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nome
Sistemas de classificação
Mineralogia
Nampula
Julho de 2020
UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE
nome
Sistemas de classificação
Mineralogia
Nampula
Julho de 2020
Índice
Introdução..................................................................................................................................4
1 O solo..................................................................................................................................5
2 Definição de mineralogia....................................................................................................8
Conclusão.................................................................................................................................15
Bibliografia..............................................................................................................................16
Introdução
solo, material solto e macio encontrado na superfície da crosta terrestre, é muito
importante para a vida na terra. À medida que nos aproximamos das grandes cidades, os
indivíduos que lá habitam têm pouco ou nenhum contacto com os solos, o que os torna
insensíveis com relação à sua dependência directa a esse recurso natural, ou mesmo,
insensíveis quanto ao fato de que, sem os produtos deles advindos, a sobrevivência do
homem na terra seria muito difícil, se não impossível. Mesmo com os grandes avanços da
ciência nos mais diversos campos do conhecimento, o nosso grau de dependência com
relação aos solos irá aumentar no futuro, e não diminuir.
Eles continuarão a fornecer e suprir quase tudo o que comemos e vestimos, além de uma
grande percentagem de medicamentos, que podem ser derivados de plantas cultivadas ou que
crescem naturalmente sob determinados tipos de solos e de clima, bem como derivados de
alguns organismos que neles habitam. Também será crescente o fornecimento de energia
proveniente das plantas cultivadas que crescem no solo, uma vez que o suprimento de
petróleo é finito e irá diminuir sensivelmente no próximo século. Actualmente, esse fato já é
bastante evidente no Brasil, onde a cultura da cana-de-açúcar está em crescente expansão,
sobretudo na região sudeste, ocupando diferentes tipos de solos, a fim de produzir álcool
combustível, cada vez mais utilizado nos veículos nacionais em substituição aos derivados do
petróleo.
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1 O solo
O solo é um recurso natural renovável que, de uma forma simplificada, se pode definir
como a camada superficial da crosta terrestre, formada por partículas minerais de vários
tamanhos e composição química diversa e matéria orgânica em diferentes fases de
decomposição. As diferentes proporções destes componentes, o modo como se distribuem no
solo e a composição da rocha mãe determinam a sua natureza. É esta camada que serve de
suporte às plantas terrestres e dela depende toda a vida à superfície da terra. Forma-se
lentamente por processos biológicos, físicos e químicos, mas pode ser rapidamente
deteriorado ou destruído por fenómenos naturais ou por práticas incorrectas.
A componente mineral do solo resulta dos processos erosivos que levam à progressiva
desagregação das rochas em elementos de diferente tamanho, variando desde partículas mais
grosseiras, como o cascalho e o saibro, até partículas de dimensões mais pequenas, como a
areia, o limo e a argila. A componente orgânica do solo resulta da decomposição dos restos
de animais e vegetais por parte de microrganismos, como bactérias, e fungos. Depois de
decompostos estes detritos tomam o nome de húmus. O teor em matéria orgânica favorece a
fertilidade, a permeabilidade ao ar e à água e contribui para melhorar a estrutura do solo.
O conteúdo em água de um solo é muito importante, uma vez que as plantas retiram
do solo, através das suas raízes, a água que necessitam e que irá transportar os nutrientes para
a sua parte aérea (ramos e folhas). Porém, nem toda a água que se encontra no solo está
disponível para as plantas. O ar é outro dos componentes do solo, essencial à respiração, não
só das raízes das plantas, mas também de toda a fauna aí existente.
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Horizonte B Este horizonte é constituído por elementos minerais que se formaram a
partir dos compostos orgânicos (transportados pela água a partir do horizonte A) por
acção dos decompositores através de um processo designado por mineralização.
Horizonte C Camada constituída por material mineral da rocha mãe pouco
fragmentado. Rocha-mãe Substrato rochoso inalterado, também designado por alguns
autores de horizonte R.
O estudo dos perfis de solos serve para observar suas características no campo
(morfologia) e colectar amostras dos horizontes, as quais são levadas para os laboratórios a
fim de executar dezenas de determinações (teores de cálcio, magnésio, potássio, fósforo,
alumínio, carbono orgânico, além de muitas outras).
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pessoas que trabalham com a ciência do solo, uma vez que um solo de determinado nome
(Latossolo, por exemplo) apresenta o mesmo conjunto de características, independente de
estar no Estado do Amazonas ou no Rio Grande do Sul.
O mapa de solos do Brasil é mostrado na figura 10. Nesse mapa observam-se os nomes
dos solos segundo o Sistema Brasileiro de Classificação de Solos, bem como sua localização
e distribuição no Brasil. Solos com mesmo nome ou classificação apresentam características
comuns. Assim, podemos imaginar as características de determinado solo a partir de seu
nome ou classificação, bem como relacionar tais características ao potencial do solo em
favorecer ou não o crescimento das plantas, ou seja, se oferece condições mais ou menos
adequadas para as plantas crescerem.
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Procedimento a) Retirar do solo no qual foi eliminada a matéria orgânica uma amostra
de aproximadamente 20 gramas, que deverá ser um pouco maior no caso de o solo ser de
composição muito arenosa. Ensino experimental no bosque de Casal do Rei – regeneração da
biodiversidade após o fogo.
2 Definição de mineralogia
A Mineralogia é o ramo das Ciências Geológicas que se dedica ao estudo dos minerais,
através das suas propriedades, constituição, estrutura, génese e modos de ocorrência.
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1. Minerais podem ser nomeados por localidades, ou seja, segundo o lugar onde o
mineral foi encontrado pela primeira vez (locus tipicus- localidade tipo):
Minasgeraisita (CaBe2 Y2 Si2 O10), que foi encontrada pela primeira vez no
pegmatito Jaguaraçu (também conhecido como mina do José Miranda) no
estado de Minas Gerais.
Tripuhyita (FeSbO4 ), descoberta no final do século 19 pelo mineralogista
austríaco Eugenio Hussak no vale de Tripuí (naquela época escrito Tripuhy),
próximo a Ouro Preto, MG.
2. Minerais podem ser nomeados segundo pessoas. Às vezes conforme seu
descobridor ou mesmo como uma homenagem a terceiros, assim, FeO(OH)
recebeu o nome Goethita, e Covellita (CuS).
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Outros exemplos de minerais brasileiros desta categoria são apresentados por
Atencio (2000) e Gait (2000.
3. Minerais podem ser nomeados segundo as suas composições químicas, muitas
vezes por nomes em latim.
São citados aqui em primeiro lugar os minerais nativos cujos símbolos químicos derivam-se
diretamente do latim, como ouro (aurum - Au), prata (argentum - Ag), cobre (cuprum - Cu),
ferro (ferrum - Fe) etc. Como exemplos de minerais compostos por mais de um elemento
temos o sulfeto de prata, denominado argentita (Ag2 S) (ainda considerando a associação
entre prata/argentum, o leitor é lembrado do nome do Rio de la Plata, e da Argentina).
Cuprita (CuO2 ) vem do Cuprum (cobre), que também faz a raiz linguística para Chipre
(depósitos de cobre).
Outras duas espécies desta série de minerais Pd, do museu mineralógico da Escola de Minas
em Ouro Preto, são os minerais atheneita ( (Pd,Hg)3 As), que homenageia a deusa grega
Pallas Athena e a isomertieita (Pd(SbAs)2 ) assim chamada por sua relação estrutural e
composicional para a mertieita (Pd11 (Sb,As)4 ) denominada segundo o geólogo norte-
americano John B. Mertie (1888-1980).
4. Minerais podem ser nomeados de acordo com suas propriedades físicas. Neste
casos, os conceitos usados muitas vezes são derivações gregas.
Um belo exemplo é a cianita também chamada distênio. O primeiro nome deste silicato de
alumínio (Al2 SiO5 - triclínico) é uma reminiscência do grego cianos (azul), lembrando a cor
comum deste mineral, e seu segundo nome é também derivado do grego: distênio vem de
distenos (duas forças), mencionando neste caso as duas principais direções de dureza do
mineral.
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O piroxênio enstatita (Mg,Fe)2 SiO6 ), do grego enstates (oponente), foi denominado assim
já em 1855 pelo mineralogista alemão Gustav Adolf Kenngott, porque ele constatou uma
dificuldade em fundir o mineral com o teste de maçarico.
Estaurolita ((FeMg)2 Al9 O6 [SiO4 ]4 2 (OH,O)2 refere-se aos gêmeos cruciformes típicos
deste mineral. Do grego stauros (cruz) e lithos (rocha, pedra).
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Um exemplo bastante curioso neste sentido é o mineral armacolita ((Mg, Fe)Ti2 O5 )
que foi trazido em 1969 da Lua pelos primeiros astronautas americanos e consequentemente
levou o nome deles: Neil Armstrong, Edwin E. Aldrin Jr. e Michael Collins.
Tem-se muitas vezes a impressão de que hoje em dia não há mais limites de ideias
para nomeações de minerais. Como no caso dos selos postais comemorativos, aparecem
minerais nomeados segundo todas as possibilidades. A Grande Muralha da China reflete-se
na changchengita (IrBiS). Mutinaita (Na3 Ca4 Al11Si85O192 • 60 H2 O), embora
encontrado na Antártida, menciona o centro italiano de pesquisas sobre zeólitas, Mutina.
Também a descoberta secular dos raios - X por Konrad Wilhelm Röntgen [1845 – 1923], foi
comemorada em todo o mundo, não só com selos especiais, mas também com o novo mineral
caoxita (Ca [C2 O4 ]•3H2 O). O conceito inglês caoixte menciona Centennial Anniversary of
X rays (aniversário centenário dos raios-X). Pelo menos neste caso a coaxita apresenta
aspectos químicos, pois pode ser interpretado também quimicamente como calciumoxalate
(oxalato de cálcio) (IMA 2009).
Existem até minerais que portam nomes de animais como aoursinita (C (Co,Mg) (H3
O)2 [ (UO2 )SiO4 ]2 •3 (H2 O)) do francês l´oursin (ouriço do mar), uma referência ao seu
hábito, e a corvusita (NaCa (V5+ V4+ Fe2+)8 O20 . 4 H2 O) do latim corvus (corvo), por
causa da cor semelhante entre o mineral e o pássaro, mas mesmo nestes casos deve ser
mantida certa cautela com interpretações: escorpionita (Ca3 Zn2 (PO4 )2 CO3 (OH)2•H2 O),
por exemplo, leva o nome de uma mina de Zn na Namíbia (Skorpionzincdeposit, Namibia)
(IMA 2009).
Na virada dos séculos 19 – 20, especialmente nos primeiros anos do século 20,
porpezita emerge repetidamente nos livros de mineralogia, em particular na Europa e
especialmente na literatura francesa, por exemplo. (Charpentier 1900).
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No livro Précis de Minéralogie do ano 1908 do Francês De Lapperent , o autor coloca
porpezita (Porpézite,or allié de palladium) na lista de espèces et variétés.
Pisani (1883) indica dados químicos e mencionou que la Porpézite ou Or palladié (de
Porpez, au Brésil) contient 4 p. 100 d´argent et 10 p. 100 de palladium. Semelhantemente
escreve Buttgenbach (1923): la Porpézite contient 4% d´argent et 10% de palladium.
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Conclusão
Como forma de conclusão há que fazer menção de que são cinco os factores de formação
dos solos: material de origem (rocha), relevo, organismos, clima e tempo. A formação do solo
é estimulada pelo clima e organismos vivos, os quais actuam na rocha ou material de origem
em um determinado período de tempo, sendo que o relevo pode exercer influência
modificadora nesse processo de formação.
Os cinco maiores factores de formação do solo determinam o tipo de solo que irá se
desenvolver em determinada região ou local. Quando esses factores são os mesmos em dois
locais diferentes, mesmo que muito distantes entre si, o tipo de solo será o mesmo em ambos
os locais. Os tipos e as características dos horizontes de que é composto um perfil de solo,
denominados horizontes diagnósticos, possibilitam identificar e separar os diferentes tipos de
solos na paisagem, os quais recebem um nome ou classificação.
É por meio dos chamados levantamentos de solos que se consegue elaborar mapas de
solos e relatórios técnicos de uma fazenda, município, estado ou nação, a fim de identificar,
caracterizar, classificar e visualizar a distribuição dos solos na paisagem. Essas informações
relativas ao tipo, características e distribuição dos solos na paisagem (obtidas pelos
levantamentos de solos), juntamente com os estudos do clima e do relevo regional,
possibilitam estabelecer a aptidão agrícola e o potencial produtivo de uma região ou área para
determinada cultura, ou seja, o que podemos plantar e qual a produtividade esperada de uma
cultura para cada tipo de solo sob determinadas condições climáticas (temperatura, chuva,
etc.).
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Bibliografia
Atencio D. Minerals for which Brazil is the type locality. Rocks & Minerals, 2000.
Baumgärtl U., Mücke A. Neue von der IMA (International Mineralogical Association)
anerkannte Mineralien. Heidelberg: Eine Kurzfassung, Aufschluss, 2005.
Buttgenbach, H. Les Mineraux et les Roches. 3º edição, Seiten + Compléments 107 Seiten,
Dunand Éd., Paris, Liége: H. Vaillant-Carmann Imprimeur. 1923.
Clark A.M., Criddle A.J., Fejer E.E. Palladium arsenide, antimonides from Itabira, Minas
Gerais, Brazil. Miner. Mag. 1974.
Gait R.I. Who’s Who in Mineral Names: People after Whom Type Minerals from Brazil
Have Been Named. Rocks & Minerals, 2000.
Naumann C.F. Elemente der Mineralogie. 11 Auflage. Leipzig: Verlag Von Wilhelm
Engelmann. 1881.
Roeser H., Schürmann K. Atheneit aus dem Eisernen Viereck, Zentralbrasilien. 12 Geow.
DFG Kolloqium, Zusammenfassungen, München. 1990.