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Agostinho Gaita

Amade Mussage

Fred Eusébio Massicano

Gracinda de Fátima Muissicoja

Loureço Alberto Vinha

Pedro Augusto Francisco

Licenciatura em Ensino de Física com Habilidades há Matemática

As correntes Teóricas da Antropologia

Universidade Pedagógica

Nampula

2017
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Agostinho Gaita

Amade Mussage

Fred Eusébio Massicano

Gracinda de Fátima Muissicoja

Loureço Alberto Vinha

Pedro Augusto Francisco

As correntes Teóricas da Antropologia

Trabalho de caracter avaliativo, do


curso de física 2° ano, 2° semestre,
da cadeira de Antropologia
Cultural de Moçambique. Há ser
entre a docente: Zaneide Nalla

Universidade Pedagógica

Nampula

2017
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Índice
1. Introdução

2. As correntes Antropológicas ........................................................................................... 5

2.1. Corrente Evolucionista ................................................................................................ 5

2.1.1. Traços Importantes .................................................................................................. 6

2.1.2. Características do evolucionismo ............................................................................. 7

2.2. Corrente Difusionista .................................................................................................. 7

2.3. Funcionalismo ............................................................................................................. 8

2.3.1. O funcionalismo de Malinowski............................................................................... 9

2.3.2. Pressupostos e Fundamentos da Teoria Malinowski ................................................. 9

2.3.3. O funcionalismo de Radcliffe- Brown .................................................................... 10

2.4. Corrente estruturalista ............................................................................................... 10

2.4.1. Algumas semelhanças entre o funcionalismo e o estruturalismo. ............................ 11

2.5. Culturalismo .............................................................................................................. 11

2.5.1. O culturalismo norte-americano ............................................................................. 11

3. Outras Correntes ........................................................................................................... 12

3.1. Corrente Sociológica Francesa .................................................................................. 12

3.2.1. Abolição da família ................................................................................................ 13

4. Paradigmas Emergentes na Antropologia ...................................................................... 14

4.1. Pós-modernismo ou crítica ........................................................................................ 14

4.2. Interpretativismo ....................................................................................................... 15

5. Relação das Correntes Antropológicas com a Realidade Moçambicana ......................... 15

6. Conclusão ..................................................................................................................... 16

7. Bibliografia ................................................................................................................... 17
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1. Introdução

A Antropologia evoluiu à luz de várias correntes ou escolas de pensamento, designadamente a


escola evolucionista, a difusionista, a funcionalista e a estruturalista, procurando fazer uma
análise duma forma breve acerca das correntes teóricas da antropologia e outras correntes.
Estas correntes antropológicas tem-se colocado no campo da antropologia como um modelo
de inteligibilidade, para o qual a categoria de tempo. Pode-se afirmar que a antropologia
conquistou seu lugar entre as ciências, primeiramente, foi considerada como a história natural
e física o homem e do seu processo evolutivo, no espaço e no tempo, e por um lado essa
conceção vinha satisfazer o significado literal da palavra, por outro restringia o seu campo de
estudo as características do homem físico.
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2. As correntes Antropológicas
O surgimento da Antropologia aconteceu devido a curiosidade do respeito de si mesmo,
independentemente do seu nível de desenvolvimento cultural. Surgiu na idade clássica, no
século V aC. Com a figura de Heródoto que é considerado o pai da antropologia, que
caracterizou minuciosamente as culturas circulantes. Os gregos foram os que mais reuniram
informações sobre povos diferente. (SUARÉZ)

Para Ubaldo Martínez Veiga (2008: 14), citado por Pereiro (p.66) “a primeira história da
antropologia é obra de Haddon em 1910, o que demonstra já uma antiga preocupação dos
antropólogos por construir a história da disciplina, uma forma de reforçar a identidade dela.

Na ordem de ideias acima pressupostas, queremos referenciar que, antropologia cultural


conheceu várias correntes de pensamento e metodologia até aos nossos dias, que acabaram
por influenciar profundamente e irreversivelmente outras ciências sociais e humanas. De entre
elas, destacam-se Evolucionismo, Difusionismo, Funcionalismo e Estruturalismo.

2.1. Corrente Evolucionista


O evolucionismo deriva do termo “evolução”. O evolucionismo surgiu com a emergência da
própria antropologia cultural no século XIX. O evolucionismo estabeleceu-se como corrente
da segunda metade do século XIX, apesar de ter as suas bases fundadas nos dois séculos
presentes, concretamente na ideia do progresso das civilizações, expressa por Condorcet e no
Iluminismo.

O iluminismo serviu de base ao crescimento posterior de todas as teorias evolucionistas por


um processo de associação. Se o homem era capaz de associar conhecimentos através de
métodos científicos, bem poderia também aumentar o grau de eficácia de suas aplicações”.

Há que se reconhecer que a antropologia cultural moderna, encarada em seu aspecto teórico, é
conservador: interessa se mais por aquilo que produza equilíbrio e integração na sociedade do
que pela confecção de escalas e etapas de progresso; embora a preocupação desses estudiosos
fosse estabelecer as linhas gerais desse progresso material acredita que voltando aos olhos do
passado teriam subsídios para determinar como a história da cultura humana se comportava.
O evolucionismo cultural foi, na verdade fruto de sua época. De certo modo se pode dizer que
o século XIX, uma época de certo medo à compreensão pelo caminho que tomaram os
avanços tecnológicos, principalmente nos países desenvolvidos.
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Esta teoria teve como Principais representantes: Edward B. Tylor (1832-1917),Lewis H.


Morgan (1818-1881) e James Frazer (1854-1941)

Por volta de 1830 alguns postulados e comentários sobre o evolucionismo antropológico:


surgiram na Europa. Eram algumas teorias, desvinculadas de condicionamentos míticos ou
religiosos, que tentavam explicar semelhanças e diferenças entre fenómenos socioculturais. O
fio condutor foi o conceito de evolução cuja ideia central era de que seria possível ordenar em
série as formas de vida natural de tal modo que se infere intuitivamente ou passar de uma
forma de vida a outra. Podemos dizer que foi a partir deste ponto que a antropologia científica
deu seus passos iniciais, começando com o evolucionismo, portanto, a primeira das escolas
antropológicas.

2.1.1. Traços Importantes

 Naturalismo anticriacionista;
 Progresso indefinido;
 Seleção natural;
 A linha de evolução parte do simples e chega ao complexo; do homogéneo ao
heterogéneo;
 Utiliza o método comparativo.

A cultura humana é o produto de uma evolução natural, sujeita à leis que regem as faculdades
mentais do animal humano em seu estado social. De esta forma, a evolução da cultura poderia
ser objecto de estudo científico e tal foi seu objectivo. A metodologia de trabalho na
classificação e comparação de achados antropológicos. Com efeito, foi um pioneiro na
realização de trabalhos quantitativos de campo na etnologia.

Morgan estabelecia três etapas sucessivas e graduais:


 Selvagismo
Que por sua vez se dividia em inferior-médio (identificado pela pesca e o domínio do fogo) e
superior (com domínio de armas como o arco e a flecha).
 Barbárie
No nível inferior somente com o domínio da cerâmica e a domesticação; no nível médio com
a conquista da agricultura e o ferro no nível superior.
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 Civilização
Etapa correspondente aos povos que desenvolveram o alfabeto fonético e que possuíam
registos literários. Assim, Taylor defendia que existiam diferentes tipos de famílias que
evoluíam até chegar à família patriarcal em suas formas poligâmica e monogâmica.

2.1.2. Características do evolucionismo


 Vastidão do objeto;
 Factor tempo;
 Uso do método comparative;
 Principais temas e conceitos.

2.2. Corrente Difusionista


A antropologia difusionista veio em resposta ao evolucionismo e foi sua contemporânea. Foi
caracterizada pela anti-unilinearidade, ou seja, não admitia a recta constante e ascendente
cultural defendida pelos evolucionistas. Portanto, a cultura para o difusionismo era um
mosaico de traços sobrevindo de outras culturas precursoras com várias origens e histórias.
Teve início do sec XX: 1901 a 1911 ® fenómeno de difusão e dos contactos entre os povos.

No início deste século havia dois difusionistas radicais: Rivers (o primeiro a declarar guerra
contra o evolucionismo). W. Perry e Elliot Smith (difusionistas britânicos, discípulos de
Rivers). Explicavam as diferenças e semelhanças culturais apelando a convenientes
combinações de migrações, adições e mesclas. Smith desenvolveu a ideia de que todo o
inventário cultural do mundo se formou no Egipto. A ideia deles era que a difusão começou
em um só ponto no leste (Egipto), daí se irradiou para todo o mundo. A imagem associada ao
difusionismo é a de uma pequena pedra que quando jogada na água provoca deslocamentos
nesta em forma de ondas circulares, onde cada onda tem suas características e amplitudes.
Essas ideias foram derrubadas pelas comprovações arqueológicas de que no mundo antigo as
ideias originais em diferentes culturas eram mais frequentes do que hoje em dia.

O difusionismo foi importante no começo do século XX por ser uma teoria alternativa da
compreensão da diversidade cultural. A diversidade cultural era entendida como resultado da
difusão de alguns traços culturais vindos de um único centro. O Egipto seria o centro original
dessa difusão.
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Nos EUA, o pensamento difusionista culminou com a elaboração do conceito de áreas


culturais, unidades geográficas relativamente pequenas baseadas na distribuição contígua de
elementos culturais.

Na Europa a mesma tendência deu origem a noção de "círculos culturais", complexos de


partes culturais que tinham perdido o local geográfico original de seu início e se apresentavam
dispersos pelo mundo.

Assim privilegiava o entendimento a natureza da cultura, em termos de origem e extensão, de


uma sociedade a outra. O difusionismo acreditava que as diferenças e semelhanças culturais
eram consequência da tendência humana para imitar e a absorver traços culturais, ao contrário
do que pensavam os evolucionistas que acreditavam que a humanidade possui uma "unidade
psíquica". Origem do conceito de área cultural: teve sua origem nas exigências práticas da
investigação etnográfica americana. Foi elaborada como um instrumento para classificar e
representar cartograficamente os grupos tribais.

Franz Boas (1858-1942), nos EUA entre 1915-1930 defende uma corrente denominada
Histórica. Rejeitou o evolucionismo e defendeu essa visão histórica da cultura porque era a
única capaz de permitir compreender a situação e as características actuais de qualquer
sociedade. Na comparação das histórias culturais individuais do crescimento e que podem
surgir as leis gerais do desenvolvimento humano. Boas, se preocupa com a individualidade e a
diversidade das culturas. Pode-se dizer que foi um dos pais do funcionalismo, porque
considerava cada grupo cultural em sua totalidade. Com esse pensamento ele defendia que
“elementos distintos de diversas culturas passariam a estar inter-relacionados com o passar do
tempo”.

Em suma, seu legado permanece vivo, com relevância em vários segmentos antropológicos.
Pois a globalização se consolidou, e com ela todos os traços culturais existentes se inter-
relacionaram, produzindo um novo contexto cultural sem igual.

2.3. Funcionalismo

O funcionalismo é uma corrente fundada por Bronislaw Malinowski, a partir de 1914. Esta
corrente teve a sua maior influência entre 1930-1940. Querendo ultrapassar as tendências
dominantes na época (preocupações pela origem e pelos problemas das transformações
socioculturais), o funcionalismo tenta explicar o funcionamento de uma cultura num
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determinado momento. Os principais representantes desta corrente são: Bronislaw


Malinowski (1884-1943), Radcliffe-Brown (1881-1955). O ponto marcante foi caracterizado
ao estudo da antropologia como uma nova orientação. Tanto para o evolucionismo como os
difusionismo preocuparam-se com as origens, com os problemas das transformações
socioculturais. O funcionalismo não interessa explicar o presente pelo passado, interessava-
lhes explicar o passado pelo presente.

Outro ponto marcante desta teoria e a visão sistemática utilizada na análise da cultura. Outro
ponto a merecer realce nesta teoria foi o facto de ela ter-se apoiado de modo decisivo nas
pesquisas de campo. Foi Malinowski que desenvolveu este tipo de actuação dentro da
antropologia europeia, aliás foi ele quem fez a escola ao antropólogo. A corrente de
pensamento antropológico teve uma tradição quase secular. Alguns chegaram a falar de uma
explicação sociológica ao se referir ao funcionalismo na antropologia. Visando a uma melhor
compreensão desta escola nas suas duas orientações principais veremos em separação.

2.3.1. O funcionalismo de Malinowski


Mesmo reconhecendo as linhas gerais do pensamento de Malinowski a respeito de
funcionalismo já estivessem delineadas por ocasião da sua transferência, acreditamos que não
seja incorrecto dizer que seu pensamento apresenta certa continuidade no pensamento
antropológico inglês. Isto é valido, quando consideramos os andamentos em pressuposto da
teoria malinowskiana.

2.3.2. Pressupostos e Fundamentos da Teoria Malinowski


Ele não deu razão a nenhum, apontou a ambos, afastou-se de ambos no que diz respeito à
perspectiva cronológica, sua visão era sincrónica. Para ele a natureza humana é entendida
como “Expressão humana” pelo facto de que todos os homens têm de comer, respirar, dormir
e eliminar a matéria rejeitada por seus organismo onde quer que vivam e qualquer que seja o
tipo de civilização que pratiquem. Por natureza humana exprimimos o determinismo
biológico que impõe a toda a civilização e a todos os indivíduos a realização de funções
corporais. Em conclusão Malinowski considerou os seguintes axiomas:

a) A cultura - uma aparelhagem instrumental pela qual o homem é colocado numa


posição melhor para lidar com os seus problemas.
b) É um sistema de objecto, atitude no qual parte existe como meio para um fim.
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c) É uma integral na qual os vários são independentes.

2.3.3. O funcionalismo de Radcliffe- Brown

Ele obedece a uma linha de explicação sociológica, ao passo que o de Malinowski, sem
desprezar este aspecto, afirma-se também em uma explicação psicológica. Para ele está fora
de dúvida que os conceitos básicos da teoria são estrutura e função. Na sua explicação dos
termos estrutura e função ele apela para a analogia com o organismo vivo, mas salienta o
perigo que isso representa para aqueles que venham a esquecer.

Ele desprezou consideravelmente os aspectos de cultura material, fazendo mais antropologia


social do que antropologia cultural, ele reelegeu o conceito de cultura em benefício da
sociedade. Para este autor diz que “não há lugar para escolas nas ciências naturais, nem na
antropologia social que ele considera como um rumo dessas ciências”.

2.4. Corrente estruturalista


Apesar de ser integrado na escola funcionalista, Alfred R. Radcliffe-Brown, é um dos
mentores do estruturalismo. Ele define estrutura como a disposição ordenada das partes ou
elementos que compõem um todo. Num sentido lato, a estrutura associa sistemas, como o
parentesco, a religião, a política, mas num sentido restrito. Põem em relevo a rede relações
entre as posições sociais. É o sistema simbólico das relações constantes entre os factos. A
análise utilizada pelo estruturalismo apresta-se como uma análise sincrónica, sem considerar a
dialéctica que existe no desenrolar da história. Os principais representantes foram: Levi-
Strauss, Needham, Douglas, Turner e Dumont.

O estruturalismo busca superar algumas deficiências observadas em outras teorias e tem a


exigência de alcançar uma explicação da lógica das organizações sociais em sua dimensão
sincrónica, sem deixar de lado a dimensão diacrónica. A metodologia do estruturalismo se
deve particularmente à linguística, e desenvolve a noção de estrutura.

O teórico de Levi-Strauss enfatiza a estrutura mental que subjaz as instituições. Nesta linha de
pensamento, os fatos sociais poderiam ser compreendidos como processos de comunicação
definidos por regras, algumas delas conscientes (ainda que apenas superficialmente já que
podem estar ocultando aspectos da realidade) e outras em nível profundo do inconsciente. A
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análise estrutural não é uma esquematização superficial, mas a compreensão profunda da


realidade objectiva e, julga compreender a actividade inconsciente, observando cada
instituição ou cada fenómeno social em suas diferentes manifestações para descobrir as regras
ocultas. Nesta linha interpretativa, uma estrutura basta em si mesma e não necessita mais para
ser captada.

As críticas mais frequentes ao estruturalismo antropológico se concentram no uso selectivo


das fontes etnográficas secundárias e que na maioria das vezes a teoria é forçada e não se
ajusta à realidade empírica. Assim, a estrutura, segundo C. Levi-Strauss, é um tipo de
formação que se adapta a um conteúdo variado.

2.4.1. Algumas semelhanças entre o funcionalismo e o estruturalismo.


 Tanto o funcionalismo com o estruturalismo centram os seus estudos em aspectos da
cultura não-material (tabus, mitos, rituais, crenças, preceitos, etc.);
 Ambos defendem a ideia de que a sociedade e a cultura formam uma totalidade por
meio da qual se podem explicar as partes componentes (indivíduos, instituições,
grupos, costumes, etc.);
 Ambos advogam a possibilidade de explicações da cultura e da sociedade sem
necessidade de recurso da história.

2.5. Culturalismo

O culturalismo é um ramo da antropologia nascido nos Estados Unidos sob o impulso


principal de Ruth Benedict e Ralph Linton. O culturalismo tenta uma descrição da sociedade
sob a perspectiva combinada da antropologia e da psicanálise. O culturalismo constitui uma
dos ramos da sociologia que dominou a sociologia americana de 1930 até 1950. Emprestando
o conceito de cultura dos antropólogos, ele procura dar conta da integração social.

Com base na observação das sociedades arcaicas, os culturalistas destacam a influência


preponderante da cultura na personalidade dos indivíduos.

2.5.1. O culturalismo norte-americano


Por volta da década de 1920 alguns antropólogos americanos interessaram-se pela relação
entre a cultura e a personalidade. A teoria psicanalítica de Sigmund Freud (1856-1939) foi
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uma das influências fundamentais nesse movimento da antropologia cultural norte-americana,


que ficou para a história da antropologia como culturalismo ou, movimento de cultura-
personalidade.
Durante a Segunda Guerra Mundial, o modelo de Linton e Kardiner começou a ser aplicado a
sociedades “complexas”. Tratava-se de definir a personalidade base dos russos, japoneses e
outros. Por vezes a designação de personalidade base era trocada pelas de carácter nacional ou
personalidade modal. A maior parte dos chamados estudos de carácter (ou personalidade)
nacional atribuíam as diferenças “nacionais” às práticas de treino social usadas na infância.

3. Outras Correntes
Para além das correntes referidas acima existem outras correntes que se destacaram na
evolução da antropologia. Destas, destacamos:

3.1. Corrente Sociológica Francesa


Teve como Principais representantes:Émile Durkheim (1858-1917), Marcel Mauss (1852-
1950), Levy-Brhul (1857-1939), Ch. A. van Gennep (1873-1957). Durkheim, fundador da
escola sociológica francesa, assinalou de forma precisa a interdependência de todos os
fenómenos sociais, qualquer fato seria estudado tendo em conta os demais através de uma
visão totalizante. Com efeito, esta linha é um claro precedente do funcionalismo. Marcel
Mauss por sua vez, defendeu que “nenhuma disciplina humana poderia construir conceitos ou
classificações para interpretá-los isoladamente”, a consequência directa desta ideia seria a
rejeição ao método comparativo”.

3.2. Corrente Marxista


O marxismo cultural é o conjunto de ideias surgidas, de um desdobramento do marxismo,
como forma de subversão contra os valores ocidentais como a família, a religião, o género, a
raça e, inclusive, a arte e o bom gosto estético, que se abrigaram sob o eufemismo de Teoria
Crítica. Trata-se de una construção teórica cujo objectivo é a destruição da civilização e
cultura ocidental. O marxismo cultural começa formalmente com a fundação da neomarxista
Escola de Frankfurt, cujo principal instrumento de controlo social, cultural e político tem sido
o que se conhece como correcção política. Na Europa Ocidental e nos Estados Unidos não se
tem aplicado o modelo económico marxista. Entretanto, o marxismo cultural domina todos os
aspectos das sociedades democráticas ocidentais actuais.
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No início do século XX, era esperança entre os intelectuais marxistas que na próxima guerra
que iria se realizar-se entre os países da Europa, os proletários iriam se negar a lutar pelas
suas pátrias (pois não tinham pátria, segundo Marx), e se uniriam internacionalmente para
derrubar a "burguesia" em todos os países desenvolvidos e tomariam o poder político
implantando o socialismo. Rosa Luxemburgo foi a principal intelectual marxista a perseguir a
ideia de união dos proletários do mundo prevista por Marx.

Mesmo antes dos conflitos que se procederam anos depois, Marx tinha dado algumas dicas no
Manifesto Comunista, dentre ela, Marx escreveu:

3.2.1. Abolição da família


 Até os mais radicais ficam indignados diante desse desígnio infame dos
comunistas;
 Sobre que fundamento repousa a família actual, a família burguesa?;
 No capital, no ganho individual;
 A família, na sua plenitude, só existe para a burguesia, mas encontra seu
complemento na supressão forçada da família para o proletário e na prostituição
pública;
 A família burguesa desvanece-se naturalmente com o desvanecer de seu
complemento e uma e outra desaparecerão com o desaparecimento do capital.

Após estas teorias estabelecidas pelo Max, sucederam varias conclusões relacionadas a estes
teores. Desta feita surge o "marxismo cultural", que passou a actuar nas universidades e
escolas em geral, na média, no meio artístico, e produziu toda uma série de "lutas" no seio da
sociedade ocidental.

 Lukács forneceu as linhas gerais, a meta seria incutir nos trabalhadores a consciência
de classe;
 Gramsci inventou a revolução cultural, com o objectivo de mudar o senso comum da
humanidade;
 Os teóricos da Escola de Frankfurt, em especial Horkheimer, Adorno, Marcuse e
Habermas tiveram a ideia de misturar Marx e Freud e inventaram a "Teoria Crítica",
cuja intenção é criticar a cultura ocidental;
 Da França, o "marxismo cultural" recebeu a providencial colaboração do
“desconstrucionismo” de Jacques Derrida;
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 A desconstrução de um texto (ou de um fato histórico) permite que se elimine o seu


significado, substituindo-o por outro que se pretende;
 No Estados Unidos a lenta mas eficaz germinação do "politicamente correcto" foi a
contribuição americana ao marxismo cultural. Marcuse é considerado o precursor do
"politicamente correcto" nos Estados Unidos, com a ajuda de Adorno. Os dois fugiram
para o EUA ao início da segunda guerra mundial;
 "Faça amor, não faça a guerra" - disse Marcuse, e com isso colocou a sexualidade na
trama. Marcuse via um futuro adverso para a humanidade e foi ele que iniciou a "luta
de classes" entre sexos.

4. Paradigmas Emergentes na Antropologia


Na década de 80, o debate teórico na antropologia ganhou novas dimensões. Muitas críticas a
todas as escolas surgiram, questionando os métodos e as concepções antropológicas. No geral,
esse debate privilégios algumas ideias: a primeira delas é que a realidade é sempre
interpretada, ou seja, vista sob uma perspectiva subjectiva do autor, por tanto a antropologia
seria uma interpretação da interpretação. Esse novo paradigma da antropologia apresenta
quatro características básicas para sua compreensão: privilegia a discussão acerca do
antropológico, mediado pelos presentes no modelo das etnografias; politiza a relação
observador-observado na pesquisa antropológica, questionando a utilização do «poder» do
etnógrafo sobre o «nativo»; critica os paradigmas teóricos da «autoridade etnográfica» do
antropólogo e por ultimo, a etnografia passa a ser desenvolvida como uma representação
polifónica da polissemia cultural, (uma negociação com dialogo, uma expressão das trocas
entre multiplicidade de vozes, onde fique evidente o outro no texto etnográfico e seu
relacionamento com o antropólogo, além da própria voz deste ultimo).

4.1. Pós-modernismo ou crítica

Nos anos de 1980, autores como James Clifford, Georges Marcus, Michael Fischer, Richard
Price e Micheal Taussig desenvolveram a teoria da antropologia pós- moderna (critica). A
observação critica desses antropólogos centrava-se nos recursos retóricos presentes no modelo
textual das etnografias contemporâneas. Eles propõem uma mundana profunda na relação do
observador com o observado. Pedra de toque do estudo antropológico. Os autores propõem a
relativização da autoridade do antropólogo, e de seu discurso; eles politizam a relação do
antropólogo com a população observada.
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Essa escola considera a cultura como um processo polissémico (plural, múltiplo), com
diversas possibilidades de interpretação. Dessa forma, a etnografia é uma representação
polifónica- em varias direcções da polissemia cultural, instrumento da crítica cultural: a
cultura não tem compreensões únicas, unilaterais, unívocas e lineares.

4.2. Interpretativismo

No meado da década de 1960, o antropólogo norte- americano Clifford Geertz (1926-2006)


desenvolveu a teoria da antropologia interpretativa. Geertz problematiza o estudo
antropológico ao propor uma «leitura da leitura que os `nativos` fazem de suas próprias
culturas». Ele passa a discutir o papel político e ideológico da antropologia e de sua escrita
sobre os diversos povos.

O autor passa a estudar a cultura como hierarquia de significados (rede de significados tecida
pelos antropólogos) e a busca por uma descrição densa, intensa, do universo cultural os
povos.

5. Relação das Correntes Antropológicas com a Realidade Moçambicana


Olhando, a essência das correntes antropológicas descritas acima, e comparando com a
realidade do nosso país (Moçambique) em termos culturais, verifica-se que as teorias
evolucionistas e difusionistas possuem alguns aspectos relacionados com a realidade da
história da nossa cultura, e em parte, da realidade actual.

O evolucionismo tem relação com a cultura moçambicana, sob ponto de vista da evolução da
nossa sociedade visto, que antigamente a nossa sociedade primitiva vivia de uma própria
religião (crença), com a colonização portuguesa verificou-se um novo tempo fortificado pela
presença da igreja católica que influenciava na mudança da cultura do que era exótico aos
costumes da igreja católica, o das escolarização portuguesas, tendo em vista mudança cultural,
com a modernização depois o colonialismo surge a fase científica.
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6. Conclusão

As correntes da antropologia, vieram em virtude de responder certas questões referentes há


diversas manifestações culturas e da personalidade, variando de povo para povo. No decorrer
do trabalho foram citados diferentes pensadores das correntes antropológicas bem como das
outras correntes, tais como: Edward B. Taylor, Lewis H. Morgan, Elliot Smith, Franz Boas,
Bronislaw Malinowski, Karl H. Marx entre outros, na qual cada um deles defendia sobre
assua formulação (ideia). É de salientar que o evolucionismo parte do principio enunciado por
Charles Darwin de que o mundo vivo é o resultado de uma longa acumulação de mutações e
evoluções de espécies. Quanto ao difusionismo, dizer que o método difusionista tem sido
usado para investigar inovações, traçando rotas ate presumíveis pontos de partida, localizando
assim sua origem em culturas distintas e mapeando a história da sua difusão.

O trabalho foi satisfatório, tendo em vista as metas alcançadas pelo grupo, no que tange há
assimilação ativa dos conhecimentos refentes as principais correntes teóricas da antropologia.
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7. Bibliografia

BERNARDI, Bernardo; Introdução aos estudos etno – antropológica, Edição Gráfica de


Coimbra, 1ª edição, Lisboa-Portugal, 2007.

BOAS, Franz (1908) Anthropology, New York: Columbia University Press.

BOAS, Franz (1940) Race, Language and Culture, New York: Macmillan.

COPANS. J & TORNAY. S – Antropologia: ciencias das sociedades primitivas perspectiva


do homem, S/Ed. Lisboa, S/Editora, 1998.

Eriksen, Thomas H. & Nielsen, Finn S. História da Antropologia. Petrópolis, RJ, Ed.
INVALA, Adelino Zacarias ett all. Plano de estudo e apontamentos da antropologia cultural,
UP-Nampula, S/ed. S/edt. 2007

Melatti & F. Fernandes. Colecção Grandes Cientistas Sociais, São Paulo, Ática, 1978.
Melatti, Júlio Cezar. ‘Introdução’, In Radcliffe-Brown: Antropologia. Orgs. J.C 2-
MELLO, Luís Gonzaga. Antropologia Cultural, pgs. 220-277. Pp.7-35 Vozes, 2007.

RADCLIFFE-BROWN, Alfred R. (1931) “Social Organization of Australian Tribes” Oceania


Monograph, No. 1, Melbourne: Macmillan.

RADCLIFFE-BROWN, Alfred R. (1937) “Review of Naven: A Survey of the Problems

XAVIER, J. T. de Paula, Teorias Antropológicas, Curitiba: IESDE, Brasil S.A., 2009

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