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O MONSTRO E O DUENDE

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SAINT-POL-ROUX
O MAGNÍFICO

[1]
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O MONSTRO E O DUENDE

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Saint-Pol-Roux, o Magnífico (1861-1940):
O monstro e o duende
Título original: Le monstre et le lutin, de
Les reposoirs de la procession I,
[La rose et les épines de le chamin] (1901)
Tradução de Camilo Prado
[o texto desta tradução não segue a nova ortografia]
Revisão de Eclair Antonio Almeida Filho

Capa: representação do mítico "Tarasque" (ca. 1511)


Organização: Márcio Simões e Camilo Prado

Coedição:
Sol Negro Edições / Edições Nephelibata
solnegroeditora.blogspot.com / edicoesnephelibata.blogspot.com
Natal – RN / Desterro – SC
Brasil 2020

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O MONSTRO E O DUENDE
_____________

SAINT-POL-ROUX, O MAGNÍFICO

[5]
O MONSTRO E O DUENDE

A Jules Huret

esta noite, com a crista da presunção

N
na fronte, eu deixo meu vilarejo de
Provença com o objetivo de cavar vas-
tos destinos, Paris!
― “De carro!”
Últimas carícias, espirros e tosses das portas que
fechamos, trilo de apito, som de sino, barritos de
freio, ladrido de barras giratórias, jogos de pupilas
dos discos, sinais de barreira, ― e nossa máquina
põe os pulmões para fora na catástrofe regrada do
vapor, impondo à sua caravana de vagões a trajetó-
ria de um obus gigantesco.
As pessoas de meu compartimento, à procura de ins-
talação, agitam-se à maneira de um punhado de vidros
em um caleidoscópio: de fora nós devemos formar
uma sucessão de quadros bizarros; pelo olho do pa-
dre que retorna para sua residência, figuramo-nos
talvez, sob a ginga da lâmpada e pelos nossos movi-
mentos, ora um castelo de lenda, ora uma cena de
dervixes girando, ora um pugilismo de fantasmas...
Insensivelmente, a agitada perturbação dos viajan-
tes se inverte em quietude, pois é um hábito da de-
sordem como da dor.

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As valises arrumadas, os acentos ocupados, enfim
tacitamente se conta: um velhote, quatro senhores,
um eclesiástico, uma elegante senhora de meia-idade
com rosto de porcelana rachada, o adolescente que
sou. Os primeiros olhares se cruzam como agulhas
que tricotam às pressas uma invisível bandeira de
aliança para a duração da viagem.
Passado o subúrbio de Marselha, uma frase a pro-
pósito de uma laranja que se partilha convida outras
frases; ora, todos os meus vizinhos já conhecendo
Paris é inevitável uma espécie de pedestal de pala-
vras sobre a qual reina, como motivo único, a cidade
universal, mas um pedestal de espinhos, tanto são
agudas as palavras, ao qual amotinados gritos de
ódio gostariam muito de atear fogo; sim, todos, exce-
to a senhora, todos denigrem Paris num súbito arre-
batamento, ― e a flor de minha ingenuidade se abre
como um enorme ouvido assombrado.
Descobrem logo meu caso de jovem em primeira
viagem.
No mesmo instante me assaltam repreendas e zom-
barias.
O que está na minha frente, com porte de negoci-
ante, gane:
― “Pobre pequeno!”
O eclesiástico opina:
― “Vós teríeis feito melhor ficando próximo da
senhora sua mãe!”
Somente a outonal senhora de maquilagem pri-
maveril enfeita o canto de sua boca com um sorriso,
silenciosa.

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E os outros se aferram mais e mais sobre a cidade
maldita que, para uma tradução compreensível, eles
simbolizam sob as formas de um monstro, e eu as-
sisto por assim dizer a criação gradual de um animal
horrível do qual surgem as garras, depois as patas,
depois os caninos, depois a goela, depois o ventre,
depois o rabo de ferrão triplo.
― “Ah! se tu soubesses, rapaz, descerias na pró-
xima estação!”
Finalmente, na alucinação geral, o espantalho está
ali, tarasca materializada, ocupando o compartimen-
to de uma janela à outra, cuspindo veneno, soltando
fogo.
Mostrando-lhe o punho, espumando os homens gritam:
― “Ele me infectou!”
― “Ele me desonrou!”
― “Ele me esvaziou o cérebro!”
― “Ele me arruinou!”
― “Ele matou todos os meus garotos!”
― “Ele devorou todas as minhas filhas!”
Em seguida em coro:
― “Desgraçada de ti, Babilônia moderna, desgra-
çada de ti, desgraçada!”
Eu ofego, com as pupilas maiores do que nozes.
― “E vós, Senhora?” perguntei à única viajante.
Acariciando com a mão o rabo do monstro, ela
responde com uma voz de mel:
― “Oh! a mim, sabeis, tem me fornecido cem mil
francos em rendas!”
A estas inesperadas palavras meu riso explode,
tão vivo que, partindo em flecha, crava na fantástica

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bexiga e percebo apenas pessoas arriadas sobre as
almofadas, desejosas de sono, puxando a meio-corpo
seus cobertores de viagem, os quais, tigrados ou de
colorido estranho, parecem-me talhos na pele do
monstro desmaiado.
Antes de fechar os olhos, o velhote:
― “Jovem, o que irás fazer em Paris?”
― “Colocar diamantes.”
― “E levas aí com convosco?” precipita-se a senhora.
― “Não e sim, Senhora, eles estão aqui... na mi-
nha cabeça.”
A assembléia então se contorce, e os ventres sa-
codem os cobertores com ironias vagas.
― “Algum inocente de província!”, deve pensar ca-
da um.

A senhora e os senhores, todos dormem; eu velo.

O monstro e os anátemas voltam a me martelar o


espírito, eu sacudo os ombros por trás de minha mu-
ralha de certeza absoluta e, como por uma seteira,
lanço a cada adormecido uma zombaria.
― “Eu pelo menos não serei vencido!” tenho dese-
jo de declarar.
Agasalhando-me, preparo-me para ronronar sonhos
do porvir.
Ora, acontece que pela luz filtrada pela cortina da
lâmpada, de repente, realiza-se um mistério.
Um mistério!
Enquanto todos os meus vizinhos adormecem ―
exceto o pião da Alemanha de seus narizes e o deli-

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cado teclado da ainda sorridente, nada mais parece
viver ― um ser de uma intensidade de vida decupli-
cado pelo contraste das paralisias ao lado, um ser
exteriorizado de minha pessoa, em verdade eu vos
digo, um ser que, harmonioso, vem em graças miú-
das de estatueta desabrochar precisamente ali onde
se avolumava antes o monstro.
― “Minha soma de energias fermentou tão tenaz-
mente desde a hora solene e decisiva da partida que
acabei por germinar e evadir-me de ti em direção ao
domínio das formas (expressa-me a querida apari-
ção); eu sou a crença em teu destino, quer dizer, em
ti, chamo-me tua Fé!”
Proferido isso, o duende, com ares de conquista-
dor, salta sobre os joelhos dos adormecidos, escala
os braços e ombros, de um puxa a orelha, de outro a
barbicha, daquele ali o nariz, daquela lá os cabelos,
do velhote deixa os óculos prestes a cair, enfim, sobe
tamborilando sobre a careca fresca do abade, en-
quanto eu ouço o esperto em timbre de inseto cha-
mar um e outro de idiota e covarde.
Logo pula sobre os seios da adormecida de sorriso
fixo, da qual ele avalia os dentes, observando, indis-
cretamente, que a maior parte deles têm camadas de
ouro.
Não fosse o gesto leve de espantar uma mosca acio-
nado por um adormecido, nada revelaria a presença
oculta.
Concluída sua ginástica, o duende se apressa em
direção aos meus braços como um bebê rosado de
energia e se põe a criticar os adormecidos: analisa

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sua covardia, enumera as múltiplas razões de seu fra-
casso, designa-me os nervos moles de seu desejo e as
folhas mortas de sua vontade.
Segue-se um verdadeiro curso de filosofia prática or-
namentado com fogos de artifício de nomes famosos.
― “Age como os heróis, não como esses homens”,
conclui sublinhando os últimos com um gesto de des-
prezo.
Minha surpresa é enorme ao ouvir ainda:
― “Mesmo assim desconfia do monstro!”
― “Peuh! eu o atravessei com um jato de riso.”
― “E, poeta, desculpa, seus avatares são inume-
ráveis!”
E seu olho de boneca pisca malignamente em di-
reção à senhora de ricas gengivas.
O sagaz ia me revelar ainda muitos segredos quan-
do um espirro do eclesiástico fez com que ele entras-
se subitamente em mim mesmo.

Até Paris ouço a voz interior.

Ó, entre tantas outras, esta frase:


― “Eu sou em ti um átomo de Deus. Acima de
tudo nunca me perca se queres triunfar. Através de
mim tu edificarás uma obra de vida e servirás a hu-
manidade. Guarda, ah! guarda ferozmente tua Fé!”

Porém, no decorrer da viagem me parece que, lu-


minosos na semi-escuridão, os dentes da enigmática
adormecida procuram roer minha provisão de espe-
rança.

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Saint-Pol-Roux, o Magnífico [1861-1940]

Paul-Pierre Roux, autodenominado Saint-Pol-Roux, o Magnífico,


nasceu em Marselha, sul da França. Ligado à estética deca-
dente-simbolista, foi um dos mais criativos dentre os escrito-
res da virada do século XIX-XX. Aproxima-se de autores
como Alfred Jarry, Alphonse Allais e Charles Cros pelo esti-
lo anárquico de sua escrita, mas sua tendência ao esoterismo
o levou a criar uma das obras mais originais do período, tan-
to na prosa quanto na poesia e no teatro, tornando-o um dos
mais legítimos precursores do Surrealismo. No entanto, mes-
mo sendo elogiado por autores como Jules Huret, Remy de
Gourmont, Louis Aragon e André Breton (este último foi um
dos que mais esforços fez em prol de seu nome), Saint-Pol-
Roux hoje é tão desconhecido na França quanto aqui no
Brasil. Seu desdém por Paris e seus críticos, sua consciente
escolha em ser um escritor marginal parece que permaneceu
intimamente ligada a sua obra, hoje conhecida e cultuada
apenas por um pequeno número de eruditos.
Esta tradução foi publicada originalmente na revista
dEsEnrEdoS - ano IV - número 15, Teresina, Piauí, no últi-
mo trimestre de 2012.

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Outros Títulos [impressos] das Edições Nephelibata

Prosa
Carlos A. Casotti – Impulsos & Convulsões – Contus urbanus
Howard Phillips Lovecraft – A Música de Erich Zann
Howard Phillips Lovecraft – O Horror no Museu [no prelo]
Robert E. Howard – A Torre do Elefante [no prelo]
Floriano Martins – Sobras de Deus
Camilo Prado – Pulcritude
Alfonso Peña – A Nona Geração
Villiers de L’Isle-Adam – Claire Lenoir[esgotado]
Robert Desnos – Liberdade ou Amor!
Robert Desnos – Luto por Luto
Xavier Forneret – Nada (seguido de Alguma Coisa)
Alfred Jarry – Gestas e opiniões do Dr. Faustroll – Pataphysico [no prelo]
Gabriel de Lautrec – Poemas em Prosa [no prelo]
Memória de Borges – Um livro de entrevistas – 2 tomos
Roberto Arlt – O criador de gorilas [no prelo]

Antologias
Paris Invadida Por Um Flagelo Desconhecido – Contos de Folhetim Francês I
Contos de Terror (Brasileiros)
Trens Assassinos – Antologia de Contos Insólitos
Antologia Nephelibata de Cidades Fantásticas [no prelo]
Contos Decadentes Brasileiros – 2 volumes [no prelo]
Contos Decadentes Franceses – 3 volumes [no prelo]

Poesia
Renato Suttana – Altiplano
Charles Baudelaire – Elevação (Bilíngüe)
Giánnis Ritsos – Grecidade (Bilíngüe)
Giorgos Seféris – Conto & Gimnopédia (Bilíngüe)
Howard Phillips Lovecraft – Desespero (poemas) (Bilíngüe)
Gérard Calandre – Vestígios
Antonio Miranda – Criador de mim
Giacomo Leopardi – Cantos
Gregory Corso – Antologia poética [esgotado]

Em parceria com Sol Negro Edições:


Fernando Monteiro – Mattinata
Robert Desnos – Poemas (Bilíngüe)

[13]
Coleção Nimbus
[contos e novelas, formato 20,5x12,5cm]

1. Xavier Marques – O Arpoador


2. Mário de Sá-Carneiro – A Estranha Morte do Prof. Antena
3. Camilo Prado – Uma Velha Casa Submarina [esgotado]
4. Leopoldo Lugones – A Estátua de Sal
5. Georges Rodenbach – O Amigo dos Espelhos
6. César Vallejo – Fábula Selvagem [no prelo]
7. João do Rio – Alguns Poetas do Hospicio
8. Gabriele D’Annunzio – O Cirurgião do Mar
9. Gustavo Adolfo Bécquer – O Monte das Almas
10. Baldomero Lillo – A Alma da Máquina [esgotado]
11. Adelino Magalhães – Avante! Avante! [no prelo]
12. Adelino Magalhães – A Greve [e outros contos] [no prelo]
13. Villiers de l’Isle-Adam – Flores Fúnebres e outros contos
14. Ruben Darío – Contos Fantásticos
15. Marcel Schwob – A Cidade Adormecida e outros contos
16. Ambrose Bierce – Um Cavaleiro no Céu [esgotado]
17. William Hope Hodgson – Uma Voz na Noite [no prelo]
18. Jean Lorrain – Contos de um Bebedor de Éter
19. Horacio Quiroga – Contos de Terror [no prelo]
20. Octave Mirbeau – O Quarto Fechado e outros contos [no prelo]
21. Villiers de L’Isle-Adam – Catalina e outras histórias insólitas [no prelo]
22. E. M. Laumann – Entre Brumas, Sobre Vastos Mares
23. Felisberto Hernández - Ninguém acendia as lâmpadas [no prelo]
24. Alphonse Allais - Os porquinhos [no prelo]
25. Eduardo Wilde - Vida moderna [no prelo]
26. Fernand Noat - O triângulo Vermelho [no prelo

Arquivo Decadente
Poesia brasileira decadente, na grafia antiga,
com ilustrações de Aline Daka.

Fagundes Varella - Eu Amo a Noite


Marcello Gama - Noite de Insomnia
Rodrigo Octavio - Aristo (Pastoral) [novela]
Augusto dos Anjos - Eu [no prelo]
Nestor Victor - Signos [contos] [no prelo]
Cesar de Castro - Péan / Ampollas de escuma [no prelo]

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Outros Títulos [impressos] da Sol Negro Edições

COLEÇÃO CINZAS DO SOL


1. O Tempo da Solidão & O Livro de Tânia
Walflan de Queiroz
2. Canções da Inocência & da Experiência
William Blake
3. Visões das Filhas de Albion
William Blake
4. O Fruto de Saturno
Yvan Goll
5. Construção da Destruição
Aldo Pellegrini
6. Sonetos
Francesco Petrarca
7. Tremor de Céu
Vicente Huidobro
8. Costumes Errantes
Enrique Molina
9. Hum Lanço de Dádos Jamais não Abolirá o Acaso
Stéphane Mallarmé
10. Branco & Nanquim: Obra Poética
Myriam Coeli
11. Você Dorme, Senhor Presidente?
Caupolicán Ovalles
12. As Últimas Palavras do Poeta
René Daumal

COLEÇÃO CARAVELA NEGRA


1. O Livro Invisível de William Burroughs (teatro)
Floriano Martins
2. Três Novelas Exemplares (contos)
Vicente Huidobro & Hans Arp
3. O Homem do Haxixe & outras histórias
de Paraísos Artificiais (contos)
Organização e seleção de Camilo Prado
4. Paisagens Apocalípticas (contos)
H. G. Wells
5. A Cidade da Chama Cantante (novela)
Clark Ashton Smith
6. Imagens Fosforescentes (opúsculos)
Dolfi Trost

[15]
7. Hotel Los Toros & outras histórias (contos)
José Pinto Júnior
8. Tratado dos Patagramas
René Daumal
9. A Vertigem seguida da Náusea
William Eloi

COLEÇÃO OS DENTES DA SERPENTE


1. Sol Negro – Antologia Poética
B. da Silva, M. Magnus, M. Simões, Sopa d’Osso
2. Flâmulas, Hidras & Coquetéis
Barbosa da Silva
3. Aorigem Diágora
Jota Medeiros
4. Mattinata
Fernando Monteiro
5. Ypý-Opá
Sopa d’Osso
6. Conversa de Espantalhos
Renato Suttana
7. Iubilate Deo
Jota Medeiros
8. Abismanto
Floriano Martins & Viviane de Santana Paulo
10. Postais do Peru | Postcards from Peru
Thomas Rain Crowe
11. Campana en el fondo del río | Bronze no fundo do rio
Miguel Márquez
12. muro/∂eriva
Elí de Araujo
13. )poema|rio(
Elí de Araujo
14. Rol da Feira
Márcio de Lima Dantas
15. Fúrias de Orfeu
Márcio Simões
16. Harpa Negra
Barbosa da Silva
17. Daimon
Márcio de Lima Dantas

[16]
COLEÇÃO HERMENEUS
1. Mar, Silêncio e Poesia: leituras de Walflan de Queiroz
João A. Bezerra e Márcio Simões
2. Metapoesia de João Cabral de Melo Neto
Antonio Miranda
3. Sobre Surrealismo
Aldo Pellegrini
4. Sete Poemas & um ensaio sobre o autor
César Vallejo | Antonio Miranda (org.)
5. Traduções do Universo: artigos e manifestos
Vicente Huidobro
6. Visões da Névoa: o Surrealismo no Brasil
Floriano Martins
7. Poesia Marginal da Esquina Atlântica
Alexandre Alves

COLEÇÃO IMAGO
1. Naturezamorfa
Avelino de Araujo
2. Ars Poetica
Jota Medeiros
3. Livro de Apagar
Muirakytan K. de Macêdo

[17]
Textos do Outono da Quarentena

Agua e sabão - Medeiros e Albuquerque


O monstro e o duende - Sait-Pol-Roux, o Magnífico
Ruinas - Gonzaga Duque
A testemunha - Edmond de Haraucourt
A mulher que envelheceu - Viriato Correa
Um caso pouco banal, parece-nos... - Alphonse Allais
Agonias de um livre-pensador na Era de Aquário - Camilo Prado
Mistério - Mário de Sá-Carneiro
Canto de guerra das coisas - Joquin Pasos
O robe amarelo - Thassio Rodríguez Capranera
Sonho - Gabriel de Lautrec
(...)

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Edição especial em PDF
para os preciosos leitores das
Edições Nephelibata e
Sol Negro Edições
organizada e distribuida
gratuitamente no
Outono da Quarentena de
2020
[19]

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