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Universidade Lúrio

Faculdade de Ciências Agrárias


Curso de Licenciatura em Engenharia em Desenvolvimento Rural
2 oAno, 1o Semestre
Cadeira de Ciências do Solo

CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: PERFIL DO SOLO,


SEUS HORIZONTES E PROPRIEDADES MORFOLÓGICAS

Discente:
Carla António Bacar
Docente:
Eng. Dulce Mabote

Sanga- Unango, Abril de 2019


Índice

I.

Introdução..........................................................................................................................3

1.1. Objetivos.................................................................................................................3

1.1.1. Objetivo geral......................................................................................................3

1.1.2. Objetivos específicos...........................................................................................3

II. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA.....................................................................................4

1.Perfil dos solos (horizontes e camadas)......................................................................4

1.1.1.Horizontes e camadas...........................................................................................5

1.1.2Espessura e transição entre horizontes...................................................................6

1.1.3Cor do solo.............................................................................................................6

1.1.4Textura do solo......................................................................................................7

1.1.5Estrutura do solo....................................................................................................7

1.1.6.Consistência do solo.............................................................................................8

1.1.7.Porosidade do solo................................................................................................8

1.1.8.Cerosidade do solo................................................................................................9

2.1.Propriedades Morfológicos.........................................................................................9

IV. Considerações finais..................................................................................................13

V. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS.......................................................................14

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I. INTRODUÇÃO
Na Ciência do Solo seu objectivo é a descrição, através de metodologia padronizada, da
aparência que o solo apresenta no campo, segundo características visíveis a olho nú, ou
perceptíveis por manipulação. A descrição morfológica do solo é o primeiro passo para a
identificação e a caracterização do mesmo (MUNSELL, 1994).

A caracterização morfológica do solo compreende duas etapas. Na primeira, é feita a descrição


das características morfológicas internas, correspondendo, portanto, a “anatomia do solo”. Nesta,
leva-se em conta a espessura, cor, textura, estrutura, consistência, cerosidade, porosidade,
distribuição de raízes e transição entre os diferentes horizontes que formam o perfil do solo. Na
segunda etapa é feita a descrição do ambiente onde se encontra o solo, constando do relevo,
drenagem, vegetação, pedregosidade, erosão e uso atual, que constituem as características
morfológicas externas do solo (MUNSELL, 1994).

1.1. Objetivos

1.1.1. Objetivo geral


 Estudar as características morfológicas do solo.

1.1.2. Objetivos específicos


 Descrever o perfil do solo;
 Conhecer os horizontes;
 Descrever as propriedades morfológicas.

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II. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1. Perfil dos solos (horizontes e camadas)


Solo é a colecção de corpos naturais que ocupa parte da superfície terrestre e constitui o meio
natural para desenvolvimento das plantas terrestres. É dotado de atributos resultantes da
diversidade de efeitos da acção integrada do clima e dos organismos, agindo sobre o material de
origem, em determinadas condições de relevo durante certo período de tempo (MONIZ, 1975).

Já perfil do solo é uma secção vertical, através do solo, englobando a sucessão de horizontes ou
de camadas transformados pelos processos pedogenéticos e o manto super de resíduos orgânicos;
assim como também é a secção vertical do solo encontrado no terreno que revela a presença de
horizontes ou camadas, na posição predominantemente horizontal, mais ou menos distintos
(MONIZ, 1975).

Horizontes são sessões horizontais isoladas encontradas no perfil do solo que sofreram a
pedogênese. Esses horizontes super postos ao material originário recebem o nome de solum do
latim solo. Determinado solo é conhecido através da individualização de seus horizontes e/ou
camadas. É discriminado dos demais, segundo a sequência e a natureza de seus horizontes,
organização dos constituintes e manifestação de atributos decorrentes (MONIZ, 1975).

Em campo, os horizontes são identificados pela constatação de atributos morfológicos, tais


como:

 Estrutura;
 Textura;
 Cor;
 Presença de nódulos e concreções;
 Espessura dos horizontes;
 Nitidez e conformação dos limites entre eles;
 Consistência;
 Cerosidade.

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2.2. Horizontes e camadas
Praticamente todo o processo de identificação dos solos inicia-se no campo, através do exame
morfológico cuidadoso do perfi l, pelos quais os horizontes são identificados, delimitados uns
dos outros e nomeados. A denominação dos horizontes e camadas é feita por símbolos
representados por letras e números (CAMARGO, 1992).

Os horizontes e as camadas principais do solo são simbolizados pelas seguintes letras


maiúsculas: O - H - A - E - B - C - F - R

Essas letras têm definições específicas e estão descritas a seguir :

O – horizonte ou camada orgânica superficial formados em condições de drenagem desimpedida


sem estagnação de água, constituindo recobrimento detrítico de material essencialmente vegetal
depositados na superfície de solos minerais;

H – horizonte ou camada orgânica, superficiais ou não, formados por acumulação de resíduos


vegetais depositados sob condições muito prolongadas ou de permanente estagnação de água;

A – horizonte mineral superficial ou subjacente ao horizonte ou à camada O ou H, de maior


actividade biológica e incorporação de M.O bastante mineralizada, intimamente associada à
matéria mineral;

E – horizonte mineral resultante da perda de minerais de argila, compostos de Fe, de Al ou de M


e O, separadamente ou em combinações;

B – horizonte mineral, subsuperficial, situado sob horizonte E, A ou raramente H, originado por


transformações relativamente acentuadas do material originário e/ou ganho de constituintes
minerais ou orgânicos migrados de horizontes suprajacentes;

C – horizonte ou camada mineral de material inconsolidado sob o solum relativamente pouco


afectado pelos processos pedogenéticos, constituindo secção nas quais grandes partes dos seus
atributos manifestam-se com persistência de características litológicas;

F – horizonte ou camada de material mineral consolidado sob o horizonte A, E ou B, rico em


Ferro e Alumínio e pobre em M.O, formado por endurecimento irreversível que se verifica em
conexão com enriquecimento de óxidos dos elementos citados;

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R – camada mineral de material consolidado que, em muitos solos, constitui o substrato rochoso,
isto é, embasamento litológico de tal sorte coeso que, quando úmido, não pode ser cortado com
uma pá.E a rocha sã. (CAMARGO, 1992).

2.2.1. Espessura e transição entre horizontes


A espessura e a profundidade dos horizontes são determinadas com fita métrica colocada em
posição vertical, ajustando-se o zero com a superfície do solo, quando o mesmo não tiver
horizontes orgânicos, ou com a transição entre os horizontes orgânicos e os minerais. A
espessura dos horizontes minerais é medida de cima para baixo, enquanto que as espessuras dos
horizontes orgânicos são medidas de baixo para cima, a partir do contacto do horizonte orgânico
com o mineral (SANTOS et al 2015).

As características morfológicas, que definem um horizonte de um solo, podem não mudar


abruptamente nas linhas traçadas para separá-lo de horizontes adjacentes. Esta faixa é utilizada
para determinar a transição entre os horizontes. Na determinação da transição, utilizam-se dados
de espessura ou nitidez da faixa e a topografia da mesma (SANTOS et al 2015).

2.2.1.2. Cor do solo


A cor do solo é uma característica facilmente perceptível e determinável, por isso utilizada para
identificar, descrever e diferenciar solos a campo. Assim, as cores podem ter os seguintes
significados:

Cores escuras: indicam acumulação ou presença de matéria orgânica e estão relacionadas com o
horizonte A, a não ser que a matéria orgânica tenha sido translocada, sob a forma dispersa e/ou
solúvel, para os horizontes inferiores. Cores pretas em horizontes B e C podem indicar a
presença de óxidos de manganês, sob forma de revestimentos ou nódulos;

Cores vermelhas: indicam condições de boa drenagem e aeração do solo e estão relacionadas
com a presença de hematita (Fe2O3);

Cores amarelas: podem indicar condições de boa drenagem, mas um regime mais úmido e estão
relacionadas com a presença de goethita (FeOOH);

Cores acinzentadas: indicam condições de saturação do solo com água e estão relacionadas à
redução de ferro. Em condições anaeróbias, podem formar-se cores azuladas ou esverdeadas,
devidas a compostos de Fe (II) e sulfeto;

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Cores claras ou esbranquiçadas: normalmente se relacionam com a presença de minerais
claros como caulinitas, carbonato de cálcio, quartzo, calcedónia e outros, porém podem significar
perda de materiais corantes. Estas cores são comuns em horizontes E e Ck;

Horizontes mosqueados ou variegados: são caracterizados pela presença de manchas amarelas,


vermelhas, pretas ou de outras cores, em uma matriz ou fundo normalmente acinzentado. São
encontrados em horizontes onde ocorrem oscilações do lençol freático ou podem ser herdados do
material de origem do solo (SANTOS et al 2015).

2.2.1.3. Textura do solo


Desagregando uma porção de solo seco na palma da mão, pode-se observar que ele é composto
por partículas sólidas de diferentes tamanhos. Quanto ao tamanho, estas partículas são agrupadas
entre limites definidos de diâmetro, formando as fracções texturais ou granulométricas,
denominadas areia, silte e argila (BRADY e WEIL, 2013).

A determinação quantitativa destas fracções pode ser executada em laboratório, utilizando-se


métodos que se baseiam nas diferentes velocidades de sedimentação que partículas de diferentes
tamanhos apresentam, depois de dispersas em líquidos e associadas ao uso de peneiras com
aberturas de diferentes diâmetros. Este método baseia-se nas diferentes sensações que as
diversas fracções (areia, silte e argila) oferecem ao tato (BRADY e WEIL, 2013).

É importante considerar que a sensação ao tato pode ser mascarada pela presença de elevado teor
de matéria orgânica ou devido ao tipo de argilominerais que compõe a fracção coloidal do solo, o
que dificulta o estabelecimento mais preciso de sua textura. Em solos com argilominerais do tipo
2:1, a sensação de pegajosidade e plasticidade é mais intensa do que em solos com argila 1:1. Os
óxidos de ferro, em alta proporção, tendem a diminuir a plasticidade do solo.

2.2.1.4. Estrutura do solo


Em condições naturais, na maioria dos solos, as partículas sólidas (areia, silte, argila e matéria
orgânica) estão ligadas entre si formando agregados. Agregados naturais individuais também são
denominados peds, ou unidades estruturais (BRADY e WEIL, 2013).

A estrutura do solo é uma característica morfológica que varia de um solo para outro e também
entre os horizontes de um mesmo solo, constituindo um critério usado para separação de
horizontes do perfil do solo. Para a descrição da estrutura são levados em conta o grau de
desenvolvimento das unidades estruturais, a classe e o tipo de estrutura.

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O grau expressa a intensidade das ligações dentro e entre os agregados e é determinado pela
nitidez com a qual os agregados se apresentam no perfil e pela resistência que oferecem à
desagregação quando são removidos e manipulados. A classe refere-se ao tamanho dos
agregados. O tipo refere-se a forma dos agregados (BRADY e WEIL, 2013).

A descrição de estrutura é feita no campo, observando-se detalhadamente os agregados por


ocasião de sua remoção do perfil. A anotação é feita na seguinte ordem: grau, classe e tipo. Por
exemplo: fraca, média, blocos subangulares.

2.2.1.5. Consistência do solo


Um agregado de solo argiloso, quando seco, apresenta resistência à desagregação ao ser
comprimido entre as mãos. A resistência do solo à desagregação e à moldagem e sua tendência a
aderir a outros objectos correspondem à consistência do solo. A força de coesão resulta da
atracção de partículas da mesma fase. A manifestação e intensidade destas forças determinam as
diferentes formas de consistência, cujo grau de intensidade é descrito quando o solo está seco,
húmido e molhado (BRADY e WEIL, 2013).

A consistência do solo seco é caracterizada pela dureza ou tenacidade, ou seja, pela resistência a
ruptura ou fragmentação dos seus agregados quando comprimidos entre o dedo polegar e o
indicador. No solo úmido caracteriza-se pela friabilidade do solo, sendo determinado num estado
de humidade intermediário entre seco ao ar e a capacidade de campo, observando-se a resistência
oferecida a aplicação de pressão e a capacidade do material fragmentado tornar a agregar-se sob
nova pressão (BRADY e WEIL, 2013).

A consistência do solo molhado caracteriza-se pela plasticidade e pegajosidade. A plasticidade é


a propriedade que possui o solo de mudar de forma quando submetido à acção de uma força e de
manter a forma imprimida quando cessa a acção da mesma. Pegajosidade é a propriedade que o
solo tem de aderir a outros objetos, quando molhado e homogeneizado.

2.2.1.6. Porosidade do solo


A porosidade é o espaço existente entre as partículas sólidas do solo. Ela serve para circulação
do ar e retenção e circulação da água do solo. A porosidade é determinada a campo pelo exame
de unidades estruturais, onde são avaliados o tamanho e a quantidade de poros.

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2.2.1.7. Cerosidade do solo
Cerosidade é o aspecto brilhante, ceroso, observado na superfície das unidades estruturais dos
horizontes iluviais do solo. Ela compreende uma fina película de argila depositada nas
superfícies das unidades estruturais e nas paredes dos poros pelos processos de eluviação-
iluviação (BRADY e WEIL, 2013).

2.3. Propriedades Morfológicos


A morfologia do solo significa o estudo da aparência do solo no meio ambiente natural. Além de
sua importância na descrição do perfil, ela é utilizada para inferir sobre outras propriedades
importantes no manejo do solo, tais como: drenagem, retenção de humidade, permeabilidade,
compactação, susceptibilidade à erosão, resistência a mecanização agrícola, etc.

As características morfológicas permitem separar, no campo, diferentes unidades taxionómicas,


homogéneas, que poderão constituir uma classe de solos. Dentre as principais características
morfológicas, utilizadas na descrição do perfil de solo, destacam-se: espessura, arranjamento e
número de horizontes; transição entre horizontes; cor; textura; estrutura; cerosidade; e
consistência. Além das propriedades referentes aos horizontes, descrevem- se ainda
características referentes a paisagem em que se situa o perfil, tais como: declividade, relevo, grau
de erosão, altitude, uso actual, entre outra (MUNSELL, 1994).

Profundidade e espessura - Após a separação dos horizontes, mede-se a espessura dos mesmos,
iniciando-se a medição a partir do topo do primeiro horizonte mineral. Quando a transição de um
horizonte para o outro não é representada por um plano paralelo à superfície do terreno, tomam-
se as espessuras máxima e mínima deste horizonte. No caso de horizontes orgânicos, coloca-se o
zero da fita métrica no topo do horizonte mineral superficial e faz-se a leitura inversa.

Transição entre horizontes - Refere-se à nitidez ou contraste de separação entre horizontes, e a


topografa do plano horizontal que marca a separação.

Quanto à nitidez, a transição entre horizontes pode ser:

1. Abrupta - Faixa de separação com largura < 2,5 cm;

2. Clara - Faixa de separação com largura de 2,5 a 7,5 cm;

3. Gradual - Faixa de separação com largura de 7,5 a 12,5 cm; ou

4. Difusa - Faixa de separação com largura > 12,5 cm.

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Quanto à topografa da faixa de separação pode ser:

1. Plana - Limites planos;

2. Ondulada - As dimensões horizontais excedem as verticais;

3. Irregulares - As dimensões verticais excedem as horizontais; ou

4. Descontínua - Não há continuidade na faixa de separação.

Cor - É uma das características que mais saltam à vista, mas tem pouca ou nenhuma influência
sobre os fenómenos que se passam no solo, excepto sobre o regime térmico. É considerada uma
das propriedades morfológicas mais importantes, na diferenciação de horizontes, na avaliação do
teor de matéria orgânica, na avaliação do grau de oxidação/hidratação dos compostos férricos, na
avaliação da drenagem do perfil, etc. Os principais agentes pigmentantes do solo são:

Matéria orgânica - tende a conferir aos solos as cores escuras, notadamente quando o material
está úmido.

Óxi-hidróxidos de ferro - vermelho quando desidratado (hematita) e amarelo quando hidratado


(goethita).

Quando ocorre a redução do ferro (Fe+2) ele deixa de actuar como pigmentante e minerais como
caulinita (na fracção argila) e quartzo (na fracção areia) passam a expressar sua cor tornando o
solo cinzento.

A cor do torrão do solo (seco e úmido) é identificada por comparação e recebe um símbolo
alfanumérico, em que os grupos de dígitos indicam matiz (hue), valor (value) e croma (chroma),
os três elementos de uma cor (MUNSELL, 1994).

A cor do material do solo pode ser “simples” ou composta. É dita “simples” quando a olho nu
distingue-se uma única cor; é dita composta quando há manchas de cores diferentes. As cores
compostas podem ser de vários tipos: os mais importantes são o mosqueado de redução
(característico dos horizontes gleizados) e o mosqueado de tons vermelhos e amarelos chamado
plintita que indica alternância de hidratação e ressecamento de uma zona subsuperfcial, causada
pela drenagem difícil da faixa plintitizada (MUNSELL, 1994).

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Textura / Classe Textural - é uma propriedade muito importante na diferenciação de
horizontes, na avaliação das relações genéticas entre os horizontes A e B (gradiente textural), e
na estimativa da drenagem do perfil. A classe textural, no campo, é determinada por um processo
expedito, caracterizado pela avaliação de: sensações tácteis (aspereza, sedosidade, friabilidade);
e consistência do material úmido (plasticidade e pegajosidade).

Estrutura - Refere-se ao arranjamento das partículas unitárias do solo em aglomerados ou


agregados, que são separados de agregados adjacentes por superfícies de fraqueza. Esta definição
assemelha-se ao conceito de peds (Soil Survey, 1951), entretanto, na descrição de campo, um
solo que não apresenta arranjamento de suas partículas unitárias, também é identificado quanto à
sua estrutura (grãos simples ou maciça). A descrição da estrutura é feita quanto à forma ou tipo,
ao tamanho e ao grau de desenvolvimento. A estrutura é avaliada de acordo com os seguintes
parâmetros:

 Quanto à forma:

1. Laminar - As partículas unitárias estão arranjadas segundo um plano na horizontal.

2. Granular - Os agregados têm forma e aspecto arredondados, sem apresentar faces de contacto.
Pode ser: granular p.pm/dita - pouco porosas, e grumosa – muito porosas.

3. Prismática - Os agregados têm um eixo vertical maior que o eixo horizontal. Pode ser: colunar
ápices arredondados, ou prismática propriamente dita – ápices angulosos.

4. Blocos - Os agregados têm dimensões equivalentes, nas três direcções x, y e z. Pode ser:
angular quando as faces são planas e os vértices angulares, e subangular, - quando as faces e
vértices forem ligeiramente arredondados, ou algumas faces e vértices o forem.

 Quanto ao tamanho:

As diversas unidades estruturais são divididas em cinco classes, quanto ao tamanho: muito
pequena, pequena, média, grande e muito grande; em que os limites de cada classe variam com o
tipo de estrutura.

 Quanto ao grau de desenvolvimento:

O grau de desenvolvimento diz respeito à coesão dentro dos agregados e entre eles, isto e, à
proporção entre material agregado e individualizado (terra f na) em uma amostra. Podem ser
divididos em:

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1. Sem agregação - Quanto não se observam unidades estruturais (peds) separadas por
superfícies de fraqueza. Pode ser grãos simples (material não coerente) ou maciça (material
coerente).

2. Com agregação - Pode ser fraca, moderada ou forte, em função da resistência dos agregados,
face ao manuseio, e da proporção entre material agregado e não agregado.

Cerosidade - Aspecto ceroso, um tanto brilhante, que ocorre na superfície dos agregados (peds),
em alguns solos. Decorre da deposição de película de material coloidal (argilo- minerais ou
óxido de ferro) na superfície dos peds (cutans de iluviação). É identificada quanto ao grau de
desenvolvimento (fraca, moderado ou forte), em função do contraste em relação a matiz do
agregado, quanto à quantidade (pouco, comum e abundante) e quanto à nitidez (difusa, distinta e
proeminente).

Consistência - Refere-se ao grau de manifestação das forças físicas de coesão e adesão, em


função da humidade do material de solo.

 Consistência do material quando seco - Caracterizada pelo grau de dureza ou tenacidade,


avaliada em amostras indeformadas (torrões). Poderá ser: solta, macia, ligeiramente
dura, dura, muito dura ou extremamente dura.
 Consistência do material úmido - Caracterizada pelo grau de friabilidade, também se
utilizam torrões. Pode ser: solto, muito friável, firme, muito firme e extremamente firme.
 Consistência do material molhado - Caracterizada pelo grau de plasticidade, capacidade
de ser moldado, e de pegajosidade, capacidade de aderir a outros objectos. Quanto à
plasticidade, pode ser não plástica, ligeiramente
plástica, plástica e muito plástica. Quanto à pegajosidade pode ser não pegajoso,
ligeiramente pegajoso, pegajoso e muito pegajoso.

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IV. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O solo é um recurso essencial para todos os organismos terrestres, incluindo o homem, razão
pela qual deriva em grande parte sua importância e as funções do solo permitem que
ecossistemas e sociedades se desenvolvam e evoluam. A descrição morfológica do solo é o
primeiro passo para a identificação e a caracterização do mesmo.

Para finalizar, pode-se afirmar que o estudo dos atributos do solo é potencialmente útil para a
interpretação da relação solo-paisagem, além de fornecer informações importantes para o uso,
manejo e conservação desse recurso limitado. Os horizontes e as camadas principais do solo são
simbolizados pelas seguintes letras maiúsculas: O - H - A - E - B - C - F - R.

As características morfológicas, que definem um horizonte de um solo, podem não mudar


abruptamente nas linhas traçadas para separá-lo de horizontes adjacentes. Esta faixa é utilizada
para determinar a transição entre os horizontes. Na determinação da transição, utilizam-se dados
de espessura ou nitidez da faixa e a topografia da mesma.

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V. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS
MUNSELL COLOR. Munsell soil color charts. New Windsor, 1994. Revised edition.

SANTOS, R.D.; LEMOS, R.C.; SANTOS, H.G.; KER, J.C.; ANJOS, L.H.C.; SHIMIZU, S.H.
Manual de descrição e coleta de solo no campo. 7ª ed. revisada e ampliada, Viçosa. Sociedade
Brasileira de Ciência do Solo. 101p, 2015.

BRADY, N.C; WEIL, R.R. Elementos da Natureza e Propriedades dos Solos. 3ª ed. Tradução
técnica: Igo Fernando Lepsch. Editora Bookman, Porto Alegre, RS, 2013. 685 p.

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