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Ribeirão Preto SP • Março 2016 • Ano 17 • nº 205

A VOZ DO AGRONEGÓCIO

Suinocultura Pecuaristas pedem medidas


urgentes contra crise

Caderno

SOJA LEITE COOPAVEL 2016 DATAGRO


Tributação Clima é importante 28ª edição do Safra do Centro-Sul
excessiva preocupa parâmetro de Show Rural reúne deverá alcançar 625
produtores produtividade 235 mil visitantes 1 milhões de toneladas
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3
Editorial

Parceria de Sucesso

Diretor: Plínio César

A VOZ DO AGRONEGÓCIO

Editor Chefe: Doca Pascoal


Reportagem: Doca Pascoal e Marcela Falsarella
Colaboradores desta edição: Arnaldo Jardim,
Jeffrey Abrahams e Marcos Françóia
Revisão: Agostinho Francisco Nicolas
Editor Gráfico: Jonatas Pereira Brasil registra o pior PIB
dos últimos 25 anos
Contato: redacao@canamix.com.br

E
Outras publicações da Agrobrasil: m 2015 o PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro encolheu 3,8% na com-
Guia Oficial de Compras paração com 2014, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia
do Setor Sucroenergético
e Estatística). É o pior resultado dos últimos 25 anos, considerando
Revista CanaMix
o registro de 1990, durante o governo Fernando Collor, quando o PIB caiu
Portal CanaMix
4,3% em relação a 1989. Especialistas indicam que o resultado de 2016
Publicidade: também deverá ser negativo, entre 2% e 3%.
Alexandre Richards (16) 98828 4185 Ao todo foram sete registros negativos desde 1948, quando o
alexandre@canamix.com.br PIB começou a ser medido: 1981 (-4,3%), 1983 (-2,9%), 1988 (-0,1%), 1990
Fernando Masson (16) 98271 1119 (-4,3%), 1992 (-0,5%), 2009 (-0,1%) e 2015 (-3,8%). Ano passado a indús-
fernando@canamix.com.br
tria encolheu 6,2% e puxou o resultado do PIB para baixo. Pior foi a indús-
Marcos Afonso (11) 94391 9292
marcos@canamix.com.br
tria de transformação, que produz bens de consumo e fornece máquinas e
Nilson Ferreira (16) 98109 0713 equipamentos para outras indústrias, com queda de 9,7%.
nilson@canamix.com.br O desempenho do comércio também caiu (-8,9%) e ajudou a
Plínio César (16) 98242 1177 puxar o setor de serviços para o buraco (-2,7%). O resultado é desastroso,
plinio@canamix.com.br considerando que o PIB é a soma de tudo o que é produzido no país. A boa
notícia - se é que é possível usar este termo na atual conjuntura política e
Assinaturas: redacao@canamix.com.br
econômica do Brasil - é que a agropecuária foi o único setor que cresceu
em 2015, com um registro médio de 1,8%, especialmente por conta das
Grupo AgroBrasil produções de soja (+11,9%) e milho (+7,3%).
R. Genoveva Onofre Barban, 495 - 14056-340 Em 2016, a safra de soja no Brasil está estimada em 101,6 mi-
Planalto Verde - Ribeirão Preto - SP lhões de toneladas, volume 5,6% superior ao registrado no ciclo 2014/15. A
16 3620 0555 / 3234 6210 / 3446 3993 / 3446 7574 colheita de milho nesta temporada também deverá superar a anterior, com
www.canamix.com.br crescimento maior que 7%. Certamente as duas culturas vão ajudar a tornar
menos vergonhoso o resultado do PIB estimado para 2016.
Para assinar, esclarescer dúvidas sobre sua
assinatura ou adquirir números atrasados: A revista Terra&Cia não
SAC 16 3446 3993 e 3446 7574 - apenas comemora o desempenho da
2º a 6º feira, das 9h às 12h e das agropecuária como também se mostra
13h30 às 18h. parceira inabalável deste importante
setor da economia. E vale a frase para
Artigos assinados e mensagens publicitárias refletem ponto de
vista dos autores e não expressam a opnião da revista. quem vive este segmento em sua pleni-
É permitida a reprodução total ou parcial dos textos, desde que
citada a fonte.
tude: Agronegócio sem estratégia de
marketing é apenas “Agro”. Boa leitura. Plínio César
Diretor

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Sumário

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Capa
Suinocultura
Pecuaristas pedem medidas
urgentes contra crise

38 50 81
Mão de obra Finanças Opinião
As boas-novas O crédito rural Qual é a verdade?
da cana-de-açúcar e as cooperativas por Arnaldo Jardim

15 Caderno CanaMix Opinião


6 - Que a força esteja no campo, por Jeffrey Abrahams
Opinião
16 - Os desafios do mercado de crédito para o agronegócio, por Marcos Françóia Leite
46 - Clima beneficia pecuária leiteira
47 - Custos crescem no início do ano
Estimativa 48 - Semex lança Catálogo de Leite Importado 2016

18 - Datagro projeta safra canavieira em 625 mi ton no Centro-Sul


22 - FCStone estima moagem de 619 mi ton para novo ciclo Sojicultura
24 - Déficit global de açúcar deve atingir 7 milhões de toneladas 52 - Agroconsult estima safra de soja em 101,6 milhões
de toneladas
55 - Produtores se reúnem contra tributação excessiva de grãos
Tecnologia Agrícola 57 - Chapadão do Sul, MS, lidera casos de ferrugem asiática
58 - Soja puxa o valor bruto da produção pecuária
28 - AGCO intensifica ações no mercado de colhedoras
31 - Mapeamento da cana é importante aliado da sustentabilidade
Eventos
60 - Ourofino patrocina Happy Hour no Congresso APA
Eventos 61 - Seminário Agroceres PIC de Suinocultura será no Rio
63 - Brasil sediará congresso sobre emissão de GEE em 2019
32 - II Copla Campo destaca controle de pragas e plantas daninhas
36 - Ceise Br participará do 12º F.O. Licht’s Sugar & Ethanol Brazil
Coopavel 2016
66 - 28ª edição do Show Rural reúne 235 mil visitantes
69 - Confira as empresas que se destacaram no evento

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Opinião | Jeffrey Abrahams

Previsões para
a pecuária em 2016

É
fato que o cenário macroeconô- Divulgação

mico e as turbulências políticas


sempre afetam os negócios, in-
dependente do setor e do tamanho da
organização. Ainda mais agora, diante
de uma crise institucional. E no agrone-
gócio não é diferente. Estaríamos sendo
inocentes se falássemos que o principal
motor da economia brasileira – e ainda
é – não está sofrendo com os reflexos
disso tudo. Mesmo com a volatilidade
cambial favorável às exportações, a alta
da inflação afeta dramaticamente o cus-
to dos insumos e, consequentemente, o
resultado final da produção e das indús-
trias agrícolas. Adicionalmente, a seca
em algumas regiões do país afetou con-
sideravelmente a produtividade.
Estamos diante de um cená-
rio em que a escassez de crédito e os
juros altos impactarão de maneira mais
atenuada os resultados da indústria
nesse ano. Uma reprise do que vimos
em 2015, mas agora de maneira ampli-
ficada. Esse contexto afeta diretamente
a chegada de novos investimentos que
receiam embarcar num navio que passa
por grandes tormentas. Assim, as empre-
sas nacionais são forçadas a continuar
cortando custos, não somente a gordura,
mas até alguns músculos. Por outro lado,
os ativos brasileiros em termos de euro
ou dólar estão com preços de liquidação.
Recentemente ocorreram
grandes fusões globais de tradicionais
empresas no setor de insumos e o impac-

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to disso chegará ao Brasil neste ano. Isso tro da estrutura organizacional. Quando
trará redução de estruturas e busca por necessitam de uma busca chave, confi-
otimização de funções, como também dencial e estratégica, recorrem às em-
mais força na oferta dos produtos. Existe presas de executive search. Isto é, de
sim um movimento em consolidação dos busca consultiva que trabalham próximas
setores reduzindo o número de empresas ao gestor, conselho e ao RH estratégico.
atuantes. É, portanto, uma tendência ge- Sua função primordial é mitigar o risco
ral que chega à rede de distribuição e até de uma contratação errada, que poderá
aos próprios fabricantes, que enfrentam custar muito caro, caso não se encaixe à
a enorme disputa de acesso ao merca- cultura e aos valores da empresa.
do. Mais ou menos como aconteceu nos Esse processo exige uma
EUA. dinâmica diferente e estruturada. A em-
Qualquer mega movimento presa que não seguir o processo com
tem reação em cadeia em todo o setor disciplina espartana correrá o risco de
de defensivos agrícolas, por exemplo. Os errar na reestruturação ou mesmo na pro-
chineses começam a desembarcar por fissionalização que muitos necessitam e
aqui, fortes e estratégicos, assim como querem. Por isso, é imperativo que ocor-
outras empresas asiáticas, buscando ra uma parceria de fato para sincronizar
uma fatia cada vez maior desse mercado. o recrutamento em todas as suas etapas
Já vemos significativos investimentos no críticas. Essa forma exige um headhunter
Brasil, e chegarão mais. Porém, ao mes- com experiência no setor. Muitas vezes,
mo tempo, abrem espaço para nichos é necessário ainda recorrer a outros seto-
operados por empresas nacionais, per- res para preencher a posição.
mitindo o posicionamento dos negócios É sabido que o agronegócio
na arena internacional. brasileiro ainda enfrenta enormes gaps
Contrabalanceando, os mais conjunturais e paradigmas que precisam
realistas e conhecedores sabem que o ser quebrados com o dito eixo “Avenida
agro é uma atividade de longo prazo. E Paulista / BR-163”. Para retomarmos a
mesmo sob a bruma da crise, sofrem os força toureira de outrora, é claro que con-
vales e depois voltam a crescer. Nesse tando com o assentamento e o bom sen-
quadro, já percebemos a fome dos asi- so de Brasília, precisamos efetivar as mu-
áticos pelo Brasil. Não somente no fu- danças internas, a fim de otimizar toda a
tebol, mas em campos de soja, milho e cadeia. Chega da história que executivo
algodão. brasileiro corresponde a 20% da produti-
À sombra da crise, muitas vidade do americano. Chega de rótulos
empresas, tanto de produção como distri- fora de moda. A força do campo é “made
buição, têm passado por ajustes financei- in Brazil”.
ros, de capital humano. Esse movimento
gera uma corrida por profissionais mais *Jeffrey Abrahams é Mana-
dispostos e melhor qualificados. Hoje, o ging Partner do Fesap Group, especia-
tipo do recrutamento para o agronegócio lizado em busca e seleção de executi-
depende muito do nível da posição den- vos e gestão de capital humano

7
Capa

Produtores
de suínos pedem
medidas urgentes
contra crise
Produtores de suínos alertam
para os sérios riscos de

A
quebradeira e desemprego caso
o governo federal não intervenha suinocultura é um dos setores que mais sofrem com a falta de um plano bem es-
para minimizar impactos que o
truturado de abastecimento no Brasil, necessário para dar segurança à atividade
segmento já sente
em época de commodities valorizadas pelo fortalecimento do dólar. O setor sofre
com uma combinação de alta no preço do milho e baixa no preço do suíno vivo, e com
a falta de oferta de milho no mercado a preço compatível com um patamar aceitável em
termos de custo de produção. Em razão disso, a Associação dos Suinocultores do Para-
ná (APS) alerta para sérios riscos de quebradeira e desemprego caso o governo federal
não intervenha para minimizar impactos que o segmento já sente.
Em meados de fevereiro, lideranças do setor estiveram reunidas com repre-
sentantes da União, no Palácio do Planalto, em Brasília, DF, para reivindicar uma postura
efetiva do Governo Federal diante do agravamento da crise na suinocultura brasileira. O
grupo de produtores foi recebido pelo assessor especial da presidência, Carlos Eduar-

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também o pequeno produtor em situações de emergência, como a
verificada agora, com o crescimento das exportações de milho, haja
vista que em época de câmbio favorável às exportações, além do
preço elevado, não há oferta de produto no mercado interno. Tan-
to Dariva quanto Losivanio entendem que de nada adianta colocar
uma pequena quantidade de milho em leilão. Para eles o ideal neste
momento seria venda de milho balcão, em preço que não aumente
ainda mais os custos de produção do suinocultor.
Outra questão reivindicada é que o governo disponibili-
ze, através das suas instituições financeiras, recursos para financiar
estoques de milho, para pagamento num prazo de 18 a 24 meses,
assim como financiamentos para retenção de matrizes e evitar que
plantéis sejam desfeitos, além da criação de uma linha de crédito
para frigoríficos que estão com Inspeção SIM, SIE e SISBI, possibili-
tando que eles ingressem no SIF para também exportar seus produ-
tos, aliviando a concorrência no mercado nacional.
Os produtores também querem que o Governo inclua a
simplificação das exigências do MAPA para modernização de plan-
tas frigoríficas e para a emissão de rótulos de embalagens e o pedi-
do para a imediata liberação da venda de milho em balcão, com a
máxima urgência, num volume de até seis toneladas.
“Se o governo não agir rápido, a cadeia da suinocultura
poderá ir à lona. Precisamos mais do que um leilão de milho esto-
cado pela Conab. Precisamos de uma política que evite situações
como a que vivemos novamente, além de garantia de preço mínimo
para o suíno”, ressalta Jacir Dariva. Para ele, a combinação da alta
do dólar, de uma política ineficiente na questão do abastecimento
e do baixo preço pago ao produtor de suíno vão comprometer a
atividade no Brasil. “Esse câmbio e a falta de uma política eficiente
no que tange ao abastecimento em momentos como o que estamos
Arquivo
vivendo, com o milho, que é o principal composto da ração animal,
sendo exportado em grande escala, atraído pela alta da moeda
do, e pelo secretário direto da presidente americana, coincidindo com mais uma fase de baixa no preço do
Dilma Roussef, Giles Azevedo. Na oportu- suíno vivo, não há como resistir. Os suinocultores vão quebrar e os
nidade, o presidente da APS, Jacir Dariva, pequenos e médios frigoríficos também”, alerta .
e o dirigente da associação dos suinocul- O elevado preço da saca, no entanto, não é o único
tores de Santa Catarina, Losivanio Di Lo- desafio. O alto valor do milho coincide com a baixa oferta do produto
renzi, defenderam medidas urgentes para no mercado interno e, consequentemente, com outra etapa de gra-
evitar que o setor novamente chegue a um dual redução dos preços do suíno vivo. “Poucos ramos têm sido, nos
patamar de “quebradeira”. últimos anos, tão suscetíveis à variação cambial e à inexistência de
A pauta das discussões com uma política consistente e de longo prazo de abastecimento como
o governo contempla a criação de uma po- a suinocultura”, dizem as lideranças do setor. Em contato com o se-
lítica pública que permita à Companhia Na- cretário de Estado da Agricultura, Norberto Ortigara, diretores da
cional de Abastecimento (Conab) atender APS pediram para que ele reforce solicitação já encaminhada ao ór-

9
Capa

CM

Arquivo
MY
Presidente da APS, Jacir Dariva,
e o dirigente da associação dos CY

suinocultores de Santa Catarina, gão de garantir a disponibilização de pelo governo federal uma política séria e eficien-
CMY
Losivanio Di Lorenzi
menos 600 mil toneladas de milho para a te de mitigação dos riscos do mercado de
K

suinocultura, emergencialmente. grãos”, diz um dos maiores especialistas


Regularização - A APS quer em cadeia de proteína animal do Brasil, Fa-
que o governo federal lance mão de seu biano Coser, da Coser Consultoria.
estoque regulador em quantidades que, A APS também reclama da
de fato, atendam a necessidade do produ- pouca efetividade das investidas do go-
tor, para que preço e abastecimento sejam verno na tentativa de equilibrar o cenário
regularizados. O temor de suinocultores e de atividades econômicas importantes ao
de todos que de uma forma ou outra es- País. Segundo a associação, se o atual
tão ligados à cadeia da suinocultura é de a quadro persistir sem que nada seja feito,
área ter de enfrentar novamente os graves além dos pequenos e médios produtores,
cenários de passados recentes, como o vi- também os pequenos e médios frigoríficos
vido em 2012. abandonarão a atividade e fecharão seus
A valorização do dólar é bené- negócios, causando grande desemprego
fica às commodities e à balança comercial na área rural e nas cidades onde estão
brasileira, mas apresenta desafios enormes instalados. “Em uma época de crise, de
a outros setores de produção, a exemplo demissão de 1,5 milhão de brasileiros que
dos produtores de proteína animal que es- tinham carteira assinada em 2015, o cená-
tão no fim da cadeia produtiva. “Já passou rio informado exige cautela, discernimento
da hora dos setores de carnes exigirem do e coerência por parte da União.”

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Capa

Arquivo
Certificado das novas zonas

Zona livre da peste


livres da peste suína clássica
no Brasil será formalizado
após votação em assembleia
da OIE, a ser realizada de 22 a

suína será ampliada


27 de maio, em Paris

para 14 estados e DF

A
comissão científica da Organiza- Tocantins e Distrito Federal. Também estão
ção Mundial de Saúde Animal (OIE) nessa lista os municípios de Guajará, Boca
aceitou o pedido do Ministério da do Acre, sul do município de Canutama e
Agricultura, Pecuária e Abastecimento sudoeste do município de Lábrea, no Ama-
(Mapa) para ampliar o status de zona livre zonas.
da peste suína clássica para o Acre, Bahia, Atualmente, apenas Rio Gran-
Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Mato de do Sul e Santa Catarina têm o certifica-
Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Rio do de zona livre da peste suína clássica. O
de Janeiro, Rondônia, São Paulo, Sergipe, status foi conquistado ano passado, duran-

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Divulgação
O chefe do Departamento
de Saúde Animal do Mapa,
Guilherme Marques, afirma te a 83ª Sessão-Geral da OIE, em Paris. A final (22 a 27 de maio, em Paris) e posterior
que o reconhecimento será
doença, causada por um vírus, é altamente entrega do certificado ao Brasil.
garantia de manutenção dos
mercados internacionais para contagiosa e tem notificação compulsória Segundo Marques, o reconhe-
a carne suína brasileira
para a OIE. Provoca febre alta, manchas cimento será uma garantia de manutenção
avermelhadas pelo corpo, paralisia nas dos mercados internacionais para a carne
patas traseiras, dificuldades respiratórias e suína brasileira. “Nós, do Brasil, nos man-
pode levar à morte do animal. Os últimos teremos no topo das condições sanitárias,
casos foram registrados no Brasil em agos- evitando retaliações de outros países e
to de 2009, no Amapá, Pará e Rio Grande ocupando espaço de mercados que, por-
do Norte. ventura, não tenham status de zona livre da
Agora, com o referendo da OIE doença”, avalia.
para os 14 estados e o DF, os 180 países- A ministra Kátia Abreu lembra
-membros da organização terão 60 dias que 99% das indústrias processadoras de
para se manifestar tecnicamente sobre o carne suína estão nos dois estados do Sul
assunto. “Caso haja algum questionamento, que já são livres da peste suína clássica
o ministério vai manter uma equipe de pron- e nos outros que agora devem obter o
tidão para esclarecimentos”, diz o chefe do certificado da OIE. “O desafio daqui para
Departamento de Saúde Animal, Guilherme frente é fazermos com que todos os esta-
Marques. Superada essa etapa, o pedido dos brasileiros tenham o mesmo status”,
vai para a assembleia da OIE para votação projeta a ministra.

13
Capa

Agroceres PIC investe R$ 20


milhões em duas novas UDGs

A
Vista aérea da Unidade de
Agroceres PIC, empresa que atua para atender um plantel comercial de qua- Disseminação de Genes de
no mercado de genética de suínos, se 400 mil fêmeas suínas. Suínos (UDG) Agroceres
PIC, em Fraiburgo, SC,
anunciou investimentos em duas “A construção dessas duas inaugurada em 2013 com um
novas Unidades de Disseminação de Ge- novas UDGs nos permitirá aumentar ex- investimento inicial de R$ 10
milhões
nes (UDGs) no Brasil. As unidades serão pressivamente a eficiência do processo
instaladas nos municípios de Itabirito, em de disseminação de genética líquida de
Minas Gerais, e Laranjeiras do Sul, no Pa- elevado valor genético, potencializan-
raná, estados com grande expressão na do ao máximo o progresso genético nas
produção de suínos no País. O empreen- unidades de produção comercial e con-
dimento tem como foco criar uma estrutura sequentemente agregando maior valor
tecnológica voltada à disseminação de ge- ao negócio de nossos clientes”, afirma
nes superiores que permita maior competi- Alexandre Furtado da Rosa, diretor supe-
tividade à suinocultura brasileira. rintendente da Agroceres PIC. Segundo
Projetada para alojar 400 ma- o executivo, o investimento visa ampliar o
chos de alto valor genético, a unidade de atendimento dos clientes da empresa em
Itabirito terá capacidade para produzir e todo o País, principalmente nas regiões
processar cerca de 600 mil doses insemi- Sul e Sudeste.
nantes por ano. Já a unidade de Laranjei- A comercialização de doses
ras do Sul vai alojar 700 machos e terá po- inseminantes produzidas nas UDGs é uma
tencial de produção de cerca de 1,1 milhão tendência consolidada entre os principais
de doses inseminantes por ano. A unidade players do mercado suinícola mundial. Tec-
paranaense deverá ser a maior da América nologia inovadora, a chamada Genética Lí-
Latina e uma das quatro maiores do mundo quida permite acelerar a disseminação de
em operação. As obras das UDGs foram genes superiores, elevando o padrão ge-
iniciadas em fevereiro. O início das opera- nético dos plantéis e a eficiência produtiva
ções está previsto para daqui 18 meses. do rebanho, recurso que na prática confere
Com estas duas novas unida- mais competitividade aos suinocultores. “A
des, a Agroceres PIC atingirá um total de Genética Líquida, que sairá dessas insta-
quatro UDGs próprias e uma afiliada em lações, vai acelerar o progresso genético
operação em todo o país perfazendo uma dos animais no campo, dando ainda mais
capacidade de produção anual de cerca substância ao compromisso da Agroceres
de 2,5 milhões de doses, volume suficiente PIC para com o crescimento do setor."

14
Patrocinador:

(16) 3605-1979 www.controlrisc.com.br

625 MILHÕES
DE TONELADAS
Estimativa da Datagro é para safra do Centro-Sul

Colhedora Valtra Açúcar


AGCO intensifica ações no mercado Déficit global deve atingir 7 mi ton
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Opinião | Marcos Françóia

Os desafios do mercado
de crédito para
o agronegócio
*Marcos Françóia cola, a gestão do agronegócio é diferen-
ciada e ainda muito concentrada na ad-

A
Divulgação
cada início de safra vemos sempre ministração familiar. É um setor que tem
debates sobre a disponibilidade que equilibrar suas dificuldades, que são
de crédito para o agronegócio, culturais, estratégicas e de conhecimento
que é o principal gargalo do setor. Esse teórico e prático, além de um bom “rela-
ano não começa diferente, pois o crédito cionamento espiritual”.
no Brasil, por questões políticas e eco- Cultural: pois o modelo de
nômicas, está cada vez mais escasso e administração familiar requer uma revisão
quando disponível, muito caro. de conceitos, que muitas vezes requer
Todavia, essa discussão nes- “cortar a própria carne” para se adequar
sa safra começa muito mais acirrada, pois aos padrões exigidos pelo mercado;
os indicadores econômicos desse setor Estratégico: pois administrar
são muito positivos. Vale ressaltar que é o o setor requer conhecimentos de relacio-
único setor que constantemente vem au- namento humano (alto índice de mão-de-
mentando a sua representatividade no PIB -obra pouco especializada), conhecimen-
brasileiro, representando 21,3%. Desses tos das atividades do campo, de novas e
21,3%, 32,1% na agropecuária e 67,9% sofisticadas tecnologias e, muito mais re-
na agricultura, onde a cana-de-açúcar se cente, relação com o mercado de capitais
enquadra. O mercado investidor está de a nível global;
olho no agronegócio e volta-se também Conhecimento: cada vez
para o setor de cana-de-açúcar, sendo mais o banco da escola tem sido uma exi-
que nessa segunda cultura, os investi- gência, mas a conciliação entre teoria e
dores ainda olham com desconfiança. prática é o que produz mais resultados.
Porém, o dia a dia das empresas que se A mudança de cultura passa por ter os
mantêm equilibradas e que estão fazen- novos administradores, os sucessores,
do a lição de casa para mudar o seu per- adquirindo conhecimentos ligados ao ne-
fil de gestão provará que é um mercado gócio;
promissor e merece ser tratado de forma Espiritual: aqui vai uma brin-
diferenciada. cadeira, mas do jeito que estamos com as
Independente da cultura agrí- variáveis climáticas devido ao aquecimen-

16
to global, precisamos ter um bom relacio- utilizados. Em segundo plano de utiliza-
namento com São Pedro, para planejar ção vêm os bancos públicos e privados,
melhor as etapas agrícolas, mas não sem fornecendo 36,8% dos financiamentos e
entender e usar os melhores instrumentos cooperativas com 11,4%.
de mapeamento e monitoramento do cli- As principais barreiras que o
ma disponíveis no mercado. setor precisa superar para facilitar o aces-
Se não solucionarmos a so ao crédito são:
questão da flexibilização do crédito, o • Indefinição do processo de governança;
país pode perder o posto de destaque • Falta de organização e registros históri-
que lhe dá garantias de ainda ser trata- cos que gerem credibilidade;
do como uma nação que merece respeito, • Demonstrações financeiras desorgani-
afinal temos condições de atender duas zadas e não auditadas;
demandas mundiais que são balizadores • Não saber apresentar-se às instituições;
do caos: alimento e água. • Documentos insuficientes para cadastro
De olho nesse mercado, os e credibilidade;
bancos privados estão cada vez mais • Falta de conhecimento das possibilida-
usando os instrumentos legais criados des de crédito.
para facilitar o acesso ao crédito, como Do lado das empresas, acre-
os títulos do agronegócio (CDA/WA, LCA, dito que a questão cultural, ainda muito
CPR, CDCA, CRA e outros). enraizada na questão família na gestão,
Desses títulos, o CRA (Certi- tem dificultado acesso a essas novas pos-
ficado de Recebíveis do Agronegócio) é sibilidades de crédito, abrindo aí espaço
o que tem tido mais destaque no agro- para as consultorias especializadas em
negócio, crescendo 195% no último ano. reorganização administrativa, reestrutura-
No setor de açúcar e etanol também é um ção de dívidas e captação de recursos.
instrumento que teve seu aumento de uso Mas felizmente também vejo
potencializado. um movimento muito forte de mudança
Também Tradings, empre- por parte dos empresários e principal-
sas de insumos, fertilizantes, máquinas e mente das novas gerações.
equipamentos agrícolas têm aumentado a O desafio do novo empresá-
sua fatia de financiamento ao setor, dimi- rio do agronegócio é compartilhar o seu
nuindo com isso a participação dos ban- conhecimento prático e aceitar receber o
cos públicos, mais exigentes nos últimos conhecimento teórico, ou seja, comparti-
tempos e ainda muito conservadores nas lhamento de conhecimentos.
suas análises.
Nessa linha de dificuldade de *Marcos A. Françóia é Mas-
relacionamento com o mercado de crédi- ter pela OHIO University/EUA, com MBA
to, temos no setor agro uma concentra- nos cursos de Engenharia Econômica,
ção ainda muito grande de utilização de Controladoria, Gestão em RH, Executivo
capital próprio nos investimentos, repre- Internacional em Agroenergia e diretor
sentando cerca de 41,5% dos recursos da MBF Agribusiness.

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Estimativa

Arquivo

Total de cana a ser colhida por

Centro-Sul tem safra


todas as usinas e destilarias
brasileiras na safra 2016/17
deve alcançar 668,6 milhões de
toneladas

2016/17 projetada em
625 milhões de toneladas
Consultoria Datagro refez suas previsões com base
na padronização feita pelo Ministério da Agricultura
e Pecuária (Mapa) que considera o intervalo de abril
a março os 12 meses referentes a um ciclo na região

Da Redação padrão pelo Ministério da Agricultura e Pe-


cuária (Mapa) e que passa a ser conside-

A
s usinas e destilarias da região rado critério para cálculos de estimativas
Centro-Sul do Brasil deverão moer da empresa de consultoria Datagro. No
625 milhões de toneladas de cana- novo critério, portanto, a moagem realizada
-de-açúcar no período de 1º de abril de este ano, antes do dia 1º de abril de 2016,
2016 a 31 de março do ano que vem, pe- mesmo que para a usina seja considerada
ríodo da safra 2016/17 estabelecido como nova safra, não entra no cálculo estimado

18
2 0 1 6

Vem aí mais uma superprodução.

CANAMÁXIMA 2016
3ª EDIÇÃO: CANA SOCA
Realização:

A e d i ç ã o d e 2 0 1 5 f o i u m s u c e s s o.
Em 2016, você terá mais uma oportunidade
para mostrar que tem o melhor manejo.

INSCRIÇÕES DE 15/02 A 31/03

V i s i t e o s i t e www.desafiocanamaxima.com.br ,
acesse a 3ª Edição e conheça o regulamento. Participe!

19
Ale Carolo / alecarolo.com

Estimativa
para a próxima temporada.
De acordo com levantamento da Datagro, pelo menos
95 usinas da região Centro-Sul do Brasil deverão retomar as opera-
ções referentes à safra 2016/17 antes de abril, sendo 62 unidades
em São Paulo, 14 unidades no Paraná, dez no Mato Grosso do Sul,
cinco em Minas Gerais e quatro em Goiás.
A última estimativa da consultoria, divulgada no dia 22
de fevereiro pelo presidente da Datagro, Plínio Nastari, indica que
a produção de açúcar no Centro-Sul deverá alcançar 33,8 milhões
de toneladas na próxima temporada. O consumo está estimado em
33 milhões de toneladas, sendo 9,1 milhões absorvidos no mercado
doméstico e 23,9 milhões destinados à exportação. O estoque até
31 de março de 2017, portanto, deve ficar em aproximadamente 789
mil toneladas.
Já a produção de etanol na referida região é projetada
pela Datagro em 28,1 bilhões de litros, sendo 10,6 bilhões de litros
de anidro - tipo de etanol misturado à gasolina atualmente na propor-
ção de 27% - e 17,3 bilhões de litros de hidratado, usado como com-
bustível em carros flex. A temporada 2016/17 na região será mais
alcooleira, com um mix de 57,5% para etanol e 42,5% para açúcar.
Safra 2015/16 - Para a temporada que se encerra no Plínio Nastari estima que
a produção de açúcar no
dia 31 de março de 2016, a Datagro estima que as usinas e destila- Centro-Sul deverá alcançar 33,8
rias do Centro-Sul vão esmagar 620 milhões de toneladas de cana- milhões de toneladas na próxima
temporada
-de-açúcar, crescimento de 3,8% em relação ao ciclo 2014/15. Este
volume vai permitir a produção de 31,1 milhões de toneladas de
açúcar, com consumo estimado em 30,6 milhões de toneladas. O
mercado doméstico deve absorver 9 milhões de toneladas. Já o vo-
lume de exportações deve alcançar 21,5 milhões de toneladas da
commodity. O estoque deve chegar a 31 de março de 2016 com 786
mil toneladas.
Em relação ao etanol, as destilarias do Centro-Sul do
País devem fechar o ciclo 2015/16 com a produção de 28,4 bilhões
de litros, sendo 10,6 bilhões de litros de anidro e 17,7 bilhões de li-
tros de hidratado. Há ainda uma pequena produção de etanol de mi-
lho, estimada em 115 milhões de litros, basicamente para hidratado.
Os estoques até 31 de março devem ficar em 1,2 bilhão de litros. O
mix da safra 2015/16 deve fechar a temporada com 59,6% de etanol
e 40,4% de açúcar.
Brasil - As usinas e destilarias do Norte/Nordeste do
País, que estão em plena safra 2015/16, também figuram na estima-
tiva da Datagro. A região deverá moer no atual ciclo 48,6 milhões de
toneladas, registrando queda de 19,1% em relação à safra anterior.
O volume, somado aos 620 milhões de toneladas previstas para a
região Centro-Sul, indica produção brasileira total de 668,6 milhões

20
Arquivo / Coruripe
As usinas e destilarias do
Norte/Nordeste do País
deverão moer 48,6 milhões
de toneladas. produção de 1,9 bilhão de litros, sendo um de toneladas na temporada
A produção de açúcar no NO/ bilhão para o anidro e 942 milhões de litros 2016/17, queda de 19,1%
em relação à safra anterior
NE, de acordo com as projeções da Da- para o hidratado. A safra na região também
tagro, deve fechar a safra 2015/16 em 2,8 será mais alcooleira, com um mix estima-
milhões de toneladas. Já em relação ao do em 53,5% para etanol e 46,5% para o
etanol, as estimativas apontam para uma açúcar.

Estimativas para Centro-Sul do Brasil - Safras 2015/16 e 2016/17

Produção Unidade Antigo Critério Novo Critério



15/16 16/17 15/16 16/17

Cana milhões de ton. 605.00 630.00 620.00 625.00

Açúcar milhões de ton. 30.70 34.00 31.18 33.80

Etanol

• Anidro bilhões de litros 10.60 10.60 10.64 10.60

• Hidratado bilhões de litros 17.14 17.64 17.69 17.37

• Total bilhões de litros 27.74 28.24 28.32 27.97

ATR cana Kg ATR/tc 131.40 133.00 130.60 133.00

Mix etanol % 59.5% 57.4% 59.6% 57.3%

Mix açúcar % 40.5% 42.6% 40.4% 42.7%

Fonte: Datagro / fev 2016

21
Estimativa

FCStone estima
moagem de 619 mi ton
para novo ciclo

N
a primeira estimativa da consultoria jetam o fim do El Niño ao longo do primeiro
INTL FCStone deste ano, divulgada semestre”, disse em nota o analista João
no dia 16 de fevereiro, as usinas e Paulo Botelho.
destilarias do Centro-Sul do Brasil devem A consultoria também prevê
moer 619 milhões de toneladas na safra uma melhora na concentração de açúca-
2016/17, crescimento de 3,2% em relação res, também atribuída às projeções de cli-
ao ciclo passado. “Esperamos que neste ma relativamente mais seco. Com isso, o ní-
ano o clima seja melhor para a moagem, vel de Açúcares Totais Recuperáveis (ATR)
com menos paradas durante a safra, prin- foi estimado em 134,8 kg por tonelada de
cipalmente porque os meteorologistas pro- cana processada, 2,6% acima do registra-

22
Thinkstock

de Nova York a partir de setembro pas-


sado, o preço do adoçante no mercado
internacional (transformado em reais) su-
biu mais de 40% nos últimos meses em
relação ao mesmo período no ano ante-
rior, o que levou muitas usinas a fixarem
quantidades maiores das exportações
do produto”, diz a nota da INTL FCStone.
De acordo com a consulto-
ria, o aumento do mix só não será maior
porque parte significativa das unidades
industriais ainda está em condição finan-
ceira desfavorável, o que deve continuar
incentivando a venda de etanol hidrata-
do, que oferece remuneração mais rápi-
da. Já em relação à participação do eta-
nol, parte do aumento da disponibilidade
de ATR deve ser destinada à produção
Alta do dólar e recuperação nas cotações do
açúcar na Bolsa de Nova York levaram muitas
de biocombustível hidratado, com proje-
usinas a fixarem quantidades maiores das ção de volume total de 17,6 bilhões de
exportações do produto, indica FCStone
litros, aumento de 4,5% em relação ao
ciclo anterior.
“O maior volume de hidrata-
do em 2015/16, no entanto, ainda 1,5% abai- do deve deslocar parte da demanda por
xo da média das últimas cinco temporadas. gasolina C e, portanto, reduzir a procura
Para o açúcar, devem ser destinados 42,8% por anidro”, disse Botelho. Misturado em
da oferta de matéria-prima (ante 40,9% em até 27% à gasolina, o anidro deve ter pro-
2014/15), com produção de 34 milhões de dução de 10,4 bilhões de litros (-1,6%),
toneladas, incremento de 10,8%. fazendo com que a fabricação total de
“Com a alta do dólar e a recu- etanol alcance 28 bilhões de litros em
peração nas cotações do açúcar na Bolsa 2016/17 (+2,1%).

23
Estimativa

Arquivo

Produção global de açúcar


deve registrar 175,6 milhões de
toneladas na atual safra, volume
3,7% abaixo da temporada
anterior
Déficit global de açúcar
deve atingir 7 milhões
de toneladas
Saldo negativo mundial será maior que o esperado
apesar do aumento de produção estimado para
o Centro-Sul do Brasil

A
produção mundial de açúcar na sa- Índia, China e Tailândia. Segundo cálculos
fra 2015/16 deve registrar déficit de do grupo, a produção global deve ficar em
7 milhões de toneladas, de acordo 175,6 milhões de toneladas, volume 3,7%
com estimativa da INTL FCStone. Na ava- abaixo da temporada anterior.
liação anterior, a consultoria havia proje- “Na maioria dos casos, a re-
tado quebra de 5,6 milhões de toneladas. dução no volume foi resultado do clima
Isso revela que as perspectivas vêm pio- pouco adequado para o desenvolvimento
rando, no decorrer da safra, em importan- da matéria-prima, seja ela cana ou beter-
tes players globais, como União Europeia, raba”, destaca o analista da consultoria,

24
João Paulo Botelho. O principal fenômeno esperado para o primeiro semestre deste
influenciando esta piora climática foi o El ano deve reduzir o volume de chuvas du-
Niño, cuja ocorrência atual está entre as rante a colheita”, disse a INTL FCStone em
mais intensas já registradas, tendo seu ápi- relatório.
ce entre novembro de 2015 e janeiro deste A consultoria estima a de-
ano. manda mundial em 182,7 milhões de tone-
De acordo com relatório da ladas, 1,8% acima da safra passada, con-
consultoria, divulgado dia 17 de fevereiro, siderando o consumo beneficiado pelo
a produção mais enxuta vem sendo puxa- crescimento populacional e urbanização
da pela União Europeia, que sofreu com o em várias partes do globo, apesar da
clima seco durante o verão, além do de- perspectiva de desaceleração nas econo-
crescimento da área plantada, que levou à mias emergentes.
redução estimada em 18,5% na produção Exportações - O Brasil, maior
de açúcar para 14,3 milhões de toneladas exportador mundial de açúcar, está per-
(valor branco). dendo terreno nas vendas globais da com-
Os impactos do El Niño tam- modity. No atual ciclo, o País deve perder
bém pesaram sobre a China e a Tailândia, mais espaço para países como Tailândia e
um dos poucos países onde houve investi- Austrália. De acordo com a consultoria Da-
mento no aumento da produção ao longo tagro, do total de 53,6 milhões de tonela-
dos últimos anos. O clima desfavorável das de açúcar que devem ser exportadas
resultou em reajuste das produções para globalmente na atual temporada, 44,2%
9,2 milhões de toneladas (valor branco) no devem sair de usinas brasileiras, queda de
caso da China e 11,1 milhões de toneladas 2,4% em relação ao ciclo 2014/15.
para a Tailândia, o que representa redução Esta retração é atribuída às
de 12,8% e 4,3%, respectivamente, em re- baixas cotações da commodity nos últimos
lação ao ciclo anterior. cinco anos no mercado internacional. Parte
Na Índia, a forte seca preju- deste cenário, segundo os produtores bra-
dicou os canaviais de Maharashtra e Kar- sileiros, é consequência dos subsídios do
nataka, estados onde acreditava-se que governo tailandês a seus produtores, con-
a elevada participação de cana irrigada dição que está sendo questionada oficial-
pudesse diminuir o impacto de monções mente pelo Brasil na Organização Mundial
abaixo da média. As chuvas foram tão fra- do Comércio (OMC).
cas, entretanto, que a disponibilidade de A oferta brasileira de açúcar
água para irrigação foi drasticamente redu- encolheu 5 milhões de toneladas desde
zida, prejudicando o desenvolvimento dos 2012, segundo cálculos da Datagro. Na
canaviais e até o plantio da próxima safra. safra passada o Brasil exportou 46,8% do
O principal player a aumentar total embarcado no mundo, o equivalente
a produção neste ciclo deve ser o Centro- a 25,6 milhões de toneladas. As projeções
-Sul do Brasil, com total de 33,5 milhões de para o ciclo 2015/16, que termina em 30
toneladas, 10,8% acima do ciclo anterior. de setembro, indicam que os embarques
“A safra da região que se inicia em 2016 brasileiros devem alcançar 23,7 milhões.
deve ser beneficiada pelas chuvas acima Já para a temporada que começa dia 1º
da média no final da temporada anterior de abril, a produção brasileira tende a au-
ao mesmo tempo em que o fim do El Niño mentar.

25
Estimativa

Ivan Bueno / APPA

Segundo a Datagro, do total


de 53,6 milhões de toneladas
de açúcar que devem ser
A retração brasileira neste da desvalorização do real frente ao dólar,
exportadas globalmente na atual período abriu espaço para outros players, que foi mais acentuada do que a sofrida
temporada, 44,2% devem sair de
usinas brasileiras, queda de 2,4%
como a Tailândia, país que na atual sa- pelas moedas dos players concorrentes.
em relação ao ciclo 2014/15 fra deve responder por 16% do comércio Cálculos da consultoria FCStone indicam
mundial de açúcar, 15,8% a mais do que que desde janeiro de 2015 a moeda bra-
na safra 2014/15. A Austrália também deve sileira perdeu 48% do seu valor frente ao
abocanhar uma fatia do bolo açucarado, dólar americano. Esse percentual foi de
com 6,3% do mercado global, ante os 5,9% 16% para o dólar australiano e de 8% para
registrados na temporada anterior. o baht tailandês.
Competitividade - Apesar da Este cenário indica que a re-
perda de espaço global nos últimos anos, cuperação de terreno do Brasil no mer-
o açúcar brasileiro voltou a ter o menor cado global de açúcar será determinada
custo do mundo, segundo a Datagro. Na pela oferta excedente das usinas brasilei-
região Centro-Sul do Brasil, que concentra ras, que já sinalizam para uma produção
90% da produção canavieira nacional, o maior da commodity, com volumes recor-
custo médio de fabricação do açúcar ficou des de vendas antecipadas. Segundo a
em 13 centavos de dólar por libra-peso. Já Datagro, no entanto, esta tendência vai
na Tailândia, o custo médio ficou em 16,5 depender do cenário de remuneração do
centavos de dólar por libra-peso e na Aus- etanol. Caso o biocombustível da cana
trália, em 18,1 centavos. garanta ganhos mais atrativos, as usinas
Parte desse comportamen- podem rever suas estratégias e incremen-
to de preços pode ser atribuída ao efeito tar a produção.

26
27
Tecnologia Agrícola

Divulgação

AGCO anunciou que 40


unidades da colhedora
Valtra BE 1035e já estão
negociadas
AGCO intensifica ações
no mercado de colhedoras
Da Redação das do novo equipamento.
Gobesso afirma que a du-

A
AGCO, fabricante e distribuido- rabilidade média deste tipo de produto é
ra de soluções agrícolas, está in- de aproximadamente seis anos. Conside-
tensificando as ações comerciais rando sua capacidade de produção anual
referentes à sua primeira colhedora de de até 240 máquinas e avaliando o cená-
cana-de-açúcar, a Valtra BE 1035, lançada rio mundial do segmento, a AGCO iniciou
oficialmente em 2015. A companhia já con- a busca de clientes no mercado externo,
firmou a negociação de 40 unidades até o com testes de colhedoras de cana na Índia
momento, o que corresponde a aproxima- e Tailândia, países asiáticos que figuram
damente 6% de um mercado total estima- entre os maiores produtores de cana do
do de 700 máquinas para 2016. De acordo mundo, e adotou a mesma estratégia para
com o gerente de marketing da AGCO para a América do Sul.
equipamentos de cana, Marco Gobesso, Colhedora - A BE 1035 ofe-
a necessidade de renovação da frota e a rece conforto para o operador com uma
projeção de um cenário mais estável para cabine ampla, confortável e com baixos
o mercado de colhedoras de cana no País níveis de ruído e vibração. Seu sistema ele-
podem se traduzir na ampliação das ven- trônico, desenvolvido especialmente para

28
colheita de cana, agiliza a operação, traz alta capacidade de limpeza.
ganhos na produtividade e facilita ativida- A tecnologia embarcada na
des de manutenção. Ela é complementada BE 1035e é outro diferencial, com ferra-
por isolamento acústico, foi projetada de mentas para agricultura de precisão. O
acordo com as normas ISO para facilitar a destaque fica por conta do sistema de te-
operação e apresenta novos sistemas de lemetria AgCommand, uma inovação no
segurança operacional. setor que facilita o relacionamento cliente
A máquina é equipada com – concessionária – fábrica e agiliza as ati-
motor AGCO Power 9.8L de 350 cv@1850 vidades de suporte técnico com a possi-
rpm que fornece respostas à altura das bilidade de monitoramento em tempo real.
exigências de uma colheita de alta perfor- “Por meio do sinal de celular, a
mance com baixos níveis de consumo e máquina emite em tempo real suas condi-
maior vida útil, resultado do melhor ajuste ções de funcionamento, o que permite que
da sua relação torque/rpm. O equipamen- ela seja monitorada constantemente. En-
to, que oferece opções para colheita de 1 tão, da fábrica é possível saber se ela teve
ou 2 linhas, possui um sistema industrial ro- ou terá alguma necessidade de ajuste. Eu
busto e com diferencias capazes de trazer consigo identificar até se o operador está
bons resultados na produtividade com me- fazendo alguma coisa errada como, por
nores índices de perda e maior qualidade exemplo, colher com a velocidade acima
na matéria prima colhida, por conta de sua da recomendada. Assim, é possível orien-

Linha de produção da colhedora Valtra BE 1035,


na fábrica da AGCO em Ribeirão Preto, SP

Arquivo T&C

29
Divulgação

A cabine ampla da BE tar os clientes a melhor forma de aprimorar da cabine e acima da estrutura da caixa
1035, confortável e com
baixos níveis de ruído e o rendimento da colhedora”, explica Go- do motor, garantindo menor exposição ao
vibração, foi projetada de besso. contato de impurezas vegetais e minerais.
acordo com as normas ISO
para facilitar a operação e A BE1035 é a única colhedo- Centro de excelência - A
apresenta novos sistemas ra existente com frentes intercambiáveis, AGCO transformou a unidade da Valtra de
de segurança operacional
atendendo a todos os espaçamentos exis- Ribeirão Preto, no interior paulista, em um
tentes, colhendo 1 linha, 2 linhas e combi- centro de especialidade global para cana-
nado. O design do equipamento permite -de-açúcar da companhia. A fábrica teve
melhor visibilidade e acesso para manu- a participação majoritária adquirida pela
tenção sem comprometer o desempenho. multinacional em 2012, negócio finalizado
O conjunto picador é composto por dois em 2014 com a aquisição de toda a empre-
rolos de quatro lâminas. A saída do rolo pi- sa e a decisão pelo uso da marca Valtra na
cador, com rolo lançador, bandeja guia e nova colhedora. Os investimentos soma-
defletores laterais no cesto, foi desenvolvi- ram R$ 100 milhões nos quatro anos.
da para melhorar o direcionamento e mini- “Até então, a Santal tinha uma
mizar o acúmulo de toletes entre a base do participação de 3% do mercado e uma
giro e chassi. máquina boa de operação, mas com bai-
Os rolos alimentadores con- xa confiabilidade”, explicou o executivo.
tam com um sistema hidráulico com bom- “Agora, com as mudanças no projeto, res-
ba de engrenagem para acionamento e gatamos a confiabilidade da máquina que
mancais de montagem de externa, o que tem 90% de disponibilidade mecânica ga-
facilita a remoção para manutenção. Se- rantida para o primeiro ano de operação”,
gundo a AGCO, a Valtra BE1035 tem bai- disse Gobesso. Mesmo sem citar números,
xos índices de perda e a melhor limpeza ele disse que a AGCO tem como meta am-
da categoria. Outro diferencial é o conjunto pliar a participação de mercado nos próxi-
do sistema de arrefecimento, composto de mos cinco anos e conquistar uma fatia no
radiador único (água + óleo + intercooler + setor de colhedoras dominado pelas con-
ar-condicionado + diesel), localizado atrás correntes John Deere e Case.

30
Mapeamento da cana
é importante aliado
da sustentabilidade
INPE

“O monitoramento da expansão da cana-de-açúcar


torna-se fundamental e as imagens de sensoriamento remoto apre-
sentam potencial para contribuir com esse tipo de análise, pois
possuem capacidade para identificar sobre quais usos da terra
esta cultura tem se expandido”, explica Katia de Jesus, pesquisa-
dora da Embrapa Meio Ambiente e coordenadora do projeto.
A equipe apresentou o embasamento técnico para uma
proposta metodológica para avaliação do uso e expansão da cana-
-de-açúcar utilizando a abordagem de Landscape Design, conceito
que visa à análise sustentável da paisagem levando em considera-
ção aspectos ambientais e socioeconômicos e sua influência, em-
pregando ferramentas do Sistema de Informação Geográfica (SIG).
Essa metodologia sugere que os mapas gerados devem ser consi-
derados como um ponto de partida para políticas públicas.
Também foi feita a avaliação da expansão da cultu-
ra segundo os critérios de sustentabilidade da Diretiva Europeia
(2009/28/CE-DE), em estudo piloto na região de Rancharia, SP. De
acordo com os critérios dessa Diretiva, os biocombustíveis não de-
vem ser produzidos a partir de matérias-primas provenientes de
Imagem do projeto Canasat ajuda a monitorar a terrenos ricos em biodiversidade.
expansão da área de cana no Brasil Rancharia foi a cidade escolhida para a análise por-
que, de acordo com o projeto Canasat do Instituto Nacional de
Pesquisas Espaciais (Inpe), nas safras de 2007 a 2013 a área plan-

O
SustenAgro, liderado pela Em- tada aumentou aproximadamente 200%. De acordo com os dados
brapa Meio Ambiente, em Jagua- obtidos, a expansão ocorreu principalmente sobre áreas onde an-
riúna, SP, prevê o levantamento tes eram pastagens e solo exposto, e não expandiu para áreas de
de dados dos sistemas de produção mais vegetação natural, ou seja, houve o cumprimento da Diretiva.
representativos da cana-de-açúcar nas As ferramentas de SIG também foram empregadas
regiões e microrregiões do Centro Sul do para avaliar o cenário agroenergético da cana no estado de São
Brasil. O objetivo é desenvolver uma nova Paulo, com o objetivo de analisar a sensibilidade das áreas utiliza-
metodologia para avaliar a sustentabilida- das para a produção de cana, integrando indicadores ambientais
de dos sistemas de produção canavieira. e socioeconômicos.

31
Eventos

Arquivo

O defensivo Altacor,

II Copla Campo destaca


da DuPont, vem sendo
utilizado com sucesso no
controle da broca-da-cana.
Mesmo em baixas doses,

controle de pragas
seguindo a orientação do
fabricante, o produto age
com rapidez e eficiência

e plantas daninhas
A
Cooperativa dos Plantadores de tes com demonstrações de implementos,
Cana do Estado de São Paulo (Co- mapeamento de área com drones (veícu-
placana) realizou a 2ª edição do los aéreos não tripulados) e teste drive em
Copla Campo, de 16 a 19 de fevereiro, em veículos. Durante os quatro dias do Copla
Piracicaba, SP. O evento teve como obje- Campo, os participantes tiveram a oportu-
tivo promover oportunidades de negócios nidade de tirar dúvidas com profissionais
aos produtores canavieiros, apresentando especializados e saber mais sobre as ten-
as mais recentes tecnologias produtivas, dências do setor sucroenergético. Na edi-
além de novidades em relação ao combate ção de 2015, o evento movimentou apro-
a doenças, pragas e plantas daninhas com ximadamente R$ 40 milhões em negócios.
o objetivo de melhorar a qualidade da pro- O Copla Campo conta, desde
dução da cana-de-açúcar. o ano passado, com um modelo diferente
O evento contou com um es- de Balcão de Negócios, realizado em uma
paço preparado para a realização de tes- área aberta, na unidade de grãos da Co-

32
placana, que foi adaptado e estruturado a colheita e também a manutenção dos ní-
para a difusão de conhecimentos prático veis de ATR quando aplicado no final da
e técnico. Os visitantes tiveram a oportuni- safra.
dade de conhecer a instalação da unidade Já o herbicida Front, insumo
graneleira, central de embalagens, confi- de última geração, é recomendado para a
namento, tume de eucalipto, plantação de época seca da cultura, que ocorre entre os
soja, além de uma área de renovação da meses de junho e setembro no Centro-Sul
cana-de-açúcar e suas variedades. e setembro e maio no Nordeste. Front age
Destaques - A DuPont Prote- sobre amplo espectro de ervas-daninhas,
ção de Cultivos participou do evento e des- como braquiárias, capim-colonião, com-
tacou seu portfólio de última geração para plexo de digitárias, complexo de cordas-
controle de pragas da cana-de-açúcar, -de-viola e outras. A FMC Agricultural Solu-
além de estratégias de manejo desenvol- tions também apresentou tecnologias para
vidas com o objetivo de elevar a qualidade o controle e manejo das principais plantas
da matéria-prima para moagem. A compa- daninhas que competem com a cultura da
nhia coloca em prática, há cerca de cinco cana-de-açúcar e que podem prejudicar
anos, um programa de manejo fitossani- em até 30% a produtividade, quando não
tário ancorado na inovação e no empre- controladas de forma eficiente, segundo
go de tecnologias de ponta, que abrange pesquisadores. Os destaques foram os
os agroquímicos Altacor, Aproach Prima, herbicidas Boral e Gamit Star que possuem
Curavial e Front, sobretudo. amplo espectro de controle para as princi-
Altacor vem sendo utilizado pais folhas largas e gramíneas.
com sucesso na cana-de-açúcar, no con- De acordo com o gerente co-
trole da broca-da-cana. Seletivo aos inimi- mercial da FMC, Redson Viera, os produ-
gos naturais da praga (Cotesia flavipes e tos apresentam alta flexibilidade de uso
Trichogramma ssp), é usado em baixas do- durante todo o ciclo da cultura com uma
ses e age com rapidez e eficiência. Desen- maior eficiência. “Aliado a tudo isto, a des-
volvido com base na molécula de última tacada seletividade da linha FMC para a
geração Rynaxypyr, o produto, segundo a cultura faz com que entreguemos sempre
DuPont, proporciona prolongado período a melhor produtividade para nossos clien-
de controle com alta eficiência. tes, reafirmando assim nosso compromisso
De acordo com a companhia, de investir de forma contínua nas melhores
o fungicida Aproach Prima constitui um in- tecnologias para o alcance dos maiores re-
sumo de ponta empregado no tratamento sultados.”
foliar da cana-de-açúcar. O produto contro- “Reforçamos nossa parceria
la com sucesso a ferrugem alaranjada, uma com a Coplacana debatendo as principais
doença que preocupa o setor produtivo em tendências e os novos rumos do setor su-
toda a fronteira agrícola da cultura. Como croenergético. Estamos sempre disponí-
Altacor, Aproach Prima apresenta perfil am- veis a orientar os cooperados sobre o me-
biental favorável e baixa toxicidade. lhor manejo para o controle ideal de plantas
O maturador Curavial, acres- daninhas, utilizando as mais modernas e
centa a DuPont, acelera a maturação da eficientes inovações tecnológicas. Estas
cana-de-açúcar, elevando os indicadores ações são fundamentais para garantir o
de ATR e permitindo ao produtor antecipar sucesso do produtor no campo sempre

33
Eventos
com a maior produtividade e rentabilidade, ção de Cultivos participou do evento e des-
trazendo assim a sustentabilidade para o tacou seu portfólio de última geração para
seu negócio. Agradecemos a Coplacana controle de pragas da cana-de-açúcar,
por essa oportunidade de troca de conhe- além de estratégias de manejo desenvol-
cimentos para o contínuo desenvolvimento vidas com o objetivo de elevar a qualidade
do agronegócio nesta região”, disse Vieira. da matéria-prima para moagem. A compa-
A Cooperativa dos Planta- nhia coloca em prática, há cerca de cinco
dores de Cana do Estado de São Paulo anos, um programa de manejo fitossani-
(Coplacana) realizou a 2ª edição do Copla tário ancorado na inovação e no empre-
Campo, de 16 a 19 de fevereiro, em Pira- go de tecnologias de ponta, que abrange
cicaba, SP. O evento teve como objetivo os agroquímicos Altacor, Aproach Prima,
promover oportunidades de negócios aos Curavial e Front, sobretudo.
produtores canavieiros, apresentando as Altacor vem sendo utilizado
mais recentes tecnologias produtivas, além com sucesso na cana-de-açúcar, no con-
de novidades em relação ao combate a do- trole da broca-da-cana. Seletivo aos inimi-
enças, pragas e plantas daninhas com o gos naturais da praga (Cotesia flavipes e
objetivo de melhorar a qualidade da produ- Trichogramma ssp), é usado em baixas do-
ção da cana-de-açúcar. ses e age com rapidez e eficiência. Desen-
O evento contou com um es- volvido com base na molécula de última
paço preparado para a realização de tes- geração Rynaxypyr, o produto, segundo a
tes com demonstrações de implementos, DuPont, proporciona prolongado período
mapeamento de área com drones (veícu- de controle com alta eficiência.
los aéreos não tripulados) e teste drive em De acordo com a companhia,
veículos. Durante os quatro dias do Copla o fungicida Aproach Prima constitui um in-
Campo, os participantes tiveram a oportu- sumo de ponta empregado no tratamento
nidade de tirar dúvidas com profissionais foliar da cana-de-açúcar. O produto con-
especializados e saber mais sobre as ten- trola com sucesso a ferrugem alaranjada,
dências do setor sucroenergético. Na edi- uma doença que preocupa o setor produ-
ção de 2015, o evento movimentou apro- tivo em toda a fronteira agrícola da cultura.
ximadamente R$ 40 milhões em negócios. Como Altacor, Aproach Prima apresenta
O Copla Campo conta, desde perfil ambiental favorável e baixa toxicida-
o ano passado, com um modelo diferente de.
de Balcão de Negócios, realizado em uma O maturador Curavial, acres-
área aberta, na unidade de grãos da Co- centa a DuPont, acelera a maturação da
placana, que foi adaptado e estruturado cana-de-açúcar, elevando os indicadores
para a difusão de conhecimentos prático de ATR e permitindo ao produtor antecipar
e técnico. Os visitantes tiveram a oportuni- a colheita e também a manutenção dos ní-
dade de conhecer a instalação da unidade veis de ATR quando aplicado no final da
graneleira, central de embalagens, confi- safra.
namento, tume de eucalipto, plantação de Já o herbicida Front, insumo
soja, além de uma área de renovação da de última geração, é recomendado para a
cana-de-açúcar e suas variedades. época seca da cultura, que ocorre entre os
Destaques - A DuPont Prote- meses de junho e setembro no Centro-Sul

34
e setembro e maio no Nordeste. Front age cultura faz com que entreguemos sempre
sobre amplo espectro de ervas daninhas, a melhor produtividade para nossos clien-
como braquiárias, capim-colonião, com- tes, reafirmando assim nosso compromisso
plexo de digitárias, complexo de cordas- de investir de forma contínua nas melhores
-de-viola e outras. tecnologias para o alcance dos maiores re-
A FMC Agricultural Solutions sultados.”
também apresentou tecnologias para o “Reforçamos nossa parceria
controle e manejo das principais plantas com a Coplacana debatendo as principais
daninhas que competem com a cultura da tendências e os novos rumos do setor su-
cana-de-açúcar e que podem prejudicar croenergético. Estamos sempre disponí-
em até 30% a produtividade, quando não veis a orientar os cooperados sobre o me-
controladas de forma eficiente, segundo lhor manejo para o controle ideal de plantas
pesquisadores. Os destaques foram os daninhas, utilizando as mais modernas e
herbicidas Boral e Gamit Star que possuem eficientes inovações tecnológicas. Estas
amplo espectro de controle para as princi- ações são fundamentais para garantir o
pais folhas largas e gramíneas. sucesso do produtor no campo sempre
De acordo com o gerente co- com a maior produtividade e rentabilidade,
mercial da FMC, Redson Vieira, os produ- trazendo assim a sustentabilidade para o
De acordo com Redson
tos apresentam alta flexibilidade de uso seu negócio. Agradecemos a Coplacana
Vieira, os herbicidas Boral
durante todo o ciclo da cultura com uma por essa oportunidade de troca de conhe- e Gamit Star, desenvolvidos
pela FMC, possuem amplo
maior eficiência. “Aliado a tudo isto, a des- cimentos para o contínuo desenvolvimento
espectro de controle para
tacada seletividade da linha FMC para a do agronegócio nesta região”, disse Vieira. as principais folhas largas
e gramíneas
Arquivo

35
Eventos

Ceise Br participará
do 12º F.O. Licht's
Sugar & Ethanol Brazil

O
presidente do Ceise Br, Paulo Roberto Gallo, está entre os Arquivo
24 palestrantes já selecionados para a 12ª Edição Annual
F.O. Licht's Sugar & Ethanol Brazil, que acontece de 25 a
27 de abril, no hotel Tivoli – Mofarrej, em São Paulo, SP. O evento é
organizado pela Informa Group e reúne usinas, produtores, traders,
compradores e investidores do Brasil e do mundo.
A programação irá tratar da safra 2016/17 – oferta da
cana de açúcar, produção de açúcar, etanol e seus preços; de ten-
dências de novos investimentos e desenvolvimento da política no
Brasil; de como o Brasil vai aumentar sua capacidade produtiva em
25% para suprir o mercado interno e os mercados internacionais; e
novidades sobre a evolução 2G no Brasil e investimentos futuros.
No primeiro dia do evento, 25, acontecerá o workshop
“Otimizando Estratégias de Gestão e Produtividade para se Capi-
talizar nesta Nova Retomada do Setor Sucroalcooleiro no Brasil”, e
Gallo irá palestrar durante o painel Aumentando Produtividade, so-
bre o tema “Análise da Produtividade – Estude o Cenário Atual e
Identifique Oportunidades para Aumentar a Eficiência dentro e fora
do Campo”.
Para o presidente do Ceise Br, que participará ao lado
de executivos e técnicos de grandes companhias e entidades, na-
cionais e internacionais, ligadas à cadeia sucroenergética, “o even-
to vem ao encontro do importante momento vivido pelo setor”, diz
Palestra de Paulo Gallo vai
Gallo. abordar a importância de
Em 2015, à época como diretor técnico do Ceise Br, se estudar o cenário atual
do setor para identificar
Paulo Gallo participou da 11ª edição do evento mediando debates oportunidades de aumento
técnicos e institucionais, e também comentando o trabalho que a de eficiência dentro e fora
do campo
entidade desenvolve e sua atuação, tanto em Brasília quanto junto
ao governo do Estado de São Paulo, em relação às ações de reto-
mada do setor.

36
PROTEÇÃO E PERFORMANCE
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mal e ao meio ambiente. Leia atentamente e siga
rigorosamente as instruções contidas nos rótulos,
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mentos de proteção individual. Nunca permita a
utilização dos produtos por menores de idade.
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37
Mão de obra canavieira

Arquivo / Sistema FAEP

A redução gradativa da

As boas-novas
demanda por cortadores
manuais de cana foi
compensada, em parte,
pela criação de vagas de
condutores de colheitadeiras,

da cana-de-açúcar
tratoristas, motoristas,
mecânicos, entre outra

Além dos benefícios ambientais, o aumento da


produção de etanol ajudou a melhorar os indicadores
sociais no campo

C
riado em 1975 para reduzir os aponta o estudo Socio-economic impacts
gastos com a importação de pe- of Brazilian sugarcane industry (Impactos
tróleo, o Programa Nacional do socioeconômicos da indústria brasileira de
Álcool (Proálcool) alterou profundamente cana-de-açúcar), publicado no número 16
a matriz energética brasileira, reduzindo a da revista Environmental Development (de-
poluição e a emissão de gases de efeito zembro de 2015).
estufa. Mas, além dos benefícios ambien- Subsidiados por extenso le-
tais, a expansão recente da agroindústria vantamento bibliográfico, Márcia Azanha
canavieira também provocou impactos Ferraz Dias Moraes, da Escola Superior
positivos nos indicadores sociais do país, de Agricultura Luiz de Queiroz da Univer-

38
sidade de São Paulo (Esalq-USP), Fabí- da lavoura canavieira apresentam indica-
ola Cristina Ribeiro de Oliveira, do curso dores socioeconômicos melhores, além de
de Ciências Econômicas da Universidade terem uma mobilidade maior para outros se-
Metodista de Piracicaba (Unimep), e Ro- tores fora do agrícola: “Podemos dizer que
cio A. Diaz-Chavez, do Centro de Política a expansão canavieira verificada a partir de
Ambiental do Imperial College, de Londres, 2008 contribuiu para a melhoria dos indica-
utilizaram dados da Pesquisa Nacional por dores sociais agrícolas”, afirma Márcia.
Amostra de Domicílios (Pnad) e da Relação Mas essas conquistas são re-
Anual de Informações Sociais (Rais) para lativamente recentes, adverte a professora.
comparar a situação dos empregados no “Quando surgiu o Proálcool, o foco princi-
cultivo da cana-de-açúcar com a dos tra- pal era buscar alternativas ao petróleo e
balhadores nos demais segmentos agríco- naquele momento as questões ambientais
las. Também compararam indicadores so- ou sociais eram secundárias.” Na época, a
ciais dos descendentes dos empregados prioridade era diminuir a todo custo a de-
da lavoura canavieira com os de outras cul- pendência em relação ao petróleo impor-
turas, procurando verificar se as condições tado, que respondia por mais de 80% do
dos pais influenciariam as dos filhos. consumo nacional.
O estudo mostrou que os tra- Esse objetivo econômico foi
balhadores envolvidos com a cana-de açú- alcançado: a produção de cana-de-açúcar
car recebem salários maiores, são mais es- aumentou de 88,9 milhões de toneladas,
colarizados e têm uma proporção maior de em 1975, para 588,5 milhões, em 2013, Estudo mostra que os
trabalhadores empregados
emprego formal quando comparados com o que permitiu que a produção de etanol no corte da cana têm de
a média desses indicadores para as outras crescesse de 555 milhões de litros para ter elevada produtividade,
que hoje passa das 14
culturas analisadas. Foi possível ainda veri- 23,2 bilhões de litros no mesmo período. toneladas por homem por
ficar que os descendentes dos empregados Isso contribuiu para que a dependência do dia de trabalho

39
Marco Antonio e Silva
Mão de obra canavieira

Campinas (Unicamp) em 2011, concluiu


que o Índice de Desenvolvimento Humano
(IDH) dos municípios produtores de cana
apresentou uma evolução favorável de
1970 a 2000: “Os municípios canavieiros
em todos os estados apresentam melho-
res indicadores de distribuição de renda e
de acesso aos serviços de infraestrutura,
principalmente acesso a instalações sani-
tárias”.
Com base na literatura produzida nos anos 1980,
os pesquisadores identificaram sérios problemas
Os avanços nas condições
ambientais por conta das queimadas, além do de trabalho se intensificaram desde então.
alto índice de informalidade, até mesmo com
trabalho infantil
Que fatores contribuíram para essa mu-
dança? “O primeiro motivo foi uma ação
Arquivo
muito rigorosa do Ministério Público do
petróleo importado caísse para 18% do consumo nacional em 2013. Trabalho ao exigir o efetivo cumprimento
O Proálcool trouxe outros benefícios diretos. Como de- das normas”, diz a autora. A fiscalização
monstrou o estudo Social externalities of fuels (Externalidades so- estatal foi reforçada pelo interesse interna-
ciais dos combustíveis), de 2011, elaborado por Márcia, Fabíola e cional, que ganhou importância à medida
outros autores, a expansão do complexo sucroalcooleiro criou em- que o país ampliou suas exportações de
pregos e aumentou a renda em vastas regiões do interior do país, açúcar e álcool.
enquanto as plantas dedicadas ao refino de petróleo sempre se con- A intensa concorrência entre
centraram em poucas cidades litorâneas. os produtores dessas commodities no mer-
Dois tempos - Contudo, do ponto de vista social, a situ- cado mundial, bem como a preocupação
ação não era satisfatória. “Quando se olha a literatura produzida nos das empresas compradoras de açúcar e
anos 1980 sobre o assunto, verifica-se que as condições de trabalho etanol, que passaram a exercer uma au-
no setor da cana eram ruins; havia uma informalidade grande e até ditoria mais rigorosa sobre as práticas so-
mesmo trabalho infantil”, diz Márcia. No plano ambiental, o quadro ciais e ambientais dos fornecedores brasi-
geral não era melhor: as queimadas produziam grandes nuvens de leiros, também contribuíram para a adoção
fumaça. de práticas mais sustentáveis.
De acordo com Márcia, esses problemas estavam liga- Mecanização - O afluxo de in-
dos ao processo de colheita manual da cana, com a utilização do vestidores estrangeiros para o setor, a par-
trabalho de migrantes que vinham para São Paulo: “As condições de tir do ano 2000, contribuiu para a adoção
trabalho e dos alojamentos eram problemáticas e havia a atuação de uma administração mais responsável
dos ‘gatos’ [intermediários na contratação da mão de obra]. Com as porque essas empresas trouxeram novos
pesquisas desenvolvidas no nosso grupo de estudo, conseguimos padrões gerenciais e trabalhistas. Segun-
verificar que houve uma mudança importante nas condições de tra- do Márcia, nem todas as empresas nacio-
balho. São dois períodos completamente diversos. Atualmente não nais tinham práticas reprováveis, mas as
faz mais sentido falar em trabalho escravo na cultura canavieira”. estrangeiras ajudaram a erguer o patamar
Outros estudos citados por Márcia já apontavam nessa das condições sociais e trabalhistas.
direção. A tese Indicadores socioeconômicos em estados produto- Contudo, a principal explica-
res de cana-de-açúcar: análise comparativa entre municípios, de ção para a mudança no campo está, segun-
Janaina Garcia de Oliveira, defendida na Universidade Estadual de do a autora, na mecanização da colheita.

40
41
Mão de obra canavieira
O processo se acelerou com a eliminação canização não eliminou totalmente o corte
gradativa da queima da cana no estado de manual. “Na realidade, o modelo de meca-
São Paulo, determinada pela assinatura do nização posto em prática na cana requer
Protocolo Agroambiental do Setor Sucroe- a combinação do corte mecanizado com
nergético, de 2007, e pela legislação esta- o corte manual de elevada produtividade:
dual que disciplina o tema. Isso trouxe enor- os trabalhadores empregados no corte da
mes benefícios ambientais ao acabar com cana têm de ter elevada produtividade, que
os problemas causados pelas queimadas, hoje passa das 14 toneladas por homem
além de permitir o aproveitamento da palha por dia de trabalho”, diz Alves. Isso acarreta
da cana na geração de energia elétrica (tal um aumento das doenças de trabalho.
como já era feito com o bagaço). A diminuição gradativa da
Por outro lado, a mecaniza- demanda por cortadores manuais foi com-
ção teve um efeito perverso ao inviabilizar pensada, ao menos em parte, pela cria-
a colheita manual da cana, provocando ção de vagas de tratoristas, motoristas,
redução de postos de trabalhos. “A me- mecânicos, condutores de colheitadeiras
canização exige menos trabalhadores”, e técnicos em eletrônica, apontou Márcia
diz a pesquisadora. “Uma colheitadeira em seu estudo O mercado de trabalho da
substitui, em média, 80 cortadores.” De agroindústria canavieira: Desafios e opor-
2000 a 2012, o número de trabalhadores tunidades, de 2007.
com carteira assinada em todo o com- Para atenuar o problema do
plexo sucroalcooleiro passou de 642.848 desemprego gerado pela mecanização, as
para 1.091.575 – um incremento global de federações patronais e de trabalhadores
69,8%. Desagregando os dados, constata- de São Paulo têm providenciado, de acor-
-se que o volume de empregos com cartei- do com o último estudo da autora, cursos
ra cresceu 205,2% nas destilarias de álco- de treinamento e requalificação para 3 mil
ol e 153,93% nas usinas de açúcar. Mas o trabalhadores a cada ano. Também houve
número de trabalhadores com carteira na uma absorção de parte desses trabalhado-
cultura da cana-de-açúcar caiu 7,4%, de res em obras de infraestrutura nas regiões
356.986 para 330.710 empregados. Norte e Nordeste do país.
A regressão setorial no empre- Gerações - Para avaliar me-
go tem um aspecto positivo. “Cortar cana lhor o alcance das transformações, Márcia,
manualmente é um trabalho extenuante”, Fabíola e Rocio utilizaram dados de fontes
diz Márcia. O caráter penoso é ressaltado governamentais (Pnad e Rais) que permi-
por outros pesquisadores. Segundo Ma- tem comparar as condições de trabalho e
ria Aparecida de Moraes Silva, professo- os níveis de escolaridade entre duas gera-
ra aposentada da Universidade Estadual ções de trabalhadores. Para evitar distor-
Paulista (Unesp), campus de Araraquara, ções na comparação com os demais seto-
“a vida útil de um cortador de cana não ul- res agrícolas, não foram levados em conta
trapassa 15 anos: o trabalho acaba com a os dados referentes aos empregados nas
coluna, os punhos, os braços”. destilarias de álcool e usinas de açúcar.
E, como observa Francisco Al- O cruzamento das informa-
ves, professor associado do Departamento ções revela que a renda média do chefe de
de Engenharia de Produção da Universida- família (a pessoa de referência na família, na
de Federal de São Carlos (UFSCar), a me- denominação atual das estatísticas oficiais)

42
Gilmar dos Passos Florentino

Para atenuar o problema


do desemprego gerado
no cultivo da cana era 46,5% maior que a dos filhos, ou seja, o fato de a maioria dos pela mecanização, o setor
renda média dos demais setores agrícolas. trabalhadores da cana ter carteira assina- canavieiro paulista tem
providenciado cursos de
A escolaridade média é de cinco anos de da deve ter influenciado as escolhas dos treinamento e requalificação
estudo no ramo dos trabalhadores da cana, seus descendentes. No caso dos filhos de para 3 mil trabalhadores a
cada ano
diante de quatro anos nos demais. Em trabalhadores agrícolas em geral, 43,2%
comparação com seus pais, os filhos des- seguem na agricultura; no dos filhos dos
ses trabalhadores têm uma escolaridade trabalhadores da cana, o percentual cai
média mais alta: 8,4 anos, no caso dos em- para 29,3%, indicando uma maior mobili-
pregados na cana, e 8,1 anos, no restante dade para outros setores.
do setor agrícola. Contudo, todos possuem A maior parte dos descen-
uma renda menor que a auferida pelos pais dentes dos empregados no setor canaviei-
(no caso da cana 14,2% menor, e para a ro encontra emprego no setor de serviços
agricultura em geral, 3,2% menor). Vários (35,3%). A indústria de transformação ab-
fatores influenciam os rendimentos dos tra- sorve 20,9%, a construção civil, 8,1% e a
balhadores, o que pode explicar por que os administração pública, 4,9%. Essa maior
filhos, apesar de maior escolaridade, ainda mobilidade social resulta provavelmen-
ganham em média menos que os pais. te da influência do contexto familiar. “As
Considerando os chefes de condições da família influenciam muito as
família, é possível notar ainda que, no se- escolhas dos filhos”, explica Márcia. “As
tor da cana, 86,98% têm carteira assinada, melhores condições de trabalho dos pais
ante apenas 34,23% nos demais setores abrem a possibilidade de um emprego me-
agrícolas. Quando se comparam os des- lhor para os filhos.”
cendentes, constata-se que 70,05% dos
descendentes dos trabalhadores da cana Artigo Científico: MORAES,
têm carteira, em relação aos 49,31% dos fi- M.A.D. et al. Socio-economic impacts of
lhos de trabalhadores dos demais setores. Brazilian sugarcane industry.Environ-
Observa-se, portanto, a influ- mental Development. v. 16, p. 31-43, dez.
ência dos pais nas condições de trabalho 2015

43
44
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45
Leite

Arquivo
Temperaturas mais amenas

Clima beneficia
e aumento de chuva têm
contribuído para a produção
de leite nas principais bacias
do País

pecuária leiteira

A
s temperaturas mais amenas e a de 2015 a janeiro deste ano e verificou
maior quantidade de chuva regis- condições mais favoráveis de temperatu-
tradas em dezembro de 2015 e nos ra e precipitação para a pecuária de leite.
dois primeiros meses deste ano têm con- Para o pesquisador Samuel
tribuído para a produção de leite nas prin- Oliveira, este ano não deve se repetir a
cipais bacias do País. Estudos do Centro irregularidade climática observada nos úl-
Nacional de Pesquisa de Gado de Leite timos dois anos, com temperaturas muito
da Embrapa mostram que o produtor tem elevadas e incidência de chuvas abaixo
encontrado condições de tempo melhores do normal em bacias leiteiras importantes
para a atividade em comparação ao mes- como Araxá (MG), Poços de Caldas (MG),
mo período do ano passado. A pesquisa Foz do Iguaçu (PR), Chapecó (SC) e Pas-
monitorou dados meteorológicos do final so Fundo (RS). Algumas regiões registra-

46
ram até cinco graus acima da média em
outubro do ano passado. No entanto, para
alegria dos produtores de leite, esse qua-
Custos crescem
dro está se revertendo: nos últimos três
meses houve estabilização do regime de
no início do ano
Leônidas Badaró
chuvas.
“Com a regularização das
precipitações no final de janeiro e feve-
reiro nas regiões Centro-Oeste e Sudes-
te, houve redução do potencial de perda
da produção leiteira por má formação de
pastagens”, destaca a Embrapa. O mu-
nicípio de Juiz de Fora (MG), localizado
numa das principais bacias leiteiras do
país, já registra dados favoráveis à pro-
dução. Em janeiro deste ano, a tempera-
tura média foi três graus menor do que no
mesmo mês de 2015. O regime de chuvas
também está próximo à média normal,
com acúmulo de 1.500 milímetros de fe-
vereiro de 2015 até os dias atuais.
"Tudo indica que não teremos
no decorrer deste ano os problemas cli-
máticos severos registrados nos dois úl-
timos anos”, afirma Samuel Oliveira, que
também destaca que a temperatura mé- Aumento do preço da ração ajuda a elevar
custos de produção leiteira
dia em Goiânia (GO) caiu dois graus no
mesmo período. As perdas decorrentes
das irregularidades térmicas, conforme o Os custos de produção da pecuária leiteira au-
pesquisador, ocorreram mais em função mentaram 5,3% em janeiro de 2016, na comparação com de-
do estresse térmico do que de problemas zembro do ano passado. Já em relação a janeiro de 2015, a
nas pastagens relativos à seca, pois hoje alta observada foi de 19,6%. De acordo com o Índice Scot
o uso da suplementação alimentar é cada Consultoria de Custo de Produção para a atividade, este ce-
vez maior. nário de início de ano acontece pela sétima vez consecutiva.
"A pecuária de leite hoje não O aumento é atribuído ao maior gasto com mão de obra, por
é mais tão dependente da pastagem, em- conta da elevação do salário mínimo em 11,7%.
bora a influência seja ainda bem forte", Outro fator que determinou o aumento de custos
ressalta Samuel Oliveira. "Não há um índi- foi o reajuste dos preços dos alimentos concentrados ener-
ce exato das perdas registradas no perío- géticos, dos combustíveis e lubrificantes, dos defensivos
do. Para isso seria necessário consolidar agrícolas, dos suplementos minerais e dos medicamentos
os registros das fazendas, mas contatos veterinários. A expectativa para 2016, com o dólar valoriza-
com produtores apontam para reduções do, é de preços em patamares elevados para o milho e farelo
de até 20 a 30% na produção nos dias de soja, além de adubos e suplementos minerais que sofrem
mais quentes." alguma influência do câmbio.

47
Leite

Semex
lança
Catálogo
de Leite
Importado
Divulgação
2016
Capa do Catálogo de Leite
Importado 2016

A
Semex, empresa que atua no mer- funcionais, que atestam a durabilidade e
cado de inseminação artificial, lan- rentabilidade de suas progênies. Quan-
çou o Catálogo de Leite Importado do suas filhas nascem é realizada, diaria-
2016, com foco na raça Jersey. Os animais mente, uma análise comparativa entre elas
do catálogo são avaliados pelas provas ca- através do sistema The Canadian Test Day
nadenses Índice de Lucratividade Vitalícia Model (CTDM), adotado pelo Canadian
(LPI) e pelas americanas através do Índice Dairy Network (CDN).
de Desempenho Total (TPI), que determi- Já para obter os resultados
nam a classificação de longevidade, taxa das provas americanas, realizadas pela
de prenhes, produção, entre outras. United States Department of Agriculture
O Índice de Lucratividade Vi- (USDA), é utilizado o cálculo de Habilida-
talícia (LPI) do Canadá identifica as parti- des Previstas de Transmissão (PTA). Esta
cularidades genéticas referentes à produ- avaliação classifica os touros com maior
ção, tipo (conformação), características habilidade em transmitir um equilíbrio

48
Catálogo tem foco na raça
Jersey, animal com elevado
índice de conversibilidade
e resistência, que reúne
importantes qualidades,
entre elas a rusticidade e a
facilidade de adaptação
Divulgação

destas particularidades (produção, tipo 100 mil doses no mundo e é reconhecido


e funcionais), ou seja, quanto maior for a pela alta consistência de suas filhas. “Sua
pontuação, melhor será o desempenho do progênie possui qualidade do sistema
animal. mamário, aprumos e alto teor de sólidos.
Após todas estas avaliações, Algumas já receberam várias premiações
a Semex, para dar mais segurança e con- em pista e três delas foram nomeadas All-
fiabilidade aos pecuaristas, ainda identi- -Canadian em 2015, ou seja, foram elei-
fica seus animais com selos de seus pro- tas entre as melhores vacas de suas res-
gramas como: Immunity+ (alta resposta pectivas idades no Canadá. Outras foram
imune); HealthSmart (filhas com melhores classificadas MB (Muito Bom) na primeira
características de saúde); Repromax (alta cria conforme classificação oficial da As-
fertilidade de sêmen) e Genomax (os tou- sociação de Jersey do Canadá”, comenta
ros jovens em destaque com alto valor ge- Claudio Aragon, diretor técnico de Raças
nômico), que asseguram o melhoramento Leiteiras da Semex.
genético de acordo com as necessidades Semex Alliance - Sediada na
apresentadas. cidade de Guelph, Ontário, no Canadá, é
Por exemplo, caso o pecuaris- a maior empresa de genética do mundo,
ta busque por animais mais resistentes às sendo constituída por três das mais im-
doenças como mastite, metrite, paratuber- portantes cooperativas canadenses de
culose, entre outras, deve optar por touros inseminação artificial: Eastgen, Western e
com selo Immunity+ que, com herdabili- CIAQ, além de uma divisão responsável
dade de 30%, asseguram maior resposta pelo gado de corte, a Semex Beef, nos Es-
imune a doenças. Se o objetivo é aumen- tados Unidos. Juntas, as cooperativas de-
tar as taxas de concepção, escolha touros têm o título de maior rede de distribuição
do programa Repromax. Lembrando que do mundo entre empresas de genética.
cada animal pode ter mais de um selo. Mérito da abrangência da marca, que hoje
Dentre os destaques do catá- está presente em todos os continentes e
logo está o touro 200JE0384 Joel. Nascido em aproximadamente 120 países, incluin-
em 18 de maio de 2011, já vendeu mais de do o Brasil.

49
Finanças

O crédito rural
e as cooperativas
S
abe-se da irremediável importância responsáveis por 33% da participação do
que o crédito tem na expansão e volume de crédito rural de todo Sistema
Arquivo
no desenvolvimento das principais Sicoob nacional.
atividades econômicas desenvolvidas na Sobre concessão de crédito,
atualidade, pois muitas são as atividades o Diretor Operacional do Sicoob SP, Ismael
que se beneficiam: o crédito rural financia Perina Junior, afirma que as linhas de cré-
o custeio para cobrir as despesas normais dito oferecidas aos produtores dependem
dos ciclos produtivos; investe em bens ou de uma série de fatores, principalmente
serviços e comercializa para cobrir des- de uma boa avaliação de capacidade de
pesas próprias da fase posterior à coleta pagamento. "As cooperativas, por estarem
da produção ou para converter em espé- mais próximas de seus produtores, têm
cie os títulos oriundos de sua venda. um melhor histórico da atividade agrícola
Segundo dados do Banco e acabam sendo mais flexíveis na conces-
Central do Brasil - Bacen, o volume total são de créditos", complementa. No caso
de crédito rural contratado pelos produto- dos empréstimos para custeio, o Sicoob
res entre julho do ano passado e janeiro SP concedeu R$ 682 milhões. Para in-
Ismael Perina Junior é diretor
operacional do Sicoob SP
alcançou R$ 95,8 bilhões. Entre as institui- vestimento, foram contratados R$ 128 mi-
ções que fazem parte do Sistema Nacional lhões, enquanto para comercialização, o
de Crédito Rural (SNCR), os bancos pú- montante contratado foi de R$ 24 milhões.
blicos continuam sendo as entidades que As participações do volume
mais fornecem créditos, atingido R$ 54,8 de crédito e número de contratos de cré-
bilhões nos primeiros sete meses de safra, dito concedidos pelas cooperativas ratifi-
seguidos pelos bancos privados (R$ 28,5 cam a crescente importância das coope-
bilhões) e as cooperativas de crédito (R$ rativas de crédito no mercado de crédito
11 bilhões). rural do Brasil. Nesse contexto, pode-se
No âmbito das cooperativas ainda destacar o cooperativismo de crédi-
de crédito, o Sistema Sicoob prevê para to como instrumento de desenvolvimento
toda safra 2015/16, liberar R$ 6,8 bilhões regional, já que na contramão dos ban-
aos seus cooperados, o que representa cos, as cooperativas devolvem grande
um crescimento de 25% em relação ao parte dos depósitos para os seus locais
ciclo anterior. A Central Sicoob SP, que de origem na forma de operações de cré-
possui sede em Ribeirão Preto, nos pri- dito, realizando a intermediação financei-
meiros sete meses da safra, liberou mais ra de forma a maximizar a reciclagem dos
de R$ 835 milhões. Suas 16 cooperativas recursos que são poupados, direcionan-
filiadas, que apresentam mais de 200 pon- do-os para o investimento e contribuindo
tos de atendimento em todo Estado, são para o desenvolvimento regional.

50
51
Sojicultura

Divulgação

Volume de colheita
estimado em 101,6 milhões
de toneladas para a atual
safra de soja é 5,6%
superior ao registrado no
ciclo 2014/15
Agroconsult estima safra
de soja em 101,6 milhões
de toneladas

A
Agroconsult estima que a produção também foi revisada, passando de 32,9
brasileira de soja alcance 101,6 mi- milhões de hectares em janeiro para 33,2
lhões de toneladas na atual safra, milhões de hectares em fevereiro, cres-
volume 2,4% superior à projeção de 99,2 cimento de 3,6% em relação ao mesmo
milhões de toneladas divulgada em janei- período do ano passado. A elevação da
ro pela empresa de consultoria. O cálculo estimativa de colheita é atribuída a novas
tem como base algumas avaliações preli- considerações em relação ao comporta-
minares feitas em campo pelos técnicos da mento climático na região meio-norte de
expedição Rally da Safra, que percorre os Mato Grosso. Os técnicos concluíram que
principais polos agrícolas do País. O volu- os problemas com clima verificados no iní-
me estimado é 5,6% superior ao registrado cio do ano eram, na realidade, localizados
no ciclo 2014/15 da soja. e dispersos.
A estimativa de área plantada As previsões iniciais sobre as

52
53
Sojicultura

Rally da Safra

Equipe do Rally da Safra


realiza avaliações de produtividades em Mato Grosso, maior es- cipal produtor de soja no País, e que tam-
campo nos principais polos
tado produtor do Brasil, eram conservado- bém segue um calendário de plantio mais
agrícolas do País
ras, mas foram elevadas porque a colhei- tardio, a perspectiva é de uma boa colhei-
ta no oeste do Estado apresenta melhora ta, possivelmente sem quebra de produtivi-
nesta temporada. Em Goiás e Mato Grosso dades em função de um regime de chuvas
do Sul, as produtividades também foram satisfatório.
revisadas em função do bom potencial das Milho - A perspectiva da Agro-
lavouras. Os dados indicam a confirmação consult para a safra verão é de 28,5 milhões
de uma colheita recorde em andamento no de toneladas, queda de 5,1% em relação
Brasil, segundo produtor mundial depois ao ciclo passado. Também há previsão de
dos Estados Unidos. queda de 6,8% na área plantada, chegan-
Há, no entanto, riscos de per- do a 5,7 milhões de hectares. Já a colheita
das na região conhecida como Matopiba do milho de segunda safra está estimada
(Maranhão, Piauí, Tocantins e oeste da em 58,8 milhões de toneladas, aumento de
Bahia) e no leste de Goiás, onde o calen- 7,7% sobre os 54,6 milhões de toneladas
dário de cultivo é mais atrasado e ainda há colhidas na temporada passada. Em janeiro
boa parte das lavouras em período crítico a estimativa era de 57,7 milhões de tonela-
de desenvolvimento, precisando de chu- das. A área plantada deverá crescer 11,6%,
vas. Já no Rio Grande do Sul, terceiro prin- chegando a 10,7 milhões de hectares.

54
Larissa Melo

Produtores
se reúnem contra
tributação
excessiva
de grãos

Cristiano Palavro: "Depois


A cadeia produtiva de grãos atuação das tradings em Goiás e redução dessa medida, acredito
no Brasil está engajada na luta pela re- nos financiamentos via operações de tro- que Goiás será o último
estado escolhido para
dução de taxas que podem comprometer ca e barter, a Associação dos Produtores fazer comércio com as
a competitividade agrícola nacional. Um de Soja e Milho do estado (Aprosoja-GO) trades, situação tenebrosa
para uma produção de
dos itens que mais está incomodando os e entidades do setor, como a Federa- mais de 10 milhões de
agricultores é o decreto estadual de Goi- ção da Agricultura e Pecuária de Goiás toneladas de soja"

ás que alterou a cobrança de ICMS (Im- (Faeg), aguardam as negociações com o


posto sobre Circulação de Mercadoria e governador Marconi Perillo.
Serviços) sobre as exportações de soja e "Não aceitamos um decreto
milho. A reação do setor produtivo foi ime- irresponsável como esse. Nossa expecta-
diata. A ideia é apresentar um mandado tiva é que o governo entenda os pesados
de segurança para derrubar o decreto nº impactos ao setor produtivo e reveja essa
8.548, que autoriza a taxação. medida o mais rápido possível", ressalta
O decreto goiano determina o presidente da Aprosoja-GO, Bartolomeu
que o percentual mínimo para o proces- Braz. Representantes do setor de soja
samento interno será definido pela Sefaz estiveram em Brasília no dia 24 de feve-
conforme as circunstâncias do mercado reiro para discutir propostas em conjunto
de soja e milho. Na regra vigente, pelo me- para a cadeia produtiva do grão em todo
nos 30% do volume de grãos negociados o país. A discussão ocorreu durante a
pelas empresas devem ser destinados ao Câmara Setorial da Soja, do Ministério da
mercado de Goiás ou de outros estados, Agricultura.
configurando, portanto, uma operação tri- De acordo com o diretor-exe-
butada com ICMS. cutivo da Associação dos Produtores de
Diante do impacto imediato Soja e Milho de Goiás (Aprosoja Goiás),
nos preços e de possíveis consequências Cristiano Palavro, desde o dia em que a
em médio e longo prazos, como a menor medida foi tomada, a rentabilidade na pro-

55
Sojicultura

dução já caiu. "Os preços negociados em zar, criar uma agenda coletiva e quando
Goiás já caíram 4%, o equivalente a R$ houver a manifestação não será só Goiás,
3,00 por saca. O decreto dificulta ainda serão produtores de todo o Brasil contra
mais a competitividade do setor. Depois mais uma taxação para classe", alerta.
dessa medida, acredito que Goiás será Segundo a Aprosoja Brasil, o
o último estado escolhido para fazer co- encontro em Brasília foi o primeiro passo
mércio com as trades, situação tenebrosa para organizar a agenda coletiva e assim
para uma produção de mais de 10 milhões todo o setor trabalhar contra tal taxação.
de toneladas de soja", observa Palavro. Na reunião, o setor da soja também mos-
Para o presidente da Câma- trou preocupação com a ferrugem asiática
ra Setorial da Soja, Glauber Silveira, o e um controle melhor por parte do Minis-
setor deve ter muita cautela e união, pois tério da Agricultura com relação ao capim
tal medida pode ser estendida para ou- fenegoso, que reapareceu em lavouras
tros estados. "Hoje é o estado de Goiás, comerciais de Mato Grosso nesta safra,
amanhã pode ser qualquer outro estado uma consequência do aumento de soja
produtor, por isso temos que nos mobili- convencional no estado.

Divulgação

Segundo o presidente da Câmara Setorial da


Soja, Glauber Silveira, o setor deve ter muita
cautela e união, pois o aumento do tributo em
Goiás pode ser estendido para outros estados

56
Pedro Singer / Embrapa

Chapadão do Sul, MS, lidera


casos de ferrugem asiática

O
Plantas infectadas com
município de Chapadão do Sul, é o quarto estado do país em casos de fer- a ferrugem asiática
MS, a 333 quilômetros de Campo rugem asiática, ficando atrás do Paraná, apresentam desfolha
precoce, comprometendo
Grande, lidera o ranking nacional com 121, Rio Grande do Sul, com 117 e a formação e o enchimento
de casos de ferrugem asiática da soja na Goiás, com 71. No Brasil a quantidade de de vagens, reduzindo o
peso final dos grãos
safra 2015/16. Segundo o Consórcio Anti- registros confirmados é de 431.
ferrugem, a parceria público-privada que A Associação dos Produtores
atua no combate a doença, até o dia 21 de Soja de Mato Grosso do Sul (Aprosoja/
de fevereiro foram confirmados 39 focos MS) destacou em circular do Sistema de
da doença. Depois aparecem dois municí- Informação Geográfica do Agronegócio
pios de Goiás, Rio Verde, com 20 registros (Siga) divulgada nesta semana, que o ex-
e Chapadão do Céu, com 17 ocorrências. cesso de chuvas no estado entre dezem-
O Consórcio Antiferrugem bro e janeiro favoreceu o desenvolvimento
destaca que dos casos registrados em de doenças nas lavouras do grão e que
Chapadão, 19 ocorreram em janeiro e 20 ainda por contra dos estragos que provo-
em fevereiro, sendo o mais recente regis- cou em estradas e pontes, e em razão do
tro datado do dia 21 de fevereiro. Além de excesso de umidade no solo, dificultou o
Chapadão do Sul, focos da doença foram manejo adequado das lavouras.
confirmados em outros dez municípios de De acordo com a Empresa
Mato Grosso do Sul: Amambaí (1 caso), Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Em-
Aral Moreira (4), Costa Rica (1), Dourados brapa), a ferrugem é considerada uma das
(4), Laguna Carapã (2), Maracaju (4), Navi- doenças mais severas que incidem na cul-
raí (2), Ponta Porã (4), São Gabriel do Oes- tura e pode ocorrer em qualquer estádo
te (1) e Sidrolândia (2). fenológico da cultura. Plantas infectadas
Com esses focos, o estado apresentam desfolha precoce, compro-
contabiliza nesta safra um total de 64 ca- metendo a formação e o enchimento de
sos. O número ainda é parcial, já que a co- vagens, reduzindo o peso final dos grãos.
lheita ainda está sendo realizada, mas já Nas diversas regiões geográficas onde a
é três vezes maior do que o registrado em ferrugem asiática foi relatada em níveis epi-
todo o ciclo anterior, que foi de 19 focos. dêmicos, os danos variam de 10% a 90%
Com essa quantidade, Mato Grosso do Sul da produção.

57
Sojicultura

Arquivo

A soja contribui com

Soja puxa o valor bruto


37,5% do valor bruto da
produção agropecuária
(VBP) das lavouras do país
e representa um valor da

da produção pecuária
produção estimado em R$
122,2 bilhões

O
valor bruto da produção agrope- Segundo a Coordenação-Ge-
cuária (VBP) brasileira começa ral de Estudos e Análises da SPA, o VBP
o ano estimado em R$ 501,4 bi- de R$ 501,4 bilhões indica um recuo de
lhões. O número foi divulgado no dia 18 1,2% em relação ao de 2015, de R$ 507,4
de fevereiro pela Secretaria de Política bilhões. As lavouras representam 65%
Agrícola (SPA) do Ministério da Agricul- desse montante e registraram redução de
tura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). 0,3% em comparação ao VBP de 2015. A
Por se tratar de uma avaliação preliminar, pecuária significa 35% do total, com retra-
baseada em informações insuficientes ção de 2,8% quando cotejada com o ano
para traçar um quadro mais completo, a passado.
expectativa é que possa haver alterações Entre os produtos com melhor
ao longo de 2016. desempenho, destacam-se o amendoim

58
(16,2 %); banana (14,2 %); cacau (10%); ção do VBP nacional, com um valor de R$
café (17,8 %); mamona (19,8 %); soja 148 bilhões, seguido do Centro-Oeste (R$
(11,8%); trigo (17,1%) e maçã (33,5%). A 134 bilhões), Sudeste (R$ 127,2 bilhões),
soja contribui com 37,5% do VBP das la- Nordeste (R$ 49,4 bilhões) e Norte (R$ 29,8
vouras do país e representa um valor da bilhões).
produção estimado em R$ 122,2 bilhões. De acordo com a SPA, a aná-
Vários produtos tiveram queda lise do VBP mostra também a importân-
do valor da produção. Entre eles, os que cia crescente da soja no Norte do país,
apresentam maior redução, até o momen- com destaque para Tocantins, Rondônia e
to, são algodão herbáceo (-7,4 %); arroz Pará. O estudo indica ainda que este ano
(-10,2%); cana-de-açúcar (-11,3%); fumo se apresenta favorável para a maioria dos
(-15,7%); milho (-7,8%); laranja (-7,4%); to- estados brasileiros em termos de fatura-
mate (-49,6%) e uva (-13,3%). mento. Isso pode ser atribuído à soja e ao
As informações regionais con- café em estados como Minas Gerais e Es- O tomate registrou uma
queda de 49,6% e é um
firmam a predominância do Sul na forma- pírito Santo. dos produtos que mais
tiveram redução do VBP
Arquivo

59
Eventos

Divulgação

Ourofino patrocina
Amilton Silva, médico
veterinário e diretor da
Linha de Aves e Suínos da
Ourofino Saúde Animal

Happy Hour no
Congresso APA
A
Ourofino Saúde Animal confirmou e conversas entre os colegas do setor re-
patrocínio do 14º Congresso APA presentam uma importante oportunidade
de Produção e Comercialização de para discutir o dia a dia da atividade. É
Ovos, que vai acontecer de 15 a 17 de mar- quando os produtores conseguem conver-
ço, no Centro de Convenções de Ribeirão sar com outros e trocar informações sobre
Preto, no interior de São Paulo. No dia 16, o que acontece no campo e esta interação
a empresa vai realizar um Happy Hour aos é extremamente positiva para o desenvol-
participantes a partir das 18h30, no Cen- vimento da atividade”, destaca o especia-
tro de Convenções. O objetivo é promover lista que apoia o evento pelo segundo ano
um momento de descontração e troca de consecutivo.
informações entre os presentes, explica o “A Ourofino está investindo
médico veterinário e diretor da Linha de muito forte na avicultura, um segmento
Aves e Suínos da Ourofino Saúde Animal, em fase de expansão e desenvolvimen-
Amilton Silva. to tecnológico. E este evento, promovido
“Nós, da Ourofino, acredita- pela APA, é hoje o mais conceituado da
mos que estes momentos de descontração postura comercial no país, por isso não

60
podemos ficar de fora. Assim, neste ano, Comercialização de Ovos podem ser reali-
vamos participar com um pouco mais de zadas no site do evento (www.congresso-
força e mais apoio”, ressalta o executivo. deovos.com.br) pelo valor de R$ 280 para
“Foi muito importante ter participado no estudantes com comprovante, R$ 420 para
ano passado. Tivemos boa visibilidade e professores e pesquisadores, R$ 450 para
um retorno muito positivo, além da oportu- associados da Associação Paulista de Avi-
nidade de prestar nosso apoio à avicultu- cultura (APA) e R$ 560 para profissionais.
ra de postura ao patrocinar um congresso Outras informações sobre o evento po-
focado em levar informações relevantes dem ser encontradas no site do congresso
para o produtor de ovos.” (www.congressodeovos.com.br) ou atra-
Lançamento - Entre os des- vés do telefone (11) 3832-1422.
taques da empresa para esta edição do Apoio - As principais em-
Congresso de Ovos está o lançamento do presas do setor confirmaram patrocínio
FOS 350 para o controle de doenças res- para a próxima edição do evento: Aba-
piratórias e entéricas, incluindo a salmone- se, Adisseo, Agroceres Multimix, Alltech
lose. “Este produto a base de fosfomicina do Brasil, Amicil, Artabas, Big Dutch-
tem maior potência de ação farmacológica man, Biocamp, Biovet, BR Nova, Ceva,
no combate aos problemas respiratórios e De Heus, Des-Vet Produtos Veterinários,
entéricos”, explica Silva defendendo a im- DSM, Elanco, Fatec, Granja Fujikura, H&N
portância de estar atento a sanidade e a Avicultura, H&N Avicultura Internacional,
nutrição do plantel. “A sanidade e a nutri- Hendrix Genetics, Hy-Line do Brasil, Ilen-
ção estão entre os mais importantes elos der do Brasil, Interaves Agropecuária,
para o produtor em função do forte impacto Kilbra, Lohmann do Brasil, Mercoaves,
no desempenho dos animais.” Merial, Ourofino Saúde Animal, Planalto
Inscrições - As inscrições Postura, Sanphar Saúde Animal, Uniquí-
para o 14º Congresso APA de Produção e mica, Vicami e Zoetis.

Seminário Agroceres PIC


de Suinocultura será no Rio

A
Agroceres PIC definiu o município desde 1994, o seminário se transformou
de Mangaratiba, na região Sul do em referência para todo o setor suinícola
Rio de Janeiro, como local para a por acompanhar e elucidar as principais
realização do 12º Seminário Internacional transformações ocorridas na atividade, an-
Agroceres PIC de Suinocultura. O evento tecipando tendências de mercado e produ-
acontece entre os dias 14 e 16 de setembro tivas, além de apresentar cenários futuros
no resort Club Med Rio das Pedras, famo- na área econômica e conjuntural.
so por seu visual paradisíaco à beira-mar “Novos desafios surgem a todo
e ladeado por uma reserva ecológica de instante frente a uma suinocultura cada vez
Mata Atlântica. Realizado a cada dois anos mais competitiva, o que exige do produtor

61
Arquivo
Eventos

Seminário vai discutir as


principais transformações estar preparado para novos saltos tecnoló- ocorrendo a uma velocidade extrema, o
ocorridas na atividade,
antecipando tendências,
gicos e de gestão”, aponta Alexandre Fur- que exige dos integrantes da cadeia pro-
além de apresentar tado da Rosa, diretor superintendente da dutiva de suínos uma maior capacidade
cenários futuros na área
econômica e conjuntural
Agroceres PIC. “O espírito do seminário é de diferenciação, interpretação e análise
exatamente o de ir além da apresentação de conjunturas e dados para manterem-se
e discussão de temas; é o de criar pontes competitivos nesse mercado.
que efetivamente contribuam para o futuro, A expectativa é reunir nessa
almejando uma suinocultura mais eficiente, edição do seminário um público aproxima-
rentável e de respostas sempre melhores do de 400 pessoas. Formado por empre-
às demandas alimentares da sociedade”, sários, suinocultores, técnicos e dirigentes
complementa. de agroindústrias, cooperativas e associa-
Com sua programação já ções, esse público costuma representar
em fase de plena elaboração, o seminário mais de 70% do total de matrizes tecnifica-
sempre reúne especialistas de renome in- das do País. “O seminário tem um público
ternacional com o objetivo de apresentar que é formador de opinião, o que aumenta
aos participantes uma visão pragmática, nosso desafio de a cada edição realizar um
realista e inovadora em questões-chave evento mais completo e realmente focado
para a suinocultura. A atividade vive uma nas vitais demandas da suinocultura”, con-
crescente complexidade, com mudanças clui Furtado da Rosa.

62
Arquivo

Congresso discutirá

Brasil sediará congresso


emissão de Gases
de Efeito Estufa e
Agropecuária

sobre emissão de GEE


em 2019
O
Brasil será sede, em 2019, de um ocorra em maio de 2019, mas a data ain-
dos principais eventos mundiais da não está definida. Participam do evento
sobre gases de efeito estufa na os principais cientistas e formuladores de
agropecuária. O anúncio foi feito em feve- políticas públicas na área de tecnologias e
reiro durante o 6º Greenhouse Gas and Ani- avanços para medição, modelagem e mi-
mal Conference Agriculture (6º Congresso tigação de gases de efeito estufa na agro-
sobre Gases de Efeito Estufa e Agropecu- pecuária mundial.
ária), que aconteceu em Melbourne, na Segundo Berndt, a impor-
Austrália. O GGAA ocorre a cada três anos tância do país sediar esse congresso é a
e será feito pela primeira vez na América oportunidade de mostrar à comunidade
Latina. A apresentação da candidatura do científica internacional as pesquisas de-
país foi realizada pelo pesquisador Alexan- senvolvidas pelo Brasil relacionadas à re-
dre Berndt, da Embrapa Pecuária Sudeste dução das emissões de gases de efeito
(São Carlos, SP). estufa na agricultura e pecuária e os avan-
A conferência será em Foz do ços tecnológicos que contribuem para uma
Iguaçu, no Paraná. A previsão é de que pecuária sustentável.

63
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65
Show Rural

Arquivo

Show Rural Coopavel

28ª Coopavel reúne


reuniu 480 expositores em
uma área de 720 mil m²

235 mil visitantes


Da Redação além da presença de 4.120 pesquisadores
e profissionais.

A
28ª edição do Show Rural Coopa- O ex-ministro da agricultura,
vel, realizada de 1 a 5 de fevereiro, Roberto Rodrigues, destacou a importân-
em Cascavel, PR, reuniu 235.465 cia do evento o qual classificou como vitri-
visitantes, cerca de 5 mil a mais do que a ne tecnológica, de gestão e de eficiência.
edição passada. O evento reuniu 480 ex- "A feira mostra o moderno e o inovador. É
positores em uma área de 720 mil m², que uma feira que nunca poderá acabar. Aqui
apresentaram novas tecnologias para au- o produtor vem abastecer-se de conheci-
mento da produtividade das lavouras, com mento", observou Rodrigues.
máquinas, implementos, defensivos, se- Na oportunidade, o ex-minis-
mentes, veículos, fertilizantes e acessórios tro proferiu uma palestra sobre o agrone-
das principais marcas do mercado. gócio brasileiro e demonstrou, através de
Em relação à produção ani- bons argumentos e dados estatísticos, que
mal, os participantes tiveram acesso aos o Brasil precisa crescer 40% na produção
novos conceitos de pastagens, melhora- de grãos até 2020 para atender às neces-
mento genético, rações, máquinas e equi- sidades de consumo do mundo. Rodrigues
pamentos para aves, suínos, peixes, capri- falou também sobre o aumento de produ-
nos, gado de leite e corte. A edição 2016 ção de grãos no Brasil nos últimos anos
do Show Rural Coopavel também contou com praticamente a mesma quantidade de
com 5.050 demonstrações e experimentos, área plantada, evidenciando que o produ-

66
Arquivo
tor tem investido em novas tecnologias e
conhecimentos para se manter competi-
tivo.
Segundo ele, a agricultura
precisa de uma estratégia mais definida,
com uma visão do futuro e não somente
do momento. "Com uma estratégia mais
concisa, o complexo do agronegócio cres-
ce. O produtor precisa ter renda ele não
pode trabalhar no vermelho. Ninguém é
louco de trabalhar por trabalhar. Precisa
ganhar dinheiro para se manter e realizar
seus investimentos de acordo com sua ne-
cessidade. Todos os elos que compõem o
agronegócio precisam ter renda, para se
manter e gerar divisas", disse Rodrigues.
Renovação - A Coopavel Estande da ABCZ no Show
contou com o apoio de sua diretoria e da Rural atraiu várias pessoas
com amostras das raças
Universidade Coopavel (Unicoop) para le- 2017 melhor que o de 2016”, diz Teixeira. mais importantes do país
var ao evento mais de 50 jovens das regi- Além da ABCZ, o evento contou com a ex-
ões oeste e sudoeste do Paraná, filhos de posição de outras 11 importantes associa-
produtores que auxiliam os pais na admi- ções de criadores, com mais de 120 ani-
nistração da propriedade rural. O objetivo mais e uma amostra com 13 raças bovinas.
foi apresentar ferramentas para que esses Crédito - Mesmo em época
jovens possam garantir melhor qualidade de crise, sempre há setores que conse-
de vida no campo, maior união familiar na guem driblar o cenário desfavorável e tirar
administração da propriedade e que consi- o melhor proveito da situação. O agrone-
gam uma rentabilidade financeira positiva. gócio brasileiro é um bom exemplo disso
Pecuária - O evento de Cas- - em especial os produtores que exportam
cavel contou com a primeira edição do - e segue na contramão da crise brasilei-
Show Rural Pecuário, que já mostrou seu ra. O Ministério da Agricultura projeta um
potencial atraindo um grande número de crescimento de 15% para os embarques
visitantes, com destaque para a participa- de produtos brasileiros para o exterior, es-
ção da Associação Brasileira dos Criado- pecialmente as carnes, que conquistaram
res de Zebu (ABCZ). O coordenador do novos mercados em 2015. A alta do dólar
projeto Show Rural Pecuário, Marcos Antô- também é um dos fatores positivos para
nio Teixeira, ressaltou a importância da pre- quem investe em mercados estrangeiros.
sença da ABCZ, entidade tradicional que Para apoiar o setor agrícola,
agrega várias raças zebuínas, o Nelore, o tanto o exportador quanto o de consumo
Tabapuã, o Sindi e o Brahman. interno, o Sicredi disponibilizou R$ 120
“Não podíamos realizar o pri- milhões em crédito durante o Show Rural
meiro evento do Show Rural Pecuário sem Coopavel 2016. A oferta, exclusiva para
a presença da ABCZ. E fica a nós a res- associados, subiu 20% em relação a 2015
ponsabilidade de realizar a Show Pecuário e reforça a vocação agrária da instituição.

67
Show Rural
“O Sicredi nasceu para apoiar o agronegó- diversos segmentos de crédito. O estante
cio e segue essa missão após mais de 100 também contou com caixas eletrônicos
anos de existência. Mesmo tendo ampliado para facilitar a movimentação financeira
sua área de atuação para outros segmen- dos cooperados. Entre as linhas de finan-
tos, o campo ainda é nosso principal par- ciamento oferecidas estão Pronaf, Pronaf
ceiro e atuamos em conjunto para crescer Mais Alimento, Moderinfra, Moderagro e
e desenvolver produtores e fornecedores”, BNDES Automático, com juros e prazos
disse Gilson Farias, gerente de Desenvol- atrativos.
vimento de Crédito da Central Sicredi PR/ Na edição de 2015, os asso-
SP/RJ. ciados da instituição financeira cooperati-
Durante o Show Rural, os visi- va protocolaram cerca de 750 propostas,
tantes tiveram a oportunidade de conhecer o que gerou um volume de mais de R$ 100
o estande do Sicredi na área central do milhões em negócios, desempenho recor-
evento, próximo aos maiores expositores de do Sicredi no evento. A perspectiva
de máquinas agrícolas e implementos. Lá, para 2016 é superar esse número e apoiar
uma equipe de mais de 50 colaboradores os produtores com crédito de maneira sau-
de dez cooperativas Sicredi estive à dis- dável e responsável. Em 2017, o evento
posição para atender aos interessados em será realizado de 6 a 10 de fevereiro.
Arquivo

Colaboradores de dez cooperativas Sicredi


estiveram à disposição no estande para
atender aos interessados em diversos
segmentos de crédito

68
Kepler Weber apresentou
novidades para o mercado de grãos
A Kepler Weber, empresa que A linha de Transportadores de
atua no mercado de armazenagem de Correntes possibilita o transporte horizontal
grãos, marcou presença na 28ª edição do ou inclinado de produtos como cereais, fa-
Show Rural Coopavel, em Cascavel, PR e relos e granéis com peso específico de 0,60
apresentou novidades além das tradicio- ton/m³ a 0,75 ton/m³. A gama de capacida-
nais soluções de armazenagem, benefi- des varia de 60 a 300 ton/h, além de veloci-
ciamento e transporte de grãos. A compa- dade de 0,72 m/s e corpo simples ou duplo.
nhia apresentou novos modelos de Roscas Traz benefícios como uma linha completa e
Transportadoras Agrícolas (TRUA), Trans- padronizada, custo e tempo de entrega e
portadores de Correntes (TCRA) e também montagem reduzidos, instalação a céu aber-
de Elevadores Agrícolas (EA). to, dimensões compactas, funcionamento
“O mercado de grãos cresce suave, boa limpeza do fundo raspador, ponto
exponencialmente no Brasil e as novas tec- de carga em várias posições, entre outros.
nologias devem acompanhar esta evolução. Já os Elevadores Agrícolas
A safra de grãos em 2015 alcançou 209,5 passam a facilitar a manutenção e acesso
milhões de toneladas, 7% a mais do que no aos acionamentos, atendendo as necessi-
ano anterior, atingindo o recorde de toda série dades de segurança. Transportam vertical-
histórica, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro mente cereais a granel de grãos comerciais,
de Geografia e Estatística)”, conta Tadeu Vino, sementes, farelos e impurezas. Há 37 mode-
superintendente Comercial da Kepler Weber. los disponíveis, capacidades de 9 até 600t/h
Segundo o executivo, esta re- e sistemas autoportantes com estaiamento
alidade demonstra o quanto os produtores ou fixados em torre. Os elevadores de ca-
precisam investir em seus sistemas de arma- necas têm como diferencial uma construção
zenagem para se tornarem competitivos e inteligente, privilegiando diversas formas de
conta que as soluções podem ser variadas, projetos e acessibilidade aos locais de ma-
desde contar com uma estrutura própria a nutenção. Mais informações podem ser obti-
manter sua planta de silos atualizada. "Assim das no site www.kepler.com.br.
Divulgação Kepler Weber
é possível aumentar ganhos e independên-
cia na busca pela venda da produção no
momento adequado", observa Vino.
As Roscas Transportadoras
Agrícolas da Kepler Weber, utilizadas na
movimentação horizontal de cereais, são
compostas de cinco modelos que permitem
montagem modular, com inclinação de até
25°, instalações a céu aberto, além de pos-
suírem dimensões compactas para capaci-
dades intermediárias de transporte e baixa
contaminação de produto.
Kepler Weber conta com uma tradicional

69
linha de soluções para armazenagem,
beneficiamento e transporte de grãos
Show Rural

Divulgação

Spraytec lança o defensivo


O UltraZeb Premium da
Spraytec é produto que
promove a proteção das
plantas intensificando
o efeito fugistático e
bacteriostático

UltraZeb Premium
A
paranaense Spraytec Fertilizantes em nutrição, sanidade e tecnologia de apli-
mais uma vez marcou presença no cação, a empresa lançou durante o Show
Show Rural Coopavel. A companhia Rural o UltraZeb Premium, produto que
fabrica e comercializa fertilizantes foliares promove a proteção das plantas intensifi-
com formulações especiais compostas cando o efeito fugistático e bacteriostático.
por macro e micro nutrientes, que evitam Inibe o desenvolvimento de fitopatógenos
perdas durante a aplicação a campo. Sua nocivos as plantas. UltraZeb Premium
linha abrange mais de 30 produtos, com apresenta efeito tônico, evitando a queda
diversas finalidades dentro da linha de nu- prematura das folhas. Aprovado nos está-
trição foliar, para as mais diversas finalida- dos vegetativo e reprodutivo da soja, favo-
des e culturas. rece a sanidade das plantas e possui alta
Consolidada como referência compatibilidade com defensivos agrícolas.

70
Arquivo

Dow AgroSciences estimula


Estande da Dow
AgroSciences na 28ª
edição do Show Rural
Coopavel, sempre com

Boas Práticas Agrícolas


grande movimento

A
Dow AgroSciences apresentou um de gota das aplicações. Assim, foi possível
espaço dedicado à troca de infor- visualizar o real efeito do uso de cada tipo
mações sobre tecnologia de apli- de tecnologia (pontas e pressão de traba-
cação, manejo da resistência de plantas lho), de acordo com a velocidade do vento
daninhas e manejo de resistência de inse- no momento da aplicação, evitando a deri-
tos, durante a 28ª edição do Show Rural va na aplicação dos defensivos agrícolas.
Coopavel. A ideia foi permitir ao produtor Já po tema Manejo da Resis-
vivenciar o impacto das iniciativas ligadas tência de Plantas Daninhas foi apresen-
às Boas Práticas Agrícolas para otimizar tado através de uma plataforma digital,
recursos, reduzir o impacto ao meio am- com conceitos e estratégias de gestão, no
biente e melhorar produtividade de seu qual o agricultor foi capaz de identificar as
negócio. plantas daninhas tolerantes e resistentes
A empresa apresentou três na sua lavoura e as melhores recomenda-
temas de forma interativa. O primeiro foi ções de manejo. Também foi apresentado
Tecnologia de Aplicação - um Simulador o tema Manejo de Resistência de Insetos,
de Deriva, desenvolvido em parceria com que abordou aspectos importantes como
a Universidade Estadual Paulista (UNESP) o refúgio, que visa assegurar a gestão da
de Botucatu, SP, possibilitou a simulação biotecnologia e garantir a longevidade da
das condições reais de vento e tamanhos tecnologia.

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72
73
Show Rural

O modelo Jacto Uniport


Jacto destaca modelos
4530 possui reservatório
de 4500 litros e barras de
pulverização de 36 metros
de pulverizadores Uniport
Arquivo

1,55 a 1,75 metro, permite maior disponibi-


lidade de uso em todas as fases de desen-
volvimento das culturas.
Permite a pulverização até 35
km/h e deslocamento em velocidades até
55 km/h e apresenta tecnologias embarca-
das da linha Otmis, como Controlador Au-
tomático Bico a Bico, Piloto Automático Hi-
dráulico e Correção de Sinal RTX. Também
pode ser equipado com Correção de Sinal
RTK, Sensor de Umidade e Temperatura,
Câmera de Ré e Otmis Maps Telemetria.
Já o Uniport 2530 foi formata-
do para trabalho nas mais diversas condi-
ções de terreno, pulverizando em rampas
de até 30%. É uma máquina leve, com po-

P
resente no Show Rural Coopavel desde a primeira edição do tência e baixo consumo de combustível.
evento, a Jacto lançou dois equipamentos que complemen- Possui reservatório de 2500 litros e 30 me-
tam a família dos pulverizadores automotrizes: Uniport 2530 e tros de barra. O vão livre fixo é de 1,60 me-
Uniport 4530. “Os equipamentos foram desenvolvidos pensando em tro. O chassi possui alta flexibilidade e re-
rendimento, economia e tecnologia, fatores muito importantes para o sistência para as mais diversas condições
desempenho do trabalho no campo”, disse Marcus Portari, gerente de terreno. A cabine apresenta excelente
de produto da linha de pulverizadores automotrizes e adubadoras. amplitude visual, com ar condicionado e
O modelo Uniport 4530 possui reservatório de 4500 li- banco com suspensão pneumática.
tros e barras de pulverização de 36 metros. É a primeira máquina O sistema de pulverização
desse porte no Brasil. O seu peso, com os reservatórios vazios, é apresenta barras de 30 metros, espaça-
de apenas 10.500 kg e apresenta excelente rendimento operacio- mento de 35 ou 50 cm, porta-bicos quadri-
nal, pulverizando até 80 hectares por hora. Quando comparado com jet, reservatório de 2500 litros, bomba de
equipamentos que possuem reservatório de 3000 litros e barras de pistões JP 150 com capacidade máxima
30 metros, o Uniport 4530 apresenta aumento do rendimento opera- de 190 L/min, controlada eletronicamente,
cional em até 30% e redução do amassamento em até 17%. comando Masterflow eletroeletrônico de 8
O consumo de combustível de 0,40 a 0,70 L/ha che- vias, incorporador de agroquímicos, mexe-
ga a ser até 35% menor quando comparado com outras máquinas dor mecânico com controle de rotação, por-
do mercado. Destaque para o novo sistema direcional nas 4 rodas ta EPI, reservatório de água para limpeza
UNITRACK®, que permite manobras mais rápidas e precisas com de 300 litros. Permite a pulverização até 25
menor raio de giro. Com uma solução inovadora, o sistema também km/h e deslocamento em velocidades até
reduz o amassamento na manobra em até 40%. A altura de trabalho 40 km/h.O Uniport 2530 também apresenta
das barras de 2,75 metros, em conjunto com o vão livre ajustável de tecnologias embarcadas da linha Otmis.

74
Arquivo
Estande da Casale no
Show Rural apresentou

Casale destaca 5ª geração modernos equipamentos,


com destaque para a nova
geração da linha Totalmix

da Totalmix Autocarregável

A
Casale, com mais de 50 anos de de carga com chassi independente, conta
experiência e know-how em tecno- com tubulação hidráulica galvanizada, ros-
logia de equipamentos para pecu- cas superiores inteiriças, válvula de antitra-
ária, apresentou no Show Rural Coopavel vamento do rotor desensilador proporcio-
a quinta geração da Totalmix Autocarre- nando fácil operação.
gável. O equipamento é a solução para o Outro equipamento que a Ca-
pecuarista que busca economia com efi- sale apresentou no Show Rural foi a Verti-
ciência operacional, visto que, segundo a mix 150 Twin, que tounou-se mais rápida
empresa, executa as tarefas de uma forma após a atualização ao desmanchar fardos
mais inteligente, com menos desperdício, de feno, garantindo alta produtividade.
esforço e retrabalho, resultando em alta Conta com um sistema de duas roscas ver-
rentabilidade. ticais, além de descarga bilateral, câmbio
Um de seus diferenciais é a de duas velocidades e revestimento em
disponibilidade de desensilar, carregar, do- aço inox (fundo e parte lateral sujeitos a
sar e misturar as silagens e ingredientes de maior abrasão). Entre os benefícios estão o
forma homogênea, realizando a distribui- fornecimento de uma alimentação balance-
ção nos cochos com um único operador. ada, resultando em uma mistura homogê-
Além da pesagem precisa durante a de- nea em pouco tempo, sem compactação e
sensilagem devido ao sistema de células desperdício.

75
Show Rural

Arquivo

Trator LandPower da

Landini mostra toda


Landini possui transmissão
de 72 marchas, com
reversor e super-redutor
de série

sua linha de tratores

A
tradicional empresa Italiana Lan- ergonomia para o operador. Já a linha Lan-
dini, com mais de 130 anos no dForce possui transmissão de 32 marchas,
mercado, agora com fábrica em com reversor e super-redutor de série. Am-
Contagem, Minas Gerais, lançou com ex- bos têm o maior número de velocidades
clusividade no Show Rural Coopavel 2016 em suas categorias.
os modelos nacionais LandPower e Lan- O Mistral 55 é um compacto
dForce com código Finame, o Mistral 55 ideal para trabalho em espaços estreitos,
com levantador hidráulico e TDF frontal e a desenvolvido exclusivamente para culturas
nova linha MultiFarm com uma plataforma de café, frutas e avícola. Trator com levan-
revolucionária, além de toda sua gama de tador hidráulico e tomada de força diantei-
tratores. ra. A transmissão possui 24 marchas. Já a
O LandPower possui trans- linha MultiFarm pertence a um sistema re-
missão de 72 marchas, com reversor e volucionário capaz de produzir tratores de
super-redutor de série, proporcionando 60 a 105cv na mesma plataforma. Os tra-
maior desempenho e produtividade, menor tores têm transmissão de 24 marchas, com
consumo de combustível, maior conforto e reversor de série.

76
Arquivo

Milho AG 8780 PRO3 da


Agroceres oferece um

Agroceres apresenta novas elevado teto produtivo,


grãos pesados e um rápido
florescimento

sementes híbridas de milho

A
marca Sementes Agroceres levou ao ção de riscos contra secas e geadas, logo
Show Rural Coopavel seus híbridos é uma ótima opção para combinar com hí-
de maior produtividade na região bridos superprecoces da marca.
Sul e lançou duas tecnologias para a sa- Dentro da celebração de seus
frinha deste ano. O híbrido AG 9000 PRO3 70 anos, a Sementes Agroceres está pro-
apresenta elevado potencial produtivo, su- movendo a campanha "Orgulho de Pro-
perprecocidade e qualidade de grãos. Esse duzir". Trata-se de uma plataforma digital,
milho auxilia na redução de grãos ardidos, representada por uma árvore virtual que
doença fúngica que vem ocasionando per- conectará os agricultores e parceiros da
das nas últimas safras na região. marca. A cada novo depoimento recebi-
A marca também apresentou do, a marca plantará uma muda de árvo-
o milho AG 8780 PRO3 que oferece um ele- re numa área de preservação permanen-
vado teto produtivo, grãos pesados e um te que fica unidade da Monsanto em São
rápido florescimento, o que ajuda na redu- José dos Campos, SP.

77
Show Rural
Divulgação

LS Tractor vende 15%


LS Tractor se destaca
com modelos na faixa de
potência de 40 a 105 cvs

mais no Show Rural 2016

A
fabricante sul-coreana de tratores, LS Mtron, dona da marca LS Tractor, registrou
no Show Rural Coopavel 2016 um resultado comercial 15% superior à edição do
ano passado.
Na opinião do diretor comercial, André Rorato, o sucesso foi obtido por con-
ta da estratégia da empresa que acreditou na feira como forma de fortalecer sua presen-
ça no oeste do Paraná, região com grande atuação agropecuária.
“Acrescentamos a isto os produtos que oferecemos, na faixa de potência
de 40 a 105 cvs, com alta tecnologia embarcada e diferenciais que já saem de fábrica”,
salientou o executivo.
O lançamento de um novo modelo de trator, o R60C, também contribuiu
para atrair o produtor ao estande da LS Tractor, na opinião de Rorato. “Num cenário que
é de retração de venda, só temos a comemorar o nosso resultado”, finalizou.

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Realização

CO
Feira Internacional dos Cerrados OPA - DF

10 a 14 de maio de 2016
Entrada franca

O mundo do agronegócio
NO CORAÇÃO DO BRASIL

Novidades tecnológicas

Exposição e comercialização
de máquinas e equipamentos
agropecuários

Exposição e comercialização
de caminhões, veículos
e equipamentos rodoviários

Exposição, comercialização e leilão de animais

Seminários e eventos técnicos

Espaço internacional

Espaço de Valorização da Agricultura Familiar - EVAF

Instituições financeiras, governamentais,


não-governamentais e internacionais

(61) 3339 6542 | 3226 5810


agrobrasilia@agrobrasilia.com.br | www.agrobrasilia.com.br
BR 251 - Km 5 PAD-DF - Brasília - DF

Revista Oficial Coordenação Patrocínio

CO
OPA - DF BANCO DE BRASÍLIA

Apoio

79
Show Rural

Representantes das raças Sindi


e Tabapuã marcam presença
no Show Rural Coopavel 2016

Marcelo Ártico é presiden-


te da Associação Brasleira de Criadores
de Tabapuã (ABCT), entidade que tem
como objetivo trazer benefícios, defender
o interesse do criador, além de fomentar e
promover exposições, leilões, provas zoo-
técnicas, estudos, cursos, seminários e
conferências necessárias e de difundir o
nome da raça dentro e fora do País.

Arquivo

Adáldio José de Castilho Fi-


lho é vice-presidente da Associação dos
Criadores de Sindi (ABCSindi), fundada
em novembro de 2003, em João Pessoa,
PB, com o objetivo de defender, promover
e divulgar esta nobre raça paquistanesa
no Brasil. A etidade conta atutalmente com
cerca de 40 associados.

Arquivo

80
Opinião | Arnaldo Jardim

Qual é a verdade?
Ale Carolo / alecarolo.com
população recebe versões de um univer-
so sem que o dinamismo, o sentimento de
agregar valores, a realidade inovadora,
séria, de um trabalho indispensável para
alimentar o mundo, sejam apresentados.
Como fazer o cidadão ou a ci-
dadã perceber como os produtos agrícolas
são decisivos no preço de seu tradicional
pãozinho? O agronegócio é responsável
pelas fibras da indústria do vestuário, pela
matéria-prima para produção de energia e,
principalmente, pelos alimentos consumi-
dos pelo mundo todo. Contribui de manei-
ra decisiva para a nossa economia. E esse
sucesso se deve em muito à incorporação
de novas tecnologias, imprescindíveis
para o aumento gradual da produtividade.
Estamos vivendo um momen-
to extraordinário de mudanças de compor-
tamento, onde a informação é instantânea.
Onde o grau de conhecimento e de reno-
*Arnaldo Jardim vação da percepção de mundo acontece
em uma velocidade fantástica. Estamos

A
cultura do campo dominará o horá- falando de um setor que tem muito a nos
rio nobre de uma das mais impor- dizer. É preciso contar essa história.
tantes emissoras de televisão do Dizem que o setor agropecuá-
Brasil. Em um dos produtos mais abran- rio desperdiça os recursos naturais. Quem
gentes e formadores de opinião no País: de nós não viu em diversas notícias, duran-
a novela. Mas qual é a qualidade da in- te a crise hídrica, o cálculo de que para um
formação sobre o campo que chegará aos quilo de carne havia o desperdício de pelo
lares brasileiros? menos 18 ou 15 mil litros de água? Des-
Um setor que é muito mais do perdício, era assim chamado o uso. Nin-
que se vê na telinha; do que se lê nos jor- guém destacava, por exemplo, que pelas
nais, que tem pouco espaço na mídia e na características do próprio ciclo da água,
influência imensamente proporcional à sua não há perda, que apenas 4% da nossa
importância nas decisões políticas e que área cultivada é irrigada. Na agricultura,
muitas vezes não consegue se apresentar parte da água vai para o solo, parte para
como realmente é. Em casa, na cidade, a desenvolver a planta e parte evapora para

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Opinião | Arnaldo Jardim
a atmosfera. cem-se de que o problema não é o defen-
Toda a área agrícola do Brasil sivo, mas sim seu uso sem critérios, sem
é de apenas 80 milhões de hectares, pou- respeito. São produtos aprovados por ór-
co menos de 10% do território nacional. Da gãos sérios, e que não são vilões quando
nossa ocupação, temos ainda 60% de co- utilizados de forma correta.
bertura natural. Isso espanta porque o que Nossa agricultura é sustentá-
prevalece é uma visão de que o desmata- vel quando comparada com a de outros
mento é crucial para a agropecuária. Nós países. No Japão, por exemplo, usa-se 12
temos perdido a batalha da informação. É vezes mais defensivos do que no Brasil,
preciso reverter isso. Há uma demonização que neste ranking fica ainda atrás de toda
da ciência e da pesquisa. a União Europeia. Produzimos 142 quilos
Começamos em São Paulo a de alimentos para cada dólar investido em
elaboração do nosso Programa Estadual defensivos. Na Argentina, esta quantidade
de Agricultura de Baixo Carbono. Temos é de 116 quilos; e nos Estados Unidos é de
ainda que avançar na pecuária rumo à 94 quilos.
uma maior sustentabilidade encurtando São produtos necessários. A
números. Alguns alardeiam que os pro- tecnologia e a ciência querem ajudar, não
dutos químicos são usados sem critério e destruir. Temos que comprar esse debate.
os alimentos são contaminados, chegam Mas não é fácil em um momento em que
a defender uma agricultura sem uso de a paixão e a simplificação prevalecem.
defensivos. Mas, muitas vezes, sem saber Quem tem tornado essa produção possível
que não é tão fácil, nem possível. Para pro- é exatamente o avanço da produtividade,
duzir somente as hortaliças, por exemplo, essencial para manter a competitividade
teríamos necessidade de um espaço equi- e agregar valor para o nosso produtor ru-
valente a toda a floresta amazônica. ral. O Brasil está mudando o seu processo
Ainda que a Biotecnologia já de produção agropecuária. Ganham rele-
tenha desenvolvido sementes tolerantes a vância questões como o confinamento e
herbicidas e resistentes a insetos, sua utili- o conceito Integração Lavoura-Pecuária-
zação não pressupõe a exclusão de outras -Floresta.
tecnologias. A precisão da transgenia faz Daí a necessidade de mostrar
com que seus produtos sejam altamente a verdade. Mostrar a sustentabilidade e
específicos em relação às características todo o esforço para uma pecuária susten-
adicionadas, sendo necessário manejar os tável é um elemento-chave. Mostrar além
outros desafios de uma lavoura, de todos do delicioso humor caipira. Enxergar além
os tamanhos. do próprio horizonte. Os artigos assinados
Na soja, há redução no uso de não traduzem a opinião da UNICA. Sua pu-
herbicidas entre os anos de 2005 e 2006 e, blicação obedece ao propósito de estimu-
também, entre 2009 e 2010. Para o milho, lar o debate sobre os valores defendidos
entre 2008 e 2014, houve redução no uso pela entidade e de refletir as diversas ten-
de aproximadamente 10 milhões de quilos dências do mercado ou do setor.
desta classe de defensivos. No algodão, *Arnaldo Jardim é deputado
entre 2009 e 2014, a redução alcançou 3 federal licenciado e atual secretário de
milhões de quilos de defensivos. Em meio Agricultura e Abastecimento do Estado
a esses estigmas ou preconceitos, esque- de São Paulo

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