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s atua
trihuir
e Nietzsc e;
(:) Trmorhy James Clark, 2006
IV Cosac Naiíy, 2007
FOTO DO AUTO II T. J. C lark no Masp, São Paulo, 2.005 . Renaro Srockler/Folha lma~em
Clark, T. J. ( r 943-)
Modernismos: ensaios 'iohre política, história e teon.1
da aric: T. J. Clark
Oq~anização: Sônia Salzstem
Traduc;ão: Vera Pereir;i
S:lo Paulo: Co,;ac Naily, 2 007
ruu-700
C.O\,\( N/\ f l Y
At endi, .
ncnto ao professor 1551 11 3R>\ 6595
AS CONDIÇÕES DA CRIAÇAO ARTÍSTICA'
Publicado origmalm"nt" ,-.,mo ·Th" ConJ,0011- ,,f ,\nbtiC C""8uon·. ttnN'> L,-
tn-Jry Supp/e.,un t. 2-4 maio 1 ~-◄, rr- ~M •t>1
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- repleto desse modo de ariru rne ntu · o ra -i fi r 111 d cul ra l. (Achei muno divertido d
" ·· · • a n o que a nega ~ d . qua n o, ano~ ar - •
rlus.io t·,p.1cral 11,1 Idade Médi.1 "é u m·t .0 d ' .- . çao a da esposa do vice- reitor dr . . ras, pmtaram o retrato
. • e n rçao para a visão ve d uma universidade oc d d
J e1r,1mente moder na do espaço" ora pe d . r a- cadeira de a rma r na escadaria f upa a, senta a numa
. . ' • rguntan o por que a mova - em rente ao edifício seg d
esta c.111cas vezes ligad a a um a renú n..:ia das real·· - . çao 0 exem plar de um conhecido liv d h' , . ' uran o no colo
. . . . - rzaçoes anteriores ao - . ro e istona da arte. Segundo decla-
pn111 1c1v1s1110, a ret rocessos in versões " de d ' ro u a retrata d a, para gaud1 0 da im " .
. . - . . , ' mo o que vemos Donatello pren~a 1oca 1' o livro fazia pa rte d0
surgir nao do class1..:1smo desb o ta do dos seguido res de A lf seu protesto con tra a atividade milit f d . ..
. . _. rno o, mas de ante e a avor a civilização" )
um,1 tendenc1a ex plic ita de revivescência d o gótico " . Esses p roblemas são p · d. ·
. . . ' or assim rzer, exte rnos - determinantes
Esse mod
. _ o. d e pensa r é h o je e m di a d esd enhad o nos melhores c1r- - mas ins1p 1dos. É como . se a história da a r e precisasse mais ser msti-'
t · ·
c ul os _d a. h1 sto
. n a . d a a rre - po r ser uma prática do hegel· ·
ianismo, meros gad a , como. se estivesse prestes a se desintegrar• A 1conogra · fi a e- um
exerc1c1os Ju ve111s ..:om os quais Pa nofsky se fo rmo u • Pen so, ao con- exem plo eviden te: degenerou no espaço de uma g - d
. . _ , eraçao, e uma po-
trá ri o, qu e foram .
esses exercícios que manti vera m seu (o de Pa nofsk y ) lênrn::a so bre a tra d1çao
. e suas formas , de um debate sob re as con d.1-
pensa menro v ivo, e a a usên cia deles na aborrecida lite ratura profissio- ções em q ue um pintor se defronta com uma ideologia, em desorde-
n a l p osterio r sobre p erspectiva é que ocasiono u a perda das dimensões nad a caça d e remas
. . . - cem imagens do Bom Selvagem, com cmquenta · ··
d o p ro blem a . É estranho nota r com o os reacio nários da esquerda e da a ltos-fo rn os prnnit1vos de lambuj a. E esse é apenas o caso mais óbvio
direita ho je e m dia a presenta m com o a rg umento final a mes ma ca rica- de um a deca d ência generalizada .
tura d e H egel - um H egel idealista e s uperficia l, um Hegel cristão, um Po r que isso aconteceu ? Porque, como já sugeri, os conceitos em
H egel sem "a p a ixã o e o la vo r do p a rticula r" . N a histó ria da arte - e que se assentava m os problemas paradigmáticos foram incapazes de
creio que ta mbém em o utros campo s - é justa mente do legado de He- se renovar. Temos de desco brir diferentes modos de definir as questões,
gel que precisamos n os apropria r, p a ra usá -lo , criticá-lo, refo rmulá-lo. e aí e ntra a h istó ria socia l da a rte - minha seara, mi nha ~especiali-
Qualquer d essas coisas requer exumá -lo . M a is qu e rudo, é necessá rio d ad e " . J á d eve ter ficado claro que não estou interessado na história
rea lizar um m aciço t ra ba lho de tradução. Po r que meu exem plar do socia l d a a rte com o fato r de uma alegre diversificação do objeto, pa-
Spatromische Kzmstindustrie, d e Rieg l !tex to 9 , 1901 ] é uma horro- ra lela a o utras va riedades metodo lógicas - formalista. ·'modernista.,,
rosa traduçã o condensad a para o italia no? Por que Dvorá k, Warburg pseudo fre udi a n a , fíl mica, feminista, " radical·•, todas elas pressurosa-
e inclusive o Buckha rdt no p a pel de histo riador d a arte a inda estão mente à cat a d o Novo. O nde está escrito diversificação. leia-se de-
confina dos a o seu idio ma m a terno? Po r causa do esno bismo e da pre- sintegração. O qu e precisa mos agora é justo o oposto: concentração,
g uiça, suspeito; e d e um co mpreensível m edo dos textos em questão. a rg umentos a lterna tivos no luga r da desastrosa coexistência, uma via
Até a qui m e limitei, proposita lme nte, a fa la r so bre o passa do. de acesso aos a ntigos d ebates. É isso que a história social da arte tem .1
M as a g ra nde p erg unta sem dúvida é: como o passado desapareceu? oferecer: ela é o lugar onde as perguntas de,·em ser feitas. e onde elas
Com o essas qu estões, a quele p a radigm a, se perderam? _ não p o dem ser fe itas à maneira antiga.
H á muitas resp o stas possíveis, e evitarei a lgum as com uma espe- Tudo isso ta lvez pa reça simples: mas nfo pode ser feiro apenas
cie de en fa d o . Nã o me proponho a discutir como a história da arte se muda nd o d e tática. N a ve rdade. as antigas questões da história da
to rnou ser va da a rte de mercad o , verificando datas para os marcha11d 5 • a rte se estruturavam em torno de determinadas crenças, determina-
fornecend o pedigrees para os colecio na do res ricos - emb_ora eu esteJa dos p ress upostos inquest ion,i,·eis: a idéia de artista; do artist a como
cercad o d e p rovas d a estupidez e da ó bvia corrupção que disso resultam. "cria d o r " d a o bra ; a noção d e um a sensibilidade preexistente - com
1 · - · d arte tornou-se o
Kurt Forster escreveu a resp eito de como a 11stona a b 'd relaçã o à forma, ao espaço. ao sentimento do mundo como criação de
, · d bom gosto ordem e oa vi a,
veículo p ara conceitos prontos e face1s e , . d d Deus o u d os d e uses - que .1 obra d evia .. expressar .. . Essas crenças ero-
uma " h istó ria compensa tó ria,, pa ra a Bildungsburgertum [soc1e a e
dira m o o b jeto , con verteram pergunt.1s em respostas, excluir am. por
j
de relação com que esta m os tratando - para mostrar com 0 - uma d e terminada vertente d h' . .
. . ' a re 1açao . . a rstona marx·1511
entre a ohra e a 1deolog1a pode ser problemática e • •ao mes mo tempo duto da 1magmação. (É a p • -, me p.lrece um pro -
ermanente con ·· • .
estudo d e Walter Benjamin se b _ SCH.' nci.t d1,so que torna 0
capaz d e um a descrição c ompleta . · ) re 8audela1r, 011 e·
R esta-me pouco espaço para indicar o outro tipo de qu -
chcz fl,111h ert, d e Sarr . e ª .onsc,cna de classe
. . . . . . estao per- re, muno mJ1~ útc1, do
adversários "científicos".) que •1 m,11oria dos ~eu,
tmente a h1 ston a socia l da arte _ O prohle ma é o ·seguint'" '-• qu a,~ · fo ram
exa tamente as condições e a s relações da produção ·1rti'st,·1.:,
•a no ca\o Rt'firo-me a qui as condições
' •
dete rm ina da "subjeti vidade" - . em ille se const1ru iu t' rnmou fornu
específico de uma obra? Por que foram mados justamente c, .,es mate- . . . I _ . comp etamenrc tak-1 c·ompl ·t 1111 • .
riais ideológicos e não outros? O que de fato determinou c ... sc encontro l rrdutave
' •
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· x• rst'd
e . ecerrn nenh um nutro top1co
- ' t. tlltt
. . rn.1" ,11sccpr11·t'I
particula r entre a ohra e a ideologia? Quando di sse que esse outro npo a um tra ta mento 1deolog1co· é nr,s '
. . . ' . t terreno 411t· o , v.:lho, L"t>nt:t·tr, is ,t·
d e questão é diferente cio primeiro, não pensei em fazer uma distinção acumulam,
. • . 111s1
, stentes, li~o nieadore~ , promctcn ti o to . rn ccn • , dl.l\·c,
1
rígida . Ao contrário , não é poss ível diferenciar esse~ problemas dos do . m1 steno.. E, no entanto, ~e prnprtam , t ' t·
' tn t ormll 1,lt1,1, nenhum., r e, -
demais que já descrevi; cu até diria, diante do escá rnio dos semiólogos, qu1 sa podena
•
nos esclarecer melhor sohr.t u. nnn ,~1111, 11 111.i .1 1JenloA1
- .1.
que uma pergunta n ão pode 5er fei ta sem a outra. Não acredito, por Este e, enfim, o campo tias amb,çúe\ J,1 histúr,.1 J .1 ,Hll' . { )11 to1
exe mplo, que <.e possa inc lu!,ive identificar a ideo logia de uma ohra e deve ria ser. '
sem fazer pergunta<, d e!,SC gênero .
E a onde nos levam essas ind agações? A uma descrição , minuciosa,
da identidade de clas!.e do traba lhador e m questão, bem como dos
modos p e los quai'> es.,a identidade tornou di sponíveis determinados
m a teriai s ideológico!. e di<;fa rço u outros, tornou man ejáveis certo'> ma -
teriai s e completame nte refrat á rio'> outro<,, tota lmente Ji stintos, in:1s, i-
mi lávei!,. Levam a urna explicaçã o <lo modo como a obra adquiriu '>lia
forma púhlica - " que de se java m '>CU., patrocinadores, o que ,cu pú -
blico percebia . Para Jc'>l'.ohrir '"""• terno, d e pesqu,,ar a apropriação
n ão-verbal <la ohr:1 que à '> ve:,e<, dei xa p1, ta, 11:1, margen, tio di,rnr,o
do~ l'.rítini'>, na co ntnhilacbde Jo, 111archands, na eventua l tr,1n,m111.1
çã o ck um título il m editla que u111 4uatlro pa,,a de rn;io t:111 111:i o. __
Toda, cs~a'i qt1t''>r<-1c, 11<1, tr.i,•t·m de vo lt a a o te rnt<>íl" qut· ÍK:t
;llém da itlcologia : cb~ indicam º" 111 ;1ft'rtai' de 4ut· ,e fa ,., " 11 ,e ~e, -
· J · , " rdl'"logt
faz 'l ideoi<>"ia ; ela'> 110, lt-mhr:1111 qut· ;1 rd e ,a e 111<,tant • .
• , ' n 1 . 1 1Vl' I
c 1. ~ e~pecífic:1, é u111 ;1 1o lit·t· - ,:_. da c"é ncia da tdl'" "14'ª ,er ,n, • '
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variável, o nipre,e rll"t', não t•, 1;1r t·111 1uga r a gu m , u,., r t · .
•J I J · . . N" t·n1.1111 1 1, P"r t'',\t
mudar nada , forma t' crn11cu o :1 tt·rn .1 ,11m 111 t · .
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