais na Construção Civil
Alto Forno
Os produtos das aciarias são vertidos em lingoteiras sendo esses lingotes de aço fundido
laminados nos vários perfis usados na indústria. Os lingotes de aço são reaquecidos em fornos
a gás até à necessária temperatura de laminação.
36
Os Metais na Construção Civil
Uma laminagem siderúrgica compõe-se de dois cilindros sobrepostos e colocados entre dois
suportes. Estes são accionados mecanicamente, movimentando-se em sentidos opostos de
modo a apanharem o bloco de aço ao rubro que se aproxima deles. Sendo o bloco, ou lingote,
mais espesso do que o espaço livre entre o cilindro superior e o inferior, estes comprimem-no
e estiram-no.
A laminagem é uma maneira de dar forma ao aço. Existem outras como a moldagem (os
produtos de ferro fundidos são feitos em moldes), a forjagem (o ferro é aquecido e martelado
na forja), a trefilagem e a estiragem (usa-se no fabrico de arames de alta resistência para betão
pré-esforçado e sobre as mesmas voltaremos a debruçar-nos mais à frente no texto).
2.2.2.1. Generalidades
Para a utilização dos metais na construção civil, e no caso particular dos aços, é necessário
conhecer as características dos mesmos e as propriedades mecânicas associadas, pois são bem
distintas as propriedades exigidas para cada tipo de utilização.
Para se alterarem as características dos aços submetem-se estes a tratamentos, os quais podem
ser mecânicos, térmicos e químicos.
37
Os Metais na Construção Civil
Os aços que são empregues tal como saem da laminagem a quente depois de arrefecidos ao ar
designam-se por aços naturais. Os outros são genericamente designados por aços tratados.
Por tratamento térmico entende-se a acção da temperatura sobre o aço que lhe produz a
alteração de uma fase, redistribuição cristalina ou a entrada ou saída de um constituinte para
uma solução sólida.
Estes tratamentos, que alteram a estrutura do material, tem importância sobretudo nos aços de
alto carbono (os ferros, quase obrigatoriamente submetidos a tratamentos térmicos antes de
serem colocados em serviço) e nos que apresentam também elementos de liga.
Os aços de baixo e médio carbono são usados nas condições típicas do trabalho a quente, isto
é, nos estados forjado e laminado, sendo o seu tratamento mais opcional (como o aumento do
seu limite elástico, sem expressiva alteração da sua resistência última).
38
Os Metais na Construção Civil
39
Os Metais na Construção Civil
Por outro lado temos que considerar a influência dos elementos de liga.
Mesmo os aços de carbono possuem sempre pequenas quantidades de outros elementos, que
têm efeitos significativos sobre as suas propriedades. Assim, esses elementos, denominados
impurezas, são principalmente os seguintes e com as respectivas influências:
40
Os Metais na Construção Civil
41
Os Metais na Construção Civil
Saliente-se que o tratamento mecânico do aço deve ser terminado por um tratamento térmico
designado por recristalização (200 a 400ºC), para permitir o desaparecimento de tensões
internas, reduzindo substancialmente a relaxação.
A trefilagem é o processo mais corrente e mais eficaz para torção de fios bem calibrados e
com propriedades homogéneas.
Figura 4 – Estiramento.
Aços endurecidos
Dois processos de endurecimento do aço são normalmente usados, processos esses designados
por endurecimento a frio e por endurecimento natural.
Endurecimento a frio
42
Os Metais na Construção Civil
À energia que é precisa para acarretar a rotura desse material chama-se de tenacidade.
Figura 5 – Relação ente tenacidade e resilência num aço macio e num de alta resistência.
Ora o método de endurecimento a frio provoca diminuição de tenacidade, uma vez que neste
processo se consumiu parte da capacidade de dissipação de energia de deformação. Por outro
lado, aumenta a resiliência, uma vez que neste processo se aumentou a tensão limite de
elasticidade, não se alterando o módulo de elasticidade, como se pode ver na figura 5, onde se
representa a resiliência e tenacidade de um aço macio e de um aço de alta resistência.
Como tal, destes factos resulta que do processo de endurecimento a frio o material se torna
mais frágil.
Se no processo de endurecimento a frio o material for endurecido por tracção, este apresenta
uma diminuição da tensão limite de elasticidade à compressão, razão pela qual os varões de
aço para betão armado são endurecidos por tracção, pois altera-se de igual modo a resistência
à tracção e à compressão.
Endurecimento natural
43
Os Metais na Construção Civil
Este elemento influi poderosamente nas propriedades do mesmo, de modo que poucos aços
necessitam mais que 1% de carbono.
2.2.3.1. Aços-Carbono
¾ Aços com baixo teor de carbono – São os denominados aços macios e são
produzidos em maior quantidade que todos os outros tipos. São notavelmente
dúcteis e facilmente moldáveis. Outra característica é a sua boa capacidade de
soldagem que os torna muito adequados à construção quando esta característica
é distintiva (exemplo: A235). Estes aços podem ser tratados (térmica e/ou
mecanicamente) o que lhes proporciona um acréscimo significativo de
resistência, embora com alguma eventual perda de ductilidade;
44
Os Metais na Construção Civil
Aço com baixo teor de C 0.03 - 0.30 Aços estruturais, placas e chapas
Os lingotes de aço fundido laminados em perfis estruturais e placas são um metal totalmente
diferente dos ferros fundidos, os quais se assemelham ao metal fundido ou ferro gusa
produzido no alto-forno.
45
Os Metais na Construção Civil
2.2.3.2. Aços-Ligas
¾ Aços fracamente ligados ou aços de liga fraca – São os que contém um total
de 2 a 3% de elementos de liga, tais com níquel ou cobre. Estes aços são
aplicados onde se exija superior dureza ou maior resistência ao limite
convencional de elasticidade;
¾ Aços (normalmente) ligados – Contém de 2 a 5% de elementos de liga;
¾ Aços altamente ligados – Contém 5% ou mais de elementos de liga. Estes aços
são empregados em condições de serviço nas quais haja desgaste, calor ou
corrosão.
¾ Aços inoxidáveis - São aços que apresentam altas resistências, boa ductilidade e
absoluta resistência a qualquer tipo de corrosão atmosférica. São aços de
baixíssimo teor de carbono contendo um mínimo de 12% de Crômio
Como já referimos, o aço é uma liga de ferro com certa percentagem de carbono. Quando essa
percentagem está entre 0,2 e 0,3% temos o aço macio. O aço macio é o aço de mais corrente
aplicação na construção.
O aço macio destina-se a esforços de tracção, podendo também estar sujeito a esforços de
compressão, sendo as peças neste material normalmente empregues com pequenas secções.
Ora, quando estas peças de grande esbelteza (comprimento muito maior que largura e
profundidade, ou seja, desenvolvimento muito superior à secção - ver figura 7) são sujeitas à
compressão, pode ocorrer o fenómeno de encurvadura (a peça foge do eixo de equilíbrio em
função da carga axial de compressão - ver figura 8), pelo que a resistência à compressão de
elementos metálicos pode ser fraca.
46
Os Metais na Construção Civil
¾ Provetes trabalhados;
¾ Provetes não trabalhados.
47
Os Metais na Construção Civil
Os provetes não trabalhados são cortados directamente da amostra, sem serem preparados. Os
provetes trabalhados têm formas especiais para se poderem, mais facilmente, adaptar aos
instrumentos. São estes últimos provetes que se utilizam para o ensaio de aços, à tracção, mas
por ficarem caros correntemente utilizam-se o provete não trabalhado.
O ensaio mede a resistência do provete por aplicação de uma força uniaxial de tracção
continuamente crescente e aplica-se para quantificar as propriedades mecânicas do material,
tanto para selecção como para a sua classificação.
48
Os Metais na Construção Civil
Apliquemos forças de tracção como ostra a figura 10. Marquemos os valores da experiência
num diagrama, em que em abcissas temos as deformações (considerando que o provete tem
um comprimento inicial l0, as deformações serão os aumentos que este comprimento sofre
quando aplicada a carga) e em ordenadas as cargas que vão sendo progressivamente
aplicadas.
A sua representação gráfica pode ser observada na figura 11 e é uma linha recta (troço OA).
Se nesta fase descarregarmos o provete (retirar-se a força F) as deformações anulam-se,
existindo uma relação numérica entre os valores da deformação δ e da força F:
Fr F
G
Fc C D
F2 E
F1 A
0 δ
F1
A
0
δ
Se continuarmos a aumentar a carga sobre o provete, para lá deste limite, o diagrama encurva-
se cada vez mais.
Em C o provete vai-se deformando sem aumento de carga, isto é: mesmo mantendo a força F
constante o provete continua a deforma-se até ao ponto D. Esta zona denomina-se Patamar
de Plasticidade, Cedência ou Fluência (CD). À tensão correspondente à força Fc chama-se
limite aparente de elasticidade.
Se a partir de C, num ponto qualquer, anularmos a carga, fica uma certa deformação que não
desaparece: deformação permanente. A estas deformações chamam-se deformações
plásticas.
A partir de D começa-se a formar uma curva que tem um máximo no ponto F. À tensão
correspondente a este último ponto (F) chama-se Tensão de Rotura do material (valor Fr da
leitura força em ordenadas na figura 11).
Este termo é impróprio pois a rotura não tem lugar em F mas sim em G. No entanto, a partir
de F há um estrangulamento progressivo. Esse estrangulamento denomina-se Colo de
50
Os Metais na Construção Civil
Estricção. É este estrangulamento que explica a zona decrescente do gráfico, são necessárias
forças menores (menores que Fr) para produzir deformação. Na zona de adelgaçamento,
secção de ruptura assinalada na figura 13, é que se dá a rotura do provete.
O alongamento total será δr (δr = δ + δest., ou seja, alongamento da peça para o ponto F
somado ao surgido pela estricção, de F a G, ou: δest. - alongamento na zona de estricção; δ -
alongamento do resto da peça).
Ao quociente εr = δr/l0 chama-se extensão após a rotura. Para o aço macio a extensão após a
rotura é da ordem dos 20-30%.
A distância inicial l0 deverá ser normalizada, porque as grandes deformações situam-se junto
à secção de rotura. Então, para distâncias l0 grandes o εr seria menor que para distâncias l0
pequenas.
Existem normas que fixam os valores de l0. Assim, para provetes proporcionais l0= K√S,
sendo S a secção da barra e K uma constante.
Para K=4 temos um provete extra-curto, para K=5,65 provete curto, para K=8,16 provete
médio e para K=11,3 provete longo.
secção de
r u p tu ra
Lo
+
Fr
51
Os Metais na Construção Civil
G
C D
E
A
εr ε
Geralmente marcam-se mais de dois traços, pois não sabemos com exactidão onde se vai dar a
rotura. Define-se coeficiente de estricção como: η= S0 - Sr / S0.
So
Sr
ε (extensão) = δ / l0
52
Os Metais na Construção Civil
σ = E . ε, ou, F / A = E . δ / l0
Isto só será válido para deformações elásticas, em que E é o Módulo de Young ou Módulo
de Elasticidade Longitudinal do material.
Se ε=1, e logo δ=l0, isto implicaria que σ=E, o que consistiria no aumento do comprimento
para o dobro. Este fenómeno não traduz uma realidade física, apenas teórica, pois não é
possível aumentar o comprimento de qualquer peça para o dobro.
Ao aumentar o comprimento do provete a secção tende a diminuir (pois não sendo o volume é
constante, extensão volumétrica – os metais não são verdadeiramente incompressíveis, pouco
varia) o que provoca um natural aumento das tensões.
Contudo, como vimos, na primeira parte do carregamento a secção varia muito pouco e,
portanto, o diagrama pouco se altera. Este diagrama na prática não se utiliza, devido à
dificuldade do seu traçado.
Assim, toma-se como referência a secção inicial, sendo em relação a esta que se referem as
tensões. O significado gráfico do Módulo de Elasticidade está apresentado na figura 17, sendo
esta grandeza de grande importância em termos da Elasticidade (veja-se a Lei de Hooke).
Podemos ainda referir que na realidade o troço CD não é rectilíneo, mas tem a configuração
exibida da figura 18.
53
Os Metais na Construção Civil
tg α = E
α
ε
Figura 17 – Significado gráfico do Módulo de Elasticidade.
1
2
δ
Figura 18 – Configuração do troço CD (oscilações devidas a reacções da máquina de ensaios).
Na figura 18 observa-se uma série de oscilações que são devidas a reacções da máquina à
mudança de comportamento do provete. À tensão correspondente ao ponto 1 chamamos
limite aparente de elasticidade superior (não constante). À tensão correspondente ao ponto 2
chamamos limite aparente de elasticidade inferior, que é praticamente constante e que se toma
como valor para o limite de elasticidade.
Resumidamente,
Dado o seguinte gráfico de relações entre tensões e deformações, para um aço macio, surgem,
então, as seguintes grandezas notáveis:
54
Os Metais na Construção Civil
Limite de proporcionalidade
Limite de elasticidade
A tensão correspondente ao ponto B, na curva tensão - deformação (figura 19), recebe o nome
de limite de elasticidade e representa a tensão máxima que pode ser aplicada à barra sem que
apareçam deformações residuais, ou permanentes, após total retirada da carga máxima. Quer
isto dizer que a deformação continua a ser elástica após o ponto A e até ao ponto B, com a
diferença de no troço AB já não existe proporcionalidade entre a tracção e a deformação (o
material já não obedece â lei de Hooke).
Limite de escoamento
Muito próximo do ponto B (figura 19) existe um ponto a partir do qual aumentam as
deformações sem que se altere o valor da tensão: é o limite de escoamento.
Patamar de cedência
55
Os Metais na Construção Civil
correspondente ao ponto B' do diagrama, houver descarregamento da barra, esta descarga dá-
se segundo a recta B 'B ", que é paralela à recta OA, apresentando, então, a barra a
deformação residual OB' '. Se, a seguir, se voltar a carregar a barra, o diagrama segue a linha
B "B 'CDE.
Limite de resistência
É a tensão correspondente ao ponto D (figura 19). A partir deste ponto do diagrama, no troço
DE, a um acréscimo da deformação corresponde um decréscimo da tensão, que se deve ao
facto de, antes da rotura (ponto E), se dar uma diminuição da secção da barra (estricção) na
zona em que a mesma se verifica.
Limite de rotura
Tensão admissível
Representa uma fracção da tensão limite de elasticidade, nos materiais dúcteis, e uma fracção
da tensão de rotura, nos materiais frágeis. Obtém-se dividindo as tensões referidas por um
número maior que a unidade, que se designa por coeficiente de segurança. A tensão
admissível é, também, frequentemente designada por tensão de cálculo ou tensão de
segurança. O coeficiente de segurança depende fundamentalmente da natureza do material e
do tipo de solicitação actuante.
O dimensionamento das barras traccionadas faz-se impondo que a tensão instalada nas
mesmas seja inferior à tensão admissível. O dimensionamento das barras comprimidas
esbeltas é mais complicado devido ao aparecimento de fenómenos de instabilidade elástica -
varejamento ou encurvadura.
Na prática as tensões admissíveis à compressão são geralmente muito menores que as tensões
admissíveis à tracção e dependem da chamada esbelteza da barra (grosso modo a relação entre
a secção e o comprimento).
É a parte da curva tensão - deformação (figura 19) compreendida entre a origem e o limite de
proporcional idade (troço OA). Caracteriza-se por a deformação ser reversível e proporcional
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Os Metais na Construção Civil
Zona elástica
É a parte da curva tensão - deformação (figura 19) compreendida entre a origem e o limite de
elasticidade (troço OB). Caracteriza-se por as deformações serem reversíveis, isto é, se se
descarregar o material, o diagrama de descarga coincide com o diagrama de carga.
Zona plástica
Deformação elástica
Deformação plástica
É a deformação não recuperável que ocorre simultaneamente com a aplicação da carga e que
se manifesta apenas a partir de um determinado nível de tensões, ou seja, a partir do limite de
elasticidade (zona BE).
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Os Metais na Construção Civil
Os aços duros são aqueles cuja percentagem de carbono anda à volta de 1,5%. Têm esta
designação porque são aços com uma maior resistência à rotura. Ao aumentar a percentagem
de carbono no aço também aumenta o limite de elasticidade do respectivo aço.
σ
C ≅1 %
C3 > C2
C2 > C1
C1
À medida que o teor em carbono aumenta caminhamos para os aços duros e os limites de
elasticidade e rotura aumentam enquanto que as deformações, desde o limite de elasticidade
até à cara de rotura, diminuem. O patamar de plasticidade também vai diminuindo até que se
reduz a um ponto quando o teor em carbono é cerca de 1%.
O aço duro, em virtude de ter menores deformações, não tem a ductilidade do aço macio e
torna-se frágil. A formação do colo de estricção é muito brusca e as deformações são elásticas
em grande parte.
58
Os Metais na Construção Civil
σ0,2 ≅ 0,85 σr
εr 20 - 30% 4 - 8%
δ G
δ E
0,2 A
0,2 % ε
Alguns aços duros importados têm Módulo de Young/Elasticidade (E) < 2,1 GPa (valor
corrente, seja para Aços Macios como Duros), estando este compreendido entre 1,7 e 2,1 GPa
(maior deformabilidade e ductilidade).
59
Os Metais na Construção Civil
σ
δ
σ0,2
δ C
0 ,2
B
Figura 22 – Endurecimento.
Podemos fazer o endurecimento a frio por tracção ou torção sob comprimento constante.
Este processo é muito utilizado em armaduras para betão armado. O custo dos aços não é
proporcional à sua dureza, por isso é que se faz o endurecimento a frio (o mais empregado
actualmente é por torção). Faz-se este endurecimento por fixação numa máquina com axilas,
umas das quais pode rodar.
Os aços, por este processo, alteram-se por modificação da sua estrutura cristalina e o material
torna-se fibroso, o que provoca um comportamento diferente quando submetido a tensões. À
60
Os Metais na Construção Civil
Infelizmente a fragilidade é nalguns casos preocupante, pois a dobragem dos varões nas peças
de betão armado provoca a fendilhação dos mesmos.
Assim um dos ensaios de varões de aço, além dos de tracção, é o ensaio de dobragem.
Vamos resumir o que se disse até aqui no seguinte diagrama da figura 23.
70
60 60
48
40 - 45
30
Se esticarmos um fio, com uma certa tensão de tracção, e fixarmos as suas extremidades,
verificamos que ao longo do tempo a tensão não se mantém, vai diminuindo até que estaciona
num determinado valor.
61
Os Metais na Construção Civil
tempo
Como exemplo podemos citar o caso de quando temos uma peça metálica e a apertamos,
verificamos que passado algum tempo temos necessidade de a apertar de novo (reapertar).
Isto é devido a uma relaxação da porca que exercia o aperto da peça.
2.2.4.4. Extensómetros
Define-se como coeficiente de ampliação a relação entre a distância percorrida pelo ponteiro
indicador e a correspondente variação das pontas do extensómetro.
62
Os Metais na Construção Civil
Na vida prática queremos que anulada a carga não fiquem deformações permanentes. Assim,
não poderemos tomar para tensão de trabalho a correspondente ao limite de elasticidade, pois
não podemos correr o risco de esta ser ultrapassada e entrarmos nas deformações plásticas.
E qual será esse valor da tensão admissível de trabalho, ou seja a tensão de segura?
Se quisermos dimensionar um cabo para uma força de 500 KN o problema é simples, pois
sabemos exactamente o valor da solicitação. Mas qual é a força do vento sobre uma
cobertura? E a solicitação quando dum sismo num depósito de água elevado 30 metros acima
do solo?
Assim, temos casos em que as forças de solicitação são bem conhecidas e outros em que só
aproximadamente: a tensão de segurança deverá ser perspectivada em função da incerteza das
acções e não só dos materiais!
Contudo, obviamente que um factor a ter em conta é que as características do material não são
totalmente conhecidas, além disso dá-se uma alteração do material ao longo do tempo
(oxidação, apodrecimento, etc.).
Para além disto, o ensaio é feito com uma peça, que poderá não representar exactamente a
população donde é tirada.
No caso do aço o coeficiente de segurança é hoje inferior 1,5 (1,35 e menos em alguns
códigos, chegando a 1,1). Repare-se que se fosse aproximadamente 2, isso era equivalente a
dizer que, no caso do aço macio, σs = (σr/3) dado que o limite de elasticidade é 2/3 de σr.
63
Os Metais na Construção Civil
A tensão de segurança será a tensão máxima a que o material deve ser solicitado. No aço é
frequente entrar com valores inferiores a 1,5 como já referimos, pois o aço é sempre
construído nas mesmas condições e de características bem conhecidas.
Para tensão de rotura do material usamos, geralmente, a tensão de rotura encontrada por um
média aritmética das tensões de rotura encontradas em vários ensaios.
Analisemos valores da tensão de rotura para 3 provetes com tipos distintos de aço:
Verificamos que a tensão de rotura é a mesma, mas é evidente que o segundo aço é mais
fiável que o primeiro. Não basta para a escolha da tensão de segurança o valor da tensão
média de rotura, mas também a dispersão em torno desse valor médio.
Por outras palavras, poderemos dizer que no primeiro caso deve-se usar uma σseg menor do
que no segundo caso, visto haver uma dispersão muito grande de valores, o que pode não
oferecer grande confiança.
O estudo dos materiais de construção é feito com base em ensaios, que podem ser de dois
tipos:
64
Os Metais na Construção Civil
Estes dois tipos de ensaios podem ser destrutivos, quando é necessário rebentar o provete
(como exemplo citamos os já descritos) e ensaios não destrutivos, onde não há rotura (parcial
ou total) das peças a ensaiar.
Estes métodos têm a vantagem de se poderem fazer com a própria peça, não havendo
necessidade de recorrer a provetes. Poderemos inclusivamente acompanhar a evolução das
resistências no tempo.
Simulam uma ou mais condições de utilização. São em geral de execução mais rápidos e influenciam
menos a produção.
Os seus resultados não necessitam de uma Não necessitam de operações de fabrico nem
interpretação individual. maquinagem de provetes.
Requerem para a sua realização de um pessoal São preferíveis quando há variações importantes de
menos especializado. uma peça para outra.
São ensaios de rotina, para os quais o operador São usados quando se trata de uma peça única ou
necessita de uma pequena formação. muito custosa para ser destruída.
Permitem correlacionar as propriedades com as Permitem seguir a evolução de uma peça quando em
medidas. serviço.
São aços que, embora mais caros, apresentam altas resistências, boa ductilidade e absoluta
resistência a qualquer tipo de corrosão atmosférica. Mantém indefinidamente o brilho
original, embora tenha que ser lavado periodicamente para remoção da sujidade. São aços de
baixíssimo teor de carbono contendo um mínimo de 11 a 12% de Crômio. O Crômio confere
uma notável resistência à corrosão.
65
Os Metais na Construção Civil
particular, o Crômio, ajuda a formar um filme fino e aderente que protege o material de
subsequentes ataques corrosivos. Este filme é conhecido como filme passivo.
Apesar de invisível, estável e com espessura finíssima, essa película é muito aderente ao inox
e tem sua resistência aumentada à medida que é adicionado mais Crômio à mistura. Outros
elementos como níquel, molibdênio e titânio, por exemplo, permitem que o inox seja dobrado,
soldado, estampado e trabalhado de forma a poder ser utilizado nos mais variados produtos.
Quando o aço inox é bem especificado, sua relação de retorno sobre o custo envolvido é
bastante favorável.
66
Os Metais na Construção Civil
¾ Resistência à corrosão;
¾ Resistência mecânica superior aos aços de baixo carbono;
¾ Facilidade de limpeza / baixa rugosidade superficial;
¾ Aparência higiénica;
¾ Material inerte: não modifica cor, sabor ou aroma dos alimentos;
¾ Facilidade de conformação;
¾ Facilidade de soldagem / união;
¾ Mantém suas propriedades numa faixa muito ampla de temperatura, inclusive
muito baixas (criogénicas);
¾ Acabamentos superficiais variados;
¾ Forte apelo visual (modernidade, leveza e prestígio);
¾ Relação custo/benefício favorável;
¾ Baixo custo de manutenção;
¾ Material 100% reciclável.
Um dos factores mais importantes é o ambiente em que o metal vai ser instalado, sendo dos
mais agressivos os dois seguintes:
67
Os Metais na Construção Civil
Acabamento superficial
¾ Como regra geral, quanto mais liso o acabamento, melhor é a resistência à corrosão;
¾ O acabamento altamente reflectivo pode não ser aconselhável, especialmente para
coberturas, pois pode ser um risco para o tráfego aéreo nos edifícios próximo aos
aeroportos ou em trajectória de voos;
¾ A alternativa de acabamentos foscos foi desenvolvida para tais aplicações;
¾ Os acabamentos reflectivos podem, entretanto, serem usados com vantagem para
reflectir a luz no escuro, nos pátios fechados de edifícios;
¾ Os acabamentos com textura são melhores para esconder riscos e marcas de dedo em
áreas de “alto tráfego”;
¾ Os acabamentos coloridos são também utilizáveis para efeitos estéticos especiais.
Projecto
¾ As frestas devem ser evitadas pois elas podem ser posições para corrosão localizada,
por isso, técnicas construtivas que evitem frestas devem ser consideradas;
¾ As fixações mecânicas podem introduzir frestas, tanto no fixador como também na
junta metálica sobreposta;
¾ Os fixadores de alumínio (por ex. rebites) devem ser evitados para segurança dos
painéis de aço inoxidável, pois a corrosão galvânica no alumínio pode ser um
problema em ambientes severos;
¾ Evitar a possibilidade da humidade ficar retida em juntas fixadas mecanicamente;
¾ O contacto com chumbo ou cobre não deve resultar em corrosão galvânica, mas
mancha as peças de aço inoxidável, podendo ser visível se a água de chuva escoa
sobre o aço inoxidável;
¾ Os selantes podem ser considerados para evitar tais problemas. O adesivo ligante, se
for mecanicamente bastante forte, normalmente elimina tais problemas;
¾ As soldas sendo totalmente contínuas são melhores que as soldas em filete
intermitente;
¾ Onde for possível, devem ser especificados consumíveis para total penetração da solda
planeada.
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Os Metais na Construção Civil
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Os Metais na Construção Civil
Os aços “corten” são aços estruturais de alta resistência mecânica e baixa capacidade de
ligação com outro metal, têm uma boa capacidade de soldadura e uma boa resistência à
corrosão atmosférica, o que exige a pintura em vários ambientes.
Esta camada de ferrugem actua como una barreira que, com o tempo, faz com que a
velocidade de corrosão do aço se reduza até um pequeno valor residual, normalmente depois
de cinco anos de exposição.
No caso de aço corte o processo de formação de ferrugem inicia-se da mesma forma, mas
agora os elementos de ligação presentes no aço promovem uma camada de ferrugem muito
menos porosa e aderente. Com o passar do tempo, esta camada de ferrugem torna-se menos
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Os Metais na Construção Civil
Figura 25.A – Perda de massa causada pela corrosão em aços estruturais e patinados não pintados
A formação da camada oxida protectora é função de três tipos de factores. O primeiro está
relacionado com a composição química do aço. Os principais elementos químicos de ligação
que contribuem para o aumento da sua resistência à corrosão atmosférica e favorecem à
formação desta camada são o cobre e o fósforo. O cromo, o níquel o silício também exercem
efeitos secundários. Mas cabe observar que o fósforo há-de manter-se em baixo teor (menos
que 0,1%), com a preocupação de não prejudicar certas propriedades mecânicas do aço e da
sua soldadura.
No que diz respeito à presença do dióxido de enxofre, até certos limites, este favorece a
evolução da protecção, sendo que o cloreto de sódio em suspensão nas atmosferas marítimas
prejudica as suas propriedades protectoras. Não se recomenda utilizar aços corten não
protegidos em atmosferas industriais onde a concentração de dióxido de enxofre atmosférico
seja superior a 250 μg/m3 e em atmosferas marítimas onde a taxa de cloretos exceda os 300
mg/m2/dia.
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Os Metais na Construção Civil
Precauções e limitações
Deverão observar-se nos pontos seguintes a fim de maximizar os benefícios que oferece o uso
dos aços “corten” ou patinados:
⇒ Os aços “corten” podem ser soldados mediante o uso de todas as técnicas habituais, os
eléctrodos deverão ser compatíveis com a composição química destes aços a fim de
minimizar a evolução da corrosão bimetálica na zona de soldadura.
Torna-se, portanto, necessário proceder à protecção das peças de aço e ferro usadas em
construção. A oxidação é favorecida pela presença de ácidos e bases. Para a protecção do
ferro seja eficaz é necessário limpá-lo previamente, quer por processos mecânicos ou
químicos.
É muito conveniente proteger as peças de ferro limpas, por métodos químicos, e conservá-las
resguardadas até que estejam bem secas.
Entre os meios existentes para preservar o aço e o ferro da ferrugem vamos citar os mais
usuais.
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Os Metais na Construção Civil
2.2.7.1. Pinturas
É importante destacar que não basta ter o melhor esquema de pintura definido. O preparo da
superfície a ser pintada é um factor determinante para o bom desempenho do sistema. Durante
sua aplicação, a superfície deverá estar isenta de pó, carepas, ferrugens, óleos ou graxas e a
humidade relativa do ar não deverá estar superior a 85%.
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Os Metais na Construção Civil
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Os Metais na Construção Civil
ESTRUTURAS APARENTES
INTERNAS EXTERNAS
Espessura
Total
250 - 300 70 - 125 250 - 300 100 - 175 70 - 125
Recomendada
da Tinta (µm)
(*) Zarcão, cromato de zinco, fosfato de zinco, zinco metálico, silicato de cálcio, etc. O zarcão e o cromato de
zinco estão sendo abolidos devido à restrições ambientais.
(**) EPOXIMASTIC - Refere-se ao tipo de tinta que funciona como fundo e acabamento.
ESTRUTURAS SUBMERSAS
Água de efluentes e
Água Potável
esgoto
Preparo Mínimo de Remoção 100% de carepas e Remoção de 100% de
Superfície ferrugens carepas e ferrugens
Epoxi poliamida com
Tintas de Fundo Epoxi betuminosa
pigmentos anticorrosivos (*)
Tintas de Acabamento Epoxi poliamida Epoxi betuminosa
Espessura Total
375 450
Recomendada da Tinta (mm)
(*) Quando se tratar de água potável não devem ser usadas tintas que contenham metais pesados (ex.: zarcão ou
cromato de zinco) ou resinas que liberem substâncias para a água
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Os Metais na Construção Civil
2.2.7.2. Metalização
Consiste na protecção do aço/ferro recobrindo-o com delgadas capas de outros metais, mais
nobres. Um dos processos de metalização é a galvanização com obtenção do aço ou ferro
galvanizado. Executa-se por imersão de peças em banhos de zinco fundido (galvanização) ou
por processos de electrólise (galvanoplastia), sendo o cátodo a peça a revestir e o ânodo o
metal de recobrimento puro. Outra possibilidade é ainda a pulverização. Estes revestimentos
também podem ser em níquel, crómio, estanho, chumbo ou cobre.
Regressando à metalização por zincagem, dado ser a mais tradicional, obtém-se com esta uma
protecção mais durável do que a obtida com os processos de pintura clássicos. A zincagem é
geralmente utilizada na construção submarina, mas não só.
É necessário que a camada seja espessa visto que o poder de protecção do zinco é mais ou
menos proporcional à sua espessura. Todas as operações de fabrico, em particular as dobras e
soldaduras devem ser efectuadas antes da zincagem.
Provoca-se a formação de uma película envolvente de óxido ferroso, que não deixa a oxidação
progredir, porque é muito compacto. É muito utilizado em determinados objectos de ferro,
mas raramente na construção metálica.
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Os Metais na Construção Civil
2.2.7.4. Encamisamentos
O inconveniente das camadas delgadas é que têm de ser retocadas em intervalos mais ou
menos frequentes, para nos assegurarmos de uma protecção permanente ou quase permanente.
Devem fazer-se encamisamentos completos com betão, leitadas de cimento, material plástico,
ou por meio de metais não ferrosos ou outros produtos inalteráveis. Assim:
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Os Metais na Construção Civil
2.2.7.5. Esmaltagem
2.2.7.6. Lacagem
Deposição de uma laca, por calor ou por diferença de potencial eléctrico, sob o metal
proteger. Esta protecção pode-se mostrar muito eficaz, desde que bem feita, como é o caso de
banheiras e bases de chuveiro que conseguem suportar dezenas de anos de utilização sem
danos.
Tendo este tema já sido abordado, não se trata de efectuar a sua repetição, mas abordá-lo
como complemento ao uso de usa solução geral em aço comum.
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Os Metais na Construção Civil
O aço sofre uma corrosão que depende não só da sua composição como do meio em que se
encontra. Como se sabe, a corrosão pode ser diminuída numa obra de aço utilizando
inoxidáveis em vez do habitual aço de carbono. As ligas inoxidáveis podem, por isso, ser
empregadas unicamente em algumas partes de obra metálica, por exemplo em samblagens,
em partes móveis (como cobre juntas), nas extremidades das vigas e roletes de apoio, na
ligação de elementos muito pequenos que sejam dificilmente acessíveis depois da obra
acabada (como em singularidade de estruturas trianguladas, que apresentam uma grande
superfície exposta e que conservar tornar-se-ia muito caro para todos os elementos), para os
elementos onde corre água em certas zonas marítimas, em zonas industriais onde a atmosfera
é muito agressiva, etc.
Deve entender-se que os aços inoxidáveis podem (e devem em alguns casos) ser pintados,
galvanizados ou protegidos tal qual como os aços de carbono ordinários. A utilização de
metais inoxidáveis é uma precaução suplementar para evitar problemas de conservação nos
elementos muito expostos e de acesso difícil.
As peças de uma estrutura de aço podem ser dimensionadas prevendo um desgaste por
corrosão. Assim, a espessura mínima obtida pelo cálculo deve ser aumentada da espessura
correspondente à diminuição da secção produzida pela corrosão: conhecendo a percentagem
de perda de espessura devida à corrosão e sabendo a duração prevista para a obra. Pode,
assim, encontrar-se a espessura suplementar a conferir numa e noutra face da peça para
atender às perdas por corrosão. É preciso atender que por vezes uma das faces pode ter uma
percentagem de corrosão quando em contacto com o meio agressivo maior do que a outra.
Por outro lado, em obras ao ar livre podem utilizar-se ligas de aço com cobre, desde que em
percentagem muito pequena, contudo este aço é bastante mais caro De qualquer modo, em
instalações enterradas e imersas os aços ao cobre apresentam também vantagens em relação
ao aço corrente ao carbono.
Também as ligas com alto teor em silício, em Crômio e em níquel resistem melhor à corrosão
e podem ser utilizadas desde que o seu preço não seja um obstáculo.
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Os Metais na Construção Civil
É causada por uma corrente que vindo de zonas anódicas passa através da solução atingindo o
aço nas zonas catódicas. Este tipo de corrosão pode ser evitado fazendo passar no metal uma
corrente eléctrica com o sinal contrário e suficientemente forte para neutralizar as correntes
parasitas. A protecção catódica consiste em ligar à obra que se quer proteger um ânodo que
transporta metal, neutraliza as correntes parasitas e forma camadas de compostos não solúveis
sobre as novas superfícies catódicas.
¾ Aço enterrado;
¾ Canalizações;
¾ Estacas;
¾ Peças submersas de instalações marítimas;
¾ Portas de eclusas;
¾ Interior de cisternas;
¾ Exterior de reservatórios enterrados.
É preciso notar que a protecção catódica é eficaz em meio electrolítico, água ou solo húmido.
Fora deste meio a protecção catódica não é eficaz para proteger as peças.
No que se refere à degradação das construções metálicas é necessário dedicar uma atenção
particular aos pormenores do projecto.
Assim, é de maior conveniência que todas as partes da obra sejam acessíveis com vista à
conservação, e se não o são que recebam uma protecção permanente. No entanto, se as obras
estão situadas em locais bem protegidos e aquecidos, afastados de canalizações e eventuais
fugas nas coberturas e nas paredes, a protecção pode ser dispensada. Se os locais onde as
peças metálicas estão colocadas são tão apertadas que as pessoas não possam entrar a
trabalhar, as obras devem ser consideradas como inacessíveis e, portanto, protegidas.
80
Os Metais na Construção Civil
Quando a abrasão e a corrosão se limitam a algumas peças, ou parte dos elementos de uma
obra, o modo simples, cómodo e económico de compensar a diminuição da secção desgastada
é aplicar metal novo sobre as superfícies deterioradas.
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Os Metais na Construção Civil
Por exemplo, por meio de chapas, sobrepor as peças desgastadas e atacadas dum lado e doutro
e soldar sobre as partes em bom estado. É o que se chama placagem. O metal de substituição
tem secção comparável à da obra inicial. A placagem é válida também para reparar elementos
fendilhados, empenados ou parcialmente esmagados.
Contudo, apenas se utiliza esta técnica se do ponto de vista estético as chapas acrescentadas
são aceitáveis.
Quando a peça está fortemente corroída e se já não apresenta espaço para acrescentar chapas
de reforço, ou se existe problema de ordem estética, é necessário substituir a peça.
Uma secção deteriorada também pode ser reforçada por meio de um aumento de secção feito
por um envolvimento do betão.
Nesse caso, uma camada de óxido microscópica forma-se na superfície do aço, sendo esta
porção de película passiva que impede a dissolução do aço, tornando-se a corrosão da
armadura impossível.
Como o betão é um material poroso, o anidrido carbónico do ar pode penetrar nos poros para
o interior do betão e, então, reagir com o hidróxido de cálcio formado da reacção química do
cimento. É este hidróxido de cálcio que causa o elevado valor do PH e que protege as
armaduras contra a corrosão, determinado a seu desaparecimento a perda de protecção
alcalina das armaduras (carbonatação).
A difusão do anidrido carbónico só é possível nos poros cheios com ar. Por esta razão o betão
totalmente saturado de água não ficará carbonatado. Além do anidrido carbónico, os iões de
cloretos resultantes da água do mar ou de outros sais, podem penetrar pelos poros do betão
para o interior deste. É um processo de difusão que se realiza total ou parcialmente em poros
cheios de água.
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Os Metais na Construção Civil
De um modo simplificado, o processo de corrosão das armaduras pode ser separado em dois
processos simples:
¾ O catódico;
¾ O anódico.
Pelo processo anódico há uma dissolução real do aço. Iões de aço carregados positivamente
passam a solução, dando o ferro lugar a: Fe → Fe2 + 2e-.
Os restantes electrões do aço vão combinar-se no cátodo da água e o oxigénio formando iões
hidroxílicos.
A água é, pois, necessária para permitir que o processo electrolítico tenha lugar. A corrosão
não se pode dar nem no betão seco, nem no betão saturado de água, porque não há oxigénio,
mesmo que a camada passiva existente à superfície da armadura tenha sido destruída.
Isto quer dizer que a mais elevada corrosão ocorrerá nas camadas superficiais do betão,
sujeitas a frequentes condições de humidade e secagem (dai a obrigatoriedade de uma
espessura de recobrimento regulamentar mínima das armaduras de aço por betão).
Nas áreas actuando anodicamente o filme de passivação deve ser destruído. No processo
catódico, contudo, este fenómeno pode ter lugar mesmo que a camada passiva esteja intacta.
Além da corrosão a que estão sujeitos os aços ordinários de armaduras de betão armado, as
armaduras de pré-esforçado estão sujeitas a roturas de natureza frágil.
Um tipo de rotura frágil, designado corrosão sob tensão (que ocorre em certos aços mais
sensíveis) é um processo anódico muito localizado em que, devido a tensões permanentes
muito elevadas, se produz uma fendilhação.
83
Os Metais na Construção Civil
chamado fragilização pelo hidrogénio. Ambos os tipos de rotura não podem ocorrer se o aço
do pré-esforço está totalmente rodeado por betão ou calda de cimento compactas
impermeáveis.
Pode existir necessidade de se realizar esta protecção, dado que no aço para temperaturas da
ordem dos 300ºC vê o seu módulo de elasticidade diminuir bruscamente, bem como as
estruturas se dilatam enormemente.
Quando a temperatura atinge estes valores o aço começa a perder a sua resistência e deforma-
se arrastando consigo as paredes.
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Os Metais na Construção Civil
Numa estrutura pode haver os vários tipos de ligação, embora tal não seja recomendável para
um mesmo dispositivo. Ou seja: pode-se efectuar o reforço de um dispositivo de ligação com
um tipo diferente da principal, mas esta última terá que ser dimensionada para resistir ao
esforço total, surgindo uma segunda ligação como mera reserva de segurança.
Assim, por exemplo, uma ligação aparafusada pode ser reforçada com a soldadura periférica
das chapas que unem, porém os esses parafusos terão que suportar todo o esforço a transmitir.
2.2.9.1. Rebitagem
Nas estruturas metálicas a rebitagem foi o primeiro processo utilizado na união das diferentes
peças ou elementos. Nos últimos anos tem sido preterida face ao aperfeiçoamento e domínio
dos restantes processos de ligação, sobretudo a soldadura e os parafusos, bem como mais
recentemente as colas (que são, nos casos correntes, meios mais eficazes).
Pela importância que teve e que de certo modo ainda tem, como nas construções de
metalomecânica pesada (pontes) e muito particularmente na caldeiraria abordam-se, de forma
sucinta, os aspectos mais importantes deste tipo de uniões.
Os rebites, como elementos de ligação, são fabricados a partir de varões redondos laminados e
são constituídos, antes de cravados, por uma cabeça e uma espiga. Podem ser realizados por
estampagem em diversos materiais. No estudo, preparação e execução de uma união rebitada
faz-se previamente uma análise qualitativa, quantitativa e de posicionamento.
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Os Metais na Construção Civil
Uma vez definidos estes parâmetros faz-se, em simultâneo, a furação das peças a ligar,
comprimem-se estas entre si, introduz-se e alinha-se o rebite e seguem-se os procedimentos
de cravação. Actualmente na cravação usam-se martelos pneumáticos e a pressão de cravação
é feita em função do diâmetro do rebite, do seu material e ainda do tipo de estrutura em causa
(caldeiras, tanques, vigas, etc.).
A cravação pode ser feita a frio ou a quente. O primeiro processo, não aconselhável em
estruturas de responsabilidade, pode usar-se quando o diâmetro da espiga do rebite é inferior a
8 mm. O segundo, tecnicamente recomendável, usa-se para diâmetros superiores. O
aquecimento (até 1000ºC: rubro cereja claro) permite uma maior rapidez de execução,
inviabiliza o fenómeno de encravamento subjacente à deformação a frio e permite, ainda, com
o arrefecimento do rebite, que contrai, o aperto das chapas.
Esta compressão que o rebite exerce entre as chapas, permite que o correspondente atrito, que
assim se desenvolve entre elas, participe na transmissão dos esforços. A força de atrito é,
contudo, muito variável e não se pode garantir um valor mínimo, pelo que não se considera no
cálculo.
¾ Juntas por sobreposição: As chapas são sobrepostas e ligadas entre si por uma
ou mais linhas de rebites;
¾ Juntas de topo: As chapas são colocadas de topo e recobertas por outras duas,
cada chapa intermédia é ligada às de recobrimento por intermédio de uma ou
mais linhas de rebites.
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Os Metais na Construção Civil
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Os Metais na Construção Civil
Estes elementos de ligação têm a vantagem de permitirem a desmontagem parcial ou total dos
trabalhos, facilitando as operações de reparação, inspecção, movimentação e substituição de
componentes nos mesmos. As diferenças destes elementos baseiam-se fundamentalmente na
rosca, sendo a escolha dos mesmos feita segundo a função requerida como: resistência à
união, hermeticidade, dimensão das peças, velocidade de execução, etc.
Tipologias de roscas:
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Os Metais na Construção Civil
1. Rosca triangular:
¾ Rosca triangular normal - tem um passo reduzido e suporta um esforço elevado;
¾ Rosca triangular de passo fino - semelhante à anterior mas com o passo menor e
que garante um bloqueamento superior, utilizando-se aquando de esforços
dinâmicos elevados e com vibrações;
¾ Rosca gás (Whitword e Americana) - rosca utilizada em canalizações e onde
seja necessário garantir a estanquidade.
2. Rosca trapezoidal: O seu perfil é um trapézio e é utilizada em veios de
movimento (fusos de tomo);
3. Rosca quadrada: De perfil quadrado, suporta esforços axiais. Necessita de uma
contra-porca pois tem uma deficiente autofrenagem;
4. Rosca em dente de serra: De perfil em forma de serra, sendo utilizada para
esforços unilaterais (prensas);
5. Rosca redonda: Com perfil redondo, pode suportar grandes esforços mas
deteriorando-se facilmente, aplicando-se em acoplamentos ferroviários,
mangueiras, etc;
6. Rosca rectangular: Com o seu formato garante uma considerável estanquidade
que se associa a fenómenos de pressão.
Figura 32 – Ligação aparafusada de base de pilar. Figura 33 – Ligação aparafusada de guarda corpo.
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Os Metais na Construção Civil
Até ao século XIX o único processo de soldadura era o utilizado pelo ferreiro, que
concentrava calor na zona a ligar, provocando a sua fusão ou deformação.
Aparece então o arco eléctrico, soldadura por fusão, que utiliza fontes de calor que elevam a
temperatura do metal localmente a um valor adequado à soldadura. Utilizava um eléctrodo de
carvão que foi substituído mais tarde por um fio metálico. Quando foi possível a utilização de
oxigénio e de acetileno obtiveram-se chamas de alta temperatura, as quais permitiram,
também, a fusão localizada de determinados metais.
O termo soldadura por fusão é utilizado para os processos em que uma fonte de calor provoca
essa fusão local do material, seguindo-se a solidificação do banho de fusão, a qual origina a
ligação das peças.
90
Os Metais na Construção Civil
Surge depois a “soldadura por eléctrodo revestido”, melhorando os dois processos anteriores
e, sucessivamente, incrementos são ainda verificados através das soldaduras por arco
submerso, TIG, MIG, MAG, electroescória, electrogás, plasma e fios fluxados.
O arco eléctrico
A soldadura envolve a aplicação de calor na zona que se quer ligar, uma das formas mais
utilizadas consiste em fazer passar uma corrente eléctrica entre duas superfícies, as quais
oferecem uma resistência à passagem da corrente, gerando calor.
O arco eléctrico pode ser definido como um condutor gasoso que transforma energia eléctrica
em calorífica. O arco é estabelecido através de uma descarga eléctrica entre dois eléctrodos, a
qual é mantida devido ao desenvolvimento de um meio gasoso condutor. Os eléctrodos são
em carvão ou em metal. O eléctrodo negativo, a partir do qual são emitidos os electrões que
passam através do gás, é chamado cátodo. O eléctrodo positivo é conhecido por ânodo.
A soldadura por eléctrodos revestidos é, ainda hoje, apesar dos anos decorridos desde o início
da sua utilização industrial, o processo mais utilizado.
¾ Aço carbono;
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Os Metais na Construção Civil
Uma das maiores vantagens deste processo de soldadura é a possibilidade de ser utilizado em
qualquer posição, contrariamente ao que acontece com os processos considerados de maior
produtividade. Trata-se também de um processo que pode ser utilizado em qualquer ambiente,
inclusivamente debaixo de água.
Contudo, sempre que se utiliza a soldadura por eléctrodos revestidos ao ar livre, dever-se-ão
tomar precauções de protecção contra o vento, chuva e humidade, já que se tal não acontecer
corre-se o risco de originar defeitos graves no cordão de soldadura, com porosidade ou até
fissuração.
Trata-se, ainda, de um processo de grande utilidade para reparações, dada a sua grande
versatilidade e variedade de tipos de eléctrodos existentes no mercado.
Este é o processo mais amplamente usado devido a sua versatilidade e alta qualidade bem
como a aparência estética do acabamento da solda. A capacidade de soldar em baixa corrente
e, portanto, entrada de pouco calor, mais a capacidade de adicionar o arame de adição
necessária, é ideal para materiais finos e a raiz corre em um dos lados da soldagem de chapa e
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Os Metais na Construção Civil
tubo, mais grossa. O processo é facilmente mecanizado e a habilidade para soldar com ou sem
o arame de adição (solda autógena) faz deste processo a soldagem orbital do tubo.
O argônio puro é o mais popular gás protector, porém o argônio rico de misturas com a adição
de hidrogênio, hélio ou nitrogênio é também empregado em finalidades específicas. Sendo
empregada a soldagem lateral simples com protecção de gás inerte em baixo do cordão de
solda evita-se a oxidação e a perda da resistência a corrosão.
Assim, a soldadura TIG apresenta vantagens significativas para uma larga diversidade de
indústrias, as quais vão desde a distinta qualidade requerida na indústria aeroespacial e
nuclear, à elevada velocidade necessária na fabricação de tubos e chapas, bem como à
flexibilidade que a soldadura TIG apresenta para trabalhos de reparação.
Este processo permite um controlo preciso da entrega térmica, pelo que é o mais aconselhável
para a ligação de metais de pequena espessura e para a realização de pequenos cordões, em
componentes sensíveis ao calor. É também utilizado em pequenos trabalhos e reparações em
muitas oficinas de fabricação, devido à facilidade de controlo do processo e à possibilidade de
utilização de material de adição, quando necessário.
A soldadura TIG é utilizada, com ou sem material de adição, para realizar cordões de elevada
qualidade com forma suave e uniforme. Este processo pode também ser utilizado para
soldadura por pontos de chapa fina. É um processo adequado a quase todos os metais e
particularmente indicado em alumínio, magnésio e metais reactivos como o titânio e o
zircónio.
Com este processo podem-se também soldar aços de liga, aços inoxidáveis, ligas de níquel e
ligas especiais. Em aço macio e aço carbono pode ser necessário evitar porosidade e, neste
caso, temos algumas condicionantes.
A soldadura TIG pode ser utilizada para todos os tipos de juntas e preparações em chapa, em
tubo ou em outras formas.
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Os Metais na Construção Civil
Usado principalmente num sistema mecanizado com alta velocidade e alta produtividade, é
uma solda autógena onde se torna necessário uma junta de topo de canto vivo com espessura
de até 8mm. É necessário uma combinação de PAW/TIG e arame de enchimento para
assegurar uma junta de topo de canto vivo, mais grosso, com perfil pleno na superfície da
solda.
Para espessuras maiores que 10mm emprega-se a preparação de raiz da solda PAW com V
parcial, seguido de junta de enchimento multi-passo. É necessário a protecção com gás
argônio para manter a resistência à corrosão debaixo do cordão.
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Os Metais na Construção Civil
Referência Designação
1,2,3,4 Soldadura topo a topo com chanfro
5, 5a, 5b Soldadura topo a topo sem chanfro
6,7,8,14 Soldadura de ângulo interior
9 Soldadura de ângulo ao baixo
10,11 Soldadura de ângulo exterior
12,13 Soldadura de sobreposição
15 Soldadura de entalhe
É de operação manual e é o mais antigo dos processos a arco, os eléctrodos MMA são de uso
comum devido à sua flexibilidade, adaptando-se a uma ampla faixa de materiais a serem
soldados.
O mais amplamente usado, o eléctrodo revestido rutílico, produz um arco com transferência
rápida de metal de adição em forma de “spray”, auto remoção da escória e um perfil de solda
finamente ondulado e estético. Será necessário o mínimo de esmerilamento após solda. É
principalmente usado em posição descendente, quando é produzido cordão e solda de topo.
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Os Metais na Construção Civil
Os eléctrodos com este tipo de revestimento podem ser usados noutra posição, mas esta é
limitada na sua aplicação e dimensão, ou seja no máximo 3,2mm.
Os eléctrodos com revestimento básico produzem solda de maior integridade com relação a
micro inclusões e poros devido a gases, sendo extremamente vantajosos para um conjunto
fixo soldado de tubos. A remoção de escória e perfis de solda não são considerados como
vantagem dos tipos rutilicos.
Os eléctrodos revestidos especiais são produzidos para aplicações específicas, por exemplo:
soldagem vertical descendente e descendente de alta recuperação. Os eléctrodos são
fabricados em dimensões na faixa de 2,5 a 5,0mm de diâmetro.
As fontes de energia que produzem uma fonte de corrente pulsante foram desenvolvidas para
melhorar a qualidade do metal de adição na soldagem posicional e com aparência de solda
mais limpa.
As misturas de gases com adição de oxigénio, hélio, dióxido de carbono e outros gases, têm
sido desenvolvidas para melhorar as características de estabilidade do arco e cordão de solda
“humedecido”.
O processo de soldadura MIG/MAG pode ser utilizado numa larga gama de metais com
secções diversas, atendendo aos:
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Os Metais na Construção Civil
É uma versão do processo MIG/MAG onde o consumível de arame sólido é substituído com
arame tubular enchido com um fluxo fundente (FCW), ou pó metálico (MCW), e pode ser
usado com equipamento do mesmo tipo.
São produzidas duas variantes de arame, um deles proporciona capacidade para todas as
posições e o outro para maior deposição em aplicações de soldagem plana.
97
Os Metais na Construção Civil
É possível obter maiores taxas de deposição da solda do que com o processo MMA ou
MIG/MAG. É possível também uma significativa redução na limpeza e esmerilamento após
solda.
Os principais benefícios da soldadura com fios fluxados são obtidos através da combinação de
três factores principais:
Devido a estes factores, a utilização do processo de soldadura com fios fluxados permite
ganhos evidentes, quando comparada com outros processos de soldadura, como os eléctrodos
revestidos e o MIG/MAG.
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Os Metais na Construção Civil
Aço Carbono
Por exemplo, alguns fios auto-protegidos desoxidantes podem dar origem a cordões de
soldadura de baixa tenacidade, outros, no entanto, produzem juntas com excelentes
características de impacto.
Existem fios fluxados com e sem protecção gasosa que permitem a obtenção de valores de
tenacidade normalizados, para qualquer dos grupos acima descritos. Os valores de resistência
requisitados devem ser analisados antes da selecção do consumível para cada aplicação
específica.
Aço Inoxidável
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Os Metais na Construção Civil
Os fios fluxados para aço inox apareceram no mercado depois dos fios para aço macio, tendo
já, hoje em dia, uma aplicação bastante ampla, devido ao facto de apresentarem vantagens
significativas, nomeadamente em termos de produtividade. Este tipo de eléctrodo tem tido
especial atenção como material de soldadura de grande eficiência, que substitui o eléctrodo
revestido e o fio sólido. Quando se usa CO2 como gás de protecção, corre-se o risco da
quantidade de carbono depositado, no metal base, aumentar. Contudo, com os fios fluxados
este efeito é minorado devido a:
O banho de fusão é protegido pela escória sobrenadante fundida, a qual se move verticalmente
no sentido ascendente, à medida que o processo vai progredindo.
A iniciação do processo é conseguida por um pequeno arco eléctrico que funde uma dada
quantidade de fluxo adicionada previamente, formando a escória. Na prática, adiciona-se uma
pequena quantidade de palha-de-aço que é diluída na massa fundida logo que se dá a
estabilização do processo. Quando este estabiliza, o arco eléctrico de iniciação extingue-se e o
banho de fusão é mantido através do calor produzido por efeito de Joule, devido à passagem
de corrente pela escória. Na maioria dos casos usa-se um chanfro de secção transversal
rectangular, fazendo-se o enchimento num movimento vertical ascendente. Existem, contudo,
algumas variantes que podem usar outros tipos de chanfro, consoante as aplicações a que se
destinam.
100
Os Metais na Construção Civil
A energia usada no processo deve ser suficiente para fundir os bordos do material de base,
atingindo-se temperaturas no centro da zona fundida próximas dos 2000ºC, enquanto que na
superfície da zona fundida as temperaturas são próximas dos 1650ºC.
Soldagem a laser
101
Os Metais na Construção Civil
NATUREZA DA
VARIANTES
ENERGIA
Oxi-Acetilénlco
Termoquímica Soldadura com gases Oxi-Propânico
Oxidrica
Soldadura por pernos
Soldadura por arco magnético radial
Soldadura por descarga de condensadores
Soldadura por hidrogénio atómico
Soldadura com eléctrodo de carvão
Soldadura por plasma
Soldadura com eléctrodo nu
Soldadura com eléctrodo revestido móvel
Soldadura com eléctrodo revestido Imóvel
Soldadura com fio eléctrodo nu (sem protecção)
Por arco eléctrico Soldadura com fio eléctrodo revestido (c/ ou s/ protecção)
Soldadura com fio eléctrodo em atmosfera activa (MAG)
Soldadura com fio eléctrodo em atmosfera Inerte (MIG)
Soldadura com fio eléctrodo sob fluxo condutor (arco submerso)
Soldadura sob gás carbónico
Eléctrica Soldadura sob vapor de agua
Soldadura sob misturas gasosas
Soldadura com eléctrodo de grafite (c/ ou s/ atmosfera de protecção)
Soldadura com eléctrodo tungsténio em atmosfera Inerte (TIG)
Soldadura por arco transferido (plasma)
Soldadura por arco anelar e/ campo magnético axial
Soldadura por pontos, costura ou bossas
Por resistência Soldadura topo a topo por resistência pura ou falseamento
eléctrica Soldadura por roletes
Soldadura por percussão
Por energia
Soldadura a trio, por explosão, por fricção, por ullra-sons
mecânica
Por caldeamento
Por jacto de ar quente (plásticos)
Por energia
térmica Por feixe de electrões
inversa
Por laser
Por alta frequência
102
Os Metais na Construção Civil
2.2.9.4. Colas
Ö Redução do peso;
Ö Eliminação de parafusos, rebites e pernas;
Ö Diminuindo as hipóteses de fissuração;
Ö Redução de pontos onde se concentrem as tensões;
Ö Capacidade de unir elementos metálicos com não metálicos;
Ö Isolamento térmico e sonoro;
Ö Garantia de uma estanquidade e resistência à corrosão;
Ö Maior rapidez de execução com economia do material e equipamento.
Por mais vantajoso que este método de união seja, podem ser encontradas algumas
desvantagens como:
103
Os Metais na Construção Civil
Para que a colagem seja de boa qualidade é preciso que se equacionem as condições de
serviço e acções actuantes.
Os elementos que se pretendem unir deverão previamente ser objecto de preparação, como:
decapagem, desengorduramento e despoeiramento.
Preferivelmente, deve-se desencadear toda a operação fora de zonas frias e, até se possível,
dar um ligeiro aquecimento aos elementos, na zona da junta.
Tantos as causas como os tipos de degradação podem ser variados e, muitas vezes, podem
andar associadas.
Apresenta-se um quadro sucinto com as principias razões de problemas nesta área, bem como
a sua caracterização, sintomatologia e consequências.
104
Os Metais na Construção Civil
Causas
105
Os Metais na Construção Civil
3.1. Alumínio
O salto tecnológico dos últimos 50 anos e a sua incidência na concepção e fabrico de perfis de
alumínio, permitiu que este material atingisse a posição de destaque que ocupa nos mercados
da construção civil, da decoração e do mobiliário. Com efeito, a sua leveza e robustez aliadas
à particular aptidão para ser extrudido em secções complexas e de detalhe rigoroso, permitem
a execução de perfis especializados para utilizações muito específicas. Paralelamente, o
desenvolvimento da tecnologia, em particular a dos plásticos, permitiu-lhes romper algumas
antigas limitações, como eram a elevada condutividade térmica e a pequena paleta de cores
possíveis com a anodização. A utilização das pontes térmicas em poliamida e a lacagem
electrostática com poliéster pigmentado, garantem ao alumínio dos nossos dias óptimos
comportamentos no que respeita a isolamento térmico e uma gama de cores e de acabamentos
quase infinita.
3.1.1. Características
106
Os Metais na Construção Civil
Relativamente ao seu contacto com outros materiais, pode-se dizer que o alumínio é electro-
negativo em relação à maioria, com excepções para o magnésio, zinco e cádmio. Isto porque,
quando dois metais se encontram num meio húmido e condutor, a corrente eléctrica tende a
passar pelo mais electronegativo (que maioritariamente é o alumínio). Em contacto com cada
metal, o alumínio revela-se de maneira diferente:
Como se disse, quando se fala de alumínio, é evidente que se trata de ligas, a mais utilizada é
A.G.S. (Alumínio/Magnésio/Silício).
Em linhas gerais podemos dizer que a obtenção do Alumínio se efectua em dois estados:
107
Os Metais na Construção Civil
1) Extracção da alumínia da bauxite por um ataque a quente, sob pressão, por uma
solução de soda cáustica calcinada, obtida após hidrólise, decantação e
filtragem;
2) Electrólise da alumínia, combinada com fluoreto de sódio (criólite) utilizado
como fundente para baixar a temperatura de fusão da alumínia, para mais ou
menos 1000ºC, a qual, quando pura, é da ordem dos 1800ºC.
Nesta operação, a tensão aos bornes é de 4,5V e a intensidade de marcha das tinas é
actualmente de 100.000A.
O alumínio é recolhido do fundo da tina onde foi produzido e bombeado para cadinhos de
fusão de onde é vazado em dois tipos diferentes de moldes:
Laminagem
Uma placa espessa de alumínio passa entre grupos de dois cilindros que a comprimem
baixando assim a sua espessura e aumentando o seu comprimento.
108
Os Metais na Construção Civil
Extrusão
Fundição
O alumínio (peças, chapas e perfis), obtido pelos processos atrás referidos, não está ainda
capaz de ser utilizado, sendo necessário faze-lo sofrer um ou mais tratamentos em termos de o
tomar utilizável com segurança. Assim, referiremos a seguir algumas das mais importantes
operações de tratamento no caso dos perfis (comparáveis a alguns passos da extrusão):
Ö Tempera ao ar: Faz-se por esfriamento rápido, por ar comprimido, do perfil que sai
da matriz;
Ö Estiramento: É feito quando o metal está frio. Consiste num alongamento de 1 a
2% e tem por fim estabilizar as dimensões do perfil. Esta operação faz-se em
conjunto com uma outra que corrige eventuais torções do metal e que são devidas,
sobretudo, a assimetrias na secção do perfil;
109
Os Metais na Construção Civil
Para garantir a sua protecção superficial e o seu aspecto estético deverão, de acordo com a
NORMA NFP 24351, estes produtos ainda ser sujeitos a um dos acabamentos quês e seguem.
3.1.5. Anodização
Este processo tem múltiplos aproveitamentos, sendo dada maior importância no campo da
protecção.
Não é mais do que a criação artificial de uma camada de alumínia, 200 a 2000 vezes mais
espessa que a criada naturalmente. Esta camada é transparente, impermeável à água, ao ar e à
maior parte dos agentes químicos, possuindo ainda resistências mecânicas excepcionais.
Assim, a anodização aumenta e mantém o aspecto decorativo, permite a coloração e ainda
conserva as características metálicas do alumínio.
1. Desengorduramento;
2. Vapor;
3. Decapagem;
4. Acetinagem;
5. Neutralização;
6. Anodização;
7. Coloração;
8. Colmatagem.
Classes de anodização
De acordo com a NORMA NFA 91450 (Anodização do alumínio e suas ligas), as espessuras
das camadas anódicas deverão ser:
110
Os Metais na Construção Civil
Para que o alumínio resulte num metal pleno de suas características inatas e possua uma boa
qualidade, há que tomar atenção a três factores importantes:
111
Os Metais na Construção Civil
3.1.8. Termolacagem
Este processo obtém grande sucesso pela variedade de cores que permite e porque devido ao
seu aspecto não metálico e "quente", aliado às características naturais do alumínio, tais como
resistência e facilidade de transformação, permitem em arquitectura a personalização da obra.
A termolacagem permite:
Ö Resistência à luz;
Ö Resistência à intempérie;
Ö Grande resistência ao cimento e ao gesso;
Ö Resistência mecânica (os perfis podem ser transformados sem que com isso se
destrua a camada protectora).
112
Os Metais na Construção Civil
a) Preparação do Alumínio
A fim de preparar as superfícies do metal de modo a que estas possuam uma boa aderência é
necessário:
Ö Desengorduramento químico;
Ö Acetinagem;
Ö Neutralizações;
Ö Cromatização: Banho de iões hexavalentes de crómio;
Ö Diversas lavagens intermédias;
Ö Secagem em estufa a uma temperatura da ordem dos 60ºC.
b) Lacagem
d) Cores
Existe uma vasta gama de diversas cores de lacagem e ainda de dois tipos de brilhos: brilhante
e semi-mate (consulte-se o catálogo RAL).
Devido à inércia química dos polímeros (à excepção como vimos dos solventes orgânicos),
não são proscritos os contactos com quaisquer materiais, salvo, naturalmente, aqueles donde
possa resultar a erosão da camada de lacagem. O gesso e o cimento, embora não afectem a
lacagem, podem, contudo, dar origem a danos devido às operações de limpeza a que obrigam,
113
Os Metais na Construção Civil
pelo que se recomenda a protecção das peças lacadas quando estas possam estar sujeitas a
contactos com esses materiais.
Na recepção dos lacados são feitos os seguintes controlos do processo LADAL da G.S.B:
Aplicações:
• Revestimento de fachadas;
• Telhados e marquises;
• Varandas e fechamentos;
• Decoração de interiores;
114
Os Metais na Construção Civil
3.3. Cobre
Depois do ferro é o cobre o metal que maior emprego encontra na indústria, quer no estado
metálico, mais ou menos puro, quer em ligas, como o bronze e o latão. É conhecido o cobre
desde a mais remota antiguidade devido, sem dúvida, à sua abundância no estado nativo, com
a sua bela cor vermelha, brilho e maleabilidade. A descoberta do estanho e a propriedade que
possui de formar com o cobre a liga do bronze, alargou muito o emprego destes dois
materiais, visto que o bronze, pela sua dureza e resistência, se prestava admiravelmente ao
fabrico das armas. O bronze foi conhecido dos mais velhos povos da Ásia, os Árias. A cor do
cobre é avermelhada, e vai do vermelho rosado ao amarelado e purpurino.
A densidade do cobre é 8.85, sendo um metal muito duro e tenaz, ao mesmo tempo que tem
uma grande ductilidade e é extremamente maleável, podendo reduzir-se a lâminas ténues e a
fios de extrema finura. Funde a 1080ºC, começa a volatilizar-se à temperatura de 1900ºC,
entrando em ebulição total a 2100ºC e ardendo com chama de tom esverdeado.
115
Os Metais na Construção Civil
estirar. A afinação faz-se igualmente por via húmida (cobre 99% puro) ou por via seca
(99,99% puro).
O cobre pode-se forjar, laminar e prensar a frio ou a quente, martelar, etc. Aplica-se em
construção civil como cabos condutores de energia eléctrica, tubagem para águas, chapas de
revestimento (decoração), etc.
Portugal possui os jazigos de cobre mais ricos do mundo (em qualidade), na zona de Neves
Corvo (Alentejo), perto de Aljustrel, onde estão detectadas reservas da ordem dos 53 milhões
de toneladas, a profundidades que variam entre 300 e 700 metros, e cuja exploração,
recentemente iniciada, orça em trezentos milhões de dólares. O cobre emprega-se em chapas
para a cobertura de edifícios, nas cúpulas, por exemplo, sendo a mais leve das coberturas
metálicas, em consequência de se poderem usar chapas muito delgadas, menos de um
milímetro, mas o seu alto preço faz com que se lhe prefira o zinco, não tão duradouro mas
incomparavelmente mais barato.
As chapas de cobre são indicadas pelo número de arráteis do seu peso e têm geralmente a
forma quadrada, com 1,27m de lado. Também a indústria fornece chapas redondas,
geralmente mais espessas a meio, destinadas ao fundo de caldeiras de destilação e outras. Para
permitir o emprego do cobre em algumas indústrias alimentares é necessário estanhá-lo, isto
é, revesti-lo de uma camada de estanho que protege a sua superfície, evitando a oxidação.
3.4. Zinco
Supõe-se que os povos da antiguidade conheceram a existência do zinco, pois o célebre metal
por eles denominado auricalco, e que era um composto metálico semelhante ao ouro, devia
ser o latão, em cujo preparo entra o zinco. O zinco é um metal branco azulado, susceptível de
tomar uma bela coloração quando polido, e que se obtém dos minérios apropriados por
redução pelo carvão, a 900ºC, após o que sai em forma de vapor, o qual é reduzido, destilado,
condensado, dando assim origem ao zinco.
Ao ar seco não oxida à temperatura ordinária. Pelo contrário, o ar húmido oxida-o, formando-
se uma fina película de carbonato básico de zinco (que ao fim de 20 anos de exposição só tem
0,02 mm de espessura que o protege por ser estanque e não tóxica. A densidade do zinco é de
116
Os Metais na Construção Civil
aproximadamente 7, funde a 420ºC e entra em ebulição a 907ºC. O zinco laminado pode ser
envernizado, esmaltado, cromado, niquelado ou até cobreado.
É um metal extremamente maleável, de boa tenacidade e quatro vezes mais resistente que o
chumbo. O seu coeficiente de dilatação linear é de 0,029 mm/ m e ºC, o que se traduz (para o
nosso clima) numa variação de aproximadamente 2mm/ m entre as temperaturas extremas de
Verão e Inverno.
O zinco é muito utilizado em construção civil, sobretudo na sua forma laminada (em chapa)
para a execução de caleiras, tubos de queda, algerozes, remates, capeamentos, coberturas,
revestimentos de paredes, fraldas, remates de chaminés, etc. .
3.5. Chumbo
O chumbo é um dos metais mais conhecidos desde a mais alta antiguidade, tanto na Índia,
China e Assíria, como na Fenícia, Egipto e Síria. Empregava-se em delgadas lâminas para se
escrever sobre elas, para ornamentar monumentos, etc. Era também utilizado para purificar o
ouro e a prata, como o indicam algumas passagens dos livros santos dos judeus.
Prepara-se a partir da galena das pirites (seu principal minério), por USTULAÇÂO, passando
o chumbo a óxido, que após a extracção será fervido e afinado para retirar impurezas. É um
metal não ferroso, branco azulado, de intenso brilho metálico quando recém cortado. É muito
maleável e facilmente soldável, funde a 327" C, começando a amolecer um pouco acima dos
117
Os Metais na Construção Civil
100ºC e classifica-se como o mais macio dos metais pesados, sendo riscado com a unha,
cortado à faca e sujando o papel.
Foi muito usado no passado como material de união de materiais diferentes (a acção de
“chumbar” ou ligar) e também como tubagem para a canalização de águas, aplicação em
desuso nos nossos dias. Actualmente usa-se apenas em partes de canalização de gás, como
componente da tinta de protecção anti-corrosiva denominada “zarcão”, como liga para soldas
e como elemento construtivo protector de radiações ionizantes.
Os compostos deste metal têm aplicação em pintura: o zarcão ou mímio, de cor vermelha,
empregado especialmente como tinta de aparelho dos ferros para os preservar da ferrugem; o
litargírio, usado como secante; o alvaiade, branco, que tende hoje a ser substituído pelo zinco,
que não é tóxico, nem enegrece pelas emanações de gás sulfídrico. Emprega-se a chapa de
chumbo para forrar trapeiras, rincões de telhado e algerozes, entre outras coisas.
3.6. Estanho
O estanho é um dos metais que o homem conhece de remotos tempos. Este metal é muito
abundante nas Índias, na China, na Pérsia e nas regiões asiáticas, em aluviões donde
facilmente se extrai por lavagem. No México, aquando da conquista pelos Espanhóis. Era já
conhecido e utilizado como moeda pelos povos indígenas.
É muito raro encontrar-se estanho no estado nativo, sendo o seu minério de extracção mais
comum a cassiterite originária sobretudo da Ásia (China, Malásia) e da América do Sul
(Bolívia).
O estanho puro é um metal não ferroso, de cor branca prateada que, tal como a prata, tem
reflexos amarelados.
118
Os Metais na Construção Civil
A sua densidade é de 7,29 e funde a 232ºC, sendo o seu ponto de ebulição a 2170ºC. Entre os
400ºC e os 500ºC, começa a oxidar-se ao ar, cobrindo-se com uma camada de óxido.
Produz-se em fomos de cuba ou eléctricos, por fusão redutora da cassiterite, após o que é
afinado, purificado, lingotado, laminado, extrudido ou trefilado.
Usa-se sobretudo em liga, formando soldas fusíveis, embora também se possa utilizar como
protecção anticorrosiva de outros metais (estanhagem).
3.7. Cádmio
Trata-se de um material natural, um metal nobre, com origem no minério de zinco (até ao
máximo de 3%), sendo os EUA o principal produtor (2/3 da produção mundial). A sua
descoberta ocorreu em 1817 e extrai-se do minério de zinco associando-se ao carbono.
É um metal branco, um tanto azulado, não ferroso, bastante maleável, dúctil, flexível, e
bastante elástico quando em fios. O seu peso específico é 8,6. Funde a 320ºC e ferve a
772ºC.
3.8. Mercúrio
O mercúrio é o único metal líquido à temperatura ambiente. Tem cor branca prateada,
ligeiramente azulada e brilho metálico. Solidifica a 39ºC negativos. A sua densidade é 13,59.
119
Os Metais na Construção Civil
3.9. Níquel
O seu peso especifico é 8.35, quando fundido e 8.9, quando laminado. É muito duro e
bastante maleável. Este metal é mais tenaz que o ferro. Também é magnético, mas perde esta
propriedade à temperatura de 350ºC. O níquel é de difícil fusão, sendo o seu ponto de fusão
de 1435ºC, volatizando-se a 2450ºC.
3.9. Cobalto
O cobalto é um metal branco acinzentado, de grande brilho, dúctil, de uma grande dureza,
mais tenaz do que o níquel, magnético, com ponto de fusão a 1477ºC. A sua densidade é 8,7.
É inalterável ao ar seco ou húmido.
3.10. Antimónio
Funde à temperatura de 630ºC, volatilizando-se a 1400ºC, sendo a sua densidade de 6,85. Não
se altera ao ar à temperatura ambiente, excepto quando derretido, incendiando-se e ardendo,
formando vapores brancos de óxido de antimónio. Quando aquecido, oxida-se, espalhando
fumos brancos de trióxido de antimónio.
3.11. Bismuto
120
Os Metais na Construção Civil
3.12. Prata
3.13. Ouro
O ouro, considerado desde sempre como o rei dos metais e símbolo de riqueza, além da sua
raridade, apresenta qualidades que só o tornam excepcionalmente precioso.
Tem cor amarela, e brilho intenso quando polido. É inalterável ao ar, à humidade e à maioria
dos agentes químicos. É maleável e altamente dúctil, podendo adquirir formas complexas e
laminar-se em folhas extremamente finas. A sua densidade é 19,5. Funde a 1064ºC e começa
a volatilizar-se parcialmente a 1400ºC,fervendo a 2800ºC.
Não se combina com os metalóides, à excepção do cloro. Também se pode combinar com o
arsénico e o fósforo, a quente.
3.14. Platina
A platina foi descoberta há cerca de 500 anos na América do Sul, pelos Espanhóis, que a
consideraram como uma espécie de prata de valor insignificante.
121
Os Metais na Construção Civil
3.15. Irídio
O irídio é um metal raro, que acompanha a platina nos seus minérios. É branco cinzento,
inalterável ao ar. Tem a densidade de 22,8 e funde a 1950ºC. Forma uma liga com a platina.
3.16. Ródio
3.17. Ruténio
É um metal branco, mais infusível que o irídio, e também acompanha a platina nos seus
minérios. É duro, quebradiço, de densidade igual a 12,3, com propriedades químicas
semelhantes às do estanho, oxidando facilmente em contacto com o ar.
3.18. Ósmio
3.19. Paládio
122
Os Metais na Construção Civil
3.20. Magnésio
A sua densidade é 1,74. Funde a 620ºC, começando a volatilizar a 1000ºC e tendo o seu ponto
de ebulição a 1025ºC.
Este metal não sofre alterações ao ar seco, mas no ar húmido cobre-se de uma película de
hidrocarbonato.
3.21. Crómio
É um metal cinzento, de elevada dureza; é o mais duro dos metais conhecidos. Tem a
densidade de 6,9. Funde dificilmente a 1489ºC e ferve a 2500ºC. Não se oxida ao ar seco ou
húmido, à temperatura ambiente.
3.22. Manganés
O manganés é também um metal cinzento da cor do aço, muito duro e quebradiço. Funde a
1200ºC e ferve a 2200ºC. Tem densidade de 7,2. É magnético.
3.23. Tungsténio
O tungsténio, também conhecido como volfrâmio, metal branco tal como o estanho, é o
menos fusível dos metais, pois tem o ponto de fusão a 3100ºC. Tem de densidade 17,2.
3.24. Molibdénio
123
Os Metais na Construção Civil
3.25. Tântalo
3.26. Titânio
Define-se como uma substância com propriedades metálicas e composta por dois ou mais
elementos químicos, dos quais pelo menos um deles é um metal. O método mais comum para
produzir uma liga consiste na solidificação dos seus elementos derretidos. A distinção entre
metais e ligas não é totalmente clara, dado que mesmo os metais mais puros contêm
impurezas. Contudo, o termo liga costuma aplicar-se aos materiais fabricados
intencionalmente mediante mistura por adição. Estas constituem a maioria dos metais
124
Os Metais na Construção Civil
3.27.1. Latão
O latão resiste muito bem à oxidação, não passando apenas de uma fina camada superficial. É
muito maleável e dúctil, e recebe muito bem o polimento, adquirindo aspecto brilhante como
o ouro.
A adição de pequenas quantidades de chumbo torna a liga mais maleável, embora menos
resistente. A adição de estanho aumenta-lhe a tenacidade, mas diminui-lhe o alongamento. A
adição de ferro aumenta-lhe a elasticidade e a adição de pequenas quantidades de níquel,
manganés ou alumínio aumenta-lhe a dureza.
3.27.2. Bronze
O bronze parece ter sido, ao que tudo indica, o primeiro metal que o Homem usou
industrialmente após a Idade da Pedra. É uma liga de cobre e estanho, pouco oxidável, muito
rija e fusível, prestando-se bem à moldagem. As proporções dos dois metais que entram na
composição da liga variam conforme o destino ou aplicação do bronze, sendo vulgar a adição
de pequenas quantidades de zinco e de chumbo.
A sua cor varia do vermelho amarelado ao branco, conforme o teor de cobre diminui. A sua
densidade varia de 7,3 a 8,8, e é tanto mais duro o bronze, quanto maior é a percentagem de
cobre. O bronze funde entre 900ºC e 950ºC. Dentro do âmbito desta liga existem ainda vários
subtipos de bronze, como é o caso do bronze de alumínio, de cor amarelado, muito duro,
maleável e de tenacidade superior ao ferro; o bronze fosforoso e o bronze silicioso, ambos de
características bastante parecidas, muito duros e tenazes; o bronze manganesífero, liga muito
dura e elástica.
125
Os Metais na Construção Civil
3.27.3. Alumínio
A importância destes elementos de adição pode ser ilustrada com o exemplo seguinte relativo
às características de resistência mecânica: enquanto que o alumínio não ligado apresenta um
limite de elasticidade compreendido entre 30 e 140 MPa e uma tensão de rotura entre 70 e
150 MPa, conforme foi mais ou menos endurecido por passagem à fieira, o alumínio
criteriosamente reforçado com certos metais é capaz de apresentar um limite de elasticidade
que pode ir até 600-650 MPa e uma tensão de rotura que pode atingir 650- 00 Mpa, ou mesmo
750 Mpa, isto é, valores 5 a 10 vezes mais elevados do que os do alumínio não ligado.
⇒ magnésio;
⇒ silício;
⇒ zinco;
⇒ cobre;
⇒ manganês;
⇒ etc;
126
Os Metais na Construção Civil
BIBLIOGRAFIA
[2] Arte e Construção, revista profissional da construção e dos novos materiais, nº108,
Janeiro/2000.
[3] Materiais de Construção I, Documento de apoio nº7, Aços, Instituto Superior Técnico,
1999/2000.
[6] Ramos Sequiro, Lda, Materiais de construção, Jornal do cliente, nº6, Março/1999.
127
Os Metais na Construção Civil
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Os Metais na Construção Civil
LÉXICO
A
Aço - Liga de ferro e de carbono, liquefeita, cujo conteúdo em carbono é inferior a 2,2% e que
adquire pela têmpera uma extrema dureza (aço temperado); reserva-se o nome de ferro ao
produto obtido no estado pastoso por afinação da fusão, propriamente, liga de ferro e de
carbono obtida por fusão, e que possui mais do que 2,2% de carbono. Segundo o teor de
carbono os aços podem ser:
¾ aços doces (ou macios) (0,05 a 0,35% de C), aços duros (0,35 a 0,85% de C),
¾ aços extra duros (0,95 a 2% de C).
O aço é caracterizado pela propriedade que possui de tomar-se duro, quebradiço, ou muito
elástico quando, depois de fortemente aquecido, se resfria bruscamente: constitui, então, o aço
temperado. Se a têmpera aumenta a dureza, essa têmpera diminui a maleabilidade dos aços,
tanto quanto maior for o seu conteúdo de carbono. A têmpera determina também uma grande
fragilidade; para tomar o aço um pouco menos quebradiço, leva-se de novo a uma temperatura
mais ou menos elevada (aço recozido).
Aço inox, aço Inoxidável - Grupo de aços com crómio e níquel, com percentagem de crómio
não inferior a 12%; muito utilizados pela elevada resistência à corrosão em cutelaria,
rolamentos, equipamentos para a indústria química, etc.
Alto Forno - Tipo de forno usado para obtenção de ferro fundido a partir de minério; é
constituído por uma torre forrada interiormente com tijolos refractários, que é carregado por
cima com minério, coque e calcário; a carga vai descendo lentamente contra uma corrente de
gases quentes redutores, originados pela injecção de ar quente perto do fundo da torre.
129
Os Metais na Construção Civil
Alumínio - Elemento, símbolo Al, de densidade 2,703 e ponto de fusão 659,8ºC; metal leve,
maleável, dúctil, e bom condutor do calor e da electricidade; molda-se com facilidade e pode
ser perfeitamente brunido e polido; forma ligas com certo número de metais.
Antimónio - Elemento, símbolo Sb, de densidade 6,71 e ponto de fusão 630ºC; metal branco
azulado; usado em muitas ligas.
Básico, processo – Método de fabrico de aço, no qual é usado um refractário básico; pode ser
o processo Bessemer ou o de soleira aberta.
Berílio - Elemento, símbolo Be, de densidade 1,86 e ponto de fusão 135ºC; metal duro e
branco obtido por electrólise; o seu uso é limitado pelo seu preço elevado; é usado nos
bronzes de berílio.
Bismuto – Elemento, símbolo Bi, de densidade 9,8 e ponto de fusão 271ºC; metal branco
acinzentado, quebradiço que se expande ao solidificar; utiliza-se em ligas de baixo ponto de
fusão usadas como soldas e fundentes.
Britânia – Liga de estanho, semelhante ao peltre; pode conter 90-95% de estanho, 4,5-9% de
antimónio, e 1% de cobre; é usada em trabalhos ornamentais.
130
Os Metais na Construção Civil
Cádmio - Elemento, símbolo Cd, de densidade 8,64 e ponto de fusão 321oC; metal maleável
branco azulado; usa-se em ligas, como material de revestimento de outros metais devido á sua
resistência à corrosão.
Caixilho - Estrutura a aplicar num vão, constituída por um aro fixo e por partes fixas ou
móveis, envidraçadas (total ou parcialmente), gradeadas, opacas ou com lâminas (igualmente
fixas ou móveis).
Cálcio - Elemento, símbolo Ca, de densidade 1,55 e ponto de fusão 810oc; metal alcalino-
terroso, maleável e brilhante.
Chumbo - Elemento, símbolo Pb, de densidade 11,35 e ponto de fusão 327,50ºC; metal
macio, cinzento, maleável; é muito usado sob a forma de folhas ou de tubos, no revestimento
de cabos, em acumuladores eléctricos e em muitas ligas, por exemplo solda, peltre, metal para
tipos.
131
Os Metais na Construção Civil
Clivagem - Propriedade que têm certos corpos minerais de se dividirem facilmente segundo
certos planos.
Cobalto - Elemento, símbolo Co, de 8,8 e ponto de fusão 1490ºC; metal branco semelhante
ao ferro, mas mais duro; é usado na produção de aços rápidos.
Cobre - Elemento, símbolo Cu, de densidade 8,86 e ponto de fusão aos 1083ºC; metal muito
dúctil e maleável de cor avermelhada; o seu principal minério é a Calcopirite a partir da qual
se obtém o «cobre negro», que é purificado por electrólise, produzindo o «cobre
electrolítico»; devido à sua alta condutividade é muito utilizado na indústria eléctrica; por ser
altamente resistente à corrosão, é usado em tubagens e contentores; é a base de muitas ligas
(latão, bronze, prata alemã, etc.).
Composto - Em sentido lato, uma substância contendo dois ou mais elementos combinados
em proporções ponderais definidas, independentemente do modo de preparação.
Crómio - Elemento, símbolo Cr, de densidade 7,19 e ponto de fusão 1903ºC; metal branco e
duro, muito resistente à oxidação; largamente utilizado na produção de aços inoxidáveis e
132
Os Metais na Construção Civil
como metal de revestimento, dada a sua grande resistência à oxidação; a maior parte dos seus
compostos é vivamente colorida e vários deles são utilizados como pigmentos.
Dúctil - Que pode ser comprimido ou estirado sem se partir, elástico; flexível; diz-se dos
metais de que se podem fazer fios.
Elasticidade - Propriedade dos materiais que lhes permite retomarem a forma primitiva
depois de deixarem actuar as forças que provocaram a sua deformação.
Electrólise - Decomposição química de uma substância por passagem através dela de uma
corrente eléctrica, quer quando dissolvida, quer no estado fundido.
133
Os Metais na Construção Civil
Estampagem - Pedaço de metal, por deformação plástica a frio com auxílio de matrizes, a
fim de dar-lhe forma e dimensões determinadas, muito perto das da peça tipo.
Estanho - Elemento, símbolo Sn, de densidade 7,3 e ponto de fusão 232ºC; metal cinzento
dúctil, maleável e pouco resistente; resiste bem à corrosão em circunstâncias normais e é por
isso largamente utilizado no revestimento de chapa de aço e em muitas ligas; das numerosas
ligas de estanho, consideremos as seguintes: solda de alumínio (estanho 70%, zinco 25%,
alumínio 3%, com cobre e antimónio), metal anti fricção (estanho 75%, antimónio 12,5%,
cobre 12.5), britânia (estanho 90%, antimónio 4-9% e cobre), bronze (estanho 5-10% e
cobre), peltre (estanho 75%, chumbo 25), solda (estanho 50%,chumbo 50%), metal de tipo
(estanho 2-12%, antimónio 10-12% e chumbo).
Estiragem - Operação para fazer com que uma barra ou um tubo de dimensões determinadas
alcance, pela passagem a frio por uma fieira, maior comprimento e secção mais reduzida.
Extrusão - Expulsão violenta; processo através do qual são obtidos os perfis, que consiste
basicamente em forçar a salda de um bloco cilíndrico de alumínio - o billet - através de uma
parede furada - a matriz - com o desenho do perfil, sob a acção de uma poderosa força de
pressão - o pistão.
Ferro - Elemento, símbolo Fe, de densidade 7,87 e ponto de fusão 1535ºC; metal cinzento, é
a base de numerosos aços; ocorre na magnetite, hematite, siderite, limonite e pirite; o ferro é
isolado por redução do minério pelo coque num alto-forno, obtendo-se ferro-gusa com alto
teor de carbono e outras impurezas; este pode voltar a ser aquecido e despejado em moldes,
para a obtenção de peças de ferro fundido ou pode ser convertido em aços pelos processos de
Bessemer ou Siemens-Martin, por oxidação de grande parte do carbono e outros elementos
presentes na gusa.
Ferro forjado - Ferro contendo apenas pequenas quantidades de outros elementos, excepto
algumas partículas de escória alinhadas, produzidas pela refinação de ferro-gusa; é duro,
resistente ao choque e à corrosão e pode ser forjado a quente e batido frio.
134
Os Metais na Construção Civil
Ferrugem - Corrosão do ferro por acção combinada do oxigénio, ácido carbónico e água.
Fieira - Peça de aço para esticar o metal e transformá-lo em fio de uma secção limitada.
Forjar - Dar, por meio do fogo e do martelo, a um metal quente e ainda maleável, uma forma
aproximativa ou definitiva.
Forjagem - Dar, por meio do fogo e do martelo, a um metal quente e ainda maleável, uma
forma aproximativa ou definitiva.
Fresa - Ferramenta de corte múltiplo utilizada nas fresadoras, para desbastar, entalhar ou
perfurar peças de madeira ou metálicas.
Fresagem - Operação realizada com uma fresadora. A peça avança rectilineamente e é a fresa
que, mediante um movimento giratório de velocidade variável, arranca as aparas de modo a
conseguir o desbaste, recorte ou entalhe.
135
Os Metais na Construção Civil
Gusa - Forma impura de ferro obtido directamente mediante fusão redutora de minério de
ferro com coque ou carvão de madeira num alto-forno; o ferro fundido é uma gusa que voltou
a ser fundida e novamente lançada em moldes numa fundição (gusa de segunda fundição).
Irídio - Elemento do grupo da platina, símbolo Ir, de densidade 22,4 e ponto de fusão 2443ºC;
metal raro cinzento de aço, duro, quebradiço, muito resistente ao ataque químico; é usado sob
a forma de liga com platina e ósmio.
Janela - Caixilho, geralmente envidraçado, com uma ou mais folhas servindo para iluminar e
ventilar os edifícios.
Joule, efeito de - Libertação de calor num condutor por onde circula uma corrente eléctrica.
136
Os Metais na Construção Civil
Latão - Grande grupo de ligas baseadas no cobre e zinco; até 35% de zinco obtêm-se latões
trabalháveis a frio e latões alfa; 40-42% de zinco origina latões próprios pare a extrusão a
quente.
Liga - Associação de metais, ou de um metal e um não metal, como por exemplo grafite no
ferro fundido; a associação pode envolver formação de compostos, solução sólida, mistura
heterogénea ou qualquer combinação destas.
Magnésio - Elemento, símbolo Mg, de densidade 1,77 e ponto de fusão 651ºC; metal
alcalino-terroso leve e branco; o metal é usado em ligas metálicas leves e resistentes para a
indústria aeronáutica, em misturas pirotécnicas e alguns dos seus compostos em medicina.
Manganésio - Elemento, símbolo Mn, de densidade 7,21 e ponto de fusão 1244ºC; metal
cinzento duro e quebradiço; usado em ligas, por exemplo bronze para hélices de navios, aço
para maquinaria de britar e manganina, ferromanganésio e spiegeleisen.
Mercúrio - Elemento, símbolo Hg, de densidade 13,6 e ponto de fusão 38,90ºC e ponto de
ebulição 356,90ºC; metal branco, liquido às temperaturas normais.
Metal - Designação dada a certos elementos caracterizados pelo brilho, boa condutividade
térmica e eléctrica, maleabilidade e ductilidade, densidade em geral elevada, e por produzirem
catiões em reacções químicas; o termo não é rigoroso pois alguns metais não apresentam estas
propriedades.
137
Os Metais na Construção Civil
Metal nobre - Metal relativamente pouco reactivo que resiste á oxidação atmosférica e resiste
ao ataque de agentes corrosivos, como ácidos; por exemplo, platina, ouro, cobre.
Metalóide - Elemento com algumas das propriedades, quer dos metais, quer dos não metais,
por exemplo arsénio, antimónio.
Molibdénio - Elemento, símbolo Mo, de densidade 10,2 e ponto de fusão 2620ºC; é dúctil,
branco e ocorre naturalmente sob a forma de sulfureto; o metal é usado na produção de aços e
devido ao seu elevado ponto de fusão, em peças e revestimentos sujeitos a altas temperaturas.
Níquel - Elemento, símbolo Ni, de densidade 8,9 e ponto de fusão a 2500ºC; metal branco
resistente à corrosão, de propriedades mecânicas semelhantes às do ferro; o seu principal
minério é um sulfureto complexo, e é usado no fabrico de moedas, em revestimentos
(niquelagem), como catalizador na hidrogenação dos óleos e em munas ligas, como o aço
inoxidável.
Ouro - Elemento, símbolo Au, de densidade 19,43 e de ponto de fusão 1062ºC; metal
amarelo maleável que ocorre no estado nativo habitualmente; é extraído pelos processos de
amalgação ou do cianeto; é o mais dúctil dos metais, podendo bater-se até formar folhas
transparentes de 0,0001 mm de espessura; endurecido por adição de cobre ou prata, é
utilizado na produção de moedas, jóias, na indústria electrónica e em odontologia.
138
Os Metais na Construção Civil
Paládio - Elemento do grupo da platina, símbolo Pd. de densidade 11,6 e ponto de fusão
1555ºC; metal branco, semelhante à platina em muitas das suas propriedades; a liga com ouro
é usada em joalharias (ouro branco).
Peito - Parte inferior horizontal de um vão de janela. (Nome também dado à travessa inferior
do aro).
Pirite - Minério importante de enxofre e ferro, FeS2; pirite de cobre; ver calcopirite.
Platina - Elemento, símbolo Pt; de densidade 21,4 e de ponto de fusão 1773ºC; metal branco
dúctil e maleável, extremamente resistente aos ataques químicos e por isso utilizado em
aparelhagem laboratorial e em electroquímica; é um catalisador industrial de grande
importância; em ligas é utilizado em odontologia e em joalharia
Porta - Caixilho envidraçado ou não, com uma ou mais folhas, destinando-se, quando
fechado a impedir o acesso.
Potássio - Elemento, símbolo K, de densidade 0,86 e de ponto de fusão 63,7ºC, metal alcalino
branco, muito maleável e reactivo, que decompõe violentamente a água; elemento muito
distribuído pela crosta terrestre.
Prata - Elemento, símbolo Ag, de densidade 10,49 e ponto de fusão 960,8ºC; metal branco
muito maleável, dúctil e brando; é excelente condutor de calor e da electricidade; encontra-se
nativa e sob a forma de cloreto e sulfureto; é utilizada em joalharia, cunhagem e no
revestimento de outros metais.
Rebite - Haste de ferro ou aço com uma cabeça num dos extremos e dobrada no outro para
ligar várias peças entre si.
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Os Metais na Construção Civil
Refractária - Diz-se de uma substância que não é danificada por altas temperaturas, e pode
por isso ser utilizada para revestimento interior de fomos, por exemplo sílica, dolomite,
alumínia.
Ródio - Elemento, símbolo Rh, de densidade 12,42 e ponto de fusão 1966ºC; metal branco
duro semelhante à platina; as suas ligas com platina são utilizadas em termopares, pode ser
electricamente depositado sobre prata para produzir um acabamento que não perde o brilho;
dá um brilho metálico às cerâmicas vidradas.
Ruténio - Elemento do grupo da platina, símbolo Ru, de densidade 12,43 e ponto de fusão
2500ºC; metal raro, branco, quebradiço e duro que é usado como catalisador.
Siderite - Mineral, quimicamente carbonato ferroso, FeCO3; ocorre como argila ferruginosa;
um mineral importante de ferro.
Silício - Elemento, símbolo Si02, de densidade 2,39 e de ponto de fusão 1414ºC; não metal
semelhante ao carbono nas suas reacções químicas; os seus compostos, por exemplo sílica e
silicatos, formam grande parte dos minerais da crosta terrestre.
140
Os Metais na Construção Civil
Zinco - Elemento, símbolo Zn, de densidade 7,1 e ponto de fusão 419,4ºC. Metal cinzento e
duro que se encontra na blenda ZnS, e na calamina ZnCO3, a partir dos quais é obtido por
conversão no óxido, que é então reduzido pelo carbono; o metal impuro que assim se obtém é
muito usado como revestimento protector (galvanização) é em ligas como o latão. Os
compostos de zinco são largamente utilizados e, tratamento de materiais para os tomar
incombustíveis, na preservação da madeira, como pigmentos, em cirurgia dental e em
farmacologia.
141
Os Metais na Construção Civil
A tecnologia do aço confere aos arquitectos total liberdade criadora, permitindo a elaboração
de projectos arrojados e de expressão arquitectónica marcante.
As secções dos pilares e das vigas de aço são substancialmente mais esbeltas do que as
equivalentes em concreto, resultando em melhor aproveitamento do espaço interno e aumento
da área útil, factores muito importantes, principalmente em garagens.
C. Flexibilidade
142
Os Metais na Construção Civil
pode levar a uma redução de até 40% no tempo de execução quando comparado com os
processos convencionais.
Por serem mais leves, as estruturas metálicas podem reduzir em até 30% o custo das
fundações.
H. Garantia de qualidade
A fabricação de uma estrutura metálica ocorre dentro de uma indústria e conta com mão-de-
obra altamente qualificada, o que dá ao cliente a garantia de uma obra com qualidade superior
devido ao rígido controle existente durante todo o processo industrial.
I. Antecipação do ganho
L. Precisão construtiva
143
Os Metais na Construção Civil
M. Reciclabilidade
O aço é 100% reciclável e as estruturas podem ser desmontadas e reaproveitadas com menor
geração de desperdícios.
O.1. Corte
Os aços para a construção civil podem ser facilmente cortados através de processos usuais,
sejam térmicos (oxi-propano, oxi-acetileno, plasma ou laser) ou mecânicos (guilhotina ou
tesoura). Quando é utilizado o processo de corte térmico em chapas de até 50 mm de
espessura, não há necessidade de pré-aquecimento do material. O processo de corte mecânico
é usual para chapas de espessuras não muito superiores a 6,30 mm, mas em casos especiais
pode ser realizado em chapas com até 12,50 mm.
Os aços para a construção civil com espessura até 12,50 mm podem ser conformados a frio
em equipamentos convencionais, tanto para operações de dobragem como calandragem. Para
chapas com espessuras acima de 12,50 mm, a conformação a
frio não é recomendada. No entanto, a conformação é possível
em condições especiais e utilizando-se grandes raios de
dobragem.
144
Os Metais na Construção Civil
apresentam raios de dobragem maiores quando comparado com aços estruturais de menor
resistência. Os diâmetros internos mínimos para dobragem (transversal à direcção de
laminagem) são: para espessuras até 6,30 mm, o diâmetro mínimo interno de dobragem
recomendado é quatro vezes a espessura do material. Para espessuras de chapa entre 6,30 mm
e 12,50 mm o diâmetro interno mínimo recomendado é seis vezes a espessura do material.
Para chapas com espessura acima de 12,50 mm a conformação, quando necessária, deverá ser
feita à quente controlando-se a temperatura de aquecimento para que não ultrapasse a 900°C.
Pode-se obter um maior controlo de qualidade nas ligações de estruturas metálicas do que em
quaisquer outras. Não só porque podem ser executadas, em sua maioria, em fábrica, e
posteriormente montadas no local da obra, como os próprios materiais e acessórios utilizados
tem rigoroso controlo de produção. São do tipo de ligação ideal para união de peças com
geometria complicada.
145
Os Metais na Construção Civil
Pregos
Fabricam-se, forjando primeiro o pé e depois a cabeça. Também se fazem pregos por corte em
chama obtendo-se de forma quadrada, uma das pontas dobra-se, fazendo de cabeça, e a outra
aguça-se ou corta-se a bisel. O material pode ser ferro macio, cobre, latão, ou bronze. Crava-
se e arranca-se facilmente, e adere ao material que une.
Outro tipo de pregos são as pontas de Paris em que o pé é cilíndrico e que se fabricam com
arame estirado e empregando máquinas automáticas, que lhes dão forma definitiva.
Quando as pontas vão ser empregues em sítios húmidos fazem-se de ferro galvanizado ou de
cobre para evitar a sua oxidação.
Parafusos
São formados por um pé cilíndrico ou cónico em filete em quase todo o seu comprimento
terminando por um extremo em cabeça e no outro está roscado. Quando o parafuso não tem
cabeça e o pé está todo em filete, em sentidos diferentes em cada extremo, chama-se parafuso
prisioneiro.
Os parafusos para madeira têm o pé cilindro, junto à cabeça, e depois cónico em filete com a
forma da chamada rosca de lima.
146
Os Metais na Construção Civil
A cabeça destes parafusos é geralmente quadrada e por vezes também se fabricam com
cabeça plano-troncocónica, para ficar embutida ou semi-esférica, e estão providos de uma
ranhura para sua colocação.
Geralmente fazem-se de aço macio ou latão existindo hoje já parafusos de aço duro –
parafusos de alta resistência.
Rebites
Estes elementos de ligação entram sob pressão após prévio aquecimento, sendo rematados na
face contrária por percussão.
Perfis Estruturais
O aço pode ser laminado a quente ou a frio. Por vezes é laminado a quente e depois a frio,
originando barras e chapas de espessura mais uniforme e melhor acabamento. Na laminagem
a frio aumenta-se a resistência à rotura, mas perde-se a ductilidade.
147
Os Metais na Construção Civil
As vigas em I, U e T são usadas com uma função estrutural, devido ao seu momento de
inércia (resistência a esforços transversos). Os perfis mais pequenos são usados para resistir à
tracção, e as chapas mais finas como revestimento, tanto de pavimento como de cobertura. As
dimensões destes elementos são variáveis e escolhem-se consoante as necessidades.
As vigas em I são as mais usadas, podendo suportar lajes de betão em cima do banzo
(extremidades paralelas e planas), ou do lado da alma (parte central).
148
Os Metais na Construção Civil
149
Os Metais na Construção Civil
As chapas de aço podem ser produzidas por laminagem a quente (apresentam película de
laminagem) ou a frio (acabamento lustroso, com camada de óleo para evitar ferrugem). As
chapas até 1,52 mm de espessura apresentam problemas na soldadura; daí que na construção
seja aconselhado o uso de chapas com espessura superior à referida.
As placas de aço têm espessuras iguais ou superiores a 5 mm e são laminadas a quente. Tipos
especiais destas redes mais finas recebem estuques, gessos e isolamentos, funcionando como
esqueletos de divisórias.
Os tubos são usados em pilares e outras finalidades estruturais (andaimes, por exemplo), além
da sua utilização principal que é a de conduzir líquido. Os tubos – redondos, quadrados e
rectangulares – são frequentemente empregues em armações e estruturas leves. Há a
considerar tubos com costura de solda contínua ao longo do seu comprimento e tubos sem
costura, estes mais caros. As tubagens de ferro disponíveis são as de ferro preto e as de ferro
galvanizado.
Tubos ARMCO são um material em ferro galvanizado ondulado destinado a servir de cerca
em aquedutos e drifts. A chapa de pequena espessura é altamente flexível comportando-se
com eficiência em relação à pressão do terreno uniformemente exercida ao longo da
circunferência do tubo.
Existem diâmetros deste material variando dos 200cm até aos 2,50m podendo a sua secção
não ser circular mas abaulada.
Mas o uso de aço (carbono ou em liga) na geometria de tubo é tão diversificado que seria
difícil esgotar todas as suas aplicações. Cite-se, por exemplo, o uso em estruturas provisórias,
como prumos, escoras e elementos de andaimes, com tradição intensa em construção civil.
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Os Metais na Construção Civil
A caracterização dos varões para betão armado é dada por determinadas propriedades
determinadas em ensaios de tracção como sejam:
151
Os Metais na Construção Civil
A circunstância de se estar a analisar o caso específico dos varões obriga a pensar noutra
característica que é a do estado da superfície dos varões. Assim para além das “classes” dos
varões definidas pela capacidade de resistência à tracção que apresentam, existem “tipos” de
configuração das superfícies.
A superfície pode ser lisa ou rugosa, correspondendo a primeira a uma superfície sem
rugosidades aparentes e a segunda, a uma superfície em que existem reentrâncias, superfície
denteada, ou saliências, superfície nervurada.
Os varões nervurados são os mais utilizados, pois os denteados conferem melhor aderência ao
betão.
As nervuras podem ser contínuas ou descontínuas e podem ser de altura constante ou variável.
Existe vulgarização na fabricação de varões de tipo rugoso porquanto eles poderão suprimir
os ganchos e diminuir os comprimentos de amarração nas peças de betão armado.
σad (fsyd) = 204 MPa; σc (fsyk) = 235 MPa; σr (fsuk) = 360 MPa; εr (εsuk) = 24%
152
Os Metais na Construção Civil
Nota: é de referir que estes valores são mínimos a exigir por regulamento.
A partir de varões lisos A235, por endurecimento a frio por torção temos o A400 EL, se o
A235 for nervurado obtemos o A400 ER. Os varões de classe A400 são de uma maneira geral
nervurados. Admite-se contudo que possam ser lisos se forem endurecidos a frio por torção
(EL). Sendo laminados a quente tem a designação NL ou NR, conforme forem ou não
nervurados (rugosos). São dentro dos varões de alta resistência aqueles que geralmente têm
mais utilização.
σad (fsyd) = 348 MPa; σc (fsyk) = 400 MPa; σr (fsuk) = 460 MPa; εr (εsuk) = 12 a 14%
Resumindo:
σc σr εr
A235 235 MPa 360 MPa 22%
A400 400 MPa 460 MPa 12 a 14%
A500 500 MPa 550 MPa 10 a 12%
153
Os Metais na Construção Civil
As lajes têm normalmente uma malha de varões de aço, em dois sentidos, sendo esses varões,
usualmente, de pequeno diâmetro. Hoje em dia já não se utiliza aço macio, podendo recorrer-
se a rede pré-fabricada do tipo Malhasol.
Os aços A500 podem ser obtidos por simples torção de varões da classe A400 ou tratados
logo diferenciadamente a partir da matéria-prima. São constituídas por varões de pequeno
diâmetro, obtidos de varões de aço macio de qualidade especial por trefilagem: os varões são
dispostos em malha ortogonal e ligados por soldadura eléctrica.
Numa peça de betão armado, suponhamos que o betão só pode acompanhar o alongamento do
aço até cerca de 180 MPa. Assim se utilizarmos um A235, se for bem projectado não fissura o
betão pois σad do A235 é 140 MPa < 180 MPa. Se utilizarmos um A400, podemos esforça-lo
além de 180 MPa , mas vai acontecer que o betão abre fissuras o que é natural e vulgar.
De notar, de qualquer modo, que existem já aços de classes superiores, para perfis metálicos,
com valores de resistência característica à tracção na casa dos 900/1000 MPa.
O varão de aço usado na fabricação das armaduras “Malhasol” provém de um fio de máquina
de elevada qualidade, do qual, através de um adequado processo de trefilagem a frio, são
obtidos varões de diversos diâmetros com as necessárias características de aços de alta
resistência, enquanto uma elevada ductilidade é assegurada pela alta qualidade do aço
empregado.
154
Os Metais na Construção Civil
155
Os Metais na Construção Civil
No entanto, e mesmo que o equilíbrio da viga, em termos estáticos, esteja garantido pela
presença dos varões de aço, há um problema de possível fissuração do betão. As fissuras têm
de ser limitadas a um dado valor conforme o local em que estão situadas.
A isto acresce que as deformações (flechas) são menores devido ao efeito dos cabos de pré-
esforço, bem coo se pode aproveitar melhor a resistência do betão à compressão.
Em estaleiros os cabos são fios (arames) individuais. Em grandes obras, para grandes vãos
(pontes, por exemplo), utilizam-se cabos formados por fios entrelaçados (um cabo com 12
arames de diâmetro 7 mm podem dar uma força de pré-esforço de 40t).
156
Os Metais na Construção Civil
A maioria dos fios e varões para pré-esforço obtêm-se a partir da laminagem a quente
(1200ºC) dum lingote de aço cuja composição recomendada é a seguinte:
Min. Max
C 0,58 0,88
Mn 0,50 0,90
Si 0,15 0,40
P - 0,04
S - 0,045
O aço para este tipo de estruturas é importante e são aços de alta resistência, isto é, aços cujo
limite convencional de proporcionalidade a 0,2% seja igual ou superior a 900 MPa .
A partir do aço, e depois de laminado, obtemos o chamado fio-máquina bruto. Muitas vezes
este fio-máquina é utilizado tal qual se fabrica directamente nas estruturas, mas não é essa a
forma que traz mais vantagens. Este fio tem uma tensão de rotura de 950 a 1000 MPa.
157
Os Metais na Construção Civil
A maior vantagem dos fios trefilados relativamente aos laminados reside na sua resistência à
corrosão, em consequência da superfície ficar muito lisa e com grande dureza.
Esta operação de trefilagem, quer-se sem rotura, sendo para isto o aço decapado em H2SO4,
após o que sofre uma calagem (em cal) para lhe dar ductilidade.
Para lhe dar uma maior amplitude da zona elástica (linha 2 do gráfico) faz-se o chamado
“stress-relieving”, que consiste no aquecimento lento das armaduras, durante tempo breve a
cerca de 400ºC, o que se traduz num aumento do limite elástico (cerca de 20%), da tensão de
rotura (cerca de 5%) e da ductilidade.
Podemos, ainda, obter a partir deste o aço estabilizado por tracção, ou seja estiramento a
quente (65% da tensão de rotura a uma temperatura de 400ºC). Este tratamento destina-se a
reduzir a relaxação. Estes arames são utilizados individualmente em vigotas ou são reunidos
em cabos.
158
Os Metais na Construção Civil
Na realidade, as estruturas metálicas vem ampliando a sua utilização num vasto segmento da
construção, já atingindo nos países industrializados uma tecnologia altamente consolidada
nesse campo. A boa performance construtiva destaca-se na gama de aplicações da figura 67.
Terminais portuários.
Indústria pesada.
Como referência, citem-se os pesos estimados por tipo de edificação para a elaboração de
estimativas de custo, pois é necessário se conhecer o peso da estrutura metálica.
Apresentamos, a seguir, para efeito ilustrativo, uma tabela com o seu peso estimado em
função dos diversos tipos de construção.
159
Os Metais na Construção Civil
TIPO DE
PESO (kg/m2)
EDIFICAÇÃO
4 a 12 pavimentos 40 a 50
> 12 pavimentos 45 a 60
Residências 20 a 70
Shopping Center 50 a 55
160
Os Metais na Construção Civil
As ligas não ferrosas possuem vantagens devido aos inerentes mecanismos de endurecimento.
Dependendo das características do material base, uma enorme gama de propriedades podem
ser obtidas incluindo resistência, baixa densidade, etc..
Alumínio
161
Os Metais na Construção Civil
Baux, ao Sul da França, por Berthier. Naquela época, o alumínio ainda não era conhecido,
pois só foi isolado em 1825 pelo químico Oersted. A primeira obtenção industrial do alumínio
por via química foi realizada por Sainte-Claire Deville, em 06/02/1854.
O processo químico inicial utilizado por Deville - usando cloreto duplo de alumínio e sódio
fundido, reduzindo-o com sódio - foi substituído com sucesso pelo processo electrolítico por
meio de corrente eléctrica, descoberto por Paul Louis Toussaint Heroult (Normandia-França)
e Charles Martin Hall (Ohio-Estados Unidos). Heroult e Hall, sem se conhecerem, inventaram
ao mesmo tempo o procedimento de que marcou o início da produção do alumínio.
Acredita-se que o alumínio tenha se formado através de sucessivas colisões dos átomos de
hidrogénio em altas temperaturas e fortes pressões durante o nascimento do sistema solar.
Mas a história do alumínio, como hoje o conhecemos, é recente. Ele surgiu quando a Alcoa
nasceu, em 1886, com o primeiro processo de transformação do alumínio em quantidade.
Há mais de 7 mil anos, os ceramistas da Pérsia faziam seus vasos de um tipo de barro
contendo óxido de alumínio – o que hoje conhecemos como alumínia. Trinta séculos depois,
os egípcios e babilónicos usavam outro tipo de alumínio em suas fábricas de cosméticos e
produtos medicinais. Até então, ninguém sabia sobre o alumínio. Ninguém tinha visto. Apesar
de ser o mais abundante metal na crosta terrestre, ele não se encontrava naturalmente na
forma de metal.
Outros melhoraram seu processo até 1869, quando 2 toneladas de alumínio foram produzidas.
Isso baixou seu custo de $545 para $17 o grama, quase o mesmo valor da prata. Um preço
razoável, tanto é que serviu para ornar a mesa da Corte Francesa, a coroa do rei da Dinamarca
e a capa do Monumento de Washington.
Mas foi preciso uma grande quantidade, por um preço de produção muito baixo, para colocar
o alumínio como um metal de primeira categoria. É aí que a Alcoa começou, em 1886.
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Os Metais na Construção Civil
Em meados de 1880, o alumínio era um metal semiprecioso, mais raro que a prata. Na
Oberlin College de Ohio, o professor Frank Jewett mostrou a seus estudantes de Química um
pequeno pedaço de alumínio e disse a eles que quem conseguisse descobrir um modo
económico de se obter este metal ficaria rico.
Um de seus estudantes, Charles Martin Hall, já vinha fazendo ensaios com minérios desde os
12 anos de idade, num laboratório improvisado. Depois de formado, continuou seus ensaios.
Aprendeu como fazer óxido de alumínio – alumínia. Em 1886, ele colocou num recipiente um
banho de criolita contendo alumínia e passou uma corrente eléctrica. O resultado foi uma
massa congelada que ele trabalhou com martelo.
E então, várias partículas de puro alumínio se formaram, dando origem a um dos metais mais
usados pela indústria na história.
O alumínio não ocorre isolado na crosta terrestre e sua obtenção depende de etapas de
processamento até chegar ao seu estado metálico. Para que a produção do alumínio seja
economicamente viável, é preciso que os minérios geradores de alumínio - sendo a bauxite o
principal - contenham, no mínimo, 30% de alumínia.
Neste processo, o alumínio se deposita no fundo da cuba, sendo extraído por sucção para
cadinhos, que transferem o metal líquido à fundição para a obtenção do alumínio primário. Na
forma de lingotes, vergalhões, placas e tarugos, o alumínio está pronto para a transformação
em indústrias que atendem diversos sectores.
Refinaria
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Os Metais na Construção Civil
A obtenção de alumínia se dá por um processo que pode ser resumido em um circuito básico
simples:
Redução
A voltagem de cada uma das cubas, ligadas em série, varia de 4 a 5 volts, dos quais apenas
1,6 volts são necessários para a electrólise propriamente dita. A diferença de voltagem é a
necessária para vencer resistências do circuito e gerar calor para manter o electrólito em
fusão.
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Os Metais na Construção Civil
O processo de produção de alumínio é composto por uma série de reações químicas. Até
mesmo a bauxite - minério do qual se extrai a alumínia e o alumínio - é formado por uma
reacção química natural, causada pela infiltração de água em rochas alcalinas que entram em
decomposição e adquirem uma nova constituição química. A bauxite encontra-se próxima à
superfície, em uma espessura média de 4,5 metros, o que possibilita a sua extracção a céu
aberto com a utilização de retro escavadeiras.
Porém, antes de se iniciar a manutenção, alguns cuidados precisam ser tomados para se
proteger o meio ambiente. A terra fértil acumulada sobre as jazidas é removida juntamente
com a vegetação e reservada para um futuro trabalho de recomposição do terreno, após a
extração do minério.
Depois de minerada, a bauxite é transportada para a fábrica, onde chega em seu estado
natural, com impurezas que precisam ser eliminadas. E aí se inicia a primeira reacção química
da série que vai viabilizar a obtenção da alumínia e do alumínio. A bauxite é moída e
misturada a uma solução de soda cáustica que a transforma em pasta. Aquecida sobre pressão
e recebendo nova adição de soda cáustica, esta pasta se dissolve formando uma solução que
passa por processos de sedimentação e filtragem que eliminam todas as impurezas.
Esta solução, livre de todas as impurezas, esta pronta para que dela se extraia apenas a
alumínia. Isso é feito, mais uma vez, através de uma reacção química. Em equipamentos
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Os Metais na Construção Civil
Quando se fala em reciclagem do alumínio, a primeira coisa que vem à cabeça são as latas de
alumínio. Também não é para menos. Hoje, duas de cada três latas de alumínio são recicladas.
É mais do que qualquer outro recipiente de bebidas (plástico, vidro ou ferro). O ato de reciclar
latas usadas começou em 1968, na Califórnia. Por volta do ano 2000, as indústrias pretendem
coletar 75% das 50 bilhões de latas jogadas fora por ano. Mas não só as latas são recicladas.
Mais de 85% do alumínio de automóveis é recuperado, e entre 60% e 70% do alumínio usado
em novos veículos é feito de material reciclado.
Produtos de alumínio são ideais para reciclagem porque é muito mais barato reaproveitá-los
do que fazer alumínio novo do minério de bauxite. A reciclagem requer menos de 5% da
energia usada para fazer alumínio. Para se ter uma ideia, 20 latas recicladas podem ser feitas
com a energia necessária para produzir uma lata usando minério virgem. Reciclando uma lata
de alumínio, economizamos energia para manter uma lâmpada de 100 W acesa durante 3
horas e meia ou deixar a televisão ligada por três horas.
A indústria do alumínio economiza energia necessária para gerar cerca de 7.5 quilowatt/hora
de electricidade. Além disso, o processo de reciclagem economiza etapas: a matéria é
simplesmente derretida e moldada novamente, eliminando a extracção, refino e redução. A
reciclagem também poupa tempo e dinheiro. Derreter latas usadas de alumínio demora metade
do tempo e tem 1/10 dos custos de mineração e refino do minério, reduzindo a dependência
de importação de bauxite.
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Os Metais na Construção Civil
A reciclagem de latas também tem um importante papel social. Cria novos empregos em
centros de reciclagem, empresas de alumínio, transporte e empresas que dão suporte à
indústria do alumínio.
Ciclo do ALUMÍNIO:
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Os Metais na Construção Civil
Antes da última grande guerra era muito pouco utilizado, devido a várias razões, entre as
quais: o seu elevado custo e dificuldade de fabrico. Vinda a guerra, a necessidade de arranjar
um material que substituísse o aço, considerado de interesse estratégico, a diminuição do
preço da energia eléctrica, e as exigências dum material leve e resistente para aviões, levaram
a um grande desenvolvimento das técnicas de fabrico do alumínio, que começou a ser
produzido mais barato, e a ser muito usado em vários campos.
Além de leve, o alumínio tem uma atraente coloração prateada e é resistente à água das
chuvas e à corrosão atmosférica.
Quando se fala de perfis de alumínio, trata-se geralmente de ligas de alumínio que contém
alumínio, magnésio e silício. Há contudo outros elementos que aparecem (Cu, Mn, Zn, Ni, Cr,
etc.).
O alumínio puro é um material muito mole e fraco não sendo usado directamente na
construção. As ligas de alumínio contudo podem apresentar resistências superiores às do aço
macio.
O alumínio tem uma propriedade que os aços não apresentam, que é a sua elevada resistência
química. Esta resistência à corrosão química é obtida através da anodização.
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Os Metais na Construção Civil
• Os perfis de alumínio são sempre mais complexos e mais complicados, isto para
conferir rigidez à estrutura, para não se deformar;
• A corrosão de natureza electrolítica, por exemplo o contacto do alumínio com o
ferro, directamente, produz furos no primeiro metal;
• Nas ligações.
O alumínio oferece grandes vantagens: tem grande resistência à corrosão, tem grande poder
de irradiação do calor o que dá muito boas propriedades isolantes. Isto tem importância, e por
exemplo os reservatórios de combustível costumam ser pintados exteriormente com alumínio
pulverizado. Reduz-se assim as perdas por evaporação.
As Aplicações do Alumínio
Perfis extrudados
Chapas e laminados
Folhas
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Os Metais na Construção Civil
Fios e Cabos
Fundidos e Forjados
Pastas e pó
Alumínias especiais
Os Atributos do Alumínio
Material leve, durável e bonito, o alumínio é um dos metais mais versáteis em termos de
aplicação, o que garante sua presença em uma grande diversidade de indústrias e segmentos.
Produtos que utilizam o alumínio ganham também competitividade, em função dos inúmeros
atributos que este metal incorpora, como você pode conferir a seguir:
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Os Metais na Construção Civil
Alumínio anodizado
Alumínio lacado
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Os Metais na Construção Civil
Cobre
História do Cobre
O cobre foi o primeiro metal usado pelo homem. Acredita-se que por
volta de 13.000 a.C. foi encontrado na superfície da Terra em forma de
"cobre nativo ", o metal puro em seu estado metálico. Usado
inicialmente, como substituto da pedra como ferramenta de trabalho,
armas e objecto de decoração, o cobre tornou-se, pela sua resistência,
uma descoberta fundamental na história da evolução humana.
Os Romanos designaram o cobre com o nome de "Aes Cyprium", o Metal de Cyprus, já que a
Ilha de Cyprus ( Chipre ) foi uma das primeiras fontes do metal. Com o tempo, o nome se
transformou em Cyprium e depois em Cuprum, originando o símbolo
químico"Cu".
Através dos séculos, o cobre foi identificado pelo símbolo , que é uma
forma modificada do antigo hierógrafo usado pelos antigos egípcios para
representar a vida eterna. O facto de se ter encontrado objectos de cobre tão
antigos em diversos lugares do mundo é prova das propriedades únicas do
metal: durabilidade, resistência à corrosão, maleabilidade, ductilidade
e fácil manejo.
Apesar de sua antiguidade, o Cobre manteve, aliado aos metais mais novos, um papel
predominante na evolução da humanidade, sendo utilizado em todas as fases das revoluções
tecnológicas pelas quais o ser humano já passou.
As minas de cobre mais importantes do mundo, estão localizadas no Chile, Estados Unidos,
Canadá, Rússia e Zâmbia.
Metalurgia
As minas de cobre são classificadas de acordo com o sistema
de exploração: Minas à Céu Aberto são aquelas cujo mineral se
encontra próximo da superfície e Minas Subterrâneas, aquelas
em que o mineral se encontra em profundidade, necessitando de
explosivos para sua extracção.
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Os Metais na Construção Civil
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Os Metais na Construção Civil
O cobre é normalmente usado em sua forma pura, mas também pode ser combinado com
outros metais para produzir uma enorme variedade de ligas.
Cada elemento adicionado ao cobre permite obter ligas com diferentes características tais
como: maior dureza, resistência a corrosão, resistência mecânica, usinabilidade ou até para
obter uma cor especial para combinar com certas aplicações.
Cobre e Zinco
Esta combinação pertence ao grupo dos latões e o conteúdo de zinco varia
de 5% a 45%. Esta liga é utilizada em moedas, medalhas, bijuterias,
radiadores de automóvel, ferragens, cartuchos, diversos componentes
estampados e conformados etc.
Cobre e Estanho
A combinação destes metais forma o grupo dos bronzes e o conteúdo de estanho pode chegar
a 20%. É utilizado em tubos flexíveis, torneiras, varetas de soldagem, válvulas, buchas,
engrenagens etc.
Cobre e Alumínio
Esta liga normalmente contém mais de 10% de alumínio. É utilizada em peças para
embarcações, permutadores de calor, evaporadores, soluções ácidas ou salinas etc.
Cobre e Níquel
Esta liga é conhecida como cuproníquel e o conteúdo de níquel pode variar de 10% a 30%. É
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Os Metais na Construção Civil
Aplicações
O cobre pelos seus aspectos técnicos, atributos e qualidade arquitectónica, permite pela
grande versatilidade do desenho desafiar as formas propostas quer nas coberturas como no
revestimento das fachadas dos edifícios.
Principais Aplicações:
Revestimento de Coberturas
Revestimento de Fachadas
Arquitectura de Interiores
Design de Peças
Revestimento de Coberturas
É utilizado no revestimento de coberturas planas, inclinadas, curvas, cúpulas e dómos. Seu
uso tem valorizado a 5ª fachada - a cobertura dos edifícios nas várias categorias de uso,
destacando-se no sky-line das cidades pela beleza estética da forma e da coloração.
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Os Metais na Construção Civil
Arq. John Burque & Associate E Phillip Arq. Marcos Link e Ricardo Reskinz
Johnson (Cobre patinado artificialmente)
(Cobre electrolítico na cor natural com
laca)
Revestimentos de Fachada
A arquitectura contemporânea tem sido valorizada pelo uso do cobre nos revestimentos de
fachada dos edifícios pela textura, coloração e adaptação as mais variadas formas adoptadas.
A estes atributos associam-se a durabilidade, ausência de manutenção e nobreza do material,
dando aos revestimentos expressão singular.
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Os Metais na Construção Civil
Para tanto, o cobre natural, laqueado ou patinado, se apresenta como opção correcta, com
ênfase para a durabilidade e resultados estéticos.
As possibilidades de desenho das calhas são inúmeras, permitindo uma integração harmoniosa
às edificações, adaptando-se a qualquer tipo de arquitectura e também, colaboram para a
valorização da decoração e ornamentação da obra edificada:
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Os Metais na Construção Civil
Arquitectura de interiores
O cobre também vem sendo utilizado com frequência em revestimentos de interior, tetos,
paredes, portas e ornatos de edifícios com ênfase para os comerciais e prestadores de serviços.
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Os Metais na Construção Civil
Design de peças
O cobre e suas ligas são utilizados com singular propriedade no design de peças ornamentais,
aparelhos, equipamentos e utensílios domésticos; bem como no âmbito das esculturas internas
e externas dos edifícios.
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Os Metais na Construção Civil
Mesa Luminária
Arquitectura
Desde épocas remotas, há mais de 10.000 anos, o cobre vem sendo utilizado nas actividades
humanas, constituindo-se fonte permanente de estudos científicos e de novos descobrimentos
nas áreas da saúde e da tecnologia.
Sua utilização e difusão na Construção Civil marca presença pela qualidade e tradição
apresentada na área das instalações electromecânicas, hidráulicas, calefação, gás natural,
refrigeração e captação da energia solar.
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Os Metais na Construção Civil
Trata-se de um "material arquitectónico", não apenas de construção, pois seu uso está
plenamente difundido também na arquitectura de edifícios residenciais, comerciais, bem
como de interiores.
Hidráulica
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Os Metais na Construção Civil
Além dessas aplicações, o COBRE está presente, puro ou em forma de ligas, em diversos
componentes, tais como chaves, interruptores, plugues, disjuntores, fusíveis, contactores.
relés, dentre outros. Essa preferência pelo COBRE é mais do que justificada uma vez que
trata-se de um metal de excelente condutividade eléctrica, óptima maneabilidade, que é ideal
para a realização de conexões em geral, tendo óptima flexibilidade e apresentando baixas
perdas de energia.
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Os Metais na Construção Civil
Zinco
Zinco: História
Existem ornamentos de zinco que datam de há 2500 anos, embora sejam bastante impuros
uma vez que somente 80 a 90 % dessas peças são efectivamente zinco. Actualmente
consideram-se esses achados arqueológicos como sendo ligas de zinco com chumbo contendo
impurezas de ferro e antimónio.
A primeira extracção e fundição do metal impuro foi levada a cabo na China, por volta do ano
1000 d.C. Foi somente no século XVII que chegou a primeira barra de zinco ao Ocidente,
historicamente muito tarde se compararmos com o ferro, o cobre ou o chumbo. Nessa época o
metal ainda não tinha um nome universalmente aceite, sendo conhecido como tutanego,
estanho indiano ou calamina (óxido de zinco), consoante a região.
O termo "Zink" foi usado pela primeira vez por Löhneyes, em 1697. No século XVIII foi
construída uma fundição de zinco em Bristol, na Inglaterra, tendo em 1758 sido patenteado o
processo de obtenção de zinco a partir de blenda e sulfureto de zinco, que é a base do actual
processo de destilação para obter o elemento. Existe também o processo electrolítico de
obtenção de zinco, que foi introduzido em 1916 nos EUA
Ocorrência
Enquanto mineral, o zinco encontra-se na crusta terrestre, associado a outros metais como o
cobre e o chumbo. Os depósitos de zinco estão dispersos por todo o mundo, sendo muito
vulgar encontrar massivos depósitos de zinco com bastante ferro misturado. Este minério é
conhecido como marmatite e os seus principais depósitos situam-se no Canadá (Columbia
Britânica), EUA (Utah, Colorado e Idaho), Perú (Mina Cerra de Pasco) e Austrália (Broken
Hill). Outro mineral de zinco, igualmente importante, é a esfalerite (sulfureto) que ocorre em
depósitos na forma de filões. Os maiores produtores deste minério são o Canadá (Ontário e
Quebec), os EUA (Missouri), o Perú (Andes Centrais) e o Japão.
Zinco: Propriedades
Propriedades do Elemento:
• Nome: Zinco
• Número Atómico: 30
• Símbolo Químico: Zn
Propriedades Atómicas:
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Os Metais na Construção Civil
Propriedades Termodinâmicas:
Protecção de metais
Pilhas, caleiras
Pigmento branco
Aplicações
Uma das ligas mais importantes de zinco é o bronze, que consiste na mistura deste elemento
com o cobre. O bronze é mais dúctil do que o cobre e tem uma resistência à corrosão bastante
superior. O zinco pode ainda utilizar-se como eléctrodo nas vulgares pilhas secas.
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