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O que é este “eu”?

Q – A felicidade vem e vai.

Mooji – A felicidade pessoal vai e vem. A pessoa vai e vem, o sentido de


ser uma pessoa vai e vem. E por isso qualquer coisa a que a pessoa se agarre
também vai e vem. Porque a pessoa não é uma coisa estável. A pessoa, em si
mesma, é uma idéia. Ao dizer isso, eu não sei quão profundo isso entra em vocês. É
por este motivo que eu não confio em ensinamentos. E eu não confio também em
aprender. Mas experiência, mas o que você descobre porque você experimenta,
isso é algo. Você diz que a felicidade vai e vem. E toda e qualquer outra emoção e
sensação vai e vem. Existe qualquer emoção que venha e fique? Existe qualquer
coisa na tua vida inteira que veio e ficou? Tudo vem e vai.

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A história do homem que queria se livrar da sua


sombra

Há uma interessante história de um homem que queria se livrar de sua


sombra.
A sombra lhe perturbava.
Então um dia ele teve uma
idéia.
Ele foi a um funeral e viu que eles fizeram um buraco bem grande, colocaram o
corpo e cobriram. Ele teve a idéia de que ele poderia enterrar a própria sombra.
Então, cava um buraco profundo e grande, e ele ficou lá parado, com o sol atrás
dele até que a sombra estava dentro do buraco.
E ele começou a botar terra em cima
rapidamente.
Mas sempre a sombra estava em
cima.

Você está tentando matar a


mente.
E a mente fica cada vez mais forte através de sua tentativa de
matá-la.
Abandone esta tarefa. Deixe a mente ser.
Permaneça enquanto testemunha da
mente. Você não pode matar aquilo que
não existe. Você pode apenas despertar
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para a Verdade. Você é a testemunha da
mente.
Localize-
se.
Descubra o que você pode ser. Você pode ser
encontrado? Você, que testemunha todo o resto, você
pode ser encontrado?

Eu vou lhe dar um exemplo.


É como uma faca. Uma faca pode cortar muitas coisas, mas não pode cortar a si
mesma. Porque é uma única unidade.

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Ou seus olhos, que podem ver muitos objetos, mas não podem ver a si mesmos
diretamente. Ou uma balança que pode pesar tantas coisas, mas não pode pesar a si
mesma. Porque é
uma unidade.
Você também é um.
Você não pode ver a si mesmo.
Você pode ver a partir de si mesmo, mas o Self, você não
pode ver. Tudo o que você pode perceber são os efeitos, o
vapor do oceano.
E esse vapor são os conceitos que surgem a partir do Self.
Você pode perceber a idéia que tem de si mesmo, mas não pode perceber a si
mesmo. Não de uma maneira fenomenal.
Você se conhece intuitivamente, além da dualidade.
Da mesma forma como se você se tornasse consciente e não tivesse nada
para ver. Nada com que se relacionar.
Você ainda teria o sentimento Eu Sou.
Você não precisa de mais nada para você dizer que você é.
Então, se sua mente está pulando, não tente suprimi-la ou
controlá-la. Você pode controlar a mente? Sim.
Mas por períodos curtos de tempo. Quando você pára o exercício, a mente volta
novamente. Então, não desperdice toda sua energia tentando parar a mente.
Permaneça como o observador das atividades mentais.

Contemple essa energia, ou este principio que


observa. Até que o observador incuba no observar.
Significando que ele fica apenas sobre si
mesmo. E neste momento a mente
desaparece,
não tem mais poder.
Se você perder o interesse, ou ver que a mente é ilusória e perder o interesse na
mente, no final você não vê mais a mente.
Ela não deixará mais nenhuma pegada em você.

O que isso significa?


Recentemente, fizeram uma pergunta bastante profunda na Índia:
‘ Bhagavan Sri Ramana Maharshi disse uma coisa: ele disse “Quando o Self é
visto, o mundo não é visto, e quando o mundo é visto, o Self não é visto”.’
Ela disse: ‘Se eu vir o Self, o eu real, o mundo desaparecerá, e eu me sinto com
medo. Mas é isso que o Bhagavan disse. Você pode explicar?’
Eu disse ok, vou tentar lhe dizer o que é.
Quando não há interesse ou apego naquilo que você
percebe, o objeto enquanto objeto de percepção ainda
continua.
Mas quando você não criou nenhuma relação com
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ele, ou criou qualquer tipo de sentimento em
relação a ele,
ele continua a ser um objeto da percepção, mas não registra nenhuma marca na
consciência. Então, a pessoa vê, percebe, mas não faz um registro na consciência, é
pura percepção. Então, é isso que ele quis dizer.
Quando o Self é realizado, as coisas não são vistas na
consciência. As experiências estão lá, espontaneamente.
Mas sem nenhum apego.

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Então a experiência é
pura. A alegria está
presente.
A tristeza pode acontecer também, mas não deixa nenhuma marca na
consciência. Elas são como as ondas na superfície do oceano.
A experiência, o experienciar é sempre
novo. É como escrever na água.
Você não pode ler três segundos
depois. Acabou.
Quando sua percepção é fresca, é nova assim,
e isso é completamente possível, da maneira como estou apontando a
vocês, reconheça a testemunha.
Mas como você pode reconhecer a testemunha se ela não possui nenhuma
característica? Isso não pode ser respondido através mente.

Algo está observando todo o


resto. Isto é óbvio.
Descubra o que é esta coisa que está testemunhando todo o
resto. Deixe que a atenção pare de ir para fora
e volte para o coração.
E compartilhe o que vocês descobriram
comigo. É tudo o que vocês precisam fazer.
Se seguirem esta pergunta, podem deixar de lado todos os livros espirituais, todas
as suas práticas.
Porque, para todas as práticas, para todas as leituras, o eu deve
estar lá. O eu que pratica,
o eu que lê,
o eu que aprende.
É por isso que o eu é o mais
significante. O que é este eu?

Trechos do Satsang que ocorreu em Ubatuba-SP, no dia 01 de março de 2008


Transcrição e tradução - Veetshish

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