Quando se confunde o direito à palavra com tagarelice ou Da
Necessidade de uma Educação Política
Realmente, a qualidade do conhecimento e debate políticos e dos seus ingredientes ético-morais é, ainda, para muitos dos cabo-verdianos algo desconhecido, ou algo que não faz parte do seu modo de ser e de agir. Particularmente, em Cabo Verde, são muitos aqueles que necessitam de uma educação política, para que não confundam o facto de se ter argumentos com o facto de se insultar as pessoas, pelo simples facto de exercer o seu direito à liberdade de expressão. Confundir, falaciosamente, o direito à discordância de opinião, e até mesmo, o direito à indignação com o inexistente direito ao insulto coroado pela falácia de ataque pessoal, parece-me um acto manifesto de um certo nível de ignorância, de estupidez, e até mesmo de um certo improdutivo ódio e má-fél . Não se é de estranhar, que seja esse desnível de conhecimento político ingénuo e afundao que reaparece nos nossos debates parlamentares. Estar na política é estar na situação permanente de poder ser críticado e conviver com diferenças de opiniões. Não há espaço público onde reine, exclusivamente, a unanimidade e o consenso. Todos têm o direito à opinião, mas ninguém tem o direito a insultar os outros nem a julgar as qualidades e as competências de quem quer que seja, pois não há nem sábios nem ignorantes absolutos. Jamais as críticas nos devem incomadar, mas as críticas barratas, sem fundamentos e imorais, são inaceitáveis. Num estado de direito democrático como é o nosso, uma educação política torna-se cada vez mais necessária quando se confunde a liberdade de expressão com a falácia de ataques pessoais, quando se confunde o direito à palavra com tagarelice, quando se confunde a ideia do comentário com à má-língua, quando se confunde a crítica (krinein = avaliar) com a agressão verbal, por certo, sinais evidentes de um certo nível de excesso de inteligência, particularmente, vindo daqueles «frangotes» e «frangotas» que se acham “donos” de um partido ou daqueles que se acham opositores de uma ideologia partidária, logo, pensam na lógica do “amigo-inimigo” e, da consequente necessidade de aniquilar o inimigo. Mais uma vez, estão a cometer a falácia da falha ao alvo! Eu sou e estou para além de todas as imagens, que qualquer um possa fazer de mim. Prefiro ter uma fisionomia de alguém frágil (justificada pelo facto deu e me ter tornado diabético) de que ter a cabeça vazia e o coração pleno de ódio e má-fé. Não sou nem melhor nem pior de que ninguém, mas não são os comentários dos outros que fazem o meu ser. Aos meus «amigos-inimigos», deixo aqui um conselho: na política todos nós estamos na condição de «descartáveis». Aos meus «inimigos» e críticos da má-língua, sobreviventes inconscientes dos restos do comunismo reformado, deixo uma palavra de encorrajamento: continuem a demonstrar estes sinais de excesso de inteligência, de carácter e de espírito da democracia. Finalmente, um exclarecimento: não vivo da política nem devo nada à política. Dou a minha contribuição possível, e creio que é o que todos nós devíamos fazer. Num Município onde há centenas de Jovens formados, dever-se-ia abster de se lhes impôr presidentes pré-reformados e, ou, presidente que nem o Concelho conhece! Então, deixmos lá o actual Presidente, que vem desempenhando um excelente trabalho! Porém, como se fez um grande barulho político à volta do manifesto da minha disponibilidade, particularmente, aquele vindo dos meus «amigos-inimigos», «frangotes» e «frangotas» da política, espero que o nome apontado para ser o próximo Presidente da Câmara Municipal de São Domingos seja Nélson Mandela ou Barack Obama! Meus caros, a minha liberdade de expressão e de pensamento está acima de qualquer fidelidade partidária! Não ando nem à procura de tacho nem de emprego político. O meu único compromisso é o que tenho com a verdade e justiça, e isso não é pouco para que um homem seja feliz.