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10/02/2020

Na sessão anterior…
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 Saúde Mental
 Desenvolvimento inclusivo:
Saúde Mental Infantil  Promoção dos direitos
 Fortalecimento do autocuidado e autonomia
Benilde Sofia Fernandes

 Risco Familiar

Na sessão atual… Normal e Patológico

 Delimitação difícil
 Unidade 2 – Perspetivas Preventivas em Saúde
 Baseada em critérios estatísticos
Mental:
 Normal e patológico  A normalidade define-se pelo comportamento
 Modelo preventivo – fatores de risco e fatores mais comum consoante os valores estabelecidos e
de proteção
aceites numa sociedade
 Crises de desenvolvimento e crises acidentais

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Normal e Patológico Normal e Patológico

Avaliação da Normalidade e da Patologia:  Um sintoma - Não implica necessariamente


(ex: sudação) a existência de patologia
 Fase de desenvolvimento em que se encontra a pessoa
 O local e a cultura - Pode estar presente em vários
 A época e a circunstância histórica em que ela se situa quadros psicopatológicos
(ex: ansiedade e stress)

Normal e patológico Sintomas Normais

 Surgem no decurso de conflitos inevitáveis e necessários


 Num ambiente familiar tranquilizante e seguro: ao desenvolvimento psicológico da criança
 A expressão de sintomatologia diminui e desaparece  Características:
 Transitórios
 Num ambiente hostil, agressivo e repressivo:  Pouco intensos
 As perturbações perduram e afetam o desenvolvimento da criança  Restritos a uma área da vida da criança
 Sem repercussão sobre o desenvolvimento
 Pais impacientes ou ansiosos dão extrema importância a um  A criança fala neles com facilidade
sintoma:
 Sem disfunção familiar evidente
 Amplificam a sua intensidade e expressão, tornando-o um problema

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Sintomas Patológicos Sinais de Alerta

 Características:  Na primeira infância:


 Intensos e frequentes  Dificuldades na relação mãe-bebé
 Persistem ao longo do desenvolvimento  Dificuldade do bebé em se autorregular e mostrar interesse no
mundo
 Causam grave restrição em diferentes áreas da vida da
criança  Dificuldade do bebé em envolver-se na relação com o outro e em
estabelecer relações diferenciadas
 Repercussão no desenvolvimento psicológico normal
 Ausência de reciprocidade interativa e de capacidade de iniciar
 Meio envolvente patológico interação
 Desadequados em relação à idade  Perturbações alimentares graves com cruzamento de percentis e
sem causa orgânica aparente
 Associação de múltiplos sintomas
 Insónia grave

Sinais de Alerta Sinais de Alerta

 Na idade escolar:  Na idade escolar:


 Dificuldades de aprendizagem sem défice cognitivo e  Dificuldades em adormecer, pesadelos muito
na ausência de fatores pedagógicos adversos frequentes
 Recusa escolar  Agressividade, violência, oposição persistentes, birras
 Hiperatividade/agitação (excessiva ou para além da inexplicáveis e desadequadas para a idade
idade normal)  Dificuldades na socialização, com isolamento ou
 Ansiedade, preocupações ou medos excessivos relacionamento desadequado com pares ou adultos
 Somatizações múltiplas ou persistentes

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Caso “Joana”

 Joana é um bebé de 7 meses.


 Chora muito frequentemente.
 Não demonstra interesse nos objetos e não os manuseia.
 É indiferente à educadora e às auxiliares e até à própria
mãe.
Não come bem, cuspindo a comida.
Dinâmica de Grupo 

 Tem muita dificuldade em dormir.


Normal e Patológico

Caso “António” Caso “Miguel”

 António tem 11 meses.


 Miguel tem 7 anos.
 Dorme bem e segue as rotinas da creche de modo
apropriado.  É bom aluno.

 Tem dificuldade em comer, sobretudo a fruta, que recusa.  Demonstra alguma ansiedade e preocupação quando se
fala em incêndios ou outras catástrofes naturais.
 Interage com as outras crianças e com os adultos.
 Tem um comportamento adequado e um bom grupo de
 Manipula os brinquedos e nota-se o interesse na amigos.
descoberta.
 Interage bem com as outras crianças.
 Chora quando a mãe o deixa na creche e gatinha até ela
assim que a vê à porta.  Nos recreios gosta de jogar futebol.

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Caso “Maria”

 Maria tem 8 anos e anda no 2.º ano.


 A sua capacidade cognitiva é boa mas o seu rendimento é
mediano e já chumbou de ano.
 Tem dificuldade em adormecer e relata muitos pesadelos Modelo Preventivo – fatores de
com situações de teste/prova.
 Nos dias de teste vai várias vezes à casa de banho e risco e fatores de proteção
queixa-se com dores de barriga.
 Não tem amigos porque se sente incompreendida,
isolando-se.

Fatores de risco Fatores de risco

 «Criança em Risco»: «todas as condições existenciais na criança ou no seu


meio ambiente que envolvem um risco de morbilidade
 Devido à presença de alterações biológicas menos
superior à que se observa na população em geral através
acentuadas, sociais e psicológicas, podem vir a agravar
dos inquéritos epidemiológicos»
situações que comprometem o seu desenvolvimento

 O risco é, deste modo, o resultado da interação dos


vários fatores vivenciados pela criança
Risco biológico Risco ambiental

Antecedentes pessoais e Ambiente familiar alterado e Necessário reconhecê-los


familiares “suspeitos” (défice?) problemas sociais

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Fatores de Risco Fatores de Risco

Fatores Fatores
centrados na centrados na
criança família

Fatores
socioambientais

Fatores de Risco Fatores de Proteção

 As crianças em risco vivenciam desigualdades sociais


 Os pais e familiares deverão ser consciencializados para a Individuais Familiares
importância das suas funções no desenvolvimento e
crescimento da criança
 Desenvolver:
 Competências individuais
 Competências sociais
Extrafamiliares
 Pontos fortes
 Resiliência

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Fatores de Proteção Fatores de Proteção

 Os fatores de proteção são fatores que diminuem o risco


 Resultam da conjugação eficaz de suporte familiar e social

 Educar a criança num ambiente seguro, no qual ela se


sinta protegida diminuirá a probabilidade de
comportamentos e situações de risco

Caso “João”

 O João tem 6 anos. Entrou na Escola Primária de Nossa Senhora


de Fátima.
 Os pais são divorciados porque o pai, alcoólico, batia na mãe.
 Desde há 3 anos, vive com a mãe, com o padrasto e com a filha
deste, mais velha, a quem chama “irmã”. Tem um bom
ambiente familiar.
 O João nasceu de 35 semanas.

Dinâmica de Grupo  A mãe e o padrasto descrevem-no como tendo bom carácter.


 Na escola apresenta bom desempenho e tem relações sociais
Fatores de Risco e Fatores de Proteção positivas.
 Os avós maternos estão presentes na sua vida.

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Crise

Decidir

Crises de Desenvolvimento e  Ocorre quando os indivíduos enfrentam obstáculos


Crises Acidentais aos objetivos considerados relevantes
 obstáculos que parecem ser intransponíveis pela
utilização dos métodos comuns de resolução de
problemas

Crise Crise

 Parte da faixa normal de experiências de vida que


 A crise é precipitada por qualquer situação que perturbe a
adaptação anterior e requer novas respostas, desafiando a maioria das pessoas pode esperar
os indivíduos a alterações súbitas da sua conduta  A maioria das pessoas recupera da crise sem a
intervenção de um profissional
 As crises de desenvolvimento são transições entre os
diferentes estádios da vida que nós todos atravessamos  Existem crises fora dos limites da experiência
 As crises podem ser encaradas como períodos de grande e quotidiana de uma pessoa ou recursos para a
prolongado stress ultrapassar que podem requerer ajuda
especializada para conseguir a recuperação

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Crise Crise Acidental

 É desencadeada por um episódio assustador ou perigoso


em que a criança ou adolescente esteve envolvida
diretamente ou a que assistiu

 Medo
 Ansiedade
 Depressão
Crise de
Crise Acidental
Desenvolvimento  Isolamento
 Maior dependência

Crise Desenvolvimental

 Acontece no curso do desenvolvimento normal do ser


humano, associadas a determinados momentos de
transição

 Exemplos:
 Início da escola
 Divergência entre aparência física e aptidões
Atividade
sociais/mentais Crises Acidentais e Desenvolvimentais
 A maioridade

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Acidental ou desenvolvimental? Acidental ou desenvolvimental?

Não reconhecer o pai com 3


Não falar aos 22 meses
semanas de vida

Acidental ou desenvolvimental? Acidental ou desenvolvimental?

Não saber escrever o nome


Sofrer violência física
aos 5 anos

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Acidental ou desenvolvimental? Acidental ou desenvolvimental?

Ser vítima de um incêndio onde


Assistir a um roubo
perdeu a casa

Acidental ou desenvolvimental? Acidental ou desenvolvimental?

Não subir escadas sem apoio aos


Ter um linfoma
36 meses

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Acidental ou desenvolvimental? Acidental ou desenvolvimental?

Sofrer um abuso sexual Morte de um familiar próximo

Acidental ou desenvolvimental? Acidental ou desenvolvimental?

Não conseguir pintar dentro dos Não comer por mão própria, aos
limites do desenho, aos 4 anos 2 anos

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Na próxima sessão…

 Saúde Mental na Família:

 Criança e Família

 Importância da Abordagem Familiar

Integração da Atividade
 Objetivos da perspetiva familiar
Crises Acidentais e Desenvolvimentais

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