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Serviço Público Federal

Ministério da Educação
Fundação Universidade Federal do Acre
Centro Multidisciplinar - CMULTI
Engenharia Florestal – Gênese, Morfologia e Física do
Solo

RELATÓRIO DE GÊNESE, MORFOLOGIA E FÍSICA DO SOLO

Descrição Morfológica do Solo do horizonte BT1 do perfil N° 1

Discentes: Francisco Liedson Oliveira da Silva e Deivid Araújo de Carvalho


Docente: Edson Alves de Araújo

Relatório da aula prática de Gênese,


Morfologia e Física do Solo realizada
no dia 12/06/2023 no Centro Multidisciplinar
da Universidade Federal do acre

Cruzeiro do Sul
2023
1. INTRODUÇÃO

O estudo da morfologia do solo é de suma importância, uma vez que por meio dele
podemos examinar seus diversos aspectos morfológicos, visando à classificação do solo para
futuramente usufruir-mos dos conhecimentos os quais foram obtidos, em práticas agrícolas,
manejo de flora e estudos de gênese (Prado, 1991).
Além de sua relevância para a definição das características do solo, por meio do
estudo de sua morfologia podemos obter informações que poderão ser usadas como bases para
deduções de importância agrícola, por exemplo, como : permeabilidade, drenagem,
susceptibilidade à erosão, compactação e facilidade do trabalho de máquinas agrícolas, além
de possibilitar uma visão mais íntegra dos solos e suas peculiaridades (Batista, 2006).
O solo é um componente fundamental que compõe o ecossistema terrestre e fornece
nutrientes e água para as plantas que nele crescem e disseminam-se; o solo provê nutrientes
que são fundamentais para as nossas florestas e lavouras, filtra a água e ajuda a regular a
temperatura e as emissões dos gases de efeito estufa. Assim sendo, o objetivo da sua descrição
morfológica é descrever quais características o definem, qual sua importância para o meio
ambiente e entender por quais processos de intemperismo a rocha que o originou passou para
poder origina-lo.

2. OBJETIVOS

Estudar a morfologia do solo para entender como ele se formou, qual rocha o originou,
quais processos de intemperismo atuaram sobre ele, qual sua utilidade tanto para o meio
ambiente quanto para o mercado, quais nutrientes fazem parte da sua composição e
determinar suas principais características usando alguns ou todos nossos sentidos com auxílio
de alguns matérias para o estudo em específico.

3. MATERIAIS E MÉTODOS

Este trabalho foi realizado durante uma aula de campo da turma do 3º período do curso
de Bacharelado em Engenharia Florestal, na disciplina de gênese, morfologia e física do solo
no dia 12 do mês junho de 2023, na Universidade Federal do Acre (UFAC) no município de
Cruzeiro do Sul, bairro Canela Fina, coordenadas e código GPS: DATUM: WGS 84,
COORDENADAS UTM: X - 751929, Y - 9163966, Zona 18 M, Altitude 224. O local
apresenta uma vegetação rasteira e floresta secundária e não há indícios de má drenagem; a
área assemelha-se a uma capoeira e apresenta uma vegetação de baixa densidade.
A caracterização do solo fora feita em um perfil de 1 metro e 20 centímetros que já
havia sido preparado por outros alunos, e seus horizontes já haviam sido demarcadas por uma
de nossas colegas do curso (Figura 1). O perfil foi descrito onde se fez a marcação que
separa os horizontes. Meu colega e eu ficamos responsáveis pela descrição morfológica do
horizonte BT1, o qual se pode ver na (Figura 1)
Para obter os dados relativos à morfologia do solo utilizamos uma fita métrica para
determinar o tamanho dos horizontes, um faca ou canivete para retirar amostras, e em
destaque foi utilizado o tato para determinar a maior parte de suas características, como, por
exemplo, sua textura, estrutura e consistência.
Para a caracterização morfológica da cor do solo (matiz, valor e croma) utilizamos a
carta de cores de Munsell. Para definirmos a textura do solo presente no horizonte BT1, foi
retirada uma amostra dele, assim como dos demais horizontes (Figura 2), e usamos nossos
sentidos, em especial o tato para estimarmos uma porcentagem de areia, silte ou argila com
base na pirâmide que mostra as classes texturais do solo e valores dos limites entre as frações
granulométricas (figura 3).
Para determinar sua estrutura, incluindo tipo, tamanho e grau, seguimos as indicações
do livro Manual de descrição e coleta de solo no campo (Figura 4).
Para definir sua consistência, foi necessário por a mão na massa, ou no caso, nas
amostras do solo úmido e em seguida molhada. Não fizemos com o solo seco porque havia
chovido um dia antes e o solo ainda estava úmido. Com o solo úmido foi definida sua
consistência a partir de um procedimento que consistia em pegar uma amostra entre os dedos
e precionsa-la ou apalpa-la com a mão.
Com o solo molhado, fizemos testes para descobrirmos sua plasticidade e
pegajosidade. Para a plasticidade pegamos uma amostra e giramos entre as mãos até deixá-la
em formato cilíndrico comprido como um fio de macarrão, só que mais grosso, e em seguida
pegava-se cada uma de suas extremidades e as passava uma sobre a outra de forma a deixar
um espaço oval ou esférico entre elas (Figura 5). Para a pegajosidade, pegamos uma pequena
amostra e a pressionamos entre os dedos e depois separamos os dedos e vemos se a amostra
aderiu a algum deles; também podemos fazer esse experimento usando a mão inteira para
manusear a amostra e pressiona-la fechando e depois abrindo a mão e usar o sentido do tato
para sentir se a amostra era pegajosa ou não (figura 6).
Após a utilização dos métodos para determinar as características específicas de cada
horizonte, anotamos tudo em uma folha de descrição morfológica de perfil do solo (Figura
7).

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

Com base nas características morfológicas do solo encontradas, o solo apresentou uma
textura argilosa no Horizonte BT1 (Tabela 1).
A cor encontrada no horizonte BT1 (Figura 1) foi uma cor Vermelha amarelada,
característica de grande presença de óxidos de ferro como Hematita e Goethita.
A área onde se encontra a abertura do perfil, não apresenta indícios de má drenagem o
que facilita a infiltração de água e seu uso por parte das plantas; e apresenta uma vegetação
diversificada sendo rasteira e com árvores de porte médio.
As plantas também são fundamentais para a proteção do solo, de acordo com Biasoli,
(2008), pois as raízes ajudam a impedir a erosão do solo e suas folhas que caem e se
acumulam de forma a cobrir o solo também ajudam a evitar a erosão e ainda possibilitam que
a água das chuvas possa lentamente entrar no solo, e lá permanecer por mais tempo, ao
contrário da ausência de vegetação que favorece o processo de lixiviação, processo esse que
consiste na retirada de nutrientes do solo por diversos agentes naturais, especialmente a água.
Em sua composição, há mais de 45% de argila, o que significa que é um solo de textura
argilosa, o que atribuí ao solo maior plasticidade, isso explica a sua flexibilidade após ser
molhado com um pouco de água e moldado à mão (Figura 5). A textura argila confere
impermeabilidade ao material, o que ajuda a reter a água por mais tempo, o que é perfeito
para as florestas que residam sobre solos do tipo argiloso, pois as plantas poderão extrair água
em abundância por meio de suas raízes. A relação da floresta com o solo é uma relação mútua
onde ambos são beneficiados de forma auto sustentável, de acordo com Lima et al., (2007).
Sua estrutura é moderada apresentando blocos angulares e subangulares de tamanhos
pequenos, médios e grandes com grau moderado (Tabela 1).
A consistência do solo húmido do horizonte BT1 é friável. Com o solo molhado
obtemos sua plasticidade e pegajosidade fazendo experimentos práticos. Em relação à
plasticidade do solo molhado do horizonte BT1, obtemos plástica como resultado (Tabela 1);
já era esperado que fosse plástica, afinal isso se correlaciona com sua impermeabilidade que
ajuda a armazenar a água por mais tempo. Para a pegajosidade, o resultado foi pegajosa
(Tabela 1), também já era esperado, pois é um solo composto por grãos de argila e isso faz
com que sua estrutura seja mais interligada.

Tabela 1 - Características do perfil do solo nº 1, Ufac, Cruzeiro do Sul Ac


Horizonte Espessura Transição Cor Textura Estrutura Consistência
s
Tipo Tamanho Grau Seca Úmida Molhada

A 0-20 cm Clara Preto Franco- Granular Muito Forte X Friável Ligeiramen


amarronza Argilo- pequeno, te plástica
do (7,5 Arenoso pequeno, e
YR 4,4) médio e ligeirament
grande e pegajosa

BA 20- 40 cm Gradual Vermelho Franco Blocos Médio e Moderada X Firme e Ligeiramen


amarelado angulares grande friável te plástica
(5 YR 4,6) e
ligeirament
e pegajosa

BT1 40-60 cm Gradual Vermelho Argila Blocos Pequeno, Moderada X Firme e Plástica e
amarelad angulares médio e friável pegajosa
o (5 YR e grande
5,6) subangula
res

BT2 60-120 cm Difusa Vermelho Argila Blocos Muito Moderada, X Friável Plástica e
amarelado angulares pequeno, forte pegajosa
(5 YR 5,8) e pequeno,
subangular médio e
es grande

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A descrição morfológica do solo é importante pois por meio dela tomamos


conhecimento de alguns dos atributos físicos que o solo possui. Assim podemos ter uma
noção de como utilizar esse solo de uma forma sustentável sem agredir o meio ambiente.

6. REFERÊNCIAS
BATISTA, G.T, 2006. Estudo do comportamento Espectral das Principais Classes de Cobertura do Solo do Vale
do Paraíba e Relação com índice de área Foliar. Disponível em: http://www.agro.unitau.br
br:8080/dspace/bitstream/2315/45/1/Comport_Esp_IBIC. pdf >. Acesso em: 23 de Junho de 2023.

BIASOLI, C. A importância das florestas. 2008. Acesso em: http://www.cenedcursos.com.br/a-importancia-das-


florestas.html. Acesso: 23 de junho de 2023

LIMA, V. C.; LIMA, M. R.; MELO, V. F. (Eds.) O solo no meio ambiente: abordagem para professores do
ensino fundamental e médio e alunos do ensino médio. Curitiba: Universidade Federal do Paraná, Departamento
de Solos e Engenharia Agrícola, 2007. 130 p.

PRADO, H. Manejo dos Solos - aspectos pedológicos e suas implicações. Primeira. ed. São Paulo: Nobel, 1991.
116 p

7. APÊNDICE

Figura 1 - Perfil do solo e demarcação de horizontes, UFAC, Cruzeiro do Sul, Ac.


Figura 2 - Amostras de cada horizonte, UFAC, Cruzeiro do Sul, Ac.
Figura 3 - Classes texturais do solo e valores dos limites entre as frações granulométricas.
Figura 4 - tamanho dos blocos do horizonte BT1
Figura 5 - Teste de plasticidade e do solo do Horizontes BT1
Figura 6 - Teste de pegajosidade
Figura 7 - Descrição morfológica de perfil do solo

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