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III MOOT COURT EM

DIREITO DA UNIÃO EUROPEIA

Ana Filipa Nunes (nº39934)

Ana Inês Gomes (nº 39986)

Andreia Rocha (nº 40417)

António Paulino (nº39887)

Flávia Mafalda Gomez (nº40450)

Lucas Diniz (nº40289)

Docentes: Prof. Doutora Dora Resende Alves, Prof. Doutora Joana Covelo de Abreu,
Prof. Doutora Fátima Castro Moreira.

1º Semestre 2019/2020

2019
2019
Sumário

Máximo de 300 palavras

Palavras-chave

Igualdade-Religião-União Europeia

3
Abstract

Tradução do sumário para inglês. Máximo de 300 palavras.

Keywords

Equally- Religion- European Union

4
Índice
Sumário.....................................................................................................................3

Palavras-chave..........................................................................................................3

Abstract.....................................................................................................................4

Keywords...................................................................................................................4

INTRODUÇÃO:...........................................................................................................6

Grupo II- HighTec, S.A................................................................................................7

Bibliografia................................................................................................................9

Anexos.....................................................................................................................10

5
INTRODUÇÃO:

O caso em questão ocorre em 2 Estados sendo eles “Happiness” e “DeleteReligion”.

Catrina, engenheira informática do Estado de “Happiness” e praticante da religião


islâmica, utiliza o véu da sua religião durante o seu horário laboral, como foi acordado
no seu contrato. Catrina ganha uma promoção de modo que o seu local de trabalho foi
alterado passando a ser “DeleteReligion”.

No entanto, a filial da sociedade “HighTec,S.A” (empresa que contratou Catrina) não


permite demonstrações religiosas o que leva a Catrina a não concordar com essa regra
indo contra ela, levando ao seu despedimento; Esta recorre aos tribunais competentes
apontado a desigualdade de tratamento no emprego, sendo que a empresa ripostou
afirmando que a medida tomada foi apenas com vista a promover a proteção de todos os
funcionários.

Catrina, dirigindo-se ainda ao Estado-membro, alega que “DeleteReligion” legislou para


que fosse possível criar Regulamentos Internos que restringiam a liberdade de religião.
Com esta acusação, o estado “DeleteReligion” afirma que apenas tomou estas medidas
com vista à proteção do seu povo sendo que o mesmo Estado havia sido “palco” de
diversos ataques terroristas.

6
Grupo I- Catrina

A União Europeia tem como objetivos aproximar os países europeus através de


cooperação operacional, promover a solidariedade económica e social e fomentar os
valores que os europeus partilham.1 “Happiness” e “DeleteReligion” são dois Estados-
Membros da União Europeia. A adesão à União Europeia é um processo complexo e
demorado, pois para além de ter de cumprir as condições de adesão, o país candidato
tem de aplicar a legislação e a regulamentação europeias em todos os domínios. “O
Tratado da União Europeia define as condições (artigo 49º) e os princípios (artigo 6º,
nº1) que qualquer país que pretende aderir à União Europeia deve respeitar

Catrina, como cidadã do estado Happiness é, portanto, uma cidadã europeia.

Catrina tem o direito à liberdade de religião, bem como liberdade de manifestar


a sua religião em público, nos termos do artigo 10º, nº1 da Carta dos Direitos
Fundamentais da União Europeia: “Todas as pessoas têm direito à liberdade de
pensamento, de consciência e de religião. Este direito implica a liberdade de mudar de religião
ou de convicção, bem como a liberdade de manifestar a sua religião ou convicção individual ou
coletivamente, em público ou em privado, através do culto, do ensino, de práticas e da
celebração de ritos”2.

Catrina trabalha como engenheira informática na empresa-mãe “HighTec, S.A.”,


estando o direito ao trabalho assegurado pelo artigo 15º nº1 da CDFUE, sendo que
“todas as pessoas têm o direito de trabalhar e de exercer uma profissão livremente
escolhida ou aceite”.

Surge, porém, a oportunidade de promoção profissional que forçaria Catrina a


desempenhar funções em uma filial da “HighTec S.A.” no Estado de “DeleteReligion” e
sendo que, tanto este Estado como o de “Happiness” são membros integrantes da União
Europeia, de acordo com o artigo 15º nº2 da CDFUE, os seus cidadãos “têm a liberdade

1
FONTAINE, Pascal, A Europa em 12 lições
2
HENRIQUES, Miguel Gorjão – Tratado de Lisboa, 7ª edição, Grupo Almedina, 2016, ISBN: 978-972-
40-6835-0

7
de procurar emprego, de trabalhar, de se estabelecer ou de prestar serviços em qualquer
Estado-Membros3”.

De acordo com o artigo 21º nº1 do TFUE “Qualquer cidadão da União goza do
direito de circular e permanecer livremente no território dos Estado-Membros, sem prejuízo
das limitações e condições previstas nos Tratados e nas disposições adotadas em sua
aplicação4”, estando o mesmo transposto no artigo 45º nº1 da CDFUE e Catrina
abrigada por ambos.

Porém, após começar a desempenhar funções na filial de “HighTec S.A.” é


notificada que segundo o Regulamento Interno não lhe é permitido o uso do véu
religioso devido a uma medida que procurava promover a igualdade, a neutralidade e a
laicidade no local de trabalho, embora possamos afirmar que este não respeita aquilo
que se encontra estatuído no artigo 21º nº1 da CDFUE, segundo o qual “é proibida a
discriminação em razão, designadamente, do sexo, raça, cor ou origem étnica ou social,
características genéticas, língua, religião ou convicções, opiniões políticas ou outras, pertença
a uma minoria nacional, riqueza, nascimento, deficiência, idade ou orientação sexual 5”.

Podemos ainda enunciar o artigo 22º da CDFUE que afirma que “a União
respeita a diversidade cultural, religiosa e linguística”, no entanto, no caso em apreço,
isso não se verifica ao ser proibida a utilização de quaisquer demonstrações religiosas
por parte dos trabalhadores, nomeadamente, o uso do véu por Catrina.

Vale a pena ressaltar que os artigos dispostos na CDFUE tem o seu âmbito de
aplicação definido no artigo 51º nº1 da mesma, onde se estabelece, relativamente ao
conteúdo da referida Carta, que os Estados-Membros “devem respeitar os direitos,
observar os princípios e promover a sua aplicação, de acordo com as respetivas
competências”, sendo que ainda, no artigo 6º do Tratado da União Europeia, esta
compromete-se a reconhecer “os direitos, as liberdades e os princípios enunciados na
CDFUE de 7 de dezembro de 2000”.

3
idem
4
idem
5
idem

8
Não se conformando com o seu despedimento, Catrina recorre aos tribunais
competentes de “DeleteReligion” para impugnar tal decisão.

Para tal invoca a Diretiva nº2000/78/CE6, afirmando ter sido vítima de


discriminação religiosa e de desigualdade no tratamento no emprego, ressaltando o
artigo 1º que defende os “princípios da liberdade, da democracia, do respeito pelos
direitos do Homem e pelas liberdades fundamentais, bem como do Estado de direito”
comuns a todos os Estados-Membros da União, sendo um destes princípios seria o
direito á igualdade e á liberdade de culto, porém, a expressão religiosa de Catrina fora
censurada pelo Regulamento Interno da filial da “HighTec S.A.”.

Desta mesma Diretiva, invocou ainda o artigo 2º, afirmando sofrer de um


tratamento desigual entre homem e mulher no emprego e que não fora concretizado o
principio de igualdade no que se refere ás condições de trabalho, devido ao facto de lhe
ter sido proibido o uso de um véu típico da cultura e fé das mulheres muçulmanas.

De acordo com o artigo nº1 da Convenção nº 111 da Organização Internacional


do Trabalho, sobre a Discriminação em Matéria de Emprego e Profissão, o termo
discriminação compreende “toda a distinção, exclusão ou preferência fundada na raça, cor,
sexo, religião (…) que tenha por efeito destruir ou alterar a igualdade de oportunidades ou de
tratamento em matéria de emprego ou profissão 7” , sendo que a mesma teria atingido
Catrina, que fora despedida devido a um caracter da sua religião que o Regulamento
Interno da filial se recusou a respeitar, bem como a diversidade de seus trabalhadores.

Ao recorrer aos tribunais competentes, Catrina está a exercer o direito à ação e a


um tribunal imparcial, sendo que segundo o artigo 47º da CDFUE, “toda a pessoa cujos
direitos e liberdades garantidos pelo direito da União tenham sido violados tem direito a uma
ação perante um tribunal nos termos previstos no presente artigo 8”, sendo que as instituições
judiciais encontram-se na esfera do artigo 2º da Convenção Internacional sobre a

6
https://eur-lex.europa.eu/legal-content/PT/TXT/?uri=celex%3A32000L0078
7
http://gddc.ministeriopublico.pt/sites/default/files/documentos/instrumentos/convencao_111_oit_disc_e
mprego_profissao.pdf
8
HENRIQUES, Miguel Gorjão – Tratado de Lisboa, 7ª edição, Grupo Almedina, 2016, ISBN: 978-972-
40-6835-0

9
Eliminação de todas as Formas de Discriminação Racial e obedecem sempre á
presunção de inocência estatuída no artigo 48º nº1 da CDFUE.

A filial defendeu-se afirmando que procurava somente proteger os seus


funcionários de comportamentos discriminatórios a que poderiam estar sujeitos pelos
clientes, alienando o artigo 10º da CDFUE que explicitamente estabelece que “todas as
pessoas têm direito à liberdade de pensamento, de consciência e de religião. Este direito
implica a liberdade de (…) manifestar a sua religião ou a sua convicção, individual ou
coletivamente, em público ou em privado, através do culto, do ensino, de práticas e da
celebração de ritos”, sendo assim é da total responsabilidade dos cidadãos, decidir se
manifestarão a sua fé ou não, estando a filial da “HighTec S.A.” a cometer uma
ilegalidade ao privar os seus trabalhadores de tal escolha.

Invocou ainda que o Estado-Membro “DeleteReligion” adotou uma legislação


interna que permitia a revogação de disposições protetivas da liberdade de religião
baseado no facto do clima de suspeita que o Estado passava, porém, ao permitir-se ser
guiado pelo medo e catalogar todos os cidadãos do mesmo grupo religioso, acabando
por desconsiderar cidadãos inocentes, com base em ataques terroristas acabou por não
só, indiretamente, ir contra o artigo 21º nº1 do TFUE ao criar um clima de desconforto
que impedia a circulação pacifica de pessoas, como foi contra o artigo 21º nº1 da
CDFUE ao discriminar em razão da religião.

Em suma, Catrina fora alvo de discriminação pela filial da “HighTec S.A.” e


pelo Estado de “DeleteReligion” que censuraram a esta o uso de véu religioso, agindo
sem qualquer consideração pelas liberdades e direitos religiosos que esta pudesse ter,
marginalizando todo um grupo religioso através de uma medida racista que somente
serviu para agravar o já presente clima de tensão ao mesmo tempo que denegria
cidadãos inocentes. Entretanto a filial pressionou Catrina a esconder a sua fé ou sofrer
despedimento, pondo-a numa situação injusta e humilhante que permitiu uma
funcionaria sua sofrer os preconceitos do Regulamento Interno da empresa.

10
Grupo II- HighTec, S.A.

Caracteriza-se União Europeia por uma aliança económica e política entre todos
os Estados membros que nela têm adjacentes os seus objetivos, princípios e valores. A
União Europeia já sofreu inúmeros alargamentos, desde a sua criação na CECA 9 e na
CEE10 desde 1976; Portanto, é de conhecimento internacional a possibilidade de aderir à
União Europeia caso cumpram os pré-requisitos.

O caso em concreto sucede-se em “Happiness” e “DeleteReligion”, sendo estes 2


estados membros da União Europeia, sobre isso é de primordial importância frisar o
artigo 1º do Tratado da União Europeia que nele têm presente os seus objetivos comuns.
Catrina, é uma cidadã residente em “Happiness” de grosso modo goza dos seus direitos,
liberdades e seguranças tal como esta presente no Artigo 6º da Cartas dos Direitos
Fundamentais da União Europeia; Tal como foi referido a cima, são uns dos princípios e
valores da União Europeia. A esta é imposta pela sua religião a utilização do véu
islâmico diariamente, inclusive no seu horário laboral.

A empresa “HighTec, S.A.11” celebrou um contrato de trabalho com Catrina


tendo noção das exigências da sua religião, implicando que poderia continuar com a
utilização do véu islâmico em contexto laboral. Segundo o Artigo 15º da Carta dos
Direitos Fundamentais da União Europeia, Catrina poderia ter escolhido livremente o
seu local de trabalho tendo assim optado pela empresa “HighTec, S.A.”. A Sociedade
Anónima em causa rege-se pelo Artigo 16º da Carta dos Direitos Fundamentais da
União Europeia onde está reconhecida a liberdade da mesma, desde que se reja pelo
direito da União Europeia e as próprias legislações nacionais do país onde se encontra a
sociedade.

“HighTec, S.A.”, avaliando as competências de Catrina, apresentou uma


proposta de promoção à mesma, levando consequentemente Catrina a mudar o seu local
de trabalho para o estado de “DeleteReligion”. Segundo os Artigos 45º a 48º do TCE 12
9
CECA- Comunidade Europeia do Carvão e do Aço
10
CEE- Comunidade Económica Europeia
11
S.A.- Sociedade Anónima Artigo 271º da Legislação Comercial e das Sociedades Comerciais
12
TCE-Tratado da Comunidade Europeia

11
que aborda a livre circulação de trabalhadores assalariados frisa a necessidade de uma
atividade assalariada, de uma relação de subordinação e o pagamento de um salário
como remuneração, ou seja um contrato de trabalho. É importante ter presente a noção
de trabalhador assalariado, para a livre circulação, que consiste num contrato de
trabalho e na dependência de um trabalhador sendo esta uma atividade remunerada, esta
inclui o direito no estado de acolhimento.

A sociedade anonima ao mudar Catrina de estado teve sempre em vista três


princípios para a sua proteção sendo estes a igualdade de tratamento, a totalização dos
períodos de seguro e períodos equiparados e pagamento extraterritorial de prestações.
Quando Catrina aceitou a proposta feita pela Sociedade em que trabalhava esta
corroborou com o regulamento interno já existente na filial para onde a mesma se
mudou. No mesmo estava expresso que não era permitido quaisquer demonstrações
religiosas por parte dos seus trabalhadores, nomeadamente o véu islâmico. Catrina não
aceitou as exigências impostas no regulamento interno levando “HighTec, S.A.” a ver-
se obrigada a despedir a mesma. Mediante a decisão de despedimento Catrina dirige-se
aos tribunais competentes do estado membro “DeleteReligion” aplicando a Diretiva nº
2000/78/CE onde se centrou no artigo 1º e 2º sendo que estes tratam o tema dos
“princípios da liberdade, da democracia, do respeito pelos direitos do Homem e pelas
liberdades fundamentais” e “O principio da igualdade de tratamento entre homens e
mulheres”13, respetivamente. Catrina baseada na diretiva apresenta em cima, sentiu a
sua liberdade restringida e, comparando-se ao sexo oposto supôs com base no Artigo
23º do Carta dos Direitos Fundamentais da União Europeia, que se tratava de uma
norma com intuito machista presente no Regulamento Interno da Sociedade. Sendo que
a seu ver esta norma tinha como alvo apenas o sexo feminino, oprimindo assim o
mesmo.

Mas na veracidade do sucedido “HighTec, S.A.” apenas se preocupou com a


segurança do trabalhador quando criou a norma em causa, referimos o Artigo 31º nº1 da
Carta dos Direitos Fundamentais Da União Europeia evidenciando que a nossa principal
preocupação foi a garantia de segurança para todos os trabalhadores, ainda invocamos a
convenção nº155 sobre a segurança e saúde dos trabalhadores em ambiente de trabalho
13
https://eur-lex.europa.eu/legal-content/PT/TXT/?uri=celex%3A32000L0078

12
sendo que o artigo 4º nº2 aborda questões de segurança e prevenção de acidentes em
ambiente de trabalho, no nosso ponto de vista apenas abrigamos Catrina de possíveis
ataques de clientes da empresa. Sempre demos importância à segurança dos nossos
trabalhadores sendo que, temos sido “palco” de inúmeros ataques terroristas por toda a
Europa e em especial,“DeleteReligion”, deste modo “HighTec, S.A.” seguindo o
mesmo raciocínio adotou politicas internas para evitar qualquer tipo de represálias por
parte de grupos que generalizem a violência associada a grupos terroristas com
praticantes da religião Muçulmana.

Tendo por base o Artigo 23º da Carta dos Direitos Fundamentais da União
Europeia a sociedade sente-se atacada por não compreenderem que esta sempre teve em
vista a igualdade entre os géneros em todos os domínios. Ainda intensificando a ideia de
igualdade “HighTec, S.A.” robustece a perceção de que o tema é um dos objetivos mais
importantes da União Europeia desde 1957, sabendo ainda da existência de tratados que
consagram o principio da igualdade de remuneração entre sexos presente no Artigo
157º do Tratado de Funcionamento da União Europeia, pois o empregador de Catrina
ofereceu-lhe uma promoção que iria aumentar o salário como também a sua segurança.
E seguindo o Artigo 19º do Tratado de Funcionamento da União Europeia “HighTec,
S.A.” pode definir o Regulamento Interno da forma que achar mais correto para a não
descriminação dos seus trabalhadores.

Abominamos o facto de Catrina se sentir descriminada sendo que, consoante a


Diretiva 32000L0043 Artigo 2º nº1º e 2º entendemos o princípio da igualdade
defendendo que houve ausência de discriminação tanto direta como indireta
observando a alínea a e b do nº2 sendo que Catrina nunca foi alvo de tratamento menos
favorável pois a sua promoção é um exemplo de tal, sendo que o despedimento surgiu
apenas pelo desrespeito por parte dela sobre o Regulamento Interno. Ainda sublinhamos
o Artigo 16º sendo reconhecida a liberdade da empresa consoante os seus fins e
mediante as práticas nacionais.

Sobre o Estado “DeleteReligion” é importante frisar que foi adotada uma


legislação que permitia alteração de regulamentos internos para proteção dos cidadãos
devido ao facto do clima de tensão associado aos ataques terroristas vividos em terreno

13
do Estado-membro. Em prole desta insegurança, invocamos a convenção nº187,
convenção sobre o quadro promocional para a segurança e saúde no trabalho presente
no Artigo 1º alínea c, com vista a possuir um sistema nacional de segurança e de saúde
de trabalho mesmo sendo por um tempo limitado pois, em “DeleteReligion” era
necessário tomar medidas para a proteção dos cidadãos e, neste caso, dos trabalhadores,
nomeadamente o caso de Catrina. Aplicamos ainda o Artigo 2º da Convenção nº111 da
Organização Internacional do Trabalho, sobre a descriminação em matéria de emprego e
profissão, que aborda a permissão da aplicação de uma politica nacional que visa
promover a igualdade de oportunidades e no âmbito profissional com o objetivo de
eliminar toda a descriminação e proteger os cidadãos do clima de tensão vivido.

O Estado invoca o Artigo 45º da Carta dos Direitos Fundamentais da União


Europeia mostrando deste modo que há possibilidade de livre circulação e permanência
no pais, não importando a etnia, o sexo e a religião; o Estado demonstra assim o seu
afastamento com qualquer politica discriminatória que os seus cidadãos se sintam alvo,
frisando de novo, que têm em vista a sua proteção não a sua opressão.

Como já foi abordado anteriormente, o mesmo se passa no Estado; aplicando o


Artigo 3º da Convenção do conselho da europa para a prevenção do terrorismo, os
estados membro tem a capacidade de tomar as medidas necessárias para a proteção do
seu território evitando e prevenindo futuras infrações terroristas. O estado de alerta
vivido levou à aplicação das normas para a proteção do cidadão, que consistem na
restrição da utilização de símbolos religiosos em praça pública. Contudo, aplicando o
Artigo 7º da Carta dos Direitos Fundamentais da União Europeia, o Estado não age com
o intuito de restringir a vida privada dos seus cidadãos.

Grupo III- Advogado Geral

O Advogado Geral entende a importância de definir Estados-membros e reforça que têm


plena consciência que a União Europeia é formada por alianças económicas e políticas,

14
tendo como um dos seus objetivos manter a paz entre os seus Estados sendo que,
sempre que sofre novos alargamentos é necessário a cooperação operacional de modo a
prosseguir a segurança dos cidadãos europeus, a solidariedade económica e social e
preservar a diversidade e identidade europeia. Os Estados em causa (“Happiness” e
“DeleteReligion”) são ambos Estados-membros estando implícito que passaram por um
complexo e demorado processo de adesão passando a aplicar a legislação e a
regulamentação europeia nos domínios necessários. Ambos os Estados regem-se pelo
Artigo1º do Tratado da União Europeia onde estão presentes os seus objetivos, pelo
Artigo49º onde encontramos as condições da União Europeia e pelo Artigo6º nº1 onde
vemos os princípios da União Europeia.

Catrina é uma cidadã europeia residente em “Happiness” e tal como as duas partes
invocaram, goza dos seus direitos segundo o Artigo6º da Carta dos Direitos
Fundamentais da União Europeia onde vê os seus interesses protegidos pelo Artigo2º do
Tratado da União Europeia. Sendo ela de religião islâmica e utilizando o véu da sua
religião diariamente, aplica-se o Artigo10º nº1 da Carta dos Direitos Fundamentais da
União Europeia onde vemos protegidos os seus direitos à religião, pensamento e
consciência.

Ambas as partes invocaram o Artigo15º da Carta dos Direitos Fundamentais da União


Europeia mostrando estar conscientes da liberdade de Catrina trabalhar e escolher a
profissão livremente, com isto o Advogado Geral concordou com “HighTec, S.A”
dizendo que Catrina optou por candidatar-se a esta empresa. “HighTec, S.A” apresenta-
se recetiva à religião de Catrina deixando desde logo claro que a mesma poderia utilizar
o véu no seu horário laboral, deste modo o contrato foi celebrado consoante o Artigo16º
da Carta dos Direitos Fundamentais da União Europeia pois, a empresa regeu-se pelo
Direito da União Europeia não restringindo qualquer acesso à religião.

Ao surgir a oportunidade de trabalho para Catrina em “DeleteReligion” a parte


competente a Catrina invoca o Artigo15º nº2 da Carta dos Direitos Fundamentais da
União Europeia e o Advogado Geral entende a importância de referir o mesmo sendo
que “DeleteReligion” é Estado-membro está subordinado aos Artigos numerados acima.
No entanto, a parte competente à defesa da empresa, mostra-se sensibilizada quanto à

15
livre circulação de trabalhadores assalariados quando invoca os Artigos45º a 48 do
Tratado da Comunidade Europeia; da mesma forma a parte de Catrina protege a sua
circulação abrigando-a sobre os Artigos21º nº1 do Tratado do Funcionamento da União
Europeia e Artigo45º nº1 da Carta dos Direitos Fundamentais da União Europeia.

A parte da defesa de Catrina usa o termo “forçar” afirmando que Catrina se mudou para
a filial de “HighTec, S.A” de forma forçada mas que estava abrigada pelos Artigos15º
nº2 da CDFUE e Artigo21º do TFUE. O Advogado Geral remete para o Artigo15º da
CDFUE onde a defesa de “HighTec, S.A” abordou o direito de Catrina escolher onde
trabalhar, logo, ao olhar do Advogado Geral a promoção tratou-se de algo benéfico para
Catrina tendo em conta o aumento salarial e que esta estava no seu direito de recusar a
mesma. A defesa de Catrina sente-se atacada quanto à restrição ao uso do véu presente
no Regulamento Interno invocando o Artigo21º nº1 da CDFUE alegando que Catrina
sofre descriminação sobre a sua religião. Em sua defesa, “HighTec, S.A”, deixa desde
logo esclarecido que ao presentear Catrina com uma promoção teve sempre em vista a
sua proteção quanto à igualdade de tratamento, logo, essa imposição presente no
Regulamento Interno não se aplica apenas a Catrina, para além disso, Catrina aceitou a
promoção logo, no seu contrato estava alienado o Regulamento Interno portanto, a
mesma ficou informada dessa norma. O Advogado Geral entende a frustração de
Catrina sendo que o Estado não abrigava o Artigo22º da CDFUE e não cumpria o
Artigo51º nº1 sendo que não respeitava os direitos do Estado; porem, mesmo
percebendo o lado de Catrina defende que a persecução da segurança torna-se
importante devido aos acontecimentos apresentados à frente.

Não observando as imposições do Regulamento Interno a empresa contratante foi


obrigada a despedir, sendo que o Advogado Geral concorda com a ação da empresa. A
defesa de Catrina invoca a Diretiva nº2000/78/CE alegando ser vítima de descriminação
religiosa e de género e que a filial age contra a igualdade e a liberdade de culto, invoca
ainda o seu direito a dirigir-se a um tribunal imparcial tal como descrito no Artigo47º da
CDFUE e que este está ao abrigo do Artigo2º da Convenção Internacional sobre a
eliminação de todas as formas de descriminação racial. Ao olhar do Advogado Geral, a
empresa sempre se preocupou com a segurança dos funcionários quando refere o
Artigo31º nº1 da CDFUE e mostra estar consciente da Convenção nº115 Artigo4º nº2

16
pois, vivia-se clima de tensão naquele Estado referente a ataques terroristas e
automaticamente ligado às religiões. De facto, a empresa agiu a pensar na segurança e
nunca na descriminação, sobre esta, a empresa ainda invoca o Artigo23º da CDFUE e o
Artigo157º do TFUE ainda reforçando que lhe presenteou com a promoção tendo
sempre noção da sua religião e género e que esses fatores nunca se opuseram à
promoção da trabalhadora assalariada; o Advogado Geral ainda realça o Artigo19º onde
está expressa que o Regulamento Interno pode ser pensado da forma mais correta para
não haver descriminação.

A defesa de Catrina alega que o Estado “DeleteReligion” criou clima de tensão e medo
indo contra o Artigo26º nº1 TFUE e o Artigo21º nº1 CDFUE dizendo que os crédulos
em religião não se sentiam à vontade para circulação naquele Estado pois eram
descriminados, o Advogado Geral concorda que os cidadãos europeus não se sentiam à
vontade para circulação mas, entende que o Estado foi obrigado a estas políticas com
vista a pôr fim aos ataques que havia vivido. Sobre o mesmo tema a parte oposta invoca
a Convenção nº187 sobre o quadro profissional para a segurança e saúde no trabalho
Artigoº2 alínea c, pois, foi necessário tomar medidas por tempo limitado devido ao
clima vivido. O Advogado Geral concorda com a aplicação do Artigo45º da CDFUE
pois demonstra que o Estado “DeleteReligion” nunca agiu de forma discriminatória.
Abordando o terrorismo, aplica-se o Artigo3º da Convenção do Conselho da Europa
para a prevenção do terrorismo onde fica expresso que os Estados-membros podem
tomar as medidas necessários para proteger o seu território.

Por fim, o Advogado Geral compreende a frustração e descontentamento de Catrina e de


facto defenderia o seu lado se o Estado “DeleteReligion” e consequentemente a filial de
“HighTec, S.A” não tivesse sido “palco” de ataques terroristas e vivia um clima de
tensão, ou seja, apresentado o ambiente do Estado e da empresa, o Advogado Geral
defende “HighTec, S.A” compreendendo que nunca houve tentativa de descriminação,
apenas se tratava de dar importância ao princípio da segurança.

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Bibliografia

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Anexo

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