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O Estado e a Política

O Estado
João Ubaldo Ribeiro

• Organização política da sociedade:


mecanismos estabelecidos para as decisões
públicas.

“...não se pode prescindir de um mínimo de


organização política. Uma sociedade sem ela não seria
humana, mas animalesca”.
Os conflitos de interesse e suas resoluções

Duas maneiras:
- concessões que favoreçam aos interessados;
- através do confronto com a vitória daqueles
que dispõem de meios mais eficazes para
impor a sua vontade.
Os conflitos de interesse e suas resoluções

- Os “vencedores” e suas estratégias de poder:


lideranças, interesses e arbitragem dos
conflitos; costumes e valores para o
enobrecimento de suas atividades para o
controle das decisões públicas.
- Processo de institucionalização das diferenças
entre governantes e governados.
• O que vem a ser Institucionalização?

Para a manutenção da ordem socialmente


estabelecida.
- Valores que determinam preferencias e
normas que condicionam comportamentos.
- Papéis sociais e políticos a serem
desempenhados.
O “Estado” seria um conjunto de instituições
que controlam e administram uma nação.

• Traços essenciais de um Estado como


organização política e jurídica de uma
sociedade:
a) reconhecimento e institucionalização da
diferença entre governantes e governados;
b) conjunto de normas ou leis (ordem jurídica)
que regem o funcionamento da coletividade.
O Estado e o indivíduo
• As relações entre Estado e os indivíduos são
múltiplas e variadas.
• Tais relações refletem indagações/percepções
sobre a condição humana:

a) a percepção do ser humano como um animal


violento e predatório irá defender o permanente
controle (do Estado) sobre os atos do indivíduo.
b) uma concepção que reconhece tanto
qualidades humanas quanto os limites da vida
coletiva, irá defender uma ordem social e
política que respeite as liberdades individuais.

c) uma concepção que conclui que o Estado é


uma espécie de “perversão humana”, irá
defender a sua substituição por organizações
mais simples.
Três concepções inconciliáveis:

a) O Estado existe para servir ao indivíduo e à


sociedade;

b) O indivíduo e a sociedade existem para servir o


Estado;

c) E o Estado existe enquanto não surgir outra


forma de organização política da sociedade.
• Quando uma teoria serve a interesses
concretos

- Se uma teoria interessa a alguns setores, estes


tenderão a defendê-la como “verdade” em
oposição a outras maneiras de pensar.

- Se esses setores assumem o controle das


decisões sobre as questões públicas, a referida
teoria terá legitimidade social.
• As posições que questionam a “teoria oficial”
interessam aos que não participam das
decisões.

• Existem diversas maneiras de pensar e explicar


a realidade.

- A escravidão foi “verdade” amplamente aceita. Mas,


o que pode ser verdade para o senhor não pode ser
verdade para o escravo.
- E a “verdade” sobre a falta de recursos no mundo?
• E quando a “verdade” é “emprestada”?

- A “verdade” contraria ou serve a interesses.


- As maneiras de pensar politicamente o mundo
foram ensinadas.

Ex.: a crença de que algumas pessoas “nasceram” para


a escravidão ou para viver em situação de pobreza. Ou
ainda, quando se colocam a serviço do opressor.
Relacionamento Estado e Indivíduo
(esquemas hipotéticos)

a) Estado totalitário:

- Liderança organizada e se impõe como a própria


encarnação da nacionalidade.
- Orienta e tutela todos os aspectos da vida em
sociedade.
- Ações legítimas e livres de contestação.
- Exerce o poder sem “intermediários”.
Relacionamento Estado e Indivíduo
(esquemas hipotéticos)

b) Estado autoritário:
- Não exerce o controle de todos os aspectos da
sociedade.
- A participação nas decisões é limitada.
- Os direitos e liberdades individuais são mais
ou menos restritos.
- Os ocupantes do poder tem margem de
manobra.
Relacionamento Estado e Indivíduo
(esquemas hipotéticos)

c) Estado democrático

- Garante inúmeras liberdades individuais;


- Assegura a participação de todos nas decisões;
- Esquema de representação responsável e efetiva;
- Obedece a princípios e leis expressas pela vontade
popular;
Relacionamento Estado e Indivíduo
(esquemas hipotéticos)

d) O Indivíduo que não quer ser cidadão

- Abomina a existência de qualquer autoridade;


- Adota uma das correntes do “anarquismo”,
entendido como “ausência de governo”;
- Pierre Proudhon: “uma forma de governo sem
amo nem soberano”.
Relacionamento Estado e Indivíduo
(esquemas hipotéticos)

e) Estado revolucionário

- Transformação socioeconômica e política;


- Segue padrões estabelecidos que representam
a maioria;
- Aperfeiçoamento da Humanidade para
prescindir de qualquer tipo de Estado.
Conclusões

Os esquemas sempre empobrecem a realidade e


nada substitui o exame de casos concretos;
O relacionamento Estado/Indivíduo depende de
fatores históricos acumulados; da situação
política de cada Estado e da relação entre o
Estado e a sociedade.

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