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Descrição morfológica de perfil de solo no

campo

• No campo as descrições demonstradas devem


ser feitas em todos os horizontes expostos do
solo.
• Primeira coisa é escolher o local no qual esse perfil
vai ser descrito. Quando não tem como abrir uma
trincheira, pode aproveitar uma já aberta, ou
escolher um corte de estrada ou um barranco.
Mas o local não pode ter sofrido terraplanagem.
• O primeiro passo é fazer a limpeza da face que
vai descrever. Uma face que tenha boa
luminosidade. O ideal é achar uma trincheira de 1,5
a 2 m de profundidade. Uma das ferramentas • Esta linha pode ser quase horizontal e reta, sendo
utilizadas é uma pá reta/chata. Essa pá é utilizada a transição, chamada de plana.
para acertar a face e deixar mais reta. A medida • Pode ter ondulações mais largas que profundas,
que o material é exposto a cor do material muda, chamada de ondulada.
pois esse solo que está sendo exposto, não está • Pode possuir ondulações mais profundas que
sofrendo ação direta do ambiente. largas, chamadas de irregular.
• Primeiramente observa-se se há marcadores • E pode ser descontinua, quando há desconexão
para separação de horizontes ou camadas. entre partes dos horizontes ou camada.
Observa o ambiente, a litologia que se refere à • O grau de transição é a espessura da seção
rocha ou formação abaixo. O solo nem sempre é imaginária em que um horizonte ou camada passa
derivado dela. Pode ser derivado de depósito de um a outro.
acima dela. Ex.: alúvio e colúvio. Faz uma análise Seção
espetando o perfil para ver as diferenças de • Menor que 2,5 cm = abrupta
consistência.
• Entre 2,5 cm e 5 cm = clara
• Coloca-se uma fita no perfil, para medir os
• Entre 7,5 cm e 12,5 cm = gradual
horizontes (espessura e profundidade).
• Maior que 12,5 cm = difusa.
Primeiramente faz uma divisão dos horizontes.
Leva em consideração a consistência e as cores. Cor
Foram separados em 4 seções. Logo observa-se
Para avaliação da cor, utiliza-se a ‘’CARTA DE CORES
a profundidade e a espessura.
DE MUNSELL’’. Mais precisamente as propriedades
• Profundidade: de onde ele começa até onde ele
de cor desse livro são matriz, valor e croma.
termina.
• Espessura: diferença do limite inferior com o - Matriz: cor principal. Ex.: vermelho, amarelo, e seus
superior. intermediários, como vermelho-amarelo.
• Agora avalia a transição de um horizonte para o
- Valor: indica se a cor é mais próxima de branco ou
outro.
preto ou ‘’clareza’’.
- Croma: é a pureza da cor, cores com maiores
valores são mais vivas e valores menores mais
desbotados.
Análise em unidades estruturais
Unidades estruturais = agregados
• O torrão pode ser desfeito segundo os planos
preferenciais de agregação das partículas
primárias do solo, argila, silte e areia mais a matéria
orgânica.
• A avaliação é feita quanto ao tipo, tamanho e grau.

Textura

Note que a classe siltosa e classes correspondentes


no triângulo textural são omitidas do quadro,
provavelmente pela sua menor ocorrência nos solos
brasileiros
• Pegajosidade: A pegajosidade é avaliada
• Teste no solo seco: pega um agregado e aperta, apertando uma porção de solo molhado entre os
e observa-se a força que tem pra quebrar. dedos e avaliando a pegajosidade do material. A
• Teste de consistência úmida (friabilidade): pega pegajosidade se dá pelas forças de adesão entre
um agregado e olha com a pisseta até ele mudar as partículas de solo molhado e os dedos.
de cor, espera um pouco até a água entrar e • Diferença entre textura e pegajosidade: na
observa-se se ele é solto, friável, muito friável, ou textura se esfrega entre os dedos. Já na
duro. pegajosidade se aperta uma porção entre os
• Teste de consistência molhado: pega uma dedos.
espátula e vai trabalhando, a medida que vai • Plasticidade: A plasticidade é feita também com a
quebrando os agregados a água vai penetrando. amostra molhada e é feita avaliando-se a
• Os testes de campo de consistência são então capacidade do material de ser moldado e de
subdivididos segundo esta lógica, ou seja, manter a forma adquirida. Existem dois testes
consistência do solo seco, úmido e molhado, comuns de plasticidade, ambos envolvem moldar
sendo que a consistência do solo molhado se o solo em um cilindro. No primeiro tenta-se dobrar
subdivide em plasticidade e pegajosidade o cilindro e avalia-se a força aplicada e a
capacidade do cilindro de dobrar sem se romper.
Devido à dificuldade de se manipular o cilindro,
uma segunda versão existe, em que é avaliado o
diâmetro mínimo do cilindro moldado na palma da
mão.
• Na amostra em pó seco, pode ainda ser avaliada
a atração magnética utilizando-se um ímã. Basta
colocar o ímã sobre o solo seco pulverizado e
observar a quantidade de partículas que são
atraídas pelo ímã. Certos solos provenientes de • A1 (símbolo) 0-10 cm (profundidade); vermelho
rochas básicas e de alguns tipos de depósitos muito escuro (nome da cor) (10R 2/2, úmido) (cor
sedimentares podem apresentar elevada atração úmida pela Carta de Munsell), areia (textura) com
magnética causada pela presença de minerais matéria orgânica; grãos simples (estrutura – tipo)
magnéticos como a magnetita e a maghemita. e moderada (estrutura – grau) pequena a média
granular (estrutura – tamanho); muito friável
Descrição geral
(consistência úmida – friabilidade), não plástico
Um exemplo de uma descrição de perfil de solo com (consistência molhada – plasticidade) e não
as análises químicas e físicas de laboratório é pegajoso (consistência molhada – pegajosidade);
apresentado a seguir. O perfil original é derivado do transição plana (transição – forma) e abrupta
projeto Radam Brasil (DEPARTAMENTO NACIONAL (transição – grau).
DE PRODUÇÃO MINERAL, 1975) e foi reclassificado • E esta é a sequência que deve ser utilizada ao
segundo o sistema taxonômico vigente no Brasil reportar a descrição morfológica de um horizonte
(SANTOS et al., 2018). Note que cada um dos aspectos ou camada. Os termos em negrito são apenas
descritos a campo deve aparecer no laudo de para indicar cada análise e não devem aparecer
descrição morfológica. A forma de apresentar os na descrição. No laudo completo existem muitas
resultados é padronizada, e não cabe discussão sobre outras características da descrição e da análise do
os aspectos, a interpretação ficando por conta do ambiente que podem ser inclusas de acordo com
leitor. A descrição é subdividida em três partes: A – o solo descrito e o ambiente.
DESCRIÇÃO GERAL, B – DESCRIÇÃO
MORFOLÓGICA e C – ANÁLISES FÍSICAS E
QUÍMICAS, indicadas aqui por razões didáticas, uma
vez que os títulos das subdivisões não aparecem em
laudos. As análises químicas serão discutidas no
exemplo de classificação de solo utilizando o SiBCS
no Capítulo 12.

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