EXPERIMENTAR

CRISTO
COMO AS OFERTAS PARA APRESENTÁ-LO NAS REUNIÕES DA
IGREJA

Witness Lee

SUMÁRIO

1. Reunir-se para exibir Cristo em Sua vitória

2. Reunir-se para fazer a vontade de Deus e cumprir Seu propósito

3. Reunir-se para satisfazer a Deus com Cristo

4. Reunir-se para desfrutar Cristo com Deus (1)

5. Reunir-se para desfrutar Cristo com Deus (2)

6. Como Cristo pode crescer em nós para ser nossa oferta pelo pecado e 0ferta
pela transgressão

Prefácio

Nestas mensagens, dadas no verão e outono de 1982 em Anaheim, Califórnia e em Irving,

Texas, há uma visão clara de como podemos entrar em Deus e Nele habitar como o tabernáculo
e também como Deus pode habitar em nós por meio de nossa experiência de Cristo como todas
as ofertas. Confiamos que estas mensagens ajudem os filhos de Deus a desfrutar o Deus Triúno
para que sejam Seu testemunho vivo e expressão na terra.
 Capítulo Um
REUNIR-SE PARA EXIBIR
CRISTO EM SUA VITÓRIA
Leitura Bíblica:
Êx 5:1; 10:9; 23:14; 5142:4; 122:1; At 2:46-47; 1 Co 14:26;
Hb 10:25
Oração: Senhor, obrigado por esta reunião. Como
Te agradecemos por todas as igrejas com todos os
santos nesta região! Senhor, este ajuntamento é um
testemunho de Tua vitória sobre nós, até mesmo
sobre o inimigo em nós. Senhor, confiamos em Ti
para que nos dês as palavras corretas para este
momento. Não decidimos o que dizer, mas rogamos
a Ti que nos dês Tua Palavra viva. Toca nosso
coração e visita nosso espírito. Senhor, até mesmo
abre-nos a mente e nos dá sobriedade para que
vejamos algo de Teu coração, algo segundo Teu
plano. Em Teu precioso nome é que pedimos,
amém.
Após o treinamento de verão, passei a considerar a
questão das reuniões, de como nos reunir.
Enquanto pensava nisso, creio que me veio nova luz
ou até mesmo novas luzes. Como se pode ver pelo
título desta mensagem, o que queremos dizer não é
tão comum acerca das reuniões. Nesta mensagem,
veremos que a reunião visa exibir Cristo em Sua
vitória.
O INÍCIO DA VIDA DE REUNIÕES
Você já se perguntou quando é que começou a vida de
reuniões na Bíblia? A maioria de nós, depois de pensar
um pouco, talvez diga que ela começou em Atos 2, no
dia de Pentecostes. Mas você já percebeu que a vida de
reuniões começou muito antes disso? A reunião no dia
de Pentecostes foi apenas a continuação da que
começara séculos antes. Quando foi que o povo de
Deus começou a se reunir? Será que você consegue
encontrar alguma reunião no livro de Gênesis? Não há
nenhuma reunião ali. No máximo podem se ver
reuniões familiares. Em todos os cinqüenta capítulos
de Gênesis não há uma reunião sequer, nenhuma
congregação; não houve ajuntamento nenhum do povo
de Deus.
No entanto, quando chegamos ao segundo livro da
Bíblia, Êxodo, vemos a reunião do povo de Deus. Em
Êxodo, quando a salvação divina foi introduzida, logo
houve a necessidade de uma assembléia do povo. Foi
preciso que ele se reunisse, e essa necessidade
acompanhou a salvação divina. Em certo sentido, Deus
não salvou indivíduos nem mesmo várias pessoas
individualmente, mas salvou uma congregação.
Festa ao Senhor
Naturalmente, segundo a seqüência do relato de
Êxodo, não se consegue ver a palavra reunião
inicialmente. Contudo, ao chamar Moisés e enviá-lo a
libertar os filhos de Israel do Egito, Deus falou deste
modo: "Depois, foram Moisés e Arão e disseram a
Faraó: Assim diz o SENHOR, Deus de Israel: Deixa ir o
meu povo, para que me celebre uma festa no deserto"
(5: 1). "Meu povo" é coletivo; não é só uma pessoa, e
sim um povo. Moisés deveria dizer a Faraó que
deixasse o povo ele Deus ir a fim de celebrar uma festa
ao Senhor. É preciso perceber que no termo festa está
implícita a idéia de congregação, ajuntamento, assembléia.
Creio que todos saibamos que não há como fazer uma
festa com apenas uma pessoa. É difícil ter uma festa
sozinho. Talvez você compre frango, torta e até outras
coisas e tente ter uma festa solitária, mas é muito
difícil. Até fazer uma festa com esposa e filhos é difícil,
pois não há muito clima de festa. Quanto mais pessoas
houver, mas clima de festa haverá. Festa é uma espécie
de refeição coletiva. É preciso reunir pessoas para
comer e essa refeição implica congregação. Portanto
festa implica duas coisas: comer e reunir-se. Os dois
são cruciais. É difícil dizer o que é mais importante:
comer ou reunir-se.
De qualquer forma, esses dois fatores constituem uma
festa. Sem comida, não há festa; sem congregação, não
há festa. Uma festa precisa de alimento e ajuntamento;
precisa de reunião e comida. "Deixa ir o meu povo,
para que me celebre uma festa no deserto" quer dizer
alimentar-se na presença de Deus e também com Ele. É
uma festa para o povo, mas "ao SENHOR" [Êx 10:9].
O caminho da salvação de Deus
Agora você pode ver os requisitos da salvação de Deus.
O primeiro é reunir-se. De acordo com esse princípio,
você não pode receber a salvação de Deus sem se
juntar à congregação. Segundo a tipologia em Êxodo,
Deus não salvou indivíduos; salvou um povo. E esse
povo comeu junto e congregou-se. Isso é o que
significa celebrar festa ao Senhor. Eles desfrutaram o
alimento reunidos, mas fizeram isso não para si
mesmos, mas principalmente ao Senhor. Esse foi o
caminho da salvação de Deus.
No dia de Pentecostes
Até mesmo no dia de Pentecostes, foi um povo e não
indivíduos que foram salvos. Segundo o princípio da
primeira menção na Bíblia, a primeira ocorrência da
salvação de Deus no Pentecostes não foi a de
indivíduos, mas de muitas pessoas. Logo depois de
salvos, eles passaram a se reunir (At 2:46-47). Se
estudarmos o livro de Atos com cuidado, veremos
que todos os que foram salvos no dia de
Pentecostes permaneceram juntos. Eles não
somente ficaram juntos, mas "grudaram-se" uns aos
outros. O ajuntamento deles foi um testemunho de
vitória, que atemorizou os demais. Atos 5: 13 diz
que os outros não ousavam juntar-se a eles. Quando
era pequeno, na primeira vez que vi um exército,
tive muito medo. Não tive coragem de me
aproximar. Foi terrível! Creio que no dia de
Pentecostes, a primeira reunião da igreja foi
aterradora. Nessa época, havia reuniões diárias e,
sempre que isso acontecia, era um testemunho de
vitória, um testemunho da vitória de Cristo neles
sobre o inimigo, sobre Satanás, sobre o mundo,
sobre os demônios!
O primeiro item com relação à nova luz acerca das
reuniões é este: a vida de reuniões do povo de Deus
começou em Êxodo. Não pense que começou em
Atos. O que ocorreu em Atos foi continuação da
reunião que começara em Êxodo séculos antes.
Nem mesmo o local de reuniões mudou! O povo de
Deus do Novo Testamento se reunia no mesmo
templo em que Seu povo do Antigo Testamento se
reunia. A reunião no templo foi continuação da
congregação dos filhos de Israel no monte Sinai
Rigorosamente falando, o povo de Deus começou a
se reunir no monte Sinai.
TESTEMUNHO DA VITÓRIA DE CRISTO
A segunda nova luz é esta: a reunião é testemunho
da vitória de Cristo. A reunião do povo de Deus é
testemunho da vitória de Cristo no povo de Deus
sobre Seu inimigo. Veja a situação: quando os filhos
de Israel estavam sob a tirania de Faraó no Egito,
não havia salvação; não havia vitória sobre Faraó.
Os israelitas, o povo de Deus, estavam todos
derrotados e cativos, estavam sob tirania. Mas a
reunião deles no monte Sinai significou a vitória
sobre Faraó, sobre o Egito, sobre Satanás, sobre
todos os seus demônios!
Hoje as reuniões da igreja são uma exibição da
vitória de Cristo sobre todos os demônios e o diabo
em todos nós. Se Cristo não tivesse derrotado
Satanás, como poderíamos estar aqui? Poderíamos
estar na praia, no cinema, numa boate ou num
estádio. Quando estávamos nesses lugares, éramos
cativos, estávamos sob a tirania de Satanás. Cerca
de sessenta anos atrás eu estava lá. Mas, aleluia!,
hoje já não estou. Estou no monte Sinai reunido
com os santos. Estar na reunião é testemunho da
vitória de Cristo.
Reunir-se com a multidão
Às vezes, porém, noto que alguns não vêm às
reuniões como cativos libertados. Embora alguns
me tenham advertido de não falar tanto sobre o
local de reuniões da Rua Elden (o primeiro local de
reuniões da igreja em Los Angeles, EUA), não posso
evitar falar dos anos de 1969 a 1972. Que
maravilha! Quando os santos vinham para as
reuniões, havia vitória! Eles vinham para as
reuniões com gritos, louvores, cânticos e aleluias!
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Naturalmente, alguns vizinhos se incomodavam
com os gritos, regozijos, cânticos e se queixavam à
polícia. A polícia dizia aos queixosos que antes da
igreja aquela área era péssima. Até assassinatos
ocorreram nas ruas. Mas, desde que a igreja veio, a
área tornou-se agradável Portanto os vizinhos eram
aconselhados a nos aceitar ou se mudar. Isso
ocorreu várias vezes.
Cerca de trezentos santos viviam nas proximidades
do local de reuniões e havia outros que vinham às
reuniões. Naquela ocasião, as reuniões começavam
em casa. Ainda me lembro que dei uma mensagem
usando Salmos 122:1: "Alegrei-me quando me
disseram: Vamos à Casa do SENHOR". Ainda me
recordo das palavras de encorajamento que falei:
"Não venham à reunião sozinhos! Sempre venham
em multidão!". O termo multidão é usado duas
vezes em Salmos 42:4: "Lembro-me destas coisas -
e dentro de mim se me derrama a alma -, de como
passava eu com a multidão de povo e os guiava em
procissão à Casa de Deus, entre gritos de alegria e
louvor, multidão em festa". Encorajei-os a não ir às
reuniões sozinhos, mas em grupos: cantando,
louvando, andando e pulando, regozijando-se e
dando aleluias! E os santos fizeram isso! Foi
maravilhoso!
Não em silêncio, mas em regozijo
Hoje, porém, noto que, quando os santos vêm para
as reuniões, são tão calados. São silenciosos. São
como um grupo calado de cativos libertados da
pobre prisão. Pelo menos você foi liberto e está
aqui, e não num cassino. O problema é que você não
está pleno de gozo; não está cheio de alegria.
Quando os filhos de Israel foram libertos do Egito e
se reuniram no monte Sinai, acaso não se
regozijaram? Como podemos saber que se
regozijaram? Sabemos porque se alegraram na
praia do Mar Vermelho. Quando Deus os livrou do
cativeiro no Egito e sepultou Faraó e seus exércitos
no fundo do mar, todos os filhos de Israel deram
gritos de louvor a Deus, especialmente as irmãs,
sob a liderança de Miriã, a irmã mais velha. Hoje
precisamos de mais Miriãs. As irmãs são quietas
demais, e os irmãos, mais ainda.
É por isso que quero compartilhar com vocês que a
reunião do povo de Deus é um testemunho de
vitória sobre Satanás, sobre o mundo prevalecente,
sobre os demônios, sobre toda escravidão.
Remidos e libertos para desfrutar uma festa
Olhe para o quadro que a Bíblia retrata: Deus criou
o homem com um propósito, a saber, expressá-Lo.
Mas o homem sofreu repetidas quedas, em pelo
menos três ou quatro estágios. Por fim ele caiu no
Egito onde estava totalmente sob a tirania de Faraó,
sem liberdade e sem Deus. Então Deus interveio a
fim de libertá-lo do Egito, da mão usurpadora de
Faraó. Contudo a maioria dos pregadores, inclusive
eu, quando pregávamos o evangelho usando essa
história, jamais assinalamos que a salvação de Deus
liberta as pessoas da tirania de Satanás e as
introduz numa festa! Essa festa implica não apenas
a libertação e liberdade, mas também congregação
e desfrute. Você deve perceber que essa
congregação, a fim de desfrutar a festa, é um
testemunho da vitória da salvação de Deus em
todos os Seus remidos sobre o inimigo.
Se alguém é redimido, contudo não está nessa festa,
algo está errado. Essa é a situação de muitos
cristãos. Muitos foram salvos, mas poucos estão na
festa. No salão de reuniões da Rua Elden, a
freqüência nas reuniões era muito elevada. Quando
tínhamos trezentas pessoas, quase todas estavam
presentes em cada reunião. Por vezes até a
freqüência nas reuniões de oração era mais
elevada. Se o número de irmãos presentes nas
reuniões de uma igreja é baixo, isso é sinal de que
os santos não percebem nem desfrutam a vitória de
Cristo tanto assim. Se a desfrutamos, certamente
participamos da festa. Nós nos lançamos com
ímpeto à festa!
Não há desculpas
Alguns queridos irmãos que têm coração terno e se
simpatizam com os demais podem dizer que os
santos trabalham demais ou moram longe e estão
exaustos. Concordo, mas por que a freqüência na
Rua Elden era tão elevada? Acaso os irmãos ali
estavam desempregados? Na verdade, hoje há mais
desempregados do que naquela ocasião, pois a taxa
de desemprego é alta. Doze anos atrás, na Rua
Elden, quase ninguém estava desempregado.
Portanto essa não é uma boa desculpa. Outra
desculpa é que quase todas as irmãs têm de cuidar
dos filhos. De novo, e quanto à Rua Elden? Acaso
aquelas irmãs não tinham filhos? Será que eram
todas solteiras? Não há desculpas! O único motivo é
que o desfrute da vitória de Cristo diminuiu muito.
Se você tem comunhão com Cristo de manhã,
certamente espera ir à reunião à noite. O desfrute
de Cristo, a comunhão com Ele, sempre encaminha
você para a igreja, para as reuniões. E não só isso,
se durante o dia você desfruta a vitória de Cristo
sobre o inimigo, está equipado, pronto, a postos e à
espera da hora da reunião. Você vem para a reunião
com gritos, regozijos e louvores. Vem com a
expectativa de ter tempo para dar testemunho de
que Cristo hoje derrotou o inimigo em você. O
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princípio da Bíblia é precioso: a salvação de Deus
visa primeiramente a festa, e a festa sempre implica
em reunião.
Carentes da salvação de Deus
Se você não vem para a reunião, isso prova
categoricamente que é carente da salvação de Deus.
Você não desfruta Cristo tanto assim nem participa
muito de Sua vitória. Assim, seu apetite, sua fome,
sua sede pelas reuniões não são tão grandes. Este é
o princípio: se você desfruta Cristo, certamente terá
inspiração para ir às reuniões. Se participa da
vitória de Cristo, acha que o dia é longo demais e
gostaria de encurtá-lo para ir à reunião mais cedo.
Se não participa da vitória de Cristo, você sempre
sente que o dia é curto demais. Seis e meia da tarde
chega rápido e você ainda não jantou, então como
pode ir à reunião? Se é essa a sua sensação, isso
prova que você não participou da vitória de Cristo
hoje. Você nem precisa participar da vitória de
Cristo com tanta intensidade; basta um pouquinho,
e será encorajado, animado, a ir à reunião o mais
cedo que puder e, quando chegar, irá procurar
lugar bem na frente. Quando, porém, você está
derrotado, simplesmente tem dúvida se deve ir à
reunião ou não, chega atrasado e, embora haja
lugares vagos na frente, você não senta neles;
prefere o fundo. Isso é sinal de que precisa da
vitória de Cristo.
Aparentemente, parece que o inimigo derrotou
Deus em ganhar o homem. Olhe para o mundo:
todos se afastam de Deus e foram capturados por
Satanás. Eles também têm reuniões. Pense bem:
quantas opções de ajuntamentos, reuniões,
agrupamentos e congregações as pessoas caídas
têm! Ir ao cinema é participar de uma assembléia; ir
à boate, também. Hoje o mundo todo foi capturado
por Satanás; ele tem seu séqüito de cativos. Mas
louvamos ao Senhor, pois Cristo obteve vitória. Pelo
menos Ele ganhou um povo; Ele nos capturou! Em
todos os lugares há a necessidade de que cristãos
adequados se reúnam e sejam o testemunho da
vitória de Cristo. Todos se tornaram cativos do
séqüito de Satanás, mas nós estamos aqui! Não nos
queremos juntar a eles nem temos parte nesse tipo
de congregação. Estamos aqui reunidos como
testemunho da vitória de Cristo sobre Satanás.
Precisamos fazer isso todos os dias, quanto mais,
melhor, e o máximo que pudermos. Você não crê
que os santos ao pé do Sinai se reuniam todos os
dias?
Buscar primeiro o reino de Deus
Talvez você pergunte: "E quanto ao nosso viver?
Que comeremos? Que beberemos? Com que nos
vestiremos?". Não pergunte isso a mim; é melhor
consultar a Bíblia e ver o que o povo fez ao pé do
monte Sinai Você esqueceu? O maná descia do céu e
a água viva fluía. Então, você pode perguntar: "É
sério? Se nos reunirmos todos os dias, o maná virá
do céu?". Sim, é isso mesmo. Se não acredita, tente.
Tenhamos reuniões todas as noites e vejamos se
haverá falta de comida. O Senhor disse que
busquemos em primeiro lugar o Seu reino e a Sua
justiça, e todas essas coisas nos serão
acrescentadas.
No monte Sina i, os santos se reuniam todos os dias.
Por quarenta anos aqueles cerca de dois milhões de
pessoas somente se reuniam e peregrinavam. Só
precisavam lidar com uma coisa: o tabernáculo.
Eles se reuniam ao redor do tabernáculo viajavam
com o tabernáculo. Era só isso. Eles não faziam
outra coisa. Por quarenta anos eles não tiveram
trabalho: não precisavam plantar nada nem
produzir nada. Essa é uma prefiguração clara. Mais
tarde, no dia de Pentecostes, os santos
neotestamentários fizeram o mesmo. Dia a dia eles
se reuniam no templo e de casa em casa. Que
faziam? Não fofocavam, mas louvaram, pregavam,
ensinavam, conversavam sobre Jesus. Sem dúvida,
o cristianismo perdeu essa característica. Deus
salvou os Seus para que festejem, mas essa festa
tornou-se um culto formal.
Desfrutar Cristo e participar de Sua vitória
Recentemente li uma notícia de que numa província
da China Vermelha havia cerca de cento e quarenta
mil novos convertidos reunindo-se em vários
lugares. Às vezes alguns, na maioria os líderes,
reuniam-se o dia todo, das seis da manhã às seis da
tarde. A reunião durava o dia inteiro. E a boa notícia
é esta: eles invocavam o nome do Senhor e liam-
oravam a Palavra. Parece que perdemos o invocar
do nome do Senhor e o ler-orar. Certa feita, na Rua
Elden, numa reunião de oração, os santos leram-
oraram todo o livro de Efésios. Hoje quase não
fazemos isso. Isso é sinal de fraqueza, de que
perdemos o desfrute de Cristo e muito da
participação em Sua vitória. Se recuperarmos o
desfrute de Cristo e a participação na Sua vitória,
por certo recuperaremos as práticas de gritar,
cantar, louvar, invocar do Seu nome e ler-orar.
A RESTAURAÇÃO DO REUNIR-SE ADEQUADO
Há uma batalha, uma luta, entre Deus e Satanás.
Temos de perceber que na restauração do Senhor a
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primeira coisa que Ele restaura é o reunir-se.
Reunir-se é a parte frontal da restauração de Deus.
Você sabe que a frente de qualquer edifício é
sempre proeminente. Se a restauração do Senhor
não tiver a reunião adequada, não terá frente.
Temos de buscar ao Senhor por misericórdia a fim
de que prestemos atenção adequada à questão do
reunir-se. A restauração do Senhor deve ter uma
frente que declare o desfrute de Cristo e a
participação em Sua vitória. Nós desfrutamos
Cristo, participamos de sua vitória e agora estamos
numa festa.
Vejamos Êxodo novamente: os filhos de Israel eram
escravos sob a mão de Faraó, mas um dia
desfrutaram o cordeiro pascal. Esse foi o início do
desfrute de Cristo. Cristo se tornou não apenas a
redenção, mas também a vida deles, além da
libertação e liberdade. Cristo entrou neles. Nesse
momento já não conseguiam ficar longe uns dos
outros. Desde a Páscoa eles ficaram juntos e logo se
tornaram o exército do Senhor, o qual derrotou as
tropas egípcias por meio do Senhor. Portanto era
possível ver que eles desfrutavam Cristo e tinham
participação na Sua vitória sobre o exército egípcio.
Estas duas questões: o desfrute de Cristo e a
participação em Sua vitória os levaram a festejar, e
essa festa foi uma congregação. Eles se
congregaram a fim de desfrutar mais de Cristo. Por
fim, tornaram-se não apenas o povo de Deus, mas
também o Seu exército, cujo modo de lutar era
simplesmente reunir-se e comer. O seu modo de
luta era desfrutar Cristo e participar da Sua vitória.
Esse desfrute e participação não são outra coisa
senão reunir-se.
Temos de esquecer os cultos que os cristãos têm
hoje. De manhã, precisamos desfrutar Cristo e de
dia temos de participar da Sua vitória. Essas duas
situações nos remeterão à reunião à noite. Cada
manhã desfrutamos Cristo, cada dia participamos
da Sua vitória e cada noite nos reunimos. Se você
desfrutar Cristo de manhã e participar de Sua
vitória de dia, não creio que à noite ficará sozinho
em casa. Essas duas coisas irão motivá-lo, impeli-lo,
impulsioná-lo e levá-lo à reunião. Não haverá
necessidade de incentivá-lo a cantar aleluias ou a
invocar o nome do Senhor; você o fará
espontaneamente! O desfrute de Cristo e a
participação em Sua vitória irão motivá-lo, fazê-lo
voar, planar, pular e gritar aleluia, e ir à reunião em
companhias.
 Capítulo Dois
REUNIR-SE PARA FAZER A VONTADE
DE DEUS E CUMPRIR SEU PROPÓSITO
Leitura Bíblica:
Êx 15:13, 17; Dt 12:11; Sl 73:16·17; 1 Co 14:26; Hb 10:25
Aparentemente os versículos acima, citados de
Êxodo, Deuteronômio e Salmos, têm pouco a ver
com a questão de reunir-se. Contudo eles de fato
estão relacionados com isso. Desde os primeiros
dias de minha vida cristã, fui posto numa situação
em que precisava saber como me reunir.
Ensinaram-me muito acerca de 1 Coríntios 14:26 e
os que me ensinaram, os Irmãos Unidos, eram
famosos nisso. Eles descobriram muitas coisas
sobre o modo de ter reuniões. Num bom sentido, no
século passado, eles revolucionaram os cultos
cristãos com base em 1 Coríntios 14:26. Portanto
eu conhecia esse versículo muito bem desde o início
e até preguei sobre ele. Quando a vida da igreja
iniciou-se em minha cidade natal, comecei a ensinar
as pessoas a se reunir principalmente de acordo
com 1 Coríntios 14:26. Naturalmente, quase todos
os cristãos conhecem a exortação de Hebreus
10:25: "Não deixemos de congregar-nos, como é
costume de alguns; antes, façamos admoestações e
tanto mais quanto vedes que o Dia se aproxima".
Esses dois versículos são bem populares entre os
cristãos no que tange à questão de reunir-se. Mas os
versículos citados do Antigo Testamento talvez não
sejam tão familiares.
Primeiro eu gostaria de ressaltar que esses trechos
falam de fato da questão de reunir-se. Êxodo 15,
sabemos, fala dos louvores de vitória a Deus
entoados pelo povo liberto. Uma vez libertados da
tirania de Faraó no Egito, depois de cruzar o Mar
Vermelho e ver todos os exércitos egípcios tragados
pelas profundezas do mar, os filhos de Israel
entoaram louvor ao Senhor.
O DESTINO DOS QUE DEUS CONDUZ
O versículo 13 diz: "Com a tua beneficência guiaste
o povo que salvaste; com a tua força o levaste à
habitação da tua santidade". Você já notou que o
destino a que Deus leva Seu povo é a habitação da
Sua santidade? Ele nos leva para esse destino. Ele
guia os redimidos a avançar e os leva a esse destino,
isto é, Sua santa habitação. Sabemos que essa é a
habitação de Deus. Primeiro era a tenda ou
tabernáculo; por fim tornou-se o templo. Quer fosse
o tabernáculo ou o templo, era a casa de Deus, Sua
santa habitação. Esse é o destino dos que Deus
conduz. Esse é o destino da condução de Deus. Ele
nos guia e leva a esse destino: Sua santa habitação.
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A HABITAÇÃO DE DEUS
Você já percebeu que a habitação de Deus é a
reunião dos Seus remidos? Assim temos um termo
que combina as duas coisas: tenda da congregação. A
tenda refere-se à habitação de Deus e a
congregação, sem dúvida, ao ajuntamento do Seu
povo. Isso indica que o ajuntamento do povo de
Deus é exatamente a Sua habitação.
No Antigo Testamento, a figura não era tão clara
pois era de fato difícil retratar como o povo de Deus
era exatamente Sua habitação. Na figura do Antigo
Testamento, temos a habitação de Deus
representada pela tenda, ou tabernáculo, como
centro do povo de Deus. Ao mesmo tempo temos a
congregação do povo ao redor da tenda.
A ASSEMBLÉIA DOS CHAMADOS
No Novo Testamento, temos de perceber que a
habitação de Deus é exatamente a igreja, que,
segundo o grego, ekklesia, quer dizer reunião,
assembléia. É a reunião ou ajuntamento dos que
foram chamados para fora. Quando os chamados de
Deus se reúnem, isso é a igreja. A igreja é
simplesmente a reunião de um povo coletivo, um
ajuntamento dos crentes.
A IGREJA DE MODO PRÁTICO
Segundo o ensinamento do Novo Testamento, acaso
os santos de uma cidade não precisam reunir-se,
não precisam de nenhum ajuntamento, e ainda
assim conseguem ser a igreja? Você deve perceber
que sem se reunir, não há a vida prática da igreja,
que é exatamente o ajuntamento dos santos em
certa cidade. Se você apenas mora em Huntington
Beach, mas não se reúne, sem dúvida há santos na
cidade, mas na prática não há a igreja.
A igreja torna-se real e prática quando todos vocês
se reúnem.
Isso é a ekklesia, o ajuntamento de todos os santos, e
esse ajuntamento é uma reunião. Você deve
perceber que esse ajuntamento é a habitação de
Deus. Esse é o tabernáculo em Huntington Beach, é
a congregação ao redor da tenda, ao redor do
tabernáculo, isto é, a igreja. Portanto, a igreja é
simplesmente a tenda da congregação. Gosto desta
frase: a igreja é a tenda da congregação. A tenda
representa a habitação de Deus; as reuniões
simbolizam o ajuntamento, a reunião, dos santos.
Êxodo 15: 13 fala da reunião dos remidos de Deus. Eles
foram remidos, mas que devem fazer depois? Deus os
guiou a reunir-se, levou-os para a reunião.
O SENHOR GUIA E LEVA
Você já percebeu que em Êxodo 15: 13 há dois verbos?
O primeiro diz que o Senhor os guiou; depois diz que
Ele os levou. Qual é a diferença entre eles? Cerca de
vinte anos atrás, quando estávamos na Rua Elden, ouvi
alguém orar: "Senhor, guia-nos e nos leva". Isso é
muito significativo. Aquilo me impressionou.
Primeiro, o Senhor nos guia e depois nos leva. Olhe
para a figura na tipologia. Quando os filhos de Israel
peregrinaram pelo deserto, havia uma coluna de
nuvem ou de fogo que sempre os guiava. Ela ia à frente
e, quando parava, o povo não se movia. Ao mesmo
tempo em que os guiava, o Senhor também os levava,
conduzia. Ele estava com eles e entre eles, levando-os.
Em nossa peregrinação cristã, no curso de nossa
jornada, o Senhor sempre guia e, ao mesmo tempo,
leva.
Em 1958, quando visitei Jerusalém, usamos um guia
turístico. Ele não somente guiava, mas tomava a
dianteira. Quando fomos ao templo, ou a outros
lugares, ele ia à frente. Quando tínhamos dificuldades,
ele logo se tornava o guia. Ele voltava até nós e andava
conosco, lado a lado, levando-nos e nos explicando
tudo. Nessa hora ele era o que nos levava. Ele tomava a
dianteira e também nos levava.
Guiar é genérico, mas levar é específico. Quando um
guia turístico guia, ele assume a dianteira, andando à
nossa frente de modo geral Quando temos
dificuldades, ele nos explica com detalhes o que
devemos fazer ou o que não devemos tocar. Como guia,
ele nos dá informação detalhada. Hoje o Senhor faz o
mesmo conosco. Ele vai à frente de modo geral dando-
nos a direção. Então, em certos momentos, Ele vem a
nós como guia explicar as coisas em detalhes. Por fim,
foi por Sua condução que Ele levou o povo com Sua
força à habitação da Sua santidade. Guiar apenas
conduz as pessoas ao caminho, mas levar as faz chegar
a determinado lugar, isto é, à habitação de Deus. Essa
habitação, queridos santos, é simplesmente o
ajuntamento; é a reunião. Portanto, depois da
redenção, Deus guia e leva os Seus a se reunir.
Quero verificar com você, segundo sua experiência:
logo depois de salvo, tudo foi maravilhoso - Foi
excelente - Mas você não teve a sensação de que estava
em casa. Você ainda não havia chegado ao destino
antes de ser introduzido numa reunião. Quando
chegou à reunião, logo se sentiu em casa. Ninguém
precisou dizer nada. Quando entrou na reunião, você
sentiu que esse era o seu lugar. Essa é a habitação de
Deus e é sua reunião. Essa é sua reunião e é a
habitação de Deus.
7
NOSSO DESTINO É A HABITAÇÃO DE DEUS
Precisamos deixar isso bem claro, pois a maioria dos
cristãos não percebe a reunião dessa forma. Eles
geralmente a consideram uma espécie de culto de
adoração. Não percebem que ela é o destino ao qual
chegamos, e esse destino torna-se a habitação de Deus.
Devo dizer-lhe que, quando Deus está sem lar, você
também fica a vagar. Quando Deus não tem casa, você
também não tem. Quando Deus tem um lar em que
habitar, esse lar se torna seu também. A casa de Deus é
sua casa. Muitas vezes nas reuniões simplesmente
temos a sensação de que estamos em casa. Se ficar
longe das reuniões por dois meses, você terá a
sensação de ser um sem-teto. Você se torna um
peregrino. Depois, quando volta para a reunião, que
bom! Você se sente em casa. Isso prova que a reunião
é a habitação de Deus, e a habitação de Deus é o
nosso lar.
EM CASA COM O PAI
Quando Deus tem habitação, nós também temos.
Essa habitação é nossa reunião. Menciono isso para
mostrar a importância da reunião. Não é apenas um
culto ou adoração ou ajuntamento para estudo
bíblico ou momento de oração. Não é só isso. É ter a
habitação de Deus na terra! Quando nos reunimos,
constituímos a habitação de Deus, na qual estamos
em casa com Ele; estamos em casa com o Pai. Toda
reunião é uma reunião familiar. Isso é crucial. Não
se trata de culto, de adoração, de estudo bíblico, de
ensinamento ou oração. Não, é um ajuntamento
para ser a habitação de Deus, para estar em casa
com o Pai.
PLANTADOS EM SIÃO
No versículo 17, lemos: "Tu o introduzirás e o
plantarás no monte da tua herança, no lugar que
aparelhaste, ó SENHOR, para a tua habitação, no
santuário, ó Senhor, que as tuas mãos
estabeleceram". Quando Moisés mencionou o
monte de Sua herança nesse versículo, creio que se
referia ao monte Sião, um monte na terra santa. E a
terra santa é a herança de Deus. Portanto o monte
da herança de Deus é Sião. De acordo com esse
versículo, Deus queria plantar todos os filhos de
Israel no monte Sião. Talvez você pense que,
geograficamente falando, seja impossível plantar
todos os filhos de Israel em Sião, pois esse não era
um monte tão elevado. Esse é o seu entendimento
natural. Segundo o entendimento e visão de Deus,
todos os filhos de Israel foram plantados nesse
monte. Pelo menos três vezes por ano: na Páscoa,
no Pentecostes e na Festa dos Tabernáculos, todos
os varões se reuniam nesse monte. Portanto, aos
olhos de Deus, todos os filhos de Israel estavam
plantados ali.
TEMPO DE ALEGRIA A DEUS
Você deve perceber que essa plantação era o
ajuntamento, e esse ajuntamento era a habitação de
Deus. Nesses dias de festa, todos os filhos de Israel
ficavam no monte dia e noite. Se a festa durasse
sete dias, eles ficavam lá sete dias. Note que esse
era o momento mais alegre para Deus. Quando Ele
olhava para o monte Sião e via todos os Seus
escolhidos e redimidos juntos, Ele ficava contente!
Essa reunião era a habitação de Deus na terra.
Todos os Seus escolhidos e redimidos ficavam com
Ele no monte. Essa era a plantação, a congregação e
a habitação. E essa morada era mútua; era a real
reunião da habitação de Deus na terra.
O CUMPRIMENTO DA TIPOLOGIA
Essa era a figura no Antigo Testamento, e hoje
nossas reuniões são o cumprimento da
prefiguração. No passado eu não via tão claramente
a questão do reunir-se. Nas últimas semanas a
verdade sobre isso tornou-se mais crucial para
mim. No passado tínhamos dois slogans: "Cristo é
nossa vida" e "a igreja é nosso viver". Precisamos
mudar a palavra igreja para reunião. Cristo é nossa
vida e a reunião é nosso viver.
Você não percebe que todos na terra hoje são
infelizes? Quer estejam dançando, praticando surfe,
jogando, comendo, bebendo, brincando, apostando
em jogos de azar, roubando, são todos infelizes.
Quer sejam fortes ou fracos, são infelizes. Quer
estejam bem ou enfermos, são infelizes. E quanto a
nós? Também somos infelizes? Se você não vem
para a reunião, é infeliz ou não? Posso testificar que
sou feliz todos os dias em casa, mas nem sempre
sou tão feliz. Porém garanto que fico feliz quando
venho para as reuniões. Nos meus cinqüenta anos
de vida da igreja, não consigo lembrar-me de uma
só reunião em que me senti infeliz. Fiquei infeliz
algumas vezes em casa, mas não me lembro de uma
reunião sequer em que fiquei infeliz.
O LUGAR MAIS AGRADÁVEL
Por que somos tão gratos nas reuniões? Por vezes
tive o sentimento de que a reunião era longa
demais. Recentemente nossa reunião da mesa do
Senhor durou duas horas e quarenta minutos. Eu
fiquei cansado de sentar lá por cento e sessenta
minutos. Mas devo dizer que não estava infeliz.
Estava cansado, mas ainda grato. Em certo sentido,
queria ir para casa; contudo, noutro sentido, queria
ficar ali. Hesitei em ir para casa. Enquanto estou na
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reunião, sei que estou bem, mas quando volto para
casa posso sentir-me infeliz. De fato tenho a certeza
e a garantia de que fico feliz enquanto estou na
reunião.
Devemos despender certo tempo para estudar
novamente nossa vida de reuniões a fim de ver mais
coisas. Em certo sentido, não digo isso para
encorajá-lo a vir às reuniões, mas gostaria de lhe
dizer que há diferença entre vir à reunião e não vir.
Você tem uma escolha: vida ou morte. Depende de
você. Se quiser morrer, fique em casa; se quer viver,
venha para a reunião. Fora da reunião você está
prestes a morrer, mas, se vier à reunião, é garantido
que viverá. Aqui é agradável. Pela minha
experiência, posso dizer que o lugar mais agradável
da terra é a reunião; não há outro.
Por vezes, por problemas pessoais subjetivos, você
trouxe sua situação miserável de casa para a
reunião. Não culpe a reunião; culpe sua tolice. Por
vezes eu trouxe minha situação miserável até a
porta do local de reuniões, mas então disse: "Não
venha atrás de mim! Vá embora!". Então entrei na
reunião sem minha situação miserável.
De acordo com a vida humana, o único momento
agradável e o único lugar agradável é a reunião.
Alguns talvez digam que o momento mais feliz e o
lugar mais feliz são as bodas. Talvez. Mas até se esse
foi um momento feliz e um lugar alegre, foi uma só
vez na vida toda. No entanto, a hora e o local de
reuniões podemos experimentar repetidas vezes.
Comparativamente falando, o lugar mais agradável
e o momento mais agradável é a reunião. Os
incrédulos não têm isso, portanto nunca provaram
esse lugar agradável. Mas nós o temos! Se você me
perguntasse, segundo minha experiência de vida
humana, qual é o momento mais agradável e o lugar
mais agradável, eu diria que é a reunião. Em
momento algum estive num lugar tão agradável
quanto a reunião.
Gosto muito dos Estados Unidos, mas devo dizer a
verdade: se não houvesse reuniões aqui, seria um
inferno. Que é que eu poderia fazer aqui? Assistir
TV? Isso é nojento! Ouvir música? Isso é terrível!
Que faremos? Temos de crer no Senhor Jesus para
que Ele nos guie e leve à Sua habitação. Essa é a
reunião.
PERMANECER NA HABITAÇÃO DE DEUS
Como posso dizer que o monte no versículo 17
refere-se a Sião? É porque é a habitação de Deus. O
santuário em que Deus habita é o templo. Primeiro
Deus fez o monte Sião; depois edificou e estabeleceu
o templo. O monte Sião com o templo como
santuário de Deus era o local de reuniões de todos
os filhos de Israel. Três vezes por ano, todos
deveriam ir lá, não apenas visitar, mas ficar, habitar.
Eles não moravam ali sozinhos, mas com Deus, por
sete dias. Sete dias na Bíblia indica período
completo. Isso quer dizer que para a completação da
vida humana devemos permanecer na reunião, ficar
na habitação de Deus. Em outras palavras, temos de
ficar nas reuniões.
O LUGAR ESCOLHIDO PELO SENHOR
Agora precisamos ler Deuteronômio 12:11: "Então,
haverá um lugar que escolherá o SENHOR, vosso Deus,
para ali fazer habitar o seu nome; a esse lugar fareis
chegar tudo o que vos ordeno: os vossos holocaustos, e
os vossos sacrifícios, e os vossos dízimos, e a oferta das
vossas mãos, e toda escolha dos vossos votos feitos ao
SENHOR". Esse versículo refere-se ao lugar. Deus
ordenou que os filhos de Israel, uma vez na boa terra,
não deveriam congregar-se em qualquer lugar. Havia
somente um lugar em que era legítimo congregar-se: o
monte Sião, onde estava o templo de Deus. Três vezes
por ano eles deveriam levar o melhor da terra a esse
lugar em sua congregação. Eles ficavam juntos com
Deus. Esse era o momento da sua reunião. Eles se
reuniam ali todos os anos. Sabemos que esses são
aspectos diferentes de uma só coisa: nossas reuniões
hoje. Nossa congregação hoje deve ser assim.
REUNIR-SE PARA FAZER A VONTADE DE DEUS E
CUMPRIR SEU PROPÓSITO
Como podemos provar que reunir-se é fazer a vontade
de Deus e cumprir Seu propósito? Salmos 73: 16-17
diz: "Em só refletir para compreender isso, achei mui
pesada tarefa para mim; até que entrei no santuário de
Deus e atinei com o fim deles". Quando o salmista
pensou acerca de certas questões, foi-lhe pesaroso,
mas, quando entrou no santuário de Deus, começou a
entender.
Creio que no passado muitos buscamos a vontade de
Deus para a nossa família, casamento, trabalho e
estudo. Muitas vezes foi penoso para nós. Buscávamos
conhecer a vontade de Deus com relação a essas
coisas, mas era pesado. Porém muitas vezes, quando
simplesmente viemos à reunião, o que buscávamos
ficou bem claro para nós. A mensagem não falou nada
sobre o assunto especificamente, nenhum testemunho
se referiu a isso; simplesmente viemos à reunião e
sentamos ali, e a clareza veio. Naturalmente muitas
vezes os testemunhos nos ajudaram a ter clareza e,
mais vezes ainda, a mensagem nos auxiliou a ver. Mas
de qualquer forma podemos todos testificar que o
melhor lugar e o melhor momento para conhecer a
vontade de Deus é a reunião. Poucos vieram a
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conhecer a vontade de Deus fora da reunião, mas
muitos a conheceram nas reuniões. Várias vezes
oramos por certas coisas, repetidas vezes, buscando
conhecer a vontade de Deus, mas não conseguimos.
Quando, porém, viemos à reunião, tudo ficou claro.
Fazer a vontade de Deus depende primeiro de
conhecimento. Se você conhece a vontade de Deus, a
maior parte já está feita. Conhecer algo é a maior parte
de realizá-lo. Conhecer a vontade quase se iguala a
fazê-la.
Quando nos reunimos, nossa intenção pode ser orar,
adorar, servir, ouvir mensagem, receber ensinamento,
exortação, ser fortalecidos, consolados e animados.
Esse é nosso entendimento. Na verdade, amados
santos, nossas reuniões têm muita coisa maravilhosa
debaixo da superfície. Ganhamos benefício e proveito
que não percebemos quando participamos delas. Isso
quer dizer que não as valorizamos como deveríamos
nem as apreciamos como deveríamos.
O MAIS CRUCIAL
Temos de perceber que hoje na terra, além da vida
interior, nada é tão crucial, importante, proveitoso,
quanto reunir-nos. Creia-me! Um dia você testificará
que perder o emprego não é tão importante quanto
faltar à reunião. Faltar à reunião é uma perda real.
Perder o emprego não. Não quero garantir isso a você
como se fosse uma superstição, mas quero dizer que,
se você se reunir adequadamente, o Senhor
provavelmente o manterá empregado. Se você se
reúne adequadamente, como faziam os filhos de Israel,
e não tem emprego, então o Senhor talvez lhe envie
maná. Então você dirá: "Já que é assim, vamos todos
pedir demissão, considerar este local o nosso monte
Sião, reunir-nos aqui todos dos dias e ficar aqui o
tempo todo". Isso, sim, é superstição.
RECOLHER O MANÁ
Mas lembre-se de que, em 2 Coríntios 8, Paulo
considera nosso trabalho regular como o recolhimento
do maná. Você conhece a história do recolhimento do
maná: alguns gulosos recolhiam mais, porém, depois
de medir, todos tinham o mesmo. Muitos gostamos de
recolher mais, contudo, por fim, é o mesmo. Os que
recebem mais ou recolhem mais não têm em excesso e
os que recolhem menos não têm falta. É tudo o mesmo.
Embora você recolha tanto com toda a sua energia e
esforço, por fim o que obtém é o mesmo que os
demais.
BUSCAR PRIMEIRO O REINO
Nós que somos um povo que se reúne vivemos de fato
do maná. Não viva de seu emprego. Você deve
trabalhar, mas não deve viver do emprego; viva de
maná. Até seu emprego é maná. Deus pode tirar todo o
maná. Ele pode usar apenas o dedinho para tocar a
economia do país e todos os empregos se vão. Quando
os empregos desaparecem, não há maná. Você pensa
que esse é seu emprego, mas é maná enviado por Deus
a você.
A palavra do Senhor é confiável. Ele diz que não
devemos preocupar-nos pelo dia de amanhã. Ele diz
que não devemos ter nenhuma ansiedade quanto ao
futuro. O amanhã não está em nossas mãos. Não viva
no amanhã; viva hoje. Busque primeiro o Seu reino,
então o que você precisa em termos de vestuário,
bebida e alimentação serão suprido pelo Pai. Ele lhe
dará o reino, que você buscou primeiro, e também a
provisão para todas as necessidades (Mt 6:31-34). Isso
é o maná. Perder o emprego não deve preocupá-lo,
mas faltar à reunião, sim.
Já sirvo ao Senhor há cerca de cinqüenta anos. Eu não
perdi o emprego no início desses cinqüenta anos;
antes, eu deixei o emprego. Eu tinha um bom emprego,
mas desisti dele! Que coisa! Quando estava para tomar
essa decisão, ela parecia maior do que o planeta Terra.
Mas já se passaram cinqüenta anos e o fato é que a
palavra do Senhor é confiável. Certamente não
precisamos preocupar-nos com nosso viver. Não
precisamos ter nenhuma ansiedade acerca das
necessidades enquanto O buscamos.
A VIDA PRÁTICA DO REINO
Você deve notar que a vida prática do reino é a
reunião. Se buscarmos Seu reino, contudo não nos
reunimos, que espécie de reino é esse? O reino de
forma prática é a vida de reuniões. Reunir-se é buscar
primeiro o reino. Há uma promessa aqui.
FAZER A VONTADE DE DEUS
Agora voltamos à questão de fazer a vontade de Deus.
Vivemos no mundo, e nossa meta e propósito é fazer a
vontade do Pai. Como podemos saber qual é Sua
vontade? Não há outro modo exceto estar nas
reuniões. Posso garantir que sem vir às reuniões, será
mais do que difícil fazer a vontade de Deus. O modo de
conhecê-la é vir às reuniões. Quando você começa a
faltar, começa a perder o alvo da vontade de Deus.
Então você volta à vida miserável sob a tirania de
Satanás, da qual já fora liberto.
Portanto devemos fazer o possível para não perder
nenhuma reunião. Se isso colocar em risco seu
emprego, que coloque. Vir às reuniões deve estar
em primeiro lugar. Jamais vi um santo que de fato
viesse a sofrer por vir às reuniões; nem um sequer.
Pelo contrário, posso testificar que vi milhares no
passado que continuaram a vir às reuniões e foram
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muito abençoados pelo Senhor, não só espiritual,
mas também fisicamente. O Senhor é fiel e Sua
promessa é fidedigna.
NOSSO DESTINO
Santos, tenham coragem e certeza! Esse não apenas
é o caminho correto, mas o único. Não temos
escolha. Para ser um ser humano, você tem de ser
cristão. Para ser cristão, você tem de vir às
reuniões. Não há escolha; esse é nosso destino. Vir
às reuniões não é só o ponto final, mas também o
destino. O Pai nos predestinou desse modo. Vir às
reuniões é nosso destino. Se acompanharmos a
predestinação de Deus, certamente estaremos sob
Sua bênção. Se não, recalcitraremos contra os
aguilhões [cf. At 26: 14], e sofreremos.
Alguns talvez considerem que já sacrificam tempo
demais para vir às reuniões. Podem pensar que, se
usassem todo o tempo para trabalhar, ganhariam
mais dinheiro. Que tentem quatro ou cinco anos, e
verão o sofrimento. Já vi muitos casos semelhantes
a esse. Essa idéia é enganosa e nos faz desviar
muito. Temos de nos firmar na Palavra fidedigna de
Deus nas Sagradas Escrituras. Temos de confiar em
Sua promessa e obedecer a Seus mandamentos de
vir às reuniões. Se você vier às reuniões, guardará a
predestinação do Pai e o destino da Sua bênção virá
sobre você. Não virá somente a você, apenas a uma
geração, mas talvez até a terceira geração, ou de
geração em geração. Você e os seus estarão sob a
bênção de Deus.
Esse é o nosso destino, amados santos. Reunir-nos
não é algo insignificante. É nosso destino. Não
conseguimos ter outra escolha. Aqui conhecemos a
vontade de Deus, aqui nós a fazemos e por fim
cumprimos Seu propósito.
 Capítulo Três
REUNIR-SE PARA SATISFAZER
A DEUS COM CRISTO
Leitura Bíblica: Dt 12:5-7, 11-12; 14:22-23; 16:16-17
NAS PREFIGURAÇÕES DO ANTIGO TESTAMENTO
No Antigo Testamento a igreja ainda era um mistério
oculto em Deus. Ali Deus não a revelara a ninguém,
mas a guardara em mistério em Si mesmo. Contudo no
Antigo Testamento temos muitas figuras,
prefigurações e sombras da igreja. Por exemplo,
Efésios 5 diz que Eva, mulher de Adão, prefigura a
igreja. Ela era uma figura maravilhosa da igreja. Se
apenas tivéssemos o Novo Testamento, não
poderíamos conhecer a igreja tanto quanto por meio
de Eva como sua prefiguração. E não apenas isso, mas,
se olhar Gênesis 24, verá Rebeca, mulher de Isaque. Os
estudiosos da Bíblia sabem que Isaque prefigura Cristo
e Rebeca, a igreja. Ela tipifica certos itens cruciais da
igreja, como o modo de ser escolhida dentre os
gentios, do mundo, e conduzida a Cristo.
No livro seguinte, Êxodo, o tabernáculo não era apenas
uma figura de Cristo, mas também do Cristo coletivo,
isto é, a igreja. A arca no tabernáculo prefigurava o
Cristo individual, mas o tabernáculo prefigurava o
Cristo coletivo, a igreja.
A maior prefiguração da igreja no Antigo
Testamento é o povo de Israel. Como um povo
coletivo, eles prefiguraram a igreja. Essa foi a maior
dentre todas as figuras da igreja, porque a igreja no
Novo Testamento também é um povo, um povo
coletivo. No Antigo Testamento Deus tinha um povo
e no Novo Testamento Ele também o tem. O povo
de Deus no Antigo Testamento prefigura Seu povo
no Novo Testamento. O que a história dos filhos de
Israel retrata é prefiguração da história da igreja.
Muitos aspectos cruciais dos tipos na história de
Israel não podem ser encontrados no Novo
Testamento. As prefigurações são muito
significativas e ricas para nos ajudar a conhecer a
igreja.
NO NOVO TESTAMENTO
Muitos mestres cristãos já despenderam tempo
estudando o Novo Testamento a fim de descobrir
como os crentes devem reunir-se. Todos eles
podem testificar que não encontraram o modo
correto. Apenas ler ou estudar o Novo Testamento
por certo não nos faz ver adequadamente essa
questão. Poucos são os versículos que falam desse
assunto. Primeiramente, em Mateus 18:20, o
Senhor disse que, onde estiverem dois ou três
reunidos em Seu nome, Ele estará no meio deles.
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Esse versículo apenas diz algo acerca de reunir-se
em nome do Senhor. É claro, os mestres dos Irmãos
Unidos tomaram esse versículo ao pé da letra. Eles
o expuseram e ampliaram a fim de condenar todos
os nomes denominacionais, pois os batistas se
reúnem no nome batista e os presbiterianos, no
nome presbiteriano. Os luteranos se reúnem em
nome de Lutero os wesleyanos, no nome de Wesley.
Por isso os mestres dos Irmãos Unidos condenaram
essa prática como uma espécie de fornicação
espiritual, dizendo que devemos reunir-nos
somente no único nome, a saber, o nome do nosso
Senhor Jesus Cristo. Ele é nosso único marido.
Devemos congregar-nos apenas nesse único nome.
Se nos reunimos em outro nome, é fornicação
espiritual. Isso é muito sério.
Então você pode ir ao livro de Atos e pensar que
esse livro deve dizer como os cristãos devem
reunir-se. Na verdade, ali há muito pouco sobre
isso. No capítulo vinte, fala-se que os discípulos
reuniam no primeiro dia da semana a fim de partir
o pão. Naturalmente alguns tomam esse ponto e
dizem que devemos reunir-nos no primeiro dia da
semana. E isso é confirmado por 1 Coríntios 16: 1,
que fala de pôr de parte certa quantia no primeiro
dia da semana como oferta ao Senhor. Além disso,
em Atos há versículos que nos falam que, quando os
cristãos se reuniam, perseveravam no ensinamento
dos apóstolos e na comunhão (At 2:42).
Outro versículo no Novo Testamento que nos fala
de como reunir-se é 1 Coríntios 14:26. Os mestres
dos Irmãos Unidos fizeram um grande caso desse
versículo. Com base nele, eles praticamente
anularam os ditos cultos no cristianismo. Ainda
assim, 1 Coríntios 14:26 não nos diz
adequadamente como nos reunir. Anos atrás,
estudei bastante esse versículo e não consegui
encontrar nada adequado sobre essa questão. Até
notei que os Irmãos Unidos com quem eu me reunia
não o praticavam tanto quanto deveriam. Ele servia
principalmente de base para o ensinamento de
anular os cultos cristãos. Mas eles não o praticavam
de modo pleno. A questão é esta: só pelo Novo
Testamento não podemos descobrir como nos
reunir.
UM POVO REUNIDO
No Antigo Testamento você tem um povo coletivo
que prefigura a igreja. Uma das coisas elementares
desse povo que deve impressionar-nos é o congregar-
se. Desde a noite em que a Páscoa foi instituída, eles
continuaram a se reunir. Celebraram a Páscoa em casa,
mas em certo sentido foi uma reunião de casa. Não
houve Páscoa individual; ela não era para indivíduos.
Foi celebrada por famílias. O cordeiro pascal não foi
imolado por indivíduos, e sim por casas.
Depois disso, dando continuidade à Páscoa, eles se
congregaram: foi um agrupamento. Congregaram-se
como exército. Logo depois da Páscoa, começaram a
lutar. Por isso precisavam ser agrupados num exército,
e essa formação foi a reunião deles. Logo após a
Páscoa, todos os filhos de Israel se tomaram um povo
de reunião. Eles se reuniam não apenas todos os dias,
mas o dia inteiro e a noite toda. Talvez você pergunte:
"Como é que conseguiam?". Mas se ler Atos 2 e 4, havia
ainda essa espécie de atmosfera, ou pelo menos essa
aspiração. Os três mil e os cinco mil, depois de salvos,
tinham a aspiração, creio, de ficar juntos dia e noite.
Novamente digo que uma das coisas elementares que
os filhos de Israel faziam que nos deve impressionar é
que se congregavam. Eles se tomaram um povo de
reuniões. Foi por meio da congregação que Deus fez
tudo. Ele não faz nada fora da congregação. Ele não fez
nada sem a reunião. Ele fez tudo por meio da reunião.
A REUNIÃO DO POVO
Você deve perceber que o povo na congregação
prefigura a igreja. Que é a igreja? É um povo que se
reúne. Isso é a ekklesia, um povo chamado para fora a
fim de se reunir. Suponha que não haja reunião; então
onde está a igreja? Se não há reunião, não há a igreja. A
igreja é simplesmente o ajuntamento. Não é apenas o
povo reunido mas é também a reunião do povo. O povo
que normalmente se reúne talvez não se reúna, mas,
quando se reúne, certamente há a manifestação da
igreja.
DISPERSAS NO CATIVEIRO
Suponha que não nos reunamos mais. Se despedirmos
a reunião para sempre, onde estará a igreja?
Estaremos dispersos. Despedir (no sentido de fazer sair;
dispensar a presença de; dar licença para partir) é uma boa
palavra [no que se refere ao encerramento de uma
reunião], mas não gostamos do termo dispersar. Se a
igreja está dispersa, quer dizer que está em cativeiro.
Quando muitos santos faltam à reunião, imagino se
estão despedidos ou dispersos. Se você foi despedido,
isso é muito bom, mas, se está disperso, quer dizer que
foi capturado. Não quero ofendê-lo, mas devo ser
franco e honesto, e dizer a verdade: se você não vem
para a reunião da igreja, está em cativeiro.
Perdi bem poucas reuniões nos últimos vinte anos.
Quando eu não estava na reunião, tinha a sensação que
fora deixado na prisão. Não houve uma vez sequer em
que a igreja se reunisse e eu estivesse ausente, e me
sentisse bem. Não posso dizer que a igreja estava
reunida e eu estava em casa e estava bem. Jamais direi
que é gratificante ficar em casa enquanto a igreja se
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reúne em outro lugar. Qual é seu sentimento quando
não está na reunião? Cativeiro! Você não foi despedido
da reunião, mas foi disperso, capturado e está em
cativeiro. Precisamos ver o que é a igreja: não é apenas
um povo que se congrega, mas é a congregação do
povo.
VIDA DE REUNIÕES
Numa reunião recente com as irmãs, disse que, sem a
vida da igreja, a vida humana é vaidade e a vida cristã é
sem sentido. Então que vida tem sentido? Não é a vida
humana nem, de certo modo, a vida cristã. Há milhões
de cristãos hoje no mundo, mas muitos não têm vida
significativa. São cristãos, contudo sua vida cristã
ainda é sem sentido, pois não têm a vida da igreja.
Agora devo acrescentar que a vida da igreja é
simplesmente uma vida de reuniões. A vida cristã
precisa da vida da igreja, e a vida da igreja é uma
vida de reuniões. Sua vida humana é vaidade; sua
vida cristã precisa da vida da igreja, e sua vida da
igreja deve ser uma vida de reuniões. Se você não se
reúne, não há vida da igreja. Se você não tem a vida
da igreja, sua vida cristã é sem sentido.
Se quer ter vida plena de realidade, você precisa ser
cristão. Mas mesmo como cristão você não pode
alcançar a realidade sozinho. Sim, Cristo é realidade,
mas essa realidade só pode ser alcançada e
experimentada plenamente na vida da igreja. Se
você não tem a vida da igreja, não tem a realidade
das riquezas de Cristo em plenitude. Ele jamais
pode ser tocado e experimentado adequadamente a
menos que você esteja na igreja. Portanto, se você
não tem a vida da igreja, sua vida cristã não tem
meta, objetivo ou propósito. O propósito, a meta e o
objetivo da vida cristã é a igreja. E você deve
perceber que a igreja é um povo reunido. A vida da
igreja é simplesmente uma vida de reuniões. Não há
discussão sobre isso. Fato é fato. Não me diga que
você é cristão há anos e nem sempre vem às
reuniões. Não diga que você fica em casa sozinho. Eu
diria que você é um cristão pobre. Mas aleluia! Eu
sou um cristão que desfruta. Eu desfruto Cristo! Eu
experimento Cristo! Como? Reunindo-me com os
santos. Ninguém pode dizer que sou um cristão
pobre, pois desfruto o Senhor Jesus todo o tempo
com os santos.
Quero ilustrar uma vez mais com o dia do
casamento. O casamento deve ser o dia mais
agradável da vida. Por um lado, meu casamento foi
muito agradável, mas, comparado com os dias de
reunião, havia outro sabor. Num agradável dia de
reunião, há somente mel. Não há vinagre.
Entretanto, muitas vezes no dia do casamento, não
há apenas mel, mas também vinagre. O gozo das
bodas não consegue durar tanto quanto o das
reuniões.
Em 1942 e 1943, tivemos um grande avivamento e
até hoje, quando me lembro das reuniões de então,
fico contente. Quando penso nas reuniões da Rua
Elden, em 1969 e 1970, oh! como fico contente!
O TEMPO MAIS AGRADÁVEL
O evento mais agradável é reunir-se. Quer livrar-se
da ansiedade? Venha à reunião. Não há ansiedade
na reunião. Se você ainda fica ansioso, é porque não
está na reunião; está em sua ansiedade. Não pense
que eu não tenha dificuldades; tenho muitas, mas
quando venho à reunião posso dizer: "Aleluia! Estou
contente e grato!".
Mesmo estando muito cansado, quando venho à
reunião, sinto-me bem; não há cansaço. Sou
fortalecido pela reunião. Sou enriquecido, curado,
animado por ela! Por quê? O gozo do Senhor é a
nossa força. Esse gozo fortalecedor é também a
cura. Os médicos dizem que a alegria é um dos
melhores remédios. Se puder alegrar-se o dia todo,
você não fica tão doente. O momento mais agradável
é a reunião.
Segundo a tipologia, a igreja é um povo reunido.
Sem a vida de reuniões, não há vida da igreja. Você
pode ter a igreja em terminologia, mas não em
realidade viva. A realidade viva da igreja é a vida de
reuniões. Aleluia! Estamos "igrejando"! Não apenas
nos reunimos, mas 1grejamos.
REUNIR-SE PARA SATISFAZER A DEUS COM CRISTO
Agora chegamos a um item muito crucial: para que
nos reunimos? Na primeira mensagem ressaltei que
nos reunimos para exibir Cristo em Sua vitória e, na
segunda, que nos reunimos para fazer a vontade de
Deus e cumprir Seu propósito. Mas nesta quero ter
comunhão com vocês e dizer que nos reunimos para
satisfazer a Deus com Cristo. Amados santos, todos
vocês devem perceber que esse assunto é importante.
Satisfazer a Deus não é insignificante e satisfazê-Lo
com Cristo é menos insignificante ainda. São duas
questões grandiosas.
FOME DIVINA
Se ler Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio, você
pode perceber que em todo o universo há uma fome
divina. Deus tem fome. Quando estudei o Pentateuco
novamente com os santos em Taiwan cerca de vinte e
três anos atrás, fiquei muito impressionado com essa
palavra. Levítico 3:11 e 16 falam de "manjar da oferta
queimada ao Senhor". Certas ofertas eram alimento
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para Deus. Você não é o único que precisa de comida;
Deus também precisa. Você está com fome, e sua fome
é sinal da fome de Deus. Ao sentir fome, você deve
lembrar-se de que Deus tem fome.
No Evangelho de João, o Deus encarnado um dia foi até
uma mulher pecadora e lhe pediu água. Ele tinha sede.
Ele foi à pecadora sedenta, à mulher samaritana,
pedindo água. Por fim a mulher ficou satisfeita, e o
Deus encarnado também. Por quê? Porque a pecadora
ganhou o Salvador e o Salvador ganhou a pecadora. Os
dois foram satisfeitos. Deus tem fome e precisa comer
algo. Essa idéia está profundamente revelada no
Pentateuco. Nos livros de Êxodo, Levítico, Números e
Deuteronômio, você pode descobrir que algumas das
ofertas que Deus exigia que o povo Lhe oferecesse
eram para Seu alimento.
O HOLOCAUSTO
Por muitos anos li a Bíblia sem entender o verdadeiro
significado do holocausto. Ele era a primeira de todas
as ofertas. Com que finalidade: redenção, pacificação?
Não, era para a satisfação de Deus. Você deve perceber
que o holocausto inteiro era alimento para Deus (Lv 3:
11, 16). Ele só podia ser desfrutado por Deus como
alimento quando se tornasse duas coisas: aroma
agradável no ar e cinzas no chão. Quando o holocausto
se tornava aroma agradável no ar e um monte de
cinzas no chão, era alimento para Deus. O holocausto é
totalmente para a satisfação de Deus.
UM SÓ TIPO DE QUEIMAR
O holocausto todo era consumido pelo fogo, por um só
tipo de queimar. Na oferta pelo pecado, havia dois
tipos de queimar: o doce queimar das partes interiores
e da gordura, e o queimar julgador das partes
exteriores, da carne, da pele e do excremento. Mas o
holocausto tinha um só tipo de queimar: o queimar do
incenso. Esse é o doce queimar, que faz com que algo
ascenda a Deus. Esse é o aroma agradável, o doce olor,
que vai a Deus para Seu desfrute. Se você conhece a
Bíblia, pode ver que sempre que o holocausto era
queimado no altar, Deus desfrutava e ficava satisfeito.
Era um alimento que o agradava; era seu café da
manhã e jantar. O holocausto deveria ser oferecido a
Deus de manhã e ao entardecer. Portanto, Deus come
pelo menos duas vezes por dia: café da manhã e jantar.
Quando é hora de você oferecer seu holocausto
matinal a Deus? É na vigília matinal. De manhã você
deve oferecer algo a Deus. Quando é hora de oferecer o
holocausto vespertino? Quando é a hora do jantar de
Deus? É a reunião da noite.
 PARTE DE OUTRAS OFERTAS TAMBÉM ERA
ALIMENTO PARA DEUS
A oferta de manjares, pelo menos em parte, também
era alimento para Deus. A maior parte era para os
sacerdotes. O mesmo ocorria com a oferta pacífica.
Parte era para Deus, parte para o pecador ofertante e
parte para o sacerdote que ministrava.
Até na oferta pelo pecado, as partes interiores eram
queimadas em aroma agradável a Deus para Sua
satisfação. O mesmo principio se aplica à oferta pela
transgressão. Quando estudarmos Levítico, Números e
Deuteronômio em nosso estudo-vida, abordaremos
essas ofertas em detalhes e veremos com muito mais
clareza.
ALIMENTAR DEUS
Mas nesta mensagem quero impressioná-lo com o fato
de que o povo ao se congregar não fazia outra coisa
senão alimentar Deus. Ao fazê-lo, eles mesmos eram
alimentados. Sua reunião era simplesmente uma festa.
Primeiro, eles alimentavam Deus e, ao fazê-lo, eles
mesmos eram satisfeitos. Eles apresentavam algo a
Deus para alimento; Deus desfrutava parte e o restante
era comido e desfrutado perante Deus. Isso é celebrar
festa a Deus.
A APLICAÇÃO DA FIGURA
Todos sabemos que as festas eram prefigurações.
Como podemos aplicá-las hoje? É simples: você não
tem Cristo? Todos O temos. Portanto, dia a dia,
devemos todos reunir-nos. Deuteronômio 16: 16 diz
que não podemos aparecer perante o Senhor de mãos
vazias. Isso quer dizer não aparecer perante Ele sem
ofertas. Você deve vir como vinham os filhos de Israel:
com o sobejo, com o produto, da boa terra. Esses são
os holocaustos e os dízimos. Essas são as ofertas
voluntárias e votivas. Tudo isso você deve ter consigo
quando se reúne perante Deus. Sempre que vem às
reuniões, você deve ter a profunda percepção de que
veio com Cristo. Não venha de mãos vazias.
MÃOS CHEIAS DE CRISTO
Em nosso Estudo-Vida de Êxodo, vimos que santificar
os sacerdotes para servir a Deus é encher-lhes as
mãos. Isso quer dizer encher-lhes as mãos de ofertas,
de Cristo. Todos precisamos vir às reuniões com
Cristo. Será que você pode dizer que não tem Cristo?
Talvez diga que não tenha grande quantidade de
Cristo, mas ainda assim tem algo Dele. Você sempre
tem algo de Cristo que pode oferecer.
Quando vimos para as reuniões, temos de perceber
que Deus requer que tragamos algo de Cristo como
14
alimento para Ele e para nós, e para os amados
presentes na reunião. Você deve alimentá-los de
Cristo. Talvez você diga que não tem muito de Cristo,
mas pelo menos tem algo Dele. Você deve exaurir o
que tem de Cristo. Embora em Si mesmo Ele seja
inexaurível, você deve exaurir o que tem Dele. É bem
parecido com nossas festas de amor. Vir a uma festa de
amor de mãos vazias é vergonhoso. Se você só trouxer
a boca pronta para comer na festa de amor, será
vergonhoso. Você deve vir à festa de amor com algo
nas mãos; mesmo que sejam bolachas e frutas, já está
bom. Não venha à festa de amor de mãos vazias.
Com base nesse principio, o tempo de nossa reunião
nunca deve ser suficiente. É por isso que muitas vezes
dividimos as reuniões em muitas reuniões de casa,
para que tenhamos mais tempo de cada um alimentar
Deus, os outros e a si mesmo. Essa não é a situação de
hoje. Nos cultos cristãos há muito pouca alimentação.
Há só um sermão ou mensagem, mas quando nos
reunimos, você deve vir com Cristo. Quando entra na
reunião, não espere nem perca tempo: logo alimente
Deus de Cristo, sirva Cristo a Deus como alimento.
Mesmo as jovens podem vir à reunião com Cristo para
servir a Deus. Você pode oferecer um louvor ou uma
oração breve, ou mesmo um rápido testemunho. Por
certo você pode dar um testemunho em cada reunião.
Se todos rendermos um breve louvor, fizermos uma
breve oração ou dermos um rápido testemunho, não
haverá tempo suficiente para todos, mas haverá
muito alimento.
"ABRE A BOCA, E TA ENCHEREI"
Como então devemos louvar e orar e dar
testemunhos? Eu diria que devemos esquecer o
"como"! Simplesmente lembre-se de, quando vier
para a reunião, abrir a boca. A Bíblia promete que,
quando abrimos a boca, o Senhor a enche (Sl 81:10).
Posso testificar que várias vezes, enquanto
caminhava para o púlpito para dar a mensagem,
ainda não tinha idéia do que iria falar. Mas, quando
abria a boca, algo surgia. Quando você abre a boca, o
Senhor a enche. Certamente você tem algo a dizer.
Tenha coragem; seja intrépido. Sei que você tem
muitos testemunhos, mas esconde, guardando-os
como mistérios para a eternidade. Parece que quer
guardá-los e só revelá-los na Nova Jerusalém. Aí
será tarde demais! Os testemunhos dados nesta era
são todos agradáveis. Se esperar até a Nova
Jerusalém, será tarde demais. Eu o incentivo a
louvar, orar e testificar nas reuniões.
PRECURSORES QUE ABREM CAMINHO
Vou repetir: a igreja é simplesmente a vida de
reuniões. Como devemos reunir-nos? Apenas traga
Cristo consigo e O apresente por meio do louvor, da
oração e do testemunho. Faça isso por fé. Você tem
algo! Sinto que todos devemos ser precursores que
abrem o caminho para a vida adequada de reuniões.
Até hoje, no final do século vinte, o Senhor ainda
não obteve o que quer: pessoas que se reúnam
como a igreja para que Ele mesmo esteja em todas
as reuniões e Se apresente a Deus e ao homem para
a satisfação de Deus e do homem e para a satisfação
das próprias pessoas. O Senhor quer que esse povo
se reúna dia a dia como vivo testemunho no
universo. Devemos ser os precursores que abrem o
caminho. Vamos abandonar os cultos do
cristianismo e esquecer os cultos religiosos.
Sejamos impressionados com o fato de que somos o
povo de Deus que se reúne tendo Cristo nas mãos
para apresentá-Lo a Deus e ao homem a fim de que
as reuniões sejam vivas, ricas e elevadas.
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Capítulo Quatro
REUNIR-SE PARA DESFRUTAR
CRISTO COM DEUS (1)
Leitura Bíblica: Dt 12:5-7, 11-12; 14:22-23; Lv 2: 1-3; 3:9-
11; 6:9, 12, 26; 7:5-6, 15, 19b, 29-34
Nesta mensagem, chegamos ao seguinte tópico:
quando nos reunimos, desfrutamos Cristo
juntamente com Deus. Quando a maioria das
pessoas vai a uma reunião cristã, não diz que vai
oferecer algo a Deus, ou mesmo desfrutar algo.
Geralmente, diz que vai ouvir uma pregação ou a
Palavra, ou render adoração. Isso não está errado,
mas é totalmente do ponto de vista humano.
O Novo Testamento não nos ordena reunir muito.
Naturalmente ele nos ordena, mas não tanto. A
primeira vez que o Novo Testamento diz algo sobre
reuniões cristãs é em Mateus 18:20: "Porque onde
estiverem dois ou três reunidos em Meu nome, ali
estou no meio deles". No livro de Atos, não vemos
uma ordem aos recém-salvos de que deviam reunir-
se, mas eles se reuniam espontaneamente todos os
dias. Nos escritos de Paulo, ele nos instrui um pouco
em 1 Coríntios 14 em como nos reunir. Primeira
Coríntios 14:26 pode ser considerado o único
versículo que nos diz como nos reunir. Ele diz que,
quando nos reunimos como igreja, cada um deve
ter algo: um tem salmo; outro, ensinamento; outro,
revelação; e os dois últimos são língua e
interpretação. Isso quer dizer que você deve vir à
reunião com algo. Usando termos do Antigo
Testamento, não venha de mãos vazias; tenha algo
nas mãos. Esteja cheio para vir à reunião com
alguma coisa. Mas, mesmo nesse versículo, Paulo
não menciona que você deve oferecer algo,
desfrutar ou regozijar-se.
AS FIGURAS DO ANTIGO TESTAMENTO
Uma vez mais o Novo Testamento, com seu
ensinamento claro em palavras fáceis de entender,
precisa das figuras do Antigo Testamento para
ilustrá-lo. Uma figura é melhor do que mil palavras.
Algumas coisas você simplesmente não consegue
descrever. Suponha que tente descrever meu rosto
por escrito. Você precisa de muitos termos para
descrever a forma do nariz e dos lábios. Mas, se
simplesmente mostrar uma foto minha, quem vê
não precisa de explicação acerca de minha face,
pois logo vê os dois olhos, a boca, as bochechas e a
testa. Você não precisa esgotar o dicionário;
simplesmente mostre a foto. É por isso que na
Bíblia Deus nos ensina, em certo sentido, como se
estivéssemos na pré-escola. Primeiro há as figuras
do Antigo Testamento; depois as palavras do Novo
Testamento.
REDIMIDOS PARA NOS REUNIR
No Antigo Testamento temos um excelente e
maravilhoso exemplo de como nos reunir. Gosto
muito dele. Em 1959 fiz um estudo abrangente do
Pentateuco com os santos em Taiwan. Nesse ano o
Senhor nos mostrou muitas coisas maravilhosas
acerca de como o Seu povo se reunia. Foi nessa
época que vimos que Deus os redimiu
principalmente com o propósito de que se
reunissem.
Os filhos de Israel estavam no Egito, sob a tirania de
Faraó e em servidão. Mas então foram redimidos e
libertos dessa tirania e servidão e conduzidos ao
deserto. No Estudo-Vida de Êxodo ressaltamos que
o termo deserto aqui não é negativo, e sim positivo. O
Senhor disse que levaria Seu povo ao deserto para
uma reunião. Nessa reunião, que fariam?
Festejariam com Deus e uns com os outros. Eles
festejariam perante Deus e mutuamente. Deus
então despendeu bastante tempo com eles,
treinando-os a se reunir para festejar. Ele não os
ensinou a cantar em solo ou quarteto; não escreveu
um hinário para eles; não os ensinou a ajoelhar-se,
curvar-se, prostrar-se; não os ensinou a
permanecer em silêncio meditativo nem a gritar.
Esse não foi o modo pelo qual Ele os ensinou.
Cânticos, solos, quartetos, ficar em silêncio ou fazer
barulho são invenções religiosas.
VÁRIAS FORMAS DE ADORAÇÃO
Eu nasci no cristianismo. Meu bisavô materno foi
salvo e tornou-se batista do sul. Eu fui a quarta
geração de batistas do sul. Por fim fui para a Igreja
Presbiteriana Chinesa. Mas ela também me
decepcionou. Nessa ocasião, fui salvo por meio de
uma jovem evangelista. Depois de salvo, fiquei
ainda mais decepcionado com a Igreja
Presbiteriana Chinesa. Então fui para um grupo dos
Irmãos Unidos, onde fiquei por sete anos e meio.
Tampouco fiquei satisfeito com eles. Fui então para
o movimento da vida interior, porém senti que não
conseguia satisfazer-me, por isso procurei algo do
pentecostalismo. O pentecostalismo é um "show";
nada é oculto. Tudo é manifesto; nada é místico.
Tudo é uma exibição. As reuniões pentecostais são
como espetáculos públicos. Não fiquei satisfeito
com isso também.
Quando estive nas Filipinas, fui a catedrais católicas
várias vezes com o propósito de estudar a situação.
Fiquei ali algum tempo para ver como as pessoas
compravam as velas e escolhiam determinado
"santo". Uma mulher ia a "Santa Teresa", depois, a
"Santa Maria". Observei como acendiam velas e
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rezavam para reduzir o tempo dos parentes no
purgatório.
Quando eu era bem jovem, embora nascido no
cristianismo, fui levado a um templo budista
algumas vezes e vi como eles adoravam os ídolos.
Em 1935, sete ou oito cooperadores e eu ficamos
com o irmão Watchman Nee no famoso Westem
Lake (Lago Ocidental). Ao redor do lago, na praia,
havia muitos templos cheios de ídolos. Cada manhã,
os adoradores iam lá adorar os ídolos e fazer ruídos
estranhos. Eu de propósito observei a adoração
deles.
Em 1958 viajei pela Europa e fui a Teerã, no Irã, a
Bagdá, no Iraque, a Beirute, no Líbano. Aonde quer
que eu fosse, fiz o possível para estudar as formas
de adoração das pessoas. Quando estive em Atenas,
na Grécia, fui a uma Igreja Ortodoxa Grega a fim
contatar as pessoas e estudar e observar sua forma
de adoração. Quando estive em Jerusalém, fui a uma
praça que tem quatro grandes denominações em
cada canto: a Igreja Ortodoxa Grega, a Católica
Romana, a Protestante e a Armênia. Vi o culto de
todas elas e até fui ao poço de Samaria e paguei dois
dólares para comprar um copo de água tirado dali
por um monge armênio. Já estudei todas essas
coisas religiosas. Quando estive em Jerusalém, fui à
segunda mesquita mais importante do Islã. A
primeira está em Meca e a segunda, em Jerusalém,
no monte Sião. Provavelmente ocupa o terreno
onde ficava o templo. A primeira coisa que lhe
pedem quando chega lá é que tire os sapatos. Todos
tiramos os sapatos e pusemos as ditas "sandálias
santas". Observei como os muçulmanos, os árabes,
rendem adoração a Deus. Num grande espaço
aberto eles se prostravam com o rosto em terra,
não apenas uma hora mas quase meio dia. O que
quero dizer é isto: descobri que as várias religiões
inventaram formas variadas de adorar a Deus.
Aprendi tudo isso antes de 1958.
A ADORAÇÃO QUE DEUS DESEJA
Então, em 1959, como mencionei antes, tive outro
momento para estudar o Pentateuco. Foi com esse
pano de fundo da observação das várias formas de
adoração inventadas pelas religiões que o Senhor
me mostrou a adoração única que Ele deseja.
Depois de criar Adão e Eva, Deus não lhes ordenou
que O adorassem. O princípio em Gênesis 2 é o
mesmo em Êxodo e Levítico: depois que criou o
homem, Deus não lhe trouxe a questão da adoração,
mas a questão do comer. Deus não os encarregou
de adorar, mas de comer. Eles deveriam comer a
coisa certa e comer corretamente. Então teriam
vida. Se comessem a coisa errada e comessem
incorretamente, ganhariam morte. Após a queda, o
homem viu sua nudez e fez algo para cobri-la.
Naturalmente Deus veio e interferiu, fazendo
vestimenta de peles de animais. O item principal
mencionado em Gênesis 3 é a questão de comer.
O SERVIÇO SACERDOTAL A DEUS
Abel foi a segunda geração da humanidade. Que fez
ele: adorou a Deus? cantou um hino? louvou a
Deus? Não há registro de nada disso. Ele ofereceu
as primícias do seu rebanho para satisfazer a Deus.
Abel foi o primeiro sacerdote ao oferecer o
sacrifício adequado para satisfazer a Deus, pelo
qual foi aceito por Deus. Ele agradou a Deus e foi
por Ele aceito.
Não pense que os primeiros sacerdotes foram Arão
e seus filhos. Noé também foi sacerdote. Além disso
em Gênesis havia um sacerdote chamado
Melquisedeque. Que ou quem é sacerdote? É alguém
que oferece alimento a Deus, que O serve, não
cantando, louvando, prostrando-se, mas
oferecendo-Lhe alimento para Sua satisfação. Isso é
ser sacerdote. Cantar, louvar e inclinar-se são
invenções naturais, humanas e religiosas.
Que é revelado na Palavra sagrada acerca de
adoração? Adorar a Deus é oferecer algo que O
agrade e satisfaça; e o que oferecemos, segundo a
revelação de toda a Bíblia, é simplesmente o próprio
Cristo. A oferta de Abel a Deus era prefiguração de
Cristo.
O povo escolhido de Deus, os filhos de Israel,
tornou-se caído no Egito. Deus interveio e os
redimiu, libertando-os da tirania a fim de que
fossem a uma reunião. Para fazer o quê? Um serviço
sacerdotal a Deus, trazendo-Lhe o que Ele quer, o
que pode agradá-Lo e satisfazê-Lo como Seu
alimento. Depois eles deveriam comer junto com
Deus e regozijar-se no que comiam. Irmãos, é assim
que nos reunimos. A redenção e salvação de Deus
têm essa meta. Ele nos redimiu para que nos
reunamos. Ele nos salvou para que nos reunamos.
Ele nos tirou de sob a tirania de Satanás e da
servidão do pecado para que nos reunamos.
O NOME DE DEUS E A HABITAÇÃO DE DEUS
Deus nos conduziu a uma reunião no lugar
designado e escolhido por Ele próprio com dois
itens principais: ali se estabeleceria Seu nome e
seria Sua habitação. O lugar que Deus escolheu para
nossa reunião tem Seu nome e é Sua habitação. Seu
nome e Sua habitação é que preservam o povo em
unidade. Há apenas um nome no qual devemos
reunir-nos (Mt 18:20), e há somente um centro
onde devemos reunir-nos: a habitação de Deus. Sem
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esses dois itens, o povo de Deus se divide. Passamos
a nos reunir de acordo com nossas preferências,
escolhas e gostos. Mas Deus diz: "Você não tem
preferência. Não o deixarei ter sua escolha. A
escolha é unicamente minha. Somente Eu, o seu
Deus, tenho escolha. Eu escolherei um lugar e o
designarei com Meu nome e ali porei Minha
habitação" (cf. Dt 12: 11-18). Por fim, sabemos que
esse lugar foi o monte Sião. Deus pôs ali Seu nome e
ali edificou Sua habitação. Esse foi o centro único,
não faccioso e indivisível do povo de Deus, onde
podiam reunir-se.
VIDA DE REUNIÕES
Vê-se, portanto, que se reunir não é algo
insignificante. As reuniões, mesmo no Antigo
Testamento, eram a vida do povo de Deus. Eles
tinham uma vida de reuniões. Lendo o Antigo
Testamento com cuidado, pode-se ver que todo
varão em Israel deveria participar de uma reunião
três vezes no ano: a Festa da Páscoa, a Festa das
Semanas, ou do Pentecostes, e a Festa dos
Tabernáculos (Dt 16: 16). Segundo o Antigo
Testamento, o homem que não comparecesse seria
eliminado (Nm 9: 13). Isso era seriíssimo porque a
vida adequada dos redimidos de Deus era uma vida
de reuniões. Reunir-se era congregar-se no nome de
Deus e na Sua habitação para Lhe oferecer alimento.
Não se tratava de cantar ou louvar ou inclinar-se ou
prostrar-se. Nesse serviço, os que serviam, os
sacerdotes, tinham uma porção de alimento perante
Deus, com Deus e uns com os outros.
COMER E ALEGRAR-SE
Amados santos, isso é reunir-se. Reunir-se é
oferecer sacrifícios; é comer o que foi oferecido a
Deus; é alegrar-se com o alimento. Você já percebeu
que nós, cristãos, precisamos reunir-nos a fim de
alimentar Deus? Somos os garçons e alguns são até
cozinheiros. Cozinhamos para Deus e servimos
alimento a Ele. Quando O servimos, comemos com
Ele e perante Ele, e uns com os outros. Então nós
nos alegramos (Dt 12: 7).
Não é fácil descrever esses aspectos da reunião, por
isso Deus nos deu uma figura, em Deuteronômio e
Levítico. Não pense que esses sejam apenas
ensinamentos do Antigo Testamento e que era só
para os filhos de Israel. Pelo menos há um livro no
Novo Testamento, Hebreus, que nos dá muitas
interpretações dos livros do Antigo Testamento.
Além disso, o autor de Hebreus indica claramente
que não tinha tempo de dar interpretações
detalhadas do Pentateuco (Hb 5:11; 11:32). Isso
quer dizer que há muito no Pentateuco que não foi
abordado pelos autores do Novo Testamento.
Contudo, não devemos crer que, porque não foram
abordados pelos autores neotestamentários, não
tenham significado para nós. Isso não é lógico. De
modo lógico, devem significar algo para nós.
PREFIGURAÇÕES DE CRISTO
A maioria dos cristãos percebe que a Páscoa
prefigura Cristo. Não devemos pensar que apenas a
oferta pascal era prefiguração de Cristo e as demais
não. Em princípio não se pode dizer isso, mas
devemos dizer que toda oferta e cada parte dela
deve prefigurar Cristo. Com essa base, não apenas
as ofertas mas também o fruto da boa terra
igualmente prefigura Cristo, pois as ofertas ou
sacrifícios provinham do fruto da terra. Foi por
volta de 1959 que o Senhor nos mostrou que
mesmo a terra de Canaã é uma figura rica e todo-
inclusiva de Cristo.
Uma das primeiras conferências que dei neste pais
foi acerca da boa terra como prefiguração do Cristo
todo-inclusivo. A maioria dessas mensagens veio de
alguns versículos em Deuteronômio 8. Sem dúvida
há motivos suficientes para crer que cada aspecto
da boa terra prefigura as riquezas e a todo--
inclusividade de Cristo, e o produto, é claro,
também simboliza Cristo. Do produto da terra
tirava-se o dizimo e havia os primogênitos. Todos
esses itens são Cristo. Todos os dizimas, os
primogênitos, as primícias, levados ao monte Sião e
apresentados a Deus são Cristo. Todos esses itens
tornavam-se os holocaustos, as ofertas de manjares,
pacíficas, pelo pecado, pela transgressão, movidas,
voluntárias e votivas. Todas as ofertas são Cristo.
UMA FESTA
Que fazer ao se reunir? Todos temos de aprender a
dizer que vamos à reunião primeiramente para
alimentar Deus. Em segundo lugar, para comer
perante Ele, com Ele e uns com os outros, e também
alegrar-nos com o que comemos. Essa não é ocasião
comum, por isso a Bíblia a chama de festa (Dt 16:
16). Você não consegue fazer uma festa sozinho.
Para haver festa, é preciso dois tipos de riquezas: é
preciso que haja riqueza de pessoas. É preciso que
muitos se reúnam. Certamente gosto de comer com
os outros. Quanto mais pessoas, melhor! Festejar é
um gozo. Contudo festejar deve ser rico em pessoas
e também em comida.
Olhe para a figura: os filhos de Israel desde o
primeiro até o último dia do ano, com exceção dos
sábados, trabalhavam na terra. E a terra era Cristo.
Sem dúvida, essa figura nos mostra que nós, como
redimidos de Deus, devemos trabalhar todos os
dias em Cristo. Plantamos, regamos e colhemos o
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rico produto. Vivemos disso e então guardamos a
melhor parte, o primogênito, as primícias, o dizimo
para a hora de nos ajuntar na reunião. Nós nos
reunimos no nome de nosso Deus e nos
congregamos em Sua habitação. Onde Ele habita,
reunimo-nos com Ele. Na verdade todos somos
Seus convidados em Sua casa.
COOPERAR COM DEUS
Aqui está um ponto estranho: geralmente os
convidados a uma festa não trazem comida, mas vir
a uma festa trazendo muito alimento é totalmente
de acordo com a Bíblia. Deus convidou todos os
Seus a se reunir, mas Ele mesmo não preparou
nenhuma comida. Embora Ele não tivesse
cozinhado, Ele já dera o alimento. Ele o dera ao
enviar o sol, o ar e a chuva o ano todo. Contudo eles
precisavam cooperar com Deus. Todas as coisas já
lhes haviam sido enviadas, mas a cooperação deles
era necessária para haver fruto. Então o fruto
tornava-se os dízimos e estes eram trazidos quando
atendiam o convite do Senhor para festejar. Cada
um era convidado a ir à casa de Deus. Todos iam à
casa do Pai a fim de satisfazê-Lo. Que momento de
alegria!
Tudo isso precisa ser Cristo. Quando nos reunimos,
devemos trazer Cristo dessa mesma forma. Você
deve esquecer sua música; esqueça os sopranos e
contraltos. Isso não é o principal. O principal é:
quanto de Cristo você traz para as reuniões? A
quantidade de Cristo que você traz para as reuniões
depende de quanto Cristo você produz, quanto
Cristo você cultiva. Você precisa laborar em Cristo
como a boa terra a fim de produzir Cristo. Na
verdade, não é que você produza Cristo, mas Cristo
Se produz por meio do seu labor. É lamentável hoje
que os cristãos, como remidos de Deus, venham
todos às reuniões de mãos vazias.
Creio que já apresentamos uma figura clara de como
devemos reunir-nos. Reunir-se é a vida adequada da
igreja. Reunir-se é a vida prática da igreja. Sem isso
não temos a vida prática da igreja. O que tenhamos
talvez seja uma organização com certas atividades
comunitárias, mas a vida adequada da igreja deve
ser a vida de reuniões. Antes de vir para as reuniões,
devemos laborar em Cristo e colher Cristo. Ao nos
reunir, trazemos os frutos de Cristo para que a
reunião seja plena de Cristo.
PLENOS DE CRISTO
No Estudo-Vida de Êxodo já vimos o que é um
sacerdote: é alguém não apenas lavado,
aparamentado e redimido, mas também pleno por
fora e por dentro. Antes de ser salvos, éramos
imundos, estávamos despidos, éramos pecaminosos
em natureza e estávamos vazios por fora e por
dentro, nada tendo com que satisfazer a Deus ou a
nós mesmos. Mas um dia Deus nos santificou
lavando toda a nossa imundícia, cobrindo nossa
nudez, redimindo-nos e enchendo-nos exterior e
interiormente. Agora estamos plenos de Cristo. A
água que nos lavou é Cristo, nossa vestimenta é
Cristo, a redenção é Cristo e o encher também é
Cristo. Nossas mãos estão cheias de Cristo, nosso
ser interior está pleno de Cristo e temos algo para
oferecer a Deus para satisfazê-Lo. Temos até mesmo
algo que nos satisfaz, satura e transforma. Essa é a
revelação de Deus. Reunir-nos é estar plenos de
Cristo, e congregar-nos é alimentar Deus de Cristo e
alimentar-nos uns aos outros de Cristo, e até mesmo
alimentar a nós mesmos de Cristo e alegrar-nos
nesse alimento.
UMA PORÇÃO DE CRISTO PELA FÉ
Como podemos praticar isso? Creio que você já sabe
que deve laborar em Cristo o dia todo, e já sabe que
precisa vir às reuniões com as mãos cheias de Cristo
e pleno de Cristo interiormente. Porém agora quero
ter comunhão com você acerca disto: você deve ter
certa quantidade de fé para crer que já possui uma
porção de Cristo. Eu lhe digo: Satanás é um
mentiroso! Ele nos engana, dizendo que nada temos.
Ele já trapaceou todos nós. Ele sempre ressalta que
não temos boa atitude para com nosso cônjuge, que
não somos vitoriosos no viver familiar, então como
podemos ter intrepidez para gritar, declarar ou
proclamar algo? A acusação de Satanás é que nos
tem subjugado.
Se Arão fosse totalmente vitorioso, totalmente puro
e limpo, então não precisaria da oferta pelo pecado.
Não se esqueça que quando os filhos de Israel se
reuniam, primeiro precisavam da oferta pelo
pecado e da oferta pela transgressão. Até mesmo a
palavra oferta implica em certo grau de redenção. O
sangue era vertido e derramado no altar
representando a redenção. Cada vez que vamos à
reunião, precisamos do sangue. Clame pelo sangue e
aplique-o à sua situação. Por vezes, você pode ter
sido um pouco negligente, não muito alerta, e
perdeu a calma. Desse modo foi derrotado. Ainda
assim venha para a reunião! Clame pelo sangue!
Aplique o sangue à sua situação pela fé, então diga a
Satanás: "Satanás, embora eu tenha sido derrotado,
ainda tenho certa quantidade de Cristo!". Às vezes
você deve levantar e dizer aos santos: "Amados
santos, há trinta e cinco minutos eu fui derrotado
numa situação com minha família, mas apliquei
Cristo como minha oferta pelo pecado! Seu sangue
me purificou. Quero dizer a Satanás diante de todos
vocês que tenho certa porção de Cristo!".
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A FORMALIDADE DECORRENTE DA APATIA
Creio que se todos praticarmos desse modo, nossas
reuniões devem ser libertas de todo aspecto formal.
A formalidade nos cultos cristãos hoje é decorrente
da apatia de todos os presentes. Visto que todos
vêm "mortos" para a reunião, é preciso haver
alguma formalidade. Precisamos de alguém que faça
isso e alguém que faça aquilo. Precisamos de alguém
que cante um solo, e um grupo que use becas e
cante a quatro vozes. Todas essas formalidades
estão cheias de morte.
UMA PORÇÃO QUE SATISFAZ CADA UM
Todos devemos vir com Cristo. Devemos não apenas
vir com Cristo como nosso holocausto, oferta de
manjares e oferta pacífica, mas também como nossa
oferta pelo pecado e pela transgressão. Devemos até
vir com Cristo como nossa oferta movida e alçada,
oferecendo o peito em amor. Vimos com o Cristo
ressurreto e O oferecemos em amor e O
desfrutamos. Trazemos o Cristo ascendido cheio de
força e poder, e O partilhamos nas reuniões.
Você já notou que de todas as ofertas, até mesmo da
oferta pelo pecado, os sacerdotes, todos os puros,
têm direito de comer uma porção? O mesmo ocorria
com a oferta pela transgressão. Naturalmente o
holocausto era completamente queimado como
alimento para Deus. Parte da oferta de manjares era
queimada para Deus como alimento e o restante era
para alimento dos sacerdotes. Os sacerdotes não
comiam comida secular; comiam a oferta de
manjares e a oferta pacífica. A oferta pacífica era
riquíssima: havia uma porção para Deus, uma
porção para quem ofertava, uma porção para os
sacerdotes que ministravam e uma porção para a
família dos sacerdotes. Havia também uma porção
para os outros. Ela é a oferta pacífica porque satisfaz
cada um. Assim somos todos satisfeitos; todos
temos paz; todos temos gozo; todos temos desfrute
com satisfação. Essa é a verdadeira paz! Aleluia! Isso
é oferecer Cristo a Deus como alimento, alimentar-
se de Cristo e alegrar-se com o alimento. Não se
esqueça destas três palavras: oferecer, comer e
alegrar-se. Isso é reunir-se! Oferecer Cristo; comer
Cristo e alegrar-se em Cristo!
 Capítulo Cinco
REUNIR-SE PARA DESFRUTAR
CRISTO COM DEUS (2)
Leitura Bíblica: Dt 12:5-7, 11-12; 14:22-23; 26:9-11;
Nm 18:12-13
Nas últimas mensagens vimos que a adoração que
Deus quer é que ofereçamos Cristo a Ele nas reuniões.
Isso quer dizer que primeiramente laboramos em
Cristo e depois O trazemos e O apresentamos a Deus
como alimento. O destino de nossa salvação é festejar
com Deus. Nesta mensagem precisamos considerar
quais os ingredientes usados na preparação da festa
com Deus. Sabemos que são principalmente itens
cultivados no campo e colhidos. Alguns ingredientes
da preparação da festa para Deus são mencionados em
Deuteronômio 12:6: "A esse lugar fareis chegar os
vossos holocaustos, e os vossos sacrifícios, e os vossos
dízimos, e a oferta das vossas mãos, e as ofertas
votivas, e as ofertas voluntárias, e os primogênitos das
vossas vacas e das vossas ovelhas".
NO NOME DO SENHOR
No versículo 5 o Senhor dá a entender que poria Seu
nome em certo lugar. O nome sempre denota a pessoa.
Sem a pessoa, o nome não é nada; é vão e vazio.
Portanto o nome é a pessoa. Quando o Senhor diz
que poria Seu nome ali, isso quer dizer que Ele
mesmo Se poria ali. Haveria na terra um lugar em
que o SENHOR Deus, o Deus Triúno, poria Seu
nome e até Ele mesmo. Isso não é algo
insignificante. O princípio da reunião está aí.
Podemos ver esse princípio também no Novo
Testamento. Mateus 18:20 diz: "Porque onde
estiverem dois ou três reunidos em Meu nome, ali
estou no meio deles". Portanto em Mateus 18 há o
nome do Senhor Jesus e no Antigo Testamento há o
nome do SENHOR, ou de Jeová, vosso Deus. Os dois
são um só. Por isso, no Novo Testamento, quando
dizemos que devemos reunir-nos no nome do
Senhor, isso quer dizer no próprio Senhor. Até no
Antigo Testamento o povo escolhido de Deus se
congregava no mesmo princípio: eles se reuniam
no nome de Jeová, seu Deus (Dt 12:5). Isso quer
dizer que se reuniam no Deus Triúno, pois tinham
de ir ao lugar onde Deus pusera a Si mesmo.
À HABITAÇÃO DE DEUS
Eles também deveriam ir à habitação de Deus. O
fato de Deus pôr Seu nome em certo lugar quer
dizer que Ele mesmo estava lá, portanto esse se
torna o lugar no qual Deus habita. Essa é a
habitação. Hoje, sempre que nos reunimos no
nome do Senhor, nossa reunião se torna Sua
20
habitação. Essa habitação é simplesmente Sua
morada. Onde devemos reunir-nos? Onde o Senhor
está e onde Ele já pôs Seu nome. E devemos reunir-
nos onde está a habitação do Senhor.
RECORRER À HABITAÇÃO DE DEUS
O versículo 5 também diz: "À sua habitação
recorrereis" (TB). Temos de buscar Sua habitação.
Isso não é apenas ir; o verbo "ir" é uma expressão
menos enfática. Recorrer é mais enfático. Não
devemos apenas ir para a reunião, mas também
recorrer, isto é, buscar, a reunião. Precisamos ter
desejo, fome, pela reunião. Quando não temos fome
fisicamente, não pensamos em comer. Mas, quando
temos fome, buscamos comida. A palavra recorrer
indica fome, sede, desejo.
ALIMENTO: O ITEM PRINCIPAL
O versículo 6 continua: "A esse lugar fareis chegar
os vossos holocaustos". Esses não são os
ingredientes, e sim o alimento já preparado. O item
principal, e até mesmo o primeiro item com o qual
alimentamos Deus, é o holocausto. O prato
principal de uma refeição pode ser bife ou frango.
Talvez seja o primeiro prato. O holocausto é o
primeiro "prato" da alimentação de Deus. A festa
divina tem um primeiro prato, uma entrada: o
holocausto.
OUTROS PRATOS DA FESTA
Depois vêm os sacrifícios. Esses são os "pratos" que
seguem a "entrada", ou seja, o holocausto. Após o
holocausto, há a oferta de manjares, a oferta
pacífica, a oferta pelo pecado e a oferta pela
transgressão. Esses são os sacrifícios. Em
Deuteronômio, Moisés economiza palavras e
repetições. Ele simplesmente menciona
holocaustos e sacrifícios. Mas nos primeiros seis
capítulos de Levítico, ele dá mais detalhes acerca
dos sacrifícios: a oferta de manjares, a oferta
pacífica, a oferta pelo pecado, a oferta pela
transgressão e as ofertas secundárias.
Esses são os "pratos" da nossa festa. Suponha que
você prepare uma festa para alimentar Deus e os
irmãos. Que irá servir? Antes de tudo, deve servir
um holocausto e depois, uma oferta de manjares.
Por quê? Porque o holocausto procede do gado, a
vida animal, e a oferta de manjares, o segundo
"prato", pertence à vida vegetal. O terceiro "prato" é
a oferta pacifica, que inclui tanto a vida animal
como a vegetal. O quarto "prato" é a oferta pelo
pecado, da vida animal. O quinto é a oferta pela
transgressão, que pode ser da vida animal e às
vezes em parte da vida vegetal. Você deve servir a
Deus em sua festa divina esses cinco "pratos"
principais com os pratos secundários, que seriam
como a "sobremesa".
OS DÍZIMOS
O versículo 6 também menciona os dízimos. Esse
não é um "prato". Refere-se a um décimo do que
você produz; é o título geral de todos os
ingredientes que você apresenta. Os ingredientes
são o dízimo. Um décimo, a melhor porção, do que
você produz é separado para Deus.
A OFERTA ALÇADA
O versículo 6 também cita a oferta alçada da vossa
mão (TB). A oferta alçada não é principal, mas pode
ser considerada como secundária. Ela também
inclui a oferta movida. A oferta alçada refere-se à
ascensão e, quando se fala de ascensão, a
ressurreição está incluída. Quando se fala de
ressurreição, talvez não inclua a ascensão, mas
quando se fala de ascensão, inclui-se também a
ressurreição. Assim como o holocausto inclui todas
as ofertas seguintes, a oferta alçada inclui a
anterior. A oferta anterior à oferta alçada é a oferta
movida. A ressurreição precede a ascensão; a
ascensão segue após a ressurreição. Portanto há o
holocausto como a primeira oferta e depois a oferta
alçada como conclusão. O holocausto é a que lidera
e a oferta alçada é uma das ofertas secundárias. Isso
é muito significativo.
AS OFERTAS VOTIVAS
No versículo 6 temos a expressão "e as ofertas
votivas". Assim temos duas ofertas: as ofertas
alçadas da nossa mão e as ofertas votivas. Há dois
itens aqui: todas as ofertas feitas a Deus são
produzidas da terra por meio do labor das mãos.
Essa oferta era requerida assim como hoje pagamos
imposto de renda. O imposto de renda hoje é um
dever do cidadão; o dízimo na verdade era uma
espécie de imposto de renda. Requeria-se a
primeira oferta como produto das mãos, mas a
segunda era feita por meio de voto; não era exigida.
Por exemplo: você precisa pagar o imposto de
renda, mas além do imposto que você pagou, você
faz uma doação para o governo. Isso não é exigido;
é um pagamento votivo, com base no seu
patriotismo. Por amar seu país, você dá algo mais
do que é exigido.
O mesmo ocorria com os israelitas. Quer amasse a
Deus, quer não, enquanto fosse israelita, cada um
tinha de pagar o imposto. De todo o produto da
terra, dez por cento era apresentado ao Senhor.
Isso pode ser comparado ao nosso imposto de
21
renda. Quem não paga esse imposto tem
problemas: a Receita Federal pode multá-la e até
prendê-la. Mas o voto é diferente. Fazer voto quer
dizer que você, por ser muito patriota, quer dar
algo mais do que é exigido pelo governo.
OFERTAS VOLUNTÁRIAS
As ofertas voluntárias também são mencionadas no
versículo 6. Qual é a diferença entre ofertas votivas
e voluntárias? As votivas cumpriam uma promessa
feita. Fazia-se um voto de ofertar algo. Por vezes a
igreja pode praticar isso. Seis anos atrás, quando
nos preparávamos para construir este local, não
sabíamos quanto os santos poderiam ou iriam
ofertar, por isso pedimos que escrevessem um voto
para a igreja dizendo-nos quanto ofertariam.
Muitos, inclusive eu, escreveram uma espécie de
compromisso. Isso se tornou um voto para a igreja.
Todos os meses ofertávamos algo a fim de cumprir o
voto. Contudo, além disso, alguns ainda ofertarão mais
no futuro. Essa é uma oferta voluntária. Alguns
ofertaram o que prometeram para a construção do
local de reuniões e ainda um pouco mais. A porção
extra tornou-se oferta voluntária. As ofertas
voluntárias são mais fortes, e o dizimo era ainda muito
mais forte, pois visava cumprir um requisito. O voto
implica parcialmente em boa vontade. Se você nunca
fez um voto, não é obrigado a fazê-lo. Mas se fazemos e
não o cumprimos, ainda temos de pagar o "imposto de
renda". De acordo com o Pentateuco, todas as ofertas
têm essas três categorias: os dízimos são os mais
fortes, os votos são mais fracos e as ofertas voluntárias
são as mais fracas.
OS PRIMOGÊNITOS DO GADO E DO REBANHO
Por esses versículos podemos ver quais são os "pratos"
principais da festa divina e quais os ingredientes. Até
aqui não falamos dos ingredientes, mas agora
chegamos ao último item, o sétimo: "E os primogênitos
das vossas vacas e das vossas ovelhas". Esses itens
compõem os ingredientes. Primeiro fala dos
primogênitos das vacas e depois dos primogênitos das
ovelhas. As vacas referem-se ao gado e as ovelhas, aos
rebanhos. Agora há dois tipos de ingredientes: os
primogênitos do gado e do rebanho.
CEREAL, VINHO E AZEITE
Agora precisamos ver Deuteronômio 14:23 a fim de
descobrir mais ingredientes: "E, perante o SENHOR,
teu Deus, no lugar que escolher para ali fazer habitar o
seu nome, comerás os dízimos do teu cereal, do teu
vinho, do teu azeite e os primogênitos das tuas vacas e
das tuas ovelhas; para que aprendas a temer o
SENHOR, teu Deus, todos os dias". Nesse versículo há
três categorias de ingredientes que não procedem nem
do gado nem do rebanho; são vegetais. O cereal inclui
o trigo; o vinho vem da uva, o azeite vem da oliveira.
Depois desses três itens da vida vegetal, estão os
primogênitos das vacas e das ovelhas, isto é, do gado e
do rebanho.
PARA APRENDER A TEMER O SENHOR
O versículo fala de aprender a temer o Senhor. Que
quer dizer isso? Vamos ilustrar. Quando pagamos
imposto de renda, tememos o governo. Você deve
tomar cuidado de pagar o imposto corretamente,
senão infringirá a lei. É exatamente isso que é
mencionado aqui. Deus deu essa ordenança para que o
povo aprendesse a temê-Lo. Se não dessem o dízimo
de toda a colheita do campo nem ofertassem os
primogênitos do gado e do rebanho, isso indicava que
não temiam a Deus. Isso quer dizer que faziam
segundo a própria intenção, vontade, e não segundo a
ordenação de Deus. Portanto não temiam a Deus. Essas
ordenanças foram dadas para que aprendessem a
temer a Deus.
Você pode considerar que isso é um exagero da lei.
Não diga isso. Hoje você se sente livre e à vontade,
portanto vem às reuniões. Mas, se não se sente livre e à
vontade, não vem. Depois de vir às reuniões, se está
alegre, diz algo; se não está alegre, não diz nada. Que
indica isso? Indica que você não tem nenhum temor do
Senhor. Se você teme o Senhor, certamente vem às
reuniões regularmente e, quando vem, por certo
oferece Cristo.
Para usar nossa ilustração uma vez mais, se você sente
que está cansado de pagar imposto de renda e não
quer pagá-lo mais, isso quer dizer que não teme o
governo. Se tem o temor correto do governo, você paga
o imposto no prazo determinado. O país tem um
governo com todas as regras acerca da arrecadação de
imposto de renda. Temos de temer o país. Temos de
pagar os impostos segundo as regras e regulamentos.
Ao estudar a prefiguração, percebi que vir para as
reuniões indica o temor de Deus. Não tenho escolha. E
devo vir para funcionar. Essa é minha obrigação. Não
tenho opção. Eu temo a Deus e não posso ficar em casa
quando a igreja se reúne. Se você pode ficar em casa e
relaxar, tocar piano ou assistir televisão e ficar à
vontade em vez de vir para a reunião, isso quer dizer
que você não tem o temor correto de Deus. Se há
reunião da igreja e você fica em casa por conta do
próprio prazer e diversão, isso indica que você não
teme a Deus. Parece que seu Deus não tem nenhum
governo nem ordenanças.
Por vezes, quando está cansado, você talvez pense em
chegar tarde na reunião. Em vez de chegar no horário,
22
você vem dez minutos atrasado. Isso não é apenas
preguiça; é falta de temor adequado de Deus. Tenho
certeza de que Deus está lá na hora certa. Certamente
não quero que Ele espere por mim. Eu é que devo ir e
esperar por Ele. Se você é convidado por certo irmão
para jantar em sua casa às seis da tarde e chegam as
sete e dez, isso quer dizer que você não respeita o
anfitrião. Você não teme ofendê-lo.
Certamente posso testificar que, a menos que esteja
muito doente ou ocupadíssimo com algo que não
consigo evitar, não tenho paz de ficar em casa quando
há reunião da igreja. Se a reunião acontece e fico em
casa, não tenho paz. Fico condenado, e minha
consciência não me dá sossego. Há uma brecha em
minha consciência, e tenho de clarificar a questão. É
por isso que temos de aprender a temer a Deus vindo
às reuniões regularmente, funcionando e chegando no
horário. Devemos ter o temor adequado de Deus. Não
estamos brincando. Não estamos numa religião a
serviço dos ídolos. Se você serve ídolos, não importa se
chega tarde ou não. Se o governo de um país é
bagunçado, talvez não faça diferença se você paga
impostos ou não; talvez ninguém o incomode por isso.
Mas eu não gostaria de viver num país desses. Mas este
país é bom; tem ordem em tudo; tem todas as
ordenanças governamentais. Para ser bons cidadãos,
temos de ter o temor correto do governo. Devemos ter
a mesma atitude em relação a Deus com respeito às
reuniões.
COMER E ALEGRAR-SE
Vamos para Deuteronômio 26:9-11. O versículo 9 diz:
"E nos trouxe". Essas palavras seriam faladas pelos
filhos de Israel, contudo foi Deus que os incumbiu de
dizer isso. Deus ordenou que todos os israelitas
dissessem isso. O versículo 10 diz: "Então, as porás
perante o SENHOR, teu Deus, e te prostrarás perante
ele". Nesse versículo comer precede a adoração. Sem
comer, a adoração não é adequada. No versículo 11
lemos: "Alegrar-te-ás por todo o bem que o SENHOR,
teu Deus, te tem dado a ti e a tua casa, tu, e o levita, e o
estrangeiro que está no meio de ti".
PRIMÍCIAS PARA OS SACERDOTES
Agora precisamos ler Números 18:12 e 13: "Todo o
melhor do azeite, do mosto e dos cereais, as suas
primícias que derem ao SENHOR, dei-as a ti. Os
primeiros frutos de tudo que houver na terra, que
trouxerem ao SENHOR, serão teus; todo o que estiver
limpo na tua casa os comerá". As primícias aqui estão
em aposição a azeite, mosto e cereal. As primícias são o
melhor do trigo, da oliveira e da videira. A frase "serão
teus" quer dizer que seriam dos sacerdotes.
LABORAR, VIVER E OFERTAR
Após ler todos esses versículos, gostaria de lhe dar
uma figura dos ingredientes. Primeiro você tem de ver
que o que ofereciam a Deus era o produto do seu
labor. Primeiro eles trabalhavam a terra e dela
também tiravam o sustento. Eles laboravam essas
coisas, e depois viviam delas. Deus lhes dera a boa
terra e a semente. Portanto tinham de laborar a
boa terra com a semente que Deus lhes dera.
Depois de laborar na terra, colhiam o fruto e então
viviam desse fruto. Do produto da terra eles
separavam uma porção, a melhor, para Deus.
Quando chegava a ocasião de se congregar, isto é, a
época da festa, eles traziam para a congregação o
melhor dízimo que fora separado para Deus a fim
de ofertar a Ele. Assim o que ofereciam era o
produto do seu labor e subsistência. Quero
acrescentar uma palavra bem significativa.
Segundo a Bíblia, os filhos de Israel não tinham
outra ocupação. Sua única ocupação era a
agropecuária. Eles trabalhavam a boa terra dada
por Deus a fim de produzir algo com que pudessem
viver e disso separavam a melhor décima parte
para ofertar a Deus para Sua satisfação.
A TERRA, A SEMENTE E O PRODUTO
O que eles produziam a partir do seu labor na boa
terra provinha de dois reinos: vegetal e animal. No
reino vegetal havia principalmente três itens: trigo
para fazer farinha, azeitonas para produzir azeite e
uvas das quais se fazia o vinho. O outro era o reino
animal que produzia gado e rebanho (Dt 14:22-23).
Todas essas coisas são muitíssimo significativas. A
boa terra é Cristo. Deus O deu a nós como a boa
terra. A semente também é Cristo. Tanto a terra
como a semente são Cristo. Agora Deus nos
encarrega de laborar em Cristo e com Cristo.
Diariamente temos de laborar Nele e com Ele.
Então teremos o fruto, o produto. Cada dia teremos
o produto. Viveremos por esse produto que
também é Cristo. A terra é Cristo, a semente é
Cristo e o produto é Cristo. A terra é Cristo ainda
não trabalhado; a semente é Cristo ainda não
plantado e o produto é Cristo trabalhado, plantado
e colhido. Quando há colheita, devemos comer para
viver. Vivemos pelo próprio Cristo no qual
laboramos e que plantamos na boa terra, e se
tornou o nosso produto.
Depois trazemos a melhor porção, o dízimo, desse
Cristo em que laboramos, o qual plantamos e
colhemos, e que desfrutamos para a reunião a fim
de apresentá-Lo a Deus como alimento, festejar
com todos os santos e comê-Lo juntamente com
Deus. Vamos novamente considerar as categorias
de ingredientes.
23
No reino animal temos o gado e o rebanho. No
reino vegetal, o cereal, o azeite e o vinho. Devemos
perceber que o reino animal é o item principal dos
ingredientes. Mesmo hoje, quando convidamos
alguém para comer e servimos somente vegetais,
ele não gosta muito. Antes da queda, Deus ordenou
que o homem comesse apenas vegetais, mas após a
queda, a partir de Gênesis 9, Deus lhe ordenou
comer carne com o derramamento do sangue, pois
as pessoas caídas agora precisam de redenção. Sem
redenção, não há como desfrutar coisa alguma
perante Deus.
PAZ E SUPRIMENTO DE VIDA
Portanto Cristo é primeiramente nossos
ingredientes no reino animal com o derramamento
de sangue a fim de cuidar de nossos problemas
perante Deus para que tenhamos paz para festejar
com Ele. Em qualquer festa, se não há paz, não há
final feliz. O final feliz deve ser em paz. Assim Ele
também é os ingredientes do reino vegetal.
Podemos ver os dois no Evangelho de João. No
capítulo um há o Cordeiro de Deus (v. 29). Esse é
um item do reino animal. Mas no capítulo seis o
Senhor disse que é o pão (vs. 35, 48, 51) e no doze,
que é o grão de trigo (v. 24). Além disso, no
capítulo quinze, Ele diz que é a videira para
produzir vinho (vs. 1, 5). Portanto em um único
Evangelho há ingredientes dos dois reinos. Há o
cordeiro do reino animal e o trigo e a videira do
reino vegetal. O trigo indica vida e suprimento de
vida. Todo pão, bolo e obréia são feitos de farinha. A
oferta de manjares é composta principalmente de
flor de farinha. Isso é para a vida e suprimento de
vida.
O ESPÍRITO DA UNÇÃO
O azeite provém da oliveira, e isso indica uma vida
pelo Espírito da unção. Não há somente vida e
suprimento vital, mas também o Espírito para o
nosso viver. Você deve viver para Deus por meio de
Cristo como seu suprimento vital. O poder e o meio
de viver essa vida é o azeite, o Espírito que unge.
MORRER PARA DEUS
O vinho que procede da uva representa a questão
de morrer para Deus. Somos destinados não apenas
a viver, mas também a morrer. Isso quer dizer que
devemos derramar a própria vida que temos. Cada
dia desfrutamos Cristo como suprimento de vida,
vivemos pelo óleo da unção e morremos
derramando nossa vida.
INCENSO
Outro item é o incenso, que representa a
ressurreição. Portanto Cristo como o trigo visa à
nossa provisão de vida e o azeite é o Espírito da
unção para que vivamos. Cada dia temos de
derramar nossa vida para Deus como vinho. Então
temos o aroma, a fragrância, da vida de
ressurreição, que é o incenso. Esses são os
ingredientes com os quais preparamos o alimento
para a festa divina. Temos Cristo como trigo, com o
Espírito como azeite e com a vida derramada como
vinho. Temos a vida de ressurreição como incenso.
Esse viver é totalmente baseado no fato de Cristo
ser nosso gado e nosso rebanho. Ele nos redimiu e
se tornou nosso alimento. Esses são os ingredientes
com os quais preparamos a festa com todos os seus
"pratos".
24
Capítulo Seis
COMO CRISTO PODE CRESCER EM NÓS PARA
SER NOSSA OFERTA PELO PECADO E OFERTA
PELA TRANSGRESSÃO
Leitura Bíblica: Dt 12:6-7; Lv 4:13-14,27-28; 10 1:29; Rm
8:3; 2 Co 5:21; 1 Co 15:3; 1 Pe 2:24; 3:18; Hb 9:26b, 28
Nesta mensagem precisamos considerar como
Cristo pode crescer em nós para que O ofereçamos
nas reuniões como várias ofertas. De acordo com
Levítico capítulos um, dois e seis, a primeira
dentre as ofertas básicas era o holocausto. Depois
vêm a oferta de manjares e a oferta pacífica. As
últimas duas são a oferta pelo pecado e a oferta
pela transgressão. Portanto a seqüência nesses
capítulos é primeiro o holocausto e por último a
oferta pelo pecado e a oferta pela transgressão.
Essa é a seqüência do registro de todas as ofertas.
Contudo, em nossa experiência, o holocausto não
vem primeiro, e sim a oferta pela transgressão e,
em seguida, a oferta pelo pecado. Depois temos a
oferta pacífica. A seguir desfrutamos Cristo como
nosso alimento, a oferta de manjares. Por fim
experimentamos o holocausto. Nesta mensagem
não vamos seguir a seqüência do registro sagrado,
e sim a da nossa experiência. Em nossa experiência,
desfrutamos Cristo primeiro como a oferta pela
transgressão.
OS INGREDIENTES DAS OFERTAS
Deuteronômio 12:6 nos dá o que chamamos de
ingredientes das ofertas para Deus. Ele diz que se
deviam trazer os holocaustos e sacrifícios, os
dízimos e os primogênitos do gado e do rebanho. O
dizimo aqui indica a décima parte de todos os
produtos do campo, que incluía o cereal, o azeite e o
vinho. Esse versículo não nos dá detalhes; apenas o
termo dízimos. Há mais detalhes em 14:22-23, onde
lemos que os filhos de Israel deveriam trazer o
dizimo de todo o produto da terra, isto é, do cereal,
do azeite e do vinho. Portanto esses versículos dão
os detalhes dos dízimos dos vegetais.
OFERTAS DO REINO ANIMAL
Deuteronômio 12:6 fala claramente acerca dos
itens do reino animal: o gado e o rebanho. Temos
de perceber que os dízimos dos vegetais não
servem para holocausto nem para oferta pelo
pecado ou pela transgressão, mas apenas para a
oferta de manjares, a libação e uma pequena parte
da oferta pacífica. A maior parte da oferta pacífica
ainda era do reino animal. Em todas as ofertas, os
principais componentes procediam do reino
animal. Os "pratos" principais da festa divina se
fazem de itens do reino animal. Então, do reino
vegetal, procedem os componentes para a oferta de
manjares, parte da oferta pacífica e a libação.
Cristo para nós é primeiro a vida animal. É por isso
que João 1:29 fala do Cordeiro de Deus, o qual
pertence ao reino animal. Ele é o Cordeiro de Deus
que tira o pecado do mundo.
Os ingredientes do reino animal são mais básicos
do que os do reino vegetal. É por isso que
abordamos primeiro o reino animal e depois o
vegetal. Queremos falar como Cristo pode aumentar
em nós no reino animal. Segundo nossa
experiência, isso é bom primeiro para a oferta pela
transgressão e depois para a oferta pelo pecado. É
também bom para a primeira parte, a parte
principal, da oferta pacífica. Depois que
concluirmos isso, iremos para o reino vegetal a fim
de ver como Cristo é igualmente a vida vegetal, bom
para a última parte. Da mesma forma Ele é bom
para toda a oferta de manjares e toda a libação para
a satisfação de Deus e nossa também. Isso é
alimentar a Deus e, ao mesmo tempo, a nós.
CRISTO COMO NOSSA OFERTA PELO PECADO
De acordo com nossa experiência, Cristo é primeiro
nossa oferta pela transgressão e depois nossa
oferta pelo pecado. Mesmo para a prática das
ofertas como a santificação dos sacerdotes,
primeiro se oferecia a oferta pelo pecado e depois o
holocausto. Algumas ofertas pelo pecado não
tinham alimento para o sacerdote ou para o
ofertante; eram totalmente queimadas em dois
lugares: no altar eram queimadas a gordura e as
entranhas para a satisfação de Deus e para cumprir
as exigências divinas; depois o corpo da oferta era
queimado, não no altar, mas fora do arraial.
Queimar fora do arraial não produzia doce aroma
para Deus, mas era um fogo de julgamento, um
queimar de abandono. Portanto o que podemos
desfrutar da oferta pela transgressão e da oferta
pelo pecado é principalmente ver o sangue. O
sangue de Cristo foi vertido por nós e, quando o
vemos, temos paz e somos libertados da
condenação. É isso principalmente que podemos
desfrutar. Não visa à nossa alimentação; é
simplesmente uma resolução de nosso problema.
É mais ou menos assim que começamos o dia.
Quando levantamos de manhã, começamos o dia
lavando-nos. É muito bom começar o dia com um
banho para ficar plenamente limpo da cabeça aos
pés. Também precisamos disso na vida espiritual.
Temos de começar a vida espiritual com um
"banho". Como tomar banho espiritualmente?
Aplicando a oferta pelo pecado. Cada manhã você
oferece Cristo como sua oferta pelo pecado. É como
25
tomar banho espiritual. Não pense que você não
está sujo, que esteja bem limpo. Enquanto viver,
você precisará da oferta pelo pecado para lavar seu
ser!
A DIFERENÇA ENTRE A OFERTA PELO PECADO E A
OFERTA PELA TRANSGRESSÃO
A oferta pela transgressão pode ser comparada ao
lavar as mãos durante o dia. Você toma banho uma
vez de manhã, mas pode lavar as mãos muitas vezes
no dia, à medida que precisa. Sempre que percebe
que as mãos estão sujas, precisa lavá-las
novamente. Isso é como aplicar Cristo como a
oferta pela transgressão.
Temos de despender tempo para ver a diferença
entre a oferta pela transgressão e a oferta pelo
pecado. Em Levítico 4 há a oferta pelo pecado e nos
capítulos seis e sete, a oferta pela transgressão. É
difícil fazer a diferença entre pecado e pecados, ou
entre pecado e transgressão. A Bíblia ilustra essa
diferença para nos ajudar a entendê-la. Ela ilustra
pecado como algo da ignorância, não visto, oculto
(Lv 4:2,13,22,27;5:15). Levítico ilustra a
transgressão como algo bem diferente: fala de
enganar o próximo, proceder mal contra ele ou
causar-lhe dano (Lv 6: 1-4). Isso é transgressão.
Não provém de ignorância e não está oculto aos
olhos; antes, é bem aparente e visível. É assim que a
Bíblia ilustra a diferença entre pecado e
transgressão.
o pecado é um problema invisível e oculto aos
olhos dos outros, sempre feito em ignorância. Isso
ilustra o pecado em nossa natureza. É oculto dos
olhos. Suponha que eu seja um cavalheiro o dia
todo, não causando mal a ninguém. Até mesmo
minha esposa não encontra falha em mim. Isso
pode significar que eu não cometa transgressão,
mas não quer dizer que eu não seja pecaminoso.
Talvez eu seja perfeito no comportamento, na
conduta exterior, mas não quer dizer que eu não
seja pecador em minha natureza interior.
VIVER DE MODO NATURAL PELA NATUREZA
PECAMINOSA
Precisamos ser iluminados. Não somos apenas
pecaminosos em natureza, mas também nossa
natureza toda é pecado. Assim como uma mesa
talvez seja de madeira, nossa natureza é de pecado.
Embora eu não cometa nenhuma transgressão o dia
todo, o dia todo sou pecado. No dia inteiro eu
simplesmente vivo pelo meu ser natural: não
exercito o espírito, não contato o Senhor, não vivo
Cristo, não ando e existo no espírito. Apenas vivo
em mim mesmo. Sento-me sem Cristo; ando sem
Cristo, como sem Cristo. Não ofendo os outros, mas
é sem Cristo. Isso é algo oculto aos olhos. A
natureza pecaminosa está presente, porém oculta.
A NECESSIDADE DE LUZ
Se estou espiritualmente em trevas, talvez ignore
essa natureza pecaminosa. Visto que sou humilde,
honesto, fiel, gentil, tão ordeiro e preocupado com
os outros, talvez eu considere que sou maravilhoso
e excelente. Mas isso é ignorância. Uma vez que a
luz vem, percebo que isso não é Cristo; sou eu
mesmo. Esse é o produto de Adão, um pecador. Eu
vivo Adão; eu vivo um pecador. Então o pecado
invisível se torna visível aos olhos iluminados, e
ofereço Cristo como minha oferta pelo pecado. A
oferta pelo pecado serve para isso. Fico preocupado,
pois até hoje alguns ainda permanecem na
ignorância, pensando que estão bem, que são
excelentes, perfeitos, bons, humildes e educados.
Isso é ignorância.
UM LEMBRETE DE QUE SOMOS PECADORES
Eu, porém, creio que pelo menos alguns já foram
iluminados nesses anos e já não sejam tão
ignorantes do que de fato são. Cada dia você
percebe que em si mesmo, por sua natureza, você
não é nada senão a totalidade do pecado. Por fora
parece tudo bem. Exteriormente talvez seja
excelente, mas, por dentro, não; interiormente você
é pecado. Em seu interior você não apenas é
pecaminoso, mas o próprio pecado. Portanto, cada
manhã, a primeira coisa a fazer é oferecer Cristo
como oferta pelo pecado. Dia a dia devemos
oferecer Cristo dessa forma. Fazer isso sempre nos
purifica e nos lembra de que somos pecadores.
Quando começa o dia, você deve lembrar-se de que
é pecador. A primeira pessoa que você vê de manhã
talvez seja seu cônjuge. Se você percebe claramente
que é pecador, como pode dizer algo a ele? Essa
oferta pelo pecado oferecida pela manhã deve
lembrá-lo de que você é pecador. Visto que você
ofereceu Cristo como sua oferta pelo pecado de
manhãzinha, você se lembrará de que é pecador.
Você já não está em ignorância, pois percebe
plenamente que é pecado e cada dia precisa de
Cristo para remi-lo.
REDENÇÃO NA EXPERIÊNCIA DIÁRIA
De acordo com os fatos, sabemos que Cristo nos
remiu há mais de mil e novecentos anos. Alguns
mestres ressaltam bastante isso. Mas precisamos
ressaltar a experiência da redenção tanto como a
redenção como fato objetivo. Precisamos de
redenção na experiência diária. Cada manhã,
quando começamos o dia, a primeira coisa a fazer é
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oferecer Cristo como nossa oferta pelo pecado. Não
pense que isso é repetitivo. Você deve perceber que
a vida é totalmente repetitiva. Tomo café da manhã
trezentos e sessenta e cinco dias por ano há setenta
e sete anos, mas não devo dizer que já estou
entediado de tomar café e por isso vou parar. A vida
é repetitiva.
OFERECER CRISTO COMO OFERTA PELO PECADO
CADA MANHÃ
A cada dia você tem de repetir a oferta de Cristo
pelo pecado. Se você não toma um bom café da
manhã, não pode ter um bom dia. Da mesma forma,
de manhã você deve ofertar adequadamente Cristo
como oferta pelo pecado. Você precisa oferecer
Cristo como um grande novilho por oferta pelo
pecado. O modo de ter um dia saudável é tomar um
bom café da manhã; o modo de ser espiritualmente
saudável é começar o dia ofertando Cristo como
oferta pelo pecado. Não diga que não tem vontade
de fazer isso e seu espírito está dormente. Isso é
preguiça. Alguns que não tomam café da manhã
corretamente dizem que não sentem fome nessa
hora. Eles não sentem fome porque não comem.
Quanto mais você comer, mais terá fome. Comer
abre o apetite e até aumenta a capacidade de comer.
Não dê desculpas. É seu dever tomar um bom café
da manhã, e é seu dever manter-se espiritualmente
saudável ofertando Cristo como oferta pelo pecado
quando começa o dia. Não diga que não tem vontade
nem está disposto. Essa é sua tarefa. Tente fazer
isso e verá como será saudável.
Espero ouvir muitas orações assim: "Senhor,
obrigado por me ajudar a começar o dia Te
oferecendo como oferta pelo pecado. Senhor, sou
grato pois Tu és uma oferta por mim hoje".
Contudo, quase sempre quando você ora, faz uma
oração comum, regular e religiosa. Não ora ao
Senhor segundo as riquezas da prefiguração da Sua
Palavra sagrada. As orações que você faz são
comuns, religiosas e naturais demais. Não há
revelação, não há as riquezas herdadas da rica
palavra das Escrituras de Deus. Espero que após ler
estas mensagens suas orações sejam mudadas e
transformadas. Não faça orações antiquadas; antes,
ore segundo a prefiguração rica da Palavra,
oferecendo Cristo a Deus como todas as ofertas.
CRISTO COMO NOSSA OFERTA PELA TRANSGRESSÃO
Falemos agora sobre a oferta pela transgressão.
Suponha que você comece o dia oferecendo Cristo
como oferta pelo pecado e, quando vai para a
cozinha tomar café da manhã, esteja uma bagunça e
o café não esteja pronto. Logo um fogo arde em
você, você fica ofendido com a esposa e por fim diz
algo a ela que demonstra isso. Mas, uma vez que você
entra no carro e vai para o trabalho, sente-se
condenado. Você pede ao Senhor que o perdoe por ter
agido na carne: "Senhor, perdoa-me. Obrigado porque
Tu és não apenas minha oferta pelo pecado, mas
também pela transgressão". Isso quer dizer que você
ofereceu o Senhor Jesus como oferta pela
transgressão. Precisamos Dele como essa oferta
muitas vezes por dia.
No serviço você tem muitas oportunidades de ficar
ofendido com os colegas. Essas são mais chances de
cometer transgressões. Contudo, confessando ao
Senhor, você O desfruta como sua oferta pela
transgressão. Enquanto volta para casa, outro
motorista o ofende, e você talvez buzine para ele.
Depois você logo percebe que transgrediu novamente.
Você então oferece Cristo uma vez mais como oferta
pela transgressão: "Senhor, obrigado, pois és minha
oferta ilimitada pela transgressão".
COMO CRISTO PODE CRESCER EM VOCÊ
É assim que Cristo pode crescer em você para ser a
oferta pelo pecado e a oferta pela transgressão. Se
você tiver um viver diário com essa prática, será rico
em Cristo como oferta pelo pecado e oferta pela
transgressão. Então virá para as reuniões com esse
Cristo e O expressará nas orações, nos testemunhos e
no compartilhar. Especialmente na reunião da mesa
do Senhor você terá apreço pelo Senhor e O verá
como sua oferta pelo pecado e pela transgressão. À
mesa do Senhor, você O desfrutará como um grande
novilho, plenamente adequado para sua oferta pelo
pecado e sua oferta pela transgressão. Você
agradecerá ao Senhor por Ele ter cuidado de sua
natureza pecaminosa, do eu pecaminoso. Ele também
cuidou de suas transgressões e atos pecaminosos e
injustos. Você perceberá que não tem mérito nenhum
e nenhuma bondade que o justifique e o torne
aceitável perante Deus, mas Cristo é a sua oferta pelo
pecado e sua oferta pela transgressão. Se for assim
sua oração à mesa do Senhor não será tradicional. Por
ter pouca experiência de Cristo, nossa disposição é vir
às reuniões sempre de mãos vazias. Ou você não abre
a boca ou a abre para falar algo comum e muito
tradicional.
PRATICAR O QUE É REVELADO NAS PREFIGURAÇÕES
Espero que você veja que essa é a maneira de Cristo
crescer em seu interior. Ou antes, eu diria que esse é o
modo de "criar" Cristo, assim como um fazendeiro
cria gado. Sem essa prática na experiência, quando
vem para as reuniões, você não tem Cristo. Isso não é
segundo a doutrina, mas segundo a experiência. Em
Deuteronômio e Êxodo, em prefiguração, não há
somente as coisas doutrinárias, mas também as
experimentais. Até mesmo muitos cristãos que
buscam a Deus não têm interesse em saber essas
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coisas. As riquezas das prefigurações foram
enterradas nesses livros por anos. Precisamos ver que
esse é o conteúdo real da restauração do Senhor, e
essa é a realidade desse conteúdo.
Quão maravilhoso seria se pudéssemos reunir-nos e
sentar1.0S ao redor da mesa do Senhor e oferecer
orações e louvores dessa forma, sem nenhuma
herança tradicional do cristianismo. Isso faria nossas
reuniões absolutamente diferentes das reuniões
cristãs de hoje. Temos de praticar o que é revelado nas
figuras da Palavra Sagrada. Isso impressionará as
pessoas. No começo talvez fiquem ofendidas, mas por
fim serão convencidas. Isso satisfará os verdadeiros
buscadores, os que de fato têm fome. Vamos
prosseguir a fim de aprender algo para entrar em novo
campo e praticar o que o Senhor nos mostra nestes
dias.
Espero que esta palavra nos ajude a ver como
podemos "criar" Cristo como os ingredientes que
usamos a fim de preparar os 'pratos" para Deus como
a oferta pelo pecado e a oferta pela transgressão.
Espero também que tenhamos clara visão da diferença
entre pecado e pecados, isto é, entre a oferta pelo
pecado e a oferta pelas transgressões na prática e na
experiência. remos de aplicar todos esses itens à
experiência diária.
Alguns versículos da leitura bíblica mostram que
Cristo lida com o pecado como a oferta pelo pecado.
João 1:29 diz que o 2ordeiro de Deus tira o pecado do
mundo. Romanos 8:3 diz que Deus enviou Seu Filho na
semelhança de carne pecaminosa condenou o pecado.
O pecado aqui, segundo a nota de Darby, tem o
conceito da oferta pelo pecado. Ainda 2 Coríntios 5:21
diz que Cristo foi feito pecado, e não pecados, por nós
para que Nele nos tornemos justiça de Deus. Esses
versículos mostram que Jesus Cristo é nossa oferta
pelo pecado.
Outros versículos citados mostram que Cristo é nossa
oferta pela transgressão. Primeira Coríntios 15:3 diz
que Cristo morreu por nossos pecados, e não pelo
pecado. A seguir Pedro diz que Cristo carregou nossos
pecados no madeiro (l Pe 2:24) e que Cristo morreu
pelos nossos pecados (3: 18). Esses versículos mostram
como Cristo lida com os pecados, transgressões e
ofensas como nossa oferta pelo pecado.
Hebreus 9:26 diz que Cristo se manifestou para
aniquilar o pecado. Isso representa a oferta pelo
pecado. O versículo 28 diz que ele se ofereceu pelos
pecados. Essa é a oferta pela transgressão. Portanto
quatro dos versículos citados na leitura bíblica deste
capítulo referem-se a Cristo como oferta pelo pecado e
quatro, como oferta pela transgressão. Quando você lê
o termo pecado, no singular, perceba que Cristo é nossa
oferta pelo pecado; quando lê o termo pecados, no
plural, perceba que Cristo é a nossa oferta pela
transgressão.