Você está na página 1de 8

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

FACULDADE DE FILOSOFIA, LETRAS E


CIÊNCIAS HUMANAS

TRABALHO INTRODUÇÃO AO JUDAÍSMO


Profª: Dra. Marta Francisca Topel

Nome: Manoela M. Barbara Ferreira


Nº USP: 7193670
Horário: Noturno
1 – Descreva e analise as singularidades da identidade judaica pré-emancipação e da
identidade judaica moderna.

Ao longo de sua existência os judeus viveram a maior parte dispersos, após a


destruição do primeiro templo viveram na diáspora, retornando anos depois e obrigados ao
exilio novamente se estabelecendo em um território somente após a criação do Estado de
Israel.
Durante esta dispersão viveram em diversos locais do globo, como uma minoria
perseguida, principalmente após a expansão do Cristianismo.
A rejeição sofrida provocou no grupo uma forte identidade, reforçada através da
prática de rituais, comemoração de datas, rezas, costumes e tradições próprias. A
marginalização também foi admitida em favor de uma missão deste povo na Terra, ou seja,
todo o sofrimento era justificado, pois eram o povo escolhido.
Judeus não somente aceitaram sua condição como criaram um forte elo que os
conectava, ainda que espalhados pelo mundo, assim formaram um grupo distinto que também
os afastava da sociedade maior.
O quadro de minoria que vivia à margem, só mudou após a revolução francesa, mais
precisamente no congresso de Berlim, quando os estados da Europa Ocidental e Central
concederam aos judeus os direitos de cidadania, fazendo com que fossem reconhecidos como
iguais aos demais.
Com a emancipação politica, houve um período de “certa” tolerância em relação à
comunidade judaica, com o fim das perseguições, puderam inclusive se dedicar a outros
ramos da economia, ter certa mobilidade social, saindo assim do chamado “gueto”, como
explana Neusner:
“Antes o judeus formavam não somente uma religião, mas uma corporação,
especializando-se em certas ocupações – por exemplo, na Europa Oriental, transações
empresariais, artesanato e comércio” (p. 249).
Decorrente a estas mudanças houve não somente integração dos judeus na economia
de seus países, mas também a assimilação às nações as quais pertenciam. Agora os judeus
podiam e queriam participar não só como israelitas do Israel eterno, mas também como
cidadão da nação a qual se incorporaram.
Consequentemente a vigente visão do judaísmo sofreu variações, agora havia o desejo
de separar o sagrado do secular, colocando-o cada vez mais em sua categoria de “somente
religião”.
A narrativa fundadora e herdada permaneceu intacta e ainda era a base do judaísmo,
mas o velho modo de conceber a história não deixava espaço para o secular, sendo assim o
judaísmo se transformou em um conceito modular, onde a cada um podia adquirir sua
consciência particular do que era judaísmo.
Ou seja, as bases do judaísmo rabínico já não serviam para comportar a pluralidade
que se apresentava na modernidade, e a grande maioria de judeus buscava uma maneira de
construir para si uma identidade, onde houvesse uma versão própria de judaísmo, assim o
judaísmo rabínico deu lugar aos diversos judaísmos.
Dentre algumas destas novas visões do judaísmo, emergiram no século XIX e
floresceram no XX o judaísmo reformista, e como resposta a ele o judaísmo Ortodoxo e um
meio termo entre os dois, que era o judaísmo conservador.
O judaísmo ortodoxo se dividiu em integracionista e auto-segregacionistas, ambos
defendem a autoridade da Torá, mas se diferenciam principalmente em questões da integração
na vida secular.
O primeiro defende a integração dos judeus na vida nacional dos países onde nasceram
incluindo ainda o ensino secular e pregando que uma parte da vida de Israel na qual a Torá
não faz menção pode ser secular.
O segundo por sua vez, defende a segregação dos judeus dos outros povos dos países
onde habitam inclusive do Estado de Israel, pois consideram que o sionismo é um ideal que
busca uma base territorial e um Estado, e isto os tornariam iguais aos outros povos, também
negam o ensino secular nos colégios.
Outra corrente vigente foi o judaísmo reformista, que queria se aproximar ainda mais
de seus concidadãos, assim dentre algumas mudanças, é possível destacar à negação da
validade eterna de qualquer versão da Torá, a leitura dos textos em língua vernácula em vez
do hebraico e a adoção da politica e cultura dos países onde viviam, preservando somente as
diferenças de caráter religioso.
Tanto a ortodoxia integracionista quanto os reformistas desejavam separar o sagrado
do secular e intencionavam mudanças, porém a Ortodoxia considerava o judaísmo liberal
muito radical.
Entre o judaísmo liberal e Ortodoxo estava o judaísmo conservador, que procurava
manter as regras do estilo de vida, mas ignorando o sentido de tais práticas. Ele foi muito
popular, mas somente no inicio, pois sofreu com a constante perda de seus membros mais
tradicionais para a Ortodoxia e dos mais liberais para a Reforma.
Com a ascensão dos nazistas na Alemanha, este quadro otimista e todo efervescer de
ideias deu uma guinada, principalmente a partir do século XX, com a tragédia do Holocausto.
O judaísmo reformista, considerado o mais liberal dentre eles, inclusive reviu sua
visão otimista da humanidade e adotou algumas práticas da tradição rabínica que havia
abandonado.
De certa forma o Holocausto levou os ideais do judaísmo moderno a um retrocesso,
pois para muitos judeus houve a certeza de que ainda que seja possível manter alguns valores
iluministas da modernidade, estão sujeitos a qualquer momento a segregação e decorrente
perca de seus direitos, antes tidos como legítimos.
Finalmente a criação do Estado Israel e a colheita do exilados representou o fim da
dispersão e insegurança que rondava a vida de todo judeu, ainda que muitos não tenham
retornado à Israel, hoje eles têm certa garantia de segurança.
Como consequência de todo o processo histórico judaico, hoje temos um judaísmo
pós-moderno, que se caracteriza ainda pelo caráter modular, e por múltiplas identidades que
se constroem através da história e da memória, mas que é concebido de uma nova maneira
como explana Sorj:
“(...) no mundo pós moderno o judaísmo perde igualmente seu caráter de conjunto
diferenciado como no judaísmo rabínico, e de discurso ideológico doutrinário como no
judaísmo moderno, para transformar-se numa experiência fragmentada, vivida com mais ou
menos intensidade em momentos circunstanciais, geralmente através de ritos que procuram
dar sentido a situações existenciais particulares.” (p. 9, SORJ, B.)

2 – Escolha uma sub-unidade étnica judaica e explique as suas características.

O surgimento dos Judeus Etíopes ainda é incerto, dentre lendas acredita-se que eles
faziam parte de uma das dez tribos perdidas, seus ancestrais remontam ao rei Salomão e à
rainha Sabá, que teriam gerado o primeiro rei etíope.
Na história judaica não encontramos relatos sobre estes judeus, tampouco na Bíblia
(pentateuco) ou Tamuld.
Dentre algumas especulações a respeito do surgimento da comunidade de judeus
etíopes, encontramos as seguintes: “seriam originários de um grupo da população local que
em determinado momento histórico, talvez tão cedo quanto quinhentos anos atrás, a partir da
leitura do texto bíblico, construiu uma identidade religiosa própria”; há ainda os que
argumentam em favor da “origem endogênica, a partir da emigração de judeus para região“ e
“outra hipótese é a da existência de alguma relação entre os judeus etíopes e a colônia judaica
na ilha de Yeb, o extremo sul do Egito” (CARVALHO, F. M.)
Dentre relatos temos a obra etíope, chamada “As gloriosas Vitórias de Amda Seyon”,
datada do século XIV, primeira narração à respeito de judeus etíopes, e depois até o século
XVII relatos diversos de ações militares contra estes judeus.
Após a imposição do cristianismo, eles passam a viver cada vez mais a margem da
sociedade e sofrem diversas restrições, como a perca da posse de terra e a proibição das
práticas religiosas. Neste período muitos são mortos ou vendidos como escravos, também
passam a ser chamados de “falashas”, uma maneira depreciativa cujo significado provável é
“estrangeiro ou estranhos”.
No século XV, um rabi chamado Ovadia de Bertinoro, em carta a Jerusalém relata a
existência de judeus etíopes no Egiot. E posterior a ele o rabi David Ben Zimra alega ter um
escravo etíope no Egito que é judeu, e ainda afirma que os mesmos descendem da tribo de
Dan e devem ser considerados como judeus legítimos.
Porém somente em 1908 rabinos de diversas comunidades foram a favor da
autenticidade desses judeus.
Em diversos aspectos este judaísmo difere muito do praticado pelos “judeus
legítimos”, pois os etíopes desconhecem a língua Hebraica e o Talmud e seu livro sagrado é o
Orit, compilado no século XIV por um cristão, além de crer também no pentateuco.
Algumas práticas e comemorações religiosas coincidem com a tradição judaica, ainda
que tenham um calendário religioso diferente. Sendo que no feriado mais importante para os
judeus etíopes há uma peregrinação e uma cerimônia que inclui rezas pelo retorno a
Jerusalém.
Dentre estas práticas, podemos perceber similitudes com o judaísmo rabínico, ainda
que alguns costumes já tenham caído em desuso dentre as mitzvot. As maiores semelhanças
referem-se a circuncisão, a divisão das suas tribos em doze, aspersão de sangue nos umbrais
da porta, casar com a mulher de seu irmão após a morte do mesmo, separação e purificação
após o parto, impureza durante a menstruação e celebração da lua nova.
Os resquícios do judaísmo na comunidade etíope se misturam com o cristianismo
vigente na região, fazendo com que esse povo tenha costumes particulares, que muitas vezes
se afastam do judaísmo tradicional.
Os judeus etíopes se auto denominam como Beta Israel e ao longo de sua existência
mantiveram sua fé e identidade lutando contra a fome, a seca e as guerras tribais.
Finalmente em 1973 foram reconhecidos como judeus pelo rabino Ovadia Yossef e no
ano seguinte, após o golpe militar muitos judeus etíopes migraram para Israel, através do
estabelecimento da Lei do Retorno. Para que isto fosse possível houve duas grandes
operações de resgate dos judeus etíopes chamadas Operação Moisés e Operação Salomão.
Apesar do reconhecimento, Israel colocou algumas imposições, como ritos de
passagem e estudo da Torá para atestarem seu “retorno” ao judaísmo.
Estas imposições ou “solicitações” causaram um conturbado embate entre a
comunidade etíope e o rabinato, agregando a isto o choque de culturas entre esta sociedade e a
sociedade maior que não os via como judeus “legítimos”.
Embate este, que até hoje perdura em Israel não somente pelo seu reconhecimento
pelo rabinato, como pelo reconhecimento pela sociedade maior.

3 – Elabore um paralelo entre a conversão ao judaísmo e o movimento de teshuvá.


Exemplifique.

A palavra teshuvá significa “retornar”, ou seja, retornar ao antigo, à natureza original


da pessoa. Sendo assim o movimento teshuvá é o movimento pelo qual ocorre a conversão de
judeus laicos à ortodoxia judaica.
Judeus laicos que podem pertencer as correntes liberais ou conservadoras, uma vez
que os conversos por estas instituições não são considerados pela Ortodoxia.
A não aceitação da conversão pela congregação antiga deve ser analisada pelo rabino,
cabendo à nova congregação a estipulação das regras cabíveis para validar a conversão de
acordo com as regras impostas pela congregação vigente. Ainda que uma nova conversão seja
necessária é importante ressaltar que “nada deva ser dito aos convertidos que os faça sentir
que nunca foram judeus” (SCHLESINGER, M. P. 88).
Tanto para judeus laicos, quanto para conversos o caminho a ser percorrido é muito
árduo e nem todos seguem até o final.
Tanto um Baalat teshuvá, quanto um novo converso são submetidos ao intensivo
estudo da Torá, bem como cumprimento das mitsvot. Ainda dependendo do caso devem
passar pelo tevilá (imersão ritual), e a milá (circuncisão).
Um individuo que foi criado em um lar judaico tradicional, ou ainda que recebeu
orientações durante a infância, pode passar pelo processo de maneira mais amena, já que está
habituado a observar a Torá e cumprir as mitsvot.
No entanto para aqueles que vem de outras religiões ou desconhecem a verdadeira raiz
do judaísmo, concebendo a religião como um monoteísmo ético, este processo tende a ser
mais penoso e gradual.
Uma diferença entre a conversão e o movimento teshuvá seria a que se refere à
desconfiança dos judeus quanto à sinceridade do guer (converso), pois os primeiros vem de
outra religião, enquanto o segundo se trata de alguém já habituado ao judaísmo, ainda que de
maneira difusa, sendo assim o temor da corrosão pela assimilação tende a ser menor.
Os indivíduos que compõem o movimento teshuvá, que cresceram dentro de um lar
judaico teoricamente, tem solidificada uma memória que foi construída em torno da
identificação com crenças, símbolos e práticas ao longo de sua vida, que criaram fronteiras
contendo a tendência à assimilação. Enquanto um converso que não veio de uma família
judaica ou não teve acesso a esses valores não tem onde buscar as memórias que darão
sentido ou confirmem as suas crenças.
Sem contar o isolamento para aquele que vai contra uma cultura, para aquele que
retorna e já possui um lar judaico o processo é muito mais fácil do que para aquele que
abandona tudo, família, amigos, para acercar-se da nova religião.
Esta é uma diferença significativa, mas não podemos deixar de levar em conta que
muitos Baalat teshuvá, vem de famílias conservadoras ou liberais e também sofrem com o
mesmo isolamento, já que ocorre um choque de valores entre as diversas correntes judaicas.
Para muitos familiares daqueles que buscam a ortodoxia isto representa afastar-se da família
devido às diversas regras impostas, regras mais restritas do que as outras correntes judaicas.
Um dos primeiros conflitos pelos quais passam o Baalat teshuvá e os novos conversos
se refere às leis alimentícias, a guardar o sábado e ao estudo intensivo, que muitas vezes os
afastam do convívio familiar e dos amigos e pode representar para alguns familiares como
algo demasiado radical, como podemos perceber nos depoimentos abaixo, de duas mães:

“No primeiro momento, como a minha filha tinha problemas de se inserir num marco e ter
amigos, eu pensei que talvez fosse bom para ela porque lá se sentiria acolhida. Quer dizer,
no primeiro momento a minha reação foi até de alívio, pelo menos é judaísmo, ela não foi
parar com o bispo Macedo. Porém, isso é ser fanático, e isso eu estou falando hoje. Isso não
é judaísmo, parece a religião islâmica, fundamentalismo: que a Torá diz tudo, que a Torá
resolve tudo, não é verdade!” (p 231, TOPEL, M.)

“Então, antes de sair, eu disse para ele que nós somos judeus, que nós não observamos a
religião mas que os pais do meu marido passaram a guerra em Auschwitz e em Buchewald, e
foram judeus e morreram por ser judeus, e ele me está dizendo que nós não somos judeus e
que eles que são os bons! Eu enfrentei esse rabino e disse: o judaísmo é amor e você está
tirando a alegria dos olhos do meu filho. O meu filho nunca mais sorriu, ele virou um chato...
Meu filho está obcecado, com o olhar enlouquecido, e eu estou levando ele para um
psiquiatra, para um dos melhores psiquiatras em crianças e adolescentes. É que eu pensei
que meu filho estava ficando maluco!” (p. 232, TOPEL, M.)

Estes depoimentos representam as dificuldades para colocar em pratica muitos


preceitos e costumes que futuramente deverão fazer parte de suas vidas independente de seus
relacionamentos atuais com familiares e amigos, com a profissão.
A fé para aqueles que passam pelo processo da ortodoxia se fundamenta em um
sistema complexo de atos e rituais religiosos, cuja obrigatoriedade reside exclusivamente na
aceitação da autoridade legislativa de Deus e das instâncias judaicas reconhecidas como seus
agentes legítimos e a santidade é alcançada somente pela consecução das mitzvot
(mandamentos).
Para os rabinos um dos primeiros passos deste processo é dado através do O estudo da
Torá, para adquirir consciência do significado de seguir uma nova vida, baseada nas mitzvot.
Agregado a este aprendizado deve vir a orientação de pessoas experientes.
Alguns aprendizados só se tornam parte da vida do individuo com o tempo, pois se
tornam uma rotina, como por exemplo, as regras relativas ao shabat.
O processo de conversão e retorno se torna uma ruptura com a vida antiga e a
construção de um novo individuo. Às vezes o processo pode ser traumático devido ao
rompimento das relações sociais e algumas vezes devido à arrogância daqueles que estão
passando pelo processo e pensam que devido ao estudo e observação constante possuem
verdade não somente sobre si, mas também a respeito de como devem viver seus familiares.

4 – Quais mitos ou estereótipos sobre os judeus foram esclarecidos ao longo da


disciplina? Em que sentido ela o ajudou a desmistificar a imagem do judeu na sociedade
maior?

Um dois maiores mitos que se apresentavam antes de conhecer o judaísmo era


referente às diversas maneiras de conceber o judaísmo, ou os diversos judaísmos.
Uma das características que se apresentavam em minha mente era que o judaísmo era
um todo composto por um grupo uniforme, que seguia as mesmas regras e tinham as mesmas
crenças.
No geral esse grupo uniforme se apresentava como ortodoxos, com as características e
ideais que vejo que são em sua maioria ortodoxos.
Tudo era visto de uma maneia ingênua, onde diversos pensamentos e judeus de
diversas nações poderiam conviver concebendo somente uma forma de pensar o judaísmo.
Após algumas leituras outro aspecto que foi se desdobrando e se esclarecendo, era a
errônea ideia de que em Israel a maioria era judeu Ortodoxo, e que não havia espaço para
outro tipo de religião.
Outra questão bastante peculiar é a de haver diversas línguas faladas pelos judeus de
acordo com o território em que residem, línguas construídas no cotidiano, como por exemplo,
o ídiche e o ladino.
Em uma de minhas leituras, um aspecto que me chamou muito atenção é o relato que
consta no capitulo três da obra “A Ortodoxia judaica e seus descontentes”, onde um judeu se
define “secular e ateu e diz não se importar com o fato de ser judeu.” (p. 104, TOPEL, M. F.)
Penso a respeito da auto definição deste individuo e não sei se compreendo o interlocutor com
sua vida dupla.
Quanto mais leio a respeito do judaísmo, mais questões se levantam, quando penso
que compreendi algo, me parece que estou construindo definições.
Hoje tenho uma visão mais ampla a respeito do judaísmo e dos judeus, mas ainda é
apenas uma pontinha do iceberg.
O que mais me fez apreciar o judaísmo é o seu ideal de união, que faz com que a
comunidade esteja fortalecida. A importância dada à educação, ao estudo e também a
preservação da memória. A intensa busca por respostas ou por novas perguntas.

Você também pode gostar