Você está na página 1de 4

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO

CENTRO DE ESTUDOS SUPERIORES DE IMPERATRIZ


CURSO DE AGRONOMIA
VI SEMANA DE AGRONOMIA 2013
DE 18 A 22 DE NOVEMBRO DE 2013, IMPERATRIZ/MA
TEMA: OS DESAFIOS DA PRODUÇÃO VEGETAL PARA SUSTENTABILIDADE AGRÍCOLA

CARACTERIZAÇÃO MORFOLÓGICA DO SOLO NO LOTE JEOVÁ JIRÉ (22),


ASSENTAMENTO PIQUIÁ I, MARABÁ, PA

Sângela Cruz Morais1, Mayara Feitosa Oliveira1, David dos Reis Cunha da Silva Junior2, Marilia
de Souza Pantoja3, Gustavo Ferreira de Oliveira4, Andréa Hentz de Mello5.
1
Discentes do curso de Agronomia - UFPA/FCAM. E-mail: sangela.cruz@hotmail.com
2
Discente do curso de Agronomia - UFPA/FCAM, Bolsista UFPA-PIBEX. E-mail: davidareis.cunha@hotmail.com
3
Discente do curso de Agronomia - UFPA/FCAM, Bolsista UFPA-PIBIC. E-mail: mariliapantajo@hotmail.com
4
Discente do curso de Agronomia - UFPA/FCAM, Bolsista UFPA-SINDCERV. E-mail: gf.oliveira90@hotmail.com
5
Professora Dra em ciências do solo do curso de Agronomia - UFPA/FCAM. E-mail: andreahentz@ufpa.br

RESUMO: A morfologia do solo é muito importante para a sua caracterização, descrição e classificação
bem como para a avaliação da capacidade de uso da terra. Este trabalho de campo teve como objetivo
analisar as características morfológicas do solo no lote Jeová Jiré (lote 22), assim como observar a origem
da fertilidade dos solos e as mudanças com o uso da terra. O estudo foi realizado no Projeto de
Assentamento (P.A.) Piquiá I, situado no município de Marabá – PA. Para análise morfológica do solo,
foi efetuada a abertura de três trincheiras numa profundidade de 30 cm, sendo uma na parte baixa, uma na
parte média e a última na parte alta do cultivo de milho, a classificação do solo foi realizada a partir de
atributos como: cor, textura, estrutura e consistência. Os perfis de solo foram classificados como
Latossolo Vermelho Amarelo, com textura média argilosa, característica típica dos solos da região
sudeste do Pará.

Palavras chaves: fertilidade, quartzo e relevo

MORPHOLOGICAL CHARACTERIZATION OF SOIL IN LOT JEHOVAH JIREH (22),


LAYING PIQUIÁ I MARABÁ, PA

Abstract: The morphology of the soil is very important for the characterization, classification and
description as well as for assessing the ability of land use. This field work was to analyze the
morphological characteristics of the soil on the lot Jehovah Jireh (lot 22), as well as to observe the origin
of soil fertility and changes in land use. The study was conducted in Settlement Project (PA) Piquiá I,
located in the municipality of Maraba - PA. For morphological analysis of the soil, was made the opening
of three trenches at a depth of 30 cm, one at the bottom, one at the middle and at the high end of the last
cultivation of corn, soil classification was based attributes such as color, texture, structure and
consistency. The soil profiles were classified as Typic with medium textured loam, a typical characteristic
of soils of southeastern Pará.

Keywords: fertility, quartz and relief

Introdução
O solo é um componente fundamental do ecossistema terrestre, pois é o principal substrato
utilizado pelas plantas para o seu crescimento e disseminação. O solo fornece às raízes fatores de
crescimento como suporte, água, oxigênio e nutrientes (Lima et al., 2007).
Para fins práticos e imediatos e pela sua importância como fator de sobrevivência o homem passou
a classificar os solos como bons ou ruins para o cultivo de determinadas plantas (Lepsch, 2002). Assim,
conhecendo o tipo de solo, proporcionará ao agricultor obter melhores resultados no cultivo desejado.
No assentamento Piquiá I o uso da terra é bastante diversificado, sendo realizadas atividades que
variam desde a pecuária, piscicultura, pequenas criações, extrativismo, cultivo de espécies anuais e
perenes. Destas atividades, as que mais se destacam no lote em questão, são as de criação de pequeno
porte (aves e suínos) e o cultivo do milho realizada em áreas de relevo diferenciado, sendo este utilizado
para a alimentação das criações.
Este trabalho de campo teve como objetivo analisar as características morfológicas do solo no lote
Jeová Jiré (lote 22), assim como observar a origem da fertilidade dos solos e as mudanças com o uso da
terra.

Material e Métodos
O estudo foi realizado no Projeto de Assentamento (P.A.) Piquiá I lote Jeová Jiré (22) (Figura 1),
situado na cidade de Marabá - PA, distante a 35 km da sede deste município. O acesso ao assentamento se
dá pela rodovia PA 150, na direção do município Parauapebas e de Canaã dos Carajás, chegando a Vila
Sororó, trafega-se pela vicinal 3, via que dá acesso a maioria dos lotes rurais do P.A.
O relevo no assentamento é pouco variado, com predominância de 70% de suave-ondulado e em
30% de ondulado com pequenos declives as margens dos cursos d’água. Este último presente no lote 22,
cuja boa parte apresenta áreas com pedregosidade média, dificultando o cultivo de algumas espécies
agrícolas (Barreto, 2004).

Figura 1: Localização do lote Jeová Jiré, (22) P.A Piquiá, Marabá, PA.
Fonte: INCRA/SR-27, 2004.

Para análise morfológica do solo, foi efetuada a abertura de três trincheiras numa profundidade de
30 cm, sendo uma na parte baixa, uma na parte média e a última na parte alta do cultivo de milho,
buscando analisar se o fator relevo promove alguma diferença na estrutura do solo. A classificação do
solo foi realizada a partir de atributos como: cor, textura, estrutura e consistência.
Neste trabalho de campo, foi necessária a utilização dos seguintes materiais: “enxadão”, “enxó”,
trado holandês, fita métrica, manual de Lemos (1996), faca para a limpeza do perfil e água para a
realização dos testes de consistência analisando-o como seco, avaliando a tenacidade ou dureza do torrão
que é efetuado comprimindo o torrão seco entre o polegar e o indicador; úmido, observando a friabilidade
realizando o teste com o torrão aparentemente úmido tentando pressionar na mão; e o molhado este
caracterizando o solo pela sua plasticidade e pegajosidade através do teste com o torrão.

Resultados e Discussão
Conforme as características morfológicas do Assentamento Piquiá I, podemos identificar no lote
22 a presença de um Latossolo Vermelho Amarelo, tipos de solos predominantes na região do sudeste
paraense, constituindo assim um solo com textura média argilosa.
Foi percebida a ausência de horizonte A, tanto na primeira trincheira parte baixa do cultivo, como
na terceira trincheira (Tabela 1) parte alta do plantio de milho (Figura 2). Porém, esta camada se fez
presente na segunda trincheira, parte média do terreno (Tabela 1), devido estar próxima à área de
capoeirão onde há a decomposição de restos vegetais, formando húmus (Lepsch, 2002).
Tabela 1: Análise morfológica do solo nas trincheiras 1, 2 e 3, lote Jeová Jiré (22).
Trincheira1 Cor Textura Estrutura Consistência
Horiz. Tipo Classe Grau Seca Úmida Molhada
B Vermelho Média Ligeiramente
(0-30 cm) Amarelo Extremamente
Esferoidal Grumosa Forte Muito duro pegajosa /
firme
Argilosa plástico
Trincheira2 Cor Textura Estrutura Consistência
Horiz. Tipo Classe Grau Seca Úmida Molhada
A Cinza Média Ligeiramente
(0-5 cm) Amarelado Ligeiramente Extremamente
Esferoidal Grumosa Moderada pegajosa /
dura firme
Argilosa plástico
B Amarelo Média Ligeiramente
(5-30 cm) Ligeiramente Extremamente
Esferoidal Grumosa Forte pegajosa /
dura firme
Argilosa plástico
Trincheira3 Cor Textura Estrutura Consistência
Horiz. Tipo Classe Grau Seca Úmida Molhada
B Vermelho Média Ligeiramente
(0-30 cm) Amarelo Extremamente
Esferoidal Grumosa Forte Muito duro pegajosa /
firme
Argilosa plástico

Figura 2: a) Trincheira 1. b) Trincheira 2. c) Trincheira 3.


Fonte: Oliveira, 2013.

Os locais onde foram realizadas as análises morfológicas tem grande predominância de


cascalhos (piçarra), que são compostos por seixos de quartzo cimentados por óxidos de ferro,
responsáveis pelas cores avermelhadas (Figura 3) o que impossibilitou o aprofundamento da trincheira
em determinadas áreas. Tais minerais apresentaram-se mais perceptíveis principalmente na parcela do
cultivo que já estava em seu segundo ciclo de plantio, localizado na parte mais alta do terreno. Os
Latossolos são caracterizados como solos velhos, profundos e altamente intemperizados, apresentam-se
com aptidão agrícola para diversas culturas sendo sua maior limitação decorrente da baixa fertilidade
natural e forte acidez, fazendo-se necessário para a melhoria do solo e o melhor desenvolvimento da
cultura a realização de adubação e calagem. Estes solos são propícios à mecanização por se apresentarem
fisicamente bons, porosos de textura média e geralmente encontrados em relevo suave ondulado.
A B

Figura 3: a) Quartzos extraídos do solo. b) Cascalhos predominantes no solo.


Fonte: Oliveira, 2013.

Conclusões
Na área do lote 22 do Assentamento Piquiá I, os solos predominantes são os de textura média, com
presença de Latossolos Vermelho Amarelo e ausência de horizonte A, se fazendo presente apenas em
áreas próximas ao capoeirão e mata nativa. Na área do lote o uso da terra é efetuado conforme a
necessidade do agricultor, sendo o cultivo de milho realizado em parcelas de diferentes relevos.
Observou-se que em áreas de maior uso pelos agricultores, a quantidade de cascalhos era mais intensa,
tais áreas eram localizadas na parte mais alta do cultivo, apresentando-se solos pouco férteis.

Agradecimentos
Os autores agradecem a Universidade Federal do Pará, Faculdade de Ciências Agrárias de Marabá
e os Agricultores do Projeto de Assentamento Piquiá I pela realização do estagio de vivência
supervisionado.

Literatura citada
BARRETO, G. T. P.; MOREIRA, J.B.; TREVISO, J. M. F. P.; TREVISO, P. R. Plano de
Desenvolvimento Sustentável para o Projeto de Assentamento Piquiá, Município de Marabá,
Estado do Pará. Marabá, 2004. p. 78.

LEMOS, R. C.; SANTOS, R. D. Manual de descrição e coleta de solo no campo. Campinas, Sociedade
Brasileira de Ciência do Solo. 3ª ed. 1996, p. 84.

LEPSCH, I. F. Formação e Conservação dos Solos. São Paulo: Oficina e Textos, 2002. p.178.

LIMA, V. C; LIMA, M. R. de; MELO, V. de F. (Eds.) O solo no meio ambiente: abordagem para
professores do ensino fundamental e médio e alunos do ensino médio. Curitiba: Universidade Federal do
Paraná, Departamento de Solos e Engenharia Agrícola, 2007. p.130.

Você também pode gostar