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Leitura diária
Introdução
A igreja se compõe de todos os que creem em Cristo e são salvos por ele, sejam
judeus ou gentios.
A pergunta sobre quem é o povo de Deus não é sem importância porque Jesus
veio para salvar o seu povo dos pecados deles (Mt 1.21). Ele afirmou que seu
povo era constituído daqueles que o Pai lhe dera e sua missão era não perder
nenhum deles (Jo 6.37-39). Mais adiante, referindo-se aos discípulos, afirmou ter
cumprido essa missão e intercedeu para que eles e todos os que viessem a crer
fossem guardados pelo Pai (Jo 17.6,9,12,15,20). Assim, tão importante quanto a
discussão sobre o verdadeiro Israel é a discussão sobre quem é o povo de Jesus.
Jesus, em seu ministério, deu mais atenção aos judeus, visto que conduzir os
filhos de Abraão de volta à obediência a Deus era a missão do Filho de Davi.
Multidões seguiam a Jesus (Mt 4.25); muitos buscavam não somente ser
curados, mas também ouvir os seus ensinamentos (Mc 10.1; 12.37; Lc 5.15).
Mateus registra que as multidões ficavam maravilhadas com o ensino dele,
revestido de autoridade, diferente dos escribas (Mt 7.28-29; 22.33). Em
Jerusalém, Jesus foi recebido por uma multidão que o saudava como filho de
Davi (Mt 21.8-11). A aceitação de Jesus era tal que, certa vez, os fariseus se
viram de mãos atadas (Jo 12.19). Temiam a reação do povo, por isso prenderam
Jesus de noite e o julgaram rapidamente. Lucas registra que enquanto Jesus
se dirigia para a cruz, numerosa multidão o seguia e mulheres de Jerusalém se
lamentavam e choravam (Lc 23.27).
Paulo também registra que enfrentou muita resistência dos judeus em suas
viagens missionárias, especialmente quando viam que o evangelho também
estava sendo oferecido aos gentios (At 13.42-46). Em Romanos 9, Paulo fala de
sua tristeza pela resistência dos judeus ao evangelho e discute as implicações
teológicas dessa rejeição. Ali afirma que a promessa do Senhor foi dirigida não
a todos do povo, mas a um remanescente de Israel (Rm 9.27-29). No capítulo 11,
ele afirma que de modo nenhum Deus rejeitaria o seu povo, lembrando que ele
mesmo era da linhagem de Israel (Rm 11.1). Observou que os dons e a vocação
de Deus são irrevogáveis e que os judeus receberão misericórdia do mesmo
modo que os gentios a receberam (Rm 11.29,31).
Esse quadro confirma aquilo que profetizou Isaías. Enquanto o povo rebelde
rejeitava a Palavra de Deus, o Senhor seria achado por aqueles que não o
buscavam. Somente um remanescente de Israel seria salvo (Is 65.1-10; 6.13).
Além disso, a verdadeira circuncisão é gerada pela fé (Rm 4.9-13). Paulo mostra
que a aliança foi estabelecida com Abraão antes da instituição da circuncisão.
Ele foi considerado justo quando creu na promessa de Deus (Gn 15.6) e não
quando se circuncidou. A circuncisão foi um selo, uma confirmação da aliança.
Assim, a descendência de Abraão se constitui daqueles que creem nas
promessas da redenção. Judeus ou gentios são filhos de Abraão quando seguem
os seus passos na fé. Paulo escreveu aos gálatas: “… Abraão, … creu em Deus,
e isso lhe foi imputado para justiça. Sabei, pois, que os da fé é que são filhos de
Abraão” (Gl 3.6-7). Disso decorre que a verdadeira justiça é aquela instituída por
Deus e que provém da fé e atua pelo amor (Gl 5.5-6; Fp 3.9).
Por fim, Paulo registra que a verdadeira circuncisão é o ser nova criatura
(Gl 6.15). A obediência e a fé, características da verdadeira circuncisão, não
provêm da genética humana, nem do esforço dos homens. João escreve que
os que receberam a Jesus, receberam o poder de serem feitos filhos de Deus e
acrescenta: “os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem
da vontade do homem, mas de Deus” (Jo 1.12-13). Desse modo, ser povo de Deus
não se define pela genealogia, mas pelo nascer de novo. Para serem chamados
de Israel de Deus, tanto judeus quanto gentios precisam desse novo nascimento
que vem do alto. Por isso, Paulo afirma: “… nós é que somos a circuncisão,
nós que adoramos a Deus no Espírito, e nos gloriamos em Cristo Jesus, e não
confiamos na carne” (Fp 3.3). Após afirmar que a salvação vinha dos judeus,
Jesus observou que uma grande mudança estava acontecendo. Havia chegado
a hora em que o Pai seria adorado em espírito e em verdade. São esses os que o
Pai busca para serem seus adoradores (Jo 4.23).
Conclusão
CONEGERO, Daniel. Por que os judeus não se davam com os samaritanos. 2019.
Disponível em: <https://estiloadoracao.com/por-que-os-judeus-nao-se-davam-
com-os-samaritanos/>. Acesso em: 15 fev. 2020.
DUTRA, Silvio. Como Todo o Israel Será Salvo?. 2013. Disponível em: <https://
estudos.gospelmais.com.br/israel-sera-salvo.html>. Acesso em: 20 mar. 2020.