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Equipe
Coordenação
Professor José Marcos da Silva
Vice-coordenação
Professora Solange Lauretino dos Santos
2020
INTRODUÇÃO À QUÍMICA DO PETRÓLEO
INTRODUÇÃO
Sua fórmula é:
CnH2n+2 Originado da decomposição da matéria orgânica, o
petróleo é uma complexa mistura de compostos orgânicos e inorgânicos cuja densidade é
menor que a da água, na qual os hidrocarbonetos (elementos que se apresentam em longas
cadeias de carbono e hidrogênio) estão em predominância.
Além disso, em sua composição são encontrados também compostos
sulfurados (possuem um ou mais átomos de enxofre ligados a cadeia carbônica),
nitrogenados (também chamado de azotados, são compostos orgânicos que incluem em sua
formula o nitrogênio), oxigenados (compostos orgânicos formados por oxigênio como
aldeídos, cetonas, ácidos carboxílicos, éteres, ésteres, fenóis e álcoois), resinas
(compostos apolares de ácidos carboxílicos, terpenos e óleos), asfaltenos (Os asfaltenos são
misturas complexas de moléculas compostas de anéis poliaromáticos condensados, cadeias
alifáticas, anéis naftênicos, heteroátomos como o nitrogênio, oxigênio, enxofre e metais
como ferro e vanádio) e metais(íons metálicos de ferro cobre e zinco).
O Departamento Nacional de Produção Mineral classifica o petróleo de acordo com
seus subprodutos pós refino:
aparecem
HISTÓRIA
Acredita-se que o uso do petróleo esteja datado desde os primórdios da civilização. Povos
do Oriente Médio, Egito, Mesopotâmia, da China já haviam tido contato com o combustível
fóssil e o utilizado nas formas de betume, asfalto para pavimentação de estradas, iluminação,
lubrificação, fins bélicos.
ORIGEM
O petróleo é originado a partir da decomposição de matéria orgânica,
especialmente, dos plânctons. As bactérias em ambientes com baixo teor de oxigênio
realizam a atividade de decomposição que acaba por se acumular em camadas do subsolo
que se encontram em bacias sedimentares, no assoalho oceânico, no fundo dos mares ou de
lagos e sob condições específicas de pressão. Ao longo dos anos, esses depósitos sofrem
diversas modificações até se transformarem no que corresponde à substância oleosa, o
petróleo.
Para que serve o Petróleo?
Derivados do petróleo
Os derivados do petróleo são obtidos a partir do que chamam de refino. O petróleo não
sai dos reservatórios prontos para serem comercializados, precisando, então, passar por um
processo de melhoramento a fim de atender às especificações do mercado. O refino é feito por
meio de processos químicos, como o craqueamento, reforma, alquilação, hidrotratamento,
entre outros.
• Resíduos: são produtos utilizados como material para fabricar outros produtos
(coque, asfalto, ceras)
OBTENÇÃO DO PETRÓLEO
EXTRAÇÃO
Segundo a OPEP, no ano de 2018, o mundo consumiu petróleo como nunca antes:
cerca de 98,82 milhões de barris por dia. Os países com as maiores reservas mundiais são,
segundo dados da Agência de Inteligência dos Estados Unidos (CIA):
REFERÊNCIAS
Outro exemplo que ilustra bem essa articulação é o acesso à água para o consumo
humano. A falta de infraestrutura, de gestão e de regulação do uso da água nos processos
industriais comprometem a proteção dos recursos hídricos (captação, tratamento e adução),
causam diversos agravos à saúde e epidemias de difícil controle setorial (AUGUSTO et al.,
2008; BHATIA; WERNHAM, 2009; GIATTI, 2007; UNITED NATIONS ENVIRONMENT
PROGRAMME, 2009).
Por ser a saúde uma resultante do processo de determinação social, todos os aspectos
nele envolvidos devem ser observados no licenciamento ambiental, uma vez que tem de atender
a premissa da sustentabilidade, como a proteção dos biomas, a promoção de ambientes
saudáveis, que inclui infraestrutura adequada e cobertura assistencial de saúde de qualidade.
Como refere Tambelini e Câmara (1998) a saúde e o ambiente têm uma relação de
interdependência, que é parte integrante do fazer da Saúde Pública, considerando a
interdisciplinaridade e a intersetorialidade. A produção de indicadores, por exemplo, que
auxiliem o processo de informação deveria ser uma preocupação para os tomadores de decisão
e para a sociedade (AUGUSTO; BRANCO, 2003).
O que se deseja é que o EIA se constitua em instrumento que sirva para a tomada de
decisão, com a produção de informações úteis à sociedade e aos poderes públicos responsáveis
pelo monitoramento e controle da saúde e do ambiente, bem como de outros impactos no âmbito
social (AUGUSTO, 2009, ORGANIZAÇÃO PANAMERICANA DE SAÚDE, 2005).
Destacar o tema da saúde nos EIA possibilita a adoção de medidas precaucionarias
frente as externalidades produzidas. A intersetorialidade é um requisito fundamental para que
o licenciamento ambiental seja integrando e articulando os atores sociais e governamentais
interessados. O licenciamento ambiental integrado deve se realizar a partir da análise de
impactos promovidos com propósitos comuns de proteção da vida (BHATIA, WERNHAM,
2009; DELL´ANNO, 2003).
A saúde pública cabe identificar as vulnerabilidades, as potenciais nocividades, e exigir
medidas preventivas por parte dos empreendedores ou responsáveis. A saúde dos trabalhadores
e da população devem ser examinadas frente a presunção de riscos e danos segundo as melhores
informações técnico-científicas, que devem considerar a preocupação dos atores sociais dos
lugares onde se localiza o empreendimento.
Aspectos habitacionais, educacionais, de emprego e renda, e cultural são condições que
serão afetadas pelo empreendimento, e consequentemente poderão produzir efeitos negativos
na saúde da população. A saúde pública deve utilizar de forma consistente os instrumentos da
Política Nacional do Meio Ambiente previstos na Lei 6.938/1981, pois o direito ambiental deve
ser aplicado integralmente pelos órgãos responsáveis pelas políticas públicas (BRASIL, 2004).
A indústria do petróleo tem sido reconhecida por afetar negativamente a qualidade do
ar, da água, do solo; os ecossistemas vivos, que inclui a saúde humana (ABADIE, 1999;
BARBOSA, 2007; MARIANO, 2001, 2007; SEVÁ FILHO 2010).
No Brasil, o petróleo tem ocupado um espaço importante no debate nacional sobre o
desenvolvimento econômico visando manter o país autossuficiente, e para tal o aumento da
capacidade das refinarias e da malha de distribuição de óleo e gás (CONSELHO FEDERAL
DE ECONOMIA, 2010).
As previsões apontaram no início dos anos 2.000 para a implantação de duas novas
refinarias e aperfeiçoamentos das plantas industriais já existentes (AGÊNCIA NACIONAL DE
PETRÓLEO, 2007).
A saúde dos trabalhadores das trabalhadoras tem uma preocupação especial devido as
nocividades específicas pela exposição aos hidrocarbonetos aromáticos e aos metais pesados
existentes nos ambientes de trabalho das refinarias de petróleo (FREITAS et al., 2001; SOUZA;
FREITAS, 2003; SEVÁ FILHO, 2008).
A poluição ambiental por ela produzida também extrapola os muros da fábrica,
alcançando comunidades de seu entorno e até mesmo grupos populacionais que habitam mais
distantes. O licenciamento ambiental traduz o principal instrumento de prevenção, ou
precaução, no momento de autorizar a implantação de processos produtivos cujos impactos
ameaçam a vida e a saúde.
É uma necessidade a devida avaliação dos possíveis impactos negativos em relação aos
principais projetos, nas políticas e programas, bem como, apontar indicadores de saúde e
ambiente que, de fato, sejam factíveis e coerentes com o compromisso com o desenvolvimento
sustentável (BRASIL, 2010).
O Brasil do ponto de vista ecológico, reúne cerca de 70% de todas as espécies vegetais
e animais do planeta, e do ponto de vista social, está marcado por situações de desigualdades e
injustiça ambiental, vulnerabilidades essas que devem ser observadas nos processos de
licenciamento ambiental (CONSERVAÇÃO INTERNACIONAL, 2009; SAWYER, 2007;
SCARANO, 2007 ACSELRAD, 2004; LEFF, 1994; RATTNER, 2009).
Mudanças no perfil epidemiológico das populações já foram observadas e estudadas nos
territórios em que diversos empreendimentos poluidores foram implementados no país, em
períodos de exceção, em que não se tomaram as medidas preventivas. Esse passado são fortes
evidências desses impactos negativos, que não se deseja vê-lo repetidos (AUGUSTO, 2009;
IANNI, 2005).
INTRODUÇÃO
As altas concentrações de Material Particulado (MP) e outros compostos indicam que existe
uma poluição do ar, e esta contaminação pode ser causadas e/ou agravada pela ocorrência de
fatores climáticos que dificultam a dispersão dos poluentes, piorando a qualidade do ar. Essa
poluição causa problemas para aparelho respiratório que não podem ser desprezados
(SALDIVA, 2008). Podemos citar como exemplo, a região metropolitana de São Paulo, que em
2007, foi estimado que as fontes móveis seriam responsáveis por 90% da emissão de poluentes,
sendo 1,5 milhão de toneladas/ano de CO2, 365 mil toneladas/ano de hidrocarbonetos, 339 mil
toneladas/ano de NO3, 29,5 mil toneladas/ano de MP e 8,2 mil toneladas/ano de SO2 (CETESB,
2007).
Através deste estudo, desejamos descrever os reais efeitos e ações dos hidrocarbonetos
relatando as condições de risco à saúde, e classificando as patologias causadas pelos mesmos
devido à exposição prolongada a estes compostos.
Uma contaminação por HPAs em seres humanos pode ocorrer por diversas vias, como por
exemplo, a inalação de ar, a ingestão de águas, solos, poeiras, alimentos, e o contato através da
pele (WHO, 1988). Os HPAs são compostos aromáticos formados por dois ou mais anéis
benzênicos, constituídos exclusivamente de carbono e hidrogênio, organizados sobre a forma
linear, angular ou agrupada (BOFFETTA et al. 1997).
Os HAPs e seus derivados são tóxicos e podem causar diversas patologias que são de grande
importância clínica, como por exemplo: a Bronquite e Pneumonite provocada por produtos
químicos, gases, fumaças e vapores, também chamada de bronquite química aguda; Edema
Pulmonar Agudo ou Edema Pulmonar Químico devido a exposição a produtos químicos, gases,
fumaças e vapores; Síndrome de Disfunção Reativa das Vias Aéreas (SDVA/RADS);
Bronquiolite Obliterante Crônica, Enfisema Crônico Difuso ou Fibrose Pulmonar Crônica
(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 1999).
Segundo Netto et al. (2000) podemos conceituar os HPAs como compostos aromáticos
formados por dois ou mais anéis benzênicos, constituídos exclusivamente de carbono e
hidrogênio, organizados sobre a forma linear, angular ou agrupada.
Por outro lado, a CETESB – Companhia Ambiental do Estado de São Paulo, órgão que é
responsável pelo controle, fiscalização, monitoramento e licenciamento de atividades geradoras
de poluição no Estado de São Paulo, conceitua os HAPs como uma classe de compostos
orgânicos semi-voláteis, formados por anéis benzênicos ligados de forma linear, angular ou
agrupados, contendo na sua estrutura somente carbono e hidrogênio.
Os HPAs representam uma família de mais de 100 compostos orgânicos, formados por carbono
e hidrogênio, Estes portanto são poluentes orgânicos de grande importância ambiental e de
interesse toxicológico, devido apresentar propriedades pré-carcinogênica e/ou mutagênicas para
homens e animais. Mesmo sendo semi-voláteis, muitos deles podem ser transportados até longas
distâncias e serem adsorvidos em material particulado e dentre os HPAs, o benzo(a)pireno é um
dos mais conhecidos e estudados (CARUSO, 2008).
CARACTERÍSTICAS TOXICOLÓGICAS
Do ponto de vista toxicológico, a principal importância dos HPAs são as evidências de sua
associação a diversos tipos de cânceres em seres humanos, principalmente os de pulmão,
bexiga, colo, reto e esôfago. Esta associação é sustentada por estudos epidemiológicos em
populações expostas e por estudos realizados em animais de laboratório (MASTRANGELO et
al. 1996).
Esses contaminantes têm sua origem na combustão incompleta da matéria orgânica, origem
influenciada por fatores como temperatura e pressão que direcionam o perfil constituinte dos
mesmos (PAGE et al. 1999).
ABSORÇÃO
Devido ao seu caráter lipofílico os HPAs podem ser absorvidos no trato respiratório, no trato
gastrointestinal e através da pele, sendo rapidamente distribuídos pelo organismo. Estudos sobre
a retenção pulmonar de HPAs na forma cristalina, e após instilação intra-traqueal, onde eles são
colocados vagarosamente, indicam que eles são rapidamente absorvidos pelo trato respiratório
(WOLFF. Et al. 1989).
HPAs inalados são em sua maioria absorvidos na forma de partículas de fuligem. Após sua
deposição nas vias aéreas, as partículas podem ser eliminadas por reflexo bronquial. Os HPAs
podem ser parcialmente removidos das partículas por transporte na mucosa ciliada ou podem
penetrar nas células do epitélio bronquial, onde são metabolizadas (WHO. 1987).
A gasolina e o querosene são considerados depressores do Sistema Nervoso Central (SNC), eles
irritam a pele e os olhos. No trato respiratório sua absorção frequente do que por via digestiva.
Aconselha-se a não provocar o vômito devido ao alto risco de aspiração. Durante a ingestão
também ocorre aspiração, mais uma vez, o vômito do paciente deve ser evitado, pois, pode causar
severa pneumonite química. A morte do mesmo pode ocorrer por falência respiratória ou
fibrilação ventricular (JURAS, 2005).
Por outro lado, o benzeno é um solvente muito utilizado nos produtos das petroquímicas, é bem
absorvido por via oral e pulmonar, e muito pouco por via dérmica. Além disso, é um forte
irritante ocular e moderado irritante da pele (BRASIL, 1991).
HPAS, SAÚDE E AMBIENTE
A presença dos HPAs no Meio Ambiente pode contaminar os rios, os mares, as florestas, e o ar,
causando lesões irreparáveis à natureza e à saúde humana. Como citado anteriormente, essa
contaminação pode ocorrer por inalação do ar contaminado, pela ingestão de alimentos ou de
água contaminada. Os animais aquáticos, como por exemplo, os mexilhões e ostras tendem a
acumular HPAs e podem ser outra forma contaminante destas substâncias para os humanos
(GUILLÉN, 1994).
Um dos principais meios de transportes para os compostos orgânicos e inorgânicos é o ar, sejam
eles liberados devido a fontes naturais ou pela atividade humana. Os HPAs podem estar
apresentados na atmosfera na forma de vapor e serem absorvidos no material particulado.
Atividades petroquímicas como o processo e refino do petróleo, assim como acidentes que
envolvem derramamento direto de seus produtos e derivados em corpos receptores, como lagos,
rios e oceanos, também elevam consideravelmente os níveis ambientais de HPAs (YUNKER et
al. 2002).
Sua importância ambiental foi estabelecida e aceita pela comunidade científica, e estudos sobre
estes compostos tem englobado uma extensa variedade de aspectos. Entre eles, a cinética e as
reações na fase vapor, o desenvolvimento de metodologias analíticas e os estudos de campo
sobre concentrações atmosféricas, síntese, atividades cancerígena e mutagênica e processos de
remoção da atmosfera (NETTO et al. 1999).
De acordo com Algranti (1995), as doenças respiratórias por inalação de gases, fumos, vapores
e outras substâncias podem ser de curto e longo prazo. Assim, a sua natureza e os efeitos de
curto prazo submetem-se basicamente ao sítio principal onde ocorrerá a ação primária, da
concentração do agente na atmosfera e do tempo que se foi exposto. Esta localização primária
depende da solubilidade em água dos gases, dos vapores e do tamanho da partícula. Portanto,
as bronquites, as pneumonites e os edemas agudos são respostas semelhantes, em tempos
distintos e em sítios diferentes. Sendo assim, os gases que são irritantes podem causar lesões
celulares em toda a árvore respiratória. Mesmo que, a primeira lesão esteja situada no epitélio
respiratório, podemos ter lesões extensa também no subepitélio e região alveolar.
O início dos sintomas e a localização do dano será de acordo com a solubilidade do gás irritante
e a concentração do agente. Uma lesão celular ocorre devido a deposição ou formação de um
ácido, ou um radical livre, que destroem os tecidos das vias aéreas. Esta lesão na barreira celular
destas vias causa um edema, a inflamação, uma contratura da musculatura lisa e estimulação
dos receptores aferentes do sistema nervoso parassimpático, que irá levar à uma
broncoconstrição. As regiões epiteliais e subepiteliais passam por um remodelamento crônico,
referente as suas estruturas, devido a esta resposta inflamatória (MENDES, 1997).
No ar, os HPAs estão constituídos entre a fase gasosa e o material particulado atmosférico
dependendo das condições ambientais. Grande parte dos HPAs do material particulado
atmosférico concentra-se nas partículas de menor diâmetro aerodinâmico que, devido às
características do sistema respiratório humano são capazes de atingir as vias respiratórias
internas onde os processos de eliminação de HPAs associados às partículas são lentos
(MIGUEL, et al. 1978)
O trato respiratório pode ser convenientemente dividido em duas regiões distintas: a região
extratorácica constituída pelas vias nasal e oral, faringe e laringe; e a região intratorácica que
inclui os brônquios, traqueia e alvéolos. A região extratorácica é muito susceptível a infecções
e doenças respiratórias. A deposição de partículas na região extratorácica é considerada a
primeira linha de defesa contra a penetração de partículas nas vias mais profundas, mas, também
é reconhecido como um sítio de efeitos tóxicos. A região intratorácica, por sua vez, é dividida
em região traqueobrônquica e região alveolar onde geralmente ocorre o câncer de pulmão e
outras enfermidades crônicas. As partículas menores têm um tempo de residência maior na
região intratorácica, permanecendo por semanas e até anos em contato direto com a membrana
alveolar (CHENG et al. 1995).
O PETRÓLEO
É uma mistura oleosa de aproximadamente 300 compostos inflamáveis, com odor característico
e sua coloração está entre o preto e o castanho escuro, dependendo da fonte geológica do
deposito. Em sua composição encontramos hidrocarbonetos, nitrogênio, enxofre, oxigênio e
alguns metais em traços. Os hidrocarbonetos são compostos formados por carbono e
hidrogênio, podendo ser agrupados de acordo com sua composição, em hidrocarbonetos
aromáticos, alcanos, alcenos, e cicloalcanos (KOLESNIKOVAS,2006).
Figura 02: Formula geral dos Alcanos, Alcenos e Cicloalcanos.
A nafta é uma matéria prima para solventes. É formada pela mistura de hidrocarbonetos
parafínicos, olefínicos, naftênicos e aromáticos constituídos principalmente de 4 a 10 átomos
de carbono. O maior perigo são os vapores inflamáveis que podem ser liberados, durante o seu
manuseio. Sob uso normal a rota de exposição do produto se dá por inalação e contato com a
pele (BRASIL, 2005).
DOENÇAS RESPIRATÓRIAS
As doenças relacionadas ao Trato Respiratório são provocadas por agentes externos, como as
bactérias, a fumaça ou produtos químicos que podem levar o comprometimento do Sistema
Respiratório, ou evoluir para quadros mais graves (ROSE e RIPPEY, 2002).
Destacam- se no presente trabalho, as principais patologias respiratórias relacionadas com a
exposição aos HPAs (BRASIL, 2004):
BRONQUITES
A bronquite é um estado patológico no qual ocorre uma inflamação das vias respiratórias do
pulmão, incluindo qualquer parte dos brônquios, desde os brônquios primários até os brônquios
terciários. Pode ser aguda ou crônica e tem alta recorrência, acometendo principalmente os
idosos, as crianças, os neonatos e pessoas com doenças pulmonares ou expostas a fumaça
(ROBBINS, 2013).
Figura 03: Bronquite crônica. Relação entre alvéolos sadios e com a patologia
Pessoas expostas a agentes externos também podem apresentar inflamação das vias aérea
superiores devido à exposição a gases e fumaça. A exposição a agentes como a gasolina,
querosene e o benzeno podem causar uma pneumonite química (MINISTÉRIO DA SAÚDE,
2013).
PNEUMONIA QUÍMICA
Ao contrário das outras pneumonias, a química, não é causada por vírus ou bactérias, mas sim
pela inalação de substâncias que agridem os pulmões, como a fumaça e outros produtos químicos.
Essas substâncias quando aspiradas vão para os pulmões e inflamam os alvéolos, que são as
estruturas que fazem o transporte do oxigênio para o sangue. Essas inflamações dificultam as
trocas respiratórias, causando a pneumonia e a insuficiência respiratória (PRUITT, 1975).
Diferente da pneumonia bacteriana, cuja a bactéria afeta apenas uma parte do pulmão, a
pneumonia química compromete todo o órgão. Entre as substancias que provocam a patologia
temos a fumaça, a gasolina, o querosene por aspiração, e o benzeno por inalação
(ENKHBAATAR, 2004).
Os pulmões são as estruturas com maior ocorrência de lesão, devido a inflamação dos alvéolos.
Essa inflamação é o principal sintoma da exposição, ela é causada pela fumaça que têm natureza
quente e é capaz de queimar as vias respiratórias dificultando a passagem de oxigênio para o
sangue através das trocas gasosas realizadas no pulmão (JORNAL DE PNEUMOLOGIA,
2013).
Na figura 04, podemos observar o processo provocado pela inalação de fumaça química nos
Pulmões.
Figura 04: Inalação de fumaça química.
Como dito anteriormente, produtos derivados do petróleo como a gasolina, o querosene e outros
hidrocarbonetos, após serem ingeridos ou aspirados, e entrarem em contato com os pulmões,
podem ocasionar pneumonias de natureza química no homem.
Segundo o Jornal de Pneumologia (2002), outra situação de risco para esta doença pode ser
observada em algumas oficinas mecânicas que usam o “torçal” (um tubo flexível) com a
finalidade de retirar combustível dos tanques dos veículos. Ao iniciar a operação, o trabalhador
faz uma forte sucção no “torçal”, cuja outra extremidade está imersa no combustível, e com isto
se arrisca a aspirar ao produto.
Dentre os principais sintomas da PPP temos: tosse, e a falta de ar; comum para todos os tipos de
intoxicação. Porém, há outros sinais que dependem de alguns fatores, como: o tipo e a toxicidade
da substância; o ambiente da exposição (ar livre, ou lugar fechado), o tempo de exposição, a
substância de contato (gases ou líquidos) (SEGEV et al. 1999).
Dependendo dos fatores citados acima, podem ser apresentados os sintomas de irritação no nariz,
nos olhos, nos lábios, na boca e na garganta; tosse seca ou tosse úmida, que produz muco claro,
amarelo ou verde; tosse úmida, com secreção rosada na saliva e presença de sangue;
náuseas ou dor abdominal; dor no peito; respiração dolorosa; dor de cabeça; fraqueza ou
desorientação (MERCK, 2014)
Estes sintomas podem demorar dias para aparecer, como ocorre na exposição a fumaça, por
exemplo, levando até três dias para o corpo manifestar as irritações na garganta ou a secreções
rosadas, fora a tosse e a falta de ar. Em casos mais agressivos é possível verificar os sintomas
de febre, queimaduras na boca, nariz ou pele, podendo apresentar pele pálida e suor labial,
pensamento alterado e raciocínio comprometido, inconsciência, inchaço dos olhos ou língua,
saliva espumosa resultante de tosse forte (PORTAL SAÚDE BRASIL, 2014).
SINUSITES
As sinusites são processos inflamatórios e/ou infecciosos dos seios da face. Geralmente
apresentam manifestações clínicas de fácil suspeita diagnóstica e sem gravidade, podendo
evoluir para complicações algumas vezes letais. Seu diagnóstico é através de exame físico como
a rinoscopia anterior e posterior, e a nasofibroscopia que pode revelar edema e secreção anormal
na mucosa meatal e pós-nasal (ABBAS, 2010).
Devido a sua localização as fossas nasais ficam expostas a estes agentes. As sinusites podem
ter origem ocupacional, sendo agudas ou crônicas, e provocadas por diversos fatores como: a
origem alérgica ou por inalação de agentes irritantes ou contaminantes. À exposição aos
compostos de hidrocarbonetos aromáticos apresentam elevadas associações com as neoplasias
das vias aéreas superiores, normalmente na cavidade nasal, dos seios paranasais e da laringe.
Algumas vezes as ações de gases irritantes podem provocar perfurações de septo nasal com
origem ocupacional, estas causam uma inflamação crônica, ulcerações na mucosa nasal e
necrose isquêmica da cartilagem septal. Estas perfurações não costumam atingir o septo ósseo
(BAGATIN, 2006).
ENFISEMA PULMONAR
Patologia crônica que se caracteriza pela destruição tecidual dos pulmões, os tornando
hiperinsuflados. Ocorre uma dilatação permanente nos espaços aéreos no final das terminações
dos bronquíolos devido à destruição das paredes das vias aéreas, sem a presença de fibrose. Esta
patologia está sempre associada a bronquites crônicas, e elas podem causar uma obstrução ao
fluxo de ar nas vias aéreas, tendo como resultando a doença pulmonar obstrutiva crônica
(DPOC) (TECKLIN, 2003).
O enfisema pulmonar apresenta maior incidência em indivíduos do sexo masculino e de raça
branca, podendo ter uma relação com fatores genéticos. Como ele ocorre nas unidades
alveolares que fazem as trocas gasosas, estas trocas são feitas de maneira insatisfatória
diminuindo a quantidade de oxigênio disponível na corrente sanguínea, o indivíduo vai
apresentar falta de ar ao realizar exercícios ou tarefas que necessite de certo esforço. Quando
há perda da elasticidade pulmonar, fica mais difícil a saída de ar dos pulmões durante a
expiração (RODRIGUES, 2004). Os pacientes com enfisema pulmonar tornam-se
gradativamente incapacitados, com consequência a morte do mesmo por insuficiência
respiratória (ENRIGHT, 2005).
De acordo com estes dados podemos verificar na figura 05 a evolução do enfisema pulmonar
em relação às estruturas alveolares saudáveis.
Segundo a ABNT(1987), resíduos sólidos de origem industrial não são desejáveis próximo as
populações urbanas, ou rurais. Esses resíduos têm em suas composições muitos agentes e/ou
compostos químicos de importância toxicológica reconhecida. O contato entre a população e o
resíduo leva à contaminação da pessoa e uma possível intoxicação, que pode ser aguda ou
crônica. O contato com estas substâncias pode ocorrer através do seu manuseio, caso seja um
produto encontrado facilmente e assim acessível as pessoas ou pela forma de disposição final
inadequada que foi descartado, causando uma contaminação do solo, da água e do ar (SISINNO,
2003).
Entre os principais hidrocarbonetos causadores das neoplasias podemos citar o benzeno. Esta
substância é utilizada em diversas aplicações, tal como na composição das tintas utilizadas nas
impressoras, das borrachas, dos adesivos e revestimentos, na limpeza a seco e em detergentes.
Também pode ser utilizado como solvente e fumigante. Segundo COSIPA(1986), indivíduos
expostos a ele pode adquirir leucemias, linfoma de Hodgkin, doenças no fígado, coração e rins,
e anemia aplástica.
As exposições a resíduos industriais causam algumas formas de cânceres. Porém, quando estes
resíduos são HPAs, estas patologias podem ser apresentadas como um angiossarcoma do fígado,
uma neoplasia maligna do pâncreas, neoplasia malignados brônquios e do pulmão (BOWLER;
CONE, 2001).
Na tabela abaixo podemos verificar os níveis de HPAs que já foram encontrados em amostras
de sedimentos nas áreas consideradas urbanas ou industriais estas apresentam níveis de HPAs
superiores quando são comparadas com regiões distantes de fontes de contaminação.
ÁREAS REMOTAS
Novas técnicas para monitorar a exposição humana vêm sendo desenvolvidas. Como segmentos
de DNA de células brancas do sangue danificados pelos HPAs e o benzo(a)pireno excretado na
urina, estes são utilizados como biomarcadores para medir a exposição aos HPAs em humanos
(STRICKLAND et al. 1996).
As propriedades contaminantes que alguns HPAs possuem, descrevem a razão para a sua
inclusão na maioria dos programas de monitoramento ambiental e saúde humana em diferentes
países no mundo (WHO, 1983). Estas propriedades são cruciais na ativação e formação de
agentes carcinogênicos (EPA. 1986).
MONITORAMENTO DA EXPOSIÇÃO POR HPAS E SEUS DERIVADOS
O monitoramento biológico da exposição aos HPAs pode ser efetuado através da avaliação das
mesmas como mistura ou individualmente da determinação da concentração de seus
metabólitos em fluidos biológicos ou ainda através do acompanhamento de um efeito
bioquímico resultante de sua presença no organismo (NETTO, 2000). Apresentados na tabela
02.
TIPO DE
BIOINDICADOR
INFORMAÇÃO
Dose biológica
Adutos com proteínas
efetiva**
** - Um indicador de dose biológica efetiva indica a quantidade da substância que atingiu sítios
biológicos significativos. Geralmente esta indicação é dada através de produtos de interação da
substância ou seus metabólitos com macromoléculas celulares (DNA, RNA ou proteínas)
(JONGENEELEN, 1997).
Entre os hidrocarbonetos nocivos à saúde humana citaremos os principais que são produzidos
através do refino do petróleo.
PRINCIPAIS CONTAMINANTES
Uma descrição dos principais HPAs contaminantes que são obtidos através do refino do petróleo
e as consequências respiratórias causadas pela sua exposição prolongada. Como dito
anteriormente dentre os hidrocarbonetos temos o benzeno, a gasolina, e o querosene como
contaminantes importantes do meio ambiente.
BENZENO
O benzeno pode estar presente como contaminante atmosférico, nas principais fontes emissoras
de HPAs; nas refinarias de petróleo que não possuem unidades de reforma aromática, onde esse
contaminante pode ser encontrado em concentrações muito baixas por volta de 1ppm ou menos
(FISPQ, 2012).
De acordo com Arcuri (2012), a exposição aguda ao benzeno tem efeitos tóxicos no sistema
nervoso central causando necrose e excitação seguida de sonolência, tonturas, cefaleias, náuseas,
dificuldade respiratória, convulsões e óbito. Exposições crônicas provocam alterações
hematológicas, neurológicas e neuropsicológicas. Entre as patologias relacionada ao agente
podemos citar: leucemias, síndromes mielodisplásicas, anemia aplástica, hipoplasiamedular,
púrpura e outras manifestações hemorrágicas, neutropenia tóxica. O benzeno também é
relacionado aos transtornos dos glóbulos brancos como a leucocitosee a reação leucemóide
(BRASIL, 2004).
QUEROSENE
Este hidrocarboneto é um produto irritante para os olhos e pele. É um depressor do SNC. Podendo
causar a morte se aspirado para os pulmões. Tem efeitos narcóticos e provoca alucinações após
exposição repetida ou prolongada. Entre os principais sintomas da exposição observamos
vermelhidão e dor na pele; tosse, dor de garganta e falta de ar; tontura, náusea, dor de cabeça,
confusão mental, alucinação e perda de consciência. Produto de grande risco toxico para os
ambientes aquáticos (FISPQ, 2011).
NAFTA PETROQUÍMICA
É um produto líquido e transparente em temperatura ambiente, sua coloração também pode ser
amarelada, é isento de material em suspensão. Tem odor muito parecido com a gasolina (ANP,
2014).
É um líquido límpido e amarelado, não têm materiais em suspensão. Possuem um odor forte e
bem característico. Pertence à classe das substâncias do petróleo composta por naftas
complexas, constituídas de hidrocarbonetos com cadeias carbônicas de C4 a C12 e têm ponto
de ebulição de -20 a 230ºC. É um líquido inflamável que pode provocar irritação moderada à
pele/corrosão; suspeita-se que pode causar mutagenicidade em células germinativas, tendo
assim, características carcinogênicas; também é perigoso se aspirado, podendo provocar
afecções respiratórias de natureza química; danos ao SNC e ao fígado por exposição repetida
ou prolongada. É um potente contaminante ao ambiente aquático (FISPQ, 2013).
Entre os seus sintomas, podemos observar que esta substância provoca tosse, confusão, tontura,
sonolência, torpor e dor de cabeça, náusea e vômito; ressecamento e vermelhidão da pele e
vermelhidão nos olhos. No caso de ingestão devemos lavar a boca da vítima com água em
abundância, mas não induzir o vômito evitando assim a aspiração do hidrocarboneto
(CERQUEIRA, 2013).
AMÔNIA
Esta substancia não é um hidrocarboneto, mas, ela está presente nas águas dos drenos de tanques
de petróleo, é tóxica e corrosiva quando na presença de umidade, sendo aqui referenciada devido
à importância da sua toxidade, principalmente, para o sistema respiratório, onde provoca tosse,
e outras complicações respiratórias tais como inflamação aguda do sistema respiratório e o
edema pulmonar (PETROBRAS, 2014).
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