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Indo aos originais das

Escrituras Sagradas
Grande é a surpresa gerada nas pessoas à medida que a Palavra de D’us é
mostrada em sua originalidade, sem enxertos e sem interpretações baseadas em
teologias e filosofias humanas.

Mas sempre foi assim ao longo de toda a história. Sempre houve muita resistência
à Palavra do Eterno da parte dos povos que desde eras remotas, sempre ouviram
sobre deuses e deusas, com suas lendas e características meio humanas, meio
divinas. Deuses de todas as espécies que, cujas histórias e mesmo
direcionamentos, sempre se voltam para a vida terrena e para as coisas
que a alma terrena, humana, pode desejar. Deuses para satisfazer a todos os
gostos e esquecer do assunto mais importante na vida de um ser humano, sua
eternidade, sua existência após esta realidade.

Tente imaginar a posição de todos os povos ao conhecer a fé de Israel. Estes


povos possuíam centenas de deuses. Geralmente estes deuses eram as mesmas
entidades, tendo apenas alguns detalhes para diferenciá-los. Detalhes estes que
nada mais eram do que as adaptações feitas de cultura para cultura. Com o passar
do tempo, satanás esforçou-se para unificar as pessoas em torno de uma mesma
ideia, retirar a separação que o Eterno D’us havia estabelecido no evento
da Torre de Bav’el (B’reshit – Gênesis 11), de onde surgiria a base de todas as
mitologias e mesmo das religiões mais diversas existentes ainda hoje.

Se a vontade do inferno é unificar para que um governo mundial possa surgir, não é
difícil entender o porquê de tanto investimento maligno contra o único povo
realmente diferente; o povo de Israel.

Enquanto todos os povos aclamavam seus deuses e defendiam suas teorias


distorcidas e distantes da verdade sobre o mundo espiritual, Israel acorda e vai se
deitar declarando: S’hema Israel! Hashem Eloheinu. Hashem Echad! [Ouve Israel!
O Eterno nosso Deus, o Eterno é um!] Devarim – Deuteronômio 6.4.
Mas espere um momento! Se só existe um D’us, então o que dizer das inumeráveis
entidades que assim se proclamam na cultura popular? Em cada país, em cada
povo existem relatos de diversos deuses, com suas devidas histórias místicas e
explicações sobrenaturais, com milagres confirmados por testemunhos, com sinais
declarados por muitos, por sonhos, por visões e manifestações sobrenaturais.

Se só existe um D’us verdadeiro, o que se dizer então destas entidades?

O fato é que o ser humano tem o costume de considerar “divino”, qualquer coisa
que esteja além de sua compreensão e seja sobrenatural. Temos um bom exemplo
disto no livro de Atos dos Apóstolos, no capítulo 14.8-20.

Observe este caso; as pessoas queriam oferecer sacrifícios a Sha’ul e Bar-Nabba


(Paulo e Barnabé), por que eles haviam realizado um fato que um ser humano
normalmente não pode realizar. Como eram adeptos dos deuses referidos no texto
de Atos, consideraram que os mesmos estivessem entre eles como nas fábulas
mitológicas.

A intenção de satanás em criar uma multidão de personalidades que fossem vistas


pelos homens como deuses, tem sua função principal em afastar o ser humano do
seu Criador, que é bendito eternamente. Desde os primórdios da humanidade o
inferno tem se preocupado em fazer exatamente isso, criar confusão na mente do
ser humano. Criar tantas e tantas “verdades” que as pessoas fiquem confusas e
perdidas, sem saber em quem realmente acreditar. Não satisfeitos, o Maligno
também trabalhou em criar distorções dentre as pessoas que procuram acreditar no
verdadeiro D’us, distorcendo suas palavras, inserindo informações que
assemelhariam a cultura conhecida como cristã, em algo muito próximo daquilo que
sempre existiu entre os povos. Confusão, politeísmo, materialismo de um lado e
misticismo exotérico do outro. Desta forma, a Verdade seria distanciada ainda mais
e as pessoas que defendem a Bíblia originalmente sem misturas, seriam apenas
mais um grupo religioso em meio a tantos. Com quem estaria realmente
a verdade? Como não entender que este ou aquele grupo, não esteja trazendo
apenas mais uma opinião.

Mas para que isso acontecesse e tivesse real efeito, o “Povo do Caminho”, teria
que ser desacreditado, isolado, criminalizado a ponto de ser odiado e então numa
cartada sórdida, criar um sentimento mundial latente nas pessoas, atravessando
gerações e trazendo ódio gratuito contra este Povo do Caminho; Israel, os
descendentes de Avraham, (Abraão), o povo escolhido pelo Eterno como ponto de
partida, como referencial para o mundo.

E ocorrerá no fim dos dias, que o Monte da Casa do Eterno se elevará acima de
todas e se destacará entre as colinas, e a ele afluirão todas as nações. A ele irão
muitos povos e dirão: Vinde e ascenderemos à Montanha do Eterno, à Casa do
D’us de Jacob! Ele nos ensinará seus caminhos e por eles seguiremos, pois de
Tsion (Sião), virá o ensinamento da Torah, e de Jerusalém a Palavra do Eterno!
Yeshayahu - Isaías 2.2,3 – Bíblia Hebraica – Ed Sefer.

Embora muita gente considere o povo judeu como figuras do passado, estão
totalmente enganadas quando entendem que o Eterno D’us os tenha rejeitado e
mesmo substituído pela “Igreja”, segundo o cristianismo, “o novo Israel”. Enganam-
se ainda por considerar a nação israelita como antigos ou donos de uma cultura
retrógrada. A cultura de Israel, nada mais é do que a Cultura da Torah, a cultura
que o Eterno estabeleceu. A única que possui documento legítimo de procedência e
que tem sido conservada pelo próprio Criador de todas as coisas.

Mas sobre tudo isto trataremos com detalhes na sequência desta apostila.

Quando Adão e Eva foram levados a comer do fruto do conhecimento do bem e do


mal, certamente satanás não poderia convencê-los da existência de outros deuses,
mas os fez entender que poderiam eles mesmos ser como um Elohim, ou seja,
alguém que recebe um poder que originalmente pertence ao Eterno, mas que só é
comissionado ao homem por concessão do próprio Criador e para fins definidos nos
planos do Eterno.

O texto de B’reshit (Gênesis 3), é muito mais profundo do que aprendemos nas
escolinhas bíblicas. O Maligno estava convencendo o homem e sua mulher de que
o Eterno não estava sendo sincero com eles ou que a forma que o Eterno lhes
estava tratando, não seria justa, ocultando deles um poder que eles poderiam ter de
forma fácil é rápida.

O que talvez Adão e Eva não tenham conseguido mensurar de fato, e falo isto
apenas como meditação, é que para alcançar a promessa de sucesso e
crescimento apresentado pelo Maligno, eles teriam que agir contra os princípios
que a eles foram apresentados e o pior, teriam que abrir mão do sacerdócio que
lhes havia sido entregue.
Eles não estavam apenas de passeio, “curtindo” uma estada de veraneio no Jardim
do Éden. Eles estavam sendo treinados e preparados para uma missão. Mas não
se esqueça de que satanás é, na verdade, um querubim caído, destituído de sua
glória original com a qual foi criado, mas ainda assim um ser sobrenatural com
capacidades e poderes que não compreendemos.

Observe o texto de Ezequiel 28 acerca do próprio criador da rebelião ocorrida no


céu. Observe o versículo 12ss:

“12Ó filho do homem! Entoa uma lamentação pelo rei de Tiro e diz-lhe: Assim diz
o Eterno D’us: tu eras o selo da perfeição, cheio de sabedoria e pleno de
formosura.13Estavas no Éden, no Jardim de D’us, e cada pedra preciosa te
cobria...[]...14Eras o querubim que estendias as tuas asas protetoras, e eu fiz com
que estivesses sobre o santo Monte de D’us. Andaste incólume, de um lado para o
outro, em meio a pedras de fogo. 15Foste perfeito nos teus caminhos desde o dia
em que foste criado, até que a iniquidade se apoderou de ti. A multiplicidade do teu
comércio trouxe violência ao teu meio e vieste a pecar. Porque te profanaste, te fiz
cair do Monte do Eterno, e te destruí, ó Querubim de Asas Protetoras... ” (Bíblia
Hebraica – Ed Sefer).

Perceba que mesmo depois de encontrarmos a declaração “e te destruí”, ainda


assim ele continua sendo chamado de querubim. Veja ainda que o texto fala de
comércio, de um comércio que se multiplicou na vida deste querubim caído e
rebelado. Mas o que um querubim teria para comercializar? E se a expressão aqui
é “comercio”, então estamos falando de dar algo em troca de outra coisa. Mas o
que interessaria a este querubim que, aparentemente tinha tudo e de nada tinha
falta? O que poderia interessar a esta criatura?

Embora o texto de Ezequiel trate de duas pessoas distintas, uma física __ na


primeira parte do capítulo__ e outra espiritual, o texto trás as duas criaturas na
sequência pelo fato de seus pecados serem do mesmo tipo. É como se o Eterno
aqui, sentenciasse tanto o homem chamado “Príncipe de Tiro”, quanto o querubim,
aqui chamado de “Rei de Tiro”. Perceba que o texto coloca o ser espiritual, o
querubim, acima do ser humano, dando ao querubim o nome de Rei e ao ser
humano o de Príncipe, o que nos mostra que o Eterno parece considerar o homem
um discípulo, uma consequência daquilo que o querubim se tornou.
Infelizmente, o que atrai este ser sobrenatural, criado pelo Eterno para ser um
sacerdote e ao mesmo tempo protetor da área que hoje conhecemos como este
planeta é o poder, o controle, o desejo de ser como o próprio Eterno, ainda que
numa escala muito inferior, pois ninguém jamais poderia ser como o Eterno__ e
este querubim, bem sabe disto__, mas na área que lhe coube, no espaço que lhe
foi entregue, ele deseja ser o controlador único e criar seu próprio reino.

A mercadoria que este querubim tem a oferecer é a mesma coisa que ofereceu ao
“príncipe de Tiro”, um pseudo poder. Na verdade uma sensação de poder que
esconde o verdadeiro senhorio. Enquanto a pessoa que se aliança com o inferno
pensa ter o controle, está na verdade sendo usado como portal ou meio através do
qual o próprio inferno influencia sua vida e o mundo físico ao redor desta pessoa.

Mas a humanidade é feita por pessoas de diversos tipos e preferências. Era preciso
explorar cada uma destas diversidades e criar planos alternativos para atrair
pessoas de todos os tipos. É ai que surgem os “deuses”. Eu iria mais além, é aí que
surgem as formas de controle, o monitoramento que o inferno tem usado para
manipular o ser humano. Observe que todas as religiões trazem pontos idênticos
embora suas teorias às vezes sejam distintas. Perceba ainda que muitas delas
atraem pelas promessas que fazem e depois levam seus adeptos ao medo e assim
ao controle.

Porém, havia ainda uma pedra no meio de caminho do inferno. Um povo chamado
Israel, cuja cultura e modo de vida gira em torno da Torah, a Palavra de D’us, o
único padrão, a única referência onde se define o que é certo e o que errado.

Sendo assim, duas providencias precisavam ser tomadas: 1) isolar Israel das
demais nações, criminaliza-los; torna-los uma espécie de lepra sobre a terra,
misturá-los aos outros povos e assim dissolver a cultura israelita, fazê-la
desaparecer em meio de muitas outras como acontece com todos os povos do
mundo.

Feito isso, seria fácil a segunda providencia; 2) distorcer a Palavra de D’us a ponto
de torna-la algo sem sabor, sem capacidade de transformar vidas. A final o próprio
Yeshua disse que se o sal perder o sabor não serve para mais nada senão para ser
pisado pelos homens (Mt 5.13).
Por incrível que pareça o ponto culminante do cumprimento das Escrituras seria o
prato principal do inferno na implantação destas duas providencias: a execução do
Mashiach! Não se esqueça de que o texto de Ezequiel 28 exalta a sabedoria de
Lúcifer. Obviamente, esta sabedoria não é para o bem.

Quando em 321 d.C. Constantino declarou sua “conversão”, na verdade estava


buscando que as Boas Novas do Reino de D’us fossem convertidas numa religião
híbrida, totalmente formatada aos moldes da religião que ele sempre seguiu.
Constantino era devoto de Mitra, ou deus Sol, além de politeísta. Todos os povos
aceitavam a influencia religiosa romana sem problemas; com exceção de uma:
Israel.

Surge então a suposta conversão de Constantino, um imperador romano que viveu


entre 306 a 337 d.C. Este, as vésperas de uma batalha que seria difícil de ser
vencida por ele, teria tido uma visão onde uma cruz aparece no céu e trás abaixo o
seguinte lema; “Com este signo vencerás”. Por conta desta visão teria ele se
convertido. Mas veja o que as fontes históricas dizem sobre isso:

A suposta conversão do imperador romano Constantino já por muito tempo tem


interessado os estudiosos de religião. Conforme o seu próprio relato, em 312 EC,
às
vésperas duma batalha em que foi vitorioso, o pagão Constantino teve a visão
duma cruz com o lema: “Com este [sinal], vencerás.” Ele se “converteu” pouco
depois (em 313 EC) e fez cessar a perseguição movida contra os cristãos (judeus
que tinham o testemunho de Yeshua, e estrangeiros convertidos ao Eterno) no
império romano. Constantino incentivou a adoção do cristianismo então em voga
como religião estatal e até interveio em disputas internas da igreja. Contudo, fez
também coisas que puseram em dúvida a genuinidade de sua conversão, e não se
batizou senão à beira da morte, uns 24 anos mais tarde.

Num artigo na revista Bible Review, Stanley A. Hudson, numismata e doutorando


em teologia, revelou como a cunhagem de moedas durante o reinado de
Constantino fornece informações fascinantes quanto a esse assunto. Até o tempo
de Constantino, era comum as moedas romanas retratarem as deidades romanas
populares. Mas Hudson relatou que depois da conversão de Constantino, temas
pagãos apareciam cada vez menos — com uma exceção. Moedas que retratavam
Sol, o deus-sol — o anterior deus predileto de
Constantino — eram cunhadas abundantemente. Por quê?
Hudson apresentou duas possibilidades. Primeiro, a conversão de Constantino
pode ter sido bastante gradual — apesar da dramática visão que teve. Ou
Constantino talvez tenha realmente confundido o Sol com Jesus. Mesmo hoje em
dia, o sincretismo (combinação de diferentes crenças) não é incomum. Por
exemplo, na América Latina, as deusas précolombianas Pacha-Mama e Tonantzin
ainda são adoradas sob o nome da Virgem Maria. Da mesma forma, é possível que
Constantino tenha adorado o Sol sob o nome de Jesus.

Tal sincretismo explica por que 25 de dezembro, ‘o dia do nascimento do sol


invencível’, foi escolhido como o dia para a celebração do nascimento de Jesus.
Ajuda-nos também a entender por que há, na moeda cunhada para comemorar a
morte de Constantino, a inscrição “DV Constantinus” (“Divino Constantino”). Isso
indica que, apesar de sua conversão e posterior batismo, ele era encarado como
um deus depois de sua morte, exatamente como os imperadores pagãos antes
dele.

Veja a imagem acima. Esta é a moeda referida no texto. Esta imagem está
disponível no site Wikipédia. O que levou Constantino a se declarar convertido
realmente não está claro, pois não há registros específicos, mas por certo sua
conversão foi um desastre ardilosamente premeditado pelo inferno contra a
chamada “Igreja Primitiva”, que na verdade, não era bem esta igreja que os livros
de história querem difundir. Para começar, a Palavra de D’us como já vimos, veio
de Jerusalém e portanto, do povo judeu. As chamadas igrejas nada mais eram do
que comunidades judaicas que possuíam o testemunho de Yeshua ou eram
ortodoxos na guarda e observância da Torah. E nestas épocas já haviam milhares
de Beit Midrash (Casa de estudos da Torah), espalhada por toda a Europa e Ásia.
Quando a história diz “perseguição à cristãos”, na verdade está falando de
seguidores do judaísmo, praticantes da Torah, que mais tarde continuaram a ser
perseguidos pelos próprios sacerdotes da então religião de Constantino, esta sim,
chamada de “Igreja Cristã ou cristianismo”. O cristianismo aparece oficialmente
depois de Constantino, por ter ele adotado “Cristo” como um deus principal, e
desprezado o que diz a Torah sobre a existência de um único D’us, o Eterno,
bendito seja o seu nome! O D’us de Israel.

Ele pode até ter trazido alguns benefícios aos chamados “cristãos” da época, mas o
fato é que sua influência foi dúbia. Ao mesmo tempo em que incentivava a
conversão ao “D’us cristão”, ao mesmo tempo protegia e praticava suas antigas
crenças, sendo ele mesmo adorador de um deus que mais tarde seria declarado
como a pessoa do Filho de D’us, não Yeshua, mais Iesus depois chamado no
ocidente de Jesus.

Mas havia outro problema, Yeshua, o verdadeiro Filho de D’us não é D’us e como
Constantino poderia ser servo de alguém que não é D’us? É aí que começa a
confusão e a transformação de Yeshua, numa coisa que ele mesmo nunca declarou
ser; D’us igual ao Pai.

Sendo adepto do “deus sol invicto”, cuja data comemorativa é 25 de Dezembro do


calendário gregoriano, declarou que esta data era a que marcava o nascimento do
Filho de D’us que agora já não era mais o Mashiach, mas sim um segundo D’us.
Observe estas imagens e perceba a declarada adaptação ou sincretismo criado a
partir daí:

Deus Sol Invictus. Disco de prata romano do Século III


D.C., encontrado em Pessino, atual Turquia (exposto no museu britânico).

Nesta foto, se não houvesse a legenda, chamaríamos


facilmente de “Santa Maria e o menino Jesus”..
Abaixo o papa João Paulo II e o símbolo do
deus sol invicto

Se Israel não fosse silenciado e a Palavra fosse pregada em sua essência, todos
saberiam de sua mentirosa conversão. Então vem a brilhante ideia do inferno que
seria implementada gradativamente ao longo da história e que, não fosse à mão do
Eterno, teria varrido a nação israelita de sobre a face da terra. Surge então, de
forma oficializada o antissemitismo. Se “Israel matou Jesus”, então matem os
israelitas!

Existem milhares de relatos documentados sobre a perseguição desumana, a


carnificina dos
soldados do catolicismo contra Israel e contra qualquer um que se opusesse aos
ideais da
“Igreja”. Obviamente essa “Igreja” não é outra senão a conhecida Igreja Católica
Apostólica
Romana. Uma simples busca na internet com a palavra “Cruzadas”, ou “Santa
Inquisição”, ou
ainda “Tribunal do santo Ofício”, para se encontrar milhares de documentos e
artigos e
comentários a respeito.
Fica claro que este “Jesus”, supostamente morto pelos judeus, não pode ser o filho
de D’us, pois
Yeshua, o verdadeiro Mashiach, nos ensinou que deveríamos amar nossos
inimigos e não enviálos
para uma fogueira, ou destruir suas famílias e violentar suas filhas e esposas!
Aos soldados que se disponibilizavam ao “chamado” de matar a “raça maligna” que
havia
“assassinado o senhor”, palavras essas dos próprios pontífices católicos, eram
prometidas
indulgências de todos os seus pecados. Eles poderiam matar, estuprar, destruir
famílias inteiras,
queimar aldeias, assassinar crianças, e tudo isso lhes seria perdoado em nome do
“Santo Ofício”
de destruir os hereges.
Surge então a doutrina da substituição; se o povo judeu matou o Filho de D’us,
então o
próprio D’us teria rejeitado a nação israelita e assim, haveria a necessidade de um
“novo Israel”.
Nesse caso, este novo Israel seria a então chamada “Igreja”, mas não aqueles que
estão
presentes no livro dos Atos, mas sim os fieis à Igreja Católica Apostólica Romana.
Essa teologia
romana, não foi implementada de uma hora para outra, mas tomou forma básica a
partir do
século IV d.C. O grande problema com esta doutrina é que ela só funciona até o
momento que
uma pessoa resolve analisar as Escrituras Sagradas com cuidado, pois esbarrará
com versículos
como estes:
9
Quem já ouviu algo parecido? Quem já viu coisa semelhante? Pode um país
nascer em um dia? Uma nação aparecer em um instante? Tão logo Tzion entrou
em trabalho de parto, ela deu à luz seus filhos. “Deixaria eu o bebê aparecer, mas
não chegar a nascer?”, pergunta Adonai. “Eu o causador do nascimento, fecharia
seu ventre?”, pergunta seu D’us. Yesha’yahu (Isaías) 66.8, 9. (BJC)
E confessarão a sua iniquidade e a iniquidade de seus pais pela sua falsidade que
cometeram contra mim, e também pelo que andaram contra mim com teimosia.
Também eu andarei contra eles com teimosia e os trarei à terra de seus inimigos;
talvez, se humilharão seus corações entupidos e, então, expiarão as suas
iniquidades. Vayikra (Levítico) 26.40-45. Torah
E me lembrarei da minha aliança com Jocób, e também da minha aliança com
Isaac, e também da minha aliança com Abrahão me recordarei, e da terra me
recordarei. [ ] ... por que os meus juízos rejeitaram e se enfadaram as suas almas.
Vayikra (Levítico) 26.40-45. Torah
Também, mesmo assim, estando eles na terra de seus inimigos, não os rejeitarei e
não me enfadarei deles para consumi-los e violar minha aliança com eles; por que,
eu sou o Eterno, seu Deus. E me recordarei por amor deles, da minha aliança dos
primeiros, a quem tirei da terra do Egito, à vista das nações, para ser o seu Deus;
Eu sou o Eterno. Vayikra (Levítico) 26.40-45. Torah
Não pensem que vim abolir a Torah ou os profetas. Não vim abolir mas completar.
Sim, é verdade! Até que os céus e a terra passem, nem mesmo um yud ou um
traço
da Torah passará __ não até que todas as coisas que precisam acontecer tenham
ocorrido. Mattityahu (Mateus) 5.17-18 BJC
D’us não repudiou o seu povo, ao qual escolheu de antemão. Ou vocês não sabem
o que o Tanah diz a respeito de Eliyahu? Ele clamou a D’us contra Israel: Adonai,
eles mataram teus profetas e derrubaram teus altares, sou o único que ficou e
agora querem matar-me também! No entanto qual foi a resposta de D’us para ele?
Mantive para mim mesmo sete mil homens que não se ajoelharam, diante de Ba’al.
O mesmo acontece na presente era: existe o remanescente, escolhido pela graça.
Romanos 11.2-5 BJC
Estes trechos acima, tanto do Tanach (AT) quanto da B’rit Hadashá (NT), com
palavras do
próprio Yeshua e também de Sha’ul Hashaliach, (Paulo), deixam esta doutrina tão
firme quanto
um palito de dentes!
A grande vantagem que satanás tem tido ao disseminar doutrinas mentirosas é que
as pessoas, e
falo das que estão dentro das igrejas, dão muito menos importância a leitura e
exame das
Escrituras do que deveriam. Na verdade uma grande parte abre a Bíblia apenas na
Igreja e não
se preocupa em cavar seus próprios poços de sabedoria resultante de experiências
pessoais entre
a pessoa, a Bíblia e o Ruach Hakodesh. Isso por que nem mesmo conseguem
perceber a
importância tremenda do livro que tem em suas mãos.
Sendo assim desconhecem a forma correta da servir ao Eterno e se perdem no
engano plantado
por satanás. Só a Torah ensina realmente o que é preciso saber para servirmos ao
Eterno.
10
A história da humanidade, ao contrário do que muitos dizem, nos fornecem pistas,
mas a
palavra final está nas Escrituras. Vamos ver estas passagens na própria versão
romana (João
Ferreira de Almeida), para que não se possa dizer que somos tendenciosos ou
judaizantes.
1 - Só existe um D’us, e Yeshua é o Mashiach
Deuteronômio 6.4 Ouve, Israel, o SENHOR, nosso Deus, é o único SENHOR.
Marcos 12.28 Chegando um dos escribas, tendo ouvido a discussão entre eles,
vendo
como Jesus lhes houvera respondido bem, perguntou-lhe: Qual é o principal de
todos os mandamentos? 29 Respondeu Jesus: O principal é: Ouve, ó Israel, o
Senhor, nosso Deus, é o único Senhor!
Embora a tradução destes textos da ARA, de João Ferreira de Almeida não esteja
exata, ainda
assim fica claro o que está sendo declarado aqui. O texto original hebraico tanto em
Deuteronômio quanto em Marcos, usa a mesma palavra “echad”, e ela significa UM
e não
único.
‫’ אחד‬echad um numeral 1) um (número) 1a) um (número) 1b) cada, cada um 1c) um
certo
1d) um (artigo indefinido)1e) somente, uma vez, uma vez por todas 1f) um...outro,
aquele...o outro, um depois do outro, um por um 1g) primeiro 1h) onze (em
combinação),
décimo-primeiro (ordinal)geox SoeLxo iemoeH x e ioebeH x ge G oxeL
Portanto, nós temos um texto da Torah, entregue a Moisés e na sequência um texto
da B’rit
Hadashá, ensinado pelo próprio Filho de D’us, Yeshua. Se ele, Yeshua é um
segundo D’us igual
ao Pai, então por que ele não diz isso em nenhum de seus ensinamentos?
Mesmo com a tradução errada, já que “Echad” significa um (1) e não único, mesmo
assim, não
é possível entender que exista mais de um D’us. Se eu olhar para uma prateleira e
nela há um
livro, então eu posso dizer: “existe um livro na prateleira”, mas também posso dizer
existe livro
é o único na prateleira’. Ou seja, tanto faz dizer “Hashem é um” quanto; “Hashem é
único”.
Ambas as frases trazem o mesmo significado.
É claro que usar o sentido correto da expressão define a situação, pois echad
significa UM,
estamos falando do numeral 1, estamos falando de quantidade aqui e não de algum
sentido
figurado. Nos manuscritos gregos, que surgiram da necessidade de se copiar os
textos da B’rit
Hadashá para os novos convertidos, a expressão usada é “ez” e seu significado é o
mesmo: UM.
Portanto, até mesmo os manuscritos gregos, confirmam o que dizemos. O texto
bíblico está
declarando que só existe um D’us.
Os argumentos usados para definir Yeshua como um segundo D’us, devem-se a
problemas de
tradução. Vamos a eles:
João 1.1 No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.
2 Ele estava no princípio com Deus. (ARA)
A versão de João Ferreira de Almeida é proveniente do grego e mesmo no grego, o
texto não
pode definir o assunto, a mesma expressão que aparece no primeiro versículo está
no segundo:
θεος theos
1) deus ou deusa, nome genérico para deidades ou divindades 2) Deus, Trindade
2a)
Deus, o Pai, primeira pessoa da Trindade 2b) Cristo, segunda pessoa da Trindade
2c)
Espírito Santo, terceira pessoa da Trindade 3) dito do único e verdadeiro Deus 3a)
refere-se
às coisas de Deus 3b) seus conselhos, nteresses, obrigações para com ele 4) tudo
o que, em
qualquer aspecto, assemelha-se a Deus, ou é parecido com ele de alguma forma
4a)
representante ou vice-regente de Deus 4a1) de magistrados e juízes
Lexo Grego, Hebraico e aramaico de Strong
11
Perceba que a expressão “theos” pode ser usada para qualquer criatura espiritual
ou
sobrenatural. No grego não existe uma expressão específica para definir seres
espirituais como
acontece no hebraico.
A questão é que o texto original de todo o compêndio que conhecemos como Novo
Testamento
foi escrito em hebraico originalmente e não em grego. Se estivéssemos vendo o
texto original
veríamos ali a expressão Elohim e não o tetragrama hwhy usada especificamente
para o D’us
Eterno e único, o Pai de Yeshua.
Quando lemos a versão Peshita da B’rit Hadashá, este texto fica da seguinte
maneira:
1 No princípio era a Palavra, e aquela Palavra estava com Elohim, e Elohim era
aquela Palavra. 2 Este estava no princípio com Elohim.
‫’ אלהים‬elohiym 1) (plural) 1a) governantes, juízes 1b) seres divinos 1c) anjos 1d)
deuses
2) (plural intensivo - sentido singular) 2a) deus, deusa 2b) divino 2c) obras ou
possessões
especiais de Deus 2d) o (verdadeiro) Deus 2e) Deus - Lexo Grego, Hebraico e
aramaico
de Strong.
Estamos falando do Filho de D’us. O texto de Yochanan (João) diz que no princípio
esta
palavra, este logos estava inicialmente no Eterno (dentro do Eterno). Quando o
Eterno cria seu
filho, então ele passa a ser alcunhado de ELOHIM, ou seja, alguém que possui
capacidades
divinas, no caso de Yeshua, da forma plena cabível num ser criado, não por ser
outro hwhy, mas
por ter sido outorgado a Yeshua a determinação de ser ele, o ELOHIM por
excelência do
Eterno, aquele que agiria com a essência do Eterno neste mundo e que trás as
emanações do
Eterno até nós, já que não somos capazes de recebê-las diretamente.
No mesmo texto de Yochanan, está escrito que o logos Divino se fez carne “e o
Verbo se fez
carne”. A expressão aí é Tabernaculou em um corpo humano para cumprir sua
missão. Por que
o Verbo? Como portador das Boas Novas do Reino de D’us, ele precisava “descer”
a um estado
que fosse perceptível aos homens, na verdade, para dar cumprimento as profecias,
mas também
para dar uma chance real a humanidade de entender a mensagem do Evangelho.
Realmente, o texto pode parecer confuso pelas expressões que aparecem, mas
vamos aos textos
que mais claramente tratam do assunto.
Yeshua disse: “Eu e o Pai somos UM”.
Este texto está em Yochanan (João) 10.30. Mas em Yochanan (João) 17.22 lemos:
João 17.22 Eu lhes tenho transmitido a glória que me tens dado, para que sejam
um,
como nós o somos; 23 eu neles, e tu em mim, a fim de que sejam aperfeiçoados na
unidade, para que o mundo conheça que tu me enviaste e os amaste, como
também
amaste a mim.
No capítulo 17, Yeshua usa a mesma expressão para falar de unidade entre nós, o
Eterno e ele
mesmo. Então quando Yeshua pede ao Pai que nós sejamos um assim como ele e
o Pai são um,
isto significa que somos deuses também? Iguais ao Pai? É claro que não!
Se entendermos que Yeshua é o ELOHIM por excelência, então fica claro o sentido
do texto,
pois somos chamados para ser embaixadores da parte de Yeshua nesta terra (2
Coríntios 5.20).
Ora um embaixador, representa legalmente seu país por onde quer que ele vá e
fala por seu país
onde quer que esteja, porém, um embaixador não é o seu país! Apenas o
representa com poderes
que lhe foram conferidos pelo seu país. Poderes que não nasceram nele, mas que
lhe foram
confiados.
12
Por outro lado, o texto de Deuteronômio deixa tudo obviamente claro. Por que o
Filho de D’us
mentiria? Por que o Pai Eterno mentiria? Pois se Yeshua é D’us no mesmo sentido
do Pai, então
ambos mentiram! Isso é loucura!
Quando a Torah foi dada a Moisés, o Eterno determinou que fosse escrito como
mandamento
inicial, Adonai é UM. Então o Eterno teria escondido a verdadeira natureza de
Yeshua?
Se alguém me disser: “isto é por que Yeshua ainda não havia se manifestado”.
Sabemos que
isso não é verdade, pois o Filho de D’us está presente em toda a Escritura. Mas se
alguém quiser
considerar isso, então por que Yeshua não disse a verdade sobre sua real natureza
quando se
manifestou? Por que Yeshua continua confirmando o S’hema no texto de Marcos
12.29?
Outro texto mostra isso claramente: no texto dos dez mandamentos de Êxodo 20, o
primeiro
mandamento diz: “Não terás outros deuses diante de mim”. Como se explicaria isto
então?
Isso apenas para falar da doutrina da trindade no que diz respeito ao fato de
considerar o Filho
como um segundo D’us. Se tratarmos então do “Espírito Santo”, expressão que não
existe nas
Escrituras, fica ainda mais difícil entender que seja uma pessoa distinta das demais,
pois não há
nenhuma base bíblica. Quando Yeshua diz: Eu e o Pai somos um; por que não
incluiu o Espírito
Santo? Então a terceira pessoa da Trindade não é uma com as demais?
A tradução da correta da expressão “Ruach Hakodesh” é Espírito do Santo, e não
Espírito
Santo. Trata-se de uma emanação do Eterno e não de uma terceira pessoa.
Mas cuidado para não confundir. Declaramos pelas Escrituras que o Eterno é UM,
INDIVISÍVEL E INCORPÓREO, certo? Então como posso entender que o Ruach
Hakodesh é
uma emanação do Eterno, ou ainda uma parte do Eterno habitando com os homens
se o Eterno é
indivisível?
Simples. Observe uma lâmpada acesa e você entenderá. Uma lâmpada no teto de
nossas casas
também pode ser considerada indivisível. Se você separar as partes da construção
de uma
lâmpada ela simplesmente deixa de ser uma lâmpada, não funciona mais. Porém,
quando acesa,
ela permanece uma, mas a luz que dela emana, chaga a todos os lugares ao seu
alcance. Se uma
lâmpada pode fazer isso, quanto mais o Eterno D’us pode emanar de si mesmo
sobre quem
desejar?
2 - Enxertos nas Escrituras
Existem ainda os enxertos que são denunciados por uma versão conhecida como
“A Bíblia de
Jerusalém”. Trata-se de uma versão Católica e que denuncia enxertos feitos nas
Escrituras
Neotestamentárias muito posteriormente por encomenda do catolicismo. Essas
inserções foram
adicionadas no texto traduzido para justificar a doutrina da “santíssima trindade”,
expressão
esta, que não existe em nenhum manuscrito original e nem mesmo nas traduções!
Mas observe que se trata de uma tradução católica! Vejo nisto a misericórdia do
Eterno. Por que
eles mesmos fornecem provas de seu próprio engano?
Na página seguinte estão imagens desta referida versão bíblica nas notas de
rodapé da mesma.
Nos últimos dias, o próprio catolicismo tenta trazer explicações sobre esses crimes
contra as
Escrituras, fazendo tudo parecer simples e normal, como se fosse perfeitamente
normal alterar o
que está escrito por ordem do Eterno D’us.
Existem vídeos na internet onde padres portugueses declaram com todas as letras
que o
cristianismo “cristianizou” todas s festas e costumes pagãos, declarando inclusive
que Jesus, é
na verdade o deus mitra, o sol adorado pelos romanos anteriores ao cristianismo.
13
Mateus 28.19
A imagem acima é da Bíblia de Jerusalém e trás o
texto de Mateus 28.16 em diante. Veja que no
final do verso 19, que trás a fórmula da trindade,
aparece uma letra “c” indicando nota de rodapé.
Já esta imagem é do comentário de rodapé
referido no verso 19, onde o enxerto é
denunciado.
Outro enxerto visível está no texto da primeira Carta de Yochanan (João), no
capítulo 5, nos
versos 7 e 8. O tal enxerto é feito no meio destes versículos. Na BJC temos:
7Há três testemunhas __ 8o Espírito, a água, e o sangue__, e os três estão de
acordo.(BJC)
Na João Ferreira de Almeida aparece da seguinte forma:
7 Pois há três que dão testemunho [no céu: o Pai, a Palavra e o Espírito Santo; e
estes três são um. 8 E três são os que testificam na terra]: o Espírito a água e o
sangue, e os três são unânimes num só propósito.
Perceba que o enxerto aparece entre colchetes como a sugerir uma nota
explicativa, ou ainda
indutiva, a fim de levar os leitores a entender o que desejavam, ou ainda o que não
está escrito.
Veja o que estudiosos falam a respeito:
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Comma Johanneum (em tradução livre, "Parêntese Joanino" ou "Cláusula Joanina")
éa
denominação latina dada ao parágrafo acrescentado em algumas traduções, não só
em
português, mas em outros idiomas, na Primeira Carta de João capítulo 5, entre os
versículos
7 e 8.
Estudiosos afirmam que este acréscimo feito nas Escrituras Sagradas foi uma
necessidade
da Santa Sé, através do Quarto Concílio de Latrão, no século XII, contra alguns dos
ensinos
de Joaquim que afirmavam que a mesma essência, substância e natureza
existentes na
Trindade era depositada no espírito dos cristãos, através de uma relação Espirito-
espírito.
Na Bíblia de Jerusalém a mesma observação é
feita e o texto aparece entre parenteses dando a
mesma impressão de comentário indituvo. Continuação do comentário na página
seguinte.
Fica claro, portanto, que a doutrina da “Trindade”, não passa de uma invenção do
clero romano,
para atender a sua natureza politeísta, trazendo além do Filho de D’us o Huach
Hakodesh, o
Espírito o Santo, ou Espírito do Santo, ao mesmo nível, a fim de manter a
formatação pagã que
já operava nos povos romanos anteriores ao catolicismo. O Espírito do Eterno é o
próprio
Eterno ou ainda uma emanação do Eterno sobre os que creem e não uma terceira
pessoa.
14
Eu repito que; se o Ruach Hakodesh fosse uma terceira pessoa, Yeshua não teria
dito “eu e o Pai
somos um”, mas diria eu, o Pai e o Espírito, somos um. Caso contrário Yeshua
estaria
menosprezando ou demonstrando algum tipo de desigualdade entre eles.
Vamos seguir com mais versículos que demonstram a unidade do Eterno. Perceba
que não se
trata de um único versículo, mas são vários que em toda a B’rit Hadashá, depõem a
favor da
unidade do Eterno.
Atos 14.15 Homens, por que vocês estão fazendo isso? Nós também somos
humanos como vocês __ voltem-se destas coisas inúteis para o D’us vivo que criou
o céu, a terra, o mar e tudo o que neles há.
Efésios 4.5 Há um só Senhor, uma confiança, uma imersão, 6 e um D’us, Pai de
todos, que rege todos, atua por meio de todos e está em todos.
3 - A Palavra de D’us é a única fonte a respeito da qual posso extrair as
informações do
que é certo ou errado.
Mateus 22.29 Respondeu-lhes Jesus: Errais, não conhecendo as Escrituras nem o
poder de Deus.
Perceba que são palavras do próprio Filho de D’us. Convém lembrar ainda que no
momento em
que Yeshua disse tais palavras, não havia nenhum livro da B’rith Hadashá escrito,
portanto
Yeshua está fazendo referência ao que conhecemos como Antigo Testamento.
Mateus 7.38 Quem crer em mim, como diz a Escritura, do seu interior fluirão rios de
água viva.
Novamente Yeshua está mostrando que as Escrituras, ou seja o Tanach (AT), é a
base para que
se possa crer nele. Assim confirmamos que a Palavra de D’us, entenda aí toda a
Bíblia Sagrada
e não textos isolados, compõem o padrão do Eterno D’us para a humanidade e não
há nenhum
texto das Escrituras que atestem o contrário.
Sendo assim, se a Palavra contida no Tanach é a base que Yeshua usou para falar
de si mesmo e
para ensinar, eu não posso excluir nada do que está escrito ou entender que estou
fora do
alcance de algum texto bíblico pelo fato de viver num período que invalidaria a
Palavra a qual o
próprio Yeshua utilizou. É muito comum ouvir pessoas usarem frases do tipo; “nos
tempos
bíblicos...”; amigo; não existem tempos bíblicos! A Palavra de D’us não é um conto
mitológico
de tempos épicos. A Palavra é hoje como foi ontem e assim será para sempre.
É fato que existem textos e até mesmo mandamentos que são exclusivos para
Israel ou para
classes exclusivas de pessoas, e outros ainda universais para todos os seres
humanos, mas sobre
isso, veremos mais adiante e com cuidado.
Vamos seguir com as definições básicas, a fim de que tenhamos base bíblica para
responder aos
que nos pedem a razão da nossa fé, a final este é o conselho deixado por Sha’ul
(Paulo):
1 Pedro3.15 ... antes, santificai a Cristo, como Senhor, em vosso coração, estando
sempre preparados para responder a todo aquele que vos pedir razão da
esperança que há em vós, 16 fazendo-o, todavia, com mansidão e temor, com boa
consciência, de modo que, naquilo em que falam contra vós outros, fiquem
envergonhados os que difamam o vosso bom procedimento em Cristo, 17 porque,
se
for da vontade de Deus, é melhor que sofrais por praticardes o que é bom do que
praticando o mal.
15
Porém não se esqueça de que o Ruach Hakodesh precisa estar em evidência em
nossas vidas
para que saibamos o que fazer e não apenas o que fazer, mas quando e de que
jeito fazer.
Quando procuramos agir sem a direção do Eterno, prejudicamos a nós mesmos,
pois deixamos
de aproveitar uma oportunidade de servir ao Eterno com a nossa dedicação e
obediência. Além
disso, prejudicamos aos outros também, pois com a direção do Eterno, os
resultados sempre
serão os melhores pra nós e pra quem está próximo.
O único método que se poderia apresentar para que a Ruach Hakodesh do Eterno
esteja sobre
nós, é a oração e o envolvimento com o próprio Eterno, através do arrependimento
sincero e da
obediência aos mandamentos, preceitos e regras bíblicas. É preciso entender que
Bíblia é
pratica! Pergunte isso a um judeu e ele lhe dirá “judaísmo é prática”. Entenda que o
judaísmo
nada mais é do que um nome dado à prática da Torah.
4 - O nome do Filho de D’us
Vamos tratar sobre a questão do nome do Filho de D’us, para que nisto também se
perceba que
houve sim, manipulação do maligno sobre uma questão aparentemente é simples,
mas que tem
grande importância no mundo espiritual.
De acordo com normas internacionais de linguística, nomes próprios não se
traduzem. O que
acontece é que pessoas de um determinado país, por não conseguirem pronunciar
corretamente
um nome, ou mesmo uma expressão específica de outra língua, acabam forçando
uma pronúncia
com sotaque, adaptada. Com o passar do tempo, essa pronuncia começa a ser
escrita
(transliteração), então surge o que chamam de tradução, mas na verdade, trata-se
de uma
pronúncia errada devido à dificuldade encontrada de uma língua para outra. Isto é
transliteração
e não tradução. Traduzir é dar o significado de uma palavra ou texto de uma língua
para outra e
essa não é uma tarefa fácil. Muitas expressões só fazem sentido dentro da cultura
da qual é
proveniente e para compreender isso, é preciso estudo e dedicação.
Como no passado a disseminação de informações era muito precária, essas
pronúncias erradas
acabaram por se tornar usuais e tidas como tradução. Porém a definição aceita
como norma
linguística é que nome próprio não possui tradução.
Ao usarmos o nome correto do Filho de D’us, estamos demonstrando respeito e
mais do que
isso, estamos declarando a própria razão de sua existência. Yeshua significa “O
Eterno salva”,
ou “O Eterno é Salvador”.
A expressão Mashiach, significa “ungido”. Messias não é tradução, mas uma
adaptação
exatamente como dito acima, uma pronúncia errada, que se tornou usual e aceita
como tradução,
proveniente do grego.
Portanto se Yeshua sempre foi judeu, nasceu judeu, viveu judeu, falava hebraico e
suas palavras
foram escritas em hebraico originalmente, por que chama-lo por um nome que não
é o seu? Se
eu for a outro país meu nome mudará? Então não mudem o nome do Filho de D’us!
Jesus não é tradução, na verdade é uma palavra inventada acidentalmente ou não,
por questões
já ditas acima. O nome do Filho de D’us é Yeshua!
16
5 - O Dia do Senhor
Outra tradição totalmente incorreta e mesmo pagã é o fato de se declarar que
domingo é o Dia
do Senhor, pelo fato de supostamente Yeshua haver ressuscitado no Domingo.
Mais uma vez temos que recorrer aos originais das Escrituras para entendermos
que: 1) Não
existe domingo no calendário judaico. 2) Se Yeshua é judeu, e todo o ministério
terreno de
Yeshua ocorreu dentro da cultura judaica, por que usar o calendário romano para
falar da morte,
ressureição ou mesmo nascimento de Yeshua? Ou ainda de qualquer outro evento
bíblico?
Independente do dia em que o Messias ressuscitou isso não daria direito de
alguém, mesmo em
homenagem a Yeshua, mudar o que está escrito! Digo isso por que nas Escrituras
temos o
Shabat separado pelo Eterno como dia que deve ser guardado em memória dele
mesmo e para
que as pessoas se acheguem ao Eterno em comunhão. O domingo é uma
instituição pagã
anteriormente estabelecida e confirmada pelo catolicismo romano como suposta
doutrina cristã.
De acordo com a Concordância Bíblica Exaustiva da Editora Hagnos, a palavra
“sábado”
aparece nas Escrituras 122 vezes e quase em todas elas está relacionado de
alguma forma com a
guarda do Shabat, como o dia escolhido pelo Eterno para que o seu nome seja
santificado e haja
relacionamento pactual, de aliança entre o povo do Eterno e o Eterno
pessoalmente. Ainda
outras 41 vezes temos a expressão no plural “sábados”, com a mesma
configuração. Lembramos
que essa concordância refere-se às versões em português, por isso o uso da
palavra “sábado” e
não Shabat. A concordância acima citada usa a versão Almeida Revista e Corrigida
Fiel como
base.
Já a Palavra “domingo” aparece 7 vezes e apenas na NTLH, Nova Tradução na
Linguagem de
Hoje. Perceba que esta tradução está propositalmente adaptada para a cultura
ocidental, o que
não ajuda em nada.
Veja o texto da Bíblia Hebraica sobre o Shabat:
Se deixares de espezinhar o Shabat [sábado] e o fizeres com boa vontade, em
homenagem ao meu santo dia, e chamares o Shabat de deleitoso e o honrares, não
seguindo os maus caminhos, então te deleitarás no Eterno, e te farei cavalgar
sobre as alturas da terra; e te sustentarei com a herança de teu pai, Jacob__, pois
assim falou o Eterno. Isaías 58.13-14 – Bíblia Hebraica.
Aqui o Eterno está deixando claro à Israel que o que lhe dá prazer é que o seu povo
faça o que
está escrito ao invés de inventar coisas ou desprezar aquilo que está escrito.
Mas de onde veio a santificação do domingo como Dia do Senhor?
História – Paganismo – fonte Wikipédia
Por ser Roma uma cidade cosmopolita e sede de um vasto império, afluíram a ela
povos de
diversas culturas, que incluíam na bagagem cultural inúmeras crenças, as quais
eram
recebidas e reconhecidas pelos romanos. Entre elas, ter-se-ia associado às
crenças dos
latinos, sabinos e etruscos a reverência ao primeiro dia da semana.
Em outras línguas e países, ainda permanecem expressões oriundas de cultos
pagãos e
deuses mitológicos antigos, como aqueles oriundos dos babilônicos, com base no
fato do 1º
dia a semana ser dedicado ao deus Shamash, o Sol (o senhor do culto solar)
segundo as
17
crenças daquele povo, bem como dos assírios e egípcias, que reverenciavam como
deus
maior o sol, o deus Rá, conforme foi também comentado por Gerald Messadié, em
História
Geral do Antisemitismo. Sem contar os tantos outros povos adoradores do Sol,
como as
civilizações anteriores a Cristóvão Colombo das Américas.
Cristianismo
Em 7 de março de 321, Constantino primeiro, o grande, decreta que o domingo
seria
observado como dia de repouso civil obrigatório:
"Que no venerável dia do sol os magistrados e as pessoas residentes nas cidades
descansem,
e que todas as oficinas, estejam fechadas, No campo ainda assim que as pessoas
ocupadas
na agricultura possam livremente continuar seus afazeres, pois pode acontecer que
qualquer
outro dia não seja apto para a plantação de vinhas ou de sementes..."[4]
O Imperador Constantino provocou uma divergência de opinião sobre a questão, se
deve
ser o sábado ou o domingo o dia observado como dia de descanso. A divergência
não se
aplica aos judeus, para quem o dia de descanso (Shabat) é incontestavelmente no
sábado,
nem para os muçulmanos cujo dia sagrado (jumu'ah) é em uma sexta-feira. A
divergência
entre a tradicional observância religiosa judaica do Shabat e ao respeito ao primeiro
dia da
semana aparece com o concilio de Niceia (ano 325) pelo Imperador Constantino
que impõe
o domingo sobre o sábado, de modo a introduzir o povo pagão dentro dessa nova
religião -
o catolicismo, e assim unificar todo o povo do seu império, baseando-se numa
passagem
biblíca que está em Atos 20:7 onde os discípulos se reuniram no "primeiro dia da
semana e
partiram o pão" juntos.
Em 325 d.C. as orientações decididas no Primeiro Concílio de Nicéia, estabelecem
universalmente o primeiro dia da semana como dia sagrado, o nome do primeiro dia
da
semana foi modificado de Prima Feria para Dies Domenica. Decisão mantida pela
maioria
das denominações cristãs até a atualidade.
A designação teve repercussões geográficas quase dez séculos mais tarde:
Cristóvão
Colombo, ao chegar pela primeira vez ao Caribe, a 3 de novembro de 1493, mais
precisamente à ilha hoje compartilhada pelo Haiti e pela República Dominicana,
chamou-a
Dominica, por ser um dia de domingo, segundo o calendário juliano então em vigor.
Outro detalhe a ser observado é que a expressão “Dia do Senhor”, nada tem a ver
com descanso,
mas com o dia do juízo que virá sobre toda a terra. Portanto quem considera o
domingo como
dia santo, está guardando um mandamento pagão que nada tem a ver com as
Escrituras
Sagradas.
Por certo existem muitas questões que precisam ser desmistificadas para que
nossa visão esteja
alinhada com a Palavra do Eterno. É imprescindível que isto aconteça para que
falemos a
mesma coisa que o Pai está declarando em sua Palavra para cada um de nós. A
final já dizem as
Escrituras
Amós 3.3 Andarão dois juntos, se não houver entre eles acordo? (ARA)
6 - Conversão
Vamos ajustar mais um conceito errado que tem sido disseminado em todos os
meios religiosos
chamados cristãos; a conversão.
Tornou-se costumeiro entre aqueles que professam fé nas Escrituras e no Filho de
D’us,
entender-se que a conversão é feita à Yeshua, ao Filho. O próprio Yeshua nunca
chamou
18
ninguém a converter-se a ele mesmo. Isso fica muito claro em várias de suas
declarações. Por
exemplo:
Marcus 9.36 Então tomou uma criança, pô-la no meio deles e, abraçando-a, disse-
lhes:
7 Qualquer que em meu nome receber uma destas crianças, a mim me recebe; e
qualquer que me recebe a mim, recebe não a mim mas àquele que me enviou.
(B’rit Hadashá Peshita)
Em diversas passagens o Filho de D’us deixou claro sua missão. Estava aqui para
representar o
Pai como o verdadeiro e supremo embaixador dos céus entre nós. Ele não veio
trazer algo novo,
mas internalizar a Torah já existente, no coração de todo aquele que cresse nas
Palavras do
Eterno (Mt 5,17).
Muitas outras passagens poderiam ser citadas para demonstrar este fato:
Sim, Ele proclamou: Ainda e pouco seres somente Meu Servo, para reerguer as
tribos de Jacob e restaurar a descendência de Israel; farei também de ti uma luz
para as nações, para que minha salvação se estenda aos confins da terra.
(YeshaYahu – Isaías 49.6 Bíblia Hebraica – Ed Sêfer)
Não podemos esquecer a célebre declaração do próprio Mashiach:
6 Respondeu-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao
Pai senão por mim. 7 Se vós me tivésseis conhecido conheceríeis também a meu
Pai. Desde agora o conheceis e o tendes visto. 8 Replicou-lhe Filipe: Senhor,
mostra-nos o Pai, e isso nos basta. 9 Disse-lhe Jesus: Filipe, há tanto tempo estou
convosco, e não me tens conhecido? Quem me vê a mim vê o Pai; como dizes tu:
Mostra-nos o Pai? 10 Não crês que eu estou no Pai e que o Pai está em mim? As
palavras que eu vos digo não as digo por mim mesmo; mas o Pai, que permanece
em mim, faz as suas obras. 11 Crede-me que estou no Pai, e o Pai, em mim; crede
ao menos por causa das mesmas obras. João 14.6-11 (ARA)
Portanto, todos nos estamos nos convertendo de fato, ao Eterno, ao Pai, pois
Yeshua veio
exatamente para que isso fosse possível, para ser ele mesmo a porta através da
qual todos nós
teríamos condições de retornar ao Pai.
7 - A imersão nas águas – conhecido como batismo.
Muitos dos ritos que a igreja do Mashiach pratica nos dias atuais são ritos judaicos.
O Batismo
nas águas, por exemplo, é um rito judaico chamado Tevilah. Este rito proporciona
purificação,
consagração e santidade ao povo judeu. O batismo nas águas em nome do
Messias é a Tevilah
de arrependimento. A Tevilah, no conceito judaico, acontece de duas maneiras:
1. Para arrependimento de pecados (Conversão).
2. Para purificação e consagração ao Eterno.
No judaísmo o conceito de pureza e impureza não tem sentido pejorativo, é apenas
um estado
espiritual no qual a pessoa se encontra. Na Bíblia encontramos muitos momentos
que
exemplificam bem os dois tópicos acima.
19
Primeiro: Tevilah de arrependimento, praticada por Yochanan (João, o imersor
(Batista)), que
estava preparando o povo para a primeira vinda de Yeshua, como Bem Yossef,
filho de José,
aquele que veio para ser luz para as nações. (Mateus 3: 1 2,5 e 6).
Yochanan o imersor na realidade estava conscientizando o povo da necessidade de
se
arrependerem dos seus pecados e fazer a Teshuvah (retorno ao Eterno). A
Teshuvah, na
realidade significa largar o pecado e retornar ao Eterno, dar uma volta de 180º na
sua vida, não
somente arrepender-se do pecado, mas larga-lo e a partir daí passar a fazer a coisa
certa, não
errar mais o alvo. Sha’ul Hashaliach (o apóstolo Paulo) fala aos Tessalonicenses
sobre isto: (1ª
Tessalonicenses 1: 9). O apóstolo estava feliz com a Teshuvah dos
Tessalonicenses. Porque eles
não só largaram os ídolos, mas entenderam que a mudança teria que ser completa,
por isso se
voltaram para o Eterno com todo o seu coração para servi-lo.
Segundo: Tevilah de consagração aplicada a Arão e seus filhos, consagrando-os
para o
ministério. Antes que vestissem as vestes sagradas e recebessem, o óleo da santa
unção; tiveram
que ser imersos em água. (Levítico 8:6).
Consagração para entrar no santo dos santos. Mais tarde o Eterno deu instruções a
Moisés
ensinando-o a maneira pela qual Arão deveria entrar na presença do Todo
Poderoso. Levítico
16:3, 4). Antes que o sacerdote Arão colocasse as vestes sagradas, era necessário
estar
purificado e consagrado. A maneira de alcançar este estado espiritual era passando
pelo banho
de imersão no micvê (onde é feito a Tevilah).
Terceiro: Tevilah de purificação, aplicada às mulheres judias todo mês, depois do
seu período
menstrual, ou após o parto.
Os homens também imergiam no micvê antes de yom kipur e muitas outras
situações, onde era,
requerido das pessoas; teshuvá (conversão, retorno ao Eterno), purificação ou
consagração.
Nesta apostila vamos estudar principalmente, a Tevilah de arrependimento. Porque
quando uma
pessoa recebe o testemunho do senhor Yeshua algo acontece no seu espírito,
como estudamos
no tópico sobre novo nascimento, vamos ver agora todo simbolismo a cerca disso:
(Romanos
6:3).
Este versículo nos mostra que quando alguém passa pela Tevilah de
arrependimento, se
assemelha ao Mashiach na sua morte. Os seres humanos estavam perdidos em
seus pecados e
delitos, sem esperança e sem D’us no mundo. O Senhor na sua infinita misericórdia
livrou o
homem do império das trevas e transportou para o reino do Seu amado Filho, no
momento que o
espírito de D’us vem habitar no espírito do homem ocorre o novo nascimento, a
velha criatura
morre e nasce uma nova criatura, que passa a viver na dependência de D’us. Isso
já aconteceu
no espírito, é preciso agora manifestar essa realidade no reino físico, diante dos
homens e dos
anjos, dizendo: Eu (creio) recebo Yeshua como meu Senhor (Adon) e Salvador e
confesso que o
D’us e Pai do meu Senhor Yeshua é o único D’us verdadeiro.
Quando imerso:
Está sendo mostrado que o pecado que escravizava, já não tem mais poder sobre
aquela pessoa
que tem agora o espírito do Santo para guia-la de acordo com a vontade do Eterno.
Agora ela já
pode governar a sua vida. Antes isto não era possível, porque a inclinação era para
as coisas
desse mundo, mas agora a inclinação é para o Reino de D’us. (Romanos 6:1-2). O
mundo e suas
concupiscências já não atraem o filho da luz, agora ele já não segue o curso desse
mundo, mas
está na contramão dele. O que é o curso desse mundo? O caminho das pessoas
que estão fora
dos propósitos do Eterno. (Gálatas 6:14).
20
A carne, com seus apetites e desejos, estão pregadas no madeiro do nosso Senhor
Yeshua Ha
Mashiach, já não tem domínio sobre os que são guiados pelo espírito. (Gálatas
5:24).
Quando submerso:
Significa que como o Mashiach foi sepultado, também aquele que desceu as águas
foi sepultado
com Ele. A velha criatura está morta e enterrada embaixo das águas. A água nos
fala de
mudança de estado, desce a velha criatura e sobe a nova criatura.
Quando ressurge:
Significa que como o Mashiach ressuscitou, aquele que acabou de sair das águas
ressuscitou
junto com Ele. (Romanos 6:4).
Agora o novo discípulo está apto, para uma nova vida através do Mashiach.
Receber Yeshua como Senhor e Salvador, é o mais importante para que se realize
a Tevilah. No
momento de descer as águas à pessoa terá que confessá-lo publicamente. Como já
foi falado. Só
assim terá acesso a D’us em espírito, como está escrito. É também uma
demonstração de
genuíno arrependimento das obras do passado e confissão dos pecados que tanto
prejudicaram a
vida daquela pessoa. (Marcos 16:16). Por isso o apóstolo Pedro estava convocando
as pessoas
que estavam se convertendo ao arrependimento e a passarem pela Tevilah. (Atos
2:38).(O
batismo é feito somente no nome de Yeshua). (Mateus 3:6).
O Senhor Yeshua deu o exemplo, mesmo não tendo pecado, e não precisando de
arrependimento Ele foi batizado por João Batista no Rio Jordão. (Marcos 1:9). E por
isso Ele
deu a seguinte ordem: (Mateus 28:19).
O que é um Micvê (lugar onde se realiza a Tevilah)?
Na verdade, as reservas naturais de águas correntes são os melhores locais,
porque são águas
naturais, preparadas pelo Eterno para purificar. Na Bíblia encontramos vários
versículos,
falando das águas como fonte de purificação. (Números 31:23). A própria Palavra
de D’us é
mencionada como águas vivas. (Efésios 5:26).
Partindo deste princípio o povo judeu prefere as águas naturais correntes, porém
muitas vezes
pode ocorrer dificuldade para se ter acesso a essas águas, daí a necessidade de se
ter uma
espécie de piscina ou poço preparado meticulosamente conforme orientação dos
rabinos para
essa finalidade.
Se você quiser saber mais sobre esse assunto, leia “Apostila Uma Nova Vida
Através do Mashiach”.
Fátima Oliveira - Pedagoga e Professora do SEESBi - Seminário da Comunidade
Beit El Shama.

II Parte
A Torah e os gerim;
os não judeus.
Sem dúvida alguma uma das doutrinas mais
prejudiciais à humanidade é a doutrina da
substituição, pela qual se ensina nas escolas da
Teologia Romanizada, que Israel foi rejeitado pelo
Eterno e que a “Igreja”, teria tomado o seu lugar
como povo de D’us.
Em primeiro lugar vale lembrar que quando esta ideia
começou a ser ventilada, a tal “Igreja” não era
formada pelos seguidores de Yeshua, mas sim os
filhos do catolicismo recém-formado por Constantino.
Em primeiro lugar, isto não tem cabimento por que Sha’ul Hashaliach (Paulo) deixa
muito claro
que o Eterno não rejeitou o seu povo.
2 Deus não rejeitou o seu povo, a quem de antemão conheceu. Ou não sabeis o
que
a Escritura refere a respeito de Elias, como insta perante Deus contra Israel,
dizendo: 3 Senhor, mataram os teus profetas, arrasaram os teus altares, e só eu
fiquei, e procuram tirar-me a vida.4 Que lhe disse, porém, a resposta divina?
Reservei para mim sete mil homens, que não dobraram os joelhos diante de Baal.
5 Assim, pois, também agora, no tempo de hoje, sobrevive um remanescente
segundo a eleição da graça.
Romanos 11.2-5 ARA
Observe que o texto é da versão João Ferreira de Almeida.
O problema com isso é que se criou na cabeça da maioria das pessoas a ideia de
que a chamada
“Igreja de Cristo”, expressão essa que não consta nos manuscritos originais, recebe
de D’us um
plano específico, que nada tem a ver com Israel. De novo temos um problema
nesta afirmação: a
Bíblia Sagrada contesta veementemente essa ideia com o seguinte texto:
11 Pergunto, pois: porventura, tropeçaram para que caíssem? De modo nenhum!
Mas, pela sua transgressão, veio a salvação aos gentios, para pô-los em ciúmes.
12 Ora, se a transgressão deles redundou em riqueza para o mundo, e o seu
abatimento, em riqueza para os gentios, quanto mais a sua plenitude!
13 Dirijo-me a vós outros, que sois gentios! Visto, pois, que eu sou apóstolo dos
gentios, glorifico o meu ministério, 14 para ver se, de algum modo, posso incitar à
emulação os do meu povo e salvar alguns deles. 15 Porque, se o fato de terem sido
eles rejeitados trouxe reconciliação ao mundo, que será o seu restabelecimento,
senão vida dentre os mortos? 16 E, se forem santas as primícias da massa,
igualmente o será a sua totalidade; se for santa a raiz, também os ramos o serão.
17 Se, porém, alguns dos ramos foram quebrados, e tu, sendo oliveira brava, foste
enxertado em meio deles e te tornaste participante da raiz e da seiva da oliveira,
18 não te glories contra os ramos; porém, se te gloriares, sabe que não és tu que
sustentas a raiz, mas a raiz, a ti. 19 Dirás, pois: Alguns ramos foram quebrados,
22
para que eu fosse enxertado. 20 Bem! Pela sua incredulidade, foram quebrados; tu,
porém, mediante a fé, estás firme. Não te ensoberbeças, mas teme. 21 Porque, se
Deus não poupou os ramos naturais, também não te poupará.
Romanos 11.11-21 (ARA)
Creio que este texto, apesar de usarmos a versão João Ferreira de Almeida é tão
claro que
dispensa comentários! Mas se é assim, então espere um pouco; essa teoria da
substituição acaba
de se tornar uma grande e absurda mentira. Eu pergunto; pra que mentir contra as
Escrituras? A
quem interessa esta mentira? Aquele que concordar com esta falácia, concordará
com o autor
deste besteirol!
Se fomos enxertados, porque alguns ramos, e o texto diz alguns e não todos, foram
quebrados
ou rejeitados, então devemos sim temer, pois se o que estava preparado para a
“massa” original
permanece, então estamos todos literalmente no mesmo barco! Quando um ramo é
enxertado no
caule de outra planta, ele passa a receber da mesma seiva que todos os demais
ramos estão
recebendo desde o início. Sobre isso o próprio Yeshua, o Filho de D’us disse:
1 Eu sou a videira verdadeira, e meu Pai é o agricultor. 2 Todo ramo que, estando
em mim, não der fruto, ele o corta; e todo o que dá fruto limpa, para que produza
mais fruto ainda. João 15.1-3 ARA.
Se Yeshua é a Videira Verdadeira, e fomos todos enxertados através dele, então
como alguém
poderá dizer que a seiva que a referida “Igreja” recebe é outra e não a mesma que
Israel vem
recebendo desde o início? Acabou o tempo da “lei”? Ou alguém dirá, “mas sobre
Israel é usada
a expressão Oliveira e para a Igreja Videira. Pelo amor de D’us! É muito claro que
desde o
início, Yeshua está trabalhando com o Pai! E mesmo assim temos esta afirmação
do Mashiach:
17 Não penseis que vim revogar a Lei ou os Profetas; não vim para revogar, vim
para cumprir. 18 Porque em verdade vos digo: até que o céu e a terra passem, nem
um i ou um til jamais passará da Lei, até que tudo se cumpra. 19 Aquele, pois, que
violar um destes mandamentos, posto que dos menores, e assim ensinar aos
homens, será considerado mínimo no reino dos céus; aquele, porém, que os
observar e ensinar, esse será considerado grande no reino dos céus. 20 Porque
vos
digo que, se a vossa justiça não exceder em muito a dos escribas e fariseus, jamais
entrareis no reino dos céus.
Mateus 5.17-20 ARA
A ideia de “justiça” aqui expressa pelo Mashiach ao mencionar os fariseus, faz
referência ao
cuidado que os mesmos tinham em guardar a Torah e praticar seus mandamentos,
porém estes
mesmos fariseus, cumpriam as mitsvots por mero legalismo e não com o coração
voltado para
amar ao Eterno e separar-se dos demais povos. Aliás, este é o propósito principal
dos
mandamentos e preceitos da Torah, separar-nos dos demais povos, não em um
sentido
pejorativo ou discriminatório, mas a respeito de uma vida santa, com costumes e
ideologia
santos, vindos do coração do Eterno. A Torah foi criada para ser o referencial único
dado pelo
Eterno; inicialmente para Israel, pois este povo foi chamado para ser o modelo, mas
também
para todos os povos; “por que de Sião sairá a Lei e a Palavra do Senhor de
Jerusalém...” Isaías
2.3b
Se não fosse assim, por que o Eterno diria a Abraão que todas as famílias da terra
seriam
abençoadas nele? Não se esqueça de que Abraão é o início da Congregação do
Eterno, da qual
Yeshua Hamashiach é o cabeça. Sha’ul está falando da raiz que sustenta o caule?
Quem é esta
23
raiz afinal? Yisrael! Aquilo que o Eterno começou através deste povo é o que está
determinado
para referência de toda a humanidade!
Mas então onde está o princípio da Torah? Ou ainda quando foi que ela começou a
ser
ministrada aos homens? Teria tido seu início em Moisés? O monte Sinai é o lugar
da
inauguração dos preceitos e mandamentos da Torah? Deixemos que a Bíblia
Sagrada nos
explique isso.
Em B’reshit (Gênesis) 2.3 temos o estabelecimento do Shabat. Alguém dirá: “mas
não existe
nenhuma ordem para que se guarde o Shabat neste texto!” Eu lhe respondo:
explique-me o
porquê de o Eterno deixar esta declaração nas Escrituras? A expressão hebraica
fala por si só:
06942 ‫ קדש‬qadash
1) consagrar, santificar, preparar, dedicar, ser consagrado, ser santo, ser
santificado, ser
separado 1a1) ser colocado à parte, ser consagrado 1a2) ser santificado 1a3)
consagrado,
proibido 1b1) apresentar-se sagrado ou majestoso 1b2) ser honrado, ser tratado
como
sagrado 1b3) ser santo 1c1) separar como sagrado, consagrar, dedicar 1c2)
observar como
santo, manter sagrado 1c3) honrar como sagrado, santificar 1c4) consagrar 1d1)
ser
consagrado 1d2) consagrado, dedicado 1e1) separar, devotar, consagrar 1e2)
considerar ou
tratar como sagrado ou santo 1e3) consagrar 1f1) manter alguém à parte ou
separado 1f2)
santificar-se (referindo-se a Deus) 1f3) ser visto como santo
Fonte: Lexo Grego, Hebraico e Aramaico de Strong
Faço questão de deixar todos os possíveis significados para esta expressão
expostos aqui, para
que cada um possa tirar suas próprias conclusões. O Eterno santificou este dia, o
separou dos
demais, não haverá uma razão nisto?
Mas este é apenas um exemplo. Em B’reshit 3.21temos o primeiro sacrifício
expiatório
realizado. Um animal ou mesmo mais de um foram mortos para a confecção de
vestimentas para
o homem e sua mulher. Seremos infantis se entendermos que nada tem a ver uma
coisa com a
outra. Pois se alguém disser que foi apenas pela necessidade de vestir o homem e
sua mulher,
far-lhe-ei outra pergunta: por que o Eterno não usou a lã das ovelhas ou o pelo das
cabras para
fazer as vestimentas? Eles seriam vestidos do mesmo jeito sem que houvesse a
necessidade da
matar, tirar a vida dos animais sacrificados para que sua pele fosse usada. Não é
mesmo?
Não! Eles não estariam vestidos da mesma forma por que a lã e os pelos de cabras
não servem
para expiar pecados, mas o sangue de animais sim, como estabelecido na Torah.
Vayikrá
(Levítico) 16.
Seguindo mais adiante temos Caim sendo repreendido pela morte de Abel e sete
gerações mais
tarde ele e seu filho Tubal Caim são mortos por Lameque (B’reshit 4). A Torah
determina que
aquele que tira uma vida humana deve morrer também (B’midibar – Números
35.17,19).
Também no capítulo 7 vemos a ideia dos animais puros e impuros como sabemos
estar
estabelecido na Torah.
Então, fica claro que a Torah está presente em toda a Bíblia Sagrada, desde o
início, ela não
principiou ou foi inaugurada no Sinai.
Mas como fica então os não judeus em relação à Torah? Veremos neste estudo
que nunca houve
uma mudança de comportamento por parte do Eterno em relação aos não judeus
quanto a Torah.
24
O que foi estabelecido permanece. Como afirma o texto do profeta Malaquias 3.6, o
Eterno não
muda!
O Termo Bíblico Ger e a Decisão do Concílio de
Jerusalém
Esta seção é baseada na Palestra ministrada na Comunidade Beit El Shamah no
Recreio dos
Bandeirantes, liderada pelo Rosh Marcos Andrade Abraão, por Leandro Cattani,
com comentários meus
–Vlamir Dias.
O referido concílio está registrado nas palavras do livro dos Atos dos Apóstolos em
nossa B’rit
Hadashá (Novo Testamento).
É preciso relembrar o seguinte ponto aqui: se você entender que o povo judeu é
mais uma nação
que veio a existir por razões naturais sobre a terra, esqueça esse estudo. Ele não
fará o menor
sentido pra você. É preciso entender que seguindo um raciocínio lógico não existem
judeus, mas
apenas semitas, descendentes de Shem, filho de Noach (Noé).
A verdade é que quando o Eterno chama Avram (Abrão), estava propondo o
abandono completo
de tudo o que ele foi a vida toda, para lhe inserir diretamente em seus planos
sagrados. A partir
de B’reshit 12 (Gênesis 12 – o chamado de Abraão); nós não temos uma nação
judaica ou
israelita, mas sim um homem que renuncia sua ascendência e história familiar, e se
propõe a
começar ou a permitir que o Eterno comece algo totalmente novo e ousado em sua
vida.
O que passamos a ter então é um homem sem povo e não um povo de um homem
só. A pesar
disto, a comunidade que vivia com Abrão, seus servos e os filhos destes nascidos
em sua casa,
já compunham a congregação do Eterno, sem haver necessariamente um povo
chamado judeu.
Em Yits’chak (Isaac), temos a afirmação da Aliança feita com Abraão, mas ainda
não temos
uma nação. Ainda são apenas semitas provenientes da cidade de Ur. Mas a
proposta do Eterno
para Avram é que ele esquecesse o que ficou pra trás, aliás, quem não consegue
esquecer a
história que possui nesta terra, não fará parte da história do porvir, isso é fato.
Lembre-se que o Eterno muda o nome de Avram e passa a chama-lo Avraham.
Bom, não se
trata mais da mesma pessoa. Em nossa cultura, mudamos o nome de alguém por
qualquer
bobagem, até mesmo por mera brincadeira, como a colocar apelidos. Mas não é
assim na cultura
daqueles dias e ainda hoje na cultura judaica. Nomes tem importância, pois estão
ligados a vida
e a todo o destino espiritual de uma pessoa.
Até aqui vemos o Eterno desenvolvendo as bases de um projeto maravilhoso, mas
ainda não
temos uma nação. Nasce então Ya’akov (Jacó), e a partir deste surge o nome
Yisra’el. Só a
partir de Ya’akov esta palavra aparece nas Escrituras e segue a história mostrando
que ainda não
temos uma nação, mas o Eterno já lhes falava sobre uma nação deste o início com
Avraham.
Ao entrarem no Egito, temos um pequeno grupo de 75 almas, segundo as
Escrituras. Ao sair de
lá, são milhões em direção à Canaã.
O que estou querendo dizer é que Yisra’el não surge de uma evolução natural, mas
da vontade
direta do Eterno. Yisra’el não é uma nação que surge como as demais! Yisra’el é
uma nação que
nasce da vontade direta do Eterno! Israel é uma providência divina da parte do
Eterno para um
propósito divino!
25
Mas não se trata de criar uma nação e desprezar os demais povos. Já nos dias de
Avraham,
quando o Eterno lhe faz uma aliança, todos os homens que com ele estava, foram
circuncidados
e se não havia nação judaica então não poderiam ser judeus segundo a carne. Veja
o exemplo do
servo de Avraham; Eliezer. Este era um damasceno que temia ao Eterno, que havia
se
convertido ao Eterno pelo testemunho e convivência com Avraham. Ali já existiam
pessoas que
compunham a Congregação embrionária do Eterno, o início de uma organização
criada sobre
uma realidade que já existia, os mandamentos e preceitos mais tarde escritos na
Torah.
Quando o Eterno faz algo, sempre há um propósito grandioso envolvido. Ele não é
como um de
nós que sai para dar um passeio simplesmente por sair, sem nenhum propósito real
implícito. O
Eterno não faz nada meramente por fazer, afinal estamos falando do Altíssimo,
bendito seja seu
nome! Logo, preciso entender qual seja este projeto de D’us. Creio que um
pequeno trecho de
Yeshayahu – Isaías, trata disto com simplicidade e maestria:
A ele irão muitos povos e dirão: ‘Vinde e ascenderemos à montanha do Eterno, à
Casa do D’us de Jacob! Ele nos ensinará seus caminhos e por ele seguiremos, pois
de Tsion virá o ensinamento da Torá e de Jerusalém a palavra do Eterno!’
Yeshayahu – Isaías 2.3 Bíblia Hebraica.
Perceba que através do profeta nos é dada algumas informações cruciais. O Eterno
está
declarando que existe um lugar determinado para que ele seja encontrado, este
lugar é a
Montanha do Eterno, onde está a Casa do D’us de Jacob. Veja que não há como
ter dúvida
de que o lugar é a cidade de Jerusalém, centro da nação israelita, onde existiu e
existirá ainda o
Beit Hamikdash, o Templo.
Veja ainda que o propósito disto é deixar claro que de lá; e de nenhum outro lugar,
sairia o
ensinamento da Torah do Eterno e da sua Palavra. Pergunto então; sair para onde?
Estaríamos
falando aqui de exportação? Certamente. Mas o produto desta exportação não
pode ser pago por
preço humano! É aí que entra nosso querido Mashiach! Ele paga o preço para que
todas as
nações tenham condições de conhecer os ensinamentos da Torah do Eterno e a
sua Palavra!
Sim ele proclamou: ainda é pouco seres somente Meu servo para reerguer as
tribos de Jacob e restaurar a descendência de Israel; farei também de ti uma luz
Para as nações, para que minha salvação se estenda aos confins da terra.
Yeshayahu 49.6
Atentai ó Meu povo, apurai vosso ouvido, ó nação Minha, pois instruções vos darei
e Minha Torá será uma luz para todos os povos. Yeshayahu 51.4 Bíblia Hebraica.
Voltando a Isaías 2.3; veja que o lugar de origem está estabelecido e o conteúdo
destes
ensinamentos está muito bem definido; trata-se da Torah do Eterno, de sua
Palavra. Veja ainda
o texto de Isaías 49.6; ele faz referência á uma única salvação e não à uma
salvação específica
para o estrangeiro, diferente daquela que foi estabelecida para Israel. Lembre-se
que estamos
falando do Altíssimo, que por sua vez declarou por Malaquias 3.6; Eu não mudo!
Ainda há muitos outros textos que demonstram isto:
Uma mesma lei haverá para vós, tanto para o peregrino quanto para o natural,
porque eu sou o Eterno vosso D’us. Vayikrá – Levítico 24.22 Bíblia Hebraica.
26
Recapitulando – Vimos então que:
1. Israel não nasce de forma natural e não pode ser olhado como descendente de
nenhum outro povo, uma vez que, pela história não existem judeus, mas sim
semitas provenientes dos caldeus.
2. Percebemos que Israel é uma criação direta do Eterno. Uma providência
administrativa do D’us verdadeiro e UNO, em criar um povo que guardasse e
perpetrasse a Torah.
3. A ideia de que a Torah (ou a lei como preferem alguns chamar), nunca foi
substituída ou anulada como pretende a doutrina da substituição.
4. Que Yeshua veio internalizar a Torah no coração do homem em cumprimento a
promessa de Jeremias 31.31 e não anular ou substituir os preceitos e
mandamentos da Torah que por sua vez foram outorgados pelo Eterno! Mateus
5.17.
O concílio de Jerusalém.
O Concílio de Jerusalém surge como confirmação do que lemos acima. Veja que
nasce uma
grande dúvida sobre os novos convertidos estrangeiros; deveriam eles tornarem-se
judeus no
sentido amplo desta expressão, ou seja, assumindo o judaísmo na íntegra ou não?
Eles haviam
recebido o testemunho de Yeshua para serem salvos. E agora? Creriam em
Yeshua e trilhariam
um caminho diferente dos judeus quanto à conduta, normas, preceitos e
mandamentos?
Leiamos o texto de atos 15.1-33. Perceba que:
Haviam pessoas ensinando sem autorização. O Eterno não estava com estas
pessoas, pois seus
ensinos causavam discordância entre os irmãos que estavam abraçando a fé.
Perceba ainda que
o Concílio entendeu que esses irmãos estrangeiros estavam desenvolvendo sua fé
naqueles dias
e não poderiam ser tratados como o povo judeu que desde pequenos são instruídos
na Torah.
Não poderiam exigir que os estrangeiros mudassem tão drasticamente suas vidas
de uma hora
para outra, pois se a Ruach Hakodesh não levar uma pessoa para a Torah, a mera
observância de
regras pela imposição de lideranças, tornará impossível e impraticável a vida destas
mesmas
pessoas diante da Salvação que o Eterno criou para elas também. Portanto essa
imposição só
serviria ao inferno.
Mas perceba ainda que os apóstolos dizem que desde os tempos antigos, havia
Sinagogas
espalhadas onde estes novos convertidos poderiam aprender sobre Moisés, o que
significa que
estes estrangeiros teriam a oportunidade de aprender gradativamente sobre a
Torah. E mais, era
mesmo esperado que os estrangeiros se envolvessem cada vez mais. Por isso
estabeleceram
regras básicas iniciais, utilizando quatro pontos das leis noéticas e não “as quatro
leis noéticas”.
É claro que existe uma diferenciação no tocante aos preceitos da Torah para serem
cumpridos
por judeus e por não judeus, mas isto veremos com bastante cuidado.
Vamos a um trecho do Comentário Judaico do Novo Testamento, de David H. Stern
- editora
Templus sobre atos 15.
27
“A condição especificada para a salvação é, na verdade, uma forma concisa de
designar
algo muito mais abrangente. Esses homens de Y’hudah estão insistindo na
necessidade de
os gentios se tornarem judeus, em todos os sentidos. No versículo 5 eles deixam
isso ainda
mais claro, pois acrescentam explicitamente que os gentios devem ser orientados à
“observar a Torah de Moshé”, referindo-se tanto a Torah escrita quanto a oral.
Assim duas atitudes constituem uma ameaça grave ao Evangelho (as Boas Novas
do Reino
de D’us, trazidas por Yeshua): exigir que os gentios se convertam ao judaísmo e
sustentar o
ensino subjacente à exigência. Pois se indivíduos que não nasceram na cultura e
sociedade
judaicas forem obrigados a se tornarem judeus antes de D’us reconhecer a fé que
possuem,
um número bem menor de gentios vão se dar ao trabalho de aceitar o Evangelho.
(Creio
que aqui fala-se de amedrontar aqueles que chegam com um peso de
mandamentos que
transforma a Torah em algo ameaçador e sem sentido para quem não é judeu e
não tem a
Torah como cultura desde sua infância – grifo meu). Essa é a questão real: a fé em
D’us e
em seu Messias, pode transcender a cultura judaica? Um gentio pode tronar-se
cristão sem
tornar-se também judeu?”.
Há um problema aqui no comentário de David H. Stern; a expressão “tornar-se
cristão”. Esta
ideia tornou-se ambígua, pois está diretamente relacionada a uma outra cultura que
surge de
uma estratégia diabólica como mencionaremos ainda. Eu colocaria a frase desta
forma: Um
gentio pode tornar-se Servo e Filho de D’us sem tornar-se judeu? O comentário
segue ainda
mostrando a questão oposta:
Supõe-se que um judeu abandona seu povo ao tornar-se um seguidor de Yeshua,
que adota
o estilo de vida dos gentios e está perdido para a comunidade judaica. Embora
alguns
judeus que se tornaram “cristãos” (lembre-se do grifo acima) tenham feito
exatamente isso,
a própria existência das primeiras comunidades de judeus messiânicos proclama
que, desde
o início, não é preciso ser assim. Algumas destas comunidades duraram pelo
menos até os
séculos IV e V da era comum, época em que Epifânio escreveu a respeito delas.
Na prática, por que muitos judeus abandonaram seu povo? Por que no século IV,
quando o
Imperador romano Constantino converteu-se ao “cristianismo” e a Igreja dominada
pelo
gentios obteve poder político, começou-se a exigir que os judeus que aceitavam a
Yeshua
como Messias abrissem mão de todos os vínculos com o judaísmo: práticas e
amigos
judeus, qualquer coisa que fosse judaica. Durante a maior parte dos últimos 1500
anos, o
judeu que cria em Yeshua, tinha que adotar as formas culturais e religiosas dos
gentios. Em
primeiro lugar, por que a comunidade judaica o excluía; em segundo lugar, por
causa da
pressão social exercida pela cristandade e por causa da aversão às maneiras
judaicas. Em
relação a este último aspecto, é como se os homens de Roma descessem e
começassem a
ensinar aos irmãos judeus: “A menos que vocês ignorem completamente a
circuncisão da
maneira prescrita por Mosheh, vocês não podem ser salvos”. Boa parte da Igreja
continua
insistindo nesta visão, embora não seja uma visão bíblica. Págs 302 e 303.
Fica claro aqui alguns fatos, que podem ser testemunhados pela história:
1. Desde o início, a pregação do Evangelho, ou melhor dizendo; das Boas Novas
de
Salvação do Reino de D’us anunciadas por Yeshua, foi feita por judeus dentro de
um
contexto judaico.
2. As primeiras comunidades que aceitaram e viveram o testemunho de Yeshua
eram
compostas de judeus e de gentios, vivendo dentro de uma cultura judaica, onde
Moisés
era lido em todo o Shabat, o que nos ensina que o Shabat era guardado pelas
pessoas
que frequentavam essas comunidades.
28
3. Que a diferenciação entre a suposta salvação específica dos gentios, surgiu de
uma
pressão maligna imposta pela cristandade da época e isso tornou-se regra
observada
ainda hoje, embora não tenha nenhuma base bíblica.
4. Que as comunidades judaicas rejeitaram essas pessoas feitas cristãs, porque
elas
rejeitaram os princípios judaicos e, portanto, rejeitavam a Torah. Não se tratava,
portanto de algum tipo de inimizade gratuita ou discriminação.
Conclui-se então, que apesar de haver uma distinção entre a observância da Torah
para judeus e
para não judeus, tanto uma quanto a outra tem como base a Torah e não o
cristianismo.
Essa diferença se dá pelo fato de que Yisra’el foi criado pelo Eterno para ser
referencial, e como
tal detém uma Aliança ainda mais forte, já que devem ser o exemplo, o molde, a
referência para
as nações. Afinal espera-se que o mestre saiba mais e pratique mais que o
discípulo!
Existem aspectos da Torah que sempre serão voltadas aos judeus e àqueles que
se converterem
ao judaísmo. Existem outros aspectos que são acessíveis aos nãos judeus que,
mesmo não
convertidos ao judaísmo de forma ampla, completa, ainda assim farão bem ao
disciplinarem
suas vidas dentro dos conceitos da Torah, sem haver porém, uma obrigação por
conta de
Aliança proclamada entre estes e o Eterno.
Me permitam aqui retirar a expressão “conceitos do judaísmo” e substituir por
conceitos da
Torah, pois é o que de fato são. O judaísmo é fruto da Torah. Então seria coerente
entender que
apesar de o judaísmo possuir tradições que não foram ordenadas na Torah, ainda
assim sua base
é a Torah. Assim também nosso alvo deve ser e Torah!
Quero dizer com isso que mesmo as tradições que hoje são guardadas pelas
comunidades
judaicas, mesmo não podendo ser chamadas de mitzvah, nos levarão de alguma
forma ao
contato com a Torah.
Vimos que as comunidades que se reuniram no primeiro e século em torno do
testemunho de
Yeshua era formada inicialmente por judeus que praticavam a Torah em todos os
lugares,
dentro de Sinagogas já estabelecidas e na casa de irmãos que cediam o espaço
para reuniremse.
Vimos também que nada do cumprimento da Torah foi depreciado pela chegada do
Mashiach,
pelo contrário, as mitsvots foram fortalecidas e devidamente explicadas pelo
Mashiach em
cumprimento a profecia de Jeremias 31.31.
Vimos que os apóstolos reuniram-se para estabelecer um plano de atendimento
aos novos
convertidos que não estavam acostumados à Torah e consequentemente não
teriam condições
de abraça-la de uma hora para a outra sem entender realmente o que estavam
fazendo, mas que
esse entendimento viria paulatinamente, com a convivência e estudo da Torah por
estes novos
convertidos.
Esse plano de atendimento deveria estabelecer regras básicas e imediatas, para
que esses novos
convertidos não se tornassem impuros e assim impedidos de receber as revelações
provenientes
da Torah para suas vidas.
Objetivos deste estudo:
Definir o termo “Ger”;
Apontar a posição e a identidade dos não judeus de acordo com a Torah;
29
Apontar quais mandamentos está destinado aos não judeus.
Dois extremos a serem evitados:
Classificar as leis Noéticas, ou leis B’nei Noach como um código à parte da
Torah.
o Como já vimos detalhadamente, não existem códigos de leis ou tipos de planos
de salvação separados para gentios e judeus. As chamadas leis noéticas, são na
verdade leis da Torah, que devem ser observadas por todas as pessoas.
Querer cumprir mandamentos que estão destinados apenas aos que fizeram
b’rith
milah (circuncisão).
o Existem mandamentos que são específicos para situações específicas e ocasiões
específicas. Assim, uma pessoa que segue o Eterno, tendo o testemunho do
Mashiach, mas não fez sua conversão completa ao judaísmo, não poderá
cumprir vários mandamentos como, por exemplo, participar do Seder de
Pessach, destinado apenas a pessoas circuncisas. Neste caso caracterizaria
transgressão.
Alguns preceitos como as Mezuzots e Tsitst, são sinalizações para o
mundo espiritual muito mais do que para o mundo material. Assim, se
uma pessoa usa uma Mezuzah em sua casa, estará atraindo a atenção
dos espíritos malignos para esta casa, pois é um sinal espiritual. Se ao
mesmo tempo nesta casa, não se cumpre as leis Cashrut (alimentação),
não se guarda o shabat e não observa a pureza familiar devida, essa
Mezuzah sinalizará contra esta casa, pois significa que existe
conhecimento ali, mas não a obediência. Neste caso, a Mezuzah declara
a transgressão daquela casa.
No caso do Tsitst, a situação é a mesma. Se uma pessoa o usa, mas não
é circuncisa, para o mundo espiritual está declarado o conhecimento
dos mandamentos e a falta de decisão em cumpri-los.
o Assim é melhor que se vá avançando aos poucos, de acordo com aquilo que lhe
for sendo acessível e haja plena convicção, pois casa mitsvot nos torna cada vez
mais aliançados com o Eterno.
Os Estrangeiros e a Torah
“Adonai disse a Mosheh e Aharon: Este é o regulamento acerca do cordeiro de
Pessach: nenhum estrangeiro (nekar) deve comê-lo. No entanto se alguém possui
algum escravo comprado com dinheiro, quando vocês o circuncidarem, então
poderá comer. O estrangeiro (toshav) e o assalariado (sakiyr) não poderão comêlo.
Numa casa se comerá; não levarás daquela carne fora da casa, e não quebrem
nenhum de seus ossos. Toda a comunidade de Yisra’el deve guardar este
regulamento. Se um estrangeiro (ger) que estiver com vocês desejar guardar a
festa de Pessach de Adonai, todos os seus homens deverão circuncidar-se. Assim,
poderá tomar parte e guardá-la; ele será considerado um natural da terra. No
entanto, nenhum incircunciso deve comê-lo. O mesmo ensino aplica-se de maneira
idêntica ao natural e ao estrangeiro (ger) que vive com vocês.” (Shemot -
Êxodo12. 43-49 BJC)
30
Perceba que existem três expressões que podem ser traduzidas ou entendidas
como referentes a
pessoas que não são naturais de Israel. É importante defini-las, pois quando são
traduzidas,
podem trazer confusão sobre o entendimento daquilo que diz respeito a uma
pessoa não judia,
que se voltou para o Eterno ou um mero peregrino que passa pelas fronteiras de
Yisra’el.
Definições destes termos:
‫ נכר‬nekar
1) Estrangeiro, estranho, estrangeirice, aquilo que é estrangeiro; 1a) Estrangeirice,
deuses estrangeiros; 1b) Alheio, estrangeiro;
1c) Estrangeiro (vaidades). Lexo Aramaico, Hebraico e Grego de Strong.
“Um estrangeiro que podia, ou não, entrar em relações com Israel. Adora deuses
estranhos, e é considerado como inteiramente fora dos interesses do povo de
D’us”.
towshab ‫ תושב‬ou ‫ תשב‬toshab
1) Peregrino, estrangeiro. Dicionário Strong
“Quase equivalente a ger é ‫ תושב‬- toshav (Peregrino), uma palavra rara no Tanach,
aparentemente implicando uma residência menos definidas do que ger”. Jewish
Encyclopedia.
‫ גר‬- ger
A Enciclopédia Judaica define o termo/substantivo ‫ גר‬- ger da seguinte forma:
“O termo mais importante é, ‫ גר‬- ger “Residente estrangeiro”, um estrangeiro que
veio
habitar permanentemente entre as pessoas com quem, de certa forma, se
identifica”.
“... a visão comum de que o termo geralmente define um “estrangeiro residente” no
antigo Israel, e que esse termo está ligado à raiz gur I (e possivelmente, até às
raizes gur
II e III), etimológica e semanticamente, parecem ainda ser a melhor opção para a
compreensão do mesmo”.
Reinaldo W. Siqueira, Ph.D.
Professor de Antigo Testamento no Unasp
Centro Universitário Adventista de São Paulo
Os estrangeiros na Primeira Aliança
“Estas são as palavras da aliança que o Eterno ordenou a Mosheh que fizesse com
os filhos de Yisra’el, na terra de Moabe, além da aliança que fizera com eles em
Horebe”...
“... Guardai, pois, as palavras desta aliança, e cumpri-as, para que prospereis em
tudo quanto fizerdes. Vós todos estais hoje perante o Eterno vosso D’us; os
capitães de vossas tribos, vossos anciãos, e os vossos oficiais, todos os homens de
Israel. Os vossos meninos, as vossas mulheres, e os estrangeiros – gerim - que
estão no meio do vosso arraial; desde os cortadores de lenha até os carregadores
de água, para entrardes na aliança do Eterno teu D’us, e no seu juramento que o
Eterno teu D’us hoje faz convosco, para que hoje te confirme por seu povo, e ele te
31
seja por D’us, como te tem dito, e como jurou a teus pais, Avraham, Yits’chak e
Ya’akov.” (Devarim - Deuteronômio 29.1;9-13 BJC)
“E todo o Yisra’el, com os seus anciãos, e os seus príncipes, e os seus juízes,
estavam de um e de outro lado da arca, perante os sacerdotes levitas, que levavam
a arca da aliança do Eterno, assim estrangeiros - gerim como naturais; metade
deles em frente do monte Gerizim, e a outra metade em frente do monte Ebal,
como
Mosheh, servo do Eterno, ordenara, para abençoar primeiramente o povo de
Yisrael. E depois leu em alta voz todas as palavras da Torah, a bênção e a
maldição, conforme a tudo o que está escrito no livro da Torah. Palavra nenhuma
houve de tudo o que Mosheh ordenara, que Yehoshua não lesse perante toda a
congregação de Yisrael, e as mulheres, e os meninos, e os estrangeiros - gerim,
que andavam no meio deles”. (Yehoshua – Josué 8.33-35 BJC)
Desde o início houve plena comunhão entre o povo de D’us e as pessoas que se
aproximavam
do Eterno pelo testemunho de Yisra’el. Veja que não havia uma legislação
especifica para
judeus e outra para não judeus. Uma mesma lei, um mesmo rito, as mesmas festas
sempre
existiram, tanto para um quanto para outro, guardando-se as devidas distinções.
Ao falar da confirmação da Aliança, o Eterno está se dirigindo a todos os presentes.
A distinção
feita aqui refere-se aqueles que por não se haver circuncidado, embora estivesse
aliançado com
o Eterno, não teria a plena participação em todos os ritos, por haver uma parte
destes que só
caberiam a pessoas devidamente circuncidadas. Mas ainda assim, mesmo como
b’nei Noach,
seriam contados como povo de D’us.
A Torah como Padrão de Justiça para Judeus e Não
Judeus
“No acharit-hayamim a montanha da casa de Adonai será estabelecida como a
montanha mais importante. Receberá consideração mais alta que as outras
colinas, e todas as nações acorrerão para lá. Muitos povos irão e dirão: Venham,
subamos à montanha de Adonai, à Casa do D’us de Ya’akov! Ele nos ensinará
seus caminhos, e andaremos nas suas veredas. Pois de Tsion procederá a Torah,
e
a Palavra de Adonai de Yerushalayim”. Yeshayahu 2.2-3 BJC
Já mencionamos este texto anteriormente e sim, ele é claro em mostrar que a
Torah é o padrão
moral e ético do Eterno D’us para todos os povos, a única referência para o que é
certo e errado.
Veja que a referência a Montanha da Casa de Adonai, é uma menção da elevação
geográfica
sobre a qual Jerusalém está situada. Isso mostra Jerusalém como marco zero nas
Escrituras, por
isso se diz: “desceu de Jerusalém” ou “subir à Jerusalém”. O significado disto é que
o marco
zero das Escrituras é a cidade santa, tanto nas profecias, onde as distâncias são
contadas a partir
de Jerusalém, quanto no sentido espiritual. Quem se aproxima de Jerusalém,
“sobe”, eleva-se
em direção ao Eterno, pois passa a viver onde existem maiores condições de se
cumprir a Torah.
“Por fim, os remanescentes de todas as nações que atacaram Yerushalayim
subirão todo ano para adorar o Rei, Adonai-Tzva’ot, e para guardar a festa de
Sukkot. Se uma das famílias da terra não subir a Yerushalayim para adorar o Rei,
Adonai-Tzva’ot, nenhuma chuva cairá sobre eles”. Zkharyah 14.16-17 BJC
Não podemos nos enganar quanto ao porvir e mesmo quanto ao sistema
governamental que
estará em vigor no milênio sobre toda a terra. Yeshua reinará sobre esta terra e seu
sistema
jurídico é a Torah. Todas as nações da terra deverão comparecer em Jerusalém,
deverão se unir
32
ao Eterno através da submissão aos mandamentos da Torah. A festa aqui referida
é uma das
festas bíblicas anuais, institucionalizadas na Torah.
Debaixo da mesma Constituição Espiritual
Na Torah há vários mandamentos e leis destinadas aos estrangeiros que
renunciaram a idolatria
para servirem ao Eterno:
Ofertas Queimadas (B’midbar – Números 15.14-16);
Oferta pelos pecados involuntários (B’midbar 15. 22-26);
Imputação de culpa por pecados voluntários (B’midbar 15. 27-31);
Questões concernentes a julgamentos (Devarim - Deuteronômio 1.16).
Mais uma vez vemos o Eterno dando acesso pelos mesmos meios a qualquer
pessoa que
desejasse estar com o Eterno. Deveriam se portar da mesma forma que os judeus,
abraçar o
mesmo estilo de vida, pois, como dizem algumas b’rachás do Sidur, é através dos
mandamentos
e preceitos da Torah que uma pessoa se torna santificada, ou seja, separada das
demais nações.
Veja esta b’rachá:
Baruch ata Adonai Elohenu melech haolam, Asher kideshánu bemitsvotáv,
vetsivanu laasóc bedrivê torá.
Bendito sejas tu, Eterno, nosso D’us, Rei do universo, que nos santificaste com
teus mandamentos e nos prescrevestes ocuparmo-nos com as palavras da Torah.
Sidur completo – Bênçãos da Torah – Baruch – pág 17 – Ed Sêfer
A decisão do Concílio de Jerusalém
Entre todas as decisões tomadas pelo Concílio de Jerusalém, nada foi criado de
última hora, mas
sim estabelecida a observância de leis básicas que, na verdade são as leis noéticas
que sempre
existiram e que são leis integrantes da Torah.
Proibição de comer sangue Vayikrá 17.10-12 BJC
“Quando alguém da comunidade de Yisrael ou dos estrangeiros (gerim) que vivem
com vocês comer qualquer tipo de sangue, eu me porei contra a pessoa que comer
sangue e a eliminarei do povo. Pois a vida da criatura está no sangue, e eu
concedi a vocês sobre o altar, para fazerem expiação para si mesmos, pois esse é
o
sangue que realiza expiação pela vida. Esse é o motivo de eu ter dito ao povo de
Yisrael: Nenhum de vocês deve comer sangue, nem tampouco o estrangeiro que
vive com vocês deve comê-lo”.
Proibição de comer carne de animal sufocado ou estrangulado - Vayikrá 17-
13.14BJC
“Quando alguém da comunidade de Yisrael ou um dos estrangeiros (gerim) que
vivem com vocês caçar um animal ou um pássaro que pode ser comido, verterá o
seu sangue em terra. Pois a vida de toda a criatura – seu sangue está na sua vida.
Portanto eu disse ao povo de Yisrael: Não comam o sangue de nenhuma criatura,
pois a vida de toda a criatura está no sangue. Quem o comer será eliminado.”
33
Temos aqui uma clara menção às leis Cashrut, que devem ser observadas então,
pelos
estrangeiros e pelos naturais. Aqueles que desejam defender a extinção da Lei,
como sendo
substituída por um evangelho da graça que deixa a pessoa viver segundo sua
própria noção de
limites, usam palavras do Apóstolo Paulo, como as que vemos no capítulo 14 da
carta aos
Romanos, por exemplo, como justificativa. Mas como aceitar este argumento? Em
Atos dos
Apóstolos lemos sobre este concílio e o próprio Sha’ul Hashaliach (Paulo) estava
presente!
Teria Sha’ul desobedecido o que foi determinado por Ya’akov, irmão de Yeshua
que, na época
liderava a comunidade do primeiro século? Certamente não! É preciso analisar
cada passagem
com cuidado e dentro do seu respectivo contexto. Muitas vezes o apóstolo
repudiava o
pensamento legalista de lideranças cheias de si mesma, que misturavam tudo,
complicando a
vida de pessoas simples que se aproximavam do Senhor pela fé no Mashiach,
exatamente como
vemos em de Atos 15.
Abster-se da contaminação dos ídolos - Vayikrá 20.1-3 BJC
“Adonai disse a Moshe: Fale ao povo de Yisrael: Se alguém do povo de Yisrael, ou
dos estrangeiros (gerim) que vivem em Yisrael, sacrificar seus filhos a Molech,
será condenado à morte; o povo da terra deverá apedrejá-lo até à morte. E Eu me
porei também contra ele, e o eliminarei de seu povo, pois sacrificou o filho a
Molech, contaminando o meu santuário e profanando o meu Nome santo”.
É oportuno observar que o que lemos acima, diz respeito a absolutamente tudo e
qualquer coisa
que estiver relacionada a algum ídolo ou prática pagã. É considerado como idolatria
qualquer
coisa proveniente de uma prática originalmente pagã, mesmo que a pessoa
envolvida não se
curve diante de uma imagem propriamente.
Isto diz respeito a todo o tipo de festas, comemorações e costumes provenientes de
tudo o que
faz referência a um ídolo ou modo de vida ligada a idolatria. Ou ainda isso se refere
a qualquer
prática proveniente dos costumes dos povos pagãos. Tudo o que temos hoje como
costume ou
folclore, veio de alguma prática pagã do passado.
Este é o outro problema da doutrina da extinção da lei proposta pelo cristianismo.
Pelo
desconhecimento da Torah, as pessoas ainda que com sinceridade, vão as igrejas,
mas
continuam vivendo uma vida de misturas, onde costumes mundanos como festas
pagãs, das
quais o natal é uma delas, continuam sendo praticadas. As mitsvots servem para
nos fazer
diferentes, afinal não diz a Palavra que o mundo jaz no maligno? Então nada do
que procede de
costumes pagãos, ou ainda nada que não tenha origem nas Escrituras deve ser
tolerado!
Para estes que negam a Torah, existe uma vida de completo relativismo, ou seja,
eles julgam
seus procedimentos sem uma referência segura. Entendem que isso é ruim ou não
tão ruim por
padrões pessoais, esquecendo que qualquer pessoa, será sempre condescendente
consigo mesma
se não tiver um padrão de referência que lhe proporcione imparcialidade. Sobre
isso o livro de
provérbio diz:
Ante os olhos do insensato seu caminho parece (sempre) certo; o inteligente;
porém, procura ouvir conselhos. Provérbios 12.15 – Bíblia Hebraica.
A verdade é que ninguém vai depor contra si mesmo! Se não confiarmos nossos
caminhos ao
Eterno e entendermos que as Escrituras são o referencial seguro para nortear
nosso dia a dia,
sempre procuraremos o que é mais fácil, pois nossas vidas ainda estão sobre a
influência do
Yetzer Hará.
34
Proibição de cometer atos sexuais ilícitos - Vayikrá 18.26
“Contudo, guardem minhas leis e regras e não pratiquem nenhum desses atos
repugnantes, nem o natural, nem o estrangeiro (ger) que vive com vocês.”
Percebam que não há mesmo nada de novo criado para aquele momento no
concílio de
Jerusalém, pois assim sãos os planos do Eterno, não existem improvisos, todas as
coisas já estão
determinadas cuidadosamente, não são obras emergenciais.
São estes procedimentos que conhecemos como leis, preceitos, mandamentos e
etc., que nos
caracterizam como filhos de D’us. Yeshua deixou isso bem claro quando disse: “vós
sereis
meus amigos SE fizeres o que vos mando”. João 14.15 ARA. Note que a única
maneira de ser
amigo de Yeshua é cumprir seus mandamentos, mas quais são estes
mandamentos:
Ninguém a tira de mim; pelo contrário, eu espontaneamente a dou. Tenho
autoridade para a entregar e também para reavê-la. Este mandato recebi de meu
Pai. João 10.18ARA
10 Não crês que eu estou no Pai e que o Pai está em mim? As palavras que eu vos
digo não as digo por mim mesmo; mas o Pai, que permanece em mim, faz as suas
obras. João 14.10. ARA
Os dois textos são da versão João Ferreira de Almeida. Muitos outros caberiam
aqui, mas uma
rápida análise deixa tudo claro. Yeshua está declarando que foi enviado; logo está
debaixo de
autoridade, e esta autoridade é o Pai. Se ele está sob autoridade, então não faz e
não diz o que
quer, mas cumpre o que lhe foi ordenado por quem o enviou. Se ele trás uma
mensagem que
não é dele mesmo, ou seja, não é ele o autor, logo o Pai é o autor, e neste caso, já
vimos que o
Eterno não muda, logo... a Palavra de Yeshua é a Palavra do Pai. A Palavra do Pai
é a Torah!
Outros Mandamentos da Torah para o ger nas Cartas
de Shaul
Hag Hamatzot
“Alimpai-vos, pois, do hametz, para que sejais uma nova massa, assim como estais
sem fermento. Porque o Messias, nosso cordeiro de Pessach, foi sacrificado por
nós. Por isso façamos a festa (heortazo), não com o fermento velho, nem com o
fermento da maldade e da malícia, mas com a matzah da sinceridade e da
verdade.” (1Coríntios 5.7-8 BJC).
Dicionário Strong - εορ ταζω heortazo - guardar um dia de festa, celebrar uma festa
Veja que Sha’ul estava orientando a comunidade de Corinto sobre uma festa bíblica
determinada na Torah. Os convertidos não circuncisos de Corinto não podiam
participar do
Seder de Pêssach, mas deveriam festejar o Hag Hamatzot, a festa dos pães
ázimos, um período
de sete dias onde todo o fermento de comidas e bebidas deve ser retirado de
dentro das casas em
alusão a purificação de nossas próprias vidas. O fermento aqui é simbologia do
pecado.
A Torah diz
“Do entardecer do décimo quarto dia do primeiro mês até o entardecer do
vigésimo primeiro dia, vocês devem comer matzah. Nesses sete dias, não se deve
35
encontrar nenhum fermento em suas casas. Quem comer (qualquer) alimento com
hametz deve ser eliminado da comunidade de Yisrael – Não importa se a pessoa
for estrangeira (ger) ou natural da terra. Não comam nada que contenha hametz.
Onde quer que vivam comam matzah”. (Shemot 12.18-20 BJC)
Testemunho da História
História Eclesiástica – Eusébio de Cesaréia - XIV. Sobre a dissensão na Ásia
“6. Todos estes celebraram como dia da Páscoa o da décima quarta lua, conforme
o
Evangelho, e não transgrediram, mas seguiam a regra da fé. E eu mesmo,
Polícrates, o menor
de todos vós, (faço) conforme a tradição de meus parentes, alguns dos quais segui
de perto.
Sete parentes meus foram bispos, e eu sou o oitavo, e sempre meus parentes
celebraram o dia
quando o povo tirava o fermento.
7. Portanto, irmãos, eu com mais de sessenta e cinco anos no Senhor, que
conversei com
irmãos procedentes de todo o mundo e que recorri toda a Sagrada Escritura, não
me assusto
com os que tratam de impressionar-me, pois os que são maiores do que eu
disseram: Importa
mais obedecer a Deus do que aos homens.”
Shabat e Rosh Rodesh
“Portanto, ninguém vos julgue pelo comer, ou pelo beber, ou por causa dos dias
de festa, ou de Rosh Rodesh, ou do shabat que são sombras das coisas futuras,
além do mais, o corpo é do Messias”. (Colossenses 2.16-17 BJC)
Ou: “... além do mais, o corpo que projeta esta sombra é do Messias”.
Interessante esta colocação de Sha’ul que tanto tem sido usada para expressar
exatamente o
contrário do que de fato foi dito. O cristianismo hoje usa este texto para justificar o
abandono da
Torah, como se Sha’ul estivesse pregando contra a Torah. Mas a conotação da
expressão
“sombra” na cultura hebraica é totalmente diferente do que entendemos aqui no
ocidente. Uma
sombra é um sinal da presença de quem a projeta, ou seja, a observância hoje da
Torah, das
festas como estas citadas são sombras, projeções, exemplos de como será a
eternidade, onde o
sistema de governo será justamente a Torah. Mas uma vez, Sha’ul está usando
aquilo que era
comumente praticado para orientar os novos convertidos da época, pois como ele
mesmo se
intitula, recebeu um ministério dedicado ao discipulado dos estrangeiros.
E é isso outro fato interessante. Por que o Eterno escolhe justamente Sha’ul, um
judeu ortodoxo
que excedia em muito no quesito farisaísmo aos de sua idade, para pregar as boas
Novas para
estrangeiros? Veja Gálatas 1.14. Não seria exatamente pelo fato de o Eterno
desejar que os
estrangeiros fossem devidamente ensinados sobre a Torah? Por que o Eterno não
usou Kefa,
Pedro, para pregar aos gentios?
“A cada mês, em Rosh-Hodesh, e toda a semana, no shabat, todos os seres vivos
virão adorar na minha presença, diz Adonai”. Yeshayahu 66.23
Este é um texto escatológico do profeta Isaías tratando da guarda da festa da Lua
nova e do
Shabat que serão guardados por todos na eternidade. Então por que o Eterno faria
as leis da
Torah passar hoje para restabelecê-las na eternidade? Parece coerente?
O texto de Sha’ul certamente se refere a convertidos que viviam em lugares onde a
guarda do
Shabat ou das festas nem sempre eram possíveis como acontece ainda hoje em
nossos dias.
36
A Torah diz sobre o Shabat:
“Mas o sétimo dia é o shabbat para Adonai seu D’us. Não realize nele nenhum
tipo de trabalho - nem você, nem seu filho, nem sua filha, nem seu escravo, nem
sua escrava, nem o seu gado, nem o estrangeiro (ger), que está com você dentro
dos portões de sua propriedade. Pois em seis dias, Adonai fez os céus e a terra, o
mar e tudo que neles existe, mas no sétimo dia descansou; Esse é o motivo de
Adonai ter abençoado o dia, o shabat, e de tê-lo separado para si”. (Shemot
20.10-11)
Isaías nos trás uma realidade do porvir, da eternidade; Shemot, (Êxodo), por sua
vez nos mostra
o estabelecimento da guarda do Shabat como aliança entre o Eterno e seu povo
recém-formado.
Isso mostra algo que já existe desde o início, mesmo antes de a Torah escrita ter
sido entregue a
Moisés.
O Shabat Estabelecido Como um Princípio após a Criação
“No sétimo dia, D’us terminou a obra que Ele fez; portanto, Ele descansou no
sétimo dia de toda a obra que realizou. D’us abençoou o sétimo dia e o separou
como santo; porque, nesse dia, D’us descansou de toda a obra que criou, para que
ela pudesse produzir por si mesma.” (Bereshit 2.2-3)
Outros Mandamentos Aplicados ao Estrangeiro
Residente
É claro que ainda hoje, uma pessoa que diz ter se convertido ao Eterno, e morar
dentro das
fronteiras de Israel e ainda assim não quiser guardar as festas bíblicas, obviamente
estará
cometendo um pecado gravíssimo. Afinal, não haveria nada que o impedisse de
guardar cada
uma das mitsvots que lhe forem devidas.
Yom Kippur
“Isto será um regulamento permanente para vocês: no décimo dia do sétimo mês,
tanto o natural da terra quanto o estrangeiro que vive entre vocês deverão se
humilhar e não realizarão nenhum tipo de trabalho. Pois nesse dia façam expiação
para que se purifiquem; serão puros de todos os pecados, diante de Adonai. Será
um shabat de descanso absoluto para vocês; humilhem-se.” (Vayicrá 16.29-31)
Sukkot
“Observem a festa de Sukkot durante sete dias, depois de terem juntado o produto
de sua eira e do lagar. Alegrem-se em sua festa – vocês, seus filhos e filhas, seus
escravos e escravas, os levitas, e os estrangeiros, os órfãos e as viúvas que vivem
entre vocês.” (Devarim 16.13-14)
Conclusão
37
para salvação e para termos a Presença do Eterno em nossas vidas;
Presença do Eterno em nossas vidas.
Um pouco mais sobre as leis Kashurum.
Exte texto foi extraído da Torah comentada, da editora Sêfer, em suas notas de
rodapé. Perceba
o que os rabinos judeus ensinam sobre estas leis tão importantes e mesmo
necessárias para cada
ser humano na face da terra.
Capítulo 11 de Vaykrá – Levítico
2.Estes são os animais que não comereis – A interdição de animais e alimentos
pela
Torah tem um duplo caráter: higiene e pureza moral dos indivíduos. Somente
atribuir a
estas leis o primeiro caráter é fazer das Sagradas Escrituras um mero manual de
saúde. A
concepção moderna sobre a vida psíquica está perfeitamente de acordo com o
Talmude que
vê, nestas prescrições, principalmente um princípio de pureza moral. “E fareis
separação
entre o quadrúpede puro e impuro... e não fareis abomináveis as vossas almas por
causa da
quadrúpede, da ave e de tudo o que se arrasta sobre a terra, que apartei de vós
como
impuros. E sereis para mim santos, por que santo sou Eu, o Eterno, e vos separeis
dos povos
para serdes meus”. (Levítico 20.25-27). Deste modo estas são as leis que
preservaram a
nação israelita através dos séculos e contribuíram para a sua elevação moral e
espiritual.
4. Mas estes não comereis – Citando o Ialcut Shimoni (porção Shemini, 536), o
rabino
Moshe Grylak levanta uma grande questão: “O que importa a D’us se uma pessoa
degola o
animal e o come ou se abate e come?” Ou seja, que importância teria este
envolvimento
detalhista e mesquinho da religião com questões gastronômicas? Seriam estes
assuntos
urgentes e importantes para o mundo? Não seria mais apropriado que a religião
tratasse de
assuntos elevados que, por sua vez, elevassem o espírito? Não seria sua função
alimentar a
alma humana com ideias de justiça, verdade, amor ao próximo e persistência na
busca de
soluções aos problemas que afligem o mundo?
E o próprio Midrash responde: “Os mandamentos de D’us foram dados para refinar
as
criaturas”. D’us não se importa realmente com nossos costumes alimentares. No
entanto, o
homem deveria preocupar-se e importar-se com eles. Esse sistema alimentar
fornece ao
homem uma chave à sua personalidade, como uma solução aos seus problemas e
um
lenitivo para as chagas que o atormentam. Esta é uma espécie de ginástica, parte
da
educação física judaica. O homem possui palavras e ideias em abundância.
Teorias, frases
sobre justiça, ideias, valores e afins preenchem seu espírito em grandes
quantidades, mas
seu corpo e seus sentidos não são afetados por tais coisas. Eles obedecem a
outras leis, a
valores distintos. Assim, seu corpo acaba por perder a prática de ideias elevadas,
tratandoas
com frieza cínica.
O homem sabe que se distingue dos animais, mas ao comê-los assemelha-se a
eles em tudo,
com exceção de diferenças externas e superficiais, como o uso de pratos e
talheres. Os
processos biológicos de alimentação, digestão, eliminação de detritos e morte do
corpo são
os mesmos no homem e nos animais. Pelo fato de serem percebidos por meio de
nossos
sentidos, tais processos determinam e personalidade da pessoa de forma muito
mais forte
que eventuais momentos de elevação da alma e dedicação ao próximo. Este é o
grande
dilema do homem, o rompimento e a distância entre o corpo e o espírito, entre os
ideias de
38
sua concretização; entre a necessidade de controlar os impulsos e a completa
rendição aos
mesmos.
Nessa linha de pensamento, o rabino Hirsch revela-nos a essência das leis de
Cashrut:
“Grava em teu corpo as ideias elevadas! Até nas extremidades do corpo e do
espírito!
Assume o comando dos atos sensitivos elevando-os de patamar! Que nossa
alimentação não
seja apenas um ato físico, mas que contenha também algo de um ato moral. Não
escolhamos nossos alimentos apenas por intermédio de considerações corporais.
Não é a
saúde de nosso corpo, mas a saúde espiritual de nossas almas que será
assegurada pela
observação destes mandamentos e destes preceitos. São estes mandamentos que
preservam
os sentidos do corpo das vivências animalescas e bestiais, protegendo a vontade
espiritual e
moral de serem desgastadas e de perder toda a sua perspicácia.
Esta é a ideia que se esconde por detrás das leis dietéticas judaicas, apresentadas
aqui
sucintamente, de forma simples. Uma ideia basicamente ligada ao corpo, mas
longe de
concepções místicas, de vestígios de cultos ou de preocupações com a saúde
física. É um
exercício simples para treinar o domínio da vontade espiritual sobre o organismo e
as
vontades físicas do corpo. Um exercício que provou sua eficácia e que, por esse
motivo, o
judaísmo é rigoroso em sua observância.
Torah Comentada – Editora Sêfer páginas 315 à 318 – notas de rodapé.
Veja ainda este artigo retirado do facebook, sobre corantes que estão presentes em
muita coisa
que consumimos:
COCHONILHA x ÁCIDO CÁRMICO
(PROIBIDO PELA TORAH)
Originário do México, mede de 2 a 5
milímetros de comprimento, é geralmente
marrom ou amarelo, e se
alimenta parasitando a seiva de cactos e
plantas e da umidade ali presente. Dentro
da classe dos insetos, as cochonilhas são
classificadas na ordem Hemíptera, sendo
parentes próximas das cigarrinhas,
cigarras e dos pulgões. São conhecidas
mais de 67.500 espécies de Hemíptera.
Para defender-se da predação por outros insetos, produz ácido carmínico, que
extraído de seu
corpo e ovos é utilizado para fazer o corante alimentício que leva seu nome.
No Brasil, a cochonilha é também uma praga de jardim. A primeira evidência de que
a planta
está infestada é o aparecimento de bolinhas brancas que parecem ser de algodão
nos caules,
próximos às folhas. Elas sugam a planta, roubando sua seiva, alojando-se
principalmente na
parte inferior das folhas e dos brotos. As cochonilhas secretam uma substância
pegajosa, que
deixa as folhas com a aparência de que estão enceradas, e que facilita o ataque de
fungos como
o fungo fuliginoso. Costuma atrair também as formigas doceiras.
Algumas cochonilhas têm uma casca dura que impede a penetração de inseticidas.
Neste caso, é
preciso fazer uso de soluções à base de óleo mineral e sabão que, uma vez
grudadas à carapaça,
impedem que o inseto respire. As melhores alternativas são a Emulsão de Óleo
Mineral ou a
Calda de Fumo. Caso o controle natural não produza os resultados esperados é
necessário a
39
utilização de um inseticida organofosforado. Seu predador natural é a joaninha,
assim como
alguns tipos de vespas.
Ácido cármico.
O corante de cor vermelho-escura é utilizado em larga escala pela indústria
cosmética e
alimentícia, emprestando sua cor a biscoitos, iogurtes, geleias, sobremesas, sendo
também
utilizado em medicamentos e roupas, normalmente especificado como "Corante
natural carmim
de Cochonilha", C.I. 75470 ou E120 nas composições dos produtos.
================
Ei não sei o que você pensa quando lê estes textos. Acredito que na cabeça de
muitas pessoas
soa como puro exagero. Mas pense bem e pense lendo este texto:
Sabemos que somos de D’us e que o mundo todo jaz no poder do maligno. I João
5.19 BJC
Insisto que não sei o que veio a sua mente quando leu este artigo, mas quando
comparamos o
artigo ao texto de Yochanan, pelo menos pra mim, tudo faz real sentido. Se o
mundo jaz, ou
seja, está vencido, deitado, impotente diante do maligno, não é de se espantar que
o mesmo
tenha desenvolvido métodos para praticamente obrigar as pessoas a fazer
exatamente aquilo que
a Torah proíbe.
Precisamos olhar para este versículo de Yochanan com mais cuidado e atenção.
Se o mundo
todo é produto daquilo que o maligno esta criando, então como posso esperar que
haja alguma
coisa boa no meio de tudo o que é artificialmente modificado? Por que será que o
Eterno teve
tanto cuidado em criar tão diversificadas formas de alimentos naturais? Por que
será que a
modernidade afasta a humanidade cada vez do que é natural empurrando as
pessoas para os fast
foods?
40
Veja mais informação a respeito destes corantes criados para dar aparência aos
alimentos:
Mas o perigo não está somente nos alimentos. É preciso que de uma vez por todas
entendamos o
seguinte: o tempo e o uso continuado de formas erradas de vida fez que a
humanidade
assimilasse estes usos e costumes como sendo comuns e normais. Não é atoa que
hoje em dia,
quando alguém aparece denunciando a vida mundana que se nos apresenta, e
neste discurso,
inclui muitas das coisas que fazem parte da vida da maioria esmagadora das
pessoas, logo
levanta-se a voz dos que proclamam indignados: Exagero! Querem ser mais santos
que todo
mundo!
Mas ainda que queiramos ser mais santos que o mundo e não “do que todo o
mundo”, no
sentido que colocam, nada estamos fazendo além daquilo que o próprio Eterno
D’us de nossas
vidas nos ordenou.
26 Ser-me-eis santos, porque eu, o SENHOR, sou santo e separei-vos dos
povos, para serdes meus. Levítico 20.26 (ARA)
As pessoas que pregam contra a Torah, defendendo a doutrina da substituição,
devem entender
então que esta parte também foi invalidada. E se é assim, então podemos ser
iguais a tudo o que
existe por aí? Não preciso mais ser diferente do mundo? Ou entendem que esta
diferença está
em ser rico? Se é isso que entendem, então há algo errado com esta teoria; pois a
maioria dos
ricos não são crentes! Não são os praticantes da “Teologia da Prosperidade”!
Vamos deixar que B’rit Hadashá, na própria versão João Ferreira de Almeida, diga
por si
mesma. Ao ler os textos abaixo, meditem e verifiquem se existe alguma chance de
entendermos
que o Eterno tenha mudado seu modo de pensar quanto a santidade exigida
daqueles que
desejam aproximar-se dEle.
41
15 Não sabeis que os vossos corpos são membros de Cristo? E eu, porventura,
tomaria os membros de Cristo e os faria membros de meretriz? Absolutamente,
não. 16 Ou não sabeis que o homem que se une à prostituta forma um só corpo
com
ela? Porque, como se diz, serão os dois uma só carne. 17 Mas aquele que se une
ao
Senhor é um espírito com ele. 18 Fugi da impureza. Qualquer outro pecado que
uma pessoa cometer é fora do corpo; mas aquele que pratica a imoralidade peca
contra o próprio corpo. 19 Acaso, não sabeis que o vosso corpo é santuário do
Espírito Santo, que está em vós, o qual tendes da parte de Deus, e que não sois de
vós mesmos? 20 Porque fostes comprados por preço. Agora, pois, glorificai a Deus
no vosso corpo. 1 Coríntios (ARA)
Será que resta alguma dúvida? De que maneira podemos então executar o que
Sha’ul
Hashaliach nos orienta neste texto? O salmista já deixou esta resposta em seus
escritos:
7 A lei do SENHOR é perfeita e restaura a alma;o testemunho do SENHOR é fiel e

sabedoria aos símplices.8 Os preceitos do SENHOR são retose alegram o coração;
o mandamento do SENHOR é puro e ilumina os olhos.9 O temor do SENHOR é
límpido e permanece para sempre;os juízos do SENHOR são verdadeiros e todos
igualmente, justos.10 São mais desejáveis do que ouro, mais do que muito ouro
depurado;e são mais doces do que o mel e o destilar dos favos.11 Além disso, por
eles se admoesta o teu servo; em os guardar, há grande recompensa. Samos 19
(ARA)
Faço questão de usar a própria versão João Ferreira de Almeida para que ninguém
possa dizer
que estamos sendo tendenciosos ao usar apenas versões judaicas. E se uso a
versão mais
conhecida entre nós, isto significa que; apesar das deficiências desta tradução, __ e
esta sim é
tendenciosa__; a verdade está clara para quem, com sinceridade, desejar de todo o
coração
conhecer o caminho que nos levará a cumprir o que está escrito.
É preciso entender que somente adotando os mandamentos do Eterno em nossas
vidas,
criaremos um estilo de vida que agradará ao Eterno por ser diferente daquilo que
há no mundo.
Já afirmei outras vezes e torno a dizer: por que o Eterno criaria todo um código de
leis e
estatutos, para simplesmente depois de tanto trabalho para inseri-lo no coração do
povo de
Israel, simplesmente descartar como se de nada valesse?
Por que as igrejas evangélicas aceitam as partes da Antiga Aliança que lhes é
conveniente e
descartam justamente aquelas que são mais importantes, pois com elas se
desenha aos poucos,
gradativamente, um relacionamento com o Eterno? Por que se pede dízimos nas
igrejas, se não
se pode viver pela “Lei”, como eles chamam? Por que o ministro evangélico pode
viver do altar,
ou seja, receber salário proveniente dos cofres da igreja, e isto está previsto
também na Torah,
se a mesma já passou? Por que as igrejas evangélicas fazem campanhas de
oração usando textos
e exemplos da Antiga Aliança, com argumentos retirados da vida de Abraão, Isaque
e Jacó, se a
Torah já não importa mais?
Isto é hipocrisia! E mais do que isso; é apostasia!
Quando lhes é conveniente invocam usos e costumes do chamado Antigo
Testamento;
constroem templos baseados em textos distorcidos da Bíblia, criam campanhas
para trazer
dinheiro aos cofres falando dos sacrifícios da Antiga Aliança e etc.; mas quando o
texto bíblico
diz: seja santo, separado, diferente deste mundo; não pratique as mesmas coisas
que os
mundanos praticam, não celebre as festas deste mundo e tantos outros textos do
tipo, então
dizem: eu não vivo na Lei!
Só existe um modo de viver, e este modo é a Torah! Yeshua veio plenifica-la,
coloca-la no
coração de todos os que desejam viver no Eterno. Jeremias 31.31; Mateus 5.17ss.
42
Diferenças entre Yeshua, o Filho de D’us e o Jesus
romano.
Eis aqui outra questão que precisa ser muito bem entendida e colocada em seus
pormenores.
Yeshua X Jesus; trata-se da mesma pessoa? Muita gente pode pensar que sim.
Mas este é
exatamente o alvo do engano sobre toda a humanidade.
Entenda o seguinte: quando lemos escritos rabínicos sobre as facetas mais
profundas dos
aspectos espirituais, ou ainda, sobre os pontos que demonstram a realidade
espiritual por detrás
do que vemos com nossos olhos, muitas vezes encontramos questões que nos
fazem lembrar das
religiões esotéricas existentes pelo mundo todo. Por quê?
Nunca esqueça que o pai da mentira veio das regiões celestiais, e que ele mesmo é
o autor de
todas as religiões contrárias a Torah. Mas por que hasatãn criou religiões falsas?
Quando alguém quer impedir que alguma coisa se desenvolva e tenha sucesso,
esta pessoa fará
planos em cima daquilo que representa a realidade do que deseja impedir. Ou seja;
se o inferno
quer atrapalhar o desenvolvimento do Reino de D’us, ele traçará seus planos em
cima da
realidade do Reino de D’us.
Falando ainda de outra forma; se o Reino de D’us tem um plano que é resgatar as
pessoas do
mundo do engano levando-as ao conhecimento da verdade, então esta será a
pauta principal nos
planos do inferno. Eles trabalharão fazendo tudo o que puderem para impedir da
seguinte forma:
Se a Torah, é o único meio pelo qual se pode conhecer o que de fato está
errado ou
certo, então ele criará “outros referenciais” ao longo dos séculos para confundir os
que
buscam a Verdade. Isto será feito criando-se outras supostas verdades totalmente
diferentes da real, mas não somente isso, muitas destas “outras verdades”,
possuirão
fragmentos da Torah, centelhas da Verdade, a fim de confundir e mesmo dar
alguma
credibilidade ao engano criado;
Se Yeshua é o Messias de Israel, através de quem também vem a salvação a
todos os
povos; então o inferno terá que desviar a atenção das pessoas deste Messias. Se
não o
fizer, as pessoas encontrarão a Verdade, pois o Messias é a porta que leva ao
Eterno.
Sendo assim, o inferno criará um impostor, que tenha sinais parecidos, que use
parte das
mensagens, que traga parte da história do verdadeiro Messias. Por outro lado,
criará
uma série de argumentos que farão oposição a este impostor por ele mesmo
criado,
roubando-lhe a credibilidade, fazendo com que as pessoas o confundam com o
verdadeiro Messias e assim, não consigam confiar no Filho de D’us.
Creio que qualquer pessoa entende que uma falsificação tem que ter aspectos que
a identifiquem
com o original, caso contrário não será uma falsificação. Imagine um falsário que
pretende
fabricar dólares e espalhar no mercado. Imagine que este falsário ao preparar as
matrizes de sua
falsificação, resolva alterar a imagem original da nota e no lugar da imagem real,
coloque sua
própria fotografia, ou a fotografia de alguém que ele considere melhor do que o
original. É claro
que estas notas não enganarão a ninguém.
Imagine que estas notas, sejam o engano criado por hasatãn. E que no lugar da
“imagem” da
Verdade, ele colocasse a sua própria imagem. Isso faria algum efeito? Certamente
ele teria que
usar tantos detalhes originais possíveis e mudar a essência, no fundo, na parte que
seria preciso
43
um aprofundamento maior para que o engano fosse detectado. Quando um falsário
cria notas
falsas, a imagem é idêntica, mas existem recursos mais profundos como uma
marca d’água que
ele não tem como copiar.
Assim também é o inferno, existem pontos profundos que ele não poderá criar. Ele
nunca será
semelhante ao verdadeiro Messias de Israel a ponto de conseguir os mesmos
feitos. Ele não
conseguirá criar uma realidade sólida à parte da Criação de D’us.
Foi isso que o inferno fez ao criar o Jesus romano. Parece estranho? Então vamos
mencionar
rapidamente algumas das principais doutrinas que são usadas dentro das igrejas
evangélicas e
que seriam, as doutrinas bíblicas do “Evangelho da Graça”, argumento usado
largamente no
meio evangélico.
A imagem do Messias:
Vamos começar pela imagem que é usada pelos evangélicos.
Veja a imagem ao lado. Embora encontremos na internet outras muitas,
esta é uma das mais populares. Isso demonstra uma coisa. Há divergência
entre evangélicos e católicos sobre como seria a imagem de Jesus.
Para começar, ele trás uma capa muitas vezes um manto vermelho, tal qual
era usado costumeiramente pelos imperadores romanos.
Ele usa cabelos cumpridos, e barba muito bem aparada, tem traços arianos
e aparência nobre europeia.
Mas veja esta imagem ao lado. Em primeiro lugar quem pintou a
imagem acima, do Jesus romano, esqueceu (ou não) que o Filho
de D’us segundo as profecias bíblicas nasceu no território de
Israel e não na Europa, muito menos em Roma; Mq 5.2.
Em segundo lugar, um judeu jamais usaria cabelos cumpridos a
menos que estivesse sob o voto do nazireado, no mais seus
cabelos seriam curtos, sua barba longa, e seu aspecto físico,
semelhante a imagem ao lado, a imagem de um judeu típico
daquela época, os dias em que Yeshua esteve entre nós.
Em terceiro lugar, se Yeshua é judeu, logo possui um nome judeu,
nome este que não poderia nunca ser Jesus, já que este nome não
é de procedência hebraica. No alfabeto hebreu, nunca existiu
nenhuma consoante com o som de “j”.
O nome do Filho de D’us é Yeshua, como está escrito nos originais hebraicos dos
manuscritos
da B’rit Hadashá (Novo Testamento), e este nome tem um significado totalmente
adequado,
pois significa “O Eterno Salva”. Já o nome Jesus, não tem nenhum significado por
ser uma
palavra adaptada. Nem mesmo pode ser chamado de transliteração, pois a ideia de
transliteração
é “escrever do jeito que se fala” e não inventar outro nome.
Assim se escreve em hebraico
YESHUA
Assim se faz a transliteração, ou seja
está escrito como “se fala”.
O Jesus romano, em sua teologia evangélica, teria vindo para anular a lei.
Versículos como
Romanos 10.4 são usados para afirmar isso, que na versão João Ferreira de
Almeida diz:
44
Porque o fim da lei é Cristo, para justiça de todo aquele que crê.
Veja o mesmo texto na Bíblia Judaica
Por que o objetivo estabelecido pela Torah é o Messias, que oferece justiça a todo
o que
deposita a sua confiança.
Ora se Cristo é o fim da lei, e fim aqui significa ponto final, deixar de vigorar como
lei, então
este Cristo não pode ser de maneira nenhuma o Messias de Israel, pois o Messias
declarou o
seguinte:
17 Não penseis que vim revogar a Lei ou os Profetas; não vim para revogar, vim
para cumprir. 18 Porque em verdade vos digo: até que o céu e a terra passem, nem
um i ou um til jamais passará da Lei, até que tudo se cumpra. 19 Aquele, pois, que
violar um destes mandamentos, posto que dos menores, e assim ensinar aos
homens, será considerado mínimo no reino dos céus; aquele, porém, que os
observar e ensinar, esse será considerado grande no reino dos céus. Mateus 5,17-
19 (ARA)
Novamente fiz questão de utilizar a tradução João Ferreira de Almeida, pois mesmo
sendo uma
versão distorcida e cheia de mutilações, ainda assim se contradiz, pois o Eterno
não permitiria
que sua Palavra fosse distorcida e perdida em sua essência.
Esta é outra diferença básica e ao mesmo tempo fundamental entre o Jesus
romano, que declara
a substituição da Torah, pelo Evangelho da Graça e Yeshua Hamashiach, o
Messias de Israel,
que não apenas praticou, mas também ensinou a prática da Torah em sua essência
espiritual e
verdadeira. Veja esta outra declaração do Messias de Israel, quanto a Torah:
28 Chegando um dos escribas, tendo ouvido a discussão entre eles, vendo como
Jesus lhes houvera respondido bem, perguntou-lhe: Qual é o principal de todos os
mandamentos? 29 Respondeu Jesus: O principal é: Ouve, ó Israel, o Senhor, nosso
Deus, é o único Senhor! 30 Amarás, pois, o Senhor, teu Deus, de todo o teu
coração, de toda a tua alma, de todo o teu entendimento e de toda a tua força. 31 O
segundo é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Não há outro mandamento
maior do que estes. Marcos 12.28-31. (ARA)
Mas uma vez o texto é da João Ferreira de Almeida. Temos aqui uma declaração
original que
foi retirada dos demais evangelhos onde Yeshua, o verdadeiro Messias de Israel,
faz uso do
Shema, a principal declaração da fé monoteísta judaica, para defender a Torah
como fonte de
referência para a salvação, já que o Shema (Deuteronômio 6.4), pode ser
considerado uma
síntese de toda a Torah, ou um chamado à Torah.
Como se vê, um exclui a Torah (Jesus), enquanto o outro a defende e divulga
(Yeshua). Seria a
mesma pessoa?
Quantas vezes já ouvimos declarações do tipo: “estou livre da lei”, “Jesus me
libertou da
maldição da lei”.
Estas afirmações não são apenas em grande equívoco, mas também formam a
doutrina básica do
chamado “Evangelho da Graça”. Quanto a referida “maldição da lei” vamos analisar
este texto:
13 Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se ele próprio maldição em
nosso lugar (porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado em
madeiro), Gálatas 3.13 ARA
45
O Messias nos redmiu da maldição pronunciada na Torah ao se tornar
amaldiçoado em nosso lugar; por que o Tanach diz: quem pender numa estaca jaz
sob maldição. Gálatas 3.13 BJC
Perceba que o texto está tratando do efeito da obra do Messias de Israel, Yeshua.
Ao subir no
madeiro para morrer em nosso lugar, ele é o Cordeiro de D’us que tira o pecado do
mundo, (Jo
1.29,36) então a maldição que nos caberia (o salário do pecado é a morte – Rm
6.23), foi
depositado nele, na estaca de condenação, que ficou conhecida como cruz pelo
catolicismo
romano.
Entenda que a maldição da qual fomos livres, não é a Torah! Mas sim os juízos que
foram
anunciados na Torah, para todo o que permanece no pecado.
Veja a sequência do texto:
Yeshua, o Messias, fez isto para que, em união com ele, os gentios pudessem
receber a bênção anunciada a Avraham, a fim de que, mediante a confiança e
fidelidade, recebêssemos o que fora prometido; isto é, o Espírito. Verso 14 BJC.
Perdoem minha sinceridade, mas acredito que só não entenderá quem não desejar
entender.
Yeshua em pessoa declarou ser ele mesmo a porta (Jo 10). Ele é o acesso, que
nos leva de volta
ao Eterno, já que pelos pecados todos estávamos separados da glória de D’us.
Outro detalhe fundamental é o fato de se declarar que Jesus é um segundo D’us,
em igualdade
com o Pai. Bem já vimos isso anteriormente, Yeshua nunca afirmou sem D’us em
nenhuma
parte das Escrituras e nem mesmo nos textos da B’rit Hadashá.
Portanto, e ainda por muitas outras razões, Jesus é um produto de Roma, enquanto
Yeshua é o
Filho de D’us. Veja neste link abaixo, um vídeo onde um padre português afirma
com todas as
letras que Jesus é uma criação romana, um sincretismo intencional para criar uma
semelhança
entre o deus pagão Mitra, o deus sol, venerado pelos povos que foram assimilados
na cultura
romana e o verdadeiro Messias, ou seja; criar uma figura parecida com o Messias,
mas que não
é o Messias.
http://www.youtube.com/watch?v=v3gx0ezpKcA&feature=youtu.be
46
47
48
Torah, Etz Chaim (Torah, Árvore da Vida)
Um Chamado Para o Despertar de Judeus e Não-Judeus
Escrito Pela Equipe do Yashanet.com
Nota - Encontrei este artigo enquanto procurava um livro na internet. É muito
interessante a Midrash aqui
apresentada pro este autor, quem quer que seja ele. Mas perceba que este site
está vinculado ao movimento
conhecido como “messiânico”. Me parece que quando este artigo foi escrito, o
movimento messiânico ainda não
tinha se misturado com a igreja evangélica e, portanto, não havia cedido e se
afastado da visão pura do judaísmo.
Vale lembrar, que nem todos os que pertencem o movimento messiânico,
abandonaram sua fé judaica, mas uma boa
parte hoje infelizmente tem se afastado do judaísmo, inclusive aceitando práticas
tipicamente evangélicas dentro de
suas portas e mesmo recebendo a doutrina da trindade. Vlamir Dias
“Esta situação é semelhante à de uma pessoa que acha que ele atingiu um
entendimento da
verdade, em um momento, embora tenha um conhecimento muito escasso e tenha
feito apenas
fracas tentativas (em análise penetrante) e negligenciado todas as sabedorias e se
contentado
com a interpretação simples das Escrituras...”.
- Moisés Maimônides, Tratado sobre a Ressurreição “Portanto é tempo de deixar a
palavra a
respeito do início da vida do Mashiach para que cresçamos em maturidade...”. –
Yehudim /
Hebreus 6:1a, Brit Hadasha Netzari.
“Assim, pois a palavra de ADONAI se tornou para eles mitzvah sobre mitzvah e
mitzvah sobre
mitzvah, regra sobre regra e regra sobre regra; um pouco aqui, um pouco ali; para
que vão, e
caiam para trás, e fiquem quebrantados, enlaçados, e presos.” – Yeshayahu / Isaías
28:13.
Existe um tema similar nas três citações acima. As palavras de Maimônides são
direcionadas à
pessoa que recebeu o entendimento das coisas básicas das Escrituras, e com isto
desenvolveu
uma atitude arrogante de que “sabe tudo”. A segunda citação, do livro de Yehudim
(Hebreus), é
direcionada a crentes que conhecem algumas coisas, e os encoraja a não
estagnarem, mas a
aprenderem mais, uma vez que a atitude descrita acima pode levá-los a caírem. A
última
citação, de Yeshayahu (Isaías), foi direcionada àqueles que se afastaram
completamente da
Torah que conheciam anteriormente, e precisavam ser alimentados aos poucos
sobre a verdade
da Torah novamente.
A RESTAURAÇÃO DA TORAH DE D-US – HISTORICAMENTE
O que estamos vendo nos tempos atuais é a encenação destes princípios. De uma
perspectiva
histórica, D-us tem restaurado a verdade sobre Sua Torah em uma escala global
por boa parte do
século passado. Grupos tais como Christian Jew Foundation, Chosen People
Ministries, Zola
Levitt, Jewish Voice e outros começaram a introduzir o conceito de trazer os
seguidores de
Yeshua de volta às suas raízes judaicas. O “produto inicial” deste conceito foram os
chamados
“judeus crentes”.
Este foi apenas o primeiro passo no processo de D-us. Nas últimas duas décadas,
um novo
fenômeno ganhou raiz – o desenvolvimento de forma mais plena do Judaísmo
Messiânico
(judeus com o testemunho do Mashiach Yeshua). Ao invés de se identificarem
como cristãos de
nacionalidade judaica, os judeus começaram a reter por completo a sua
“judaicidade”, tanto
49
culturalmente quanto religiosamente. Tais crentes começaram a se distanciar dos
rótulos de
“cristãos” e de “Jesus”, chamando a si mesmos de judeus que seguiam a Yeshua.
Agora havia
uma escolha clara para Judeus que quisessem seguir o Messias do “Novo”
Testamento.
Poderiam optar por seguir a Jesus e ao Cristianismo, ou a Yeshua e ao Judaísmo.
Em um caminho paralelo, outra parte do plano de D-us começou a se desdobrar –
muitos
gentios começaram a se sentir atraídos por esta nova visão da fé, chamando a si
mesmos de
“crentes messiânicos” ou simplesmente de “messiânicos”. Ao invés de se
considerarem
“cristãos”, tais gentios, em maior ou menor grau, se enxergavam como “adotando a
fé de
Israel”.
Mas D-us ainda não havia concluído esta obra. Mais recentemente, e iniciado pelo
Judaísmo
Messiânico, temos visto um retorno à “observância da Torah”. Este
desenvolvimento fomentou
um grande debate – Qual é o papel da Torah na vida do crente? Na vida de judeus
conservadores e ortodoxos, a Torah tem papel significativo e deve ser observada
ao máximo.
Mas quanto dela deveria um judeu messiânico seguir? E o que dizer dos “gentios
messiânicos”?
Eles também deveriam seguir a Torah? Mais uma vez a Torah seria vista como
“pedra de
tropeço” dentre os seguidores do Messias – alguns dizendo que a mesma não é
importante,
outros dizendo que é para judeus crentes, mas não para gentios crentes, e outros
dizendo que é
para ambos.
A RESTAURAÇÃO DA TORAH DE D-US NO INDIVÍDUO
A ressurgência global do “Judaísmo Messiânico Observante da Torah” e as
décadas de
modificações que deram origem ao mesmo é um espelho do que está ocorrendo
nas vidas de
indivíduos ao redor do mundo hoje em dia – e isto inclui crentes gentios. Muitos
destes gentios
são primeiramente atraídos pela ideia de que “o Cristianismo tem raízes judaicas” e
começam a
ler o seu “Antigo Testamento” com um novo desejo de descobrir “o que estão
perdendo”.
Alguns fazem progresso a tal ponto de perceberem que “Jesus era judeu” e
adicionam novas
palavras ao seu vocabulário e mostram maior respeito pelas coisas judaicas. Estas
pessoas
começaram a abrir seus corações e mentes para muito mais do que apenas o que
escutavam nos
púlpitos aos domingos. Eles são exatamente o oposto da pessoa à qual
Maimônides (ver citação
acima) se referiu, não se contentando apenas com as “ideias básicas” que
aprenderam em sua
religião.
Outros, como o autor de Yehudim (Hebreus) escreveu, vão além destas “coisas
básicas”. Muitos
destes começam a perceber que Yeshua na realidade pregava a Torah, e que não
há nada de
errado em fazer algumas destas “coisas judaicas”. Alguns começam a celebrar o
Pessach, (nota
- ainda que para isso, seja necessário a b’rit milah – circuncisão, neste caso, está
errado e é
proibido pela Torah celebrar Pessach sem a circuncisão) outros até mesmo visitam
congregações messiânicas no Shabbat quando têm chance. Alguns chegam até
mesmo a adquirir
o “Jewish New Testament” (Novo Testamento Judaico, de David Stern) para
obterem uma visão
melhor sobre aquilo que estão começando a aprender. E por fim há aqueles que
continuam a
permitir que o D-us de Israel os leve ao retorno completo à fé de Israel (Efésios
2:10-12). Eles
leem as novidades escritas por autores messiânicos observantes da Torah. Eles
aprendem que a
“idéia popular” de que Paulo pregava contra a Torah na vida de um crente é errada
– um
produto de séculos de interpretação (e até mesmo tradução) errada devido à igreja
católica ter
sido tendenciosamente anti-Torah. Eles vêem a Torah como aquilo que a Torah
sempre foi –
50
revelação e instrução de D-us. Por amor a D-us, e desejo de conhecer mais sobre
Ele, eles
começam em uma jornada de incorporar a Torah em seu estilo de vida, com o
objetivo de que
um dia a Torah se torne o seu estilo de vida.
Estas pessoas aprenderam que sempre houve, e permanece, uma Torah para todo
o povo de Dus
– quer judeu quer gentio. HaShem (D-us) não muda.
O PROCESSO DE REDENÇÃO DIVINA
O processo que D-us usa para trazer de volta o seu povo à Torah é o mesmo que
Ele sempre
usou para trazer de volta aqueles que se desviaram. Este processo pode ser
dividido nas
seguintes etapas:
1 - Ele revela Sua verdade a você (do jeito que você é e independente de onde
você está)
2 – Ele te faz sair do confinamento de onde você está (onde você não consegue
serví-Lo de fato)
3 – Ele substitui o erro e medo que havia em seu caminho anterior, instruindo-o na
Sua Torah
4 – Ele o torna aceitável a Ele
O processo dEle para atingir este objetivo pode ser visto na forma em que Ele lidou
com aqueles
que haviam saído do Egito com Moshe (Moisés):
Shemot (Êxodo) 6:6-7: “Portanto dize aos filhos de Israel: Eu sou ADONAI; EU VOS
TIRAREI (v’ hotzeiti et’ chem) de debaixo das cargas dos egípcios, EU VOS
LIVRAREI
(vhitzalti et’ chem) da sua servidão, e EU VOS RESGATAREI (v’ ga’ alti et’ chem)
com braço
estendido e com grandes juízos. EU VOS TOMAREI POR MEU POVO (v’ lakachti
et’ chem li
l’ am) e serei vosso D-us; e vós sabereis que eu sou ADONAI vosso D-us, que vos
tiro de
debaixo das cargas dos egípcios.”
1 – Ele os fez “livres” através da Sua revelação, eles pararam de servir o Egito
apesar de ainda
permanecerem fisicamente um pouco mais na terra do Egito;
2 – Ele fisicamente os tirou do Egito (Egito = “ Miztrayim” = local confinado)
3 – Ele os redimiu ao trazê-los através das águas e dando o golpe final fulminante
nos egípcios
quando as águas os aniquilaram (e isto deu ao povo grande confiança)
4- Ele os tomou por povo e prometeu uma terra onde eles seriam livres para servi-
Lo através da
Sua Torah.
Quando Israel saiu do Egito, eles pararam para pegarem água em um local
chamado Marah
(Shemot / Êxodo 15:22-27). Porém, lá a água era amarga. D-us instruiu a Moshe
(Moisés) para
pegar uma certa árvore e lançá-la na água. A água então ficou doce. D-us
imediatamente deu
continuidade a isto ao dar-lhes estatutos e ordenanças adicionais, dizendo que Ele
lhes testaria a
obediência.
Existem muitas lições aqui:
1 – D-us não havia concluído o Seu trabalho para com Israel simplesmente por
haver se
revelado a eles e tê-los tirado do Egito. Eles tinham motivos para achar que o
trabalho de D-us
estava concluído, uma vez que o plano divino ainda não lhes havia sido revelado.
Uma vez que
obtiveram sua nova liberdade, eles imediatamente encontraram um “problema”.
51
2 – D-us imediatamente os mostrou, através de um milagre, que Ele queria que o
relacionamento com eles continuasse e crescesse.
3 – O fato de que uma árvore foi usada não deve ser ignorado, pois é um
eufemismo para a
Torah. (Nota: Etz Chayim – Árvore da Vida – é um dos títulos da Torah)
4 – D-us imediatamente lhes dá mais da Sua Torah (estatutos e ordenanças) como
um meio de
aprofundarem o seu relacionamento com Ele.
5 – Ele então testa e redefine a fé/relacionamento com Ele através da obediência
do povo à
Torah.
D-us é consistente. Ele usa o mesmo processo hoje para trazer o povo, inclusive os
gentios, à
Torah:
1 – Ele te torna livre ao Se revelar e revelar o Seu Messias a você (mesmo que
frequentemente
isto se dê em um local imperfeito, isto é, uma “igreja”).
2 – Ele te faz sair do local onde você não pode crescer na Sua Torah (levando-o
para a revelação
do verdadeiro Messias – um lugar onde se entende que Yeshua é o filho de D-us e
não o Jesus
Romano e que a Torah não foi anulada).
3 – Ele te ensina as verdades mais profundas sobre a Sua Torah (assumindo mais
da Torah para
aprender dEle)
4 – Ele te torna aceitável perante Ele. (Isaías 59.1,2).
CONTRARIANDO O PLANO DE D-US
Muita gente, principalmente dentro do Cristianismo, frequentemente não passa do
primeiro
dentre os quatro estágios descritos acima. São expostos aos ensinamentos
elementares (porém
críticos) da Torah, tais como: D-us é real, D-us te ama, D-us quer que os seus
pecados sejam
perdoados, etc. Tudo isto é muito bom, mas vir a conhecer D-us e o Messias não é
o fim da
estrada – é o começo de uma jornada para a vida inteira, a fim de:
a) se tornar conforme a Imagem de D-us;
b) crescer em intimidade com Ele.
A ÚNICA forma que D-us deu para que façamos estas coisas é a Sua Torah. É por
isto que ela
foi dada a nós. Assim como Maimônides sabiamente escreveu:
“Existe uma imensa diferença entre a orientação levar a um conhecimento da
existência de algo
e uma investigação da verdadeira realidade da essência e substância deste algo.” -
Moisés
Maimônides. O Guia dos Perplexos, capítulo 46.
Não existe “estagnação perfeita” no seu caminhar com D-us. Se você não cresce,
apodrece. A
única coisa que pode contrariar o processo de D-us são os próprios seres
humanos. Existem
muitos que obtêm a revelação inicial de D-us ao ouvir Sua Torah e de cara a
rejeitam. Outros a
recebem, mas por diversas razões, acabam caindo. Esta é a Torah do Reino, da
qual Yeshua
falou em Matitiyahu / Mateus 13:4-9; 18-23.
Infelizmente, muitos dos que alegam ter fé no “Messias” atualmente permanecem
estagnados
após “se chegarem a Ele”. Eles preferem ficar no seu próprio “Egito pessoal” ao
invés de deixar
que D-us os leve para onde Ele deseja que estejam. Isto prevalece tanto no
Catolicismo quanto
nas denominações Protestantes, que costumam pensar (e com razão) que são
diferentes, mas que
52
ainda compartilham um ponto teológico crucial: a rejeição do papel da Torah de D-
us na vida do
crente. Estão cegos quanto à verdade de versos nas Escrituras que eles tão
rapidamente citam –
Escrituras que não só falam, como também alertam, da importância da Torah.
Por exemplo, quando Yeshua diz que nem uma pequena parte da Torah foi abolida
e que
aqueles que ensinam o contrário estão errados (Matitiyahu / Mateus 5:17-21) – o
Cristianismo
diz que Ele quis dizer outra coisa.
Quando Paulo escreve que a Torah não é anulada pela fé (Romanos 3:30) e que
aqueles que são
do Espírito devem seguir a Torah (Romanos 8:5-9) – tudo é “espiritualmente
desmentido” pelas
igrejas.
Quando João em suas epístolas escreve que aqueles que dizem que conhecem a
D-us, mas não
cumprem as Suas mitzvot (mandamentos) estão enganados e que ele não se refere
a novas
mitzvot (1 Yochanan / João 2:3-7), e quando fala daqueles que terão a recompensa
final sendo
aqueles que cumprem as mitzvot (mandamentos) de D-us (Apocalipse 12:17; 14:12;
22:14) –
ainda assim os cristãos são ensinados nas igrejas de que isto também não se
refere às mitzvot
(mandamentos) da Torah, mas ao invés disto aos “mandamentos de Cristo” .
Como se o Pai e Yeshua “jogassem com regras diferentes!” Yeshua disse que as
coisas não são
assim (Matitiyahu / Mateus 5:17-21, Yochanan / João 10:30).
Tais professores e seus seguidores são exatamente como aqueles de quem
Maimônides falou em
seu Tratado sobre a Ressurreição. Eles recebem um pouco da verdade – que D-us
é real, e que é
a fé e não as obras que nos salvam. Ao invés de aceitarem e crescerem na Torah
de D-us, eles se
enroscam nos espinhos das suas doutrinas denominacionais. Depois de um certo
ponto, eles
próprios começam a rejeitar a mensagem de qualquer um que apareça em suas
vidas pregando
que D-us não mudou e que Sua Torah permanece ainda hoje. Eles respondem
recitando aquilo
que a religião deles os manda recitar, que “não estão debaixo da Lei” ou que
possuem
“liberdade em Cristo”, não tendo a menor noção do que tais termos querem dizer ou
do contexto
original, uma vez que interpretam as Escrituras inteiras com a mesma mente anti-
Torah na qual
foram instruídos. (nota: não se esqueça de que a igreja evangélica nasceu de uma
reforma do
catolicismo, reforma, não restauração).
Como uma pessoa que recentemente escreveu para o YashaNet disse, “A Igreja se
prende em
um círculo. Está cega por causa do paganismo, e o paganismo impede que eles
vejam a
verdade.”
O FIM DOS DIAS
Alguém poderia se indagar: Pode uma pessoa verdadeiramente ter o Espírito de D-
us nela se
rejeitar a verdade sobre a Torah de D-us? Ou será que eles possuem um falso
espírito – um que
chega até mesmo a dizer “Senhor, Senhor,” (Matitiyahu / Mateus 7:15-23) e faz
grandes coisas
em nome dEle, apenas para enganá-los, por rejeitar a autoridade dos
mandamentos da Torah de
D-us e praticar a iniquidade (que, no original é literalmente: violação da Torah. Ou
seja,
doutrina anti-Torah)?
53
A experiência do autor deste artigo tem mostrado a ele que existe sim um conflito
espiritual
entre o Judaísmo Messiânico Observante da Torah e o Cristianismo. Por exemplo,
quando um
“cristão tradicional” está em uma discussão espiritual com um mórmon, um
testemunha de
Jeová, um muçulmano, hindu ou até mesmo um pagão, ele normalmente procura
manter a calma
ao falar com tal pessoa, mesmo que tal pessoa o antagonize. Contudo, se um
crente messiânico
observante da Torah discute com o mesmo cristão, a situação costuma deteriorar
rapidamente.
Em tais situações, existe realmente espíritos em conflito. Será que ambos espíritos
são de D-us?
Este conflito existe desde antes do quarto século, quando os Judeus Nazarenos
(aqueles que
seguiam Yeshua) foram criticados e até mesmo perseguidos por terem algo em
comum com o
Judaísmo (isto é, a Torah) em detrimento do Cristianismo.
Existem profecias sobre um grande engano nos últimos tempos. Somos avisados
quanto a coisas
tais como “o mistério da iniquidade” e o erro da “igreja de Laodicéia” e a doutrina da
“prostituta
de Bavel (Babilônia)”. Os três compartilham uma mesma linha: a rejeição à Torah
de D-us na
vida do crente – substituindo-a por algo que parece ser “divino” (e chamam isto de
“liberdade
em Cristo”), mas na realidade esta é uma mentira muito antiga.
“Iniquidade” é definida nas Escrituras como sendo violação da Torah. A “igreja” de
Laodicéia é
punida por sua arrogância espiritual (por seguir seu próprio caminho ao invés de
seguir a
Torah), algo pelo qual outrora fora louvada. A doutrina da “prostituta de Bavel
(Babilônia)” é
bem antiga, tendo em suas origens a rejeição da autoridade da Torah.
A doutrina que todos estes compartilham provém de HaSatan, o pai de todas as
mentiras, e pode
ser visto lá no princípio no Gan Eden (Jardim do Éden) quando ele desafiou a Torah
de D-us
(Bereshit / Gênesis 3). Essa doutrina também se manifestou no homem através de
Nimrode em
Bavel (Gênesis 10), alguém que uma vez estivera tão perto de D-us que poderia ter
sido
poderoso no S-nhor, mas que rejeitou a Sua Torah e seguiu seu próprio caminho.
Posteriormente, Zacarias escreveu sobre tal doutrina (5:6-10) e a representa como
saindo no
mundo pelas terras de Shinar em Bavel (Babilônia). E mais posteriormente ainda,
se levanta em
meio ao povo escolhido de D-us no espírito de Efraim, que rejeitou a Torah e se
voltou à
idolatria (Melachim Alef – 1 Reis 12).
Em tempos mais “recentes”, tal doutrina ressurgiu dentre os seguidores de Yeshua,
com o
desenvolvimento do paganismo no “Cristianismo de Constantino e do Conselho de
Nicéia”, os
quais deram as cartas durante anos de teologia anti-semita, culminando na igreja
atual, e sua
visão de um Jesus contrário à Torah.
UM CENÁRIO NÃO CONSIDERADO
O livro de Apocalipse fala de 144.000 judeus pregando ao mundo, com um grande
número de
pessoas aceitando sua mensagem, muitos dos quais posteriormente sendo
executados por sua fé.
Será que tal público será composto por “cristãos” que agora recebem e aceitam a
verdade plena
– que não é possível separar a Árvore da Vida, a Torah – do Doador da Vida,
Yeshua? Será que
a idéia confortável da “Igreja ser arrebatada” antes da tribulação é uma mentira de
HaSatan e
parte do grande engano que está por vir?
Aqui está uma hipótese ainda mais assustadora. Será que o verdadeiro anti-
Messias na realidade
estará na vanguarda, encorajando a todos a “procuraram pelo anti-Cristo”? Você
acha que
54
HaSatan não é capaz de criar tal engano? Será que seres humanos falíveis não
são capazes de
serem enganados pelo pai de todas as mentiras? Principalmente se optarem por
rejeitar a
verdade da Torah de D-us?
Eis outra hipótese. Será que haverá de fato um “arrebatamento pré-tribulacionista” –
mas apenas
para aqueles que confiam em Yeshua e aceitam a Torah, como um alerta de D-us
de que é
tempo de nos acertarmos com a Palavra dEle – a Torah?
D-us pode e de fato remove àqueles que seguem os Seus caminhos, antes do Seu
julgamento,
para que eles não tenham que passar pela “tribulação”. Aos justos nos tempos de
Noach foi
permitido morrerem naturalmente, antes do dilúvio exterminar os habitantes da terra
(no caso de
Enoch, ele foi simplesmente removido sem experimentar a morte). À congregação
de Filadélfia
(Apocalipse 3:7-13) parece ter havido a promessa de que eles não passariam pela
tribulação que
assolará a terra, por serem aqueles que têm a “Chave de David”.
Ao estudarmos os Tehilim (Salmos), principalmente 118 e 199, torna-se evidente
que aqueles
que podem entrar pelo portão são os que praticam a justiça, a qual está
diretamente ligada à
Torah. Aqueles que fazem parte de Israel (tanto naturais quanto enxertados – vide
Romanos 9-
11) tomarão parte no casamento de D-us com Israel e no grande Shabbat (o
Milênio) que virá
em seguida.
Uma coisa é certa de acordo com a Torah de D-us. D-US NÃO SE CASARÁ COM
“A
IGREJA”. Isto seria uma violação da Torah, pois Ele prometeu casar-se com Israel
(novamente)
depois de repudiá-la por um tempo breve por causa de seu adultério espiritual. A
idéia de que Dus
casa com “a Igreja” é a famosa teologia da substituição, um ensinamento
fundamentado na
mesma arrogância espiritual mencionada em Apocalipse 3:17, contra a qual Paulo
alerta os
gentios em Romanos 9-11.
A porta está aberta para estas pessoas em Apocalipse, as quais detêm a Chave de
David através
de Yeshua. Aos de Laodicéia, D-us manda baterem à porta para que entrem (um
versículo usado
erradamente com frequência como se o bater na porta fosse o “testemunho”
quando na verdade
este texto é destinado àqueles que já eram parte da “igreja” de Laodicéia). Eles
batem à porta
tardiamente porque rejeitaram a Torah quando tiveram oportunidade de aceitá-la.
Eles são as
virgens insensatas na parábola contada por Yeshua – talvez eles não tenham o
óleo da Torah em
suas lâmpadas! Eles foram de fato convidados, mas se afastaram da verdade.
Contudo, TAIS PESSOAS NÃO ESTÃO “PERDIDAS”, caso contrário por que
Yeshua os
avisaria para baterem? Sabemos que Yeshua diz que aqueles que ensinam contra
a Torah serão
os “menores no Reino” (Matitiyahu / Mateus 5:19). Talvez estas pessoas que não
“chegaram
para o casamento na hora certa” precisem ser corrigidas (temporariamente
repudiadas durante a
tribulação) antes de assumirem o papel que devem assumir?
As Escrituras suportam esta idéia. Em Zacarias 2:14-4:7, o profeta tem uma visão
que é aplicada
aos últimos dias. Havia um Cohen Gadol (Sumo Sacerdote) chamado Yehoshua
(Josué, mas não
o mesmo Josué dos tempos de Moshe / Moisés). Apesar de ser destinado ao seu
ofício, a ele não
foi permitido ministrar porque não respeitou a Torah e pecou. D-us permitiu que ele
fosse
temporariamente repudiado, para que corrigisse seu erro, e só depois disto ele
recebeu sua veste
55
branca e foi feito Cohen (sacerdote). Em Apocalipse, vemos que aqueles que
seguem a Torah
recebem as mesmas vestes brancas (Apocalipse 7:9; 7:13-14; 12:17; 14:12; 22:14).
D-us agiu da mesma maneira com Israel (e ainda continua a agir assim). Eles foram
e são os
Seus escolhidos. Eles deveriam ser “luz do mundo”. Quando eles falharam em
honrar a Sua
Torah, Ele não acaba com a Sua promessa – contudo, Ele os repudia
temporariamente – às vezes
de forma bem severa, como a história já nos mostrou, mas com a promessa e
objetivo de que um
dia todo (todo quer dizer 100%, nem um sequer a menos) Israel será salvo
(Romanos 11:26).
Atualmente, um gentio que “põe sua fé” em D-us, também compartilha das mesmas
promessas
no que se refere à sua função de Cohen (sacerdote) no Reino Messiânico e no
Mundo Vindouro.
A pergunta a respeito de tal pessoa é:
Pode tal pessoa esperar ser um “sacerdote no Reino de D-us” se a fé cristã da qual
ele
atualmente faz parte ensina que a Torah na qual o sacerdócio se baseia
integralmente não possui
função em sua vida?
Yehoshua (Josué), o Sumo Sacerdote indicado em Zacarias, não pôde exercer sua
função sem
respeitar a Torah, e teve que passar por sua própria “tribulação” antes de se tornar
apto. O
mesmo acontece com Israel. Será que D-us mudou? Ou será que os seguidores do
Cristianismo
anti-Torah que acreditam que serão arrebatados como “Noiva de Cristo” terão um
duro choque
num futuro próximo?
As Escrituras, como sempre, dão a resposta...
“O meu povo está sendo destruído, porque lhe falta o conhecimento. Porquanto
rejeitaste o
conhecimento, também Eu te rejeitarei, para que não sejas Cohen (sacerdote)
diante de mim;
visto que te esqueceste da Torah do teu D-us...” [] “ Pois Eu, o S-nhor, não mudo...
lembrai-vos
da Torah de Moshe, meu servo...” (Malachi / Malaquias 3:6 e 4:4).
Fonte: http://www.yashanet.com/
Nota: Não consegui encontrar o nome do autor. Infelizmente a tradução deste
artigo, originalmente escrito em
inglês, foi feita por Sha’ul Bentzion, que infelizmente, apesar de já ter recebido a
Verdade, afastou-se tornando-se
hoje, inimigo daquilo que ele mesmo um dia defendeu.

A parte triste desta história é que a pessoa que teve o trabalho de traduzir este
artigo para o
português acabou por abandonar o Mashiach e hoje trabalha contra os que
defendem o judaísmo
com o testemunho de Yeshua.
O movimento chamado inicialmente messiânico, acabou por ceder a pressões e
misturar-se com
a igreja evangélica. Sobre isso, exponho outro artigo postado pelo Rosh Marcos
Andrade
Abraão da Beit El Shamah, sediada no Recreio dos Bandeirantes, Rio de Janeiro.
Fonte: http://marcosandradeabrao.blogspot.com.br/2012/07/judaismo-messianico-
da-unidadex.
html
56
Judaísmo da Unidade X Judaísmo Messiânico
Shalom meus irmãos.
Abaixo um texto explicando a diferença entre nós (Judaísmo da Unidade) e o
Judaísmo
Messiânico. Pessoas ligadas ao Judaísmo Messiânico têm criticado o Judaísmo da
Unidade,
não no campo das ideias, mas através do Lashon Hará, ou seja, difamações. Mas
isto como já
expliquei faz parte de seguir os caminhos do Eterno. O próprio Mashiach sofreu isto
e acredito
que muitos de vocês também passam pelo mesmo. Abaixo uma visão clara da
diferença do
Judaísmo da Unidade para o Judaísmo Messiânico que sucumbiu no
"messingelismo" (mistura
do movimento messiânico original com as doutrinas praticadas na igreja
evangélica).
Leiam e compartilhem.
O JUDAÍSMO UNIDADE NÃO É JUDAÍSMO MESSIÂNICO. OS LÍDERES E
MEMBROS DO JUDAÍSMO DA UNIDADE REPUDIAM ATITUDES QUE FAZEM
LEMBRAR A ÉPOCA DA INQUISIÇÃO. CHAMAR O "OUTRO" DE TODO O TIPO
DE
TERMOS PEJORATIVOS, FUGINDO DA ESFERA DAS IDÉIAS, DA TEOLOGIA E
DOS
CONCEITOS BÍBLICOS. ISTO É BEM CONHECIDO NO JUDAÍSMO, "LASHON
HARÁ",
UM PECADO GRAVE E UMA GRANDE IMPRECAUÇÃO. LEIA ABAIXO A RAZÃO
DE
O JUDAÍSMO DA UNIDADE TER SE DESLIGADO TOTALMENTE DO JUDAÍSMO
MESSIÂNICO E DE TODA PRÁTICA DE CARÁTER MESSINGÉLICO.
JUDAÍSMO DA UNIDADE X JUDAÍSMO MESSIÂNICO
O SURGIMENTO DO JUDAÍSMO MESSIÂNICO: O Judaísmo Messiânico surgiu
com o
propósito de abrir um espaço, a fim de que os judeus que aceitassem o testemunho
de Yeshua
pudessem continuar sendo judeus, mantendo o modo de vida judaico e sem a
necessidade de se
'converter' ao cristianismo. Mas, apoiados por igrejas evangélicas, e às vezes
nascendo dentro
das próprias igrejas evangélicas, o judaísmo messiânico precisaria mais cedo ou
mais tarde
declarar sua independência e despontar como um movimento totalmente separado
do
cristianismo. Desde o surgimento do judaísmo messiânico, alguns conceitos
fundamentais da
teologia cristã passaram a ser questionados, como a teologia da substituição, a
anulação da lei e
o antissemitismo teológico, entre outros assuntos. Não poderia ser diferente, após
2000 anos os
judeus com o testemunho de Yeshua voltaram a se pronunciar e emitir suas
opiniões sobre todas
as questões. Lembrando que os primeiros líderes da época, os seguidores do
Messias, eram
todos judeus e foram eles que deixaram todo o legado da B’rit Chadashá (Novo
Testamento).
Mais relevante ainda, a conclusão óbvia de que o Messias é Judeu, o que parece
ter sido
esquecido pelos cristãos.
O IMPASSE ENTRE O JUDAÍSMO MESSIÂNICO E O JUDAÍSMO TRADICIONAL:
O
judaísmo tradicional viu com desconfiança o surgimento do judaísmo messiânico,
pela hipótese
deste movimento se tornar mais uma estratégia do próprio cristianismo para
“converter” os
judeus. O resultado não poderia ser outro, o judaísmo messiânico se posicionou
entre o
judaísmo tradicional e o cristianismo. Ser uma ponte poderia se tornar um propósito
elevado
para o judaísmo messiânico, mas como ser uma ponte entre duas muralhas? Pois
um judeu não
tem como continuar sendo judeu ao se converter ao cristianismo, e um cristão não
tem como
continuar sendo cristão ao se converter ao judaísmo. Esta posição entre duas
muralhas iria
requerer mais cedo ou mais tarde uma definição clara de que caminho o judaísmo
messiânico
57
iria seguir. Nesta altura o judaísmo messiânico recebeu dois estigmas, o de
“messingélicos”
pelos judeus tradicionais, denotando uma mistura de messiânicos com evangélicos
pela
similaridade com algumas doutrinas e costumes evangélicos, e em contrapartida o
de
“Judaizantes” por alguns segmentos evangélicos, pela tese de que a lei não foi
anulada e por
algumas práticas tipicamente judaicas. Judeus de mais para os evangélicos e
judeus de menos
para os judeus tradicionais, assim o judaísmo messiânico se deparou com um
impasse: ser um
segmento judaico ou fazer parte da igreja de Cristo, conceito promulgado no
terceiro século
pelo catolicismo romano.
A APROXIMAÇÃO COM A IGREJA EVANGÉLICA: Com o tempo, surgiram dentro
das
igrejas evangélicas aqueles que abraçaram o judaísmo messiânico e assumiram
uma postura
favorável às mudanças propostas, enquanto que a resistência do judaísmo
tradicional
permanecia, por enxergar nos judeus messiânicos, cristãos disfarçados ou
messingélicos que
visavam unicamente à conversão dos judeus ao cristianismo. É bom lembrar que
esta resistência
não ocorreu à revelia, visto que a base do antissemitismo moderno nasceu na
teologia
promulgada pela igreja romana, em especial a teologia da substituição, onde a
“igreja de Cristo”
teria substituído Israel e consequentemente os judeus haviam sido rejeitados por
terem matado
“Jesus”. Este conceito ganhou ainda mais força na reforma protestante liderada por
Martinho
Lutero1, que escreveu artigos de caráter profundamente antissemita. Tudo isto foi
usado no
holocausto como pretexto para exterminar o povo judeu, e o nome “Jesus” e
“cristianismo”
ficaram associados à dor e ao sofrimento de tantos judeus que perderam suas
famílias no
holocausto. Sem falar da inquisição, cuja proposta era conversão ou morte,
incluindo a prática
de torturas. Além de tudo isto, surgiram também os “Judeus por Jesus” (Jews for
Jesus), que são
judeus cristãos, cujo objetivo é realmente converter judeus e adaptá-los a um
modelo cristão
evangélico judaico.
Com o apoio de alguns seguimentos evangélicos, o judaísmo messiânico foi
tentado a sair do
meio das duas “muralhas” e se aproximar das igrejas evangélicas, seja através de
algumas
concessões doutrinárias, ou de uma maior conformidade aos métodos e a forma de
culto. A
partir daí, o judaísmo messiânico assumiu uma postura que confirmaria a
desconfiança do
judaísmo tradicional, ou seja, o “messingelismo”. Desde então o movimento judaico
messiânico
gradativamente se adequou a uma postura mais reformadora do que restauradora e
com uma
tendência de acomodação e concordância a alguns aspectos da teologia cristã. Isto
se evidencia
pelo dogma da trindade que passou a ser a base doutrinária de quase todas as
congregações
judaico messiânicas. Mesmo a visão promulgada pelo judaísmo messiânico, de
uma restauração
enquadrada no retorno à igreja do primeiro século, seria na verdade uma espécie
de “igreja de
Cristo” restaurada.
A ACOMODAÇÃO DO JUDAÍSMO MESSIÂNICO: Afastado do conceito de uma
restauração
mais profunda, o Judaísmo Messiânico passou a propor seja de forma declarada ou
implícita
uma nova “reforma”, na medida em que não rompeu completamente com a teologia
que foi
elaborada pela igreja romana. Alguns foram mais longe sugerindo apenas uma
melhoria na
reforma protestante, afastando-se ainda mais de uma genuína restauração. O
próprio nome Jesus
voltou a ser usado em algumas congregações ao invés do nome genuíno do
Messias, que é
Yeshua. Desprezando o fato de que o nome Yeshua tem um caráter extremamente
importante na
restauração, na medida em que traz de volta a visão de um Messias Judeu. Sem
falar da
importância do nome na cultura judaica, pois está estreitamente ligado a vida, a
identidade e a
missão de uma pessoa. Porque usar um nome que sofreu um processo de
transliteração quando
sabemos o verdadeiro nome? Com estas concessões, tornou-se inevitável um
afastamento de
58
algumas congregações judaico messiânicas, no que diz respeito ao estilo e
costumes judaicos,
especialmente nos seus serviços religiosos. Cumpria-se então a previsão do
judaísmo
tradicional, que os judeus messiânicos eram na verdade messingélicos, uma
mistura de
messiânicos e evangélicos.
O SURGIMENTO DO JUDAÍSMO DA UNIDADE: Neste contexto, surge o Judaísmo
da
Unidade, definindo de uma forma mais clara e objetiva, que não existe a
possibilidade de fazer
uma fusão com as doutrinas da igreja romana, mas que é fundamental ter uma
visão centrada
unicamente na Torah, nos profetas e nos ensinamentos do Messias. De uma forma
mais
abrangente, uma fé fundamentada na Torah, no Tanach como um todo e na B'rit
Chadashá.
Além disto, a necessidade também de uma aproximação maior do próprio judaísmo
tradicional,
interagindo com os escritos e ensinamentos dos rabinos, sem deixar a firme
convicção de
que Yeshua é o Messias, o filho de D’us, o primeiro a ser criado e aquele que
recebeu do Eterno
a incumbência de ser o Seu representante oficial. Daí o nome Mashiach (Messias)
denotando o
fato dele está repleto da unção Divina, a fim de que seja apto a cumprir este
propósito. Para
trilhar esta jornada, se faz necessário à libertação do modo de pensar grego e o
retorno à forma
de pensar judaica, abrindo assim a visão para enxergar as revelações do Messias e
os escritos
dos emissários dentro de uma perspectiva bíblica judaica. Além do retorno a língua
hebraica que
desvenda os olhos para novas revelações antes não percebidas pela imersão numa
cultura
(grega) que nada teve haver com a mensagem transmitida pelo Messias aos seus
discípulos.
O Judaísmo da Unidade retorna para Judaísmo Bíblico, a Oliveira plantada e
cultivada pelo
Eterno e citada na carta do Rabino Shaul aos romanos, no capítulo 11, já no
primeiro século.
Porém, na interação com o judaísmo tradicional, é preciso às vezes nos
posicionarmos como
alunos e aprender lições essenciais a fim de absorvermos os segredos da Torah.
Para isto é
preciso estudar alguns escritos rabínicos que transmitem com profundidade a
sabedoria que foi
revelada pelo espírito do Eterno através de toda a Bíblia. Sem deixar de lado,
obviamente as
cartas dos emissários do Messias, que traduzidas dentro de uma linguagem
judaica, transmitem
instruções que eles aprenderam com o Messias que são fundamentais para a
nossa jornada. O
referencial será sempre a Torah, que serve de base para todo o ensinamento
genuíno. Em fim, o
Judaísmo da Unidade preza pelo Judaísmo Bíblico e se identifica com os princípios
fundamentais da fé judaica. Quanto aos membros, os que são judeus serão
identificados como
“Judeus que tem o testemunho de Yeshua” e os membros não judeus podem se
identificar como
“crentes no Eterno”, “discípulos do Messias Yeshua”, “prosélitos”, “seguidores do
Messias
Yeshua”, embora legalmente são “B’nei Noach”(literalmente ‘filhos de Noé’), ou
seja, pessoas
que se converteram ao Eterno através do testemunho de Yeshua, e se
comprometeram a
cumprirem as leis noéticas, descritas em Atos 15:19-21. As leis noéticas (Atos
15:20) são o prérequisito
fundamental para um gentio que se converte ao Eterno (Atos 15:19), pertencer a
Congregação do Eterno. Além destas leis, existem outras que embora não sejam
obrigatórias
estão disponíveis (Atos 15:21), como a celebração de algumas festas bíblicas, em
especial a
observância do Shabat, que é um preceito que agrada muito ao Eterno (Isaías 56:3-
7). Em fim,
o Judaísmo da Unidade embora tenha o testemunho de Yeshua, se enquadra
perfeitamente no
JUDAÍSMO, a única religião estabelecida pelo Eterno.
Shalom!
Postado por Marcos Andrade Abrão às 7/19/2012 07:05:00 PM
59
Notas:
1 – Martinho Lutero e o antissemitismo.
Sabemos que infelizmente, além de todas as artimanhas do engano, existe também
a mania entre
os governos, de romantizar a verdade por detrás da história. Isso acontece, por
exemplo, com a
história de nosso país. Tudo o que é contado em livros de escola, na verdade, foi
totalmente
romantizada por uma pintura ou a necessidade de levar as pessoas a crer no que
desejam que
creiam, já que a verdade, em muitos destes casos, é realmente feia e cruel.
Martinho Lutero é
apenas um destes exemplos.
-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-
=-
Desejo de todo o coração que você tenha absorvido ou esteja absorvendo os
ensinamentos das
Escrituras Sagradas, disponibilizado nesta apostila que, espero, seja a primeira de
muitas.
Aprenda e divulgue. Reparta e distribua. Você está autorizado a copiar, e distribuir
a tantas
quantas pessoas você desejar. Apenas peço que faça isso de forma gratuita. Ou no
máximo
pedindo o valor necessário para que você possa fazer as cópias e encaderná-las.
Não venda, não
queira proveito financeiro, pois não para este fim que ela foi escrita e por isso, está
disponível
na internet.
Se usar partes do texto que a compõe, faça a devida menção de sua fonte, como é
exigido pela
lei e ainda como aprendemos com a Palavra que nos ordena dar a devida honra a
quem de
direito – Romanos 13.7. Que o Eterno o abençoe.

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