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Captação e
desenvolvimento
de pessoas
Sumário
CAPÍTULO 2 – Seleção de Talentos...................................................................................05
Introdução.....................................................................................................................05
2.3.1 Testes..............................................................................................................12
2.3.3 Entrevistas.......................................................................................................15
Síntese...........................................................................................................................20
Referências Bibliográficas.................................................................................................21
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Capítulo 2 Seleção de Talentos
Introdução
Já pensou em quantas escolhas você faz em um dia, desde o momento em que acorda? Veja-
mos algumas delas: devo tomar café ou suco? Vestir roupas claras ou escuras? Andar a pé para
chegar ao trabalho ou usar uma condução? E a lista continua. Muitas vezes nos sentimos des-
confortáveis ao realizar uma determinada escolha por justamente não termos o controle de suas
consequências, não é verdade?
De igual modo, a área de Gestão de Pessoas (GP) se depara com inúmeras decisões que de-
vem ser tomadas, visando ao sucesso organizacional. Dentre elas, podemos citar o processo
de seleção de pessoas, ou seja, o ato de escolher dentre os candidatos aquele que melhor se
enquadra no cargo ou que apresenta as competências necessárias para atuar na organização
(CHIAVENATO, 2014).
Mas você sabe o que significa competência? Quais os modelos de processos seletivos existentes?
E que técnicas podem ser utilizadas para selecionar o melhor candidato com rapidez e eficiência?
No presente capítulo, você terá a resposta a todas essas questões e saberá como acontece um
processo de seleção. Fique tento ainda às técnicas disponíveis com vistas a escolher o candidato
que se enquadra na descrição exata do cargo.
Pense um pouco, mesmo com uma infinidade de cursos, você escolheu Gestão de Recursos
Humanos como aquele que melhor atenderia a suas expectativas (remuneração, entrada no mer-
cado de trabalho etc.) e a seu perfil (características pessoais, comportamento, desejos, gostos
etc.). Agora, imagine como a escolha está presente no cotidiano do setor de GP nos processos
de seleção de pessoas. Continue a leitura e confira a importância dessa decisão e os métodos
de seleção existentes.
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Captação e desenvolvimento de pessoas
Entenda que tais instrumentos, pesquisas de clima, avaliações etc., a que o texto se refere, es-
tão à disposição das organizações, principalmente do setor de Recursos Humanos, para tornar
a seleção eficaz. Esse processo pode ser estabelecido a partir de dois pontos: do cargo que o
candidato ocupará (avaliando dados e informações e se a pessoa se enquadra no mesmo), co-
mumente chamada de tradicional, ou das competências, que podem agregar valor à empresa
na execução das funções e de acordo com os objetivos organizacionais. (CHIAVENATO, 2014).
Você tem ideia de como as competências podem influenciar no processo de seleção de pessoas?
Veja a seguir como se dá essa utilização.
Entenda que, quando a organização planeja uma seleção por competências, já realiza sua Ges-
tão por Competências, estimulando os colaboradores a focar suas atividades e seu desempenho
conforme diretrizes organizacionais (Missão, Visão e Valores, além da Estratégia da Organiza-
ção – MVVE). Dito de outra forma, o RH assume uma postura estratégica, a fim de alcançar os
objetivos organizacionais da empresa. Para isso, utiliza suas práticas de recrutamento e seleção,
treinamento e avaliação de desempenho, em conjunto com os demais setores da organização
(LEME, 2012b).
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Saiba que nesse momento são definidos também os indicadores para cada competência, que
buscam tornar claro como elas podem ser analisadas e percebidas no colaborador. Observe no
quadro a seguir algumas competências e seus indicadores para o cargo de Gerente de Vendas:
Você pôde verificar, no exemplo citado, que para o cargo de Gerente de Vendas nas duas com-
petências (organização e planejamento e visão sistêmica) estão definidas exatamente as com-
petências técnicas (estrutura, planejamento, diretrizes da empresa etc.) e as comportamentais
(proatividade, atenção aos detalhes, organização, determinação etc.) desse profissional. Esses
indicadores servirão de base para que o setor de RH e os demais líderes possam avaliar quais
tarefas esse colaborador deverá executar no cargo que ocupa ou ocupará e como essas devem
ser executadas por ele.
VOCÊ O CONHECE?
Benedito Rodrigues Pontes foi professor de Administração e Economia na Fundação
Armando Alvares Penteado, em São Paulo. Atualmente é coordenador de curso de pós-
-graduação em Recursos Humanos. Além disso, atua como consultor, desenvolvendo
programas estratégicos para a área de RH. Escreveu vários livros voltados para a área
de RH e de Gestão de Pessoas. Sua linguagem é simples, clara e com muitos exemplos
que explicam ao leitor a aplicação da Gestão de Pessoas.
A Seleção por Competências tem por finalidade identificar essas competências técnicas e com-
portamentais nos candidatos. Por exemplo, no caso do Gerente de Vendas, será preciso apontar
se o candidato possui como competência a visão sistêmica, a organização e o planejamento.
Esse método também procura tornar o processo de escolha menos subjetivo, para que o selecio-
nador não coloque o “eu acho” ou tenha a “intuição” de quem deve ser contratado. Ele deve ter
por base indicadores claros e específicos do candidato ideal para a organização.
O currículo, muitas vezes, é o primeiro contato dos candidatos com a organização (GP). Por isso
é importante que o analista tenha conhecimento a respeito dos tipos e modelos de currículos
utilizados pelos profissionais de cada área, os pontos mais importantes para sua elaboração, sua
organização e suas exigências.
Mais ainda, importante averiguar o perfil da organização, os métodos pelos quais realiza a sele-
ção, possui modelo ou cadastro no “Trabalhe Conosco”. De qualquer modo, na dúvida, vale a
pena encaminhar o currículo normal e/ou convencional.
De modo geral, é essencial que os selecionadores possam avaliar e identificar, por meio dos
dados expostos no currículo ou no vídeo-currículo, se o candidato apresenta as qualificações e o
perfil que a organização procura para preencher a vaga em aberto. No caso de uma seleção por
competências, é analisado se o candidato atende às exigências e aos indicadores para a vaga.
A análise do currículo deve ser atrelada ao perfil do cargo ou das competências, à Descrição
de Cargos, ao Formulário de Solicitação de Pessoal e ao anúncio da vaga. Por exemplo: você
selecionaria para ser digitador um candidato que escreve errado as palavras no currículo ou que
não se preocupou em deixá-lo organizado? Provavelmente não, porque os detalhes fazem toda
a diferença entre os inúmeros candidatos que encaminharam seus currículos.
Vale ressaltar também o uso do bom senso nessa análise. Considere o seguinte:
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Você deve ter notado que se trata de uma análise minuciosa. O olhar do selecionador pressupõe
o passado (as experiências dos candidatos), o presente (desejos e atitudes expressos na organi-
zação do currículo) e a tentativa de antever o futuro (quais contribuições oferecerão à organiza-
ção). Assim, tome o devido cuidado quanto à escolha dos candidatos que seguirão no processo
seletivo, pois caso você escolha somente um, essa pessoa pode não atender aos requisitos ou ao
perfil da vaga. O ideal seria escolher, caso possível, três ou cinco vezes o número de candidatos
para cada vaga.
Após ter selecionado os currículos e candidatos para ingressar no processo seletivo, a GP precisa
entrar em contato com esses por e-mail, celular ou telefone fixo. Cada empresa adota um desses
meios de comunicação ou todos. O concorrente deve ser informado de sua aprovação e questio-
nado se deseja participar do processo. Caso a resposta seja positiva, você deve informar o local
e o horário para a avaliação. Lembre-se de que essa mesma atitude deve ser repetida em
todas as etapas do processo seletivo.
Figura 2 – O RH deve ter cuidado em dar um feedback a todos os candidatos participantes no processo seletivo.
Fonte: Shutterstock, 2015.
Agora que você selecionou os candidatos, será necessário verificar se eles possuem as qualifica-
ções apontadas nos currículos e o perfil desejado para a vaga. Nesse momento, é desenhado o
processo de seleção, ou seja, a escolha das técnicas para apontar o melhor candidato.
Tenha o cuidado de escolher técnicas pelas quais você possa analisar se o candidato possui os
conhecimentos, as habilidades e as atitudes compatíveis àquelas procuradas pela organização –
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quando o processo de seleção for por competências. No caso do processo tradicional, ainda é
importante que sejam avaliados esse itens, além dos demais requisitos solicitados pelo setor ou
pelo líder imediato.
A seguir, analisaremos cada uma das técnicas e explicaremos como podem ser aplicadas no pro-
cesso seletivo. Vale destacar que podem ser escolhidas uma, duas ou todas as técnicas, confor-
me a disponibilidade de tempo, o nível hierárquico do cargo e a urgência no preenchimento da
vaga. Por conta disso, planeje o tempo necessário entre a aplicação, a tabulação dos resultados
e a data final da seleção.
2.3.1 Testes
Os testes são usados para medir os conhecimentos teóricos e práticos e realizar a avaliação
psicológica dos concorrentes. Podem ser divididos em testes de conhecimento, de desempenho e
psicológicos, possibilitando diferenciar os candidatos participantes. Use-os com cautela, confor-
me o cargo, as atribuições e as atividades que serão exercidas – nunca por acaso.
FORMAS DE
EXEMPLOS
APRESENTAÇÃO
a) à – à – à;
b) a – à – à;
c) a – à – a;
d) à – a – a;
Os testes orais devem ser escolhidos quando o cargo exigir do candidato
desenvoltura e clareza na comunicação e na exposição de produtos e
Orais serviços. Indicado para o cargo de vendedores, operadores de telema-
rketing, apresentadores, locutores etc. Pode ser solicitado que o candida-
to leia um texto, faça uma apresentação pessoal, recite um poema etc.
Figura 3 –Testes de conhecimentos escritos avaliam a capacidade dos candidatos em assuntos diferenciados.
Fonte: Shutterstock, 2015.
Em processos seletivos nos quais a empresa possui em seu quadro de colaboradores um psicó-
logo, há a possibilidade de aplicar testes nessa área. É importante ressaltar que somente psicó-
logos formados e com inscrição regular no Conselho Regional podem aplicar e emitir parecer a
respeito desse teste, por possuírem competência para tal. Os profissionais da área de GP devem
apenas auxiliar na correção do teste.
Saiba que os testes psicológicos são constantemente avaliados pelo Conselho Federal de Psicolo-
gia (CFP), que emite parecer “favorável” ou “desfavorável” para a sua aplicação. Os psicólogos
devem sempre recorrer à lista dos testes considerados favoráveis para serem realizados nos locais
de trabalho. Por terem sido criados há alguns anos, esses exames passam por constante avalia-
ção para apontar sua validade.
São realizadas, geralmente, algumas baterias de testes para avaliar a atenção concentrada (TE-
ACO-FF – Teste de Atenção Concentrada), a inteligência (Escala de Inteligência Wechsler para
Adultos – WAIS III) e a personalidade (Rosharsch e o Palográfico – método mais utilizado em
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processos seletivos). É importante esclarecer que esses são somente alguns exames, ficando a
critério do profissional a escolha do teste e dos itens que merecem ser avaliados, conforme cargo
e atividades profissionais. Para conhecer as provas favoráveis, acesso o site do CFP, por meio do
link: http://satepsi.cfp.org.br/listaTeste.cfm?status=1.
Entenda que, ao ser escolhida como uma das técnicas no desenho do processo seletivo, a dinâ-
mica de grupo deve ter como foco a análise comportamental dos candidatos. No caso de uma
seleção por competências, serão avaliadas as atitudes que o concorrente à vaga deverá apre-
sentar, constantes no CHA, que você estudou anteriormente. Assim, “o candidato é submetido
a uma situação de dramatização de algum evento relacionado ao papel que desempenhará na
organização para proporcionar uma visão mais realista acerca de seu comportamento no futuro”
(CHIAVENATO, 2014, p. 139).
Algumas questões merecem ser analisadas pelo profissional que aplicará a dinâmica: número,
idade e gênero dos participantes (a dinâmica parecerá infantil aos candidatos?), o local (há es-
paço suficiente para todos os candidatos?), os materiais utilizados (estão disponíveis ou oferece-
rão risco cortante ou perfurante? Neste caso, deve ser descartado ou adaptado) e a aplicabilida-
de para avaliar o comportamento ou a atitude. O RH também deve ter conhecimento a respeito
do comportamento, de técnicas e de processos grupais para que não ocorra erro nas avaliações.
O aplicador deverá ler as instruções, realizar simulações prévias – para não acarretar erros –,
organizar com antecedência os materiais que serão utilizados e, se possível, avaliar os candi-
datos com outros profissionais. Entenda que cada comportamento merece atenção. Ao iniciar a
dinâmica, deve ser explicado com detalhes aos candidatos como será promovida a atividade, o
tempo de realização, as regras e o material disponível para a execução. Não deve ser indicado
aos candidatos o tópico ou o comportamento que será avaliado – justamente para não enviesar
todo o processo –, pois, caso seja informado, os candidatos poderão se comportar de acordo
com o tema que será avaliado. Portanto, podemos falar num “sujeito ingênuo” que, quanto me-
nos souber da dinâmica, apresentará com maior clareza seu comportamento.
Até agora você aprendeu sobre testes de conhecimento, de habilidade e psicológicos, bem como
dinâmicas de grupo. Ainda falta uma das técnicas mais utilizadas nos processos seletivos: as
entrevistas.
Para Pontes (2010, p.163),“é a etapa mais importante do processo de seleção. É o momento de
conversar com as pessoas, de conhecê-las e dar a elas a oportunidade de conhecer a empresa”.
Dessa maneira, tanto entrevistadores quanto candidatos sabem a importância do momento e,
por conta disso, muitos concorrentes ficam tensos. A postura e a atitude do entrevistador podem
auxiliar ou piorar a situação.
Lembre-se de que o Analista de Recrutamento e Seleção deve também incluir nesse processo o
líder que fez a solicitação de pessoal. Ele será a pessoa com a qual o candidato selecionado terá
maior contato. O líder poderá fazer parte da entrevista e de todas as etapas já mencionadas.
Afinal, a palavra final é dele!
Como selecionador, você deve ter atenção especial a alguns pontos, descritos no Quadro 5.
PONTOS INDICAÇÃO
Quais perguntas devem ser feitas aos candidatos? Você acha que existe um modelo pronto ou o
entrevistador deve criar questionamentos específicos para cada cargo? As entrevistas podem se-
guir um roteiro estruturado de perguntas (questões pré-definidas); ser semiestruturadas, com per-
guntas pré-definidas, mas abertas para novas questões que podem surgir ao longo da entrevista,
sendo esta a modalidade mais indicada; ou livres, em que o entrevistador fará as perguntas
conforme sua experiência e as respostas dos entrevistados.
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O ideal é que as questões possam investigar pontos que não ficaram claros no currículo ou
durante o processo seletivo, caso a entrevista seja reservada para o final do processo. Essas
informações devem envolver a formação (local, ano e afinidades), o histórico profissional (ati-
vidades desenvolvidas, experiências, motivo de saída e ascensão na organização anterior), os
relacionamentos, os hobbies, a família (caso tenha filhos pequenos, com quem deixará), o local
onde reside (distância, como será realizado o deslocamento etc.) e a diversão (se atrapalhará o
trabalho, por exemplo). Algumas perguntas comuns estão listadas a seguir.
As perguntas apresentadas acima são utilizadas com maior frequência quando o processo sele-
tivo é o tradicional. Quando estiver baseado em competências, tomam-se por base as compe-
tências-chave. As questões são fundamentadas na análise das experiências passadas do entrevis-
tado, partindo do princípio de que poderão se repetir no futuro, conforme explica Rogério Leme
(2012b).
Para que a entrevista comportamental ocorra, será necessário que você conheça muito bem as
competências e os indicadores que lhe apontarão o comportamento desejado do candidato. As
respostas dos concorrentes deverão apresentar o CAR (LEME, 2012b): Contexto (local em que
ocorreu, pessoas envolvidas, quando se passou), Ação (comportamento que potencializou a
ação possível de ser avaliada pelos indicadores) e o Resultado (benefícios ou prejuízos decor-
rentes da ação).
A pergunta precisa ser mais detalhada e o entrevistador deverá estar mais atento às respostas do
candidato. Caso um dos pontos não seja abordado, a questão será complementada com outra
até que atinja os indicadores representados na competência. Analise os tipos de pergunta abaixo
e sua relação com os indicadores.
Ao ler o quadro, você deve ter percebido que o conhecimento dos indicadores foi de extrema
importância para a criação das perguntas, não é verdade? Por meio delas, o entrevistador pode-
rá analisar se os comportamentos apresentados pelo entrevistado nas experiências anteriores de
trabalho atendem aos indicadores associados. Observe que é importante o entrevistado informar
onde e como estabeleceu as estratégias, quais foram elas e os benefícios para a conquista de
clientes (se possível, em números ou porcentagens).
Por fim, você deverá informar ao candidato qual será a próxima etapa do processo, oferecer-lhe um
tempo para tirar eventuais dúvidas e comunicá-lo em quanto tempo e como terá conhecimento do
resultado positivo ou negativo dessa etapa do processo de seleção. Lembre-se de que deve haver
respeito, pois o candidato pode estar aguardando somente a sua ligação! Após a escolha do con-
corrente com o perfil ideal, o RH deverá entrar em contato com ele, parabenizando-o pela seleção.
Você pode notar que são muitas as técnicas usadas para selecionar o melhor candidato. Claro
que a escolha varia conforme o tamanho da empresa, a exigência do cargo e a urgência na
seleção. Veja no caso abaixo, como foi desenhada a seleção e o recrutamento.
Para delinear o processo, Fernando recorreu à Descrição de Cargos e achou importante realizar
um teste de conhecimentos (gestão e finanças) que avaliasse a experiência de pelo menos seis
meses, uma dinâmica de grupo que permitisse a análise comportamental voltada para o relacio-
namento interpessoal e a liderança – essenciais para o cargo – e, por fim, uma entrevista em que
pudessem ser analisadas as experiências passadas e os benefícios no último local de trabalho.
Após escolher o profissional adequado, o próximo passo é contratá-lo, certo? O RH deve indicar
ao selecionado os documentos necessários para efetivar a contratação e a data para a entrega.
São documentos comuns a Carteira de Trabalho, a Identidade, o CPF, o Título de Eleitor, com-
provante de residência, a Carteira de Reservista (para os homens), a Certidão de Nascimento dos
filhos e a Certidão de Casamento, o cartão do PIS (geralmente junto com a carteira de trabalho),
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a Carteira Nacional de Habilitação (para motoristas), a carteira de vacinação dos filhos de até 7
anos, cópia dos diplomas (de formação/escolaridade) etc.
A entrega dos documentos não é suficiente para que o novo colaborador se sinta bem recebido.
Por isso, as organizações estão buscando formas diferenciadas de reter seus novos funcionários.
É o que você vai aprender no próximo tópico!
Perceba, assim, que o capital das organizações não envolve mais imóveis, equipamentos e mó-
veis. Tem relação, agora, com seus colaboradores. De modo geral, grandes e pequenas organi-
zações reconheceram a importância do público interno, valorizando-o por meio de treinamentos,
qualificação, projetos de qualidade de vida, bons salários e demais benefícios, por considerá-lo
seu maior patrimônio ou o diferencial competitivo no mercado.
Para melhor compreender essa valorização, pense em dois supermercados que vendem os mes-
mos produtos. Por que você compra em um e não no outro? Algumas respostas possíveis: o
valor, a localização etc., no entanto boa parte das pessoas pode responder: o atendimento de
qualidade. E quem faz esse atendimento não é o produto. São operadores de caixa, balconistas,
empacotadores, fiscais de caixa, açougueiros, padeiros e tantos outros funcionários.
Entendeu, agora, por que é chamado de capital? Não há ligação direta com o dinheiro, mas,
indiretamente, as organizações investem em treinamentos, benefícios e bem-estar dos funcionários
que são revertidos em melhorias e lucro para a empresa. E não é fácil encontrar um bom colabo-
rador. Basta observar o delineamento do processo seletivo discutido até agora, não é verdade?
Compreenda que cada novo colaborador é um capital humano e deve ser reconhecido como tal.
Ele precisa estar pronto para se sentir aceito pelos colegas e bem recepcionado pela organização.
A GP tem um importante papel nessa integração. Alguns setores de GP, em conjunto com demais
departamentos, reservam o primeiro dia do colaborador para que ele conheça não somente seu
ambiente de trabalho, líderes e colegas, mas todas as demais áreas da organização da qual
começa a fazer parte. Dessa maneira, poderá se sentir integrado. Além disso, pode ser oferecido
um café ou um almoço com festas, podem ser exibidos vídeos contando a história da organi-
zação e suas diretrizes (missão, visão e valores), entregues seu crachá, equipamentos de uso
individual e uniforme, sendo o caso.
Tenha sempre em mente que um processo seletivo bem delineado e coerente com a Descrição de
Cargo permitirá escolher a pessoa certa para o lugar certo.
• O currículo, muitas vezes, é o primeiro contato dos candidatos com a organização, por
meio da GP. São quesitos para análise de currículos a quantidade de formulários recebidos
pela GP e o tempo para selecioná-los, os dados pessoais do candidato, sua formação,
suas atividades e experiências profissionais, seus cursos complementares, seus serviços
voluntários etc.
• Deve-se ter o cuidado de escolher as técnicas que possam analisar se o candidato possui
os conhecimentos, as habilidades e as atitudes compatíveis com o perfil procurado pela
organização.
• Os testes são usados para medir os conhecimentos teóricos e práticos e realizar a avaliação
psicológica dos candidatos, em forma de exames orais, escritos (de conhecimentos gerais
e específicos) e psicológicos.
• Como atividades de integração, as organizações reservam o primeiro dia para que novos
funcionários conheçam o local onde trabalharão ou oferecem um Manual do Funcionários
para que se sintam aceitos.
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Referências Bibliográficas
CARVALHO, Ana Cristina Marques de; SOUZA, Leonardo Pellegrino de. Ativos intangíveis ou
capital intelectual: discussões da contradição na literatura e proposta para sua avaliação.
Prescpect. Cienc. Inf., Belo Horizonte, v.4, n.1, p.73-83, jan./jun. 1999.
CARVALHO, Antonio Vieira de. Funções básicas do sistema de RH: atrair, escolher e prepa-
rar. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2007.
CHIAVENATO, Idalberto. Gestão de pessoas: o novo papel dos recursos humanos nas organi-
zações. 4. ed. Barueri, SP: Manole, 2014.
FRANÇA, Aba Cristina Limongi. Práticas de recursos humanos – PRH: conceitos, ferramentas
e procedimentos. São Paulo: Atlas, 2014.