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A Bíblia estabelece os critérios para se reconhecer um profeta verdadeiro.

Entre esses, está a


realização de suas previsões (Dt 18:22), um indicativo de que o profeta em questão realmente
recebeu mensagens Daquele que é presciente e conhece o fim desde o princípio (Is 46:10). Os
autores da Bíblia atendem a esse requisito, uma vez que as predições bíblicas têm se cumprido
ao longo da história.

Mas não foram só os cerca de 40 autores da Bíblia que foram profetas. A própria Bíblia
descreve muitos outros que não escreveram uma linha sequer das Escrituras Sagradas, mas
que trouxeram mensagens inspiradas por Deus ao mundo. A lista inclui Abraão (Gn 20:27),
Arão (Êx 7:1), Miriã (Êx 15:20), Débora (Jz 4:4), Eliseu (2Rs 9:1), Hulda (2Rs 22:14; 2Cr 34:22),
a esposa de Isaías (Is 8:3), João Batista (Mc 11:32), Ana (Lc 2:36), Ágabo (At 21:10) e as
quatro filhas de Filipe (At 21:9).

A Bíblia também menciona profetas que escreveram livros que não compõem o cânon bíblico.
Entende-se que essas obras foram inspiradas por Deus, mas não estão na Bíblia porque sua
mensagem tinha uma aplicação para pessoas específicas que viveram em determinada época,
ou porque seu conteúdo apenas repete ou explica o que está nos livros da Bíblia. Entre esses
livros, a Bíblia menciona: uma carta do profeta Elias (2Cr 21:12); um livro sobre a vida do rei
Uzias, escrito pelo profeta Isaías (2Cr 26:22); os escritos do profeta Natã (2Cr 9:29); o livro do
profeta Aías (2Cr 9:29); o livro do profeta Ido (2Cr 9:29; 12:15; 13:22); o livro do profeta
Semaías (Cr 12:15); as crônicas do profeta Jeú (2CR 20:34); um volume de Lamentações de
Jeremias sobre a morte de Josias (2Cr 35:21); uma carta de Paulo escrita aos cristãos coríntios
anteriormente à carta de 1 Coríntios encontrada na Bíblia (1Co 5:9); outra carta aos coríntios
escrita entre 1 e 2 Coríntios, cheia de repreensões, mas que não está na Bíblia (2Co 7:8); uma
carta de Paulo aos laodicenses (Cl 4:16); e um possível evangelho escrito por Paulo (Rm 2:16;
16:25; 2Tm 2:8).

Mesmo não tendo como saber tudo o que esses profetas disseram e escreveram, cremos que
eles, sua mensagem e seus escritos atenderam aos critérios bíblicos de um verdadeiro profeta,
independentemente de estarem na Bíblia. Caso contrário, não seriam chamados assim nas
Escrituras. A Palavra de Deus tem a autoridade doutrinária sobre o cristão (2Tm 3:16, 17), mas,
se nem mesmo na época de composição do cânon bíblico Deus restringiu Sua revelação ao
que deveria compor a Bíblia, por que seria diferente após a conclusão do livro sagrado?

O dom de profecia tem sido dado por Deus a homens e mulheres ao longo da história. Na
Bíblia, há a predição de que, no tempo do fim, pessoas receberiam revelações especiais de
Deus (Jl 2:28-31; At 2:17-21; 1Co 14:1). Cada vez mais, diferentes segmentos do cristianismo
aceitam a verdade bíblica de que a manifestação dos dons espirituais, entre eles o dom de
profecia, não ficou restrita ao período de composição das Escrituras e é uma dádiva de Deus
que será concedida à igreja até a segunda vinda de Cristo (1Co 13:8-13).

Entre as pessoas em quem se reconhece a manifestação do dom de profecia está Ellen White
(1827-1915). Essa senhora recebeu aproximadamente 2 mil visões e sonhos proféticos entre
1844 e o ano de sua morte. Seu trabalho foi essencial para a formação e organização da Igreja
Adventista do Sétimo Dia. De sua lavra, foram produzidas cerca de 35 mil páginas de conteúdo
impresso, entre livros, folhetos e artigos de revista, além de centenas de cartas, sermões,
manuscritos e vários diários. Esses escritos são frequentemente chamados de “Espírito de
Profecia”. Entende-se que os textos de Ellen White são inspirados por Deus da mesma forma
que a Bíblia é, mas os escritos dela são uma mensagem específica para o povo de Deus no
tempo do fim e não têm a mesma autoridade da Bíblia. Sua importância e autoridade é
semelhante ao que os profetas antigos falaram ou escreveram inspirados por Deus, mas que
não está na Bíblia.

A maior parte dos escritos de Ellen White trata de Jesus Cristo e do plano da salvação (seu
assunto preferido), ou são comentários sobre passagens bíblicas e conselhos sobre a vida
cristã, educação, saúde, liderança e a vida em família. No entanto, ela também fez algumas
predições ou fez afirmações científicas e históricas que só se confirmaram bem depois de ela
as ter dito ou escrito. Apesar disso, é acusada de ter feito algumas profecias que nunca teriam
se cumprido.
Desde o início de seu ministério profético, Ellen G. White teve seu dom de profecia contestado
inúmeras vezes por vários opositores. A maioria dos ataques contra Ellen G. White já foi
respondida. O livro de Francis D. Nichol, Ellen G. White and Her Critics (Review and Herald,
703 páginas), concentra praticamente todos os questionamentos possíveis feitos contra o que
Ellen G. White escreveu ou disse. Mesmo assim, muita gente tem dúvida a respeito de
afirmações feitas pela profetisa sobre o futuro e que, supostamente, não se realizaram. A
seguir, há uma lista de quatorze previsões de Ellen White que tem sido usada por muitos para
desacreditarem a autenticidade de seu dom profético. Cada uma dessas predições
supostamente não cumpridas é acompanhada de um comentário explicando porque os
argumentos não desqualificam Ellen G. White como uma autêntica demonstração de alguém
que, em época relativamente recente, recebeu do Espírito Santo o dom de profecia.

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