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08/05/2020 Acórdão do Tribunal da Relação do Porto
JUSTIÇA.
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Não foi apresentada resposta.
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Nesta Relação o Ministério Público emitiu parecer em que sustenta a procedência do
recurso.
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Cumprido o disposto no artigo 417.º, n.º 2, do Código de Processo Penal, não foi
apresentada resposta.
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Colhidos os vistos, cumpre apreciar e decidir.
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II. FUNDAMENTAÇÃO:
A. Despacho recorrido:
O(A)(s) arguido(a)(s), B…, com os demais sinais nos autos, encontra(m)-se acusado(a)
(s), nos presentes autos, da prática de um crime(s) de ofensa à integridade física por
negligência, p. e p. pelo artº 148º, nº 1 do CP e da contraordenação, p. e p. pelo artº 6º
do D.L. nº 276/2001, de 17/10, com a redação introduzida pelo D.L. nº 260/2012, de
12/12 e artº 68º, nº 2, al. b) e 69º, do mesmo diploma legal.
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A fls. 152 a 155, a ofendida apresentou desistência da queixa a favor do(a)(s) arguido(a)
(s).
Por sua vez, o(a)(s) arguido(a)(s) não se opõe(m) a tal desistência (cfr., fls. 152 a 155 ).
Pelo MºPº foi dito nada ter a opor à desistência da queixa apresentada, no que toca a tal
crime.
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Atenta a desistência de queixa da ofendida, a sua aceitação pelo(a)(s) arguido(a)(s) e o
disposto nos artºs 116º, nº 2 e 148º, nº 4, ambos do CP e 51º do CPP, homologo a
desistência de queixa apresentada, por ser válida e legal, e, em consequência, julgo
extinto o procedimento criminal instaurado contra o(a)(s) mesmo(a)(s), ordenando o
oportuno arquivamento dos autos.
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Fls. 152 a 155 :
Face à qualidade dos intervenientes e à natureza disponível do objeto do processo, julgo
válida e relevante a desistência apresentada, quanto ao pedido cível de fls. 119,
homologando a mesma e declarando, em consequência, extinta a instância cível (art.º
285º, nº 1, 290º e 277º, al. d), todos do CPC).
Custas pela requerente (artº 537º, nº 1 do CPC).
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Julgo extinta a instância quanto ao pedido cível de fls. 107 e 108, por impossibilidade
superveniente da lide (artº 277º, al. e) do CPC).
Sem custas (artº 4º, nº 1, al. n) do RCP).
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Subsistindo apenas a referida contraordenação, a qual é punível com coima cujo
montante mínimo é de €500 e o máximo de €3740 e carecendo, em nosso entender,
este Tribunal de competência apenas para a sua apreciação, determino que,
oportunamente, se extraía certidão de fls. 5 (auto de notícia), 59 a 93 (processo de
contraordenação), 97/98 (acusação) e do presente despacho e ordeno a sua
remessa à Direção de Serviços de Alimentação e Veterinária da Região Norte
(DGAV), para ulterior processamento administrativo de tal contraordenação (cfr., a
este propósito, artº 130º, nº 2 al. d) e 4º, al. b) da Lei nº 62/2013, de 26/8, alterada
pela Lei nº 40-A/2016, de 22/12 – Lei da Organização do Sistema Judiciário).
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Sem efeito o julgamento designado.
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Notifique.
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A. Elementos processuais relevantes:
1. Acusação de 10-10-2018:
Em processo comum e com intervenção de tribunal singular, o Ministério Público
vem deduzir acusação contra o arguido.
B…, nascido em ......1958, casado, advogado, portador do B.I. nº , ………, residente na
Rua …, nº .., … . piso, Porto, porquanto indiciam suficientemente os autos que:
No dia 12.3.2017, pelas 13h20, quando a ofendida C… passava junto a um jardim sito
nas imediações da Rua …, foi abordada por um canídeo da raça D… que a mordeu no
antebraço esquerdo, rasgando-lhe o casaco polar que vestia e projetando-a ao chão.
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pág. 360.
[2] Aliás, nessas circunstâncias se estiver pendente um processo na autoridade
administrativa, devem os autos ser remetidos à autoridade competente para o
processo criminal, nos termos do n.º 2 do artigo 38.º do RGCO.
[3] Vd. Neste sentido, para além da jurisprudência citada no recurso, o acórdão da
Relação de Coimbra de 24-10-2018, proc. 137/18.0T9LRA.C1, disponível em
www.dgsi.pt, mormente no segmento seguinte: Cumpre ainda assinalar que nos
termos do n.º 3 do art 38º a remessa do processo de contraordenação do MP para a
autoridade administrativa só pode ocorrer quando o MP arquivar o processo crime,
e entender que subsiste a contraordenação. Em suma, o julgamento da
contraordenação compete ao juiz criminalmente competente.
Com efeito, só a (estrita) obediência ao mandado de esgotante apreciação do ilícito
ocasionará a curial (e desejável) densificação, quer do princípio da plenitude das
garantias de defesa do arguido (art.º 32.º, n.º 1, do CRP), quer do princípio da
presunção da inocência (art.º 32.º, n.º 2, da CRP).(…)
[4] Vd. No mesmo sentido o Acórdão da Relação de Évora de 08-05-2018, proc.
45/12.8FBOLH.E1, citado no recurso, disponível em www.dgsipt, no segmento
seguinte: Uma vez proferida acusação por crime e por contra-ordenação, em
concurso efectivo, proferido despacho de saneamento que recebeu, nos seus
precisos termos o despacho acusatório, e adiante extinto o procedimento criminal,
sobrando o procedimento contra-ordenacional nos termos acusados, impende
sobre o tribunal o poder-dever de apreciar a responsabilidade contra-ordenacional
imputada à arguida.
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