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enfrentamento à

violência sexual contra


crianças e adolescentes

12 FLUXO DE
proteção
Neyla Priscilla
Dillyane Ribeiro

NOSSA VOZ. NOSSA FORTA L E Z A.


SUMÁRIO

1. A política de atendimento dos direitos


de crianças e adolescentes...................................................................... 179
2. O sistema de garantia dos direitos de crianças
e adolescentes vítimas de violência sexual............................................ 182
3. Fluxo em casos de violência sexual......................................................... 184
4. Defesa e responsabilização..................................................................... 189

Referências................................................................................................... 191

Perfis das autoras e do ilustrador............................................................. 192


Agora, no último fascículo do nosso cur-
so, vamos estudar a importância e as pos- TÁ NA LEI
sibilidades de uma ação articulada, inte-

A política de grada e interdisciplinar no atendimento


de crianças e adolescentes em situação
Como vimos, o art. 86 do Estatuto da
Criança e do Adolescente determina

atendimento de violência sexual. O objetivo aqui é que


conheçamos como deve ser o fluxo de
que “a política de atendimento dos
direitos da criança e do adolescente

dos direitos proteção diante da suspeita ou confirma-


ção de violência sexual.
far-se-á através de um conjunto
articulado de ações governamentais
e não governamentais, da União,
DE CRIANÇAS E Alguns princípios muito importantes
que regem a aplicação das medidas de dos estados, do Distrito Federal
ADOLESCENTES proteção são a condição da criança e do
adolescente como sujeitos de direitos, a
e dos municípios”.
Dessa forma, se a política de
Até aqui, conversamos sobre a importância obrigatoriedade da informação e a oiti- atendimento é um conjunto
de reconhecer e garantir os direitos huma- va obrigatória, e o direito à participação. articulado de ações, isto quer
nos de crianças e adolescentes de maneira Isto é, de acordo com o seu estágio de dizer que cada órgão público ou
integral, indivisível e universal. Conversa- desenvolvimento e capacidade de com- organização não governamental tem
mos também sobre as várias expressões da preensão, a criança e o adolescente, em um papel a cumprir na promoção
violência contra crianças e adolescentes e separado ou na companhia dos pais, de dos direitos e na prevenção e
suas causas estruturais, sobre o Sistema de responsável ou de pessoa por si indicada, reparação das violências sofridas
Garantias de Direitos e o papel de cada ator têm direito a serem ouvidos e a participar por cada criança ou adolescente e
na prevenção e na reparação dos danos so- nos atos e na definição da medida de pro- deve agir de maneira articulada.
fridos pelas crianças e adolescentes. moção dos direitos e de proteção, sendo

enfrentamento à violência sexual contra crianças e adolescentes 179


sua opinião devidamente considerada
PUXANDO Prosa pela autoridade judiciária competente,
quando for o caso.
QUER SABER COMO? Além disso, a criança e o adolescente
Um grande problema que o devem ser informados dos seus direitos,
Fórum DCA Ceará identificou dos motivos que determinaram a inter-
no monitoramento da rede de venção e da forma como esta se realizará,
atendimento em Fortaleza/CE conforme determina o art. 100 do ECA.
foi que muitos profissionais, Em primeiro lugar, queremos destacar
seja por falta de formação ou de que quando uma criança ou adolescente
pessoal suficiente, chegavam a conta para alguém que sofreu violência
confundir o que era atendimento sexual, ela tem direito a ser tratada com
com encaminhamento, isto é, respeito, ser acolhida, falar livremente so-
diante de um caso de violência bre o que ocorreu e sobre como se sente,
sexual, sua atuação se resumia a bem como de permanecer em silêncio so-
informar qual outro órgão a pessoa bre o que não quiser falar.
deveria procurar (Araújo, 2018). Isso vale tanto para os/as profissio-
No entanto, cada equipamento da nais dos órgãos que a atendam quanto
rede deve realizar o atendimento para um familiar ou amigo que a criança
naquilo que lhe cabe quantas vezes ou adolescente procura. Jamais a criança
forem necessárias e, ao mesmo ou adolescente deve ser culpabilizada pela
tempo, encaminhar para os demais violência que sofreu: qualquer comentário
órgãos as informações pertinentes, destinado a gerar culpa ou vergonha deve
articular o atendimento da ser evitado. A pessoa que está escutando
criança, isto é, verificar quando a criança deve se abster de perguntas so-
e quem pode recebê-la, e fazer bre o tamanho da sua roupa ou o que ela
o seguimento do atendimento teria feito para “provocar” a agressão. Isso
nos órgãos para os quais foi porque, numa sociedade adultocêntrica
encaminhada, tanto verificando como a nossa, a lei busca proteger a dig-
com a criança e sua família se o nidade sexual de crianças e adolescentes
atendimento vem sendo realizado porque elas são consideradas vulneráveis
quanto com os profissionais em relação aos adultos, uma desigualda-
dos outros órgãos (Comissão de que é estrutural.
Intersetorial de Enfrentamento à Agora, se alguma criança ou adolescen-
Violência Sexual contra Crianças e te lhe revelar que sofreu uma violência se-
Adolescentes, 2017). xual ou você tomar conhecimento que isso
está acontecendo, saiba a seguir a quem
procurar e como deve ser o atendimento!

180 Fundação Demócrito Rocha | Universidade Aberta do Nordeste


Importante TÁ NA LEI
Nem sempre crianças e O Instituto Cores desenvolveu
adolescentes vão conhecer os dois materiais para prevenção da
termos “violência sexual”, “abuso” violência sexual para crianças – o
e “exploração”. De acordo com livro e material didático Pipo e Fifi
a fase de desenvolvimento e – e para adolescentes – o livro e
com o vocabulário que em seu material didático Tuca e Juba.
contexto se utiliza, eles vão ter sua
própria forma de narrar o que lhes
acontece, sendo necessário que
adultos/as tenham sensibilidade
para reparar nos relatos e nos
sinais que indicam que possam
estar em situação de violência. Em
muitos casos demoram anos para
que o sujeito perceba que foi vítima
de uma violência sexual. Por isso,
é tão importante orientar desde
cedo, e na linguagem apropriada,
crianças e adolescentes para o
desenvolvimento sexual saudável,
para que possam distinguir os
toques que são carinhosos dos
toques que são violentos, entender
as noções de público e privado,
respeitar o próprio corpo e o corpo
alheio e entender a importância
do consentimento.

enfrentamento à violência sexual contra crianças e adolescentes 181


Importante FICA A Dica
Não é necessário que se tenha Também é importante destacar
provas da ocorrência da violência que é possível que as instituições
sexual para que o fluxo seja destinadas a proteger as crianças
iniciado, basta a suspeita de e adolescentes acabem sendo
palco de violações. Um exemplo
O sistema
que a violência ocorreu ou está
ocorrendo para que surja a disso é o assédio sexual por parte
de professores ou profissionais de
de garantia
obrigatoriedade de notificar ao
Conselho Tutelar. Não cabe aos saúde, ou até mesmo condutas
e falas que são revitimizadoras
dos direitos
indivíduos a produção de provas,
mas sim à polícia investigar o porque causam culpa, vergonha ou
caso, enquanto paralelamente a constrangimento. Por isso, algumas
DE CRIANÇAS isso a criança e sua família devem organizações não-governamentais
e já alguns órgãos públicos, como
E ADOLESCENTES receber o devido atendimento
em saúde e assistência social, escolas, têm desenvolvido e adotado
VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA ademais das medidas de proteção
aplicáveis que a criança demanda.
uma política de proteção de crianças
e adolescentes, onde se estabelecem
SEXUAL Obviamente, quanto mais várias medidas de prevenção da
violência contra crianças atendidas
informação a pessoa que está
O fluxo de proteção pode ser iniciado por di- notificando a violência sexual no cotidiano da instituição, além de
ferentes sujeitos: a própria criança ou ado- tiver, mais agilmente o fluxo medidas a serem tomadas caso esta
lescente ao revelar o ocorrido para alguém poderá ser acionado. No entanto, ocorra. Você pode saber mais lendo
próximo, um profissional, o Disque 100 ou o que queremos deixar bem a publicação Um lugar seguro para
através do aplicativo Proteja Brasil; um explicado aqui é que, seja qual for crianças e adolescentes: Guia prático
profissional da educação, da saúde ou da a informação que lhe chegou sobre sobre como proteger crianças e
assistência social quando suspeita de que a ocorrência de violência contra adolescentes de situação de violência
a criança ou adolescente está sofrendo vio- uma criança ou adolescente, isso no espaço institucional, da Terre des
lência; ou qualquer pessoa que tome conhe- basta para que seja notificado o hommes Lausanne no Brasil (2014).
cimento do ocorrido. Todos esses devem Conselho Tutelar.
procurar os órgãos da rede de proteção.
Deve-se evitar que a criança ou adoles-
cente seja chamado a narrar por diversas para o correto atendimento de crianças e sar a violência, tais como atendimento em
vezes o ocorrido de maneira desneces- adolescentes. No entanto, aquela entre- saúde para profilaxia de DSTs e de gravidez,
sária. Relatar acontecimentos dolorosos vista que demanda a narração da violên- prisão em flagrante do investigado e medi-
sem que seja uma demanda do próprio cia é chamada escuta especializada e deve das de proteção de afastamento do investi-
sujeito pode causar constrangimento e ser limitada ao estritamente necessário gado do local de convivência com criança e
sofrimento. Os equipamentos devem fa- para o cumprimento de sua finalidade, se- adolescentes vítimas; medidas de reparação
zer quantas entrevistas forem necessárias gundo o art. 7 da Lei 13.431, de 2017. para o atendimento em saúde, incluindo
As ações institucionais podem ser dividi- saúde mental, assistência social e jurídica; e
das em medidas de urgência para fazer ces- responsabilização do autor da violência.

182 Fundação
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TÁ NA LEI
INFRAESTRUTURA
Apesar dos esforços de
norteamento das oitivas no
Brasil, ainda não há escolha única
por protocolo disciplinar pelo
Poder Judiciário do país. Nesse
sentido, quanto à infraestrutura
do Depoimento Especial,
deve-se seguir o que consta na
Recomendação nº 33 do CNJ, de
23 de novembro de 2010.
Desse modo, as oitivas deverão
ser videogravadas em ambiente
separado e apropriado ao
nível de desenvolvimento do
indivíduo que será ouvido,
assistido por profissional
especializado. Busca-se
impedir que a mesma criança
seja submetida a vários
procedimentos de oitiva, que
podem ser evitados pela revisão
do material gravado em primeiro
momento de escuta.

Importante
O Conselho Nacional do Ministério
Público publicou o Guia prático para
implementação da política de aten-
dimento de crianças e adolescentes
vítimas ou testemunhas de violência.
Acesse: http://www.mpsp.mp.br/
portal/page/portal/infanciahome_c/
LIVRO_ESCUTA_PROTEGIDA-1_1.pdf

enfrentamento à violência sexual contra crianças e adolescentes 183


Fluxo
em casos
DE VIOLÊNCIA
SEXUAL
O Conselho Nacional do Ministério
Público (CNMP), por meio da Comis-
são da Infância e Juventude (CIJ),
disponibilizou eletronicamente, em
agosto deste ano, o Guia Prático para
Implementação da Política de Atendimen-
to de Crianças e Adolescentes Vítimas ou
Testemunhas de Violência. O material foi
produzido pelo Grupo de Trabalho de
Acompanhamento do Sistema de Garan-
tia de Direitos da Criança e Adolescente
Vítima ou Testemunha de Violência,
instituído pela Portaria CNMP-PRESI
nº 61, de 24 de maio de 2018 e pode
auxiliar muito na construção dos
fluxos e protocolos aos quais a Lei
nº 13.431/2017 se refere.
Acesse o link a seguir e e conhe-
ça o fluxo sugerido pelo Conselho
Nacional do Ministério Público e
conheça os demais fluxos: http://
www.mpsp.mp.br/portal/pa ge/
portal/infanciahome_c/LIVRO_
ESCUTA_PROTEGIDA-1_1.pdf
De modo simplificado, esse con-
junto de encaminhamentos e providên-
cias pode ser assim sintetizado:

184 Fundação Demócrito Rocha | Universidade Aberta do Nordeste


3.1 CONSELHO TUTELAR: 3.2 SAÚDE
É a principal porta de entrada para o flu- Quando se fala em atender, não custa O Ministério da Saúde, gestor federal do
xo de proteção. Qualquer pessoa, seja destacar que o atendimento não se encer- Sistema Único de Saúde, lançou o docu-
ela familiar, conhecido, vizinho, profis- ra com o encaminhamento para outros ór- mento “Linha de Cuidado para Atenção
sional de algum órgão público ou organi- gãos. É importante que o Conselho Tutelar Integral à saúde de Crianças, Adolescentes
zação não governamental, deve procurar tenha estrutura para realizar o seguimen- e suas Famílias em Situações de Violên-
o Conselho Tutelar quando tiver conhe- to dos casos acompanhados até que os cias” em 2010, para orientar os gestores
cimento de que uma criança ou adoles- direitos sejam restituídos. Cabe ainda ao e profissionais de saúde para uma ação
cente está passando por uma situação Conselho Tutelar a aplicação de medidas contínua e permanente em atenção inte-
de violência. Os cidadãos comuns têm a de proteção. gral à saúde de crianças, adolescentes e
opção de ligar para o Disque 100 ou regis- suas famílias em situação de violências. A
trar o fato no aplicativo Proteja Brasil. Já E QUAIS SÃO AS MEDIDAS estratégia compreende as dimensões re-
os profissionais da educação, da saúde e DE PROTEÇÃO? sumidas no diagrama da pág. 186.
da assistência social tem a obrigação de São medidas previstas no art. 101 do São diversos os riscos a que crianças e
notificar o fato para o Conselho Tutelar ECA que podem ser determinadas pelo adolescentes vítimas de violência sexual
da respectiva localidade. Conselho Tutelar. O ECA prevê algumas estão expostos. Segundo a Norma Técnica
O Conselho Tutelar, portanto, é uma possibilidades, mas outras podem ser de Prevenção e Tratamento dos Agravos
das principais portas de entrada das crian- pensadas: (1) encaminhamento aos pais, Resultantes da Violência Sexual contra Mu-
ças e adolescentes para o fluxo de prote- mediante termo de responsabilidade; (2) lheres e Adolescentes (Ministério da Saúde,
ção em casos de violência. Segundo o art. orientação, apoio e acompanhamento tem- 2012), destaca-se como risco: as DSTs, HIV/
131 do ECA, ele é órgão permanente e au- porários; (3) matrícula e frequência obriga- Aids, Hepatite B e Gravidez. Além disso, o
tônomo, não jurisdicional, encarregado tórios em estabelecimento oficial de ensi- documento trata dos cuidados necessá-
pela sociedade, por meio de eleições, de no fundamental; (4) inclusão em serviços rios em cada caso, sendo uma importante
zelar pelo cumprimento dos direitos da e programas oficiais ou comunitários de fonte de consulta para os profissionais de
criança e do adolescente. proteção, apoio e promoção da família, saúde e demais pessoas interessadas.
Cabe aos/às conselheiros/as tutela- da criança e do adolescente; (5) requisição Uma questão deveras relevante a ser
res atender as crianças e adolescen- de tratamento médico, psicológico ou considerada nos serviços de saúde é a
tes com direitos ameaçados ou viola- psiquiátrico, em regime hospitalar ou gravidez em decorrência da violência
dos por ação ou omissão do Estado, ambulatorial; (6) inclusão em programa sexual. A lei brasileira estabelece a possi-
por falta, omissão ou abuso dos pais oficial ou comunitário de auxílio, bilidade de interrupção legal da gravidez
ou responsável, ou quando a ameaça orientação e tratamento a alcoólatras e nas seguintes hipóteses (art. 128 do Códi-
ou violação do direito decorre da própria toxicômanos; (7) representar à autoridade go Penal): (1) se não há outro meio de sal-
conduta da criança ou adolescente. Tam- judiciária solicitando o acolhimento var a gestante; (2) se a gravidez resulta de
bém cabe ao Conselho Tutelar atender e institucional ou familiar. estupro e o aborto é precedido de consen-
orientar os pais ou responsável e requi- timento da gestante ou, quando incapaz
sitar serviços públicos nas áreas de saú- (menores de 16 anos), de seu representante
de, educação, serviço social, previdên- legal. Além disso, o Estatuto da Criança e do
cia, trabalho e segurança. Adolescente, Lei nº 8.069/1990, determina

enfrentamento à violência sexual contra crianças e adolescentes 185


ACOLHIMENTO ATENDIMENTO NOTIFICAÇÃO SEGUIMENTO
NA REDE DE
CUIDADO E DE
PROTEÇÃO SOCIAL

• Receber criancas, Realizar consulta clínica: anamnese, exame físico • Preencher a ficha
adolescentes e planejamento da conduta para cada caso. de notificação.
e famílias de • Encaminhar a
forma empática ficha ao Sistema • Acompanhar
e respeitosa, por de Vigilância a criança ou
qualquer membro de Violências e adolescente e sua
da equipe. Acidentes (Viva), da família até a alta,
Violência física, Violência com planejamento
• Acompanhar o caso Secretaria Municipal
sexual ou psicológica
e proceder aos de Saúde (SMS). individualizado para
negligência/ • Avaliação
encaminhamentos • Cornunicar o caso cada caso.
abandono psicológica.
necessários, desde ao Conselho Tutelar, • Acionar a rede
a sua entrada no • Tratamento e • Acompanhamento da forma mais ágil de cuidado e de
setor de saúde até profilaxia. terapêutico, possível (telefone proteção social,
o seguimento para • Avaliação de acordo com ou pessoalmente existente no
a rede de cuidados psicológica. cada caso ou com uma território, de acordo
e de proteção • Acompanhamento • Acompanhamento via da ficha de corn a necessidade
social. terapêutico, pela atenção notificação). de cuidados e de
• Adotar atitudes de acordo com primária/ Equipes • Anexar cópia da proteção tanto na
positivas e de cada caso. Saúde da Família. ficha ao prontuário/ própria rede de
proteção à crianca • Acompanhamento • Caps1 ou na rede boletim do saúde (atenção
ou ao adolescente. pela atenção de proteção Cras;3 paciente. primária./ Equipes
• Atuar de forma primária/ Equipes Creas4/ Escolas etc. de Saúde da Família,
• Acionar o
conjunta com toda Saúde da Familia. Hospitais, Unidades
Ministério Público
a equipe. • Caps 1 ou Capsi;2 de Urgência, Caps
quando necessário,
ou pela rede de ou Capsi, CTA, SAE),
especialmente no
1
Caps: Centro de Atenção Psicossocial; proteção Cras;3 quanto na rede de
caso de interrupção
2
Capsi: Centro de Atenção Psicossocial Infante;
Creas4/escolas, protecão social e
3
Cras: Centro de Referência de Assistência Social; de gravidez em
CTA5 ou outros defesa (Cras, Creas,
4
Creas: Centro de Referência Especializado decorrência de

FONTE: Ministério da Saúde, 2010


de Assistência Social;
complementares. Escolas, Ministério
violência sexual.
5
CTA: Centro de Testagem e Aconselhamento; Público, Conselho
6
SAE: Servico de Atenção )Especializada.
Tutelar e as Varas
da Infância e da
Juventude,
entre outros).

186 Fundação Demócrito Rocha | Universidade Aberta do Nordeste


o atendimento integral em saúde como REDE PSICOSSOCIAL Além disso, desenvolve serviços que
um direito fundamental, não obstante nos A rede de atenção psicossocial é constitu- requerem acompanhamento individual e
casos de violência. Para o atendimento às ída por diversos dispositivos assistenciais maior flexibilidade nas soluções proteti-
solicitantes de interrupção legal da gravi- que possibilitam a atenção psicossocial. vas. Dessa forma, comportam encaminha-
dez devem ser seguidas as orientações da Nos casos mais graves de saúde mental mentos monitorados, apoios e processos
Portaria nº 1.508, de 2005, sobre o Proce- de crianças e adolescentes os atendimen- que assegurem qualidade na atenção pro-
dimento de Justificação e Autorização da tos acontecem nos Centros de Atenção tetiva e efetividade na reinserção almeja-
Interrupção da Gravidez. Psicossocial Infanto-Juvenil (Capsi). É da. Esses serviços possuem relação dire-
Em nenhum caso, o equipamento de um serviço de atenção diária destinado ao ta com o sistema de garantia de direitos,
saúde deve exigir que a adolescente ou a atendimento de crianças e adolescentes exigindo, por diversas vezes, uma gestão
família registre boletim de ocorrência para com transtornos mentais graves. Os Cap- mais complexa e compartilhada com o Po-
receber o atendimento em saúde. Os pro- si acompanham indiretamente casos de der Judiciário, Ministério Público e outros
fissionais de saúde devem orientar sobre a violência; e devem ser articulados com os órgãos e ações do Poder Executivo.
importância da responsabilização do autor serviços da atenção primária e os serviços
da violência, mas isso não deve ser tomado 3.3.1 CENTRO DE REFERÊNCIA
de referência para violências.
como requisito ou de alguma maneira ser ESPECIALIZADO DA ASSISTÊNCIA
exigido para o atendimento em saúde. SOCIAL (CREAS)
Os Creas são equipamentos públicos esta-
tais responsáveis pela Proteção Social Es-
3.2.1 PRINCIPAIS EQUIPAMENTOS 3.3 PRINCIPAIS pecial de Média Complexidade, visando à
DA REDE DE SAÚDE
EQUIPAMENTOS DA REDE orientação e ao convívio sociofamiliar e co-
ATENÇÃO PRIMÁRIA munitário. Diferente da Proteção Social Bá-
DE ASSISTÊNCIA SOCIAL sica que se dedica à prevenção, os Creas ofe-
Nos casos de violência sexual, algumas
medidas podem ser implementadas na De acordo com a Lei Orgânica da Assistên- recem atendimento dirigido às situações de
Atenção Primária, visando prover os cui- cia Social, Brasil (1993), a Assistência So- violação de direitos, por meio do Serviço de
dados necessários para a proteção das cial, direito do cidadão e dever do Estado, Proteção e Atendimento Especializado a Fa-
DST virais e bacterianas, profilaxia HIV e é política de Seguridade Social não contri- mílias e Indivíduos (Paefi). Esse serviço ofe-
hepatite B e prevenção da gravidez, tais butiva, que provê os mínimos sociais, re- rece apoio, orientação a acompanhamento
como: capacitar profissionais de saúde alizada através de um conjunto integrado a indivíduos e famílias que estejam em situ-
para atuar como referência dos cuidados de iniciativa pública e da sociedade, para ação de ameaça ou violação de direitos. O
profiláticos e tratamentos de situações de garantir o atendimento às necessidades serviço articula-se com as atividades e aten-
violência sexual no município; estabele- básicas das populações. ções prestadas às famílias nos demais servi-
cer fluxos de forma regionalizada para os A Assistência Social possui a Proteção ços socioassistenciais, nas diversas políticas
atendimentos relacionados à interrupção Social Básica e a Proteção Social Espe- públicas e com os demais órgãos do Sistema
de gravidez decorrentes de violência sexu- cial. A Proteção Social Básica tem como de Garantia de Direitos. Deve garantir aten-
al e situações de abortamento. Podemos objetivos prevenir situações de risco por dimento imediato de forma qualificada, na
tomar como exemplo dessa articulação meio do desenvolvimento de potenciali- perspectiva de restauração de direitos. Cabe
de rede intrassetorial do setor saúde, na dades e aquisições e o fortalecimento de salientar que no Creas são executados o Pro-
atenção primária, as Unidades Básicas/ vínculos familiares e comunitários (PNAS, grama de Erradicação do Trabalho Infantil
Equipes da Saúde da Família, como coor- 2004). Já a Proteção Social Especial, divi- (Peti) e o Programa de Combate à Explora-
denadora do cuidado no território. de-se em média e alta complexidade. ção Sexual de Crianças e Adolescentes.

enfrentamento à violência sexual contra crianças e adolescentes 187


Nos casos de violência sexual de crian-
ças e adolescentes, o Creas é reconheci-
damente a unidade responsável por
garantir seguranças sociais, tais como: ter
reparados ou minimizados os danos por
vivências de violações e riscos sociais, ter
sua identidade, integridade e história
de vida preservados, ser orientado e
ter garantida efetividade nos
encaminha-mentos (Tipificação
Nacional, 2009).

3.3.2 UNIDADES DE
ACOLHIMENTO
As Unidades de Acolhimento
fazem parte da Proteção So-
cial Especial de Alta complexi-
dade. Os serviços de proteção
social especial de alta com-
plexidade são aqueles que
garantem proteção integral –
moradia, alimentação, higie-
nização e trabalho protegido
para famílias e indivíduos que
se encontram sem referência
e, ou, em situação de ameaça,
necessitando ser retirados de seu
núcleo familiar e/ou comunitário.
Nos casos de crianças e adolescen-
tes que necessitem desse serviço,
deve-se considerar que é realizado de
forma provisória e excepcional, somen-
te nos casos eminentes de risco pessoal e
social, cujas famílias ou responsáveis en-
contrem-se temporariamente impossibi-
litados de cumprir sua função de cuidado
e proteção. Nos casos de violência sexual,
quando o agressor é um membro da famí-
lia e a família extensa não a acolhe. Ainda
assim, o acolhimento institucional é uma
medida excepcional, visto que possuem
outras medidas de proteção.

188 Fundação Demócrito Rocha | Universidade Aberta do Nordeste


FICA A Dica
EM FORTALEZA, O PROGRAMA
REDE AQUARELA
A Rede Aquarela é uma iniciativa
4.
Defesa e responsabilização
da cidade de Fortaleza no Os principais órgãos que atuam na de- comum que a Delegacia não consiga con-
enfrentamento à violência sexual fesa e responsabilização pela violência cluir as investigações no prazo determina-
contra crianças e adolescentes. sexual pertencem à Segurança Pública do pelo Código de Processo Penal. Nesses
Tem por objetivo promover e (Polícia Civil, Instituto Médico-Legal e casos, a delegacia pode pedir mais prazo
articular atividade de prevenção Polícia Militar) e ao Sistema de Justiça para o/a juiz/a competente.
à violência sexual de crianças e (Poder Judiciário, Ministério Público e Quando concluir as investigações, o/a
adolescentes, realizar mobilizações Defensoria Pública). delegado/a deve escrever um relatório
e atendimentos especializados, com O Conselho Tutelar integra o eixo De- minucioso e enviá-lo ao/à juiz/a compe-
acompanhamentos sistemáticos, fesa do Sistema de Garantia de Direitos, tente, que deve disponibilizar o inquéri-
para crianças e adolescentes mas, por ser a principal porta de entrada to para o Ministério Público para que o/a
vítimas de violência sexual e seus da denúncia e o elo entre a defesa e pro- promotor/a de justiça realize a denún-
respectivos familiares. moção, teve seu papel já destacado. cia para ter início, de fato, a ação penal
contra o autor da violência.
O Programa Rede aquarela foi criado
Uma novidade que a Lei nº 13.431/2017
em 2005, pela Fundação da Criança 4.1 INVESTIGAÇÃO POLICIAL trouxe, em seu art. 21, foi a possibilidade de
e da Família Cidadã – Funci. O eixo
o/a delegado/a requisitar as seguintes medi-
Disseminação é responsável por Em caso de flagrante delito, o autor da
das de proteção para o/a juiz/a competente:
realizar ações de prevenção por meio violência deve ser preso em flagrante.
de campanhas, oficinas e palestras Caso não haja flagrante, o inquérito poli- I. evitar o contato direto da criança
e articulação de redes locais. O eixo cial pode ser iniciado por iniciativa do/a ou do adolescente vítima ou teste-
atendimento DECECA se materializa delegado/a, após requerimento da auto- munha de violência com o suposto
na acolhida e na condução da tomada ridade judiciária, do Ministério Público, autor da violência;
de depoimento da criança vítima ou ou requerimento da própria pessoa ofen- II. solicitar o afastamento cautelar do
testemunha de violência na Delegacia dida ou seu representante legal. Também investigado da residência ou local
de Combate à Exploração de Crianças o Conselho Tutelar deve comunicar à au- de convivência, em se tratando de
e Adolescentes em Fortaleza. O eixo toridade policial a ocorrência de violência pessoa que tenha contato com a
Atendimento, na 12ª Vara da Infância sexual. Além disso, qualquer pessoa pode criança ou o adolescente;
e Juventude, realiza atendimentos às comunicar à autoridade policial a existên- III. requerer a prisão preventiva do in-
crianças e adolescentes e suas famílias cia de um crime, o que é conhecido como vestigado, quando houver suficien-
durante os procedimentos criminais registrar Boletim de Ocorrência (B.O.). tes indícios de ameaça à criança ou
e o eixo atendimento psicossocial é Se o investigado pela autoria da vio- adolescente vítima ou testemunha
responsável por realizar atendimento lência estiver preso em flagrante ou em de violência;
e acompanhamento psicossocial prisão preventiva, o inquérito policial
IV. solicitar aos órgãos socioassistenciais
especializado às vítimas e seus familiares deve durar 10 dias ou, se o investigado
a inclusão da vítima e de sua família
(Fórum DCA Ceará; RENAS, 2017). estiver solto, o inquérito deve terminar no
nos atendimentos a que têm direito;
máximo em 30 dias. No entanto, é muito

enfrentamento à violência sexual contra crianças e adolescentes 189


V. requerer a inclusão da criança ou 4.3 PROCESSOS NA VARA de saúde mental está preparada apenas
do adolescente em programa de para atender sujeitos que tenham desen-
proteção a vítimas ou testemunhas DE FAMÍLIA EM CASO volvido transtornos graves, ainda que de
ameaçadas; e maneira precária, já que os CAPS existen-
DE VIOLÊNCIA SEXUAL tes são poucos para a demanda. Naqueles
VI. representar ao Ministério Público
para que proponha ação cautelar INTRAFAMILIAR casos em que o sujeito precisa elaborar
de antecipação de prova, resguar- o sofrimento da violência sexual, não há
Em casos de violência sexual intrafamiliar,
dados os pressupostos legais e as política pública destinada à realização de
pode ser necessário dar entrada em ação
garantias previstas no art. 5º desta psicoterapia ou outras modalidades de
de guarda e alimentos para que o respon-
Lei, sempre que a demora possa atendimento psicológico. Algumas cida-
sável autor de violência perca a guarda da
causar prejuízo ao desenvolvimen- des tem um programa específico, mas a
criança ou adolescente e seja obrigado a
to da criança ou do adolescente. grande maioria de adolescentes têm sido
pagar pensão alimentícia para a criança
remetida para clínicas-escolas de universi-
ou adolescente. Caso condenado no pro-
dades, quando existentes.
4.2 PROCESSO CRIMINAL cesso criminal, o responsável autor de vio-
A Lei nº 13.431, de 04 de abril de 2017,
lência pode perder o poder familiar.
iniciou o debate acerca da necessidade do
Nesta fase, o/a juiz/a conduz o processo
DESAFIOS estabelecimento de protocolos e fluxos para
ouvindo o Ministério Público e a defesa
o atendimento de crianças e adolescentes
do acusado para declarar sua culpa ou a Apesar de haver uma proposta bem defi-
vítimas ou testemunhas de violência.
inocência e o tempo e modo de cumpri- nida de fluxograma para o atendimento
mento da pena. O/A juiz/a pode condenar de crianças e adolescentes em situação de Lei 13.431/Art. 11. “O depoimen-
o autor da violência a pagar uma multa violência sexual, são enormes os obstácu- to especial reger-se-á por pro-
no sentido de contribuir para a reparação los que as crianças e suas famílias enfren- tocolos e, sempre que possível,
dos danos causados pela violência. A víti- tam na busca por reparação de direitos. será realizado uma única vez,
ma pode ainda entrar com uma ação cí- Seja a falta de comunicação e articulação em sede de produção antecipa-
vel buscando que a justiça estabeleça um entre os órgãos, a falta de informações so- da de prova judicial, garantida a
valor a ser indenizado ou outro modo de bre seus direitos, a distância entre os equi- ampla defesa do investigado.”
reparação dos danos sofridos. pamentos, a insuficiência de profissionais Entende-se que a nova Lei pode con-
Uma crítica muito importante que se e de equipamentos, a falta de celeridade tribuir muito tanto para a esfera “proteti-
faz ao atual sistema penal é de que o cri- no processo criminal, o despreparo de va” quanto a “repressiva”, especialmente
me é considerado uma ofensa ao Estado e profissionais para acolher os sujeitos, a porque proporcionará, aos envolvidos, a
não a uma pessoa concreta, seus familia- discriminação sofrida por crianças e ado- necessidade de atuação conjunta a fim de
res e amigos. Como consequência disso, lescentes LGBTs e negros/as etc. padronizar procedimentos, especializar
a vítima e suas necessidades são pouco Uma grande e grave ausência é a falta equipamentos, qualificar profissionais e
consideradas no processo. Para buscar di- de atendimento psicológico para os sujei- otimizar sua atuação, evitando a ocorrên-
minuir os traumas e dificuldades adicio- tos que sofreram violência sexual. A rede cia da chamada “revitimização” e/ou da
nais que possam surgir da participação no “violência institucional”.
processo criminal, o Conselho Econômico O Brasil conta com uma política de Es-
e Social da ONU aprovou a Resolução nº tado desenhada no Plano Nacional de
20/2005 – “Diretrizes para. Justiça envol- Enfrentamento da Violência Sexual con-
vendo crianças vítimas ou testemunhas tra Crianças e Adolescentes, um guia que
de crimes” (2005) – determinando, entre deve orientar a ação da sociedade civil e do
outras medidas, o direito de ter sua parti- poder público para que consigamos cons-
cipação durante todo o processo apoiada truir, idoso/as, adultos/as, adolescentes e
por profissionais e o número de entrevis- crianças, uma sociedade onde os meninos
tas ser limitada, ser impedido o contato e meninas possam crescer livres de violên-
direto com o autor da violência, o proces- cia e discriminação. Precisamos de todas e
so ser o mais célere possível etc. todos comprometidos com essa missão!

190 Fundação Demócrito Rocha | Universidade Aberta do Nordeste


Referências
ABMP. (2010). Proteção integral de Comissão Intersetorial de Enfrentamento Terre des hommes. (2014). Um lugar
crianças e adolescentes. Em ABMP, à Violência Sexual contra Crianças e seguro para crianças e adolescentes:
Cadernos de fluxos operacionais Adolescentes. (2017). Parâmetros de Guia prático sobre como proteger crianças
sistêmicos. Brasília: ABMP. Escuta de Crianças e Adolescentes em e adolescentes de situação de violência no
Araújo, D. V. (2018). Atendimento ou Situação de Violência. Brasília: Ministério espaço institucional. Fortaleza: Terre des
Encaminhamento?: Experiências de dos Direitos Humanos. hommes Lausanne no Brasil.
formação e articulação a partir de um Conselho Econômico e Social da ONU. COMENTÁRIOS À LEI Nº 13.431/2017.
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e tratamento dos agravos resultantes Assistência Social. Tipificação Nacional
da violência sexual contra mulheres e de Serviços Socioassistenciais. Brasília:
adolescentes: norma técnica. Brasília: Ministério do Desenvolvimento Social e
Ministério da Saúde. Combate à Fome, 2013.

LEIS MENCIONADAS
Lei 9.890, de 13 de julho de 1990,
dispõe sobre o Estatuto da Criança e do
Adolescente e dá outras providências
Lei 13.431, de 4 de abril de 2017,
estabelece o sistema de garantia de
direitos da criança e do adolescente vítima
ou testemunha de violência e altera a Lei
nº 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto
da Criança e do Adolescente).
Anexo 01- Fluxo para Implementação
da Lei no 13.431/2017. Ministério
Público do Paraná. Acesso em 25 de
novembro de 2019.
http://www.criminal.mppr.
mp.br/arquivos/File/Fluxograma_
implementacao_lei_13431_2017.pdf

sexual contra crianças e adolescentes 191


enfrentamento à violência sexu
DILLYANE RIBEIRO (autora)
É advogada, assessora jurídica do Centro de Defesa da Criança e do Adolescente (Cedeca/CE).
Possui mestrado em Estudos de Gênero junto à Escuela de Estudios de Género da Universidad
Nacional de Colombia.´

NEYLA PRISCILLA CASTRO (autora)


É graduada em Assistência Social pela Unifametro e pós-graduanda em Direitos Sociais, Políti-
cas Públicas e Serviço Social. Atua no Cedeca/CE e no Centro de Referência Especializado para
População em Situação de Rua (Centro POP).

RAFAEL LIMAVERDE (ilustrador)


É ilustrador, chargista e cartunista (premiado internacionalmente) e xilogravurista. Formado
em Artes Visuais pelo Instituto Federal de Educação, Ciências e Tecnologia do Ceará (IFCE).
Escreve e possui livros ilustrados nas principais editoras do Ceará e em editoras paulistas.

Este fascículo é parte integrante do Programa de Combate à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, em decorrência do Termo de Fomento celebrado entre a Fundação
Demócrito Rocha e a Câmara Municipal de Fortaleza, sob o nº 001/2019.

Todos os direitos desta edição reservados à: EXPEDIENTE: FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA João Dummar Neto Presidente André Avelino de Azevedo
Diretor Administrativo-Financeiro Raymundo Netto Gerente Editorial e de Projetos Emanuela Fernandes e
Fundação Demócrito Rocha Aurelino Freitas Analistas de Projetos UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE Viviane Pereira Gerente
Av. Aguanambi, 282/A - Joaquim Távora Pedagógica Marisa Ferreira Coordenadora de Cursos Joel Bruno Designer Instrucional CURSO ENFRENTAMENTO
Cep 60.055-402 - Fortaleza-Ceará À VIOLÊNCIA CONTRA CRIANÇAS E ADOLESCENTES Valéria Xavier Concepção e Coordenadora Geral Leila Paiva
Tel.: (85) 3255.6037 - 3255.6148 - Fax (85) 3255.6271 Coordenadora de Conteúdo Amaurício Cortez Editor de Design e Projeto Gráfico Miqueias Mesquita
fdr.org.br Designer/Diagramador Rafael Limaverde Ilustrador Mayara Magalhães Revisora Beth Lopes Produtora
fundacao@fdr.org.br ISBN: 978-85-7529-936-4 (Coleção)
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