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PERCEPÇÕES ACERCA DO ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM UMA

ESCOLA PÚBLICA.

SOUSA,1 Raimunda Rodrigues de.


RU 2607984
SOBRENOME2, Nome do Professor Orientador.

RESUMO

O objetivo central deste artigo foi relatar a trajetória do estágio supervisionado


desde a observação até a regência propriamente dita. Partiu-se do pressuposto
teórico, formulado por Pimenta de que o Estágio Supervisionado é um
momento de fundamental importância no processo de formação, e constitui-se
em um treinamento que possibilita ao discente vivenciar o que foi estudado na
Universidade e deslocá-lo para a sala de aula, aproximando-o da escola, dos
alunos, ou seja, do seu futuro ambiente de trabalho. Além do autor citado,
forneceram base bibliográfica a este trabalho: Messias (2013), Pimenta (2010),
Scalabrin; Molinar (2012), entre outros. Foram usados como fontes de pesquisa
e objetos de análise documental, os seguintes documentos curriculares: Plano
nacional de Educação, lei de diretrizes e base da educação nacional. Nosso
objeto de análise parte, necessariamente, de um problema: Quais são os
desafios enfrentados pelos docentes estagiários no estagio supervisionados?
Para analisar aspectos envolvidos nesta problemática escolhemos uma
abordagem (pesquisa bibliográfica) e uma metodologia (leitura de obras de
autores que trabalham com a temática pesquisada). Os resultados achados no
campo de pesquisa revelaram que o conhecimento presente na teoria precisa
dialogar com a prática e que, tanto a etapa de observação como a de
participação, foi essencial no estágio, mas é na etapa de atuação que se
adquiriram conhecimentos e experiências diversas, as quais serão levadas
como experiência positiva para quando o docente for assumir uma turma no
Ensino Médio.

Palavras-chave: Educação. Estágio Supervisionado. Docência. Regência.


Aprendizagem

INTRODUÇÃO

Este artigo faz um relato das atividades que foram realizadas para
conclusão do Estágio Supervisionado – Docência no Ensino Médio, sendo

1
Aluna do curso de Segunda Licenciatura em História do Centro Universitário Internacional –
UNINTER. Artigo apresentado como Trabalho de Conclusão de Curso 01/2019.
2
Professora orientadora no Centro Universitário Internacional – UNINTER.
realizado na Unidade Escolar Barão de Gurgueia – Teresina/PI, em
cumprimento as exigências das atividades curriculares obrigatórias. O estágio
compreendeu o período de 22/10/2018 a 28/11/2018, totalizando 100 horas,
sendo que o mesmo foi realizado de segunda a sexta feira, das 13h00min h as
17h30minh.
O Estágio Escolar é uma exigência da Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional – LDB. Dando assim a oportunidade ao profissional em
formação associar teoria à prática docente.
O Estágio Supervisionado é um momento de fundamental importância
no processo de formação, e constitui-se em um treinamento que possibilita ao
discente vivenciar o que foi estudado na Universidade e deslocá-lo para a sala
de aula, aproximando-o da escola, dos alunos, ou seja, do seu futuro ambiente
de trabalho. Ainda que a formação oferecida na Universidade seja de
fundamental importância, ela por si só não é suficiente para formar e preparar o
estudante para o pleno exercício de sua profissão. Faz-se, então, necessária a
inserção do aluno na realidade do cotidiano escolar para aprender com a
prática dos profissionais da docência (PIMENTA, 1995, p.45).
Assim, o Estágio Supervisionado – Docência no Ensino Médio tem como
finalidade, proporcionar para o professor em formação uma experiência prática
de como é o dia a dia de uma sala de aula, levando-o para uma reflexão do
que foi abordado até o momento na Universidade, ou seja, a teoria estuda na
graduação com a vivencia da prática docente. Além de proporcionar ao
estagiário uma relação com outros futuros colegas de profissão,
coordenadores, diretores, gerando com isso aprendizados baseados no
cotidiano da profissão e do funcionamento de uma escola, gerando
experiências que irão acrescentar ao processo de formação do estagiário.
Nesse período, foi possível, também, aprender um pouco da rotina
escolar e presenciar os diversos problemas que ocorrem numa escola, como
paralisação dos professores, greve dos funcionários, a um pai que comparece
a escola para saber o que aconteceu com o seu filho, e como essas questões
foram resolvidas pelo diretor e pelos professores, isso tudo contribui para que o
futuro professor adquira experiências, para lidar com o dia a dia de uma escola.
Por essa razão, o Estágio Supervisionado – Docência no Ensino Médio
tem como objetivos: Analisar o papel do (a) professor (a) nas diferentes séries
do Ensino Médio, considerando as ações indissociáveis entre teoria e prática e
entre cuidar e educar; Compreender diferentes trabalhos que constituem a
totalidade da ação pedagógica no Ensino Médio. Assim, os objetivos do
presente relatório são: descrever o contexto histórico, político e educacional da
escola e descrever a observação, o planejamento e aplicação da prática
docente no Ensino Médio.
Logo, este artigo tem como objetivo relatar a trajetória do estágio desde
a observação até a regência propriamente dita. Onde foi possível vivenciar a
rotina de uma escola e, em específico, de uma sala de aula. Para esse desafio,
partimos da seguinte problemática: Qual a importância do estagio
supervisionada na formação do docente?
E, para responder esse problema, este trabalho foi desenvolvido em
tópico de maneira a facilitar a compreensão por parte dos leitores da temática
abordada. No primeiro tópico temos o referencial teórico que consiste num
resumo de discussões já feitas por outros autores sobre a importância do
estagio supervisionado na formação do docente, no qual servirá como
embasamento para as discussões a cerca dos resultados encontrados e para
possíveis soluções.
O segundo, temos a metodologia com as informações básicas de como
o trabalho foi desenvolvidas, assim como, as técnicas utilizadas na produção
do artigo, as quais objetivaram encontrar as respostas e soluções para os
problemas encontrados durante o estágio. No terceiro tópico, encontram-se os
resultados e das observações feitas durante o estagio supervisionado.
No tópico seguinte, temos as considerações finais, em que são feitas
uma retrospectiva dos principais elementos da pesquisa, como a apresentação
do problema, a escolha do procedimento metodológico, a discussão do
resultado, bem como a demonstração de que nossos objetivos foram
alcançados.

REFERENCIAL TEÓRICO

As diretrizes curriculares que são responsáveis por ditarem normas


sobre a Educação brasileira guardam intrínsecas conexões com o universo
simbólico e cultural próprios de uma determinada realidade social e de um
contexto histórico, que orientam a sua formulação, implementação e
desenvolvimento (MESSIAS, 2013, p.12). Elas expressam e articulam posições
e orientações, no campo da formação de professores e devem ser adotadas
como referências não apenas para a adequação dos currículos, como também
para serem apropriadas pelos cursos formador de docentes. Além disso, essas
normas devem ser refletidas e recriadas adequando - se as necessidades e
especificidade de curso de Licenciatura das Universidades brasileiras
(MESSIAS, 2013, p.14).
A Lei de Diretrizes e Base da Educação Nacional (LDB 9.394/96),
responsável por introduzir novos indicadores na formação dos professores para
a Educação Básica, embora muitos desses indicadores estivessem distantes
dos anseios desses profissionais, principalmente no que se refere à formação
desses educadores, em que é dedicado um capítulo específico para tratar
sobre a formação docente em que é explicado como se dará essa formação e
de que forma será desenvolvida, a saber:
A formação de profissionais da educação se dará de modo a atender
aos objetivos dos diferentes níveis e modalidades de ensino e as
características de cada fase do desenvolvimento do educando. A
formação de docentes para atuar na educação básica far-se-á em
nível superior, em curso de licenciatura, de graduação plena, em
universidades e institutos superiores de educação. A formação
docente, exceto para a educação superior, incluirá prática de ensino
de, no mínimo, trezentas horas (BRASIL, 1996, p.164).

Não podemos deixar de mencionar que com a promulgação da Lei de


Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB, em específico para a
formação de profissionais da educação, ocasionou uma série de
regulamentações, a saber:
 Resolução CP/CNE n° 1/99, que dispõe sobre os Institutos Superiores
de Educação;
 Decreto n° 3.276/99, que orienta sobre a formação de professores em
nível superior para atuar na Educação Básica, alterado pelo Decreto no
3.554/2000;
 Parecer CES n° 970/99, que trata da formação de professores nos
Cursos Normais Superiores;
 Parecer CNE/CP n° 9/01, que aborda as Diretrizes Curriculares para a
Formação de Professores da Educação Básica, em nível superior,
dentre outras.
Estas regulamentações definiram novas concepções, organização e
estruturação dos cursos de formação de professores, fazendo com que
houvesse profundas reformulações nos projetos pedagógicos dos cursos de
Licenciaturas.
Messias (2013, p.13), explica que, tanto a formação de profissionais
para a educação básica3 em todas as suas etapas (educação infantil, ensino
fundamental e ensino médio) e modalidades (educação profissional, de jovens
e adultos, do campo, indígena, especial e quilombola), como a formação dos
profissionais para a educação superior (graduação e pós-graduação),
independentemente do objeto próprio de sua formação, devem contar com uma
base comum. Esta base deve voltar-se para a garantia de uma concepção de
formação pautada tanto pelo desenvolvimento de sólida formação teórica e
interdisciplinar em educação de crianças, adolescentes e adultos e nas áreas
específicas do conhecimento científico, quanto pela unidade entre teoria e
prática e pela centralidade do trabalho como princípio educativo na formação
profissional, além do entendimento de que a pesquisa se constitui em princípio
cognitivo e formativo, portanto, eixo nuclear dessa formação.
Assim, a formação de profissionais da educação básica e superior, de
acordo com Messias (2013, p.14), necessita ser estabelecida por meio de uma
política nacional elaborada com planos específicos e com uma construção de
um referencial curricular nacional e também implementação de políticas
educacionais que valorizem o magistério, contemplando igualmente a formação
inicial e continuada do professor. Ainda, conforme o supracitado autor, as
novas exigências sociais têm direcionado e encaminhado à formação e a ação
docente para novos rumos, ou seja, o professor deve ser um profissional
diferente, capaz de se ajustar às novas exigências da sociedade.
Para isso, temos o Estágio Curricular Supervisionado, indispensável na
formação de docentes nos cursos de licenciatura, que é um processo de
aprendizagem necessário a um profissional que deseja realmente estar

Segundo a legislação brasileira, a educação básica é o primeiro nível do ensino escolar no


3

Brasil e compreende três etapas: a Educação Infantil, o Ensino Fundamental e o Ensino Médio.
preparado para enfrentar os desafios de uma carreira e deve acontecer durante
todo o curso de formação acadêmica, no qual os estudantes são incentivados a
conhecerem os espaços educativos entrando em contato com a realidade
sociocultural da população e da instituição (SCALABRIN; MOLINAR, 2012, p.
02).
Ainda de acordo com as autoras, o tradicional estágio - Como
preparação à realização da prática em sala de aula – se configura como uma
possibilidade de fazer uma relação entre teoria e prática, conhecer a realidade
da profissão que optou para desempenhar, pois, quando o acadêmico tem
contato com as atividades que o estágio lhe oportuniza, inicia a compreensão
aquilo que tem estudado e começa a fazer a relação com o cotidiano do seu
trabalho.
De acordo com Pimenta (1995, p.144), o estágio curricular deve ser
desenvolvido em três etapas: Observação, participação e regência de aulas.
Para cada etapa é estipulado um número de horas de estágio, dependendo
sempre do supervisor. Na observação o professor estagiário é colocado em
contato direto com a turma onde será realizado o estágio, nessa etapa, o
estagiário pode aprender muita coisa útil para sua vida como docente,
dependendo do professor da classe. Na participação, esta fica dependente da
boa vontade do professor da turma ou da direção da escola onde se realiza o
estágio. A regência de aulas é considerada o momento culminante na prática
de ensino, é nessa etapa que o estagiário desenvolve um plano de aula e o
executa diante do professor supervisor de estágio.
O estágio supervisionado proporciona ao licenciado o domínio de
instrumentos teóricos e práticos imprescindíveis à execução de suas funções.
Busca-se, por meio desse exercício beneficiar a experiência e promover o
desenvolvimento, no campo profissional, dos conhecimentos teóricos e práticos
adquiridos durante o curso nas instituições superiores de ensino, bem como,
favorecer por meio de diversos espaços educacionais, a ampliação do universo
cultural dos acadêmicos, futuros professores. Outros fins previstos nessa
proposta são: desenvolver habilidades, hábitos e atitudes relacionados ao
exercício da docência e criar condições para que os estagiários atuem com
maior segurança e visão crítica em seu espaço de trabalho
(SCALABRIN;MOLINAR, 2012, p. 02).
Período de aprendizado prático, objetiva instrumentalizar o aluno do
curso de História para que este possa construir suas práxis pedagógicas, ou
seja, possibilita ao graduando compreender as relações existentes no processo
de constituição escolar e analisá-las de forma crítica colaborando para
estabelecer transformações neste processo para que a escola venha a
desempenhar sua função da melhor forma possível. A formação profissional
não ocorre pelo acúmulo de recursos, palestras e técnicas, mas por meio de
um trabalho de reflexão crítica sobre as práticas e (re) construção contínua de
uma identidade pessoal. Assim, o estágio se torna um momento de atividade
teórica-prática que se apresenta num constante processo de ação/reflexão
levando a uma ação transformadora (PIMENTA, 1997, p.42).
Pimenta (2010), afirma que “estágio como reflexão das práxis possibilita
aos alunos que ainda não exercem o magistério aprender com aqueles que já
possuem experiências na área docente.” (p.103). Para os professores atuantes
e com experiência o estágio pode ser entendido como um espaço para reflexão
sobre sua própria prática, conforme Pimenta, “[...] o estágio se configura, para
quem já exerce o magistério, como espaço de reflexão de suas práticas, a
partir das teorias, de formação contínua, de ressignificação de seus saberes
docentes e de produção de conhecimentos” (2010, p.129).
Logo, o estágio curricular supervisionado deve ser visto como um
importante meio na formação do professor, porque traz elementos importantes
para o exercício diário do futuro profissional. É nesse que o graduando, futuro
professor, percebe a possibilidade de utilizar os conhecimentos teóricos na
prática e procurando sempre fazer uma reflexão depois de cada aula para
buscar melhorar cada vez mais, pois cada turma possui uma realidade
diferente, que exige posturas diferentes. A cada ano surgem novas situações
que exigem do professor constantes atualizações e desta forma, flexibilidade
nas mudanças na maneira de conduzir e de orientar o seu trabalho diante dos
seus alunos.

METODOLOGIA

Este Artigo constitui-se de uma revisão da literatura especializada, que


consiste em descrever, analisar e discutir conhecimentos científicos ou
tecnológicos já publicados e, também, do resultado obtido durante do estagio
supervisionado: Docência no Ensino Médio, tendo sido realizado entre
Dezembro de 2018 a Abril de 2019.
Para a produção do mesmo realizamos primeiramente uma consulta a
livros e periódicos presentes na Biblioteca pessoal da autora e por artigos
científicos selecionados através de busca no banco de dados do scielo e do
google acadêmico. A pesquisa dos artigos foi realizada entre os meses
Novembro e Dezembro de 2018.
Logo em seguida, foram selecionados alguns artigos cujos resumos
foram avaliados e as produções que atenderam os critérios previamente
estabelecidos (de relevância temática e acadêmica) foram selecionados para
este estudo e lidas na íntegra. Após a leitura das pesquisas selecionadas,
prosseguiu-se com a análise dos mesmos e a produção de um resumo das
principais idéias de cada artigo selecionado.
E por ultimo, foi feita uma visita à instituição estagiada para fazermos
algumas observações, o que propiciou uma aproximação com a realidade
escolar na qual se deu o estágio. Assim, observamos a comunidade estudantil
durante as visitas à instituição escolar, para em seguida com o conhecimento
básico da estrutura física e da comunidade estudantil, iniciar as observações
das aulas e, posteriormente desenvolver as atividades de regências.
Assim, o presente trabalho foi desenvolvido a partir de materiais
elaborados e publicados por inúmeros autores escolhidos, ou seja, trata-se,
basicamente, de um trabalho bibliográfico que se baseia na coleta de dados de
material de diversos autores sobre um determinado assunto.
Segundo Marconi e Lakatos (1996, p.24) pesquisa bibliográfica permite
compreender que, toda pesquisa inicia com uma revisão da literatura, da
bibliografia referente ao tema, à temática que se deseja pesquisar, sendo a
primeira etapa de uma pesquisa.
As técnicas abordadas foram através da leitura de obras de autores
como Messias (2013), Pimenta (2010), Scalabrin; Molinar (2012) entre outros,
as quais objetivaram encontrar as respostas e soluções para os problemas
encontrados durante a realização do estágio.
De acordo com Demo (1987, p. 39).
[...] a atividade científica é um atributo de todos aqueles que queiram
de verdade se dedicar à atividade de descobertas de novos
conhecimentos, procurar novas relações onde elas aparentemente
são impossíveis, descortinar pensamentos e teorias e colocá-las a
serviço do que se pretende entender (DEMO, 1987, p. 39).

Dessa forma, segundo Minayo (1993, p.16) é de grande


relevância obter uma leitura teórica e metodológica para que o tema
escolhido possa ser contextualizado, fazendo com que o
professor/pesquisador aprenda a contextualizar seu modelo de
pesquisa em um modelo teórico de grande amplitude e possa
sustentar as análises adquiridas através da pesquisa.
Por isso, esse trabalho procurou contextualizar o tema abordado com as
leituras de outros trabalhos já realizados sobre a mesma temática para que as
análises feitas ao longo do artigo possam ser sustentadas e comparadas com
outras publicações.

RESULTADOS

Nessa seção será analisado o resultado das observações obtidas


durante o estagio supervisionado, fazendo uma breve descrição da escola
onde se deu o estágio, assim como seu corpo docente e discente, além das
suas concepções pedagógicas.

A ESCOLA LOCUS DO ESTÁGIO

O Estágio Supervisionado: Docência do Ensino Médio foi realizado na


instituição Unidade Escolar Barão de Gurgueia, situada à Rua Rui Barbosa,
número 187, no bairro Centro, CEP 64001-090, localizada na cidade de
Teresina, no estado Piauí. O contato com a escola pode ser realizado através
do telefone (86) 3221 - 7601 e do e-mail: uebaraodegurgueia@gmail.com, com
NCPJ 01638124/0001-60, INEP: 22027904.
A Escola realiza um trabalho voltado para o Ensino Fundamental ll e o
Ensino Médio, nos turnos manhã e tarde, atendendo um total de 513 alunos,
distribuídos em sete salas de aula nos dois turnos. Sendo o estágio realizado
no período de 22 de outubro de 2018 a 28 de novembro de 2018, no período
vespertino das 13h00min às 17h30min horas.
Nessa perspectiva, conforme Pimenta, a escola é uma instituição social
com objetivo explícito de desenvolver as potencialidades físicas, cognitivas e
afetivas dos alunos, por meio da aprendizagem dos conteúdos (conhecimentos,
habilidades, procedimentos, atitudes e valores) que, de acordo com o autor,
deve acontecer de maneira contextualizada desenvolvendo nos discentes a
capacidade de tornarem-se cidadãos participativos na sociedade em que vivem
(Pimenta, 2010, p.89).
Nesse contexto, a escola estagiada possui em seu plano político
pedagógico (PPP, 2018) as seguintes concepções:
a) De mundo: onde o aluno é levado a compreender que mundo é o lugar onde
vivemos e convivemos com o outro e nos oportuniza conhecer as qualidades e
as diferenças do outro, bem como apreciar e cuidar da natureza.
b) De sociedade: nessa concepção o aluno é levado a entender que a
sociedade é, em grande parte, competitiva, preconceituosa e cada indivíduo
deve intervir para que nos tornemos críticos e reflexivos, a fim de amenizar as
mazelas existentes na sociedade.

c) De homem: Aqui, o aluno dever compreender que o ser humano, na


atualidade, é competitivo e individualista e, portanto, é responsabilidade nossa
mudar essa visão.

d) De educação: Nessa concepção, a escola busca desenvolver um processo


educacional que contemple um tipo de ensino e aprendizagem que torne o
cidadão crítico e apto a exercer sua cidadania, refletindo sobre as questões
sociais e buscando alternativas de superação da realidade e acima de tudo que
veja o outro como um ser que traz seus saberes, suas angústias e vitórias.

Além disso, a unidade escolar Barão de Gurguéia trabalha com os


seguintes eixos norteadores em suas ações pedagógicas, conforme seu PPP,
2019:
a) Aprender a aprender;

b) Aprender a ser;

c) Aprender a conviver;
d) Aprender a fazer.

E mais, a instituição trabalha com os seguintes valores em suas ações


educativas:

a) Inclusão;

b) Solidariedade:

c) Transparência;

d) Compromisso.

Além disso, é oportuno mencionar que, a escola possui sete salas de


aula, todas espaçosas e climatizadas, aparentemente, possuem uma boa
iluminação. Cada sala de aula tem birô e quadro de acrílico. No entanto, nem
todas possuem cesto de lixo. Os banheiros são pequenos e desconfortáveis, o
estado de conservação das portas é ruim, pois se encontram riscadas e
algumas não fecham. As paredes apresentam rachaduras e infiltração, embora
estejam em local acessível a todos os alunos. No que se refere à limpeza, esta
é feita com frequência pelos auxiliares de serviços gerais da escola. Segundo a
Direção da escola, a SEDUC – PI promete reformar os banheiros o mais breve
possível.
Os bebedouros também estão em locais acessíveis, apenas um deles
está bastante desgastado e desperdiça muita água, pois há um constante
vazamento. A escola possui biblioteca, não muito grande, mas que
correspondem as necessidades básicas dos alunos, pois possui uma boa
quantidade de livros, revistas e jornais que são utilizados como fonte de
pesquisas para os alunos.
A escola não possui laboratório de ciências nem auditório. Constatamos,
também, que em certo período do ano a biblioteca funciona como uma espécie
de deposito de livros didáticos, pois os livros que serão distribuídos aos alunos
ficam armazenados lá por falta de um ambiente mais adequado, fato que deixa
a biblioteca desconfortável e com aparência de desordem e impossibilita que a
mesma seja utilizada com mais frequências pela comunidade escolar.
Não podemos deixar de mencionar que, em razão da grande demanda
por vagas, as salas de aulas são lotadas e que as tornam de difícil circulação.
A sala dos professores da escola é mediana, possui mesas com cadeiras,
armários para os professores guardar os seus materiais e um computador com
internet para que os mesmos possam planejar suas aulas e, se necessário,
fazer alguma pesquisa para enriquecer suas aulas.
A Unidade Escolar Barão de Gurgueia é uma escola pertencente à
Secretaria Estadual de Educação do Piauí – SEDUC/PI oferecendo ensino
regular do sexto ao nono anos do Ensino Fundamental e o Ensino Médio na
modalidade regular, nos turnos manhã e tarde. Conta hoje com 34 Professores,
03 Auxiliares Administração, 01 Secretária, 05 Auxiliares de Serviços Gerais,
02 Merendeiras, 04 Agentes de Portaria, 02 Auxiliares de Biblioteca, 01 técnico
financeiro, 01 Diretor e 02 coordenadoras pedagógicas. A instituição pertence a
4° Gerencia Regional de Educação do Piauí (4°GRE). Conforme podemos
observar na tabela 1.

Tabela 1 – Distribuição dos funcionários por cargo


CARGO QUANTIDADE TURNO
MANHÃ TARDE NOITE
Diretor (a) 01

Secretário (a) 01
Coordenador Pedagógico 02 01 01
Técnico Administrativo 03 02 01
Auxiliar de Serviços Gerais 05 03 02
Merendeira 02 01 01
Agente de portaria 04
Auxiliar de Biblioteca 02 01 01
Fonte: Secretaria da Escola Barão de Gurgueia

De acordo com a tabela 1, a escola conta com diretor, dois


coordenadores pedagógicos. No entanto, a escola não possui psicólogo, nem
assistente social para acompanhar os alunos e sua família e nem todos os
funcionários que compõem a tabela possuem curso superior. A Instituição
conta com um total de 34 professores. Desses 05 possuem especialização, 02
possui mestrado e nenhum possui doutorado.
Ainda, sobre os docentes, nem todos são graduados e efetivos, existem
04 professores que só possuem o magistério de nível médio e do total de
professores que atuam nessa instituição 17 são celetistas, isto é, contratados
por tempo determinados e os demais são estatutário, ou seja, são
concursados. Podemos constatar, ainda que, a escola possui professores
mestres e especialistas e que a maioria são graduados a mais de quinze anos.
Os demais, mesmo sem muito tempo na escola, possuem uma vasta
experiência no magistério.

OBSERVAÇÃO DOS DOCENTES DA ESCOLA

De modo geral, foi possível observar que todos os profissionais, em


especial os professores são acessíveis, gentis, preocupados com o bem-estar
dos alunos, abertos para troca de experiências. Além disso, muitos deles têm
amor pela docência e grandes estimuladores à nossa participação, sempre
dispostos para solução de nossas dúvidas e também dos alunos. A maioria
possuem perspectivas profissionais positivas a respeito do Ensino de História
na sociedade brasileira.

OBSERVAÇÃO DOS DISCENTES

Nosso estagio foi realizado numa turma do 1º ano, com alunos com
idade entre 13 e 16 anos completos até o dia 31 de março do ano letivo, num
total de 27 alunos, sendo 16 meninas e 11 meninos. Os discentes são bem
receptivos e disciplinados, a maioria é interessada na aula, atenciosos, com
algumas exceções.
A comunicação dos alunos entre si é muito boa, existe interação e
integração entre eles e, também com os profissionais que fazem parte da
comunidade escolar. A grande maioria dos estudantes dessa turma são filhos
de pais que trabalham no comercio próximo da escola e do demais é oriundo
de outras cidades próximas de capital, Teresina.

PERCEPÇÃO DA PROFESSORA DA TURMA ESTAGIADA

A turma na qual o estágio supervisionado foi realizado possuía uma


professora de História graduada em Licenciatura Plena em História. A
professora da turma tem 16 anos de magistérios no Ensino Fundamental e
Médio da rede pública de ensino do Estado do Piauí. A docênte demonstra
trabalhar com prazer, pois é muito gentil e acessível, bastante preocupada com
o bem-estar dos alunos, aberta para troca de experiências, estimula à
participação dos alunos, se mostra disponível para solução das dúvidas dos
alunos. Um aspecto que não devemos deixar de mencionar é que a professora
trata a todos de forma igualitária. Nessa turma não há aluno com necessidades
especiais.

O DESENVOLVIMENTO DO ESTÁGIO

A metodologia que empregamos nas aulas ministradas era coerente com


o conteúdo ensinado e tinha o caráter crítico e reflexivo, com atividades
realizadas com os alunos diariamente, como exemplo: Grupo de discussão,
debates de temas polêmicos, roda de conversa, etc. Durante as aulas
utilizamos de um computador com um data show para exibirmos um filme de
curta duração para promovermos a integração da turma e assim conseguirmos
a participação de todos na aula, além de termos utilizados o livro didático
disponibilizado pela escola, bem como de atividades preparadas por nós. Não
observamos nenhum aluno da turma que apresentasse deficiência ou altas
habilidades/superdotação ou transtornos globais do desenvolvimento.

DISCUSSÃO DAS OBSERVAÇÕES

Em linhas gerais, baseado no que foi exposto e, também, nos diálogos


com os gestores da Unidade Escolar Barão de Gurguéia, podemos afirmar que
a instituição possui linhas pedagógicas diversificadas, pois existem docentes
que adotam uma metodologia de ensino voltada mais para a concepção
tradicional, isto é, o professor atua como uma figura que tem poder sobre os
alunos, as aulas costumam ser expositivas com exercícios de repetição para a
fixação dos conteúdos.
Já outros professores são mais construtivistas, ou seja, o conteúdo não
é transmitido unicamente do docente para o aluno, aqui é dada ênfase na
questão cognitiva, com a finalidade de desenvolver no educando sua
autonomia, sendo que as aulas vão além da exposição de conteúdo.
Além disso, observou-se que os alunos, apesar de gostarem de
frequentar o colégio e as aulas de Historia, a maioria ainda não conseguem
associar os conteúdos da disciplina ao seu cotidiano, algo que é preocupante,
mas por outro lado faz refletir sobre as futuras práticas dos licenciados que
deve levar em consideração a aprendizagem significativa em que o aluno é
levado a associar o conteúdo estudado a sua realidade vivida no dia-a-dia.
Cabe ressalta, ainda, que neste trabalho ficou evidente a importância de
se estabelecer a relação teoria e prática nos estágios para a formação de um
novo professor, apto a construir uma nova escola, para receber os alunos do
século XXl.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A formação inicial, para Tardif (2002), visa habituar os alunos, futuros


professores, à prática profissional dos professores de profissão, sendo assim o
estágio supervisionado torna-se um complemento imprescindível às
licenciaturas. Cabe enfatizar o quanto o professor pode aprender a partir da
prática.
Sendo o estágio, de acordo com Pimenta e Lima (2004), uma fase de
aproximação e intervenção na realidade, a vivência da gestão escolar servirá
para o estagiário conhecer a estrutura, a organização e o funcionamento da
unidade escolar; observando atentamente, através das ações da equipe
gestora, seus hábitos, sua cultura e sua rotina.
Por isso, ao conhecer bem a teoria e estar atualizado sobre suas últimas
descobertas não significa estar sobrecarregado de ideias preconcebidas. É na
experiência do estágio nas escolas que o futuro docente passa a compreender
e respeitar o ritmo de ação e de interação da instituição, mas isso é
eminentemente fruto de um processo relacional. A humildade, o saber escutar
e a perspicácia em identificar circunstâncias em que sua permanência será
inconveniente e constrangedora também são indispensáveis à característica do
estagiário.
É no processo de formação via estágio que o futuro professor tem a
oportunidade de adquirir experiências com situações que poderão servir de
parâmetros, para o exercício futuro da profissão, isto é, como agir (ou como
não agir), frente a determinadas situações.
Por isso, o estágio supervisionado: Docência no Ensino Médio foi de
grande relevância para a minha formação acadêmica, pois a teoria estudada na
Universidade foi aliada a prática em sala de aula. Houve a possibilidade de
vivenciar experiências diversas para o preparo da futura profissão. O estágio
contribui de forma significativa, porque me colocou em contato com a realidade
de futuros professores.
No estágio no Ensino Médio tive a certeza do quanto à ludicidade é
importante, pois a mesma proporcionou a interação dos alunos em relação às
atividades desenvolvidas. Foi por meio da ludicidade que os educandos
perderam o medo, a timidez, a insegurança, e assim, demonstravam o
interesse pelas atividades trabalhadas. E isso, certamente facilitou o
desenvolvimento e a aprendizagem desses alunos que estão iniciando seus
estudos, fazendo a base para os anos iniciais.
Para a atuação no estágio houve um preparo teórico aprofundado, além
disso, a confiança e segurança para desenvolver as aulas sempre estiveram
presentes. Nas atividades realizadas percebe um resultado satisfatório, pois os
objetivos das aulas foram alcançados, onde os alunos interagiram e
aprenderam conteúdos através da ludicidade.
Assim, com essas experiências, se confirma que o conhecimento
presente na teoria precisa dialogar com a prática e que, tanto a etapa de
observação como a de participação, foi essencial no estágio, mas é na etapa
de atuação que se adquiri conhecimentos e experiências diversas, as quais
serão levadas como experiências positivas para quando formos assumir uma
turma no Ensino Médio.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Estabelece as


diretrizes e bases da educação nacional. Brasília: 1996.
HIPÓLIDE, Marcia Cristina. O ensino de historia nos anos iniciais do ensino
fundamental: metodologias e conceitos. São Paulo: Companhia Ed. Nacional,
2010.
LIBÂNEO, José Carlos. A aprendizagem escolar e a formação de professores na
perspectiva da psicologia histórico-cultural e da teoria da atividade. Educar,
Curitiba, nº 24, 2004.
PIMENTA, Selma Garrido. Didática como mediação na construção da
identidade do professor: uma experiência de ensino e pesquisa na
licenciatura. In: ANDRÉ, Marli E. D. A.; OLIVEIRA, Maria Rita S. (Org).
Alternativas do ensino de Didática. Campinas: Papirus, 1997, p. 37-70.
PIMENTA, Selma G.; SOCORRO, Maria L. O estágio e a formação inicial e
contínua de professores. In: Estágio e docência. São Paulo: Cortez, 2010. 5 ed. (
Coleção Docência em formação. Serie Saberes Pedagógicos).
PIMENTA, Selma G.; SOCORRO, Maria L. Porque o estágio para quem já
exerce o magistério: uma proposta de formação contínua. In: Estágio e
docência. São Paulo: Cortez, 2010. 5 ed. ( Coleção Docência em formação. Serie
Saberes Pedagógicos).
SAVIANI, Dermeval. Pedagogia histórico-crítica: primeiras aproximações. 6. ed.
Campinas: Autores Associados, 1997.
TARDIF, M. Saberes docentes e formação profissional. Petrópolis: Vozes, 2002

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