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FILOSOFIA RELIGIOSA DO MESSIAS:

DEUS AO REINO DO CÉU NA TERRA

MESSSIAS

VOLUME 4
2010
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INTRODUÇÃO

“Messias” compreende três tópicos: Família, Trabalho e


Fé; Messiânica; Messiânica Mundial.
Este volume apresenta a vida de Mokiti Okada, seus
pensamentos, palavras e ações, suas reencarnações, como se
tornou Meishu-Sama, anos mais tarde, Meshia-Sama, o Messias.
Os 72 anos de existência de Mokiti Okada são
apresentados em três períodos: primeiro, que vai de 1882 a
1934, seus primeiros 52 anos de vida, passos iniciais na família,
trabalho e fé; o segundo, de 1935 a 1949, dos 52 aos 66 anos,
seus posteriores 15 anos, formando e desenvolvendo a
Messiânica; e o terceiro, de 1950 a 1955, dos 67 aos 72, seus
últimos cinco anos, edificando a Messiânica Mundial.
O primeiro período - Família, Trabalho e Fé - compreende
três sub-períodos: “Caseiro comum e admirável” [1882-1904,
primeiros 22 anos], “Empresário de loja de aviamentos” [1905-
1919, 23 aos 37 anos] e “Religioso da Oomoto” [1920-1934, 38
aos 51]. O segundo período - Messiânica: “Criador de uma Ultra-
Religião” [1935-1943, 52-61], “Edificador de Solos Sagrados”
[1944-1949, 62-66] e “Revelador de seu Passado, Presente e
Futuro”. O terceiro período - Messiânica Mundial: “Começou a
usar o nome de Meishu-Sama” [1950-1953, 67-70], “Passou a ser
chamado de Meshia-Sama” [1954-1955, 71-72] e “Delineou o
Século XXI”.
Meishu-Sama é o nome religioso de Mokiti Okada, assim
como, Sakyamuni é o nome religioso do príncipe Sidartha
Gautama que foi um Buda, e Jesus de Nazaré que foi um Cristo.
O empresário Mokiti Okada, que viveu entre 1882 e
1955, teve várias reencarnações, numa delas, ele mesmo disse:
“Relacionando a minha vida à do Príncipe Shotoku, dá para
perceber a existência de pontos semelhantes entre as nossas
idéias porque, na verdade, eu sou uma reencarnação dele.”
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Reencarnações conjecturadas, após a deste príncipe
regente Shotoku (574 d.C.-622 d.C.), foram a do general
Hideyoshi Toyotomi (século XVI) e o pintor Ogata Korin (1658-
1716). Vidas anteriores a do príncipe, que foram muito
significativas, data de cerca de três mil anos atrás, que será
explicitada neste trabalho.
Eis o que o Meishu-Sama pensa a respeito destas últimas
personalidades vivenciadas por ele.
No que se refere ao príncipe Shotoku:
“Uma semelhança marcante entre a minha vida e a do
Príncipe Shotoku diz respeito às construções.”
“Exemplifiquemos, primeiramente, com o príncipe
Shotoku, cujo vasto conhecimento sobre a cultura budista,
principalmente na parte artística, ninguém poderá deixar de
reconhecer. Temos a prova disso no Templo Horyuji e em outras
construções, que ainda conservam o esplendor da sua
magnificência, A sua famosa "Constituição dos 17 Artigos" de ser
considerada a base da lei japonesa.”
Meishu-Sama sempre dizia: “"Trabalho dez vezes mais do
que qualquer homem.” Neste aspecto, lembra o príncipe regente
Shotoku, que ouvia dez pessoas ao mesmo tempo, coisa
impossível para uma pessoa comum.”
No que diz respeito ao general Hideyoshi Toyotomi:
“A maior honra, no entanto, desejamos conferir a
Hideyoshi Toyotomi (unificador dos feudos, no ano de 1573). A
grandeza de Hideyoshi Toyotomi reside no fato de ter
compreendido a Arte ainda na mocidade e colecionado obras-
primas, o que não deixa de ser algo surpreendente, dado que ele
era filho de lavrador. Geralmente, além de crescer sob condições
favoráveis, ou melhor, na classe acima da média, é necessário
um grande esforço para se atingir o nível do "saber das coisas"
[tieshokaku]. Hideyoshi, portanto, é de fato um homem
extraordinário, pois atingiu esse nível apesar de sua origem
humilde e de ter vivido continuamente em campos de batalha.”
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No que tange ao pintor Ogata Korin:
Quando Meishu-Sama tinha 25 anos de idade, abriu uma
loja em Tóquio, na Rua Nishinaka, Nihonbashi e deu o nome de
Korin-do em homenagem ao famoso artista Korin Ogata (1658-
1716), que Meishu-Sama mais admirava entre todos os artistas
japoneses.
Mas, afinal, em poucas palavras, quem é Meishu-Sama?
Ele mesmo responde:
“No presente, quando o mundo vagueia em tão caótica
situação, Deus enviou o Mestre Meishu-Sama, fundador da
Igreja Messiânica Mundial, com a suprema missão de realizar o
Seu sagrado objetivo de salvar toda a humanidade.”
“Mesmo aquela estátua do Palácio dos Sonhos, que ficou
por longos anos oculta, indica simbolicamente o meu nascimento
como um Guce Kannon, isto é, um salvador da humanidade.”
Antes de começar a primeira parte, isto é, transmitir a
vida de Meishu-Sama, expõe-se o que Meishu-Sama pensa,
através de suas próprias palavras, a respeito da transmissão de
sua existência:
“Aqueles que me conhecem, cientes da grande obra de
salvação por mim realizada, naturalmente gostariam de saber
tudo o que for possível a meu respeito; no futuro, será
incalculável o número de pessoas, no mundo inteiro, que terão o
mesmo desejo. Assim, como criador do princípio do Mundo
Paradisíaco, pretendo deixar para as gerações vindouras a
imagem mais fiel de minha pessoa, e por isso escreverei a meu
respeito.
Parece-me estranho que aqueles grandes religiosos –
Cristo [Jesus], Maomé (séc. VI d.C.) e Sakyamuni (séc. VI a.C.) -
nada tenham falado de si mesmos. É como se estivessem
trajados com magníficas vestes e não quisessem tirá-las; desse
modo, não podemos conhecer suas impressões e confissões.
Talvez eles não nos tenham revelado seu íntimo por não terem
vontade de fazê-lo, mas acho isso realmente lamentável.
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Quanto a mim, acontece o contrário. Desejo escrever
tudo a meu respeito, com todos os detalhes. Provavelmente
encontrarão pontos incompreensíveis em minhas explanações,
fatos que lhes parecerão inverossímeis, grandes ou pequenos,
claros ou obscuros, finitos ou infinitos, etc. Saboreando minhas
palavras, conseguirão a sabedoria da vida e tornar-se-ão
possuidores de espírito inabalável.”
Enfatizando mais ainda:
“Todo acontecimento da vida cotidiana relacionada à
minha pessoa, por menor que seja, é Luz. Portanto, faça o
possível para transmitir isso a um maior número de pessoas.”
“Sem levar em consideração o fato de saber redigir bem
ou não, todos vocês que servem perto de mim, têm o dever de
transmitir aos fiéis a minha vida diária. Vocês precisam observar
direito se realmente estou pondo em prática tudo o que digo ou
ensino aos membros, e registrar tudo tal qual têm observado.”
“É importante que os mamehito saibam quem sou eu,
Meishu-Sama. Quando tiverem convicção absoluta do meu
poder, a sua alma ficará sólida como um diamante. Ao mesmo
tempo, a capacidade de atuação de cada um aumentará
consideravelmente. Assim todos conseguirão colaborar na Obra
Divina.
Devem vocês, portanto, procurar entender do fundo do
coração, estas minhas palavras e, depois, colocá-las em prática o
maior número possível de vezes.”
Em dois poemas:

“Homens! Preparem-se!
Grande Messias é o Sagrado Nome
Daqueles que salvará o mundo no Juízo Final.

A Era dos Deuses


Será a era em que a Luz do Messias
Iluminará ilimitadamente a Terra.
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Ecoam mudas vozes de alegria
Pelo surgimento do Messias
Nos três mundos: Divino, Espiritual e Material.”

“Sou homem e não sou homem


Sou Deus e não sou Deus
Fico a refletir sobre mim mesmo ...

O Estado de União com Deus


Refere-se à ação onde não existe distinção
Entre a Obra de Deus ou a do homem.

Serei eu
A salvar este conturbado Mundo Material
Manifestando a Força da União com Deus.”

“Quanto ao museu, ficará para o ano que vem. Creio que


ele será comentado mundialmente, atraindo a atenção do
mundo inteiro. A obra ainda está na metade, mas quando estiver
totalmente concluída, causará assombro. Como resultado,
surgirá esta pergunta: ‘Afinal de contas, o que é a Igreja
Messiânica Mundial?’. Sabendo que se trata de uma Igreja
dirigida por um indivíduo chamado Meishu-Sama, quererão
saber quem é esse indivíduo. Assim, estou certo de que terá início
uma pesquisa sobre ele.”
““Entre o espaço de 10 e 20 anos, Ele construiu tudo
isto..." Eu acho que a partir de uma frase como esta, as
pesquisas sobre Mokiti Okada vão dar o seu passo de largada.
"Quem foi ele e qual a filosofia que pregava". Através destas e
de outras frases, todas as coisas que eu escrevi serão lidas em
todas as partes do mundo. E, como resultado concreto disso,
teremos que as pessoas não vão poder deixar de entender
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sobre a superstição da Medicina e a superstição dos
fertilizantes muito utilizados até os dias de hoje. E ainda, como
vou construir a grandiosa obra que é o Paraíso Terrestre, vão
achar maravilhosas as minhas palavras e a minha ideologia e,
principalmente, vão entender que através dela é que vamos
implantar a verdadeira saúde. Todas as doenças vão ser
exterminadas. Teremos grandes colheitas sem nenhum tipo de
fertilizante ou adubo. E, ainda por cima, quando acabarmos
com o ateísmo, os criminosos também vão desaparecer.
Como escrevo coisas do tipo extraordinário e até raro,
se forem lidas por pessoas que possuem pensamentos
deturpados, por mais que sejam coisas boas que estejam
escritas, de maneira alguma elas entram na cabeça destas
pessoas. Por outro lado, se for lido por pessoas que tenham o
pensamento: "Ele é diferente das pessoas comuns. Com
certeza não é um homem qualquer. O que será que ele quer
dizer com isso?", rapidamente se tornará um apreciador das
minhas palavras. Se não for por esta maneira, não se chegará
a lugar nenhum. E esta forma de fazer é uma atitude do Deus
Absoluto. Assim, dá para entender que Deus faz de uma forma
tão magnífica que chega a nos deixar boquiaberto, ou seja,
antes de tudo, Ele utiliza o Belo para chamar a atenção das
pessoas em geral. Eu acho que Deus faz tudo com muita
habilidade.”

Assim, neste volume devido ao seu caráter excepcional


de abordar existência pessoal, são incluídas na Bibliografia
outras referências que trazem depoimentos de familiares, como
os livros de Ensinamentos de Nidai-Sama e trechos de palestras
de Kyoshu-Sama.

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ÍNDICE

1. Família, Trabalho e Fé................................................... 011


1.1. Caseiro comum e admirável.............................................. 011
1.2. Empresário de loja de aviamentos.................................... 032
1.3. Religioso da Oomoto......................................................... 051

2. Messiânica.................................................................... 089
2.1. Criador de uma Ultra-Religião........................................... 089
2.2. Edificador de Solos Sagrados............................................. 143
2.3. Revelador de seu Passado, Presente e Futuro................... 172

3. Messiânica Mundial...................................................... 241


3.1. Começou a usar o nome de Meishu-Sama........................ 241
3.2. Passou a ser chamado de Meshia-Sama............................ 313
3.3. Delineou o Século XXI........................................................ 342

Síntese................................................................................... 353

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1. FAMÍLIA, TRABALHO E FÉ

1.1. Caseiro comum e admirável.

De 1882 a 1904, ou seja, os primeiros vinte e dois anos.


Neste item: Nascimento; Infância; Juventude.

● Nascimento.

Neste ponto: Lugar e Tempo; Predição; Linhagem.

Lugar e Tempo.

Meishu-Sama disse as seguintes palavras: “Deus,


confiando essa grande missão a um simples ser humano como
eu, fez-me nascer neste mundo” e “Nasci em Hashiba localizado
em Assakussa, Tóquio, no dia 23 de dezembro de 1882”.

Predição.

Ele falou o seguinte a esse respeito:


“Creio que a expressão “Luz do Oriente” surgiu há uns
dois mil anos, tendo-se propagado gradativamente a ponto de
hoje não existir quem a desconheça. Até agora, no entanto, por
ignorância do seu verdadeiro significado, ela continua envolvida
em mistério. Assim, gostaria de mostrar o que realmente
significa essa expressão.
Indiscutivelmente, “Luz do Oriente” era uma predição
relacionada à minha pessoa. Não haverá quem não se espante
ao tomar conhecimento dessa verdade, e poucas pessoas
conseguirão aceitá-la de imediato. Por isso, tentarei me explicar
melhor, apresentando provas reais do que estou dizendo.

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A primeira prova é o local onde nasci e o trajeto das
mudanças que fiz.
O país chamado Japão, como todos sabem, localiza-se no
extremo leste do globo terrestre; acrescenta-se que Tóquio é
uma cidade do leste do Japão. O leste de Tóquio é Assakussa,
cujo leste, por sua vez, é Hashiba. Assim, Hashiba é realmente o
leste do leste; em termos mundiais, é o extremo leste do
mundo.”
Em outras traduções ou ensinamentos:
“A palavra "Luz do Oriente" é pronunciada desde a
Antigüidade, há muito tempo atrás, no Ocidente. Eu acho que
foi pelo Cristianismo. A partir daí, essa palavra foi transmitida
de boca em boca, mas para as pessoas ainda tem um
significado muito vago. Na verdade, até hoje elas não
entendem o verdadeiro significado dela.
E é sobre isso que gostaria de falar no dia de hoje. A
Luz do Oriente, na verdade, se refere à minha pessoa. São
várias coisas, mas vou explicar da maneira mais clara para
poderem entender. O leste do Mundo é o Japão. É indiscutível
o fato do Japão se situar no extremo oriente do planeta.
Depois, o leste do Japão é Tókio. A tradução literal da palavra
"Tókio" é "capital do leste". O leste de Tókio é o bairro de
Assakussa. E o leste de Assakussa é Hashiba, local onde eu
nasci. Depois que nasci, eu vim me mudando, mas sempre em
direção ao Oeste.
Primeiro foi o bairro de Senzokubashi, depois foi
Naniwatyo de Nihon-bashi, Kobikityo de Kyo-bashi, Oii de
Oota-ku, Tamagawa de Oomori, Hakone, Atami e, por último,
Kyoto. Notem que, se contarmos, veremos que foram 8
[número de Izunome] os lugares para onde me mudei e
sempre em direção ao Oeste.”
“Analisando os diferentes aspectos da cultura japonesa.
Entre as religiões, o budismo, o cristianismo e o xintoísmo
nasceram no oeste e foram se propagando para o leste.
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Nos últimos tempos, foi introduzida no país a cultura
ocidental, de modo que a maior parte de sua cultura provém do
oeste.
Mas agora precisamos refletir: se, através dessa cultura
nascida no oeste, se tivesse conseguido formar um mundo ideal
de paz e felicidade que teria eu para falar? O que vemos,
entretanto, é justamente o contrário. Materialmente, o mundo
se tornou uma civilização magnífica, porém o mais importante,
que é a felicidade humana, não foi alcançada. O centro desse
desejo, na realidade, é a Luz do Oriente.
Como podemos ver, os fundamentos da civilização
seguiram uma trajetória contrária à ordem natural, o que pode
ser muito bem compreendido ao observarmos a Natureza: o Sol
e a Lua despontam no leste e descrevem órbita em direção do
oeste. Sendo esta uma verdade eterna, o que nasce no leste
representa a própria Verdade. Assim, posso afirmar com toda
segurança que as pessoas que acreditarem em minhas palavras,
procedendo em conformidade com elas, conseguirão obter a
verdadeira felicidade. Em resumo: eu purificarei toda a água
turva impelida do oeste para o leste, devolvê-la-ei pura e
construirei um mundo límpido como o cristal.”
“A atual cultura mundial nasceu no ocidente e
finalmente chegou ao Japão. Só que, como esta cultura foi
criada de forma desordenada, ao chegar ao Japão, ela será
reestruturada para a maneira certa e então devolvida
novamente para o Ocidente. Esse é o significado das palavras
ditas há pouco: "Puxar a água suja, deixá-la pura e devolvê-la
de volta". O trabalho da Igreja Messiânica é transformar todas
as coisas construídas com fins maléficos para coisas límpidas e
puras, e devolvê-las novamente para o Mundo.”
“Se observarmos todas as culturas existentes no
mundo até hoje, veremos que todas partiram do Oeste. As
religiões também, como o Budismo, Cristianismo, Xintoísmo,
ou seja, os deuses, praticamente vieram do Oeste. O
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Xintoísmo japonês nasceu com os descendentes do Imperador
Jinmu, que veio da região de Kyushu, cidade de Takatiho.
Depois foram os descendentes dos Izumos. Assim, dessa
maneira, todas as religiões, em resumo, vieram do Oeste.
“Só tem um único Budismo que veio do leste: é a seita
Nitiren-shudo. Como eu sempre digo, o Budismo em si é a
religião da Era da Noite, ou seja, é de influência da Lua. E,
dentro do Budismo, só a Seita Nitiren-shu é o Budismo do Sol.
Isso porque foi o Bonzo Nitiren quem pela primeira vez
começou a entoar o "Sol" nas suas preces, no Monte
Seityozan, Cordilheira de Awa. Na verdade, ele nasceu ali
naquele local. O templo Tanjo-ji de Kominato de Awa, que
existe ali, é dito que foi erguido em memória ao nascimento
do Bonzo Shonin Nitiren.
Bem, eu já havia dito que no dia 15 de junho de 1931,
quando eu e mais 30 pessoas escalamos o Monte Kenkonzan
de Awa, e fomos até o Templo Nihon-ji, começava naquele
instante a aurora neste mundo. Mas bem antes disto, não
muito longe dali, o Bonzo Nitiren já havia entoado pela
primeira vez a oração "Myo-ho-ren-gue-kyo". Dizem que há
700 anos atrás esta oração foi entoada e que há 650 anos
atrás o Bonzo Nitiren faleceu. Quer dizer que foi mais ou
menos entre estes anos que o Sol nasceu pela primeira vez no
Mundo Budista. Foi o primeiro passo para a entrada na Era do
Dia.”
A segunda prova, por Nidai-Sama (esposa de Meishu-
Sama), é o mistério da data do seu nascimento:
“Meishu-Sama nasceu no dia seguinte ao solstício de
inverno, no hemisfério norte - quando os dias tornam-se mais
longos que a noite.(...) O fato de ter sido esta a data do seu
nascimento, dia em que o mundo começa a mudar da fase
negativa para a positiva, pode-se citar como de bom augúrio. Ele
nasceu para trazer Luz ao mundo.”

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Tanto no Ocidente como no Oriente, existe a crença de
festejar o solstício de inverno como sinal de respeito à luz do Sol,
origem de toda a vida, como momento em que a Luz ressurge e
todas as coisas renascem. Um bom exemplo disso é que a data
do nascimento de Jesus Cristo apontada pela História, Natal para
os cristãos, não corresponde à data verdadeira. Sendo assim,
Meishu-Sama veio a este mundo no misterioso dia que simboliza
o alvorecer do ano.
Terceira prova, nasceu na Era Meiji, que serviu de cenário
para seu nascimento, considerada como a da colisão das
civilizações oriental e ocidental.
Diante destas provas, Meishu-Sama escreveu:
“Realmente eu sou uma pessoa que nasceu com um destino
misterioso.” E compôs dois poemas:
“O surgimento da Luz do Oriente
No extremo oriente, no país do Sol Nascente,
É a Determinação Divina.”
“Saibam que a Luz de Oriente
Refere-se à Força da Salvação
Que possuo.”
Meishu-Sama proferiu esta palestra no momento da
inauguração da Grande Igreja de Kannon, em 1o de janeiro de
1935:
“A Luz do Oriente corresponde, na verdade, ao poder de
Kannon.
Desde a Antiguidade, muitas referências têm sido feitas à
Luz do Oriente. Continua, porém, sendo uma expressão
misteriosa cuja origem é desconhecida. O seu verdadeiro
sentido, contudo, me foi revelado no dia 04 de fevereiro de
1928. Enquanto esperava o tempo certo para divulgar essa
revelação, estava me preparando espiritualmente a fim de
realizar tão importante incumbência com muita dignidade.
Todos vocês que me ouvem neste momento devem
conhecer o Sr. Mitsuo Azuma aqui presente. Um dia, ele me
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pediu audiência e fiquei muito surpreso ao ler o seu nome no
cartão que me fora apresentado. Esse espanto me foi causado
pelos nomes Azuma, que em japonês significa “Oriente”, e
Mitsuo, “homem de luz”.
Conheci-o casualmente no dia 11 de outubro do ano
passado (1934). Nessa ocasião ele me disse que, por revelação
de Deus, já há vinte anos [1914] sabia do aparecimento de uma
pessoa possuidora do poder de Kannon.
Contou-me ainda lhe ter sido também mostrado que essa
tal pessoa havia nascido a leste do bairro de Shibuya, local onde
ele, Azuma, morava. Além disso, Mitsuo Azuma tinha
conhecimento de que encontraria esse homem divino no ano de
1934. Foi, por essa razão, procurá-lo em Kojimachi e alguém lhe
falou a meu respeito.
Azuma veio, então, visitar-me em Ooshin-do, local onde
eu morava na época. Conversamos e eu lhe disse que ele estava
certo. Mitsuo tirou algumas fotos minhas. Numa delas, aparece
um desenho de Kannon. Esse fato representa o primeiro passo
da manifestação na Terra da Luz do Oriente.
Aconteceu que em setembro do ano de 1934, por ordem
de Kannon, eu devia desenhar Senju, o Kannon de mil braços.
Preparei-me e, no dia 5 de outubro, comecei a executar o
trabalho imediatamente. Já havia realizado um terço da tarefa
quando, no dia 11, o Sr. Azuma apareceu e, conforme já lhes falei,
me fotografou. Com o aparecimento de Senju Kannon numa das
fotos, concluí que eu deveria refazer o desenho de acordo com o que
estava sendo mostrado na fotografia tirado pelo Sr. Azuma. E assim o
fiz.
Esse acontecimento foi, na verdade, o primeiro sinal
concreto da ação da Luz do Oriente, dando a conhecer ao
mundo o poder de Kannon e de sua Obra.”
“O que vou dizer é algo que já queria ter dito há tempos,
mas não o fiz porque enquanto não chega o momento certo não

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posso contar tudo claramente. Como esse momento chegou vou
falar hoje, pela primeira vez.
Num tempo bem primitivo, no ocidente começou a se
falar na “Luz do Oriente”, com certeza no cristianismo.
E a “Luz do Oriente” vem sendo transmitida de pessoa
para pessoa. “Luz do Oriente” tem sido algo muito vago e até
agora não se entendia muito bem do que se tratava.
Hoje, pretendo falar a respeito dessa “Luz do Oriente”.
Ela diz respeito a mim. (...)
E a “Luz do Oriente”, em suma, é o Sol [Sol Espiritual].
Mundo do Dia significa o mundo iluminado pelo Sol [Sol Espiritual].
Existe uma bola de luz aqui em mim (no centro da barriga). Essa bola
é a “Luz do Oriente” [no entanto, a luz não é exclusivamente
originária do Sol]. Como disse a pouco, do leste vai indo cada vez
mais para o oeste [pois, o Mundo do Dia, a civilização, segue o
trajeto do Sol] ou então subindo no centro do céu [pois, o Mundo do
Dia é a elevação de nível espiritual do Mundo Material, bem como a
civilização oriental é espiritual e vertical]. Desse modo, o mistério da
“Luz do Oriente” se desfaz aqui [no sentido de que Meishu-Sama é a
“Luz do Oriente”]. Sarar fazendo assim [por meio da imposição das
mãos], sai daqui [da bola de luz que está no centro da barriga de
Meishu-Sama]. Significa que está sendo irradiada Luz para o peito
[ou Meishu-Sama está apontando suas mãos para o peito, ou então
a luz da bola que está na barriga está subindo para o centro do céu].
(...)
Para tanto, em mim existe a Bola de Luz. Os ocidentais
compreendem melhor se falar em Jeová, por isso, deixei escrito
também que a doença é curada através dessa Bola de Luz
atribuída por Jeová. Pois caso contrário, a coisa não fica para
valer.
O assunto agora seria sobre Jesus e na Bíblia ele fala
diversas vezes que “vai fazer a salvação através do Espírito do
pai do Céu”. Por isso Jesus Cristo seria o filho de Jeová.

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Já o meu poder é um poder direto. Jesus seria, para mim,
um filho. O que os fiéis estão realizando agora tão intensamente
é o que Jesus realizava. Outro dia, por exemplo, uma pessoa que
não enxergava há oito anos, passou a enxergar perfeitamente
com apenas 2 minutos, o que será colocado no próximo “Eiko”.
Outra pessoa que não ficava em pé há 13 anos conseguiu se
levantar com 20 minutos e no dia seguinte, conseguiu ficar em
pé e andar. Aconteceram essas coisas e o que consta na Bíblia,
que Jesus realizou , o cego enxergou e o aleijado andou, está
sendo realizado pelos meus discípulos.
Com esses fatos não há outro jeito senão acreditar
porque o que eu disse não tem erro.”
Linhagem.

Nidai-Sama, Segunda Líder Espiritual da Igreja Messiânica


Mundial, lembra freqüentemente de Meishu-Sama dizendo: "O
espírito de meu bisavô me guia." Realmente, diz ela, sua
fisionomia e caráter eram notavelmente parecidos com os de
seu bisavô.
A árvore genealógica da família Okada constitui-se: dos
bisavós, Kizaemon e Tosse; dos avós, Sashiti e Yassu; e dos pais,
Kissaburõ e Tori.
O bisavô pela metade do século passado, em torno de 1850,
administrava uma casa de penhores e gozava de excelente situação
financeira. Era muito querido por todos devido ao seu amor
humanitário: emprestava dinheiro a juros baixíssimos sem levar em
conta lucros ou perdas, deixava à mão vários guarda-chuvas para
transeuntes desprevenidos nos dias chuvosos, distribuía papinhas de
arroz nos dias frios de inverno e hospedava sempre pessoas em sua
casa.
O avô é que entrou para família Okada, isto aconteceu
quando durante uma viagem passou pela casa de penhores. O bisavô
gostando dele a primeira vista, acabou por torná-lo seu genro. Como
não tinha herdeiro homem, fê-lo adotar sobrenome Okada ao casar-
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se com sua filha. Porém, levando vida ociosa, colocava em risco a
fortuna familiar. Um dia foi embora e não se soube mais de seu
paradeiro. No entanto, ao sair de casa, sua esposa já estava grávida.
Ao fim da gestação, nasceu o pai de Meishu-Sama em 1852.
Em 1867, faleceu bisavô, quinze anos antes do
nascimento de Meishu-Sama, que herdaria seu amor. Com a
morte, a casa de penhores foi declinando por não haver nenhum
familiar competente para fazer uma boa avaliação dos objetos e
a fortuna foi diminuindo gradativamente. Em 1871, a casa de
penhores acabou falindo. Nesse mesmo ano, seus pais se
casaram, ele com vinte anos e ela com dezoito.
Quando Meishu-Sama nasceu, sua família era constituída
de cinco pessoas: pai, mãe, irmã Shizu, irmão Takejirõ e ele que
era o caçula. Havia ainda uma irmã mais velha, chamada Haru,
mas esta faleceu um ano antes do seu nascimento. Eles
moravam numa humilde casa de aluguel.
Nidai-Sama escrevendo sobre o lugar de nascimento de
Meishu-Sama: “Após a Segunda Guerra Mundial, visitei Hashiba
e suas vizinhanças, juntamente com Meishu-Sama. O templo
Renso-ji, apesar de danificado, estava de pé, mas do seu antigo
lar não havia vestígios, embora algumas pequenas casas
permanecessem, como há alguns anos atrás.”
Hoje, o local faz parte da Sede Metropolitana de Tóquio
da Igreja Messiânica Mundial.

 Infância.

Nidai-Sama escrevendo sobre as indicações de qualidades


espirituais precoces de Meishu-Sama: “Desde sua infância,
pressentia-se que Meishu-Sama tornar-se-ia um grande Líder
Espiritual”. Aparentemente, ele não foi preparado em qualificações
especiais, mas absorveu no lar durante a sua infância, muitos hábitos
bons, alicerçando uma base de grande valor para sua vida futura.

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Neste ponto: Pobre Grato; Doente Inteligente e Altruísta;
Pacífico Justo.

Pobre Grato.

Ela descreve assim a família dele:


“Uma loja de penhores tinha sido trabalho da família de
Meishu-Sama, de geração a geração; até o tempo de seu bisavô,
o negócio tinha sido muito próspero.
Apesar de seu bisavô ter sido uma pessoa notável em
vários sentidos e aspectos, a fortuna da família tinha diminuído
bastante e quando Meishu-Sama nasceu, seus pais atravessavam
uma fase financeira difícil, sendo até necessário armar barracas
noturnas para negociar objetos de segunda mão.
Sua mãe, sendo uma dona-de-casa de poucos recursos,
empenhava-se em ser, extremamente econômica e zelava para
que nada fosse desperdiçado. Com grande senso de
responsabilidade e atenta a tudo que possuía foi exemplo na
conduta do lar.”
O próprio Meishu-Sama conta:
“Nasci em Hashiba, bairro pobre. Lembro-me vagamente
de que meu pai negociava com objetos usados e de que nossa
casa só tinha dois cômodos: um, com mais ou menos 4,90
metros quadrados, onde funcionava a loja, e uma sala de estar
com aproximadamente 7,30 metros quadrados. Todas as noites,
ele ia ao Parque Assakussa para abrir sua barraca noturna.
Desde que tenho consciência, muitas vezes ouvi meu pai
falar que, se não conseguisse determinada quantia naquela
noite, não teríamos o que comer no dia seguinte. Ele carregava
uma pequena carroça com alguns utensílios velhos, e minha
mãe, levando-me às costas, ia empurrando-a. Vivendo numa
pobreza extrema, ela ficou desnutrida e, como não tinha leite
para me amamentar, ia pedir leite materno.

20
Portanto, em minha infância provei o sabor da pobreza,
podendo compreender o quanto o dinheiro é motivo de
gratidão. Isso me foi de grande proveito, pois ainda hoje não
consigo desperdiçar nada, nem viver no luxo, de modo que sou
até grato pela adversidade daquela época.”
Nidai-Sama atestou:
“Era tão econômico que não desperdiçava nem uma folha
de papel para escrever. Por outro lado, não regateava ao pagar
somas bem alta em dinheiro para a aquisição de obras de arte.
Valorizava a obtenção de tão lindos trabalhos artísticos.”

Doente Inteligente e Altruísta.

O Fundador da Igreja Messiânica Mundial - Meishu-Sama -


relata:
“Até os doze ou treze anos eu era uma criança fraca e
doentia e vivia tomando remédios. Consegui terminar o curso
primário com muito sacrifício e, apesar de minha pouca idade,
sentia inveja quando via crianças saudáveis. Mas era
interessante como eu tinha bom aproveitamento na escola,
sempre estava em primeiro ou segundo.
No lar, era um menino que pensava em meus pais e
irmãos. Acordava antes de qualquer outra pessoa da família,
cozinhava o arroz e depois acordava a mãe.
É engraçado eu mesmo falar destas coisas, mas desde
pequeno, onde quer que eu fosse, quase nunca era malquisto ou
antipatizado. Pelo contrário, era respeitado e amado na maioria
das vezes. Então, pensando bem, concluí que tenho uma
característica que me parece ser o motivo disso: sempre deixo
meus próprios interesses e minha própria satisfação em segundo
plano; procuro fazer, em primeiro lugar, aquilo que satisfaz aos
outros, aquilo que os deixa felizes. Ajo assim não por razões
morais ou religiosas, mas naturalmente. Talvez seja da minha

21
própria natureza. Em outras palavras, é até uma espécie de
"hobby" para mim.”
Sua esposa é testemunha de que ele, além de ensinar o
caminho do altruísmo, sempre procurou fazer as pessoas felizes:
“Meishu-Sama nos ensina que a “chave para a felicidade
consiste em trabalhar para o bem estar dos outros” e ensina isso
face à sua própria experiência. Durante toda sua vida manifestou
amor pelos outros, procurando fazer com que todos fossem
felizes ao seu redor.”

Pacífico Justo.

Nidai-Sama narra:
“Nascido e criado por tal mãe e por pai honesto e
meticuloso em suas atitudes, Meishu-Sama era o reflexo destas
qualidades práticas e somava a tudo isso, suas virtudes e idéias
expansivas, inerentes à sua pessoa.”
Seus pais sempre calmos davam conta de todo serviço
sem reclamar.
Meishu-Sama recorda: “Não me lembro de ter sido
repreendido por meus pais.”
Mas embora ele não tivesse vivenciado conflito,
conheceu experiências a respeito:
“Um bonzo famoso deixou a Imagem de Kannon como
garantia e fez um empréstimo com Hanagame. Meses depois,
juntando o dinheiro necessário, o bonzo procurou-o, conforme o
prometido, para pagar a dívida e reaver a Imagem. Mas
Hanagame lhe disse: “Não me lembro absolutamente, deve
haver algum engano”, e nem lhe deu atenção. O bonzo, num
beco sem saída, amaldiçoou-o e enforcou-se em frente à casa
dele. Hanagame tinha vendido a Imagem a um estrangeiro por
uma quantia elevada e, desde então, tinha ampliado sua loja.
Evidentemente, o rancor e a maldição do bonzo foram os
causadores da cegueira de Hanagame. Além do mais, seu único
22
filho tornou-se um alcoólatra depravado, que gastou toda a
fortuna da família.”
Pensou em aprender judô: “Quando eu estava no curso
primário (entre sete e onze anos), quis aprender judô.” No
entanto era tão pacifista que no museu olhava para o lado
oposto da exposição das armas brancas e dizia: “Eu, por
exemplo, mesmo quando visito os museus, não vejo o que se
refere às armas. Passo direto pela arte de espadas." “Sinto frio
na espinha.”
Mas, era extremamente justo: “De nascença, tenho forte
sentimento de justiça, maior do que o das pessoas comuns.
Acabar com que causam transtorno à sociedade. Tenho sempre
isso em mente.”
Lutou na Justiça durante anos, inclusive contra
poderosos:
“Também sinto um grande ódio contra as injustiças. Quanto
mais injusta é uma pessoa, maior é minha convicção: "Tenho de
vencê-la de qualquer forma". Como exemplo disso, há quatorze anos
venho lutando na Justiça com o problema de um terreno. Meu
contestante, tomado de impaciência, já me propôs solução amigável
por três vezes, mas, por ele não demonstrar nenhum
arrependimento pelo que fez, não aceitei sua proposta.
Consequentemente, quem está em apuros agora é o juiz, que
procura uma solução amistosa. Outro exemplo: Certa vez entrei com
uma ação judicial contra um jornal de renome, Na ocasião, muitas
pessoas me aconselharam a não fazê-lo, pois a luta contra uma
grande empresa jornalística poderia resultar em prejuízos. Mas eu
não cedi um passo sequer e, como deve ser do conhecimento de
todos, batalhei através do nosso Jornal Hikari. Se é por justiça, eu
luto até mesmo contra o mundo.”
Tinha ódio ao mal, porém era prudente nas ocasiões em
que este se manifestava:
“Desde menino, desenvolvi um forte sentimento de
justiça. Tinha um ódio profundo pelas desigualdades que há no
23
mundo e muito lutei para reprimir o furor que me dominava
quando sabia de alguma injustiça ou desonestidade.
Esse autodomínio é difícil e doloroso, mas será facilitado
se o encararmos como um treinamento Divino que nos aprimora
espiritualmente. Sob esse aspecto, vemos que tal controle
minora o sofrimento e lapida a alma.
Eis uma característica que conservo até hoje: continuo
tendo horror pelo mal. Porém aceito os fatos, buscando ser
tolerante, tomando tudo como provação. A boa norma de
conduta determina ódio ao mal, mas também prudência nas
ocasiões em que ele se manifeste. Melhor dizendo, temos de ter
cuidado para que esse sentimento não se mostre exagerado
nem prejudique o próximo; que ele não fira o bom senso, não
falte aos preceitos do amor e da harmonia. É um ódio útil, que
nos permite caminhar com um sentimento semelhante ao de
Deus.”
Sua natureza era alegre, ficava infeliz com lamúrias e
repetições de assuntos:
“Por esse motivo algo que me deixa muito triste é escutar
gritos de raiva, lamentações, inúteis e reclamações. Também me
é difícil ouvir repetidas vezes um mesmo assunto. Minha
natureza é sempre pacífica e alegre.”

 Juventude.

Neste ponto: Doenças; Belas-Artes; Filosofia.

Doenças.

Reencontrando-se com a sua última reencarnação veio o


gosto pela pintura:
“Quando eu estava para terminar o curso primário, a
situação financeira de minha família melhorou um pouco, e

24
então pude ingressar na Escola de Belas-Artes.” e “Se eu puder
ganhar a vida com a pintura de que tanto gosto.”
No entanto, no decorrer deste reencontro, em 1897, aos
14 anos, poucos meses depois de ter começado a freqüentar a
escola de Belas-Artes de Tóquio, sentiu sua vista embaçar e
começou a ver as coisas duplicadas. E assim, uma doença
maligna na vista impede seu sonho de ser pintor.
“Na juventude, quando pensei em ser pintor, tive
problemas na vista, e parei.”
Um ano depois, em 1898:
“Quando eu tinha quinze anos, contraí pleurisia. Através
de tratamento médico, feito durante um ano, fiquei
completamente curado. Por algum tempo tive saúde, mas
depois sofri uma recaída.”
No início do século XX, já estava desenganado pelo
médico:
“Desta vez, a doença progredia aceleradamente e eu ia
piorando cada vez mais. Passados pouco mais de um ano,
diagnosticaram-me tuberculose de terceiro grau. Nessa época,
eu estava exatamente com dezoito anos. Resolvi, então,
consultar o falecido Prof. Irissawa Tatsukiti, o qual, depois de
minuciosos exames, disse-me que já não havia esperança de
cura. Era como se tivesse sido condenado à morte sem dia
determinado para a execução. Então, eu me decidi. Já que ia
morrer de qualquer maneira, achei que não havia outro jeito
senão tentar o milagre da cura através de algum método
diferente. Pus-me à procura desse método.”
Restabelece-se com uma dieta vegetariana:
“Na minha mocidade, quando estava condenado a
morrer de tuberculose, eu ingeria grande quantidade de
alimentos de origem animal, mas, por certo motivo, descobri o
erro acerca disso e então passei a me alimentar com verduras.
Desde então, fui me restabelecendo vigorosamente e descobri
que a medicina era omissa. Parei, então, de tomar remédios e
25
continuei por três meses consecutivos com a alimentação
vegetariana e nem mesmo peixe seco comi. Com isso,
restabeleci-me completamente, dessa enfermidade e adquiri
mais saúde do que antes de adoecer. A partir dessa ocasião,
contraí outras doenças, mas a tuberculose desapareceu por
completo, e hoje, com 68 anos de idade, sou um velho cheio de
vigor que superava qualquer jovem. Se naquela ocasião não
tivesse despertado para a alimentação vegetariana, certamente
não estaria mais vivo. Cada vez que penso nessas coisas, sinto
arrepios.”
Porém, aos 20 anos, foi classificado no alistamento
militar em categoria próxima à dos inválidos. Nesta força armada
lhe disseram: “Seu corpo é um lixo”
Diante desse quadro doentio da juventude foi uma
pessoa tímida:
“Entretanto, quando eu era jovem, nunca cheguei a
pensar em tais coisas. Dos quinze aos vinte anos mais ou menos,
era mais tímido que qualquer outra pessoa. Sem nenhum
motivo, tinha receio de me encontrar com desconhecidos;
principalmente quando achava que a pessoa era um pouco mais
importante, nem conseguia falar direito com ela. Diante de
moças, eu enrubescia, meus olhos ficavam perdidos e eu nem ao
menos conseguia olhar para rosto delas ou falar-lhes. Como
fiquei pessimista por causa disso! Consequentemente, muito
duvidei se conseguiria integrar-me na sociedade como cidadão
adulto. Naquela época, quando me via frente a qualquer pessoa,
sempre tinha a impressão de que ela era mais inteligente e
importante que eu. Todavia, comparando o que eu era com que
sou atualmente, eu mesmo estranho a enorme diferença.”
Nessa época falece sua irmã Shizu aos 29 anos de idade,
ela que era o sustentáculo do progresso econômico da família
Okada com uma pensão de refeições. Seu filho ficou com o tio
Mokiti, que lhe dedicava um carinho tão grande como se fosse
seu pai.
26
Belas-Artes.

“Desde jovem eu gostava de tudo que dissesse respeito


ao Belo. Embora fosse muito pobre, cultivava flores em espaços
vazios e, quando dispunha de tempo, pintava quadros. Sempre
que me era possível, visitava museus e exposições.”
Nidai-Sama, escrevendo traços de seu esposo:
“Meishu-Sama sempre incentivou a visita a museus e
galerias, para ampliação do senso artístico, recomendação que
endosso. As palavras de Meishu-Sama, ”Paraíso é um mundo do
Belo", são absolutamente certas.”
Através da experiência com antiguidades, pedindo
opinião ao seu pai, adquiriu uma aguçada capacidade de
apreciação e avaliação das belas-artes.
Um familiar menciona:
“Aos 22 anos, aproximadamente, Meishu-Sama
costumava dar uma volta pela Avenida Guinza, em Tóquio, todos
os dias, após o jantar. Não se tratava apenas de um passeio,
pois, como havia muitas lojas abertas à noite, ele visitava
aquelas que comercializavam antiguidades, e examinava
cuidadosamente os objetos. Regressando, comentava com o pai:
"Hoje, estava à venda uma mercadoria assim, e creio que se
tratava de um artigo antigo e valioso. O que o senhor acha?"'
Dessa forma, ele conversava freqüentemente com seu pai. Este,
por sua vez, dizia: "Muito bem. Mas, da próxima vez, se achar
que é algo de valor, experimente comprá-lo." Então, de vez em
quando, Meishu-Sama adquiria algum objeto e, recebendo
critica dos familiares, foi, pouco a pouco, desenvolvendo a
percepção de distinguir objetos raros.”
Costumava convidar sua mãe para assistir peças artísticas
engraçadas. Ele mesmo recitava algumas durante o banho sob o
riso dos familiares, onde falava brincando: “Que mal há? Eu faço
isso porque gosto”.
Costumava freqüentar cinema:
27
“Nunca me esquecerei. Eu estava com dezesseis ou
dezessete anos quando assisti a uma exibição cinematográfica
pela primeira vez. Posso dizer, portanto, que sou o mais antigo
fã do cinema, que estava entrando no Japão nessa época.”

Filosofia.

Nidai-Sama, expõe que Meishu-Sama desde cedo se


educou na leitura de livros de valor:
“Num aprimoramento constante, leu muito, estudou
vários temas, aprofundou-se em estudos filosóficos, assistiu
conferências, etc. É importante criar o hábito de ler livros de
valor. Meishu-Sama em sua juventude enquanto estava doente e
enfraquecido, conseguiu um grande conforto na leitura de livros.
Ele também inicialmente baseou sua educação nessas leituras.”
Mesmo frágil de saúde:
“O senso de determinação de Meishu-Sama quando
ainda jovem, chamava a atenção. A despeito de sua frágil saúde,
utilizava o tempo livre para alargar seus conhecimentos,
assistindo conferências e consultando livros com o intuito de ter
mente equilibrada.”
Meishu-Sama menciona um dos trechos que o
impressionou muito:
“Citarei um trecho que ouvi e muito me impressionou:
‘Todo homem nasce mesquinho. para aperfeiçoar-se, deve
cultivar uma segunda personalidade, isto é, nascer pela segunda
vez.’ Estas palavras ficaram gravadas na minha mente e me
esforcei no sentido de colocá-las em prática na minha vida.”
Mais tarde, baseado nestas palavras escreveria:
“O egoísmo não é bom. Visar apenas o benefício próprio
é desaconselhável. O verdadeiro caminho do homem consiste
em ajudar as pessoas que estão em dificuldades após ter
progredido.”
Bem como orientaria um servidor:
28
“O fato de se sentir desgostoso consigo mesmo significa
nascimento de um novo eu que manifestou a capacidade de
criticar seu velho eu, e isso é muito bom. Todo homem precisa
evoluir para um segundo eu.”
Adere a idéias contidas na filosofia da intuição de Henri
Bergson:
“Quando jovem a filosofia de Bergson baseia-se nestes
três princípios: ‘Todas as coisas se movem’, ‘Teoria da Intuição’ e
‘O eu do momento’. Os conceitos formados pela instrução que
recebemos, pela tradição, ocupam o subconsciente humano
como se fossem uma barreira, e dificilmente o percebemos. Por
essa razão, tal ‘barreira’ constitui um obstáculo quando
observamos as coisas.
A ‘Teoria da Intuição’ encarrega-se de corrigir tais erros,
comuns entre os homens, libertando estes, completamente, de
preconceitos. Para isso é necessário ser ‘O eu do momento’, isto
é, fazer com que a impressão instantânea, captada pela intuição,
corresponda à verdadeira substância do objeto de observação.
‘Todas as coisas se movem’. Isso significa que tudo está em
contínuo movimento. Por exemplo, este ano difere do ano
passado em tudo. O mesmo podemos dizer a respeito do
mundo, da sociedade e dos nossos próprios pensamentos e
circunstâncias. Somos diferentes até mesmo do que fomos
ontem, ou há cinco minutos atrás.”
Mais tarde, norteado pela filosofia da intuição, orientaria
a construção dos Solos Sagrados através das idéias que lhe
vinham à mente.
Adere também ao pragmatismo de William James:
“Na mocidade James não considerava as filosofias como
divertimentos intelectuais; para ele, as doutrinas só eram válidas
se fossem postas em prática. O benefício que o pragmatismo me
proporcionou nessa época, não foi pequeno. Mais tarde, quando
iniciei meus trabalhos religiosos, julguei necessário aplicá-lo à
Religião.”
29
Continuando disse:
“Pretendo fundir a Religião e a vida prática, tornando-as
íntimas e inseparáveis. Deixemos, pois, de ostentar virtudes, de
isolar-nos, de ser teóricos como foram até hoje os religiosos, e
sejamos iguais às pessoas comuns. Para tanto, é preciso que
eliminemos toda afetação religiosa e procedamos sempre de
acordo com o senso comum, a ponto de tornar a Fé
imperceptível aos outros.”
Nidai-Sama recorda:
“Meishu-Sama afirma que o homem não deverá limitar a
fé às atividades particulares, mas sim, dela fazer um sólido
embasamento em outros campos de sua atuação tais como, na
política, economia, relações externas e atividades culturais. De
outra forma, afirma Meishu-Sama, um novo mundo de
verdadeira felicidade jamais se tornará realidade.”
Kyoshu-Sama, Terceira Líder Espiritual e filha de Meishu-
Sama, presenciou como seu pai seguia seus próprios
ensinamentos:
“Por longo tempo eu julgava que a pontualidade de
Meishu-Sama era um hábito natural; mas, mais tarde percebi
que ele tinha se esforçado muito para se disciplinar.
Uma vez, ele disse: "Como qualquer outra pessoa, eu me
sinto cansado às vezes e gostaria de descansar em vez de
trabalhar, mas sempre sigo meu programa. De outro modo, eu
não estaria fazendo o que mando meus membros fazer." Assim
aprendi que quando ele dava um Ensinamento aos outros, é que
ele sempre o seguia. Isso me tornou muito feliz e aumentou o
meu respeito por ele.”
Meishu-Sama explica o porquê de ser assim:
“De fato, eu não sou uma pessoa comum, sobretudo
porque Deus me atribuiu uma grandiosa missão. Esforço-me dia
e noite para cumpri-la, e todos os messiânicos sabem que,
através dela, um incontável número de pessoas está sendo
salvo.”
30
Mas algo que lhe era inato, o seu altruísmo:
“Desde jovem gosto de dar alegria ao próximo, a ponto
de isso se tomar quase um "hobby" para mim. Sempre estou
pensando no que devo fazer para que todos fiquem felizes.
Quando acordo pela manhã, por exemplo, minha primeira
preocupação é saber o estado de ânimo dos meus auxiliares. Se
houver uma só pessoa mal-humorada, já não me sinto bem.”
Mais detalhes dessa sua natureza nobre privilegiada:
“Em outras palavras, é até uma espécie de “hobby” para
mim. Por essa razão, muitos dizem que tenho uma natureza
privilegiada, e é possível que tenha mesmo.”
Depois que me tornei religioso, esse sentimento
aumentou ainda mais. Quando vejo uma pessoa sofrendo por
doença, não consigo ficar tranqüilo; tenho vontade de curá-la a
qualquer custo. Então, ministro-lhe Johrei, e ela fica curada e
feliz. Ao ver sua alegria, esta se reflete em mim e eu me sinto
feliz também. Por esse motivo, criei inúmeros problemas no
passado e sofri muito. Mesmo quando achava que nada poderia
fazer por uma pessoa e que deveria parar de dar-lhe assistência,
a pedido insistente e até súplicas da própria pessoa e de sua
família, eu cedia e continuava indo visitá-la, ainda que fosse
longe. Gastava tempo e dinheiro, e, no final, o resultado era
ruim, desapontando os familiares do doente. Muitas vezes,
cheguei até a ser odiado. Toda vez que isso acontecia, eu me
censurava, achando que deveria tornar-me mais frio.
Como essa minha característica também foi de muita
ajuda para a construção do protótipo do Paraíso Terrestre e do
Museu de Belas-Artes, creio que ela me tenha sido atribuída por
Deus. Quando vejo uma magnífica obra de arte ou uma
paisagem maravilhosa, não sinto vontade de apreciá-las sozinho
e até fico melindrado; nasce em mim o desejo de mostrá-las a
um grande número de pessoas, para alegrá-las. Dessa forma,
minha maior satisfação é alegrar o próximo, o que me faz ficar
alegre também.”
31
1.2. Empresário de loja de aviamentos.

De 1905 a 1919, ou seja, dos 23 aos 37 anos.


Neste item: Loja de Miudeza; Loja de Atacado; Ateísta
Bondoso e Sofrido.

 Loja de Miudeza.

Neste ponto: Falecimento Paterno; Sucesso com


Honestidade; Sofrimento por Acidente.

Falecimento Paterno.

Em 1905 quando Meishu-Sama tinha 23 anos, falece seu


progenitor:
“Meu pai faleceu muito cedo. Para combater a prisão de
ventre, tomou um remédio durante trinta anos sem falhar um só
dia, ficou doente do coração.”
Seu pai ao falecer, aos 53 anos, interrompe segundo
sonho de Meishu-Sama que era o de abrir uma loja de
antiguidades com ele.
Sua mãe o incentivaria a uma terceira tentativa de
caminho profissional:
“Não se preocupe. Cuidarei do que você não souber. Não
acha melhor começar por uma loja de miudezas do que por uma
loja de antiguidades, o que é muito mais difícil de administrar,
especialmente agora que seu pai faleceu?”
Aceitando a sugestão, ele prosperaria:
“Ora, eu sou de família pobre, e só pude me casar e ter
um lar graças à soma em dinheiro que me foi presenteada por
meus pais, então, uma lojinha de miudezas a varejo, a qual tinha
uma largura de 2,70 m. Como os resultados foram bons, em
pouco mais de um ano comecei no comércio por atacado e,
aproximadamente dez anos depois, era considerado um bem
32
sucedido na vida; meus bens somavam o equivalente a cento e
cinqüenta mil ienes daquela época (1919).”
Nidai-Sama expõe o que seu esposo descrevia para si a
respeito desses negócios na época:
“Nesse tempo ele vivia com sua mãe, pois seu pai já havia
falecido e decidiu que sozinho, enfrentaria a responsabilidade do
negócio: o armazenamento dos estoques, a venda das
mercadorias, a parte administrativa, enfim, todas as atividades
do empreendimento.
Ao me descrever o negócio, contou que se levantava
muito cedo e limpava a rua em frente à loja, antes que as
pessoas começassem a transitar. Depois, varria e espanava a loja
preparando diariamente o ambiente de trabalho.
Disse também que preenchia os deveres de três pessoas:
proprietário, vendedor e aprendiz, e que atendia a todos os
fregueses com cortesia e consideração, indistintamente.”

Sucesso com Honestidade.

Meishu-Sama sempre pensava: "Não devemos praticar


más ações, e sim boas ações." Ao tentar colocar isso em prática,
no entanto, faltou-lhe coragem. Um dia experimentou mentir
nos negócios e a vida se tornou sombria, retomando a verdade
os resultados foram favoráveis:
“É constrangedor eu falar de mim mesmo, mas desde
jovem eu era muito honesto. Não conseguia mentir de maneira
alguma. Por isso, sempre me diziam: “Um rapaz honesto como
você nunca vai alcançar sucesso. Se você não mudar seu
pensamento e não for hábil no mentir, dificilmente será bem
sucedido na vida.” Achando que essas palavras eram sensatas;
menti bastante durante algum tempo, mas não estava bem
comigo mesmo. Sentia uma angústia insuportável, minha vida se
tornava sombria, meus dias eram só de tristeza. Não havia, pois,

33
condição para eu obter bons resultados nos meus
empreendimentos.
Naquela época, eu era comerciante, de modo que as
"técnicas" de negociar deveriam ser muito mais vantajosas para
mim. Mas eu não conseguia me sair bem e acabei decidindo
voltar à honestidade, traço próprio de meu caráter. O engraçado
é que, depois disso, os resultados começaram a ser melhores do
que eu esperava. Em primeiro lugar, adquiri maior crédito no
mundo dos negócios, as coisas passaram a se processar num
ritmo excelente e em pouco tempo consegui um grande capital.”
Nidai-Sama escrevendo a respeito:
“Quando abriu a "Korin-do", um dos seus parentes, com
muita experiência no setor comercial, aconselhou-o a
administrar o negócio, sem observar os três itens primordiais
para o ser humano: honestidade, cortesia e consideração. Ele
disse a Meishu-Sama: "Ninguém pode ter sucesso no comércio
com uma política de total integridade". Meishu-Sama achou,
entretanto, que lhe era impossível seguir tal conselho e
prosseguiu como tinha sido até então, de acordo com suas
orientações próprias.”

Sofrimento por Acidente.

Entretanto, apesar do progresso da loja, Meishu-Sama


passou por mais uma decepção.
“Comecei a estudar Makiê (artesanato em laca). Aí, Deus
acabou cortando o nervo do meu dedo. Todos os outros dobram
e só este dedo (indicador direito) não. Consequentemente, não
consegui mais segurar o pincel e fui forçado a deixá-lo, pois
neste trabalho, este é o dedo que mais se usa, sabe? Nada podia
ser feito.”
No fundo, Deus estava cortando o laço de Meishu-Sama
com a sua encarnação anterior, ou seja, sua missão não era
continuar vivendo de arte.
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 Loja de Atacado.

Neste ponto: Casamento Independente e Próspero;


Sucesso com Altruísmo, Administração e Invenções; Sofrimentos
por Dificuldades Financeiras.

Casamento Independente e Próspero.

Nidai-Sama relata que Meishu-Sama recebeu proposta


idêntica a que seu bisavô havia feito ao seu avô, qual seja de um
casamento dependente:
“Contrastando com uma constituição física frágil e
delicada, Meishu-Sama possuía um espírito forte. Desde a
infância, manifestou uma sobrenatural espiritualidade.
Meishu-Sama possuía características pessoais especiais;
tinha as orelhas bem modeladas e, no Japão, acreditava-se que
quem tivesse os lóbulos das orelhas grandes e cheios, nascia sob
boa estrela.
Certo senhor possuidor de considerável fortuna em
negócios de moinho e desejando preservá-la aos seus
descendentes, pediu a Meishu-Sama que ficasse noivo de sua
filha e se tornasse seu filho adotivo. A sua resposta foi
categórica: "Eu nunca mudarei o meu sobrenome e estou
determinado a sozinho, ter meu próprio lar e construir algo
valioso". Ele rejeitou de forma irredutível as ofertas desse
senhor, causando grande desapontamento aos seus parentes. O
fato de tal recusa, demonstrou seu espírito forte e determinação
de elevados planos para sua vida futura.”
Escolhendo a autonomia, Meishu-Sama, em 1907,
quando tinha 25 anos, casou-se independentemente com Aihara
Taka, que tinha 19 anos. Graças à ajuda desta esposa, em dez
anos de comerciante, obteve sucesso como fabricante e
atacadista de miudezas. Pois, ela executava os trabalhos
domésticos e os da loja, lavava a roupa dos funcionários e
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guardava suas economias, bem como aprendia vivificação floral
e cerimônia do chá.
Quase meio século depois, continuava apontando como
negativo a dependência, agora sobre o caráter dependente dos
japoneses:
“Raciocinando dessa forma, fica bem claro que o método
de fazer greves para resolver os problemas entre empregados e
capitalistas não passa de simples manifestação do espírito de
dependência, pois, se os empregados pedem aumento de salário
aos capitalistas é porque dependem deles. Se trabalhassem
dando o máximo de seu espírito de independência, os resultados
do seu trabalho seriam muito melhores e certamente os
capitalistas é que ficariam na sua dependência. Por conseguinte,
primeiro os empregados devem fazer com que os capitalistas
lucrem e, depois, exigir a justa distribuição dos lucros. Como isso
é o certo e o justo, logicamente os capitalistas não poderiam
recusar-se a atender às suas reivindicações. Seguindo-se essa
diretriz, a solução dos problemas entre trabalhadores e
capitalistas não seria tão difícil. Atualmente, porém, tenta-se
apenas obter a elevação dos salários, sem levar em conta as
dificuldades; portanto, só podemos julgar que está se tentando
forçar a situação.
Sintetizando, nesta oportunidade eu gostaria de alertar
que, para resolver esse problema, não há meio mais eficiente do
que eliminar de vez o espírito de dependência que caracteriza o
povo japonês.”

Sucesso com Altruísmo, Administração e Invenções.

Nidai-Sama conta a respeito do sucesso de Meishu-Sama


devido à sua abnegação:
“Uma vez, o chefe da divisão de compras de aviamentos
da loja de Departamento Mitsukoshi (uma das maiores e mais
antigas lojas de departamento do Japão), chegou a Meishu-Sama
36
e disse: "Eu fui nomeado há pouco tempo chefe de divisão e sei
muito pouco sobre aviamentos. Apreciaria enormemente
qualquer informação sobre este assunto, sobre lojas
especializadas neste ramo e qualquer detalhe a mais que o
senhor queira me ensinar.”
Meishu-Sama respondeu: "Eu mesmo não tenho muita
experiência, mas terei imensa satisfação em contar-lhe o que
sei". Deu-lhe detalhadas informações sobre as notas e
particularidades especiais de várias lojas de aviamentos,
apontando algumas que eram excelentes em desenhos ou
especializadas em certos artigos. O chefe de divisão da
Mitsukoshi, após as informações, foi se embora, agradecendo as
orientações recebidas.
Alguns dias mais tarde, ele voltou: "Hoje eu tenho um
favor a lhe pedir ” - disse a Meishu-Sama. "O senhor é um raro
homem de negócios. A maioria dos homens não teria falado
comigo com a sinceridade que o senhor falou, elogiando e
analisando os pontos positivos dos competidores, sem dizer uma
só palavra sobre sua própria loja. Esta é uma prova convincente
para mim, de que o senhor não é mercenário. Estou muito
impressionado com sua moral e consideração. Minha loja
gostaria de começar a negociar com o senhor".
Meishu-Sama declinou repetidas vezes, desta oferta,
explicando que sua loja era de varejo; mas diante de contínua
insistência, entrou em acordo com a Mitsukoshi. Esta transação
obrigou-o a mudar a loja que era de varejo para atacado.”
Eis o que Nidai-Sama falou:
“Empregou seu primeiro funcionário, com participação
de lucros. Sua empresa foi crescendo gradativamente; as vendas
alcançaram cifras enormes e o lucro dos empregados era tão
grande que era difícil saber quem estava em melhor situação: se
Meishu-Sama ou seus vendedores que ganhavam mais que os
vendedores de outras lojas. Isso grangeou-lhe grande respeito e
fidelidade no trabalho.
37
Um de seus primeiros vendedores, senhor Nagashima,
que trabalhou na loja de Meishu-Sama por longo tempo, mais
tarde estabeleceu-se por conta própria, com grande sucesso,
mas nunca esqueceu os seus tempos de empregado,
orgulhando-se por ter tido Meishu-Sama como seu empregador.
Ele até hoje vem visitar-lhe e por várias vezes disse:
"Meishu-Sama causou em todos nós uma impressão
profunda de um patrão incomum. Durante todo o tempo que
para ele trabalhamos, sentíamos sua intensa bondade e
autêntica dignidade que inspirava em nós um grande respeito.
Combinava firmeza e amor em sua pessoa. Além de nossos
salários regulares, ele adicionava uma porcentagem
proporcional à eficiência do trabalho de cada um. Seu método
era bem diverso dos outros empregadores. Sua profunda
bondade, e a sua dignidade aliada ao senso de justiça, faziam-no
um empregador adiantado no tempo, e por isso era muito
respeitado por todos nós”.”
Exigia relatórios e orientava sobre a docilidade no cobrar
dos clientes:
“Enquanto não fizer o relatório, o serviço não estará
terminado. Quando for fazer as cobranças e não conseguir
receber das lojas que não costumam pagar em dia, nunca faça
cara feia, pois a pessoa ficará revoltada. Diga que, se não
puderem pagar na ocasião, você voltará outro dia.”
Nidai-Sama:
“A originalidade de suas inovações e estilo na atividade
comercial chamou a atenção e simpatia do público, obtendo
assim grande êxito.”
Inventou vários adornos para cabelo e expôs um deles
em Tóquio, onde recebeu o troféu de Bronze. Criou o Diamante
Assahi, requerendo patente deste artigo em dez países. Além
disso, obteve patentes de onze novos produtos criados por si.

38
Sofrimentos por Dificuldades Financeiras.

Isso ocorreu, em parte, por especular nos


empreendimentos:
“Eu também, antigamente, lidei muito com especulações.
Cheguei até a estabelecer uma sociedade de comanditas:
realmente, gostava muito de especular, vendia e comprava
ações. Entretanto, no final das contas, acabei tendo prejuízos
(risos). Lucrei, por isso, tive prejuízos. Quem perde desde o
início, é quem sai ganhando. Quando se lucra parece estar
ganhando, mas no final, está tendo prejuízo. É como nos casos
amorosos. Se leva fora de uma mulher logo no início, acaba
desistindo, não é? (risos).”
“Em 1919, aos 36 anos de idade, possuía uma financeira.
O Banco, que era o escudo protetor desta, abre falência. O
administrador da sua financeira tentando recuperar o dinheiro
perdido, sem que ele soubesse de nada, pediu dinheiro
emprestado à agiotas. A situação agravou-se e os agiotas
providenciaram a penhora dos bens. Oficiais de justiça entraram
na casa de Meishu-Sama e lacraram-lhe os móveis. Este, tirando
o lacre para pegar suas roupas necessárias, seria chamado à
delegacia onde recebeu advertência.”
A partir desse momento, começou a sofrida luta de
Meishu-Sama para saldar as dívidas, que se estenderam durante
vinte e dois longos anos, até 1941.

 Ateísta Bondoso e Sofrido.

Neste ponto: Sentimentos Positivos de um Descrente;


Sofrimentos por Doenças à Libertação aos Remédios;
Falecimento dos Familiares e Segundo Matrimônio.

39
Sentimentos Positivos de um Descrente.

Perfil ateísta:
“Primeiramente devo explicar como se processou a
evolução do meu pensamento. Quando jovem, eu era
extremamente materialista. Até mais ou menos quarenta anos
nunca entrei em templo algum. Achava tolice adorar ou rezar
para uma pedra, um espelho ou um papel escrito, que
constituem a imagem de Deus nos templos xintoístas e são
colocados num recipiente com formato de caixa, feito por
carpinteiros, com tábuas de cânfora. Nos templos budistas
também se adora um Buda desenhando em papel, ou as
estátuas de Kannon, Amida e Buda talhadas em madeira, pedra
ou metal. Eu costumava afirmar que Kannon e Amida só existiam
na imaginação do homem; por conseguinte, achava que era uma
adoração ainda mais sem sentido, não passando de idolatria.
Naquele tempo, li a tese do famoso filósofo alemão
Rudolf Eucken (1846-1926), o qual diz que o homem possui o
instinto inato de adorar qualquer coisa e, assim, criou e adora os
seus próprios ídolos, caindo na auto-satisfação. Como prova
disso, acrescenta ele, todas as oferendas depositadas no altar
estão voltadas para o lado dos homens e não para o lado de
Deus.
Senti-me, perfeitamente identificado com a tese e até
considerava que a existência de templos era prejudicial ao
progresso da Pátria, porque as nações que possuíam muitos
templos estavam em declínio e aquelas que quase não os tinham
se achavam em franco desenvolvimento.”
“Apesar disso, mensalmente eu contribuía com uma
modesta quantia para o Exército da Salvação, e por esse motivo
era visitado por um sacerdote que sempre insistia em que eu me
convertesse ao cristianismo. Ele me dizia: "As pessoas que
contribuem para o Exército da Salvação geralmente são cristãs.
Por que o senhor contribui, se não é cristão?”Então expliquei: "O
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Exército da Salvação trabalha para a recuperação de ex-
presidiários, transformando-os em pessoas de bem. Se não
existisse, talvez um deles tivesse entrado em minha casa para
me roubar. Portanto, se o Exército da Salvação está impedindo
que isso aconteça, é natural que eu seja agradecido e colabore
nas suas obras."
Também quis praticar virtudes segundo o ditame
comunista:
“Eu também desde que nasci não era como sou agora.
Era ateu convicto. Pensava em ajudar o comunismo quando
conseguisse ganhar muito dinheiro, e quis tornar-me
simpatizante. Por isso, ficava irritado com as pessoas que tinham
fé em Deus pensava que elas eram tolas. Entretanto, eu não
fazia maldade; queria praticar boas ações, mas achava que Deus
não existia.”
Kyoshu-Sama recorda a filantropia de seu pai com sua
empregada doméstica, mesmo sob forte oposição dos parentes:
“Ela voltou para casa, mas não podia trabalhar e era
tratada como um estorvo. Meishu-Sama enviava-lhe na época 15
ienes mensalmente. As pessoas que o rodeavam lhe disseram:
“O que adianta ajudar alguém que está condenado à morte? Se
ela pudesse retribuir o favor, trabalhando depois que ficasse
boa, ainda bem. Mas não é esse o caso. Portanto, você está
gastando, dinheiro à toa. É melhor parar logo com isso!" Aí,
Meishu-Sama respondeu: "Não tenho mínima intenção de ser
recompensado pelo que estou fazendo. Ajudar as pessoas
visando recompensa é uma espécie de troca. É como vender
favores. E isso não é caridade. Eu ajudo essa moça porque tenho
pena dela e não posso deixá-la desamparada. É um sentimento
natural que brota de mim. Vocês podem achar uma tolice, mas
eu estou plenamente satisfeito.”
Mais tarde, ao orientar, lembraria do que passou:
“É melhor ficar só com a Salvação. Não precisa se
importar com a oposição de familiares e parentes, já que está
41
dizendo que está mais atarefado com essa parte. Comigo
também era assim. Todos eram contra mim, mas eu fiquei firme,
sem dar ouvido a eles.”
Solidariedade com sua esposa tuberculosa:
Em 1908, considerava-se a contagiosa tuberculose uma
doença incurável. Mas, pensando que ajudar-se mutuamente, é
a atitude que um casal deve ter, cuidou dela. Tratando-a, com
uma dieta vegetariana, esta ficaria boa.
Custeou os estudos de um condutor (puxador) de
carrinho de transporte pessoal:
“Certo dia, na época em que ele era atacadista de
bijuterias e adornos, Meishu-Sama foi a Assakussa de jinriquixá
assistir a um filme. Percebendo que o condutor, além de ser
jovem, não conseguia conduzir o veículo adequadamente,
perguntou: "Você ainda é novato nesse serviço, não é?" O rapaz
respondeu. "Sim, faz pouco tempo que comecei. Na verdade,
sou estudante e não queria estar fazendo este serviço. Mas
quero ver se continuo até me formar".
Então, Meishu-Sama disse: "Realmente, isso é admirável!
Onde é que você mora? A minha residência é esta (entregou-lhe
o cartão), venha me procurar. Quem sabe, talvez até poderei
pagar os seus estudos". O rapaz ficou muito contente e, dias
depois, procurou-o em sua residência. Meishu-Sama fez-lhe
várias perguntas e, após incentivá-lo, prometeu-lhe custear a
educação até a formatura.
- Jamais esquecerei o favor concedido pelo senhor -
dizendo estas palavras, o rapaz, muito contente e emocionado,
retirou-se.
Soube-se, mais tarde, que ele conseguira terminar os,
estudos; e se tornara um policial.”
Justo ao escrever para os políticos que combatiam a
corrupção:
“No mundo político da atualidade, quase não existem
pessoas assim. A maioria é muito esperta e versátil, sendo
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muitos os que se mostram hábeis em forçar situações perigosas.
Torna-se evidente o vazio em que o mundo político se encontra.
Dessa forma, o que mais falta é um homem de fibra, que todos
possam seguir.”
Eis algumas práticas desse sentimento de justiça.
Em 1916, com 33 anos:
“Na época em que, eu era comerciante (antes de me
tornar religioso), muitas vezes fui vítima de embustes e
experiências pavorosas. Por felicidade, possuo inquebrantável
espírito de justiça. Lutei contra todos os obstáculos, indiferente
às conseqüências monetárias. O esforço empreendido na
preservação da justiça acarretou-me muitas desvantagens, que
felizmente foram passageiras. Com o tempo, a situação
melhorou e acabei por vencer, não só recuperando como
ganhando muito mais do que tinha perdido. Involuntariamente
tive três ou quatro casos judiciais, e um deles vem se
prolongando até hoje.
No tempo em que eu vivia na pobreza, uma associação
perseguiu-me, aproveitando-se do seu dinheiro e posição. Com o
decorrer do tempo, fui favorecido pelas circunstâncias e essa
associação teve de desistir. Foi o seguinte:
Eu possuía uma fábrica de objetos de fantasia e obtive,
em dez países a patente de um artigo que teve extraordinária
aceitação, propiciando-me um contrato especial com certa
firma. Como o artigo tivesse entrado em moda, recebi uma
proposta sumamente egoísta de uma associação de lojas
varejistas de objetos de fantasia, sediada em Tóquio, a qual me
pedia que lhe vendesse uma das duas exclusividades reservadas
àquela firma. Vendo-se rejeitada pela minha honestidade,
tentou boicotar-me com a colaboração de todas as lojas do
gênero, a fim de obrigar-me a ceder. Dois anos de resistência me
acarretaram considerável prejuízo, mas a associação deu-se por
vencida e entramos em acordo.

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Outro caso interessante foi quando, em protesto contra
uma injustiça comercial, tentei suspender determinada
transação. O encarregado, surpreso, disse-me ter sido eu a
primeira pessoa que rompera a tradicional obediência às
imposições feitas aos comerciantes. Reconhecendo que eu
estava com a razão, a firma desculpou-se, e o caso foi resolvido.”
Optou pela abertura de um jornal que combatesse os
males sociais, e assim iniciou vários negócios para conseguir
capital. Mais tarde, Nidai-Sama escreveria a respeito:
“Desde a juventude Meishu-Sama deplorou as condições
infelizes da sociedade e se preocupou profundamente com o
melhoramento do mundo. Anos antes de fundar a Igreja
Messiânica Mundial, ele pensou em publicar um jornal que
servisse, até certo ponto, para esclarecer as pessoas e preparar
o caminho para a reforma do homem. Isso indica que, mesmo
naquela época, ele estava decidido a, de alguma maneira, ajudar
a humanidade.”
Ele mesmo diria:
“Quando eu era jovem, apesar de ser ateu, sempre tive o
desejo de melhorar a sociedade, Achando que, para isso, não
havia meio mais eficaz do que uma empresa jornalística, fiz
vários pesquisas e fiquei sabendo que, naquela época precisaria
de mais ou menos um milhão de ienes.
Precipitando-me em conseguir logo a quantia necessária
para a abertura da empresa Jornalística, estendi demais a mão,
de modo que acabei falindo, com dívidas até o pescoço.
Consequentemente tive de desistir da idéia de abrir a empresa.”
Falando no enterro daquele que o colocara naquela
situação de dívida e que havia se suicidado: “Afinal, eu é que fui
o culpado, por ter confiado demais.”

Sofrimentos por Doenças à Libertação dos Remédios.

Eis o que Meishu-Sama dizia:


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“Tive quase todas as doenças, exceto as de senhoras.”
Teve crises de hemorróidas, dores de cabeça e estômago,
reumatismo, prostração nervosa, uretrite, amidalite, catarro
intestinal, problemas das válvulas cardíacas e periodontite.
Na sua crise de hemorróidas, superou quando descobriu
a causa desta:
“Essa doença é considerada mais comum entre os
japoneses. A sua causa está totalmente na má estruturação dos
sanitários que eles usam. Há muitas pessoas que lêem no
sanitário. Isso não é bom porque geralmente, quando começam
a ler demoram tempo. As pessoas que têm problemas de
hemorróidas devem refletir bem sobre esse ponto.
Quando eu era jovem "Sofri muito com essa
enfermidade, mas decidi fazer minhas necessidades fisiológicas
em menos de cinco minutos, mesmo que não tivesse terminado
totalmente. A partir daí a doença começou a melhorar
naturalmente.”
Em 1905, aos 22 anos, sofreu uma grave isquemia
cerebral em conseqüência de tensão e sobrecarga de trabalho
por falta de prática na loja de miudezas. Quando passava por
ruas onde circulavam bondes, chegava a sentir-se tonto e até a
desmaiar, por causa do estridente barulho dos trilhos. Bastava-
lhe conversar para que ficasse sem fala.
Em 1909 foi desenganado com tifo intestinal:
“Quando eu tinha 28 anos, sofri tifo. Observando o
estado do meu corpo, pensei que não tivesse cura; por isso, fiz
um testamento para minha ex-mulher (já falecida), explicitando
o que deveria fazer quando eu morresse. Estava, pois, bem
conformado com a minha situação.
Como a casa em que eu morava era pequena, imaginei
que, se viesse muita gente para o meu enterro, iria ficar muito
apertada. Então, preferi aguardar o desenlace num hospital
particular de clínica geral que havia perto da minha residência.
Pedi para ser colocado ali, mas não fui aceito. O diretor recusou
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a minha internação, alegando que a morte de um doente traria
má fama para a clínica, sendo, por isso, uma situação diferente
da que acontece numa instituição pública. Mesmo assim, não
desisti. Recorri ao irmão mais velho do diretor que, como eu,
nessa mesma época, tinha uma loja de armarinhos. Através dele,
fiz o pedido para que pudesse morrer nesse hospital e, por causa
desse relacionamento comercial que mantínhamos, fui aceito.
Estava, contudo, tão debilitado que não consegui entrar
no jinrikisha (carrinho de mão, o meio de transporte da época).
Fui, então, levado numa maca. Durante o percurso, olhava a
cidade e as pessoas, pensando estar fazendo isso pela última
vez. Sentia um vazio e uma solidão profundos. Nos três
primeiros dias de internação, não houve muita mudança no meu
estado clínico. O médico diagnosticou pneumonia, receitou um
medicamento, dizendo que com ele poderia obter a cura. Caso
contrário, não haveria outra solução. Quando o tomei, meu
sofrimento tornou-se ainda maior. Passei por uma espécie de
delírio em que via túmulos. Pensei: com certeza, vou morrer.”
Sobrevivendo, vivia sob o temor da doença a ponto de
parecer neurótico. Precavia-se a ponto de ir ao médico por causa
de um espirro. Quando ia ao toalete jamais usava a toalha usada
por outras pessoas, abanava as mãos para secá-las. Eis um fato
acontecido consigo, contado por ele, que mostra o quanto ficou
dependente da Medicina:
“Portanto, imaginamos o quanto os homens da atualidade
temem doença e estão apavorados. Uma vez doentes, é senso
comum ir a um médico e tomar remédios. Não posso deixar de
ficar admirado ao ver como puderam chegar a acreditar esse
ponto na medicina. Apesar disso, se pensar, como eu era antes,
não estou na posição de falar dos outros. Certa vez, aconteceu o
seguinte fato: creio que mais ou menos quando eu tinha 30 anos
e fui a uma região de águas termais num lugar bem afastado.
Assim que cheguei à hospedaria, perguntei à funcionária:
- Nessas termas existem médicos?
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- Sim, há um médico – respondeu.
- É um médico comum ou um cientista?
- Ouvi dizer que se formou este ano.
Ao saber disso, fiquei tranqüilo pensando que poderia ficar
sossegado nesse local. Entretanto, mas tarde, sabendo que
existiam muitas pessoas iguais a mim, vi que não era tão
excepcional. Também aconteceu o seguinte: como ninguém sabe
quando irá ficar doente, eu procurava um médico gentil que me
atendesse quando fosse chamado, mesmo durante a noite, com
um simples telefonema. Achei um médico assim e por isso
tratava-o com a maior consideração, até que ficamos como se
fossemos parentes. Ele foi padrinho de meu casamento com
minha atual esposa, e isso mostra o quanto eu acreditava na
medicina, nessa época.”
Porém, conscientizar-se-ia da nocividade dos remédios,
através da doença que mais lhe fez sofrer e de maior duração,
qual seja, a dor de dentes de 1914 a 1916:
“A dor de um só dente já é terrível. Imaginem então
quatro dentes doendo ao mesmo tempo todos os dias. Era
insuportável. Minha cabeça foi ficando tão perturbada que eu
me vi num beco-sem-saída, achando que teria de escolher entre
ficar louco ou me suicidar.”
Nessa situação, ouviu do seu dentista: “Já usei todos os
remédios que conheço. Agora só resta esperar pelo novo
medicamento que um amigo meu vai trazer dos Estados
Unidos”. Não suportando mais o sofrimento por que passava,
começou a experimentar um tratamento que um sacerdote da
religião Nitiren lhe aconselhou. Começou a se sentir melhor, a
dor havia diminuído, se viu tomado por uma sensação agradável
que não sentia há meses. Repentinamente, ocorreu-lhe uma
idéia: a causa da dor de dente não seriam os remédios? Não
seria por causa deles que a dor de dentes não passava? Os
analgésicos não estariam causando uma dor ainda maior?

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Pensando assim, parou de ir ao dentista e também nunca mais
foi a casa do sacerdote.
Eis o que Meishu-Sama disse a respeito:
“Tentarei escrever sobre minhas experiências com
relação a esse fato. Há 36 anos atrás, extraí os dentes para poder
colocar dentaduras; ao colocar remédio desinfetante na
cavidade aberta, comecei a sentir muitas dores. Para aliviá-las,
tomei novos remédios, mas elas iam aumentando gradualmente.
Entretanto, compreendi que tudo tinha sido causado pelos
remédios, sendo também uma forma de jogar fora o meu "eu"
de até aquele momento. Depois de compreender isso abandonei
os dentistas, e a dor foi passando gradativamente.”
Diante de tantas doenças, Meishu-sama aprendeu que:
“o meu mestre foram as doenças.”

Falecimento dos Familiares e Segundo Matrimônio.

No dia 25 de maio de 1912, quando Meishu-Sama tinha


30 anos, sua mãe falece de nefrite com 57 anos de idade. Eis
suas últimas palavras: “Parece que estou chegando ao fim.
Chamem Mokiti, preciso falar com ele” e “Mokiti você voltou...”
Em 1915, no oitavo ano de casamento, quando já haviam
desistido de ter filhos, Taka ficou grávida de uma menina. Mas, o
parto fora muito difícil, e por isso, logo depois de seu
nascimento, a criança veio a falecer. Logo depois, engravidou
novamente, nasceu outra menina, mas já estava morta. Em 4 de
junho de 1919, ficou grávida pela terceira vez de uma outra
terceira menina, contraiu tifo intestinal ocasionando nascimento
e morte prematuros da criança.
Taka ficou muito enfraquecida e, uma semana depois, no
dia 11 de junho de 1919, acabou falecendo. No funeral, muito
deprimido, Meishu-Sama falou: “Cortaram-me um dos braços.”
Em dezembro de 1919, aos 36 anos, casa-se pela segunda
vez, com Ôta Yoshi de 22 anos. Esta, que após a morte de
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Meishu-Sama, viria a ser Nidai-Sama, a Segunda Líder Espiritual
da Messiânica. Eis as circunstâncias em que se deu esse
matrimônio.
- Um indivíduo de nome Okada diz que deseja desposar a
Srta. Yoshi. - [resposta negativa] - O Sr. Okada falou que está
firmemente disposto a desposar a Srta. Yoshi. Não poderiam
pensar melhor no caso? - Por favor, dê este assunto por
encerrado. - O Sr. Okada está muito entusiasmado e me falou
que quer desposar Yoshi de qualquer jeito. - Se insistem,
podemos aceitar. - Yoshi diz: “Se ele insiste tanto, eu aceito.”
“Ao ser indagada pela tia, que perguntou: "O que você
acha? Ele é bem mais velho. Vai aceitá-lo?", Nidai-Sama
respondeu: "Essas coisas dependem da afinidade. A idade não
importa."
O pai de Nidai-Sama, vendo a foto de Meishu-Sama que
fora enviada, disse: "Como essa pessoa tem boa fisionomia, é
melhor aceitar a proposta" e, prosseguindo, disse que poderia
ajudá-lo, de certa forma, nos negócios. Ao saber disso, Meishu-
Sama afirmou: "Não gosto de incomodar as pessoas, e também
não quero que se misturem as coisas. Aceito-a (Nidai-Sama)
como esposa, desde que seja em separado dos negócios". E
assim, foi feito o casamento. Por isso, quando se casaram, os
dois sofreram muito financeiramente. Mas como Meishu-Sama a
tratava bem, Nidai-Sama foi muito feliz.
Trata-se de um fato ocorrido quando Yoshi (Nidai-Sama)
ia se casar.
Soube que Meishu-Sama dissera o seguinte, naquela
ocasião: "Apesar de já ter confirmado o casamento, por causa de
certa pessoa, tive que contrair uma dívida. Sinto pena dela
(Yoshi), portanto, vamos encerrar este assunto por enquanto."
Entretanto, Yoshi disse: "Uma vez confirmado o
casamento, mesmo que meu corpo esteja aqui, já pertenço
àquela família" e assim, felizmente, o matrimônio foi realizado.

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Normalmente, as pessoas escondem o fato de terem
pesadas dívidas e se casam, mas, Meishu-Sama, sem dissimular,
expôs tudo. Senti com isso que o Sr. Okada é uma pessoa
realmente honesta e boa, foi o que foi dito.
E então, Yoshi contraiu casamento, - afirmando: "Mesmo
que tenha que morar num cortiço por causa das dívidas, uma vez
que o compromisso foi selado, já faço parte daquela família.
Portanto, quanto ao dinheiro, podemos consegui-lo com esforço
mútuo".”
Depois de casados, um parente perguntou a Yoshi:
“Como é? Dá para viverem juntos?” Ela respondeu: “Comecei a
gostar dele. Fique tranqüila. Estando com ele, tudo irá bem.”
Um familiar diria que Mokiti ao acolher Yoshi como
esposa:
“Revelou-se uma pessoa carinhosa que, mesmo para a
caminhada diária, levava-a em sua companhia. Com todo o
carinho que recebeu, ela teve uma vida realmente muito feliz.”
E que quando ela engravidou, ele era extremamente
zeloso.
Ao saírem para fazer compras, Mokiti, dizendo ser
perigoso se ocorresse uma colisão violenta, chamava, além do
táxi que os conduzia, mais dois: um ia à frente e o outro atrás,
amarrados com cordas ao seu veículo. Isso era para evitar que
outros carros entrassem no meio. Quando o motorista
aumentava um pouco a velocidade, ele logo chamava a atenção:
"Está correndo demais, vá devagar". Assim, ele sempre tratou
Yoshi com o máximo de cuidado.
Os cabelos de Meishu-Sama, na época, já estavam
brancos. Por, isso, quando se casou, Yoshi chegou a levar uma
tinta para pintá-los. Porém, ele lhe disse:
“Não faça isso. Essa cor fica até muito bem.”

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1.3. Religioso da Oomoto.

De 1920 a 1934, ou seja, dos 38 aos 51 anos.


Neste item se aborda: Conversão; Iluminação;
Desligamento.

 Conversão.

Neste ponto: Prejuízo e Entrada na Fé; Sofrimento e


Afastamento; Mistérios, Sofrimentos e Retorno.

Prejuízo e Entrada na Fé.

“Naquele tempo, as minhas atividades comerciais iam


muito bem, e eu estava no auge da autoconfiança, mas um de
meus empregados me fez perder tudo. A sorte adversa,
manifestada através do falecimento de minha primeira esposa,
dos embargos judiciais sofridos da falência e de outras desgraças
me arrastaram para o fundo do abismo. Como resultado, acabei
recorrendo aquilo a que todos recorrem nessas ocasiões: a
Religião. Também eu fui à procura da salvação do xintoísmo e no
budismo, como era de praxe, e assim tive conhecimento da
existência de Deus, do Mundo Espiritual, da vida após a morte,
etc. Refletindo sobre o meu passado, arrependi-me da vida inútil
que levara até então.”
Registrou assim também:
“No dia 15 de março do ano seguinte (1920), começou a
famosa crise financeira. As ações tiveram uma grande baixa, e o
preço das mercadorias caiu bruscamente. Por isso, a Loja Okada
S.A., que havia acabado de nascer, desmoronou sem oferecer
nenhuma resistência, ficando num beco-sem-saída.”
Meishu-Sama conta que: “Desesperado, recorri à Religião.
Durante mais ou menos vinte anos, passei por inúmeros percalços e
dificuldades, tendo sofrido muito por causa de vultosas dívidas. Para
51
que possam fazer uma idéia, recebi várias intimações judiciais e sofri
uma falência.”
Ele, que acreditava que a felicidade ou infelicidade dependia
unicamente da inteligência e esforço, [pois, para si, estes dois
atributos foram a causa dele sozinho obter muito êxito empresarial
em pouco tempo] foi perdendo autoconfiança. Os seguidos e sérios
infortúnios que o atingiram, levaram-no a sentir a insignificância da
força humana para chegar a felicidade. Ele passou a pesquisar
diversas religiões, em busca de uma forma para se livrar das
desgraças.
“Realizei minuciosos estudos e pesquisas procurando
ouvir o maior número possível de espíritos desencarnados,
através de médiuns. De tudo que esses espíritos disseram,
eliminei aquilo que pode não ser verdade, transcrevendo apenas
os pontos coincidentes entre os muitos depoimentos que ouvi.
Por isso, tenho certeza de que não há erros em minhas
explanações.”
Assim mais tarde:
“Neste volume estão coligidos os Ensinamentos que
escrevi sobre os fenômenos do Mundo Espiritual, como
resultado de estudos e pesquisas efetuados durante mais de
vinte anos. Não há fantasia nem exagero em minhas palavras.
Como exemplo, vou contar uma estória ocorrida na
época em que eu estava pesquisando a religião Tenri-Kyo.
Um rapaz que sofria de tuberculose pulmonar e fora
desenganado, ingressou na referida religião. Pensando na
prática de uma boa ação, decidiu fazer a limpeza do escarro
expectorado por outras pessoas nos passeios da cidade.
Decorridos três anos, durante os quais fez isso todos os dias, o
rapaz estava completamente recuperado; a doença tinha
desaparecido sem deixar o menor vestígio.”
Outro exemplo:
“Certa vez em que eu estava fazendo concentração
mental, repentinamente senti uma sensação estranha. Tinha
52
impressão de que minha boca se abria até as orelhas, que meus
olhos brilhavam e que nos dois lados da minha testa se
formavam chifres. Comecei a emitir, espontaneamente, um som
horrível, como se fossem rugidos de um animal selvagem. Fiquei
assustado, mas, como já tinha ouvido falar sobre encosto de
espíritos, achei que devia ser isso. Pensei em espírito de tigre,
leopardo ou mesmo leão, mas vi que não poderia ser, pois esses
animais não possuem chifres. Consultei, então, meu superior
hierárquico, que na época era um orientador. Ele disse que sem
dúvida era espírito de dragão. Naquele tempo, eu também não
tinha certeza se dragão existia realmente, mas através do fato
em questão conclui que sim. Além disso, na ocasião eu tive a
impressão de que os ossos da parte superior da minha coluna
ficaram salientes, o que é outra característica do dragão.”
Pesquisou a Bíblia:
“Quando eu era jovem, discuti a respeito do milagre
numa reunião de pesquisa da Bíblia. Dizendo que não conseguia
acreditar absolutamente nos milagres, risquei todos os trechos
relacionados a eles. Lendo-a sem esses trechos, ela não era
relacionada mais a um livro religioso e sim, um livro de moral.
Quando entendi isso, perdi todo o interesse que tinha, e larguei
a pesquisa.” [pode-se imaginar quando se compara com os livros
de ensinamentos de Meishu-Sama que são ultra-religiosos].
Meishu-Sama se sentiu atraído pela Oomoto por ela pregar a
reforma do mundo e a toxicidade dos remédios, confirmando seu
sentimento de justiça e experiência da nocividade dos
medicamentos.
“A religião Oomoto nunca se preocupou em divulgar os
ensinamentos relacionados ao erro da medicina. No entanto,
quando ingressei nessa Doutrina, percebi, ao ler o Ofudessaki
(coletânea de textos psicografados pela fundadora Não Deguchi)
criticas a medicina. Nesses escritos encontrei a seguinte revelação:
“Deus está triste! O povo, por ignorância, deixou-se contaminar
pelos remédios, que não curam, só envenenam o corpo.” No
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momento em que li esse trecho fiquei assustado, pois, até então,
nenhuma corrente religiosa havia afirmado tão claramente que
remédio é veneno. Percebi aí também a razão pela qual ingressei na
Oomoto.”
Em outro ensinamento:
“Depois que tomei conhecimento dos erros da
medicina, descobri estas palavras escritas no Ofudesaki:
"Aquilo que veio do além-mar está mais para veneno do que
para remédio. É um bando de imbecis que pagam altos preços
por uma coisa inútil e, ainda por cima, sujam seus próprios
corpos. Desse jeito, até Deus fica em apuros..." E eu fiquei
deveras assustado! Nesta época acho que não havia uma
única pessoa que dissesse que o remédio era veneno. E isto
estava escrito no Ofudessaki, o que me comoveu muito. Esse
foi o principal motivo pela qual ingressei na Religião Oomoto-
kyo.”
Assim, decidiu converter-se àquela religião. Isso ocorreu
no mês de junho de 1920.
“Completar trinta e oito anos, para mim, foi também meu
segundo nascimento. A partir de então, inesperadamente,
ingressei na vida religiosa e, pela primeira vez, soube da missão
confiada a mim pelos Céus.”
Anos mais tarde falaria:
“Até agora não se conhecia o espírito. Desprezava-se a
sua existência. Como o Sr. Tokugwa, disse há pouco, é uma
questão de alma. A ação da alma é muito grande.
Ontem fui visitado por uma pessoa que eu não via há
cerca de um ano. Anteontem eu tinha pensado: "Como estará
ele passando?" No dia seguinte ele apareceu. Aí eu disse para
mim mesmo: "Ah, o espírito dele veio aqui antes!"”

54
Sofrimento e Afastamento.

Meishu-Sama disse que após tornar-se religioso, passou


por grandes sofrimentos, mas, por outro lado, também teve
grandes alegrias.
Como ocorreu ao passar por esse acontecimento:
“Quando entrei na religião Oomoto, meu sobrinho, que
era estudante ginasial, foi à cidade de Ayabe e lá, caindo num
rio, morreu afogado. Ele era o herdeiro do meu irmão mais
velho. Este irmão me disse: "Meu filho foi para lá e acabou
morrendo porque você ingressou na religião Oomoto. A religião
Oomoto é nossa inimiga." Como foi um acontecimento real,
afastei-me daquela religião.”
Logo em seguida, nasceu sua primogênita Mitiko em 11
de outubro de 1920, no ano seguinte seu primeiro filho homem
Mitimaro. Começou a melhorar profissionalmente:
“Mesmo assim, fizemos esforço para levantar o destino
da empresa e, por volta de 1922, finalmente a situação começou
a melhorar.”

Mistérios, Sofrimentos e Retorno.

Certo dia, antes da Segunda Guerra Mundial, Meishu-


Sama referiu-se ao livro de profecias da Oomoto: "Pode ser que
vocês não saibam de que se trata, mas está bem claro para
quem queira entender." Ali diz "pássaros de terras estranhas
voarão sobre o nosso país e abaterão os pássaros japoneses. Sob
seus pés sairá fogo." “Tudo isso se realizará.”
Perguntei-lhe o que significava "sob seus pés." Disse-me:
"significa que a Imperial Cidade de Tóquio um dia será um mar
de chamas. Vocês devem procurar ser mais perspicazes para
entender todo o assunto por uma simples palavra. Caso
contrário, não poderão ser eficientes instrumentos de Deus, na

55
Obra Divina." Somente após o término da guerra é que pude
compreender o verdadeiro significado de tudo isso.
Algo parecido se deu por ocasião do grande terremoto
ocorrido no Japão, no Distrito de Kanto. Antes de sua erupção o
Reverendo Deguchi da Seita Oomoto deu a Meishu-Sama um
quadro de um grande incêndio, por ele próprio pintado, onde se
via um mar de chamas em quase toda a superfície. Bastou olhá-
lo e Meishu-Sama previu o que estava para acontecer, mudou-
se, então, para Omori. Logo em seguida, um terremoto devastou
a cidade de Tóquio.
Certo dia Meishu-Sama contou-me o seguinte fato, que
ocorreu em Maio de 1923, quando era proprietário da casa de
comércio Okada. Nessa ocasião, ele decidiu vender sua bela
residência por 35.500 ienes: ainda que o valor normal fosse
acima de 50.000 ienes e mudou-se imediatamente, onde
comprou outra casa.
Seus parentes ficaram surpresos por essa atitude
repentina. Criticaram Meishu-Sama asperamente haver
efetuado a venda por preço tão baixo. Ele respondeu
tranqüilamente: "Vocês criticam-me agora, mas vocês deverão
voltar aqui dentro de pouco tempo." Os parentes que não
acreditavam em sua profecia, olharam-se aborrecidos e saíram
sem nada mais dizer.
Alguns meses após, houve grande terremoto que
transformou em um amontoado de brasas e cinzas. Foi,
realmente, uma trágica ocorrência em que morreram milhares
de pessoa, algumas diretamente pelo terremoto, outras pelos
incêndios que se seguiram.
Todos os parentes de Meishu-Sama que o haviam criticado
pela venda da casa, perderam seus lares e pertences.
Procuraram então Meishu-Sama com alguns poucos objetos de
uso pessoal, e admitiram que haviam cometido um engano ao
criticá-lo naquela ocasião. Disseram: “o que nos disse finalmente
aconteceu."
56
Nesse episódio acima se observa como Meishu-Sama
aceita a Lei de Causa e Efeito, a afinidade, o predestino, assim
ele não teve pena de quem iria comprar a sua casa.
Já para seu companheiro de negócios e líder da
Associação de Lojista, falou claro: “Em breve Tóquio ficará em
chamas.” Espantado, o companheiro deu gargalhada, falando:
“Não diga tolices.”
Em 1 de setembro de 1923, ocorreu um grande
terremoto no Japão. Uma calamidade que ocasionou a morte de
50 mil pessoas e a destruição de mais de 400 mil casas.
O líder da Associação que gargalhara, comentou: “Onde
foi que Okada ouviu aquilo? Ele diz coisas terríveis.” E apelidou-o
de ‘Deus’.”
Meishu-Sama, com esse grande terremoto, além de
sofrer novamente grande prejuízo nos negócios, perderia seu
filho homem no dia 3 de outubro. Pois, após catástrofe, houve
um surto de cólera infantil e sem que ninguém percebesse seu
primogênito teria contraído a doença e acabou não sendo
socorrido a tempo.
Em 2/12/1923, nasceu outro filho homem Mihomaro,
que é surdo.
No ano seguinte retorna a Oomoto:
“Depois de cinco anos, fui a Ayabe. A partir daquela
ocasião, tornei-me um membro devoto da Oomoto. Esse fato
também estava relacionado com a chegada do meu tempo
certo. Na primeira vez, a época ainda estava prematura. Adiar
por cinco anos foi melhor.”

 Iluminação.

Neste ponto: Atuação direta de Deus como Kannon;


Acontecimentos encerram vida empresarial; Transição da Era da
Noite para Era do Dia e Johrei.

57
Atuação direta de Deus como Kannon.

“Como falei anteriormente, desde o meu nascimento até


mais ou menos a meia-idade, era pessoa comum, sem qualquer
diferença em relação às demais. Perseguido pela adversidade, senti-
me perdido no mundo, buscando a fé. Filiei-me à Religião Oomoto e,
depois de considerável aprimoramento, consegui apreender a
essência de Deus. Minha vida sofreu uma mudança de cento e
oitenta graus. Fiquei sabendo que o homem recebe a proteção de
Deus e que, se ele não reconhece a existência do espírito, não passa
de um ente vazio. Mesmo nas pregações, caso não o façamos
reconhecer essa existência, estas não passarão de sermões sem
valor.”
Em 1924, aos 41 anos: “O ponto culminante da Fé é a
paixão a Deus.” E canta esse sentimento em alguns poemas:
“Conheci um amor
Que supera os amores
Aos quais entreguei minha vida.”
“É possuindo um caloroso amor
Pelo homem, que se ama a Deus
A ponto de se lhe entregar a vida.”
Em 1925, aos 43 anos, nasce a segunda filha Miyako.
Aos 44 anos, através da Revelação Divina em forma de
transe, sua missão lhe é comunicada:
“Certo dia do mês de dezembro de 1926, por volta das
vinte e quatro horas, tive uma sensação muito estranha, jamais
sentida até então. Ao mesmo tempo em que experimentava essa
agradável sensação, sentia-me induzido a falar. Queria deter
esse impulso, mas não conseguia. Insuportável força me impelia,
de dentro para fora. Não podendo resistir, deixei-a expressar-se
livremente. As primeiras palavras foram: ‘Prepare papel e
pincel’. Pedi à minha esposa que assim procedesse. As palavras
brotaram ininterrupta e compassadamente, expressaram fatos
surpreendentes.”
58
As revelações duraram cerca de três meses, chegando a
preencher de trezentas a quatrocentas folhas de papel-carta.
Seu conteúdo era inimaginável, versando sobre a formação do
Japão, no período que remontava há quinhentos mil anos
[Durante as eras glaciais, este país era conectado ao continente
asiático, o que facilitou a migração para o arquipélago japonês.
Nesse período, na China, os homens de Beijing tinham a imagem
parecida com a dos macacos. O Japão era ocupado por seres
humanos primitivos] e estendia-se até sete mil anos atrás [Com
o fim da última era glacial, já surgiria a cultura Jomon por volta
de 11 mil anos a.C.]; sobre a história da humanidade, no passado
e no futuro, e sobre a vida passada, presente e futura do próprio
Meishu-Sama, esclarecendo, também, a Vontade de Deus. As
previsões sobre o futuro, mais tarde se concretizaram: o
incidente da Manchúria, a 2ª Guerra Mundial e a situação do
mundo após guerra.
Na época, era muito difícil acreditar-se em tudo isso, de
modo que, durante algum tempo, muitas vezes Meishu-Sama leu
esses escritos e depois os guardou. Pelo fato de ‘não entender,
por mais que pensasse’, espirituosamente, intitulou-os: ‘Será?’
Naqueles escritos, havia fatos relacionados com o
Imperador, que era tido como Deus, de modo que seria muito
perigoso se eles viessem a cair nas mãos das autoridades. Assim,
os deixou enterrados, dentro de uma lata de zinco. Entretanto, o
controle das autoridades se tornava mais rigoroso. Ele passou a
ser vigiado e a receber repetidas intimações para depor.
Pressentindo o perigo, acabou queimando os papéis em
questão. Mais tarde pensou em reescrever; mas acabou não o
fazendo. Após a Segunda Guerra Mundial, escreveu o artigo
intitulado ‘O Século XXI’ (que será abordado em 3.3.).
Apesar das dúvidas e rebeldias, Deus usaria seu corpo
para executar grande obra de salvação:
“Será que realmente me foi confiada a força de salvação da
humanidade? Não consigo desenvolver de maneira alguma esse
59
trabalho cuidadoso de salvação”, “Por tratar-se de uma missão
grandiosa demais, nunca vista até então, não pude deixar de achá-la
muito pesada para um ser comum como eu. Entretanto, como era
Deus, quem me incumbia dessa missão, é claro que eu não podia
recusá-la. No início, duvidei bastante, chegando mesmo a rebelar-
me, mas de nada adiantou. Deus me manipulava livremente. Algo
muito grandioso me manejava, fazendo com que, por meio de
milagres, eu me encontrasse, pouco a pouco, com o Mundo de
Deus.”
O líder da Oomoto chegou a lhe dizer:
“Daqui para frente, se você se dedicar à cura de doenças,
poderá curá-las quanto quiser. Faça-o o mais possível. Se, por
acaso, você colocar água num copo e disser que a tomem,
porque é remédio, essa água se transformará em remédio,
sabia?”
A partir do dia 4 de fevereiro de 1928 ele adquiriu
diversos conhecimentos sobre o assunto, por Revelação de
Kannon. E assim chegou ao Estado de Suprema Iluminação
Espiritual:
“Naturalmente, consegui alcançar o estado de Kenshinjitsu e
pude conhecer a existência de Deus e dos mundos Divino, Espiritual
e Material, o significado fundamental da vida e da morte, a
tendência do mundo no passado, presente e futuro, o significado da
vida, etc. Minha alegria foi algo imensurável. Acho que foi bem maior
que a alegria sentida por Dharma quando alcançou a Suprema
Sabedoria, na noite em que reverenciou a lua cheia, após ficar
sentado contra uma parede durante nove anos, oito meses e quinze
dias.”
“Tudo que preguei
Desde os quarenta e cinco anos
Idade em que atingi o ‘Kenshinjitsu’
Expressa a Verdade.”
Continuando:

60
“Até hoje, a Religião, a Filosofia, a Educação, a Ideologia,
etc., em relação a todas as coisas, achavam impossível obter a
compreensão além de certo limite ou tocar no âmago das coisas.
Dizem que Sakyamuni atingiu o Estado de Suprema Iluminação
Espiritual aos 72 anos, e Nitiren, com pouco mais de 50 anos. O
Estado de Suprema Iluminação Espiritual se refere ao fato de se
chegar à essência. Através dele, Sakyamuni ficou sabendo sobre
a "Destruição da Lei", a "Vinda de Miroku"; Nitiren, sobre a vinda
de Diogyo-Bossatsu, após 650 anos, e sobre o advento do
Mundo da Agricultura justa. Jesus Cristo não falou sobre esse
estado, mas as profecias sobre "A chegada do Reino dos Céus" e
a "Segunda Vinda de Cristo" só seriam possíveis, alcançando
aquele estado. E, além deles, é possível imaginar que tenham
surgido diversos santos que, mesmo não o atingindo, chegaram
perto. Explicando de forma mais compreensível, o Estado de
Suprema Iluminação Espiritual é como se subíssemos no ápice
de uma pirâmide. Ao galgar o topo, verifica-se que o campo de
visão será mais amplo quanto mais alto formos.
Aqui, preciso falar de mim mesmo. Atingi o Estado de
Suprema Iluminação Espiritual, aos 45 anos de idade. Ao alcançá-la, é
possível conhecer claramente todas as coisas do passado, do
presente e do futuro. É claro que, além de transparecerem, todos os
erros do passado, é possível saber também sobre o mundo futuro, o
comportamento dos homens dessa época. Mas não é por isso que
agora posso contar tudo que sei. Isso porque, Satanás e os Fariseus
ainda continuam atrapalhando. Consequentemente, não tenho
alternativa, senão anunciar só uma parte. Fico triste por estarmos
ainda a um passo, até que tudo se decida. Mas isso também é
inevitável, devido à Providência Divina. No entanto, as pessoas que
têm lido meus Ensinamentos, devem ter se conscientizado de que há
uma grande diferença, comparando-os com os dos meus
antecessores.”
“Ao atingir esse plano ultra-superior de perfeição,
também os seres humanos terão condições de saber distinguir,
61
com precisão, os mais distantes lugares e conhecer o futuro de
dez ou de centenas de anos à frente.”
“Um outro fato digno de nota foi eu ter percebido que
Kannon mostra de diversas formas (kata ou modelo) como ficará a
situação do mundo, quais transformações vão ocorrer na sociedade,
qual o destino de cada pessoa, além de outras inúmeras ocorrências
vindouras.
Dentre essas muitas manifestações de Kannon, algumas
podem ser publicadas, mas a respeito de muitas outras nada
devo falar porque estão relacionadas a personalidades ilustres, a
fenômenos naturais que abalarão o mundo e também ao destino
das religiões até então existentes.
Como serão acontecimentos profundos e marcantes, se
forem revelados antecipadamente, poderão tornar-se motivo de
interpretações erradas e causar, por isso, muita intranqüilidade
à população.”
É claro que não atendo à modéstia quando digo que
quase sempre consigo resolver qualquer problema em poucos
minutos, por mais difícil que ele seja. Excepcionalmente, se
aparece uma questão que não resolvo logo, protelo-a sem me
esforçar. Momentos depois, infalivelmente, vem-me a inspiração
para solucionar o caso.”
Por isso, ensina:
“Não desvie de mim a sua atenção. Fixe atentamente os
olhos na minha pessoa e faça o serviço entregando-se de corpo e
alma.
Tudo a que der minha atenção, certamente crescerá com
o tempo."
Na época em que Meishu-Sama atingiu o estado de
Kenshinjitsu, isto é, o estado de iluminação máxima no Mundo
Espiritual, nasceu no dia 4 de junho de 1927, sua terceira filha.
Ela recebeu o nome de Itsuki e mais tarde, após a morte de
Nidai-Sama, se tornou Kyoshu-Sama, a terceira Líder Espiritual
da Igreja Messiânica Mundial.
62
Nidai-Sama escreveu:
“Foi em 1928, com 45 anos de idade, que ele percebeu
sua missão espiritual e encerrando as atividades comerciais
iniciou nova vida."
Em 4 de fevereiro de 1928, a fim de dedicar-se
intensamente à Obra Divina, deixou a parte administrativa da
Loja Okada e passou a ocupar posição de conselheiro.
Meishu-Sama expressou o que vivia:
“Naquela época, a minha vida era um contínuo milagre.
Quanto mais eu duvidava, mais milagres surgiam, possibilitando-
me desfazer as dúvidas. É mesmo, Deus existe de fato e está
muito próximo. Ou melhor, talvez esteja até dentro de mim. Há
uma Bola de Luz em meu ventre. Ela é o Espírito de Deus, de
modo que Ele mesmo maneja livremente meus atos, minhas
palavras, tudo.”
Em 08/08/1951:
“Afinal, por que eu nasci neste mundo? A primeira
metade da minha vida foi muito comum. Entretanto, uma vez
que me tornei religioso tudo se transformou. Isto porque, não
sei o que é, mas, mirando a minha pessoa, algo como uma bola
invisível, foi atirada. E essa bola se alojou em meu ventre. Isso
aconteceu cerca de 30 anos atrás [por volta de 1921]. O
interessante é que essa Bola parece ter um cordão. E alguém a
puxa ou afrouxa livremente. Ao mesmo tempo, a minha
liberdade me foi tirada. Quando penso em fazer algo, o cordão
me puxa e não deixa que eu faça. Em compensação, ele me puxa
para lados inesperados e sou levado para essa direção. É
realmente misterioso. Eu sou como um boneco que é
manipulado por um mestre de marionetes.”
Numa ocasião ele diria:
“Como há muita gente interessada em saber qual é a
relação entre mim e Kannon, a partir de agora vou explicar.
Comecei a seguir a religião Oomoto em 1918, mas,
devido a certas circunstâncias, afastei-me durante um período
63
de mais ou menos cinco anos.
Em 1923, retornei. Cerca de seis meses mais tarde, fui
procurado por um topógrafo desejoso de informações sobre a
Oomoto que, na época, se expandia rapidamente. Em meio à
conversa, olhando-me fixamente no rosto, perguntou-me se a
doutrina tinha alguma ligação com Kannon.
Respondi-lhe negativamente dizendo-lhe que a Oomoto
era xintoísta e Kannon, budista. Insistindo no assunto, afirmou O
estar vendo à minha direita.
Na verdade, como o topógrafo possuía a faculdade da
vidência, a sua visão espiritual se abriu naquele momento e ele
foi capaz de perceber a presença de Kannon ao meu lado.”
Uma vez, um senhor, fiel da Oomoto disse: “Estou vendo
um redemoinho em cima da sua cabeça; bem no centro dele,
está Kannon e vejo também uma cruz nas suas costas”. Não
entendi bem o significado dessa visão; mas, mais tarde, vi-me no
fundo de um abismo de sofrimentos, experimentando uma
grande perseguição religiosa e, pela primeira vez, percebi que,
de acordo com a clarividência espiritual acima, eu me
encontrava frente ao meu destino de estar no meio de um
redemoinho carregando uma cruz.
Mais tarde, várias divindades – deuses e budas –
começaram a se manifestar por intermédio de Meishu-Sama,
entre eles o deus Izunome, que é a essência de Kannon. E
Izunome anunciou-lhe a sua missão: seu corpo físico [corpo
humano de Mokiti Okada] seria usado por Kannon [no yukon de
Mokiti Okada] para a grandiosa tarefa de salvação da
humanidade. [“- Interlocutor: É um assunto relacionado a Deus,
mas será que poderíamos interpretar que uma parte do espírito
de Meishu-Sama manifestou-se dessa forma, nessa época?. -
Meishu-Sama: Sim, pode pensar assim.”]
Por esses e outros fatos, foi percebendo que a misteriosa
união entre ele e Kannon era um fenômeno divino:

64
“É’ venerável o Kannon
Que habita o corpo material
De um homem [Mokiti Okada] que era insignificante.”
“Sagrado é o Deus
Que com o nome de Kannon
Salva o mundo.”

Acontecimentos encerram vida empresarial.

“Não sei se é
Algum Plano Divino,
Mas, em minha vida,
É a primeira vez
Que assisto a um parto.”
Isso ocorreu no dia 11 de abril de 1929, quando tinha 47
anos, com o nascimento do seu sexto filho, um terceiro homem.
Shigueyoshi, deficiente físico, mas mentalmente normal.
O Fundador para presentear as pessoas que levaram
presentes em face deste nascimento, pintou desenhos em
leques sob aspectos das quatros estações e os intitulou
“Paisagens das Quatro Estações”.
Foi a partir dessa época que o Fundador começou a
produzir muitas imagens e caligrafias. Parte significativa das
imagens de Kannon foram elaboradas entre 1930 e 1934.
“Na realidade, muitas pessoas enxergam a Luz que sai
dos meus desenhos ou das letras que escrevo. O mais
interessante ainda é que essa Luz se projeta na mesma forma
dessas letras ou desenhos e, posteriormente, atua, fazendo com
que se concretize, então, seu próprio significado. Assim, ao
grafar palavras como "paz", "saúde" e "felicidade", por exemplo,
esses mesmos conceitos vão partir do plano espiritual, para daí
se tornarem reais, no Mundo Material. Não se trata, contudo, de
uma explicação fácil de ser entendida por meio do raciocínio
científico dominante hoje.”
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“Agora quero relatar um fato curioso referente ao Dragão
Dourado, o Protetor de Kanzeon-Bossatsu. Jamais esquecerei
esse acontecimento, ocorrido em 1929, quando eu era ainda
fervoroso seguidor da religião Oomoto.
Não me recordo, com exatidão, do dia, mas acho que foi
19 de abril, data em que a Oomoto realizava o grande festival da
Primavera.
O líder espiritual Seishi Sama (= mestre sagrado),
Onissaburo Deguchi oficiaria um culto, do qual eu iria participar,
no templo xintoísta da localidade em que nascera o fundador da
Oomoto.
Entre a cidade de Kameoka, onde me encontrava, e o
templo havia uma distância de aproximadamente oito
quilômetros, os quais percorri de automóvel, na companhia de
um outro membro da Oomoto chamado Jinmamoru.
No momento da partida, chegou a esposa de um
deputado federal, o Sr. Shiga. Tinha vindo do Estado de Saytama,
norte de Tóquio, e nos pediu carona para ela e o marido.
O carro partiu. Em seguida, veio-me o pensamento de
estar ocorrendo algo misterioso com o nome Shiga, pois era
também a denominação do lugar onde se realizaria o culto.
Imaginei então que deveria haver alguma coisa em comum entre
a cerimônia a qual iríamos assistir e o lago Biwa, existente no
mesmo local.
Depois da Celebração, o mestre Deguchi dirigiu-se
imediatamente para o lago Biwa, à beira do qual havia um
famoso restaurante (de cujo nome não me lembro), propriedade
de um membro da Oomoto.
Antes de voltar para casa (em 20 de abril), Deguchi
escreveu quatro ideogramas e os deixou no restaurante: “A água
do lago se enfurece e sobe até o céu”.
No dia seguinte (21 de abril), forte tempestade desabou
misteriosamente sobre o lago Biwa, chegando a afundar
quarenta e sete barcos pesqueiros. O fato foi noticiado pelos
66
jornais da época.
A causa de tamanha tempestade, segundo a revelação
que recebi, foi a subida ao céu do Dragão Dourado, mergulhado
há milhares de anos, no fundo do lago Biwa. Então, no momento
em que ia saltar da água, veio voando o Dragão Vermelho
(conforme a Bíblia, Satanás) para derrubá-lo. Violenta batalha foi
travada entre ambos, até a vitória do Dragão Dourado [Izunome-
no-Kami = Kunitokotati-no-Mikoto] e a fuga do Dragão Vermelho
para além do norte do Japão.”
No dia 23 de maio:
Um mês após o incidente no lago Biwa, por volta do
meio-dia, desabou um vendaval em Tóquio, onde eu morava na
época e, a partir desse momento, o Dragão Dourado tornou-se o
meu Protetor.
No dia 12 de agosto registrou um milagre com um
miteshiro, ou seja, com oferenda de algo que substitui a mão
com escritos impressos nele.
“Ao receber um leque branco
Do Sr. Yamamura, pedindo-me
Que lhe desse um ‘miteshiro’,
Eu escrevi um poema.”
“Este leque purifica
O corpo espiritual de todas as coisas.”
“Yamamura contou-me que viu
O leque que lhe dei
Irradiar uma luz espiritual.”
No dia 14 de novembro, conforme está escrito no seu
diário:
“Fui à sessão experimental de uma associação de
pesquisas parapsicológicas e vi curiosas manifestações
espirituais.”
Em 26 de março de 1930, participou de um ‘futi’, onde
ganhou uma folha de papel no meio da qual estava escrita, em
letra bem grande, a palavra “Purificação”.
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“Na Igreja Messiânica Mundial, conhecemos a existência
de Deus através de graças e milagres. A ‘Associação Segai
Kõmanji’ faz com que as pessoas O conheçam através [do ‘fûti’].
Em cima de uma mesa, coloca-se uma bandeja rasa, quadrada,
formada de areia prateada. Nas laterais, ficam duas pessoas
segurando uma vara com formato de T. A ponta da vara vai se
movendo automaticamente, traçando letras. Grandes religiosos
como Sakyamuni, Jesus Cristo e outros praticaram o ‘futi’. As
palavras fluem com muita rapidez, e por isso é impossível que as
duas pessoas se consultem.”
Meishu-Sama praticava o tinkon, um método religioso
antigo que consiste em serenar a alma, excluindo os próprios
sentimentos, e tornar-se uno com Deus. Para isso, a pessoa se
senta sobre as pernas dobradas, com os braços cruzados e os
olhos cerrados, e planeja o engendramento da própria
espiritualidade, tendo por objetivo a união com Deus. Considera-
se que, repetindo essa prática, a pessoa recebe poderes Divinos,
através dos quais lhe é possível curar doenças e manifestar
diversos milagres.
Um caso no decorrer de uma prática de tinkon:
“O fato que vou contar aconteceu no início das minhas
pesquisas e experiências sobre a cura das doenças. Eu dava
assistência a uma jovem de dezenove anos que sofria de doença
pulmonar em terceiro grau. Com a aplicação do segundo,
tratamento, verificou-se algum efeito positivo. No início do
terceiro, a Sra. M., mãe da jovem, de aproximadamente
cinqüenta anos, que estava ao lado observando, de repente se
levantou e ficou meio inclinada. Apresentava uma fisionomia
triste e, parecendo querer me agredir, falou:
- Você quase me destruiu. Quando eu já ia conseguindo
matar essa moça, você interferiu e salvou-a. Estou realmente
muito zangado, por isso vou fazê-lo sofrer.
Como era voz de homem, fiquei deveras surpreso e
perguntei:
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- Mas quem é você? Fique calmo!
Quando consegui acalmá-lo, ele sentou-se pesadamente
e declarou:
- Meu nome é Hirokiti.
Então, indaguei:
- Qual a sua relação com esse corpo?
- Sou irmão mais novo da quarta geração dos ancestrais
dessa família.
- Mas por que encostou nessa jovem e tentou matá-la?
- Eu abandonei meu lar e morri fora de casa. Por estar de
relações cortadas com meus familiares, ninguém se importou
comigo. Desejando que me sufragassem, fiz tudo para que eles
despertassem para esse meu desejo; provoquei doenças,
inclusive, mas até hoje ninguém percebeu. Fiquei muito
injuriado, por isso vou matar essa moça. Creio que, assim,
alguém perceberá.
- Você veio do Inferno, não?
- Sim, estive muito tempo no Inferno. Como não queria
ficar mais lá, fugi, com a intenção de que me sufragassem.
- Mas você sabe que, se fizer o que está pretendendo,
cairá num nível infernal pior, do que aquele onde estava até
agora?
Ao ouvir minhas palavras, o espírito mostrou-se muito
surpreso e perguntou-me:
- Isso é verdade?
- É verdade. Sou uma pessoa que executa as tarefas de
Deus e de modo algum posso mentir. E também prometo
sufragá-lo.
Assim, apresentando-lhe vários argumentos, acabei
convencendo-o. Tendo finalmente compreendido, ele decidiu
colaborar comigo na cura da moça. Hirokiti era um homem
simples e de bons sentimentos; suas maneiras e sua linhagem
eram próprias das pessoas nascidas em Tóquio. Parecia ser um

69
adesão da periferia daquela cidade, do fim da Era Tokugawa
(1600-1867).
Durante todo o tempo em que o espírito permaneceu
encostado na Sra. M., ela esteve totalmente inconsciente. Era
realmente uma médium ideal. Depois disso, a doença de sua
filha foi caminhando favoravelmente para a cura.”
Meishu-Sama dedicou-se à pesquisa do Mundo espiritual
através das experiências com os fenômenos de encosto que
acompanhavam o tinkon.
“No tempo em que eu era comerciante, havia em meu
escritório uma funcionária de vinte anos mais ou menos,
estudante da Escola de Belas-Artes. Meu trabalho era
relacionado à Arte, e ela fazia os desenhos. Seu nome era T.
Certo dia, uma colega sua de escola, moça bonita de dezoito ou
dezenove anos, chamada U., veio visitá-la. Como T. estava
ocupada, pedi-lhe que esperasse na sala. Ao olhar casualmente
para essa moça, percebi que ela se encontrava muito deprimida
e intranqüila. Não conseguindo conter-me, dirigi-me à sala onde
T. trabalhava e fiz-lhe perguntas sobre a colega. No começo, ela
não queria dizer a verdade, mas, devido à minha insistência,
acabou contando-me tudo.
Durante longo tempo, T, e U. mantiveram relações
homossexuais, porém, recentemente, a mãe de T. descobrira o
caso e advertira a filha com rigor, dizendo-lhe que teria que
afastar-se de U. ou, então, deixar a escola. As duas haviam
discutido o problema e resolvido se suicidar juntas, naquela
noite. Impressionado, levei T. para outra sala e fiz-lhe exame
espiritual, constatando que ela estava com encosto do espírito
de um pato. Ele confessou que encostara em T. há alguns meses
e se apaixonara pelo espírito de rouxinol encostado em U. Pude,
então, compreender que era essa a causa do problema. Com a
repreensão que lhe dei, o espírito acabou se afastando da moça.
Consequentemente, como no despertar de um sonho, o amor de
T. em relação a U. desapareceu, e assim elas continuaram sendo
70
simples amigas. Até chegar a esse ponto, tive, sem dúvida, que
realizar vários tratamentos espirituais. Através desse caso,
descobri que a causa do amor é espiritual, e, também, que é
possível solucionar um problema resolvendo apenas um dos
lados.
Talvez as pessoas da atualidade achem que essa
descrição, feita em termos superficiais, seja produto da minha
imaginação. Na verdade, porém, trata-se da explanação de
pontos coincidentes entre levantamentos e estudos que fiz
durante mais de vinte anos com inúmeros espíritos, através de
médiuns e de todos os meios possíveis. Por isso, podem estar
certos da veracidade do que lhes estou transmitindo. Crendo nos
fenômenos espirituais, poderemos apreender a causa
fundamental da verdadeira felicidade para obtermos a perfeita
paz de espírito, é necessário profundo conhecimento de tais
fenômenos, seja qual for a Fé que professemos.”
Experiências com a sua própria esposa:
“Há alguns anos, minha esposa, repentinamente,
começou a ter febre e tosse e a escarrar sangue. Apresentava
sintomas de tuberculose de terceiro grau. Imediatamente lhe
apliquei o nosso tratamento, mas com pouco resultado. Após
dois ou três dias, o problema oscilava: ora ela melhorava, ora
piorava. Imaginando que a causa poderia ser espiritual, procurei
verificar se havia encosto. Realmente havia. Era de um rapaz
chamado Suzuki, falecido há mais ou menos um ano. Esse rapaz
sofria de tuberculose e, na época, eu lhe dei assistência. Ele vivia
com o pai, que, devido ao prolongamento da doença, gastou
toda a sua fortuna, ficando paupérrimo; em conseqüência disso
não foram feitos suficientes Ofícios Religiosos em sufrágio do
espírito do filho. Este, sentindo-se solitário e insatisfeito no
Mundo Espiritual, encostou em minha esposa, a fim de que eu o
sufragasse.
Falou isso pausadamente, usando a fala de minha esposa.
A fisionomia e a voz eram realmente de Suzuki. Então eu lhe
71
disse: "Amanhã à noite farei Ofício Religioso para você, mas
deixe esse corpo imediatamente". O espírito ficou contente e,
com palavras de profundo agradecimento, afastou-se. Assim,
minha esposa voltou ao seu estado normal, como se nada
tivesse acontecido. Eu próprio fiquei deveras surpreso com esse
fato tão evidente. Até hoje estou sufragando aquele espírito em
minha casa.
O caso a seguir também aconteceu com minha esposa.
Repentinamente ela teve um espasmo estomacal, contorcendo-
se e debatendo-se com uma dor violenta no estômago. Apliquei-
lhe o tratamento, mas a dor, embora tenha melhorado, não
passava. No local, havia uma bola de aproximadamente 3 cm,
que aos poucos foi se deslocando para cima. Quando chegou à
altura da garganta, minha esposa gritou: "Não agüento mais!"
Achando que se tratava de encosto, perguntei: "Quem é você?"
O espírito quis responder, mas não conseguiu. Percebi que era o
espírito de uma pessoa que morrera de derrame há uns três
meses, e pedi-lhe para confirmar. Ele confirmou. Em seguida, fiz-
lhe várias perguntas, através das quais fiquei sabendo que seu
objetivo era pedir-me que parasse de comentar com outras
pessoas seus pontos negativos enquanto estivera no Mundo
Material. De fato eu havia comentado algumas vezes. Então lhe
pedi desculpas, prometendo nunca mais fazer aquilo. Contente,
o espírito agradeceu e foi embora. Depois de sua partida, minha
esposa voltou ao normal. Desde os tempos antigos dizem que
não se deve falar mal de pessoas falecidas; realmente é uma
verdade.”
No dia 8 de fevereiro de 1930, escreveu o seguinte
poema:
“Tenho a forte impressão
De que em junho deste ano
Receberei uma grande missão.”
No dia primeiro de junho de 1930, que correspondia no
antigo calendário ao dia 5 do mês 5 do ano 5 e, no signo zodíaco,
72
ao ano do cavalo, ao mês do cavalo e ao dia do cavalo. Dessa
coincidência rara entre números e signos conscientizou-se de
que, juntamente com a força de salvação do Kannon que atuava
através dele, a bola de Luz que se alojava no seu ventre
aumentava dia-a-dia. Naquela data erigiu, num canto do jardim
de sua casa, uma torre de pedra constituída de treze seções
superpostas, à qual deu o nome de Torre de Miroku.
Exatamente por aqueles dias salvou um jovem, que
estava para se suicidar juntamente com uma meretriz, ao retirar-
lhe um espírito de raposa encostado. O jovem, porém,
continuava de olhos cerrados e com as palmas das mãos unidas.
Finalmente abriu os olhos e, com uma fisionomia muito
impressionada, disse que havia visto uma cena
interessantíssima. Falou que alguém estava tocando ‘koto” e que
o som era belo e nobre. Embevecido, percebeu encontrar-se
num santuário muito espaçoso. No fundo, havia uma pessoa de
costas, vestido com trajes litúrgicos, subindo uma escada.
- Se você viu uma pessoa de costas, não podia ter
reconhecido quem era.
- Tenho a certeza de que era o senhor.
Como à esquerda do lugar onde o rapaz estava sentado
ficava o Altar, Meishu-Sama interpretou que ele tivera a
faculdade da visão espiritual.
Um mês depois, no dia 21 de julho:
“Saí de casa às nove da manhã
Para realizar a importante Obra Divina
De escalada do Monte Fuji.”
O objetivo da escalada era visitar um santuário. Um dos
acompanhantes da comitiva teve a visão espiritual da bela deusa
Kannon de 18 anos que estava assentada no Monte Fuji. Alegre,
ela agradecia a escalada feita pela comitiva. [Aliás, no Templo de
Assakussa a estátua de Kannon é de apenas cinco centímetros e
seis milímetros (5,6 cm) de altura, o que, pela medida japonesa,
equivale a um sum e oito bu (=18)].
73
Meses depois, em 6 de dezembro de 1930, assistiria um
parto misterioso que o faria abandonar por completo o comércio
e tomar a decisão de dedicar-se unicamente à Obra Divina. Uma
menina de sete anos com dores iguais às de parto, diante de
uma estatueta de Kannon, se recobra e sente uma grande
vontade de tomar um copo de leite. Meishu-Sama explicou que:
“Ela deu à luz Kannon”
Início de 1931, aos 48 anos:
“Hoje estou abandonando
O comércio de miudezas
Que comecei há vinte anos.”
“A partir de hoje
Finalmente vou viver
Exclusivamente para a Obra Divina.”
“(.) Sem lamentar o que ficou para trás.”
Nidai-Sama descreve a generosidade de Meishu-Sama ao
deixar seus negócios:
“Empenhava-se constantemente em melhorar a sorte dos
outros. Por exemplo: quando estava se preparando para devotar
exclusivamente sua vida a atividades espirituais, generosamente,
dividiu entre seus empregados, seu próprio negócio, fruto de
anos de árduo trabalho.”
Meishu-Sama:
“Finalmente decidi dedicar-me de corpo e alma,
obedecendo à Ordem Divina. Sentia maior segurança, mas
também sentia maior solidão. Naturalmente, eu não tinha uma
vida fácil, economicamente falando, e, em princípio, só dispunha
do suficiente para me manter durante alguns meses, não
havendo qualquer perspectiva de renda certa. Era uma vida
extremamente insegura, mas os milagres e revelações me faziam
esquecer a preocupação financeira, de modo que a vida se
tornava realmente alegre.
Uma vez que eu havia cortado a minha fonte de renda,
tornou-se impossível saldar as dívidas que ainda me restavam, e
74
os agiotas começaram a me pressionar. Os agradecimentos em
forma de dinheiro que eu recebia pela cura de doenças através
da Fé eram quantias irrisórias, e tive de economizar ao máximo,
agüentando viver nas mais precárias condições, a fim de poder
saldar as dívidas aos poucos. Agora estou passando dificuldades,
como pode ver, mas logo começará chover dinheiro.”
“Certo dia, Nidai-Sama me disse brincando: "Eu posso
pedir a Meishu-Sama quantos vestidos quiser, pois, no início, ele
levou toda a minha roupa para casa de penhores, e disse-me:
'Daqui a algum tempo, comprarei tantas roupas quantas você
quiser, mas, no momento, ofereça tudo para a Obra Divina.'
Assim, doei toda a minha roupa."
Como se pode observar nesse comentário de Nidai-Sama,
houve época em que Meishu-Sama passou por sérias
dificuldades financeiras.

Transição da Era da Noite para Era do Dia e Johrei.

Em meados de maio de 1931, aos 48 anos, recebeu a


Ordem de Deus: “No dia 15 de junho, vá ao Templo Nihon, na
montanha Nokoguiri.”
Meishu-Sama:
“Seu nome é Nihon e não existe outro com o mesmo
nome. Além do mais, ele fica na montanha denominada Kenkon,
nome que significa ‘Céu e Terra’. Por isso, esse templo possui um
grande significado.”
Às três horas da manhã do dia 15 acompanhado de vinte
homens, entre os quais dois fotógrafos, e oito mulheres,
perfazendo um total de vinte e oito pessoas:
“Adentrando pela escuridão
Do caminho da Montanha,
Alcançamos o topo
Com a ajuda da lanterna.”

75
Em direção ao Sol que se levantava, entoou-se em voz
alta a oração ‘Amatsu Norito’. Naquele instante, Meishu-Sama
sussurrou:
”Algo misterioso ocorreu”
“No maravilhoso
Dia 15 de junho de 1931
Abriram-se as portas do Céu.”
Um dos acompanhantes registrou suas impressões:
“Nós não tínhamos condições de penetrar na parte mais
profunda daquele acontecimento Divino, mas foram dois dias
paradisíacos, repletos de extasiante emoção, de alegria
inigualável.”
Nidai-Sama registrou:
“Certo dia em 1931, quando morávamos em Omori,
Meishu-Sama recebeu, de Deus, a ordem para ir ao templo
Budista Nihonji, no Estado de Tiba. Assim, no dia 14 de junho,
tomamos o trem em Ryogoku com um grupo de 28 discípulos.
Naquela noite chegamos ao templo de Nihonji, mais ou
menos a um quarto do caminho, no Monte Nokoguiri. Meishu-
Sama e todos nós da sua comitiva, tivemos uma agradável
conversa até tarde da noite com o Reverendo Tanaka, o monge
superior do templo, e nos despedimos com grande sentimento
de gratidão pela calorosa hospitalidade que nos dispensou.
Após descansarmos um pouco, levantamo-nos às 3 horas
da manhã e nos preparamos para subir ao pico da montanha.
Como ainda estava escuro, levamos lanternas. Quando,
estávamos na metade da subida, a primeira luz da aurora
começou a aparecer.
Naquela hora, o tempo ainda estava tão nublado, que
nos impedia de ver coisa alguma em nosso caminho.
Alcançamos, finalmente, o cume e com nossos corações ligados
a Deus, esperamos em estado de oração, o raiar do sol. Levou
algum tempo até que o sol se levantou brilhante através da
neblina, envolvendo-nos numa atmosfera de grande esplendor,
76
Com maior luminosidade, tivemos uma vista das planícies de
Kanto e bem à nossa frente, pudermos ver o monte Seitho, a
montanha onde Nitiren, o fundador da seita budista Nitiren,
tinha alcançado sua iluminação.
A grandeza do panorama estava além de qualquer
descrição. As palavras não são suficientes para traduzir nossas
emoções. Parecia que estávamos numa esfera celestial. Todos
nós externamos o deslumbrante encantamento que surgia das
profundezas de nossos corações. Seguindo a liderança de
Meishu-Sama, entoamos oração "Amatsu Norito".
A mística atmosfera que nos envolveu e o poder imenso
que sentimos, permanecem indeléveis em minha mente.”
Antes de prosseguir a narração a respeito do que ocorreu
na época da transição, considera-se a indagação constante: Em
que a Doutrina Messiânica se baseou para dizer que começou
essa mudança no Mundo Espiritual a partir dessa data?
A resposta a esta pergunta pode ser a seguinte. Todas as
religiões têm um Mestre, aquele que começa uma religião. Por
exemplo, se vai no Cristianismo, lá eles dizem: "Eu sou o
Caminho, a Verdade e a Vida. Ninguém vem ao Pai senão por
mim." Em que Jesus se baseou para falar isso? O estado de
iluminação do Kenshinjitsu é que faz essa pessoa entrar em
contato com Deus e receber a intuição e falar. Por analogia, na
Messiânica, é Meishu-Sama quem está falando: “Começou uma
mudança no Mundo Espiritual". Isso, também, não deixa de ser
um dogma, porque são coisas que não podem ser provadas,
mas, à medida que se vai elevando espiritualmente, que se vai
comprovando as coisas, tudo deixa de ser dogma, porque passa
a ser uma coisa com base científica, com provas. Então, muitas
coisas que eram dogmas no passado, estão deixando de ser
agora. E muitas coisas que agora são dogmas, deixarão de ser no
futuro. Mas, basicamente, toda a orientação, é na crença em
Meishu-Sama, como a decorrente de que todas as suas profecias
se realizaram.
77
Prosseguindo a narração do que ocorreu na época da
transição:
Durante os três dias que se seguiram, ocorreram
fenômenos misteriosos relacionados com o acontecimento
Divino vivenciado no Templo Nihon. Eles mostravam qual seria o
destino de Meishu-Sama e a transformação do mundo.
O primeiro fenômeno foi na descida do topo quando viu
uma estátua budista sem cabeça. Ali compreendeu que no
mundo budista estava se processando uma grande mudança, ou
seja, a Era da Noite estava se encerrando.
“Será que metade
Das estátuas de Rokan erigidas
Não têm cabeça porque existem
Muitas pessoas sem coração?”
Outro fenômeno foi, no entardecer daquele dia, quando
realizou um ofício religioso na casa de um membro. Ali,
observou que o nome deste queria dizer ‘revelação’.
Um outro fenômeno ocorreu no dia seguinte:
Um tamanqueiro que gostava de receber seus
ensinamentos, falou-lhe com um ar muito sério: “Pela manhã,
tive um sonho terrível”. E contou que um amigo seu de rosto
semelhante ao de Sakyamuni, cavando um buraco na rua com
expressão muito triste, lhe disse: ‘Sr. Koike, o mundo é
realmente sem graça. Afinal, nós cavamos o buraco para nós
mesmos entrarmos nele’. Contou também que alguém jogara
uma pedra no pequeno lago existente na casa de Meishu-Sama e
que, na superfície da água, formara-se um círculo que foi se
expandindo cada vez mais, até que se tornou do tamanho do
mundo. Um número infinito de pessoas ia sendo engolido por
esse redemoinho e morrendo. Por fim, o redemoinho
desapareceu. Quando cessaram os gritos de agonia o local ficou
deserto, só vendo figuras de Kannon em vários pontos.
Meishu-Sama, além de perceber no sonho a confirmação
da previsão de Sakyamuni sobre a extinção do budismo e a
78
indicação de que ele seria o continuador de Buda, entendeu que
a construção do Paraíso Terrestre se daria pelas edificações de
solos sagrados. Ele então disse para Koike:
“Esse sonho foi uma mensagem que Deus me mandou
através de sua pessoa, não tem nenhuma relação com você. Por
isso, não se preocupe. A providencia Divina constrói todas as
coisas em dimensões extremamente pequenas e vai ampliando-
as pouco a pouco, até que elas se tornem mundiais. Isso é
realmente misterioso e também se aplica ao Mundo Material:
quando o homem vai construir algo grandioso, primeiro faz o
modelo e só depois dá início à obra.”
“De manhã cedo
Recebi, por telefone,
O comunicado
De que Koike Seizaburõ
Morrera afogado.”
Captando o significado da revelação que recebera,
expressou:
“Não há dúvida de que ‘Paraíso Terrestre’ e o ‘Mundo’ de
Miroku, anunciado por Buda, a chegada do ‘Reino dos Céus’,
profetizada por Cristo, têm o mesmo significado. A diferença é
que não se fez indicação de tempo. Mas eu cheguei à conclusão
de que o momento se aproxima.”
“O Deus Amaterassu Oomikami é a mais elevada
divindade do Japão, entretanto não é o Deus Supremo, ou seja,
ele é o Deus do Sol.
O dia 15 de junho é o aniversário do deus Amaterassu, e
o sentido esotérico da palavra ‘aniversário’ é ‘nascimento do
Sol’. Quando fui ao Templo Nihon, era o dia 15 de junho de
1931, e esse dia corresponde ao nascimento do Sol no Japão.
Isso representa o Alvorecer do Mundo.”

79
“Kannon vai
Concretizar, em breve,
Os ensinamentos
De Sakyamuni, Confúcio e Yasso.”
“Dando o sinal de que surgiu
A tão almejada salvação,
Vou despertar a humanidade.”
O estabelecimento da forma do Johrei se deu em duas
fases.
Na primeira fase, o objetivo deste era curar doenças. Por
volta de junho de 1930, começava-se com a entoação da Amatsu
Norito, reverenciava-se com as mãos unidas, pressionava-se a
região enferma com os dedos, passava-se nela a palma da mão e
soprava-se o local. Já em 1932, estendia-se a palma da mão em
direção da pessoa e entoava-se em silêncio, três vezes, a oração
de contagem dos números sagrados. Outra forma consistia em
escrever no ar com o próprio dedo: ‘Que esse interior seja
purificado’. Ou, então, falar: ‘Dor de cabeça, deixe esta criatura’.
Além destes, empregava-se também o método de, após fazer a
prece com as mãos unidas, levantava-se a mão em direção da
pessoa e, ao mesmo tempo, dava-se um sopro.
Logo na fase inicial do Johrei, Meishu-Sama permitiu que
outros o aplicassem: “Sr. Takei, hoje eu vou permitir que o
senhor aplique uma vez o tratamento através do Espírito da
Palavra, experimente”. E assim ele fez: “Sr. Hida, deite-se aí.
Hoje quem vai lhe fazer o tratamento sou eu. Dor de barriga
deixe o Sr. Hida. Como está?” Sr. Hida ficou bastante surpreso ao
constatar que a dor que sentia ainda há pouco instante atrás
passara sem deixar o menor vestígio, e o Sr. Takei mais ainda.
A respeito dessa época, um dos filhos de Meishu-Sama
conta:
“Na época em que residíamos em Õmoni, havia lá muitos
doentes em estado que requeria internação. Eram portadores de
doenças mentais ou tuberculose, e nós convivíamos com eles.
80
Lembro-me de que ele fez uma experiência para saber o grau de
diferença no processo da cura: não fazer nada, deixando a cargo
da natureza, ou ministrar Johrei. Todos os dias chegavam muitos
doentes, que às vezes ocupavam até o quarto das crianças, mas
ele ministrava Johrei nessas pessoas com todo amor.”
Assim, somando diversas pesquisas, estabeleceu em
1934 o que seria chamado de Johrei. Entretanto, na época, o
método ainda não tinha esse nome. Até aquela data, chamava-
se ‘tinkon’, depois ‘shijutsu’ (técnica de aplicação),
‘tiryõ’(tratamento), após a Segunda Guerra Mundial, em agosto
de 1947, ‘okiyome’ (purificação). Só meses mais tarde seria
chamado de Johrei.
A Luz que irradiava de Meishu-Sama era intensa. Em 4 de
janeiro de 1934, o papagaio que empinava emitia raios de luz
violeta para todos os lados, num raio de mais ou menos dois
metros. “Segure um pouco, que eu vou ao toalete.” Ao entregar
o cordão do papagaio, a luz apagou-se instantaneamente.
Entretanto, quando retornou e pegou o cordão, novamente ela
se expandiu no céu. Alguém ao seu lado, admirado, perguntou-
lhe a razão daquele fato misterioso, o que respondeu: “Não é
nada demais. A Luz que se irradia do meu corpo, passa de mão
para o fio e, chegando ao papagaio, não tem mais campo para
ser transmitida. Começa, então, a irradiar-se. É só isso.”

 Desligamento.

Neste ponto: Desentendimentos na religião; Atarefado e


exausto na Salvação; Finalmente a saída.

Desentendimentos na Religião.

“Á medida que meu poder


Vai aumentando dia após dia
Aumentam os fiéis que me seguem.”
81
“Que alegria é ver aumentar,
A cada dia, a cada mês,
As pessoas que acatam minhas palavras.”
Em 1931, ao realizar intensas pregações como
‘divulgador’ sacerdotal da Oomoto, começou a formar
discípulos, mas também começou a entrar em conflito com esta
religião:
- Sr. Okada, é muito bom curar doenças. Mas não é bom
que faça apenas isso. Gostaria que o senhor se empenhasse nas
campanhas ideológicas.
- Sei disso muito bem. Mas eu recebo pedido de vários
lugares e por ora não tenho tempo para campanhas. Além do
mais, acho que, no momento, importante é salvar os que estão
sofrendo. Com campanhas não é possível salvá-las de forma
direta.
Em outra ocasião, um dos diretores da Igreja repreendeu-
o publicamente. Além de ofendê-lo, perante um grande número
de fiéis, queimou no braseiro os ‘ohineri’ feitos por ele. Um dos
seus discípulos assim se referiu à situação: “Naquele momento,
vendo-o passar tanta vergonha na frente dos fiéis, senti muita
pena dele. Entretanto, ele agüentou tudo quieto, sem dizer uma
palavra.”
A partir de 1932 o Japão vai caminhando para Segunda
Guerra Mundial, a democracia foi sofrendo opressões. Nessas
condições sociais, a Oomoto colocava grande empenho nas
campanhas ideológicas. Ao passo que ele continuava
considerando mais importante salvar pessoas concretas que
sofriam, através da distribuição dos sagrados amuletos e
‘ohineri’ confeccionados por si.
“Três anos mais tarde, na primavera em [11 de fevereiro]
1932, um jovem que eu não conhecia, adepto da Oomoto,
acusou-me de estar causando grandes transtornos dentro da
instituição. Aos gritos, condenava-me por estar fazendo
Omamori [significa em japonês talismã, mais tarde, Meishu-
82
Sama a substituiu por Ohikari (Luz) para evitar confusão de
sentido, uma vez que no Ocidente talismã tem outra conotação]
- símbolo de grande importância para a Religião Oomoto - e
distribuindo-os aos membros. Segundo ele, minha atitude
constituía séria profanação. Não poderia, por isso, permitir que
eu continuasse vivo. Ameaçou, então, matar-me caso eu
continuasse fazendo Omamori. Repetia euforicamente que,
embora sacrificando a vida dele, tiraria a minha. Ao proferir
essas palavras, sacou do bolso uma pequena espada e a cravou
no tatami.
Quando estava nesse estado de revolta, o jovem tinha
pescoço e rosto avermelhados; não parecia uma pessoa normal.
Os olhos saltados, cor de sangue, faiscavam raivosamente. Tive,
naquele instante, a nítida certeza de que o Dragão Vermelho se
havia encostado nele para me destruir. Na verdade, viera
desafiar o Dragão Dourado.
Decidi nessa hora que não me deixaria derrotar por satã.
Eu havia sido autorizado pelo próprio mestre Deguchi a fazer os
Omamori. Recusei-me, por isso, terminantemente a atender as
exigências do Dragão Vermelho.
De repente, no momento quando o jovem parecia estar
prestes a cometer o assassinato, a cor do seu rosto mudou e ele
se agachou, gemendo agoniado. Perguntei-lhe o que sentia.
Respondeu-me dizendo tratar-se de uma insuportável dor de
barriga. Disse-lhe, então, para continuar deitado que eu iria
curá-lo. Comecei a ministrar-lhe Johrei; logo depois, melhorou.
A seguir, o jovem mudou completamente de atitude.
Acalmou-se e me pediu para acompanhá-lo no dia seguinte, à
sede da Oomoto em Kameoka, Quioto, pois queria falar com o
mestre Deguchi.
Estando já diante de Deguchi, ouvimos dele a seguinte
afirmação: “Eu mesmo não posso fazer Omamori. Tal permissão
só foi concedida por Deus à minha filha Kyoshu-Sama, que será a
terceira líder espiritual da Oomoto. Naturalmente, também os
83
membros não poderão confeccioná-lo. Okada-San (Meishu-
Sama), contudo, é uma pessoa muito especial. Procure, então,
aparecer o menos possível”.
Com essas palavras, o jovem obteve a confirmação do
que eu já lhe havia explicado e a questão foi encerrada.”
Mas os ressentimentos e as hostilidades continuaram.
Era natural, entretanto que a Oomoto, desenvolvendo suas
atividades como entidade religiosa organizada, tomasse uma
posição rigorosa em relação a ele que estava seguindo um
caminho próprio.
Nidai-Sama ao escrever sobre o progresso espiritual
através do programa da Luz Divina parece estar recordando o
que seu esposo havia passado naquela época:
“Meishu-Sama lembra-nos que o principal objetivo da
religião é purificar o ser espiritual e a mente, bem como permitir
que a alma possa expressar-se livremente.”
Em 1932, com 50 anos, nasce o seu sexto e último filho,
Kunihiro, que é mudo.

Atarefado e exausto na Salvação.

“Chegam seguidos doentes,


Mesmo antes que eu possa
Abrir os olhos.
Estou ficando muito atarefado.”
“Meu resfriado
Ainda não passou.
Como sofro indo
Nas noites de frio!”
“Indisposto apliquei o ‘tinkon’
Em grande número de pessoas
“A Obra Divina vai ficando
Cada vez mais pesada.
Meu corpo e minha mente
84
Estão exaustos.”
Ia a longínquas cidades. Certa vez pegou um trem
noturno chegando às quatorze horas e trinta minutos do dia
seguinte, ministrou Johrei num menino enfermo e partiu nessa
mesma noite às vinte horas, recebeu pela manhã telegrama
dizendo que o estado da criança se agravara e imediatamente
retornou. E fez tudo isso sabendo o seguinte:
“Na primeira vez que vi o menino, achei que ele não se
salvaria, mas senti tanta pena dos familiares que estavam
cuidando dele com tanto empenho, que não tive coragem de
dizer-lhes que não havia mais jeito.”
Orientava aqueles que o procuravam, esquecendo-se até
do transcorrer das horas:
“O Senhor X vai embora
Contente e orgulhoso
Da Obra Divina
Que lhe expliquei
Durante cinco horas.”
“Com a permanência
De cinco a seis fiéis,
Passamos a noite
Em claro, falando
Sobre os benefícios da Fé.”
Para salvar não se importava em cair no Inferno:
“Quando eu pertencia à religião Oomoto, alguém me
disse: "Quero ser salvo ao Paraíso. O que devo fazer?" Dei risada
e respondi-lhe: "Eu não penso assim. Tenho o desejo de salvar o
maior número possível de pessoas ao Paraíso, e não me importo
se tiver que cair no Inferno."
Desenhava imagens de Kannon para serem usadas como
Imagem da Luz Divina e proteção. Relataram-se diversos
milagres com estas imagens.
Um desses foi o restabelecimento de uma pessoa que
ficara neurótica depois do parto. Ela ao reverenciar a Imagem
85
que havia entronizada em sua casa, Kannon saiu do quadro e
deu-lhe diversas orientações [assim como uma voz saí do
telefone aconselhando], graças às quais pôde voltar ao normal.
Outra benção foi na proteção dos ônibus. Os acidentes
acabaram por completo, depois que se colocaram os protetores.

“Fiquei a confeccionar,
Com quarenta e cinco pessoas,
Até tarde da noite,
Os protetores contra acidentes de trânsito
Para serem colocados nos ônibus municipais.”

Finalmente a saída.

“Comecei o método de terapia pela Fé no mês de maio


de 1934, alugando uma casa de cinco cômodos por setenta e
sete ienes. Estava situada na Rua Hiraga-tyo, no bairro de Koji
Mati (Tóquio). Achei que era uma casa boa demais; entretanto,
como as condições eram ótimas, decidi alugá-la. Na época, ainda
tinha muitas dívidas, mas fiz esse empreendimento pensando
em praticar a filosofia para qual despertara através delas. As
idéias sobre esse principio filosófico me foram fornecidas pela
Grande Natureza. Podemos entendê-lo observando os seres
humanos. A criança recém-nascida, com o passar dos meses e
dos anos, vai crescendo cada vez mais, e a sua força e
inteligência tornam-se adultas. O mesmo acontece com as
plantas. Plantando-se uma pequena semente, ela germina,
formando um broto; a, seguir saem duas folhinhas e, depois das
folhas propriamente ditas, o caule se desenvolve, os galhos se
expandem, até que a planta se torna uma enorme árvore. Esta é
a verdade. Portanto, os seres humanos precisam seguir esse
exemplo. Eu tive a revelação de que, praticando fielmente o
principio acima, não deixaria de obter, grande sucesso. Decidi,

86
pois, em qualquer empreendimento, partir da menor forma
possível.”
“Instalei [no dia primeiro de maio] um centro terapêutico
em Kõji, no centro da cidade imperial, e almejo alcançar o meu
objetivo de salvar o mundo. O Tratamento Espiritual de
Digitopuntura no Estilo Okada, iniciado por mim, é uma
decorrência da sensibilidade espiritual que repentinamente me
foi atribuída há oito anos por Kannon, o qual me deu um grande
poder para curar todo e qualquer tipo de doença. Os resultados
alcançados foram verdadeiramente surpreendentes: as
enfermidades mais sérias, casos mais graves, como milagres de
Deus, foram completamente curadas”.
Em julho de 1934, seus discípulos discordaram de um dos
diretores da Oomoto em torno da distribuição do jornal desta
religião. Os discípulos pediram perdão ao Mestre Meishu-Sama
por terem causado esse problema, mas ele captou a atuação de
Deus por trás dos acontecimentos. Assumindo a
responsabilidade, entregou pedido de afastamento no dia 15 de
setembro. A partir daí, iniciou uma nova caminhada.
Passado 17 anos, parece escrever lembrando-se desta
experiência:
“Quando eu era da religião Oomoto encontrei as
seguintes frases: "Não há coisa mais temível do que o 'ga'
[Espírito Secundário]; até divindades cometeram erros por causa
dele". E também: "Devem ter 'ga' e não ter 'ga'; é bom que o
tenham, mas não o manifestem". Fiquei profundamente
impressionado pela perfeita explicação da verdadeira natureza
do “ga" em frases tão simples. É escusado dizer que elas me
induziram a uma profunda reflexão.
Havia, ainda, esta frase: "Em primeiro lugar, a
docilidade". Achei-a extraordinária. Isso porque, até hoje, para
aqueles que seguiram docilmente meus conselhos, tudo correu
bem, sem fracassos."

87
88
2. MESSIÂNICA

2.1. Criador de uma Ultra-Religião.

De 1935 a 1943, ou seja, dos 52 aos 61 anos.


Neste item: Fundação da Igreja; Pressões, milagres e
espera do momento oportuno; Igrejas Kannon e Miroku.

 Fundação da Igreja.

Neste ponto: Imagem de Kannon e Oração Zenguen


Sandji; Dai Nippon Kannon Kai e Kanzeon-Bossatsu; Publicações,
Cursos de Iniciação e Ohikari.

Imagem de Kannon e Oração Zenguen Sandji.

Meishu-Sama expressa em forma de poema sua profunda


relação estabelecida com Kannon:
“A Obra Divina avança cada vez mais,
E eu vou ficando atarefado.
Finalmente sou o Kannon de Mil Braços.”
Em 2 de outubro de 1934, cumprindo Orientação Divina,
iniciou confecção de Kannon de Mil Braços sentado sobre uma
flor de lótus em cima das nuvens.
“A partir de hoje
Ficou decidido desenhar
O quadro de Kannon
Na sala do segundo andar
Da casa de Kanetaka.”
No dia 19 de outubro, uma semana depois que recebeu
uma foto misteriosa onde se via Kannon de Mil Braços saindo de
seu corpo, esposo de Kanetaka voltou bêbado:

89
“Quando já estava
Quase no meio do desenho
Do Kannon de Mil Braços,
Avisaram-me
De que o marido de Kanetaka
O rasgara.”
Meishu-Sama compreendeu que a destruição do quadro
que estava pintando não era uma desgraça; era motivo de
gratidão. Pois Kannon, insatisfeito com tal figura, estava
ordenando que ele pintasse outro quadro, tendo como modelo a
figura que aparecera na foto:
“Hoje comecei a pintar,
A segunda imagem
Do Kannon de Mil Braços.”
A nova imagem sentada em cima de uma rocha,
simbolizava mais o Plano Divino. Mostrava que a salvação do
mundo não seria realizada no Céu, e sim, na Terra.
Nesta época ocorrem profecias.
Certo dia do ano de 1934, num dos cultos regulares,
Meishu-Sama fez uma profecia sobre a Segunda Guerra Mundial.
O ponto principal de suas palavras foi o seguinte:
"Dia virá em que a Grã-Bretanha, os Estados Unidos da
América do Norte, a França, a Rússia, e a China constituirão uma
aliança entre si contra o Japão. Como conseqüência disso, o
Japão perderá a Coréia, Mandchúria, a Ilha Sakhalin, Formosa e
as Ilhas da Micronésia. Depois disso, o Japão não mais possuirá
exército ou marinha. As classes privilegiadas, a aristocracia e os
ricos sofrerão grandes dificuldades.
A crise nacional está bem próxima, irromperá uma guerra
entre o Japão e o resto do mundo, e passaremos por uma época
de muito sofrimento. Será sem dúvida um período grave e
tormentoso, em que o Japão ficará completamente isolado. É
certo que essa crise está se aproximando."

90
Era uma época em que o imperialismo predominava no
Japão, sem qualquer oportunidade de penetração de outras
idéias, de modo que Meishu-Sama falou sobre isso apenas com
os amigos mais íntimos e de maior confiança. Se sua profecia
houvesse sido contada às autoridades governamentais, Meishu-
Sama teria enfrentado mais problemas do que se possa
imaginar.
Dez anos mais tarde, contudo, a maior parte de sua
profecia havia acontecido.
No ano de 1934, em virtude dos violentos ventos
causados pelo tufão que açoitou a região de Muroto, o famoso
pagode de cinco andares de Osaka, desabou.
Poucos dias antes, ao dar orientação aos seus discípulos,
Meishu-Sama casualmente disse: "O pagode vai desmoronar.".
Um comissário de polícia presente manifestou-se sobre
isso dizendo: "Meishu-Sama, o senhor não deveria dizer essas
coisas! Não é bom! É por isso que as autoridades estão
observando o senhor."
Meishu-Sama sorriu e respondeu: "Oh, você não me deu
tempo para completar. Eu ia acrescentar que sonhei que havia
visto o pagode desabando."
Meishu-Sama continuou, então, sua palestra como se
nada importante houvesse acontecido.
Ele havia previsto esse evento antes que o tufão
irrompesse. Foi uma prova de seus atributos de profeta.
No dia 4 de dezembro, em plena preparação para a
fundação da Igreja, ordenou:
“Venha no Õjin-do trazendo o sutra ‘Kannon’ [um dos
mais importantes livros do budismo]. Vou compor uma oração.”
O budismo foi introduzido no país há mil e trezentos
anos, mas até então tudo seguia o estilo xintoísta. A “Zenguen
Sandji’, que ele compôs, constitui o ponto positivo do budismo
adaptado ao estilo xintoísta. No fundo, esta oração [onde:
‘Zenguen’ e ‘Sandji’ querem dizer, respectivamente, ‘palavras
91
boas” e ‘oração de louvor’] expressa a Providência de Deus
referente à Transição da Noite para o Dia, do Mundo de Buda
para o Mundo do Supremo Criador do Universo.

Dai Nippon Kannon Kai e Kanzeon-Bossatsu [mais


precisamente: Kannon de Mil Braços].

“No dia 1 de janeiro de 1935 vou fundar uma Igreja sob o


nome de ‘Dai Nippon Kannon Kai’ [Associação Kannon do
Japão]”
“Está quase pronto
O estatuto da ‘Kannon Kai’.
É simples, mas bem elaborado.”
Um dos artigos: “Só poderão ser membros aqueles que
tiverem entronizado em seus lares a imagem de Kannon e pago
a taxa de ingresso, que é de 50 ‘sen’. A mensalidade mínima é de
10 ‘sen’ por pessoa, devendo ser entregue na Sede. Os membros
deverão participar de todos os cultos mensais.”
No dia, em que completava 52 anos, teve início a
cerimônia de instituição provisória da ‘Dai Nippon Kannon Kai’.
Sob sua liderança, entronizou-se a grande imagem do Kannon de
Mil Braços que havia terminada de desenhar e entoou-se pela
primeira vez a oração ‘Zenguen Sandji’ que acabara de compor.
Nesse mesmo dia recebeu uma inédita moeda de um
centavo, nela estava escrita de um lado ‘Kannon de Mil braços’ e
desenhada no verso a sua imagem:
“Creio que através de um fato aparentemente
insignificante, Deus levou-me ao conhecimento de que o Kannon
de Mil Braços faz o trabalho de 1%.”
Em 1 de janeiro de 1935, Tóquio, Meishu-Sama fundou
oficialmente a Dai Nippon Kannon Kai [primeiro nome da Igreja
Messiânica Mundial], com mais de 150 pessoas presentes no
culto oficial da instituição, apresentando a seguinte proposição:

92
“Com a graça de Deus, pudemos instituir a Dai Nippon
Kannon Kai, fato muito alvissareiro. Pretendia fazê-lo mais tarde,
mas Kannon estava muito apressado.
Hoje, gostaria de falar sobre a construção do Mundo da
Grandiosa Luz, que é o objetivo da Kannon Kai.
Conforme o seu nome indica, trata-se de um mundo sem
trevas é um mundo sem sofrimento, um mundo sem pecados e
males. Com o desejo de verem surgir um mundo assim, há
milhares de anos que santos, grandes religiosos e outros
mentores vêm pregando muitos ensinamentos e desenvolvendo
grandes atividades. Entretanto, ele não se concretizou até hoje;
não apareceu sequer nada semelhante. Considerando-se que
esse mundo não passava de um ideal da humanidade, até o
presente duvidava-se de seu advento. Entretanto, eu afirmo que
ele vai se concretizar.
Qual a base disso? É o Poder de Kannon. Até o momento,
esse poder nunca havia se manifestado realmente. Sakyamuni
pregou a piedade, Jesus Cristo o amor, e diversos santos
ensinaram ao homem o Caminho, mas nenhum deles tinha
poder suficiente para fazer com que seus ensinamentos fossem
praticados. Finalmente chegou a hora: daqui para frente, o
Poder Absoluto vai se manifestar na Terra. Surgirá um poder
desconhecido pela humanidade durante milhares de anos e
acontecerão fatos que ninguém sequer imagina.
O mundo é formado por países, constituídos pelo conflito
de seres humanos; os países são constituídos de cidades, bairros
e vilas; estes são compostos, de famílias, e as famílias, de
indivíduos. Por isso, se o indivíduo, que é a unidade, não for
salvo, não há condições para que o mundo o seja.
Consequentemente, assim como a Fé Shojo, que visa às
vantagens individuais, é errado, a Fé Daijo, que sacrifica o
indivíduo, também o é. O indivíduo é salvo e se aperfeiçoa;
ampliando-se a isto, o mundo será salvo e se aperfeiçoará.

93
Doravante, com o Poder de Kannon, isso será
concretizado. Explicando melhor, surgirão lares isentos de
doenças, miséria e conflito, e, consequentemente, despontará
um mundo isento desses males. A construção do Grandioso
Mundo da Luz parece ser muito difícil, mas não é tanto assim;
basta que o mundo se encha de lares sem doença, miséria e
conflito, pois, com isso, ficará banhado de verdadeira paz.
O Poder de Kannon é a Luz do Oriente, da qual se fala
desde os tempos antigos. Essa expressão, surgida a esmo, na
Antigüidade, encerra um grande mistério. A partir do dia 4 de
fevereiro de 1928 - faz sete anos, portanto - adquiri diversos
conhecimentos sobre o assunto, por Revelação de Kannon.
Pacientemente, esperei pela chegada do tempo certo. Ou
melhor, fiquei fazendo os preparativos.
Mas vejamos por que a Luz do Oriente só se manifestou
nos dias de hoje.
As primeiras civilizações que surgiram no mundo foram a
chinesa e a hindu. Como acontece atualmente com a civilização
européia, elas prevaleceram durante longo tempo, em todo o
mundo. Depois, a civilização oriental transportou-se
gradativamente para o oeste, dando origem às civilizações
egípcia, grega, assíria, etc. e, através da civilização romana,
desenvolveu-se a civilização ocidental da atualidade.
O fato da civilização oriental ter surgido primeiro que a
ocidental, encerra um profundo significado e a Providência de
Deus para governar o mundo. A civilização oriental é espiritual e
vertical, e a civilização ocidental é material e horizontal.
Podemos compreender isso ao observarmos que o pensamento
oriental é egoístico e isolacionista, ao passo que o pensamento
ocidental é expansionista. Entretanto, ambas as civilizações,
crescendo o suficiente e atingindo a fase de maturação,
entraram num beco-sem-saída. Assim, tanto o caráter restrito de
uma como o caráter amplo da outra são impotentes. A questão,
portanto, é saber para onde vão essas duas grandes civilizações.
94
Eis a missão da Kannon Kai. A sua união, no final, é a
Providência de Deus. O ponto de união é o Japão, e a hora da
união, é a partir desse momento. É como se formar um casal. O
noivo, chamado Oriente, e a noiva, chamada Ocidente, se casam,
e o padrinho de casamento é Kannon. A criança que nascerá
dessa união é a ‘Verdadeira Civilização’, o ‘Mundo Ideal’, tão
esperado pela humanidade - o Paraíso Terrestre, o Mundo de
Miroku. O poder, nunca visto antes, que executará a grande
tarefa de promover esse casamento, fazendo nascer uma criança
bela e perfeita, é, em suma, o Poder Kannon.
Quando a civilização que, até o presente, veio do oeste,
atingiu os 99% de seu desenvolvimento, surgiu uma Luz no
extremo leste do Japão a Luz do Oriente. Com essa Luz, a
civilização que vinha avançando para o leste e que estava
destinado a desmoronar, será reformulada e aperfeiçoada,
nascendo a civilização ideal, caracterizando-se pela harmonia e
pela fusão do vertical e do horizontal. Ela se tornará o caminho
da Luz, o da eterna prosperidade, e, ao contrário de antes,
avançará cada vez mais para oeste.
O ponto de partida da atuação da Luz do Oriente é a
instituição desta Igreja. A partir desse momento, daqui da
Kannon Kai, situada em Kõji, no centro do Japão, tem início a
civilização que avança para o oeste. Será construído o Mundo
Perfeito, isto é, o Mundo da Grandiosa Luz, objetivado por nós.
Por isso, trata-se de um movimento absolutamente inédito.
Deus vinha preparando-o de forma latente há mais de dez mil
anos, e finalmente seu momento chegou.”
"De acordo com a minha inspiração, a base para a
construção do Mundo de Miroku [Paraíso Terrestre], já está
pronta no Mundo Espiritual [“Na parte central do Plano Inferior
do Mundo Espiritual, o Paraíso Terrestre já está construído. E
isso, ao ser refletido para o Mundo Material, pouco a pouco
vai se expandindo pelo mundo inteiro. Isso é uma coisa
magnífica, mas por outro lado, à medida que essa mudança
95
vai se expandindo, é preciso também limpar todas as coisas
"sujas" e tantas outras mais que estão estorvando o
desenvolvimento da Obra. Para Deus, esta mudança é
extremamente sensacional, mas para os demônios e outros
espíritos malignos isso representa um grande terror que está
se aproximando. Isso porque eles que vinham se portando
tranqüilamente; agora chegou finalmente a hora deles
quitarem as contas. Assim, à medida que isso vai se
expandindo pelo mundo, os demônios vão ficando
amedrontados e as pessoas de bem vão se sentindo mais
agradecidas. Para mim, até certo ponto, está ficando cada vez
mais divertido. É quando a destruição e a construção
acontecem ao mesmo tempo. E isso vai se desenvolver de
uma forma cada vez mais acelerada.”]. Portanto, não há
nenhuma dúvida de que, num futuro bem próximo,
concretamente, ela aparecerá sobre a Terra [Plano Intermediário
do Mundo Espiritual ou então pelo tempo necessário da Lei da
Precedência do Espírito sobre a Matéria, ou seja, do Mundo
Espiritual sobre o Mundo Material]."
“Desde o princípio venho travando batalha com os
demônios. Por isso que nunca tive um único dia em que estive
sem nenhuma ocupação ou livre de preocupações. Os
problemas estão acontecendo a todo o momento, por isso
existe a batalha do começo ao fim. Acho que podemos até
chamá-la de "guerra fria", pois é uma guerra onde não se usa
armas de verdade. E isso vai continuar até o fim. Assim, o fato
de estarmos enfrentando 3, 4 processos judiciais é tudo uma
batalha contra o Mal. Como os demônios têm muito medo de
mim, agora eles estão fazendo tudo que é possível ao alcance
deles. Só que antigamente eles ainda faziam como o que
fizeram com Cristo, crucificando-o, mas hoje em dia, o
máximo que pode acontecer é fazerem algo como deportar
uma pessoa para uma ilha isolada da civilização. Nesse ponto,
até que hoje somos agraciados com uma boa época. Ou seja,
96
já não existem mais aquelas coisas horrorosas que se faziam
antigamente. Pode-se até dizer que estou travando a batalha
de forma "confortável".
Em outras palavras, toda Religião está condenada a
este destino de ser perseguida pelos demônios. Por outro
lado, a Religião que for possuidora de grande força, acaba
sendo muito mais perseguida do que as outras.”
“Dias atrás, fui entrevistado por um jornalista e expliquei-
lhe sobre a concretização de um mundo isento de doenças,
misérias e conflitos. Após ouvir-me, disse-me que esse mundo
idealizado por mim só poderia surgir num futuro muito distante.
Repliquei, afirmando que era exatamente o contrário, pois,
enquanto estivesse vivo, iria concluir o estabelecimento, pelo
menos, das bases desse mundo ideal.”
No dia 11 de janeiro de 1935, realizou-se o primeiro
culto:
“Nossa Igreja foi criada no dia 1 de janeiro de 1935.
Meishu-Sama compôs um hino para a cerimônia de inauguração.
Zenguen Sandji, em que descrevia o mundo feliz da Nova Era, o
mundo de Miroku (o mundo ideal).
Na oração Zenguen Sandji ele dizia que "o tempo será
perfeito, com ventos em cada cinco dias e chuvas em cada dez
dias, nessa ordem exata."
Isso aconteceu logo após a divulgação desta oração, pois
se teve uma chuva muito forte no último dia de dezembro. No
dia seguinte o céu ficou limpo e tivemos bom tempo por mais
quatro dias. O quinto dia foi de muito vento e, no décimo, voltou
a chover.
Naquela ocasião Meishu-Sama disse que o tempo que se
havia desfrutado no princípio do ano era um modelo do tempo
no futuro, do que Deus agora nos dava uma pequena
demonstração. Ficou-se deveras impressionado pela segurança
das palavras de Meishu-Sama.

97
Nesse culto, Meishu-Sama dirigiu aos fiéis uma palestra
sobre Kanzeon-Bossatsu, aquele que atuava em sua pessoa [o
que iria atuar era um Nyorai, o Koomyo-Nyorai, o Kannon de Mil
Braços, e não um Bossatsu, o Kanzeon] e era o alvo de fé da Dai
Nippon Kannon Kai. Nessa palestra ele disse:
“Convém falar aqui a respeito de Kanzeon-Bossatsu.
Dentre muitos Budas, ele era considerado o mais oculto. Há
nisso um profundo mistério, mas não posso divulgá-lo
totalmente, pois ainda não chegou o tempo certo. Pretendo
fazê-lo tão logo Deus me permita. A atuação de Kanzeon-
Bossatsu vem desde o advento do budismo.” [isso já foi exposto
em “● Divulgar totalmente que Kanzeon-Bossatsu é o Buda mais
oculto” em 5.24 do volume 1].
No dia 5 de junho de 1935, como Dai Nippon Kannon Kai
cresceu, a sede se tornou pequena:
“Decidido a procurar um local
Onde a sede viria a ser instituída,
Fui a Tamagawa.”
“Tempos atrás, quando me mudei para Kaminogue, em
Tamagawa, houve pessoas que se preocuparam, dizendo: "Um
local retirado como esse!" Entretanto, disse-lhes: "O lugar não
importa. desde que seja algo verdadeiro.”
Mais tarde num de seus ensinamentos;
“Com a mudança de residência acontece a mesma coisa.
Não precisam se preocupar nem um pouco com a fisiognomonia
ou a posição cardeal da casa. As pessoas acabam mudando para
casas que estão no nível correspondente a elas. As que estão no
Mundo Intermediário, se mudam para uma casa boa. Da mesma
forma, as pessoas que têm os seus espíritos no Inferno, por mais
que procurem mudar-se para uma casa de boa fisiognomonia e
posição cardeal, jamais conseguirão ir a tal lugar.
Como sei disso, quando mudo de residência não examino
nada, nem mesmo a sua fisiognomonia. Quando sinto vontade,
vou até o local, e, infalivelmente, encontro uma boa casa. Depois
98
de mudar, fico conhecendo ainda mais os seus pontos positivos.”
Um exemplo:
“Quando vi o local, minha surpresa foi enorme. Era tão
magnífico, que fiquei paralisado. Exclamei, então: ‘É esse! Já
estava preparado por Deus!’ Situa-se no ponto mais alto da
região, possuindo jardim esplêndido. Daí se avista, logo abaixo,
um pomar de pêssegos, seguido de um arrozal. Mais adiante fica
o Rio Tama, dando para se ver uma ponte a partir da qual se
sucedem várias colinas. Posso afirmar que não há, na cidade de
Tóquio, outro lugar com um panorama tão magnífico como
esse.”
E fez a seguinte poesia:
“O Gyokussen-Kyõ
Adequado para a lua,
Para a flor
E também para a neve,
É a flor do Paraíso.”
Para o Fundador, que, naquela época, passava
dificuldades financeiras, a aquisição de uma propriedade tão
grande como aquela era uma utopia. Entretanto, de forma
rápida e inesperada, abriram-se as portas para essa transação.
Graças a uma pessoa que costumava receber Johrei pôde
adquirir por um preço bem baixo de 98 mil ienes, e, na época ele
só dispunha de 5 mil. Fazendo um empréstimo de 5 mil, o
proprietário se propôs a entregar a casa mediante 10 mil ienes
de sinal. Mudou-se para lá no dia 1 de outubro.
“Mudamo-nos
Para o Gyokussen-Kyõ
Num dia tranqüilo, de sol,
E nem vento havia.”
No final de 1937, surgiu um desentendimento em torno
dos direitos de propriedade da área onde ele se estabeleceu. A
disputa, iniciada nessa época, durou até pouco antes da
ascensão do Fundador.
99
Publicações, Cursos de Iniciação e Ohikari.

“Comecei a escrever há mais de dez anos; naturalmente,


apenas sobre assuntos relacionados à Fé. Ao Contrário de outros
fundadores de religiões, procurei eliminar formalidades e
palavras difíceis, utilizando uma linguagem que todos pudessem
compreender facilmente.
Os membros devem, na medida do possível, adquirir e ler
os Ensinamentos, revistas e boletins publicados por esta
associação, a fim de polirem a sua espiritualidade e estarem a
par da situação geral das nossas atividades.”
O Fundador começou a publicar um jornal ‘Luz do
Oriente’ e uma revista ‘Mundo de Luz’, cujos nomes foram
dados por ele. O jornal teve uma tiragem de três mil exemplares,
e a revista de duzentos. Essas publicações deixaram de ser
editadas devido à perseguição policial. No dia 5 de fevereiro de
1935, ele registrou:
“A partir de hoje,
Ficou decidido vender, nas casas,
O jornal ‘Luz do Oriente’.
E eu saí com esse objetivo,
Agora ao entardecer.”
Na época inicial da Dai Nippon Kannon Kai a aplicação do
método de salvação só era permitida a treze diretores, eles
curavam as doenças através de ‘miteshiro’. Entretanto, captando
que, a partir do dia 5 de maio, a Obra Divina caminhara para
uma nova fase, o Fundador resolveu permitir a ministração do
poder de salvação a um grande número de fiéis. Foi para formar
elementos humanos que abriu o Curso de Terapia Japonesa, que
deu origem ao Curso Kannon e este ao atual Curso de Iniciação.
Na apostila escreveu sobre o princípio e o objetivo do
‘Tratamento de Digitopuntura no Estilo Okada’:
“Esse método de tratamento foi criado por desígnio de
Deus Supremo, que deseja eliminar por completo a doença, o
100
maior dos sofrimentos da humanidade. Para concretizar esse
objetivo, Ele passou a manifestar um grande poder de perfeita
união Deus-Homem através do corpo espiritual de Kannon, Sua
representação, e do corpo material de Jinsai [um dos
pseudônimos do Fundador].
Eu recebi Ordem Divina para executar essa grandiosa
obra e, desde então, durante sete anos, em contato com todos
os tipos de doentes, vim fazendo estudos e passando por
aprimoramentos. Nesse período, graças à orientação espiritual
de Kanzeon, consegui resultados surpreendentes, jamais
imaginados pela medicina tradicional. Portanto, sob o novo
nome de ‘Terapia Japonesa’, resolvi, agora, iniciar a grandiosa e
fundamental providência de salvação da humanidade.
Esse tratamento pode ser efetuado por qualquer pessoa,
uma vez recebendo a minha permissão, ela conseguirá uma
extraordinária capacidade de cura através do Poder Kannon, que
se manifesta através do seu corpo espiritual.”
O Curso Kannon teve início no dia 15 de julho de 1935:
“Os ensinamentos de Kannon Kai são de compreensão
muito difícil, devido aos costumes vigentes. Por isso, vou
sistematizá-los e abrir o Curso Kannon. Explanarei algo que não
existe em nenhuma religião ou organização similar. Trata-se do
verdadeiro aspecto da execução do Plano de Deus para o Céu e a
Terra. Vou esclarecer, em todos os sentidos, que Deus construirá
o Mundo de Luz por meio desta Igreja.”
Com mais de cem alunos, aqueles que o concluíam foram
atribuídos a qualificação de missionários. Após o término da
sétima e última aula, no dia 15 de setembro, tivera início o
segundo curso, a partir do qual designou sete pessoas para
ministrarem Curso Kannon baseado nas anotações do primeiro.
Eis o seu conteúdo:
“Primeira aula - O objetivo de Deus Supremo e o
verdadeiro aspecto da execução do Seu Plano para o Céu e a
Terra; Segunda - A origem da Religião e a vinda do Salvador;
101
Terceira - A verdadeira natureza de Kanzeon-Bossatsu; Quarta -
A realidade dos Mundos Divino, Espiritual e Material; Quinta - A
essência do Bem e do Mal e a construção do Mundo de Luz;
Sexta - A missão do Japão e dos outros países; Sétima - A
doença, princípios e métodos infalíveis para se obter à saúde.”
Antes mesmo da fundação da Igreja, o Fundador criara
um talismã que servia de protetor para pessoa. Depois da
fundação, criou mais dois tipos: um novo talismã protetor e
aquele que permitia ministrar Johrei.
O primeiro talismã protetor possuía a palavra ‘Luz’,
escrita pelo Fundador. O segundo talismã protetor continha as
palavras ‘Luz Intensa’ e a imagem do Kannon de Mil Braços,
colocadas num mesmo invólucro, e se usava pendurado ao
pescoço. Com esse talismã não se podia ministrar Johrei, mas,
pelo simples fato da pessoa enferma tê-lo no peito, ela ficava
banhada pela Luz Kannon e pela divina espiritualidade do
Fundador; havia ocasiões em que esse talismã podia ser
emprestado a doentes graves.
O terceiro talismã, aquele que permitia ministrar Johrei,
só era possível fazendo Curso de Terapia Japonesa de duração
de uma semana, constando da observação de práticas de Johrei
e da leitura completa da apostila. Aquele que concluía, era
atribuída a qualificação de terapeuta, usava talismã com as
palavras ‘Poder Kannon de Tratamento’ escritas pelo punho do
Fundador. Assim, o poder do Johrei, até então manifestado
através de leques, passou a sê-lo através das palmas das mãos e
talismãs correspondendo ao atual ‘Ohikari’
“Outro dia, ouvi de um ministro já idoso, sobre um
assunto do período inicial da fundação da Igreja. Entre as
pessoas que vinham receber Johrei, algumas não conseguiam
aceitar muito os Ensinamentos de Meishu-Sama; com certeza
eram aqueles sobre a Transição e sobre diversos assuntos
espirituais. Para saber como conseguiria encaminhar tais
pessoas, o ministro, receoso, indagou Meishu-Sama a respeito.
102
Então Meishu-Sama deu uma gargalhada e disse: “Qual é o
problema se eles não gostam de meus Ensinamentos? O que
importa é que essas pessoas sejam salvas. Se estiverem
sofrendo, basta que fiquem aliviadas desse sofrimento e, por
isso, deixe falar o que quiserem e ministre-lhes Johrei”. Meishu-
Sama disse ainda a uma outra pessoa: “De nada adianta alguém
me tratar como Deus se ele não for salvo. Nada melhor para
mim se ele for salvo, mesmo que fale mal a meu respeito.” Ao
ouvir isso, esse ministro idoso pensou: “Que palavras grandiosas
e gratificantes. Meishu-Sama pensava unicamente em salvar as
pessoas através do Johrei.”

● Pressões, milagres e espera do momento oportuno.

Neste ponto: Proibições e prisões; Benefícios


inesperados; De mãos atadas; Vida no lar; Agricultura Natural;
Segunda Guerra Mundial.

Proibições e prisões.

“Após tomar-me religioso, por diversas vezes passei


momentos agitadíssimos, de sério perigo. Nessa época, bastava
a religião ser nova para sofrer pressão e perseguição. Não havia
meios para reagir, e eu padeci bastante.
A Dai Nippon Kannon Kai teve um desenvolvimento
espantoso e em pouco tempo tornou-se a maior de todas as
religiões novas.”
Palavras como essa, começaram chamar a atenção. Até
que no dia 17 de dezembro foi publicado num jornal de Tóquio,
um artigo sobre a Dai Nippon Kannon Kai, com manchetes
depreciativas: “O surto de religiões parecidas” e “O astro de
sucesso atualmente”. O texto era o que segue:
“Como me disseram que aquele era o local onde atuava o
novo ‘deus’ de tanto sucesso ultimamente, experimentei ir até lá
103
há uns dois ou três dias atrás. No alto, entre o teto e a porta,
está afixado o preço do tratamento. Parece que o ‘deus’
também dá consultas domiciliares e é bem mais careiro que os
médicos da cidade. Apesar de ter iniciado esse tratamento no
dia 1 de janeiro do corrente ano, ele recebe cinqüenta doentes
por dia, contando com mais de dez filiais, dentro e fora da
cidade.”
No entanto essa matéria jornalística gerou efeito
contrário, como o artigo ‘Os Resultados do Tratamento de
Doenças pelo Estilo Okada Vistos por um Médico’:
“Em 1907, formei-me pela Universidade de Medicina de
Tóquio. Defendi tese de doutorado, especializando-me em
medicina química. Por meio de bolsas de estudo, fiz curso em
outros países, entre os quais a Alemanha, e depois passei a
dirigir um hospital. Entretanto, em 1928, repentinamente, sofri
um derrame cerebral, sendo acometido de apoplexia. Fui
examinado por vários médicos categorizados e todos
diagnosticaram: ‘Paralisia total - impossibilidade de
recuperação’.
Mais tarde, entrei para o mundo da Fé e fui para Tóquio.
Exatamente no dia 17 de dezembro, li o artigo publicado pelo
Jornal Hibi, de Tóquio, sobre a Dai Nippon Kannon Kai. Senti-me
muito bem após a leitura e dirigi-me imediatamente à Sede
dessa Associação, naquela cidade. Logo no início do tratamento
ministrado pelo Mestre Okada Jinsai, fui surpreendido por um
bem-estar que nunca havia sentido antes e a cada dia ia me
libertando da paralisia. Adquiri autoconfiança e em breve me
recuperei.
O Mestre Jinsai não só curava todas as doenças sem o
uso de remédios, como também estava formando um grande
número de ‘terapeutas’. Eu também, ao lado dele diariamente,
como seu aprendiz, acompanhava de perto todos os tipos de
tratamento e ficava admirado com os excelentes resultados
obtidos: doenças realmente incuráveis pela medicina iam sendo
104
curadas umas após as outras. Posso, pois, afirmar, que o método
de tratamento de doenças no Estilo Okada possui de fato
absoluto poder de salvar os sofrimentos da humanidade
causados pela doença.”
Em 1936, foi firmado o ‘Acordo de Mútua Defesa’, entre
o Japão e a Alemanha de Hitler, o militarismo avançou, e o
controle ideológico foi se tornando mais rigoroso. A Oomoto foi
pressionada. Antes mesmo do julgamento, apareciam
manchetes que agitavam a opinião pública, como esta em
relação ao seu líder: “Pena de morte ou trabalhos forçados por
tempo indeterminado?”.
O Fundador, embora desligado desta religião, era
considerado um ‘remanescente’, de modo que a vigilância
tornou-se ainda mais rigorosa. No dia 27 de maio de 1936, foi
chamado à delegacia de Tamagawa, onde o interrogaram
durante várias horas sobre o artigo ‘A Luz do Oriente’. No dia
primeiro de junho, recebeu nova intimação para comparecer à
delegacia.
Desde a instituição da Dai Nippon Kannon Kai, conciliava
a religião e a técnica medicinal, a fé e o tratamento. Mas devido
essa corrente repressiva da época, foi instituída, a 15 de maio de
1936, a Dai Nippon Kenkõ Kyõrai [Associação Japonesa de
Saúde] com a finalidade de dissociar da religião a técnica
medicinal e o tratamento, tornando-os atividades
independentes.
Menos de dois meses após a instituição da Dai Nippon
Kenkô Kyôkai, a intervenção das autoridades tornou-se maior,
viu-se forçado a dissolver a Dai Nippon Kannon Kai.
“Após a cerimônia
Do Culto Mensal,
Expliquei detalhadamente
O motivo da dissolução
Da Kannon Kai.”

105
Entretanto, o controle das autoridades era muito
rigoroso e persistente. Sem nenhum aviso prévio, baixou a
‘Ordem de proibição da prática de tratamentos’, no dia 28 de
julho. Essa lei significava a dissolução da própria Dai Nippon
Kenkô Kyôkai.
“Como a tempestade
Que vem após a bonança,
Veio da Delegacia de Polícia Metropolitana
A ordem de proibição de tratamentos.”
“Ainda não se sabe
O motivo da ordem.
Fico penalizado
Com a má política
Que faz o povo sofrer.”
No dia 4 de agosto de 1936, recebeu uma intimação da
delegacia de Õmiya. Isso ocorreu porque naquela cidade existia
uma fábrica com mais de mil operárias, algumas das quais
doentes ficaram curadas através do Johrei, o que contrariava a
Lei da Medicina. Além disso, aquela intimação também teve por
motivo a foto do Fundador com Kannon, que foi considerada
como sendo truque de fotografia.
No dia seguinte, respondeu ao interrogatório
caracterizado pela parcialidade e brutalidade. Caso as respostas
não correspondessem aos desejos dos investigadores, eles
apelavam para a agressão, puxando seus cabelos ou ameaçando-
o com uma espada de bambu. Na ocasião, ocorreram fatos
estranhos, como por exemplo, a repentina dor de cabeça sentida
pelo policial que o agredira, dor tão forte que o obrigou a sair da
sala. Mas, o Fundador resolveu assinar que a foto espiritual não
passava de uma foto artística feita por ele, e assim o seu nome
entrava para a lista negra. A esse respeito disse:
“Com um depoimento falso feito por meios forçados,
acabam transformando um cidadão bom num cidadão mau. Por
isso acho que este mundo é realmente terrível. Através do fato
106
em questão, podemos ver o quanto as autoridades da época
eram tiranas e feudais. A partir daquele momento, por ter
entrado para a lista negra, eu vivia pressionado. Todas as vezes
que mudava de residência, tinha de comunicar à polícia local,
que não cessava de exercer vigilância sobre mim, fazendo tudo
para me incriminar. Por isso, além de nada poder fazer, eu
estava sempre preocupado e nem sequer conseguia dormir
tranqüilo, por saber que a qualquer momento poderia ser preso
ou ter a minha casa revistada. Dessa forma, pode-se dizer que,
até o fim da Segunda Guerra Mundial, as novas religiões
recebiam o mesmo tratamento que o comunismo.
Em face de tal situação, eu sempre pensava: ‘Embora
esteja realizando ações tão benéficas para a humanidade sou
oprimido desse jeito! Que tristeza! Entretanto, isso também é
um aprimoramento que Deus me dá’. Pensando assim, reprimia
a ira.”
Outro dia, assim que terminou uma audiência no Tribunal
de Justiça, foram ouvidas as impressões dos réus. Segundo um
deles as investigações foram feitas pelas pessoas de forma
equivocada, e o juiz e o promotor eram insolentes. Insatisfeito,
ele disse tudo aquilo que havia deixado de falar até então.
Meishu-Sama, entretanto, disse que estava agradecido, pois,
graças ao promotor pôde aprimorar muito e com isso a Igreja
também se tomou sólida. Mas não falou para agradar, pois
quando se pensa de forma Daijo, procede-se assim, isto é, pode-
se agradecer profundamente.
Na delegacia de Õmiya, o Fundador foi solto no dia
seguinte ao de sua prisão. Logo em seguida, foi novamente
intimado, desta vez pela delegacia de Tamagawa que investigava
a relação entre Kannon Kai e Oomoto. Ficou detido do dia 10 de
agosto ao dia 20 de agosto, para investigações. O Gyokussen-Kyõ
foi revistado, sendo apreendido não apenas os livros, mas tudo
que se relacionava às duas entidades.

107
A partir de agosto de 1936, o Gyokussen-Kyõ teve o seu
nome mudado para Hõzan-Sõ (Solar da Montanha Preciosa). Por
trás desse fato percebe-se a intenção de eliminar o aspecto
religioso da instituição até mesmo no que se refere ao nome da
sede.
Em setembro de 1936, no Solar da Montanha Preciosa,
foi instituída uma associação com o nome de Kannon Hyapuku
Kai [Associação dos Cem Kannon]. No seu estatuto, consta o
seguinte:
“Por serem as imagens de Kannon, pintadas com o
máximo cuidado pelo Fundador, diferente das imagens pintadas
pelos artistas e possuírem uma elegância altiva e delicada, não
encontrada na atualidade, ele recebeu muitos pedidos, mas,
infelizmente, até o momento não foi possível atendê-los; fato
inevitável, porque o Mestre não dispunha de tempo. Agora,
tendo conseguido, o Fundador irá se empenhar na confecção de
cem imagens de Kannon. Acreditamos que uma oportunidade
como esta jamais se repetirá. Portanto, façam o seu pedido o
quanto antes.”
Até então, a pressão por parte das autoridades era
intensa, por isso, como é do conhecimento de todos, vinha-se
desenvolvendo a terapia sob a denominação "Terapia de
purificação japonesa". Todavia, entre as pessoas que não tinham
fé, a cura das doenças não era absoluta, e por esse motivo,
dependendo da pessoa, Meishu-Sama fazia com que ela orasse
diante da imagem de Kannon pintada por ele. Tal procedimento
era aceito pelas autoridades, que, desde antigamente, diziam
não ser problema esse tipo de fé.
No outono de 1936, um general do exército pedira para
ele curar a doença de sua filha. A menina, acompanhada da mãe,
passou a ir lá e seu estado de saúde foi melhorando pouco a
pouco. Entretanto, o caso chegou ao conhecimento da polícia, e
a senhora do general teve de fazer um relatório por escrito. O
marido que presenciara a melhora gradativa da criança ficou
108
indignado e empenhou-se em anular a ordem de proibição de
tratamento recebida pelo Fundador. No dia 22 de outubro de
1937:
“Finalmente,
Passado pouco mais de um ano,
A longa proibição de tratamento
Foi anulada.”
Porém a pressão continuava:
“Proclamei uma nova teoria relacionada com a Medicina;
tão logo, porém, eu a publiquei em livro, este foi apreendido.
Como isso aconteceu três vezes, sem que eu pudesse fazer
nada, desisti. O motivo da apreensão é que a minha tese é
contrária aos princípios da Medicina atual. Em relação à
porcentagem de curas alcançadas por meio desta, os efetivos
resultados obtidos através do meu método comprovam que ele
é dez vezes mais eficaz. Além disso, não se trata de cura
temporária, mas definitiva. O que estou dizendo constitui a
pura verdade, sem o mínimo alarde. No prefácio do livro, eu até
escrevi: "Estou pronto para comprová-lo a qualquer hora."
Entretanto como as autoridades e os especialistas não deram a
mínima atenção, nada mais pude fazer.”
Meishu-Sama chega a dizer:
“No momento, porém, nada nos resta fazer senão orar:
"Ó Deus, Todo-Poderoso! Fazei, por favor, com que a Medicina
abra os olhos, o quanto antes, para as suas falhas e, assim,
torne saudáveis todos os homens!”

Benefícios inesperados.

Para serem bem compreendidos se tem que ultrapassar


visões como a já disposta no volume 2, máxima do que importa
é a fé mesmo que dirigida a uma cabeça de sardinha, de outras
como o do que importa é a auto-sugestão e não a atuação da
divindade.
109
Nessa época, quarenta pessoas por dia recebiam Johrei, e
muitos vivenciaram milagres.
Em abril de 1939, médicos para os pais de uma menina,
com cárie no fêmur: ‘Se fizer o menor movimento com a perna,
será preciso amputá-la a partir do tronco’. O Fundador
aproximando a palma de sua mão da criança, ministrou-lhe
Johrei durante dois minutos. “Pronto, ela já está curada; não
precisa vir aqui outra vez”. A menina que viera carregada por
não poder pisar no chão de tanta dor, saiu correndo.
Outro milagre, uma senhora, que tinha tido seu filho
salvo pelo Fundador de uma meningite, entrou carregando sua
filha de três anos em coma por cólera infantil: - Não é aqui que
deveria trazê-la. - O senhor não me falou que viesse a qualquer
hora, quando estivesse em apuros? E colocou-a diante dele.
Vinte minutos de Johrei, a criança abriu os olhos e balbuciou: -
Mamãe, mamãe. - Eu ficaria em má situação se essa criança
morresse aqui, sabe? Se a senhora tivesse demorado, um pouco
mais, teria sido tarde.
Um outro milagre, foi em 24 de novembro de 1940. Para
subir até a uma mina, o Fundador usou uma bengala. Quando
desceu, deixou-a no escritório e retornou a Tóquio. Nesse
escritório, morava um idoso que sofria de reumatismo e
caminhava com dificuldade. Este usando a bengala percebeu que
se locomovia com mais facilidade. Achando aquilo misterioso,
continuou a usá-la, e qual não foi a sua alegria a se ver curado.
Um quarto milagre:
Em 1940, recuperou as peônias que estavam em
condições precárias apenas com a canalização da Luz Divina
através de seus olhos.
Um quinto milagre foi em 1942. Uma pessoa não
conseguia se mover, por causa das cáries nos ossos, só lhe
restava esperar pela morte. “Isso é terrível. Será expelido
através de um furúnculo ou então pela urina, mas seria melhor
que fosse pela urina”. E assim aconteceu e assim foi salva.
110
Uma ampliação de visão:
“Em fevereiro de 1943, logo após haver sido curado de
um sério problema na vista por intermédio do Johrei, fui
designado, pela primeira vez, para prestar serviço, na residência
de Meishu-Sama em Tozan-so.
Ele entrou na sala onde estávamos todos reunidos. Como
era a primeira vez que via Meishu-Sama, fitei bem seu rosto. De
repente, notei com assombro que uma luz branca, em forma de
névoa, circundava sua cabeça e gradualmente começou a
envolver todo o corpo. Limitada a princípio, passou a expandir-
se vagarosamente até que, finalmente, espalhou-se por todo o
recinto.
Já havia ouvido meu ministro falar a respeito da brilhante
aura de Meishu-Sama e imaginei que devia ser o que estava
presenciando. Fiquei emocionado por haver conhecido o homem
que recebeu de Deus a Luz Divina em tal grau. Pela primeira vez,
compreendi a razão por que meus olhos puderam ser curados, e
fiquei convencido do Poder de Deus, do qual Meishu-Sama se
convertera em canal.
Até aquele momento, tinha dúvidas sobre o que dizia
meu ministro quanto ao fato de ser Meishu-Sama o mensageiro
da Luz eleito por Deus. Eu sabia que a cura de meus olhos era
algo maravilhoso, mas tratava-se apenas de uma simples cura
física. Até o dia em que fui a Atami, para mim Meishu-Sama era
apenas um admirável homem capaz de curar doenças. Naquele
dia, porém, meus olhos espirituais despertaram para o
verdadeiro e mais profundo significado, no serviço da Obra
Divina.”
“Em 1935, a Sede Geral da Luz Divina ficava em
Hanzomon, Koji-Machi, Tóquio.
Toda minha família estava passando por uma purificação
de eczema. Eu tinha apenas cinco anos de idade. A parte inferior
de meu corpo estava coberta de eczema e como eu usava calças
curtas, minhas pernas foram envoltas em bandagem.
111
Assim que terminou o Johrei, Meishu-Sama disse:
"Pronto! Acabou!"
Dirigi-me até minha mãe que me ajudou a vestir-me
(naquela época tínhamos que tirar a roupa para receber Johrei).
Quando vesti a calça, a bandagem de minha perna esquerda
soltou. "Oh! A perna está curada!", exclamei e observei minha
perna direita. Ela também estava curada. Sentei no assoalho e
quase chorei de alegria e gratidão.
Quando agradeci a Meishu-Sama a cura, ele apenas
respondeu: "Estou contente por vê-lo curado." Sua expressão
sorridente, plena de amor, era tão marcante que posso dela me
lembrar ainda hoje.”
Uma pessoa que tinha a característica de não se deixar
levar por ninguém, foi visitar o Fundador: “Vou até a origem,
para desmascarar esse falso método de tratamento.” Depois de
ir lá três dias, acabou abaixando cabeça para o Mestre e tornou-
se membro.

De mãos atadas.

Nidai-Sama escrevendo como nada desencorajava


Meishu-Sama:
“Ao mudarmos para Tamagawa, Meishu-Sama caiu no
desagrado da polícia, devido a um acontecimento infeliz.
Certa manhã bem cedo, o chefe de polícia de Tamagawa
veio nos fazer uma visita de cortesia. Como Meishu-Sama
habitualmente trabalhava noite adentro, na parte da manhã
permanecia mais tempo descansando. O porteiro ao atender o
chefe de polícia, disse que Meishu-Sama ainda estava deitado.
Tal resposta desagradou a autoridade. Pensou tratar-se de uma
recepção fria. Afinal, era uma visita de cortesia. Este caso, junto
a outros, nos trouxeram vários aborrecimentos durante todo o
tempo em que moramos em Tamagawa.

112
Em 1937, o setor policial da região disse-lhe que daquela
data em diante, não poderia combinar o ensino e uma ou outra
atividade. Então Meishu-Sama decidiu fazer somente o trabalho
de cura, prosseguindo sua tarefa humanitária.”
Porém:
“O método terapêutico de Meishu-Sama produzia
resultados tão miraculosos que os pacientes chegavam a ser
mais de cem diariamente.”
Como a freqüência era grande, reiniciaram as
intervenções policiais:
“Você infringiu as leis da medicina, não foi? Você se
lembra de ter falado a um doente que ele ficaria curado sem
precisar ir a um médico, não lembra?
Suas palavras mostram uma total infração às leis da
Medicina. Aos pequenos infratores perdoamos, mas aqueles
como você, que agem abertamente, nós consideramos
elementos nocivos à sociedade e não podemos deixar que
continuem prejudicando-a.”
Esses interrogatórios foram feitos ao Fundador, com ele
atrás das grades da delegacia de Tamagawa, em 28 de setembro.
Prevendo que seria proibido de exercer suas atividades,
declarou:
“Se, por causa disso, eu for processado pelo crime de
infringir as leis da Medicina, ser-me-à totalmente impossível
continuar com o meu trabalho. Por isso, a partir de hoje vou
abandoná-lo.”
Poucos dias depois, talvez indignado por ter sido passado
para trás, o delegado intimou-o a comparecer novamente à
delegacia e mandou que fizesse promessa por escrito:
“Pelo resto de minha vida, jamais voltarei a praticar a
terapia.”
Explicando significado da ocorrência, deixa terapia para
encargo de discípulos:

113
“Para atingir esse propósito, eles lutam incessantemente
com as divindades. Essa é a realidade do Mundo Espiritual, que
se reflete no Mundo Material, e por isso este é um mundo
diabólico, como podemos constatar.
Para um pequeno, bem, surge uma ação contrária
praticada por um demônio de pouca força; para um grande bem,
surge a ação de um demônio muito poderoso. Assim, a Igreja
Messiânica Mundial vem enfrentando contínuos obstáculos
provocados pelos chefes do mundo satânico. Sendo ela a mais
elevada de todas as religiões que já existiram desde o começo da
História, aquele mundo está em pânico.”
E analisa assim o acontecimento:
“Espiritualmente, significava que eu havia subido mais
um degrau, e por isso, fiquei contente. Em verdade, até então o
meu trabalho estava limitado ao tratamento, em outros termos,
era trabalho corporal, como a de um soldado na frente de
batalha.”
Nidai-Sama complementa:
“Embora tivesse assistentes e auxiliares, o programa
pessoal era muito pesado e Meishu-Sama freqüentemente ficava
sem almoçar. Com o correr do tempo, foi-se evidenciando uma
fadiga cada vez mais forte e não somente eu, mas todos nós
estávamos preocupados com ele.
Um dia, quando voltou do "Fujimi-tei" (seu local de
trabalho de onde se avistava o monte Fuji), tendo apenas
ingerido uma xícara de saké (vinho de arroz), ficou terrivelmente
pálido e sofreu uma crise anêmica.
Depois deste fato, começamos a pensar que alguma
coisa, precisaria ser feita para aliviar o ritmo de suas tarefas.
Também ouvimos comentários de que a prática
terapêutica poderia ser proibida, por isso, resolvemos desistir
dela como meio preventivo, anunciando a cessação de nossas
atividades às autoridades locais.
Foi uma surpresa para a polícia da Tamagawa, mas, a
114
nossa decisão foi aceita sem comentários.
Tal decisão causou grande reviravolta nas atividades de
Meishu-Sama, porém, nós consideramos como excelente e
oportuna, não só pelo desenvolvimento futuro de sua missão,
bem como pela preservação de sua saúde.
Depois da interrupção de sua prática "terapêutica",
Meishu-Sama dedicou-se à formação de missionários que o
auxiliariam no futuro da grande missão e também na pintura de
desenhos de Kannon (Avalolitesvara).”
Kyoshu-Sama recorda:
“No início, quando o lado espiritual ou religioso tinha que
ser escondido e o trabalho de Meishu-Sama era apresentado
somente como uma atividade terapêutica, a entrada da frente
da casa principal ficava tão cheia de sapatos de madeira dos
pacientes que dificilmente encontrar-se-ia um lugar para um
passo. (Os japoneses entram numa casa descalços e deixam o
calçado na entrada).
Meishu-Sama ficava ocupado, ministrando Johrei desde a
manhã até à tarde. Freqüentemente, quando estava muito
ocupado não tinha tempo para almoçar.
Com o pôr-do-sol, o número de sapatos ia gradualmente
diminuindo. Quando o último par havia partido, nós nos
sentíamos aliviados e corríamos para o quarto de Meishu-Sama.
Ali nós o encontrávamos ainda ocupado ministrando Johrei em
seus assistentes.
Quando terminava de ministrar o Johrei, saía para o
jardim onde ainda havia luz e começava a andar rapidamente.
De vez em quando, parava para cuidar de uma flor num dos
canteiros. Dava uma volta nos jardins e ouvia os relatórios de
seus auxiliares. Depois de cumprimentar os frangos nos seus
poleiros, estudava com contentamento o pequeno jardim de
pedra que ele próprio tinha colocado no canto sul. Em seguida,
ia para o jardim interior, sentava-se na varanda sob as glicínias e
mirava o rio Tamagawa, enquanto a tarde ia descendo.
115
Finalmente, descia em direção à lagoa novamente, para dar uma
olhada no crescimento das plantas de arroz, localizadas numa
extremidade. Depois disso subia de volta ao Fujimitei. Esse era o
caminho usual de Meishu-Sama à tarde para um passeio, que
requeria uma hora.
Durante seu passeio, nós, crianças O seguíamos pulando
e rolando no chão alegremente, às vezes correndo atrás de
libélulas que apareciam perto da tarde com suas asas
transparentes, adejando o ar graciosamente. Eu ainda me
lembro da felicidade que sentia durante esses passeios com
Meishu-Sama.
Não me recordo quando o quarto de tratamento - que
sempre estivera cheio de pacientes - começou a ficar vazio a sua
entrada também ficou deserta somente com poucos sapatos
abandonados. Isso continuou até que um dia Nidai-Sama nos
disse: "Vocês não terão mais doces como antes. Tenham
paciência, por favor.” Soubemos que Meishu-Sama tinha sido
proibido de fazer tratamentos. Depois disso, Meishu-Sama
passava a maior parte de seus dias desenhando quadros de
Kannon no seu quarto particular. Como esse quarto estivesse
exposto ao sol do oeste, freqüentemente transpirava nos
ombros e costas.
Ele continuava dando seus passeios diários,
principalmente sua volta costumeira da tarde; mas,
freqüentemente, durante o dia ia longe, até o rio Tamagawa.
Estando pressionado pelos pagamentos da casa, com a
responsabilidade de manter tantos servidores e tantas crianças,
em que pensava tanto, durante esses passeios, agora que o
tinham privado do seu trabalho?”
Um caso engraçado. A esposa de um Ministro continuou
indo receber Johrei. Um policial que há muito tempo vinha
vigiando a casa, ficou desconfiado e, certo dia, seguiu-a até a
mansão onde ela morava. Lá havia um guarda na entrada e o
policial pensou: ‘Ah! Não há dúvidas de que ela é suspeita. Até a
116
sua casa está sendo vigiada.’ Então, perguntou ao colega: ‘Quem
é a mulher que acabou de entrar nesta casa?’ Ao que ele
respondeu, com um olhar indignado: ‘Veja lá como você fala!
Saiba que é a esposa do Ministro’. Assustado, pediu mil
desculpas e foi embora de mansinho, muito temeroso.
Outro caso: - Orador! Cuidado! - Não; não se trata de
religião. - Então porque pendura a Imagem de Kannon nesse
lugar? - Na hora de aplicar a terapia, há casos em que a pessoa
fica nua. Portanto, como o homem tende a ter maus
pensamentos, penduramos na parede Imagem de Kannon, para
que isso não aconteça.
Nesse tempo, evitava-se reunir muitas pessoas no Hozan-
Sõ. Promovendo jantares, criaram oportunidades para ouvirem
os seus Ensinamentos com tranqüilidade.
Nidai-Sama escrevendo sobre autodisciplina parece
lembrar como seu esposo fazia para aprender nestas horas
difíceis:
“Para você que acredita no Plano de Deus e deseja ser
seu efetivo instrumento, é importante ter o desejo de sempre
aprender. Não importa se freqüentou ou não um curso superior.
Você poderá sempre aprender mais, assistindo conferências,
ouvindo rádio, televisão e música; lendo jornais, revistas, livros e
assistindo filmes.
Meishu-Sama constantemente atualizava seus
conhecimentos por esses meios, e assim, em nenhuma época
ficou totalmente inativo, mesmo que permanecesse a maior
parte do tempo em casa.”

Vida no lar.

Nidai-Sama:
“Quando terminava o trabalho pela manhã, ele almoçava
e saía para um passeio. Eu o acompanhava sempre de perto,
durante as caminhadas pelos locais pitorescos das planícies de
117
Musashino, ou freqüentemente até às margens do rio
Tamagawa.
Enquanto andávamos, ele falava sempre me
esclarecendo sobre as idéias que tinha sobre sua missão. Assim,
Meishu-Sama olhava o futuro claro e iluminado e eu jamais
consegui descobrir nele, qualquer ponto negativo.
Embora experimentasse muitas dificuldades e
sofrimentos, nunca proferia uma palavra desagradável. Sinto
que ele foi realmente um homem que vivia no céu e com seu
pensamento ligado a Deus. Um ser realmente feliz. Penso que
nós todos deveríamos seguir o seu exemplo.”
Um de seus filhos:
“Meishu-Sama foi sempre muito rigoroso com os
familiares e os servidores que trabalhavam com ele. Em nada,
permitia parcialidade ou ambigüidade. Por isso, quando alguém
falhava, repreendia severidade a ponto de deixar as pessoas ao
redor deveras apreensivas. Às vezes, até achávamos que não
havia necessidade de repreender tanto. Porém, por outro lado,
Meishu-Sama possuía no seu coração um sentimento realmente
afetuoso e um grande amor. Por isso, mesmo sendo
repreendida, e ficando momentaneamente triste, a pessoa logo
retomava o ânimo, ela passava a se compenetrar ainda mais no
Servir.
Pude compreender claramente que para mover as pessoas
daquela forma, seria necessário realmente ter no coração, um
“makoto” pleno de palavra, pensamento e ação. O que move as
pessoas não é a técnica, mas sim, o “makoto”. É muito difícil
chegar a esse ponto, mas não é impossível. Portanto, devem se
conscientizar e se esforçar nesse sentido.”
“Meishu-Sama deixava seus filhos à vontade. Em assuntos
de crença religiosa, ele nunca pressionava para aceitarem suas
convicções. Ele nos permitia fazer o que mais gostássemos. Ele
nos dizia: "Cada um deve fazer aquilo que mais deseja: mas atos
errados nunca devem ser cometidos".
118
A Segunda Guerra Mundial acabava de terminar, e as
pessoas sofriam ainda por falta das coisas mais necessárias; ele
nos ensinava a não desejar demais. Por exemplo: se usássemos o
carro da família sem necessidade, ele nos repreendia por sermos
irresponsáveis e preguiçosos. Não permitia que vantagem
alguma dada a um membro, devido à causa, fosse utilizada em
proveito de sua família. Havia uma distinção bem clara entre o
trabalho e nossas atividades particulares.
Meishu-Sama insistia para que fôssemos conscientes a
respeito dos cumprimentos. (No Japão cumprimentar os pais é
de vital importância nas relações de família). Mesmo quando eu
dormia demais, era obrigada a ir a Meishu-Sama para
cumprimentá-lo. Ele dizia-me: “Venha e diga bom dia, mesmo
quando você se levantar tarde". Era embaraçoso ir a ele nas
horas avançadas da manhã. Por isso eu ia envergonhada.
Em tais ocasiões, ele dizia: "Você chegou muito cedo hoje,
não é?" Ou alguma coisa igualmente embaraçante. Eu me sentia
ainda mais embaraçada então, fazia uma promessa a mim
mesma para levantar-me mais cedo no futuro.
Mesmo quando Meishu-Sama repreendia as pessoas com
humor, suas palavras atingiam as profundezas de suas mentes e
assim nunca eram esquecidas.
À mesa, ele fazia freqüentemente observações
espirituosas provocando o riso de todos, e nós gostávamos das
nossas refeições alegres. Mas ele freqüentemente mantinha
conversas muito instrutivas conosco enquanto comíamos e
contava-nos muitas das suas experiências como jovem.
Era imparcial com relação a todo mundo, em casa ou em
qualquer outro lugar. Quando ministrava Johrei, aqueles que
precisavam mais eram atendidos em primeiro lugar. Pessoas
fortes, com saúde, como eu, eram sempre relegadas para o fim,
e apenas por alguns minutos.

119
Uma vez, depois que ele terminou o Johrei, eu me queixei:
"Eu tenho ainda dor de cabeça". Ele respondeu simplesmente:
"Sim, mas isso passará logo". E de fato, passou.
Quando eu era criança, tinha constantes brigas com os
empregados e outras pessoas da casa e ia sempre a Meishu-
Sama procurando apoio. Ele me dizia: "Muito bem, eu vou
repreendê-lo mais tarde". Suspeito que ele nunca fez isso, mas
apenas dizia à pessoa: "Se lhe perguntarem, diga que você foi
repreendido".
Um provérbio japonês diz: "Numa briga, ambas as partes
devem ser censuradas". Mas o feitio de Meishu-Sama era
consolar ambas e não culpar ninguém.
Sem ser levado por considerações pessoais, ele enfrentava
as situações, imparcial e calmamente. Por tais incidentes
podíamos ver o aspecto justo de Meishu-Sama.
Embora nunca tivesse sido um pai muito expansivo, eu
podia sentir nas suas palavras e atitudes, amor e preocupação e
disso lembro-me agora com um profundo sentimento.”
Seus seis filhos lembram sua figura como pai: “De um
lado, ele era muito rigoroso; de outro, extremamente
carinhoso”. Rigoroso, quando exigia saudações ou cópias: “Por
que é que não fazem os cumprimentos?.” “É melhor fazer
cópias. Depois de treinar bastante através dela, então faça suas
próprias criações”. Carinhoso, quando dava semanada de acordo
com a diferença da quantia determinada pelo sexo e idade, ou
seja, para filho mais velho 20 sen, para filha mais velha 15, e
assim por diante.
Um dos filhos recorda:
“Após as refeições, meu pai, minha mãe e meus irmãos
viviam momentos muito animados. Quando tocava uma música
no rádio, meu pai, cheio de humor, acompanhava o seu ritmo e,
no final, cantava a melodia: "Veja rio límpido céu do mar do
leste, quando o sol resplandece nas alturas." Primeiramente, ele
batia palmas e, em seguida, batia na parte de cima de uma lata
120
de chá, virava-a e batia no fundo da lata; em seguida, colocava a
lata na mesa, pegava-a de lado, virava-a novamente, colocando-
a na posição primitiva, e voltava a bater na parte de cima. Assim,
nessa ordem, fazia demonstrações de maneira realmente hábil,
interessante e divertida, fazendo com que todos caíssem na
gargalhada.”
Sua esposa registra que sua atenção para com ela, era
algo avançado para época:
“Não era comum naquela época, marido e mulher saírem
juntos; assim nós chamávamos a atenção, fazendo com que eu
me sentisse um pouco tímida. Meishu-Sama não se importava
com isso, pois sempre tinha seu pensamento mais evoluído que
a maioria das pessoas.”
Outro ponto de modernidade, permitir que ela divergisse
sobre arte ou assuntos da vida diária:
“O que venho contando até hoje aos fiéis, e no qual
sempre me baseio, é a rapidez da mudança do humor de
Meishu-Sama e Nidai-Sama. Por exemplo: muitas vezes, a
opinião dos dois sobre objetos de arte ou sobre diversos
aspectos da vida diária divergia a ponto de eles soltarem faíscas.
Minha esposa e eu ficávamos cabisbaixos, pensando no que iria
acontecer. Então, de repente, palavras como: "Sabe, Mestre”,
faziam com que as faíscas de instantes atrás desaparecessem.
Com a mudança total do assunto, a tranqüilidade reinava
novamente, e Meishu-Sama esquecia-se completamente do
ocorrido.”

Agricultura Natural.

“Há mais de dez anos descobri e venho propondo o


método agrícola que, dispensando o uso dos adubos químicos e
do estrume de origem animal e humano, possibilita a obtenção
de grandes colheitas. Naquela época, conquanto eu me
esforçasse bastante, tentando convencer os agricultores,
121
ninguém queria me ouvir. Entretanto, é minha convicção, desde
o princípio, que o método natural de cultivo representa a
Verdade Absoluta, e estou certo de que todos chegarão à
mesma conclusão, compreendendo também que, se não se
apoiarem nisso, não só os agricultores nunca poderão ser salvos,
mas o próprio destino da nação ficará comprometido. É por esse
motivo que venho insistindo no assunto até hoje.
Com base nisso, eu estava certo de que a Agricultura
Natural encontraria, por algum tempo, oposição e dificuldades,
mas também acreditava que ela não tardaria a mostrar
resultados surpreendentes, bastando ter paciência durante certo
período. Como eu esperava, posso notar, através dos relatórios
chegados às minhas, mãos, que finalmente o cultivo sem adubos
está despertando interesse em setores. No inicio, as
circunstâncias eram muito desfavoráveis e, como os próprios
agricultores não tinham muita confiança no novo método, foram
poucos os que abertamente começaram a praticá-lo; a grande
maioria começou a experimentá-lo naquele estado de "confiar,
desconfiando".”
“Não há um dia sequer
Que os jornais não publiquem
Artigos sobre a devastação
Das terras agrícolas.
Que peso no meu coração!”
“Chegou a hora
De salvar os agricultores
Respeitados como grande tesouro
Desde os tempos antigos.”
Em julho de 1935, no Curso Kannon, pregou os princípios
fundamentais da agricultura indicada por Deus, e disse que,
futuramente, viria uma época em que se colheriam produtos em
abundância. Em fevereiro de 1936, pouco depois da mudança
para o Gyokussen-Kyõ, que tinha um quintal bem amplo, ficou

122
decidido iniciar o cultivo de verduras, assim como a criação de
galinhas para obtenção de ovos frescos.
Nessa época por ter recebido ordem de proibição de
tratamento, o Fundador estava numa situação financeira
apertada. Yoshi pensava que esta produção de alimentos era
para suprir sua família, bem como os dedicantes. Mas, foi
durante uma refeição que ela soube dos verdadeiros propósitos:
“Enquanto Meishu-Sama viveu no Hozan-so em
Tamagawa, converteu as terras espaçosas em jardins de flores,
campos para plantações de chá e legumes, e campos de arroz.
Ele encorajava os jovens trabalhadores, tomando parte no
trabalho. Ao mesmo tempo estudava a consistência e a natureza
química do solo.
No começo, não prestamos muita atenção a esse projeto.
Mais tarde percebemos que ele estivera trabalhando de acordo
com um plano bastante profundo.
"Este é um produto cultivado pelo processo natural. Não
é delicioso?" perguntou-nos depois que a primeira safra chegou.
As amostras eram realmente boas, de muitos anos de estudo,
Meishu-Sama chegou à conclusão de que o seu método natural
de cultivo era o melhor e advogava-o com fervor. Isso deu
nascimento à Associação para Expansão da Agricultura Natural.
Suas idéias foram adotadas por muitos fazendeiros, membros e
não membros, em todo o país.”
Outra evidência foi numa conversa gozada entre ele e seu
jardineiro:
- Não se pode colocar adubo? - É isso mesmo. - Então
levarei essa muda de volta. Eu sou artista de jardinagem; se
derem flores pequenas, quem não vai gostar sou eu. - Você não
teria outra idéia melhor? - Naquele buraco há bastante húmus,
deixe-me colocá-lo na raiz da muda da rosa. - Ah, se for assim,
está bem.

123
Uma outra evidência do ineditismo da agricultura que ele
vinha desenvolvendo, foi como ele arrumou um substituto
responsável para esta:
- Tem experiência em agricultura? - Muito pouco, mas
pelo menos sei como usar a enxada. - Eu prefiro um amador.
Cuide das plantações e faça-me relatórios.”
Em visita a uma vila composta de novecentas pessoas,
todas saudáveis, diria:
“Esse fato torna evidente o quanto a comida vegetariana
e a não utilização de remédios são benéficos à saúde;
comprovando a tese que eu defendia.”
Os próprios discípulos duvidavam da capacidade do
Mestre:
"Meishu-Sama é realmente entendido sobre a cura de
doenças, mas sobre a agricultura não é tão profundo
conhecedor do assunto" era o que todos pensavam. Mas isso
também era devido ao fator tempo, por isso, não adiantava
falar.”

Segunda Guerra Mundial.

No verão de 1935, comprou uma mina de tungstênio com


a seguinte intenção: capital para Obra Divina, manter família,
saldar dívidas e ter uma profissão para ser apresentada a
sociedade.
Nessa ocasião, observa-se como ele orientava de acordo
com a pessoa, pelo seu sentimento e não por sua atitude:
- Como ficou aquele caso? - Fui até aquela empresa, mas
o chefe do setor estava ausente e me disseram que só voltaria
depois de uma semana. Então, pensei que era bobagem ficar à
sua espera por uma semana, hospedado naquele lugar. Resolvi
voltar, e depois ir para lá novamente. - O que!? Repita o que
disse! - Sim, senhor. O chefe do setor estava ausente, e ... - Isso
eu entendi; quero que repita o que falou depois. Você achou
124
bobagem fazer um serviço para mim? - Não, achei bobagem ficar
esperando ... - Devia esperar quantos dias fossem necessários;
você acharia com que se ocupar até realizar o serviço que pedi. -
O servidor ficou sabendo, mais tarde, que o chefe do setor havia
voltado depois de dois dias.
Pouco depois desse acontecimento. Outro dedicante
também a serviço do Fundador, foi encontrar-se com
determinada pessoa e retornou por ela estar ausente.
Entretanto, nessa ocasião, ele não disse nada.
Mas, o interessante é que a atividade de mineração
prosseguiu, sem sucesso, em toda a Segunda Guerra Mundial até
antes da sua ascensão. Dessa forma, a Obra Divina desenvolveu-
se graças às contribuições dos fiéis vindas de todo o país.
“Durante vinte anos sofri em virtude de dívidas
aparentemente insolúveis. Finalmente consegui saldá-las em
1941. Foi um alívio! No ano seguinte, começaram a chegar-me
riquezas inesperadas, e assim me surpreendi com a
profundidade da Vontade Divina.”
Em 28 de setembro de 1942, aos 59 anos, publicou
‘Medicina do Futuro’, com venda proibida, acabou sendo
distribuídos apenas entre os fiéis. O conteúdo centralizado nas
pesquisas e experiências do Fundador, repletos de dados
estatísticos, era o seguinte: O futuro do problema populacional e
a sua solução básica; Os erros da medicina e explicação a
respeito; Patologia e Higiene; Ciência Espiritual. Nessa obra
escreveu:
“A percentagem de curas era espantosa: 90% dos casos
eram certos. Um dos motivos pelos quais deixei de aplicar o
tratamento foi o meu físico não agüentar tamanho trabalho, pois
em frente ao portão de minha casa sempre havia fila de pessoas.
Talvez ninguém acredite que a percentagem de cura fosse a que
estou afirmando; aqueles, principalmente, que se dedicam a
esse campo como especialistas custarão ainda mais a acreditar.
Ora, se eu ainda me dedicasse à cura, todos poderiam pensar
125
que estivesse me valendo dessa afirmativa para fazer
propaganda. Entretanto, eu já não realizo esse trabalho, de
modo que não há nenhuma necessidade de promoção.”
Nessa época, Meishu-Sama também fez numerosas
pinturas e caligrafias e grande número de pessoas foram salvas
por meio delas. E isso está registrado nesta obra “Medicina do
Futuro”:
“Como forma de manifestar a misteriosa e profunda
força, eu uso a escrita, a palavra; às vezes, a pintura e ainda, às
vezes, a vontade-pensamento.”
No dia 13 de dezembro de 1942, editou outra obra
‘Método de cura da tuberculose’. Esta obra e a ‘A Medicina do
Futuro’, conseguiram através da fé passar pela censura no ano
seguinte, em 1943: “no Restaurante, comemoramos a reedição
do livro. Foi uma festa muito alegre, da qual participaram mais
de cem pessoas.”
Mais tarde diria:
“Se eu me descuidasse, poderia acabar como Cristo ou
ser exilado, como os ilustres sacerdotes do Japão, ou até ser
morto. Logo, não se podia agir às claras, mantinha-se segredo.
Conosco também acontecia o mesmo. Antes do término da
Segunda Guerra Mundial, não se podia falar abertamente.
Portanto, o livro "A medicina do amanhã" continha
partes ambíguas porque não se podia escrever explicitamente.
Todavia, hoje não é mais assim. Devido à liberdade de
expressão, pode-se escrever livremente e, por isso, desta vez,
escrevi, com toda clareza, o livro "Método de cura da
tuberculose através da fé.”
Porém:
“Há algum tempo, ocorreu o seguinte caso: durante a
guerra, atendendo ao pedido de um, oficial da marinha para que
eu solucionasse o problema, de haver muitas pessoas portadoras
de tuberculose no grupo de aviação, enviei meus discípulos ao
batalhão de aviadores em Kiriga-Ura. Ali, quando eles disseram
126
que a tuberculose não é contagiosa, o médico do exército ficou
bastante furioso e disse que se permitisse a entrada deles na
tropa, em breve, a tuberculose se alastraria pelo batalhão
inteiro. E assim, eles acabaram sendo dispensados. Eu preconizo
essa teoria porque tenho certeza absoluta.
Para provar a teoria acima, vou contar minha experiência.
Minha família era formada, além de mim e de minha esposa, por
seis filhos, que, na época, estavam na faixa etária de dois ou três
anos a quinze ou dezesseis. Durante mais de dez anos, a título de
pesquisa, eu sempre fazia que uma ou duas pessoas
tuberculosas em estado grave, cuja doença fora diagnosticada
em grandes hospitais, morassem conosco e recebessem o nosso
tratamento. Pelo menos vinte pessoas passaram por esse
tratamento. Naturalmente elas eram tratadas como se fossem
da família, fazendo as refeições junto conosco, sem que se
desinfetassem pratos e talheres. Como experiência, os doentes
dormiam no mesmo quarto em que meus filhos dormiam Alguns
faleceram em minha casa, de modo que se pode ver que todos
eles eram doentes graves, desenganados pelos médicos.
Passados mais de dez anos, nenhum de meus seis filhos contraiu
a doença. Aliás, eles são exemplo de saúde. Essa experiência
vem confirmar que a tuberculose não é uma doença contagiosa.
Sendo assim, proponho que façam um teste a qualquer
hora. Nem é preciso dizer que eu próprio, minha família, meus
discípulos e seus familiares, que chegam a milhares de pessoas,
serviremos de cobaias com muito prazer. Num livro que
publiquei tempos atrás, afirmei que a tuberculose não era
contagiosa. Isso ofendeu as autoridades, e o livro foi censurado.
Fiquei com muita pena, pois, apesar de ter escrito que me
colocava à disposição para o teste mencionado, elas decidiram
pela censura, sem realizá-lo sequer, talvez por acreditarem que
as teorias tradicionais eram verdades absolutas. Daí podermos
ver como as autoridades japonesas daquela época eram

127
obcecadas e firmemente dispostas a impedir o avanço da
cultura.”
No decorrer da Guerra, o Fundador fez vários
prognósticos corretos.
“Meishu-Sama mandou-me a Morioka em 1936, para a
expansão da Obra Divina. Pouco tempo depois me mudei dali
para Kamaishi, onde ficava bastante ocupado a ministrar Johrei
em muitas pessoas (de cinqüenta a sessenta por dia).
Em fins de 1939, Meishu-Sama disse-me: "Mude-se! Saia
de Kamaishi! Será devastada pelo fogo em futuro próximo.
Mude-se o mais depressa possível, ou para Ishinomaki ou para
Ichinosek."
Na realidade, não desejava sair de Kamaishi, pois minha
missão de Ministro estava indo bem e em bom ritmo de
expansão, mas uma vez que Meishu-Sama me havia prevenido,
decidi finalmente a mudar-me, e assim fui para Ichinoseki.
Dois anos mais tarde começou a Segunda Guerra Mundial
e a cidade de Kamaishi foi bombardeada duas vezes por navios
de guerra. Durante o segundo ataque toda a cidade foi
completamente destruída. O que teria acontecido comigo se lá
permanecesse? Nunca poderei saber, mas posso imaginar.
Fiquei a pensar que Meishu-Sama sabia de há muito que
a guerra irromperia e que causaria a destruição daquela cidade
pelo fogo.
Ainda que algumas pessoas digam que não acreditam no
que Meishu-Sama dizia e nem o consideram um homem
inspirado por Deus, quanto a mim estou inteiramente
convencido.”
Outra vez:
“Se tiver parentes no interior, vá ministrar-lhes Johrei”
Salvaram-se os que seguiram essas diretrizes disfarçadas [na
época, se as desse abertamente, interpretariam que era contra a
guerra]. Um dos salvos foi o que, recebendo um presente do
Fundador com os dizeres de que ‘Moradia no mato -
128
Contemplação tranqüila’, refugiou-se nas matas. O local que
havia abandonado transformou-se num mar de chamas, devido
a diversos bombardeios navais. Mas, quando se refugiou, houve
pessoas que debocharam dizendo: “Quem foi o louco que
construiu aquela casa no mato?”
Houve poucos membros que não deram crédito à palavra
de Meishu-Sama. Alguns destes infelizmente morreram.
O que mais nos surpreendeu foi a terrível morte do Sr.
M., um de nossos líderes. Meishu-Sama tinha-o alertado, duas
ou três vezes, para que fosse embora logo que possível, porque
ele achava que aquele lugar era um dos pontos mais perigosos
de Tóquio.
Cada vez que Meishu-Sama falava ao Sr. M., ele
respondia com evasivas, parecendo não desejar acatar o
conselho de Meishu-Sama.
Foi aproximadamente em julho, ou agosto de 1944, que o
vi pela última vez.
Por aquela ocasião, a maioria dos membros residentes
em Tóquio já havia deixado a cidade, que estava sendo
intensamente bombardeada pela aviação inimiga. Quando
perguntei ao Sr. M. se havia decidido ou não sair, respondeu-me
que não havia encontrado uma casa que lhe agradasse. Lembro-
me de como me intrigava o fato de ser ele tão indiferente ao
perigo que o ameaçava. Se realmente ele tivesse sincero desejo
de mudar, teria encontrado um lugar apropriado. Acho que ele
não estava interessado nisso.
Pouco tempo depois, houve uma grande incursão aérea
sobre a área do centro da cidade. Nessa época, estávamos
acostumados a ouvir relatos de membros que escaparam
milagrosamente, de modo que não ficamos muito preocupados
com a segurança do Sr. M.
Entretanto, ele não apareceu na sede em Hakone
posteriormente e começamos a pensar no que poderia ter-lhe

129
acontecido. Mais tarde soubemos que ele foi dado como
desaparecido.
Depois que a Sede foi transferida para Atami, sua filha
mais velha dedicava-se a uma de nossas tarefas. Ela foi a única
sobrevivente da família a escapar do bombardeio de Tóquio,
porque havia ido para o interior. Com lágrimas nos olhos,
contou-nos que obtivera confirmação de que o restante da
família, - cinco pessoas incluindo seu pai, - havia morrido, todos
eles queimados. Estava tão abatida que não tínhamos meios de
consolá-la.
A trágica morte do Sr. M. nos ensinou a valiosa lição de
que podemos confiar inteiramente nas palavras de Meishu-Sama
e que nosso futuro depende da maneira como as aceitamos ou
não.
Se o Sr. M. tivesse seguido o conselho de Meishu-Sama,
ele não teria sofrido morte tão trágica. Ao ignorá-lo, demonstrou
falta de fé por sua própria culpa.”
“E assim, insistentemente, incentivava os fiéis a se
refugiarem. Os Ministros também, seguindo o seu conselho, se
refugiaram, um após o outro, no interior. Mas a intenção de
Meishu-Sama em relação a esses refúgios não se limitava ao
desejo de proteger suas vidas ou os seus bens; desejava, isto
sim, que os Ministros fossem para o interior e fizessem difusão.”
Outro prognóstico correto, dois dias após o início da
guerra nipo-americana quando a marinha japonesa obteve uma
vitória nos mares da Malásia; bem como fim da guerra:
“Durante a Segunda Guerra Mundial, meu marido estava
servindo na Marinha como Oficial. Assim que começou a guerra,
a marinha japonesa venceu uma batalha que se travou na costa
da Península Malaia e houve até um desfile para celebrar. Fui a
Meishu-Sama para manifestar o meu contentamento pela
vitória.
Meishu-Sama disse-me: "Desta vez nossa marinha
venceu, mas perderá no futuro".
130
Senti-me magoado por suas inesperadas palavras, pois
meu marido era comandante na área de Saigon e toda a nação
estava inebriada pela vitória.
Meishu-Sama, contudo, continuou: "Até que nosso país
seja derrotado nesta guerra, ele jamais se tornará o verdadeiro
Japão."
“As previsões para esta guerra são tenebrosas. Agora não
posso falar a verdade, porque seria pressionado, mas suas
conseqüências serão calamitosas.”
Outros prognósticos sobre o fim da guerra:
“Quando as conseqüências da guerra atingirem o
nordeste, ela estará perto do final” “Deixe seu filho por minha
conta. Farei dele uma pessoa útil. Quando ele tiver de se alistar,
o alistamento militar acabará. O mais tardar no mês que vem já
não haverá nenhum avião inimigo sobrevoando os nossos céus.”
“No princípio de maio de 1944, recebi uma notícia já um
pouco fora do tempo. Quando assistia ao Culto Mensal na Sede
Geral em Hakone, contei a Meishu-Sama que havia sido
convocado pelo exército.
"Você deve aceitar o fato, Deus cuidará do seu caso",
disse ele ligeiramente, de maneira despreocupada.
Do lado de fora, após o Culto, alguns ministros mais
antigos, que tinham ouvido nossa conversa, aproximaram-se de
mim e disseram: "Parabéns! Nada acontecerá a você. Não há
razão para afligir-se". Naquela ocasião, não entendi o que
queriam dizer.
Logo em seguida, fui mandado para um regimento em
Tiba, integrando uma unidade encarregada de construir
ferrovias. Poucos dias após, comecei a lembrar-me do que
haviam dito alguns anos atrás, que eu sofria de cálculos renais e
que o mal era crônico. Pensei comigo mesmo: "Talvez seja
recusado na hora em que fizer o exame médico”.
Diferentemente do que supunha e esperava, quando
chegou minha vez de ser examinado pelo médico do exército, fui
131
aprovado sem maiores delongas. Eu havia rezado tanto para que
fosse excluído, pois só assim poderia dedicar-me inteiramente à
Obra Divina, como desejava. Lamentava o fato de que, tendo o
sagrado Ponto Focal em meu peito, tivesse que ir combater, ao
invés de ajudar os que sofriam. Estava certo, entretanto, de que
nada me caberia fazer naquele momento e, por isso decidi
resignar-me.
Naquela tarde, o oficial de plantão semanal trouxe um
aviso. Era um boletim que dizia: "as seguintes pessoas não
precisam preparar-se para seguir com destino à frente de
batalha”. Entre os nomes relacionados, lá estava o meu!
Pouco depois a unidade partiu. As pessoas que ficaram
passaram por novos exames médicos, foram reprovadas e
mandadas de volta aos seus lares.
Mais tarde soube que a unidade, quando, estava sendo
transportada para o front, foi atacada por aviões inimigos e
totalmente dizimada. Essa noticia fez-me pensar muito sobre a
proteção especial que havia recebido e fiquei profundamente
agradecido.
Quando encontrei Meishu-Sama outra vez na Sede Geral,
falou-me: "Parabéns, agora, dedique-se inteiramente à Causa de
Deus". Fiquei tão impressionado que senti todo o meu corpo
tremer.”
“No final do mês de julho de 1945, recebi um bilhete, que
dizia: "Regresse à sua unidade no Regimento Utsunomiya no dia
15 de agosto às 13h."
Procurei imediatamente Meishu-Sama: "Não, você não
deve ir", retrucou.
Eu sabia que tinha que me apresentar, pois não havia
alternativa, por isso falei categoricamente: "Nada posso fazer,
tenho que ir!"
"Você vai se apresentar, mas você não será necessário".
Não entendi bem o que ele queria dizer.

132
Ao meio-dia de 15 de agosto, quando me dirigia à minha
unidade, aproveitei para visitar um amigo. Quando entrei em
sua casa, encontrei-o imóvel em frente do rádio ouvindo uma
estação. Intrigado com o que pudesse ter acontecido, perguntei-
lhe o que se passava.
Disse-me: "O Imperador em pessoa anunciou o fim da
guerra".
Um pouco confuso fui ao Quartel do Regimento,
conforme determinaram. Lá me informaram que como a guerra
havia terminado, não mais se fazia necessária minha
apresentação, podendo assim voltar para casa.
Logo que regressei, procurei Meishu-Sama para dizer-lhe
que havia retornado. E Meishu-Sama: "Está vendo? Você não foi
necessário afinal".
Ele sempre dizia: "Há um profundo significado em tudo
que digo ou faço".
Pela primeira vez essas palavras soaram claro para mim e
tocaram o fundo de meu coração.”
Outros fatos interessantes:
“A Segunda Guerra Mundial terminou em agosto de
1945. Durante a guerra e mesmo depois dela, houve muita
escassez de arroz. Estávamos cientes de que, e nossa Sede Geral,
onde muitas pessoas trabalhavam havia grande falta de arroz.
Morávamos em Niigata, distrito famoso pela produção de
arroz de modo que não foi muito difícil conseguir suprimento
para nós, e tudo fizemos para conseguir quantidades maiores
para atender nossa Sede. Certa vez, conseguimos comprar um
arroz próprio para ser moído, com o qual fazíamos moti
(bolinhos de arroz) para levar à Sede.
Bem cedo, tomamos o trem para Atami, eu e mais três
companheiros.
Assim que chegamos à porta, uma das servidoras abriu-a.
Ela agradeceu-nos as caixas de bolos de arroz. Fizemos menção
de ir embora, dizendo-lhe que retornaríamos na manhã
133
seguinte. "Por favor, fiquem conosco e durmam aqui", disse
"Meishu-Sama falou-me, por volta das nove horas, viriam quatro
pessoas de Nigata com moti e deu-me instruções para que os
convidasse a ficar. Preparamos camas para vocês". Ficamos tão
surpresos com isso que momentaneamente perdemos a fala,
pois não havíamos avisado a Meishu-Sama sobre nossa vinda.
Como pôde ele saber? Até hoje não encontrei uma explicação.”
“Meu marido esteve na frente de combate durante a
Segunda Guerra Mundial.
Durante sua ausência, meu filho caçula caiu e quebrou a
perna. Recebeu Johrei e ficou completamente curado. Quero
explicar o significado espiritual deste evento.
Quando meu filho se acidentou, levei-o imediatamente
ao nosso ministro, que comunicou o fato a Meishu-Sama. Soube
pelo ministro que Meishu-Sama dissera que se tratava de um
aviso. Fiquei a pensar que aviso poderia ser, mas como a perna
do menino logo ficou boa, esqueci do que falara Meishu-Sama.
Alguns dias após, recebi carta de meu marido. Dizia:
"Quando estava andando a cavalo, ele pisou num buraco oculto
sob a grama e tropeçou. Fui lançado ao solo. Pelo modo como
caí, poderia haver-me ferido terrivelmente, mas não sofri um
arranhão".
Imaginei que poderia ser uma proteção divina, embora
não associasse o fato com o que aconteceu com meu filho.
Assim que encontrei Meishu-Sama, contei-lhe o ocorrido.
Ele disse: "O acidente com seu filho foi em substituição ao do
pai. Seu filho está num lugar onde pode receber Johrei e curar-se
facilmente, de modo que aquilo que devia acontecer para seu
marido, aconteceu para seu filho. Isto é sem dúvida uma grande
graça".
Naquela ocasião não pude entender o sentido
claramente, mas de qualquer forma; agradeci muito.”
Meishu-Sama brincava de soltar pipa e jogar carta:

134
“Num dia de primavera subo no grande telhado
Para soltar pipa para os meus filhos.
E minha esposa sente alegria."
Esse poema de Meishu-Sama foi declamado por Nidai-
Sama, no Ano Novo, em 1932. Quando Meishu-Sama e Nidai-
Sama em companhia de toda a família passavam um alegre dia
de primavera. O casal, como que retomando ao espírito infantil,
brincava com os filhos.
Nessa ocasião, Meishu-Sama sempre empinava pipa.
Assim, com a proximidade do final do ano, eu costumava ir a
Guinza comprar pipa e linha. Parece que ele gostava muito de
soltar pipa, e era hábil nisso. Então, mesmo em dia comum, não
sei se para relaxar durante as horas de folga, havia ocasiões em
que ia soltar pipa com os filhos.
Como o jardim da residência de Shofu-So não era amplo,
e também por haver árvores, Meishu-Sama, geralmente, soltava
pipa do primeiro andar da casa e, às vezes, subia no telhado. Os
filhos, freqüentemente, participavam e, realmente, Meishu-
Sama a manejava com paciência, de acordo com a mudança da
direção do vento. Quando a pipa subia, ele dava gritos de alegria
juntamente com Nidai-Sama e os filhos, mostravam grande
satisfação.
Na época da guerra, no Ano Novo, Meishu-Sama reunia-
se com os familiares e dedicantes para jogar carta, e todos
pareciam alegres.
Os dedicantes, nas horas de folga, jogavam ping-pong. Às
vezes, Meishu-Sama aparecia e ficava apreciando o jogo. Nidai-
Sama também participava, jogando com os dedicantes.
Final da guerra, ele publica “O Evangelho do Paraíso”,
retomando temas da “Medicina do Futuro”. Por essa época
afirma:
“Tenho falado tanto sobre os erros da Medicina, com
base em fatos concretos, que os leitores já devem estar
relativamente conscientizados a esse respeito.”
135
 Igrejas Kannon e Miroku.

Neste ponto: Vigilância e otimismo; Surgimentos;


Reformulando Johrei e Imagem.

Vigilância e otimismo.

“Os agentes da Polícia são exigentes; por isso é melhor


não vir aqui.” O Fundador pressentia o momento em que o
policial estava saindo de casa e que, se calhasse de estar fazendo
caligrafia nesse momento, o pincel parava sozinho. Porem, não
tomava nenhuma precaução: servia-lhes doces, atendia-os com
sorriso, levava-os para ouvir palestras, presenteava-os com
imagens de Kannon pintadas por ele e lhes ministrava Johrei.
A vigilância dos investigadores fazia o Fundador achar
graça.
Uma dessas situações:
- Investiguei bastante, fazendo tudo para prender Okada,
mas estou em apuros, porque não consigo achar nenhuma
prova. - Eu não pude deixar de rir. Prende-se alguém quando há
motivos, se não há, é porque a pessoa é honesta. Ele, no entanto,
diz que está em apuros porque quer me incriminar a qualquer
custo. Não consigo entender uma coisa dessas.
Outro caso irônico:
- Na sua casa, curam-se doenças, mas não é Kannon
quem as cura. Elas são curadas graças ao grande poder do
Imperador, por isso, vocês deveriam agradecer a ele. - As
pessoas curadas devem mesmo ir agradecer lá no Palácio
Imperial, é?
Em 15 de agosto de 1945, aos 62 anos, o Imperador
transmitiu pelo rádio que o Japão declarava o fim da Guerra. O
Fundador disse aos fiéis, que o olhavam ansiosamente:

136
“Foi bom assim. O Japão irá melhorar. Não posso falar
abertamente, mas, esse resultado merece uma grande
comemoração.”
Eis um caso demonstrativo de como era difícil falar
abertamente. Pouco depois de terminada a guerra, um militar o
visitou:
- Não consigo entender o motivo da rendição. É uma
vergonha! - [silêncio] - O senhor é japonês? - Não; não sou
japonês. - Então de que país é o senhor? - Eu sou universal.
Após o término da guerra, no dia 11 de fevereiro de
1947, o Fundador reformulou “Tratamento de Digitopuntura no
Estilo X” para organizar a “Associação de Terapia Japonesa de
Purificação”. Com a seqüência inumerável de milagres
produzidos, ao mesmo tempo em que a Associação se expandia
em número de associados, aumentava também os
interrogatórios baseados em denúncias de que ela infringia as
leis da Medicina.
Uma vez um investigador das tropas de ocupação
americanas não conseguindo entender que da palma da mão
saísse uma luz espiritual, o Fundador o fez assistir uma
experiência. Colocou algumas pessoas de pé à beira do lago e
pediu que alguém ministrasse Johrei naquela direção, e todos
começaram a tossir e a bocejar. Suspeitando que tudo tivesse
sido combinado, o investigador mandou que elas ficassem de
costas e que só ministrassem Johrei quando ele desse o sinal. O
resultado foi o mesmo e as suspeitas se desfizeram por
completo. O Fundador assistiu a tudo achando muita graça.
Mais tarde, esse investigador por ter ficado muito bem
impressionado, trabalhou para que esta pudesse ser preparada
sem tropeços como Igreja Kannon do Japão.

137
Surgimentos.

A instituição da Igreja Kannon do Japão foi realizada no


dia 11 de novembro de 1947 no Hõzan-Sõ. Na ocasião, fez a
seguinte saudação:
“Em outubro de 1934, iniciei a campanha Kannon do
Japão, com o objetivo de construir um mundo isento de doença,
miséria e conflito. Naquela época, entretanto, as autoridades
tinham como direito pressionar indiscriminadamente todas as
religiões e organizações similares, e por isso a Associação
Kannon do Japão também não foi poupada, recebendo total
repressão. Consequentemente, desde então abandonamos o
aspecto religioso e viemos desenvolvendo atividades
terapêuticas, o que é do conhecimento de todos. Finalmente,
com a marcha do tempo, chegou a oportunidade de manifestar a
força virtuosa, ou seja, o Poder da Inteligência Superior de
Kannon.”
“Esta é a força gerada pelo cruzamento do horizontal
com o vertical. Em termos budistas, é o Poder Kannon ou Poder
da Inteligência Superior; em termos cristãos, é o Poder do
Messias.”
Em outubro de 1948, o Fundador deu autonomia a uma
das nove filiais, a qual recebeu o nome de Igreja Miroku do
Japão. Ele explicou a relação entre esta e a Igreja Kannon do
Japão.
“Todas as coisas têm positivo e negativo, masculino e
feminino, vertical e horizontal; assim, se ambas as partes
caminharem suprindo suas falhas e defeitos, a expansão será
mais rápida. É como ter braço direito e esquerdo. Esta é a
Verdade.”
Em 1949, o número de fiéis elevava-se a mais de cem mil
[em 14 anos cresceu mil vezes].

138
Reformulando Johrei e Imagem de Deus.

Instituída as Igrejas Kannon e Miroku, as atividades de


salvação foram totalmente reformuladas, pois agora se
explicitava o aspecto religioso destas atividades.
O Johrei denominado ‘Tratamento’, passou a ser
chamado de ‘Purificação’ e logo a seguir de ‘Johrei’. Quanto ao
talismã passou a ter as palavras ‘Hikari’ (‘Luz’), ‘Koomyo’(‘Luz
Intensa’) e ‘Dai-Koomyo’(‘Luz Muito Intensa’) escritas
verticalmente. Meishu-Sama explicou a respeito do Johrei.
A segunda fase do Johrei caracteriza-se pela modificação
do conceito de doença e mudança e ampliação do objetivo:
“Sendo a doença
Algo que purifica
O corpo e o espírito,
Ela é uma infinita
Benção de Deus.”
Nidai-Sama compreendendo a purificação cita:
“Meishu-Sama ensinou que todo sofrimento é uma
purificação, isto é: a eliminação das máculas do corpo espiritual.
Esteja ou não a pessoa consciente desse fato, o sofrimento é
uma benção.”
Meishu-Sama diz:
“O objetivo do Johrei não é curar doenças. O Johrei é um
método criador de felicidade. Isso por que a doença também é
uma purificação e sua origem é a ação eliminadora das máculas
do espírito. Mas não é só. O Johrei é uma ação que acaba com
todos os sofrimentos do ser humano.
A irradiação do corpo humano é a mais poderosa, mas a
grande diferença que há de umas para outras pessoas, está além
da imaginação. Quanto mais poderosa for essa irradiação, maior
será a atuação do Johrei. Assim, para irradiá-la com maior
potência, concentrei-a numa parte do corpo [palma da mão],
alcançando, com isso, pleno sucesso na eliminação das máculas.
139
Consegui, também, aumentar ainda mais a força da irradiação
que cada um possui, através de um método todo peculiar
[Ohikari]. Aplicando esses dois métodos, conhecendo o seu
princípio e somando experiências, consegue-se manifestar um
poder extraordinário.
O método consiste em erradicar, pela palma da mão,
uma espécie de ondas espirituais, que têm como agente
principal o elemento fogo. Por ora, vou chamar essas ondas de
raios misteriosos. Todas as pessoas os possuem em determinada
quantidade, ou melhor, esses raios existem em número ilimitado
no espaço aéreo acima do Planeta, isto é, no Mundo Espiritual.
Mas por que será que ninguém descobriu antes esse
método que consiste na eliminação das máculas através das
ondas espirituais? Foi porque, conforme já dissemos, era noite
no mundo, não existiam raios misteriosos em quantidades
suficientes para apagar as máculas. Não é que eles fossem
totalmente nulos, tanto assim que alguns religiosos procediam
ao tratamento das doenças e até certo ponto tinham êxito.
Como é do conhecimento de todos, os fundadores de algumas
religiões ganharam considerável fama. Acontece, porém, que o
principal componente da luz da Lua é o elemento água. Com
base no elemento água, essa luz é de natureza fria, e por isso sua
aplicação torna-se um tratamento solidificador. No Johrei, o
principal agente é o elemento fogo, capaz de queimar mácula,
por conseguinte, ele apresenta efeitos extraordinários. O
principal motivo que me levou a descobri-lo foi o conhecimento
sobre a Transição da Era da Noite para a Era do Dia e o
conseqüente aumento de partículas do elemento fogo.
O método do Johrei que tenho empregado atualmente
consiste em outorgar às pessoas um papel onde está escrito a
palavra Hikari, ou seja, Luz. Os efeitos se manifestam quando
esse papel é usado no peito, pendurado ao pescoço. Isso
acontece porque da palavra “Hikari” se irradia poderosas ondas

140
de Luz, as quais são transmitidas através do corpo, do braço e da
palma da mão do fiel que ministra o Johrei.
E porque motivo se irradiam ondas da luz da palavra
Hikari? Essas ondas são emitidas do meu corpo e, pelo elo
espiritual transmitem-se instantaneamente à palavra em
questão. É muito semelhante às ondas de rádio. Todavia, se as
ondas de Luz são emitidas do meu corpo e transmitidas através
do elo espiritual surge a seguinte pergunta: que segredo existe
no meu espírito? No meu ventre [no centro dele se encontra a
alma] há uma bola de Luz que normalmente mede uns 6 cm de
diâmetro [de uma esfera, donde o volume de sua alma é de
aproximadamente 4/3 x Π x r³ = 4/3 x 3 x (6/2 cm)³ = 100 cm³.
Como o volume da alma de uma pessoa comum é 1/10.000 do
corpo espiritual = 1/10.000 do corpo material = 1/10.000 x Π x r²
x altura = 1/10.000 x 3 x (10 cm)² x (160 cm) = 5 cm³, então, a
alma do prestes a se tornar Meishu-Sama já é 20 [o dobro do
número de Deus que é dez, ou seja, Ooshin-Miroku] vezes maior
em volume do que o de um homem comum. Isso sem falar de
iluminação, brilho, fluxo luminoso e intensidade luminosa] ela foi
vista por algumas pessoas. Dela, as ondas de Luz irradiam-se
infinitamente. A fonte dessa bola está no “Nyoi-no-Tama” de
Kanzeon-Bossatsu, no Mundo Espiritual [ou seja, no yukon de
Mokiti Okada]; daí me é fornecida uma Luz infinita. Esse é o
Poder Kannon.”
Quem já consegue trabalhar num certo nível de Tie
(inteligência) é chamado de “homem desperto”. Chama-se de
“grande desperto” àquele que chegou ao ponto máximo da
expansão de consciência.
Explicitando as duas razões da evidência do Poder do
Johrei:
“A Luz era formada pela união do elemento fogo e do
elemento água, mas faltava o elemento terra. Como havia
apenas dois elementos, a força era insuficiente. A força da terra
é o elemento da matéria e correspondente ao corpo humano. Ao
141
passar pelo corpo, a Luz é acrescida do elemento terra e daí
nasce a força da trilogia, ou seja, o Poder Kannon. Explicando, a
Luz emitida por Kanzeon-Bossatsu, passando pelo meu corpo,
manifesta-se como Poder Kannon, o qual através do corpo do
messiânico, torna-se força purificadora. Outra razão é a grande
Transição, havia muito elemento água e pouco elemento fogo no
Mundo Espiritual. Se a Luz é forte, significa que há maior
quantidade de elemento fogo. Da mesma forma, no caso das
lâmpadas elétricas, quanto mais intensa é a luz, maior é a
quantidade e calor emitido.”
“Para esclarecer melhor a relação existente entre mim e
o mundo da Era do Dia, devo dizer-lhes que dentro do meu
corpo há uma bola de Luz, conhecida no Budismo, desde a
antiguidade.
Em primeiro lugar e para maior clareza, preciso explicar-
lhes que a Luz desta “bola”, em sua essência, resulta da junção
de dois elementos: Sol e Lua. Portanto, não é exclusivamente
originária do Sol, como normalmente se admite. Então, ao
juntar-se à “bola” alojada no meu corpo, essa Luz forma uma
trindade composta pelos elementos fogo, água e terra.”
Assim, efetuou-se o grande salto da terapia popular
denominada Tratamento de Purificação por Digitopontura, para
a pessoa jurídica de natureza religiosa chamada Igreja Kannon
do Japão. Entretanto, houve membros que vacilaram. Aqueles
que se limitavam a pensar no Johrei como um tratamento, não
conseguindo reconhecer a existência de Deus e o Seu amplo
desejo de salvação, muitos interpretaram que tinham sido
enganados, quando se revelou o seu aspecto religioso. Dessa
forma, muitos membros se afastaram. Por outro lado, surgiram
grandes milagres, e o número de membros chegou a dezenas de
milhares.
Como está na oração Zenguen Sandji, Kanzeon-Bossatsu
[encarnação da misericórdia] (5), Koomyo-Nyorai [encarnação da
Luz] (8), Ooshin-Miroku [encarnação da ação livre e
142
desimpedida] (20), Messias e Miroku Oomikami [encarnação de
Deus] (36) é o mesmo espírito apresentado com nomes
diferentes. A essência divina, portanto, não se altera; apenas
amplia a sua área de atividade de acordo com a época em que se
manifesta no mundo. Assim, Kannon, após aparecer, adquirir
notoriedade e ficar bem em evidência devido à sua ação como
Deus misericordioso, transformou-se em Koomyo-Nyorai =
Kannon de Mil Braços. Finalmente, tendo conquistado entre os
homens notável fama e honradez, torna a nascer como Miroku =
Guce Kannon.
Existem, portanto, várias maneiras pelas qual Deus se
manifesta no Mundo Material.
Messias é o nome de Deus depois de ter nascido como
ser humano.

2.2. Edificador de Solos Sagrados.

De 1944 a 1949, ou seja, dos 62 aos 66 anos.

Meishu-Sama assim escreveu:


“O Criador, quando criou a Terra, projetou-a de acordo
com um plano infinito. Provavelmente, isso deve ter sido há
uns dez milhões de anos. Quando criou o planeta, estabeleceu
um território paradisíaco, o futuro Japão, como um grande
jardim público mundial. Como condições necessárias,
preparou de maneira ideal o clima, os aspectos topográficos, a
beleza natural, etc., e aguardou o tempo. Evidentemente,
trata-se de nossa Atami, Hakone e também do monte Fuji.
Especialmente para Atami, objetivou um ambiente ideal, de
máxima beleza. Assim, tendo o nível de progresso da cultura
material finalmente chegado a uma situação adequada para a
construção do Paraíso, fez-me nascer, passar por várias
experiências e residir em Atami, onde deu início à edificação
do Protótipo do Paraíso Terrestre, Seu objetivo.”
143
“A nossa Igreja tem como objetivo a construção do
Paraíso na Terra, e dá início a ele construindo o protótipo do
Paraíso na Terra. O destino do mundo, isto é, o Plano Divino, é
algo muito interessante. É como se fosse a semente da fruta; a
polpa da fruta em si, por exemplo, da ameixa, do pêssego,
representa o mundo, mas a semente é o centro. Não posso dizer
exatamente, neste momento, o que seja esse centro [é a ação de
Kannon como Koomyo-Nyorai, depois como Ooshin-Miroku,
mais tarde, com uma partícula nesse centro da semente se
alojou Deus], mas nele é que está a origem do mundo. Desta
maneira, para se fazer algo no mundo, deve-se mudar primeiro a
pequenina semente. É como o aparecimento dos círculos
quando se lança uma pedra no lago. Para transformar o mundo
em Paraíso, deve-se mudar adequadamente o pequenino ponto
central, ou seja, construir o Paraíso. Esta será a minha obra de
Salvação.”
“Que poderia ser o Solo Sagrado senão uma grande obra
de arte preparada por Deus quando criou o mundo?
Quando o Criador fez a Terra há milhares ou bilhares de
anos. Mas, Ele determinou que, futuramente, haveria uma
região paradisíaca, no Parque Mundial chamado Japão; para
tanto, preparou de forma mais perfeita o seu clima, ambiente,
beleza natural, etc. e esperou pelo tempo certo. Obviamente
essa região paradisíaca é a nossa Atami, mas Hakone e o Monte
Fuji também possuem a mesma missão.
Projetamos o protótipo do Paraíso Terrestre escolhendo
locais maravilhosos, em Atami e Hakone, onde estão sendo
edificados magníficos edifícios e jardins. Com a conclusão dessas
obras, pretendo mostrar ao mundo a sublimidade e formosura
do Supremo Céu.”
A missão geral dos Solos Sagrados é a de serem assento
de Deus, lugares ideais determinados por Ele, fontes da Luz,
protótipos do paraíso e depósitos do sentimento de Meishu-

144
Sama. Mas, cada um tem sua especificidade em relação a cada
um destes pontos.
No que se refere á lugar ideal, Hakone é o centro do
mundo, Atami é o mais elevado e belo:
“Espiritualmente, o Japão é o centro do mundo. Hakone é
o centro do Japão, e Gora é o centro de Hakone. A Montanha
Divina é a mais alta da Cordilheira de Hakone, sendo o
verdadeiro centro do Japão. Essa montanha é o ponto de
separação entre o Leste e o Oeste japonês. Na realidade, o
protótipo do Paraíso Terrestre deveria ser construído em cima
da Montanha Divina, mas, por ser impossível, escolhi esse lugar.
Dei à minha primeira residência o nome de ‘Shinzan-Sô’, Solar da
Montanha Divina, justamente por tê-la como modelo da
Montanha Divina.
Assim, dentro do Plano do Criador, estava programado
que Atami, em particular, seria um lugar ideal, o mais elevado e
mais belo.”
Tanto pela beleza da água e da montanha, como pelo
clima, pelas águas termais, pela facilidade dos meios de
transporte, etc., Atami é provida de todas as condições para
protótipo do Paraíso Terrestre; em nenhum lugar do Japão
existe um lugar com paisagens tão magníficas.”
Meishu-Sama chegou a compor o seguinte poema:
“Não me canso de Atami.
A vista para o mar
E para a montanha
É magnífica.
E Atami também possui
Abundância de águas termais.”
Hakone é espírito, montanha, fogo, está relacionado com
o Mundo Espiritual, será o modelo deste mundo; Atami é
matéria, mar, água, está relacionado com o Mundo Material,
será o modelo deste mundo. Hakone é o centro do Espírito; o
que ali se planeja, reflete-se para Atami e se transforma em
145
Providência Divina expressa materialmente. Ao se ter Quioto, o
solo sagrado de Atami passa a ser semi-matéria relacionado com
o Mundo Atmosférico; enquanto que Quioto passa a ser matéria,
solo, terra, relacionado com o Mundo Material.
Impregnação do sentimento do Fundador está nos nomes
dados por ele, em Hakone é Shinsen-Kyô (Terra Divina), Atami é
Zuiun-Kyô (Terra Celestial [ou Espiritual]) e Quioto é Heian-Kyô
(Terra da Tranqüilidade [ou Material]). O nome de tranqüilidade
talvez se deva ao receio, preocupação, insegurança, fúria,
anormalidade, incerteza e perturbação que há três mil anos
atrás o planeta Terra vem passando, inclusive as próprias
reencarnações de Meishu-Sama.
Em 27 de setembro de 1952, antes de Meishu-Sama ter
escolhido Quioto como terceiro solo sagrado (foi em 11 de maio
de 1953), ele assim pensava:
“Concluindo-se o Paraíso Terrestre de Atami, (a
atuação) será realmente a nível de Mundo Material. Como
sempre digo, aqui (Terra Divina) é o Mundo Espiritual.
[Hakone é] O Mundo Espiritual do Mundo Material. E Atami é
o Mundo Material do Mundo Material.”
Neste item se aborda: Hakone; Atami; Quioto.

 Hakone.

Neste ponto: Significado; Milagres; Construções.

Significado.

Início e término de Hakone:


Em maio de 1944, ano anterior ao término da guerra,
mudou-se de Hôzan-Sõ para Shinzan-Sô. Logo, iniciou a
construção da Terra Divina, atualmente com área de 76 mil
metros quadrados a 600 metros de altitude. Levou nove anos

146
para concluir o Paraíso Terrestre de Hakone, terminou no dia 15
de junho de 1953 aos 70 anos.
Significação:
“O centro da nossa Igreja é Gõra, em Hakone. ‘Gõ’ é
‘cinco’ e também ‘fogo’; ‘ra’ é ‘espiral’. Por isso, o nome Gõra
significa ‘Expansão centrífuga [força para fora] da essência do
fogo’. É muito profundo o significado do assento em forma de
flor de lótus (‘rengue-dai’) que constituí a base onde repousam
as estátuas budistas. [de acordo com o budismo, uma flor de
lótus serve como assento aos que renascem no paraíso budista.
Nessa religião, esta flor branca é o símbolo da pureza e perfeição
da natureza búdica, inerente a todas as pessoas. Assim, como o
lótus brota de dentro da escuridão da lama para a superfície da
água, florescendo somente depois que se elevou acima da água
e por permanecer imaculada sem se contaminar nem com a
terra nem com a água que o nutriram, da mesma forma a mente,
nascida do corpo humano, desabrocha suas verdadeiras
qualidades (pétalas) depois que se elevou acima das torrentes
lodosas da paixão e da ignorância, e transforma as forças
obscuras das profundezas em brilhantes e puros néctar da
consciência iluminada.] Gõra, situada em Hakone, é o próprio
‘rengue-dai’, porque está formada de montanhas de alturas
variadas em torno de uma montanha alta, assemelhando-se,
topograficamente, à flor de lótus.”
Deus é o construtor:
“É interessante como os terrenos de que necessitamos
vão chegando às nossas mãos uns após outros. E não são
terrenos dispersos; eles vão se ampliando de um vizinho para
outro, mesmo acontece com o tempo. Quando está se
aproximando a hora em que teremos necessidade do terreno, os
proprietários nos procuram, para vendê-los. Tudo se processa
conforme desejamos. As pedras de que precisamos, surgem
abundantemente, num só lugar. Parecem não ter fim, por mais
que escavemos.
147
Desde 1931, o Mundo Espiritual tende gradativamente a
clarear e por isso tornou-se fácil construir o Paraíso. Não são os
homens que o constroem, e sim, Deus. Assim, a construção
avança naturalmente, de acordo com o tempo, bastando que o
homem trabalhe em conformidade com a Vontade Divina. Deus
é quem fez o projeto e inspeciona o trabalho, utilizando
livremente grande número de pessoas; quanto a mim, pode-se
considerar que represento o papel de mestres de obras.”
O Fundador como mestre de obras:
Em 20/12/1949:
“Então, deus escolheu a mim, como executor desta
grande obra. Não digo que sou o Messias, mas hoje posso
afirmar que Deus irá manifestar o poder do Messias através de
mim.”
“Basta que façam como eu digo para fazer. Você trabalha
bem demais e por isso o trabalho não fica bom. Aqueles que não
conhecem o serviço de jardinagem ou qualquer outro, fazem
conforme eu digo para fazer. Quem o conhece, executa-o de
acordo com a sua própria cabeça. Isso não é bom.
Ainda que a pessoa se julgue com capacidade para
realizar algo, ela deve fazer docilmente aquilo que eu digo para
fazer. Agindo-se assim, conseguem-se resultados magníficos.”
Em ??/10/1952: [órgão executor, não é o corpo todo,
existe um Mestre em estado de união com a Obra do Reino do
Céu na Terra, mas ainda não nasceu o Messias].
“Desse modo, de agora em diante, cada vez mais Deus irá
realizando a Obra de Salvação por diversos métodos. E eu sou o
seu órgão executor.
Só com o espírito o mundo não pode ser salvo. Como o
mundo é feito de matéria, é preciso que um ser humano vivo
advogue.
E estou incumbido de fazer esse trabalho. Por isso, à
medida que o tempo passa, isso vai aparecendo de forma
concreta.”
148
Eis um exemplo significativo desta situação, isso
aconteceu na época em que estava sendo construído o Jardim
dos Musgos na Terra Divina.
“Sempre digo que a pessoa que consegue fazer
exatamente como falo, é um herói. É um grande homem. Porém,
a maioria age quase sempre de forma diferente. Isso não
acontece apenas na fé. Na obra do jardim, também, é a mesma
coisa. Não há sequer um jardineiro que faça o trabalhe como eu
peço. Se digo para pôr determinada coisa em determinado lugar,
não há uma pessoa que coloque no lugar indicado: ou coloca
mais para cá ou para lá. Se digo para pôr mais para cá, ela acaba
colocando mais para lá. Por isso, não sei o que fazer com esses
jardineiros profissionais. Mas é muito mais fácil fazer de acordo
com o que eu falo. É estranho, pois as pessoas não gostam de
fazer as coisas do modo mais fácil.
Dentre os jardineiros, havia um que procedia da seguinte
maneira: quando eu falava para puxar a pedra 30 cm para
frente, ele não obedecia. Movia apenas cerca de 10 cm. E então.
Perguntando-lhe por que não movia exatamente os 30 cm,
ordenei para que puxasse mais para frente, e ele só conseguiu
mover cerca de 20 cm. Como ainda não estava bom, disse-lhe
para fazer de novo. Então, ele a colocou na diagonal. Disse-lhe:
"Não pode ser na diagonal. Esta já é a terceira vez que peço. Se
errar mais vez, vou despedi-lo."
Parecia que iria fazer tal qual eu havia pedido, mas não
conseguia. Então, ele disse que iria pedir ajuda ao Mestre-de-
obras.
Solicitei, então, ao mestre para fazer como eu queria e
ele aprontou em duas ou três horas; ao passo que a primeira
pessoa levou de três a quatro dias. Esse tipo de coisa tem
acontecido. Principalmente os japoneses, estes não fazem
conforme são mandados; não pensam de acordo com o que foi
falado: parece um tipo de vício, um tipo de doença. Por isso,
minha palavra é interpretada de forma errada.
149
Assim, quando alguém diz: "Fiz conforme Meishu-Sama
falou, mas não obtive êxito", eu, achando impossível, pergunto
melhor à pessoa e descubro que fez de forma diferente.”
Os Solos Sagrados jamais se desenvolveram dentro de
boa situação financeira. Eles foram construídos por cerca de cem
mil fiéis, gratos por terem sidos salvos pelo Poder Divino.
Mas seria através dele e do Museu de Belas-Artes onde
se expunham obras de qualidades extraordinariamente elevada
em termos artísticos, é que se evidenciaria diante de todos, a
realização de um trabalho de primeira classe em matéria de
empreendimento cultural e, graças a isso, os intelectuais do
Japão começaram a reconsiderar sua opinião da Igreja ser
trapaceira.
“Há pessoas que interpretam erroneamente as atividades
da Igreja como algo que visa somente lucros monetários, e isso
só porque flui para ela uma espantosa quantia de dinheiro -
imagem que, felizmente, foi desfeita após a construção do
Museu de Belas Artes. Para salvar um número maior de pessoas
é necessário, consequentemente, grandes instalações. Nesse
sentido, cada vez necessita-se de mais recursos financeiros. É
muito bom ter avidez neste caso. O dinheiro passa a ser mal
visto - principalmente os japoneses têm esse ponto de vista -
porque ele é usado de maneira corrupta. Isto é, o próprio
dinheiro já se encontra maculado. Mas, quando utilizado para
boas causas, não há meio mais útil e poderoso que ele.
Salvam-se muito mais pessoas quando o dinheiro é
utilizado para esta finalidade. Por exemplo, qualquer pessoa que
o veja, achará nosso templo magnífico, e o nosso jardim
maravilhoso. Achará então que a Igreja também deve ser algo
maravilhoso e nela: ingressará. Assim ela se salvará.”

150
Milagres.

“Sendo assim, os terrenos me são oferecidos


inesperadamente, em lugares inesperados e por pessoas
inesperadas. Mal eu sinto que Deus me está dizendo para
comprá-los, obtenho a quantia necessária sem maiores
sacrifícios. De acordo com o terreno, consigo não só o projeto
mais adequado como o melhor construtor, e o material
necessário também entra na medida exata. Até um arbusto para
jardim me é trazido inesperadamente por alguém, e há sempre
um lugar onde ele se encaixa com perfeição. Às vezes, aparece-
me varias árvores ao mesmo tempo e fico sem saber onde
colocá-las; entretanto, como creio que tudo isso é feito por
Deus, ponho-me a estudar o jardim e começo a plantá-las uma a
uma. Resultado, elas vão se encaixando perfeitamente. Cada vez
que isso acontece, vejo que tudo está sendo feito por Deus.
Quando desejo colocar uma pedra ou uma árvore em
determinado lugar, em dois ou três dias elas vêm às minhas
mãos. Que poderá ser isso senão um milagre?”
Outros milagres, um deles aconteceu no verão de 1945,
quando se colocava o telhado na Casa da Contemplação da
Montanha.
Em Hakone, o transporte de rochas enormes era muito
freqüente, portanto, havia um grande perigo. Um jovem que
dedicava na construção do jardim em volta daquela casa,
prendeu a mão entre duas rochas, e o sangue imediatamente
começou a escorrer. O Fundador passava por ali nessa hora e,
tão logo viu o que estava acontecendo, começou a ministrar
Johrei do lugar onde se encontrava a uns três metros de
distância do rapaz. O sangue, que saía em grande quantidade,
estancou em cerca de três minutos. Vendo isso, o Fundador
deixou o local como se nada tivesse acontecido, mas as pessoas
que ali estavam ficaram maravilhadas, sentindo-se tomadas por

151
uma sensação arrepiante. Abismadas, permaneceram estáticas,
olhando ele se afastar.
Outro milagre ocorreu, na mesma época, quando faltava
apenas 40 ou 50 cm para terminar a cobertura e o céu escureceu
de nuvens negras:
- Se começar a chover antes de terminar a cobertura, as
pilastras vão ficar manchadas. Por favor, vá pedir-lhe [a Meishu-
Sama] que faça algo para resolver o problema.
- Primeiro, porém, diga-me quanto tempo vocês
necessitam para terminar o teto?
- Provavelmente, cerca de trinta ou quarenta minutos,
mas seria melhor se tivéssemos uma hora mais de bom tempo.
- Está bem, irei e contar-lhe-ei o que ocorre.
Quando chegou à Meishu-Sama, este lhe perguntou:
- Qual é o problema?
- Pode começar a chover dentro de poucos minutos ...
- De quanto tempo vocês precisam?
- Os encarregados da cobertura podem terminar o
trabalho dentro de uma hora.
- Está bem. Mas qual o menor tempo possível de que eles
precisam?
- Cerca de quarenta minutos.
- Está bem.[fitou o céu durante cinco minutos e falou]
Agora pode ir. Diga aos homens que terminem o trabalho
rapidamente.
- [No momento em que terminaram o serviço e estavam
descendo, preparando-se para descer pela escada, grossos
pingos de chuva começaram a cair em torrentes. Entretanto não
estava chovendo até cerca de cinco metros ao redor da casa; dali
para frente, tudo estava inundado.]
Um outro milagre:
Em maio de 1948, na ocasião em que uma pessoa
trabalhava na construção de uma canalização de água no Solar
de Contemplação da Montanha, no mini-paraíso de Hakone, o
152
cordão de seu Ohikari rompeu. Depois disso, não mais o usou,
porque na realidade ele não entendia bem o que significava.
Certo dia, resolvendo podar o enorme cipreste que havia no
jardim para permitir que a plantação de verduras pudesse receber
mais Sol. Para isso ele subiu na árvore com um serrote preso à
cintura.
De repente, o galho em que se agarrava quebrou e
despencou de uma altura de quase quinze metros. Caiu
violentamente sobre a coxa, batendo contra um tronco que
estava no solo e ficou sem poder mover-se.
Tentou pedir socorro, mas a voz não saía. Tentou várias vezes
até que conseguiu emitir alguns sons, o bastante para que sua
mulher lhe ouvisse e viesse para lhe acudir. Ela chamou um
ortopedista, membro da Igreja. Ele veio em seguida e o atendeu,
mas ele continuava sem poder movimentar porque a queda fora tão
violenta que teve a impressão de que o cabo do serrote havia
penetrado no seu corpo. Doía até quando respirava. Ficou de cama
durante duas semanas, impossibilitado de fazer qualquer coisa.
Pensando que nunca mais poderia trabalhar, mesmo depois que se
recuperasse, e estava cogitando de pedir dispensa de seu trabalho.
Foi nessa ocasião que recebeu uma ajuda financeira de Meishu-
Sama.
No décimo - quinto dia pôde sentar pela primeira vez. No
décimo - sexto, já podia andar com a ajuda de uma bengala, e
assim foi agradecer a Meishu-Sama o auxílio que lhe havia dado.
Um empregado mais antigo recomendou-lhe que pedisse
Johrei a Meishu-Sama. Assim, no décimo sétimo dia, foi até
Shinzan-so, residência de Meishu-Sama em Hakone.
Lá ficou esperando junto à ponte até que Meishu-Sama
terminasse seu café da manhã e saísse para atender seus
compromissos do dia.
Ao pedir-lhe Johrei ele lhe disse: "Muito bem, vou
ministrar-lhe agora mesmo e você vai conseguir flexionar o
tronco."
153
Ele ministrou o Johrei de uma distância de mais ou
menos 2 metros durante um minuto, e perguntou: "Como se
sente? Acho que pode curvar agora. Experimente." Meio
receoso, fez uma tentativa e, para espanto seu, verificou que
podia flexionar o tronco. "Você pode flexionar mais," falou
Meishu-Sama. Tentou outra vez e certifiquei-me de que podia
movimentar-me ainda mais.
Quando voltava para casa, imaginando que devia ter sido
uma espécie de magia ou mágica. Se fosse, pensava, o
encantamento desaparecerá com o passar do tempo.
Acordou aquela noite, saiu da cama e experimentou
novamente fazer flexões. "Extraordinário”, falou consigo
mesmo, "O encantamento ainda está funcionando".
Quando foi lavar o rosto pela manhã, pôde curvar-se, e
pela primeira vez, desde que havia caído, conseguiu usar as duas
mãos.
Chegou à conclusão, então, de que realmente havia sido
curado pelo Poder de Deus atuando através de Meishu-Sama e
de que não havia sido magia.
Compreendeu também, que Meishu-Sama era um
homem maravilhoso.
"Crer cegamente não é sinal de verdadeira fé", ensinava-nos
Meishu-Sama. "Quando você obtém cura pelo Johrei, você sente o
poder de Deus. Este fato é que lhe permite conhecer a verdadeira
fé".

Construções.

A primeira construção, iniciada pelo Fundador na Terra


Divina, foi na Casa da Contemplação da Montanha. Nessa época,
no Japão, havia carência de materiais para construção e até
mesmo de provisões, porém:
“Vou trabalhar nesta casa. Quando ela ficar pronta, a
humanidade estará mais perto da salvação. Se deixarmos os
154
trabalhadores passarem fome, a obra atrasará. Por isso estou-
lhes fornecendo arroz.”
Ela, que foi sua moradia, começou em março de 1945 e
ficou concluída em 15 de agosto de 1946. Oferecendo uma bela
paisagem com três montes, era o lugar onde, no verão, residia e
elaborava os planos da construção do Paraíso Terrestre. Esta
Casa de 50 metros quadrados foi usada para os encontros com
os diretores da Igreja, com os comerciantes de obras de artes; aí
também foram ditados e revisados um grande número de
Ensinamentos. Além de ser considerada um museu histórico, foi
muito importante como ponto central da Obra Divina no Solo
Sagrado de Hakone.
Outra construção na Terra Divina foi o Santuário da
Divina Luz. Concluído em 5 de outubro de 1971, sendo
elaborado com seguinte plano e significado:
No Santuário da Divina Luz estão assentados Miroku
Oomikami [Messias] e o Espírito Divino de Oshie-Miyoa-Nushi-
No-Kami [Meishu-Sama, isto é, Mestre de Obras do Reino do Céu
na Terra]. Do ponto de vista espiritual, isso significa que a Luz
surgiu do centro da Terra [de um ponto terreno para onde as
coisas convergem], e que o Mundo da Luz se concretizará. Isto é,
tendo como fonte de Luz o Santuário da Divina Luz, Deus vem
ativando o Seu poder, e com isso a Sua Obra está se
desenvolvendo mundialmente. Entretanto, o Templo Messiânico
de Atami é a fonte de Luz que representa as atividades de
caráter material.
Uma outra edificação é o Sorei-Sha (Santuário dos
Ancestrais), consagrado por Nidai-Sama em outubro de 1958.
Neste, primeiramente está assentado o Espírito Divino do
Fundador; a seguir, os espíritos dos pioneiros, dos antepassados
da família de cada fiel que fez sua inscrição, e dos parentes,
amigos e conhecidos dos fiéis. Além desses, estão assentados os
espíritos das vítimas da Segunda Guerra Mundial. Ele ocupa uma
área de 490 metros quadrados, e nele, todas as manhãs e todas
155
as tardes, são realizados Ofícios Religiosos em Sufrágio dos
Espíritos, Ofícios Religiosos do Dia de Falecimento, etc.
Já em 1926, admirador de Hakone, alugou uma casa para
passar o verão. Como recordação, foi reformada e reconstruída
em 1947, servindo para ele fazer as caligrafias a pincel. O nome
dado, pelo Fundador, a esta casa foi a Casa do Trevo.
Mais uma, é a Casa de Contemplação do Monte Fuji.
Construída em 1936 com área de 50 metros quadrados, ao lado
do Hôzan. Era o local onde ele, além de atender as pessoas que
diariamente vinham receber Johrei, ser entrevistada ou receber
orientações, dedicava a escrever Imagens da Luz Divina e
Ohikari. Ela foi desmontada e reconstruída na Terra Divina em 23
de dezembro de 1974.
Uma expressiva construção, foi a do Museu de Belas-
Artes de Hakone.
“Com a demolição da casa [dos pássaros, no final de
1950], formou-se um terreno livre de 500 metros quadrados
mais ou menos, e eu fiquei pensando em construir algo
adequado ao lugar. De repente, me veio à cabeça a idéia da
construção de um Museu de Arte. Ora, ainda que pequeno, não
se faz com pouco dinheiro, e eu não tinha previsão de obter os
recursos suficientes num futuro imediato. Confiando em que
Deus daria um jeito em tudo, iniciamos a obra em outubro
daquele mesmo ano.
Como podem ver, o Museu de Arte está sendo concluído
passo a passo, e ouvi dizer que está se tornando bastante
popular entre as pessoas da classe alta da sociedade.
Deus deseja salvar primeiramente as pessoas intelectuais
e as da classe alta, mas elas, normalmente, não se aproximam. O
Museu de Arte, por exemplo, é o melhor meio para fazê-las se
aproximarem. Acredito que não há outra forma, além desta,
para reunir tais pessoas. E quando elas pisarem este Solo
Sagrado, acabarão unindo-se a nós espiritualmente, por isso,
mesmo contra a vontade, surgirá um motivo para serem salvas.
156
Tratando-se de um Museu de Arte, as pessoas têm uma
grande admiração, portanto, não será necessário dizer uma só
palavra. Apenas vindo aqui para apreciar as obras de arte,
forma-se uma afinidade espiritual. E, posteriormente, quando
chegar o tempo certo, elas começarão a ouvir a nossa conversa.
Isso significa que houve o enfraquecimento daquilo que estava
atrapalhando espiritualmente. Portanto, observando-se a
habilidosa realização de Deus, fico deveras admirado.”
Terminado em 15 de junho de 1952, um ano antes da
conclusão da Terra Divina.
“Hoje é o terceiro dia das comemorações e acho que o
tempo também é dos melhores; considerando que estamos em
temporada de chuva.
O Museu de Arte também, como podem ver, ficou pronto
totalmente, portanto, gostaria que, depois, apreciassem
calmamente. Levando em consideração que houve poucos
contratempos e tudo correu bem, apesar de nos apressarmos
para que ficasse terminado dentro do prazo significa que quem,
está realizando é Deus.”
Significação e objetivo:
“Embora simples, os princípios religiosos utilizados por
mim na obra salvadora que venho empreendendo, diferem
grandemente dos princípios religiosos existentes até hoje.
Os antigos fundadores ou pregadores de religiões
adotavam a frugalidade na alimentação, vestiam-se
sumariamente e levavam uma vida simples. Para se
aperfeiçoarem, faziam penitências, permanecendo isolados em
montanhas quase inacessíveis, debaixo de cascatas (ato
considerado purificador), lendo os livros sagrados dia após dia.
Dessa maneira, entre Verdade, Bem e Belo, este último
era negligenciado. Poucos religiosos se interessavam pelas artes.
Paraíso terrestre pode ser considerado, essencialmente,
o Mundo da Arte, razão por que a nossa Igreja confere às
manifestações artísticas uma atenção toda especial.
157
Vou explicar o significado fundamental da construção do
Museu de Belas-Artes de Hakone.
Como sempre digo, o objetivo da nossa Igreja é construir
um mundo de perfeita Verdade, Bem e Belo. Para expressar este
último, construí uma obra de arte inédita, unindo a beleza
natural à beleza criada pelo homem. Que pretendo atingir com
isso?
Embora, o Japão, desde um passado bem remoto,
sempre tivesse possuído grande número de magníficas obras de
arte, que nunca deixaram nada a desejar em relação às de
qualquer outro país, até hoje elas estavam nas mãos da classe
dominante, bem guardadas nos seus palácios. Só de vez em
quando essas obras eram expostas e, assim mesmo, a um
limitado número de pessoas. Portanto, em termos mais claros,
vigorava, até algum tempo atrás, o monopólio das belas artes,
produto do pensamento feudalista dos japoneses.
Já há muito tempo eu vinha me rebelando contra esse
mau costume. Pensava modificá-lo de alguma forma, colocando
as belas-artes ao alcance de todos. Enfim, queria libertá-las e,
com elas, deleitar o povo. Acreditava que, dessa maneira,
também daria um novo sopro à vida da Arte. Como sou líder
religioso e, consequentemente, pude contar com a dedicação
dos fiéis, o Museu de Belas-Artes foi concluído em curto espaço
de tempo. Vendo concretizada uma aspiração de longos anos,
estou imensamente feliz.
Atualmente, existem museus de Arte particulares, mas o
objetivo destes é muito diferente do meu. São museus
organizados por milionários, com os inúmeros objetos que eles
colecionaram para preservação e segurança de seu futuro. Esses
milionários despendem grande soma de dinheiro para satisfazer
seus próprios "hobbies", proteger sua fortuna, receber
honrarias, etc. Entretanto, como existe uma lei regulamentando
que, num determinado número de dias do ano, as peças dos
museus particulares devem ser expostas ao público, esses
158
museus abrem suas portas durante um curto período, na
primavera e no outono, apenas para cumprirem a exigência da
lei. Por isso, devemos dizer que seu significado social ainda é
muito limitado.
Em contraposição, o nosso Museu de Belas-Artes fecha
somente durante os três meses de inverno dezembro, janeiro e
fevereiro - devido ao clima impróprio de Hakone. No restante do
ano, ele está aberto, podendo ser visitado quando se desejar.
Assim, também nesse aspecto podemos dizer que ele é um
museu ideal. Além disso, os objetos nele expostos são tão
famosos e raros, que as pessoas interessadas em Arte desejam
admirá-los pelo menos uma vez. Imagino, pois, quão grande seja
sua satisfação. Acrescente-se que, o preço do ingresso é bem
acessível; dessa forma, estamos contribuindo grandemente para
o bem da sociedade.
Outro aspecto positivo é que, quando os artistas da
atualidade queriam ver um objeto de arte como ponto de
referência para os seus estudos, não encontravam um museu de
arte japonesa no verdadeiro sentido da palavra. Como todos
sabem, os museus históricos possuem grande número de
objetos históricos e arqueológicos, mas trata-se, principalmente,
de arte budista, ao passo que outros, como os particulares, por
exemplo, expõem, sobretudo arte chinesa e ocidental. Assim,
poderemos contribuir para a preservação dos valiosos
patrimônios culturais que tendem a se dispersar facilmente.
Outro dia, em visita ao museu, o Sr. Assano, diretor do
Museu Nacional do Japão, e o Sr. Fujikawa, chefe do
Departamento do Conselho de Desenvolvimento do Patrimônio
Histórico e Artístico Japonês, disseram que esse tipo de museu
preenche as condições de que a nação mais necessita
atualmente, razão pela qual eles nos manifestavam seu irrestrito
apoio e o desejo de que alcançássemos um êxito cada vez maior.
Isso veio firmar mais ainda a, minha convicção.
Por fim, quero dizer em especial que, no futuro, virão
159
turistas ao Japão, uns após outros e, como não existem turistas
que não passem por Hakone, sem dúvida eles visitarão o nosso
Museu de Belas-Artes. Também nesse aspecto ele será de
grande utilidade, contribuindo para que os visitantes se
conscientizem do elevado nível da cultura japonesa. A propósito,
estrangeiros de grande influência tal como o Professor Langdon
Warner (1881-1955) nos solicitaram permissão para visitar o
museu, de modo que, um dia, ele também será conhecido no
exterior; creio mesmo não estar muito longe o tempo em que se
tornará uma das atrações do Japão. No desejo de corresponder a
essa expectativa, estou me esforçando ao máximo para, o
aperfeiçoamento de todos os seus detalhes.
O Museu de Arte de Hakone é o Palácio do Belo que irá
representar a arte do Japão ao mundo. Quando ele estiver
pronto, tornar-se-á conhecido também no exterior e
provavelmente muitos estrangeiros virão visitá-los. Ele também
é um modelo da Obra Divina. É um símbolo do Paraíso Terrestre.
Com o término dessa construção, estará concluído o protótipo
do Paraíso Terrestre de Hakone e, com o passar do tempo, se
desenvolverá a construção do Paraíso em escala mundial.”
Meishu-Sama não queria apreciar as obras de arte
solitariamente, queria mostrar as pessoas a fim de alegrá-las:
“Amanhã vamos mostrar aos fiéis a obra que adquiri
estes dias. Quando vejo uma magnífica obra de arte, ou uma
paisagem maravilhosa, não sinto vontade de apreciá-las sozinho,
e até fico melindrado; nasce em mim a vontade de mostrá-las a
um grande número de pessoas, para alegrá-las. Dessa forma,
minha maior satisfação é alegrar o próximo e com isso ficar
alegre também.”
Nidai-Sama fala sobre a aquisição do acervo:
“O Japão mergulhou na Segunda Guerra. Após o término,
sua situação modificou-se por completo, levando-o a fazer sua
própria reformulação. O imposto sobre imóveis e a mudança
para o novo sistema monetário compeliram as classes nobres e
160
ricas a pôr suas imensas coleções de arte à venda. Objetos que
eles tinham colecionado com carinho em seus lares, eram
vendidos para pagar seus impostos sobre imóveis ou
restabelecerem-se em seus negócios. Isso ofereceu a Meishu-
Sama uma oportunidade ideal para atingir a esperança
acalentada por muito tempo: tornar tais objetos acessíveis ao
público.
Ele começou a coleção e cinco anos mais tarde começou
a construção do Museu de Arte nas terras do Solo Sagrado, em
Hakone. Um ano e sete meses mais tarde o Museu foi aberto ao
público.
Meishu-Sama ficou deveras encantado com a admiração
pública e pela velocidade extraordinária com que o Museu se
completou. Mostrava esse prazer nitidamente em seu rosto feliz,
no dia da cerimônia da abertura.”
Aquisição do acervo, sem pedir abatimento, isso é o que
Meishu-Sama fazia:
“Dar exemplo de si próprio é meio constrangedor, mas,
quando vou fazer compras, sou do tipo que quase nunca pede
desconto. Só quando os artigos são espantosamente caros ou
percebo que vou ser enganado é que me vejo forçado a
regatear, porém é muito raro. Ajo assim porque, se eu
pechinchar, não há dúvida de que o vendedor aumentará o
preço na próxima ocasião; aí eu vou pechinchar outra vez, e
assim por diante. Isso dá muito trabalho e só causa experiências
desagradáveis.
Como as pessoas que já visitaram o Museu de Belas-Artes
de Hakone devem saber, temos inúmeras peças que não se
conseguem facilmente. Por isso não há quem não se espante.
Vou contar, desde o início, como ocorreram os fatos.
Comecei a comprar objetos de arte logo após o término
da guerra. Naquela época, o Japão estava passando por uma
transformação até então nunca vista. Os nobres, os milionários,
os senhores feudais, os grandes grupos econômicos, enfim,
161
todos aqueles que ocupavam posições privilegiadas foram
despojados delas de uma só vez. Premidos pelas dificuldades
financeiras, eles viram-se obrigados a desfazer-se das caligrafias,
quadros e antiguidades de valor artístico que eram tesouros de
família desde a época de seus ancestrais. Por conseguinte,
surgiram no mercado muitas peças famosas e raras, e a preços
baixos. Fiquei com muita pena, pois essas pessoas precisavam
vendê-las mesmo a contragosto, para poderem pagar os
altíssimos impostos lançados sobre seus bens. Assim, ao
comprar os objetos, eu também fui levado por uma grande
vontade de ajudá-las, de modo que não pedi desconto, tendo
comprado a maioria pelo preço ofertado. É óbvio, porém, que fiz
um balanço dos ganhos exorbitantes de vendedores ambiciosos.
Dessa forma, as peças foram sendo colecionadas pouco a pouco.
Não se deve pedir abatimento. Convém até mesmo dar
gratificações; caso contrário, quem é que vai trazer objetos de
primeira qualidade ou os melhores que existem? É preciso,
inclusive, agradecer aos comerciantes. (.) Quero que traga uma
peça que faça minhas mãos tremerem ao pegá-la.”
Certa vez, um discípulo de Meishu-Sama, veio todo
contente para falar com o Mestre, dizendo:
- Consegui 500 mil ienes de abatimento. - Não devia ter
pechinchado, principalmente por se tratar de uma obra
pertencente a um templo. - É mesmo? Mas o vendedor aceitou
... - Vá agora mesmo ao templo levar esse dinheiro. - Levarei
dentro de dois ou três dias. - Absolutamente! Pegue o trem desta
noite. - [retornando, relatou o que havia ocorrido ao Bonzo
responsável do templo, este profundamente comovido, pegou
parte do dinheiro e devolveu o restante.]
Meishu-Sama procura aprender com terceiros:
“Essa peça não foi escolhida por você, foi? Traga a pessoa
que o mandou trazê-la para mim.”
Porém ele tinha dificuldade de ser obedecido:

162
“As cadeiras do interior da nave, o teto e as paredes,
tudo deve ser feito como eu penso. O Museu de Arte também
está quase pronto. A parte que ficou concluída primeiramente
não está muito boa. Foi preciso explicar tudo, tintim por tintim. E
se tivessem feito tal como eu havia pedido, estaria ótimo; mas
os profissionais não fazem como foi solicitado, dizendo que isso
prejudica a sua reputação, e mudam. Eles procuram corrigir e
acabam modificando, ao invés de fazerem como foi dito.
Eles dizem: "O amador não entende esses pontos. Desse
jeito não está bom, pois parece trabalho de principiante." Trata-
se de um tipo de educação. Leva-se muito tempo para fazer
assimilar o modo de fazer de acordo com o que eu falo.”
No entanto, Meishu-Sama ocasionava uma grande
impressão nas pessoas:
- Conversamos durante algumas horas, e o assunto se
desenvolveu como se nos conhecêssemos há mais de dez anos, e
o que me deixou impressionado e que pude perceber
claramente enquanto que conversava com o Fundador, era o seu
entusiasmo em aprender com terceiros. Ele tomava nota de
tudo. Embora estivesse na posição em que estava, vivia sempre
voltado para o alto, estudando, o que acho muito nobre.”
Meishu-Sama não se deixava enganar:
“Leve isso embora. [rindo] Aquele indivíduo queria me
enganar.”
Era determinado nesse aspecto:
“Eu não tenho dinheiro, você sabe. Minha Igreja está
comprando objetos de arte com os donativos feitos pelos fiéis e
por isso não posso despender tanto dinheiro levianamente. Mas,
sendo assim, não há alternativa. Vamos comprar pelo preço que
estão pedindo.”
Com ajuda dos espíritos dos autores das obras:
“Os espíritos dos autores dessas obras, que, obviamente,
estão no Mundo Espiritual, assim como os espíritos das pessoas
que as apreciavam ou tinham alguma relação com elas,
163
desejando praticar um ato meritório, faziam com que as peças
chegassem às minhas mãos por diversos meios. Isto porque,
através desse mérito, eles se salvariam e subiriam de nível no
Mundo Espiritual. Não é preciso dizer que foi pelo mesmo
motivo que conseguimos um Museu de Arte como este em tão
pouco tempo.”
Obra do Poder de Deus:
“Entretanto, na confusão do período logo após a guerra, os
preços eram baixíssimos e eu pude adquirir muitas obras;
podemos, pois, entender que isso foi obra do Poder de Deus. É
por esse motivo que eu nunca deixava de conseguir as peças que
gostaria de possuir ou que necessariamente deveriam existir no
Museu de Belas-Artes. Todas as vezes que isso acontecia, o
vendedor exclamava: "É um mistério! É um milagre!”
A esse respeito, ocorreu um fato interessante. Eu estava
querendo adquirir a famosa xilogravura "Tokaido
Gojusantsugui", de Hiroshigue, quando me apareceu um
vendedor especializado em xilogravuras, que me ofereceu
algumas obras desse artista. Eu lhe disse que, se fosse a
impressão original da "Gojusantsugui", eu a compraria a
qualquer hora. Qual não foi o meu espanto quando, no dia
seguinte, ele a trouxe para mim, dizendo: "Não há nada mais
misterioso. Ontem assim que voltei para casa, uma pessoa me
levou exatamente o que o senhor queria. Fiquei muito surpreso,
pois estava à procura dessa obra há mais de quarenta anos, e
justamente ontem apareceu alguém para vendê-la. Não consigo
entender!"
Meishu-Sama impediu a saída para o exterior de obras
consideradas Tesouro Nacional:
“Podemos considerar Meishu-Sama o salvador das obras de
arte do Japão após a guerra. Creio que devemos agradecer-lhe por
isso, pois, adquirindo aquelas obras e criando o Museu de Hakone,
impediu que os estrangeiros levassem as peças qualificadas como
Tesouro Nacional para o exterior. Ao dizer isso a Meishu-Sama, ele
164
comentou: "As pessoas estão dizendo que é para o meu benefício,
mas não é. No Japão, existem peças de arte que remontam desde a
Antigüidade. Ficaremos sem nenhum Tesouro Nacional se
permitirmos que todas as obras sejam levadas para o exterior. Para
impedir que isso ocorra é que as estou comprando. Através de
atitudes como esta, o Japão irá prosperar, aquilo que é do Japão
deve permanecer no Japão." Fiquei deveras emocionado e achei que
era isso mesmo.”

 Atami.

Neste ponto: Significado; Milagres; Construções.

Significado.

Início e término:
Em agosto de 1944, três meses após mudar-se para
Hakone, comprou Solar da Montanha do Leste, situada em
Higashiyama, na cidade de Atami, e para lá se mudou em
outubro. Foi, nessa casa, que durante quatro anos desenvolveu
Obra Divina.
Mas, no começo, quando ele expôs os seus planos para o
futuro: “Em breve construirei, na montanha em frente, um
prédio que comportará milhares de pessoas.” Os fiéis que
ouviram e se viam em número de dez olhando para uma
montanha acidentada e coberta de densas matas, isso não
passava de um sonho.
No entanto, a Terra Celestial teve início em 1946 e em
1954 tomou o aspecto com o qual se apresenta hoje.
Atualmente ela tem 176.000 metros quadrados.
Meishu-Sama falou a respeito da significação:
“‘A’ significa ‘céu’; ‘ta’ significa ‘centro’ e se expressa com
o sinal de um círculo com uma cruz no meio, já ‘mi’ significa
‘água’. Portanto, o nome ‘Atami’ significa ‘terras da Lua no
165
centro do céu’. O fogo arde em sentido vertical, e a água corre
em sentido horizontal.”
Ele explicava que o Solo Sagrado de Atami significa
expansão da difusão pelo mundo inteiro:
“O protótipo de Hakone é de escala menor, por isso eu
me aterei apenas ao protótipo de Atami. Meu plano,
inicialmente, é construir uma grandiosa Obra de Arte, única no
mundo, onde a beleza natural se harmonize com a beleza
artificial.
Não existe, ou melhor, nunca existiu uma religião que desse
tanta importância à Arte quanto a Igreja Messiânica Mundial. Isto
porque o Paraíso Terrestre - nosso objetivo último - é o Mundo da
Arte. Obviamente, se ele é um mundo isento de doença, pobreza e
conflito, isto é, o mundo de perfeita Verdade, Bem e Belo, o homem
seguirá a Verdade, amará o Bem e odiará o Mal; assim, todas as
coisas se tornarão belas. Nesse sentido, a Arte não será apenas um
deleite indispensável; ela constituirá a própria vida e se desenvolverá
intensamente. Ou seja, o Paraíso Terrestre será o Mundo da Arte. Eis
o motivo pelo qual tenho grande interesse por ela e pretendo
incentivá-la bastante, no futuro. Como primeiro passo, estou
construindo o protótipo do Paraíso Terrestre, em Atami; quando ele
estiver concluído, atrairá ainda mais a atenção da sociedade,
recebendo muitos elogios. Infalivelmente, merecerá consideração a
nível mundial. Portanto, estamos dando prosseguimento aos planos
sob essa diretriz.”

Milagres.

No dia 8 de março de 1949, o jornal ‘Hikari’ noticiou o


seguinte fato:
“Dias atrás, aconteceram dois milagres misteriosos, que
absolutamente não foram uma simples coincidência. Um deles
ocorreu por ocasião de um desmoronamento na escavação de
uma montanha. Pensou-se que todos tinham ficado soterrados,
166
mas qual não foi o milagre! Os dedicantes estavam enterrados
só até a cintura e seus ferimentos eram mínimos. Assim que
foram socorridos, recomeçaram a trabalhar normalmente. O
outro milagre evidenciou-se durante o transporte de uma
carreta, que caiu num barranco de mais de dez metros de altura.
A pessoa que a conduzia chegou a pensar que ficaria esmagada
sob ela, mas, emaranhando-se no mato que havia no barranco,
foi salva por um triz.”
Outros fatos interessantes.
- O que fazer com essa grande quantidade de terra
retirada do ato de eliminar a inclinação do terreno? - Não se
preocupe com coisas que ainda estão por acontecer. É um
cuidado desnecessário, porque Deus está conosco. Ele fará o que
for o melhor. - [Pouco tempo depois, foi adquirido o terreno do
O Bai-en (Jardim das Ameixeiras), situado num vale muito fundo,
de modo que a terra excedente das obras da estrada pôde ser
utilizada para aterrá-lo].
“Em matéria de muros de pedras, este deve ser o local
mais rico do Japão. As pedras aqui empregadas têm surgido
abundantemente num só lugar, e quanto mais se cava, mais
aparecem. Não existe outro local de Atami onde haja tantas
pedras como aqui. Todos ficam surpresos, pois realmente é um
mistério.
Também o fato de termos conseguido adquirir aqui,
seguidamente, as áreas necessárias, não deixa de ser um mistério.
Essa aquisição de terrenos foi se processando de forma ordenada,
ampliando-se gradativamente. Mesmo em se tratando de
oportunidade, quando eu sentia necessidade de determinado
terreno, o seu proprietário vinha oferecê-lo a mim. Tudo ocorria de
acordo com o meu desejo. Após a aquisição do terreno, cada vez que
eu ia inspecionar o local, surgia em minha mente um novo projeto.
Era uma tranqüilidade, pois nem precisava pensar muito sobre o
assunto.”

167
Construções.

“Deus escolheu Atami para aí estabelecer o protótipo do


Paraíso na Terra, confiando a mim Sua construção.
Aquilo que vamos realizar daqui para frente, foi
preparado por Deus há centenas, milhares ou milhões de anos
atrás; portanto, basta que chegue o tempo. Desta feita, é fácil.
Mesmo no caso do Paraíso Terrestre de Atami, eu necessitava de
muitas pedras para levantar paredes, e elas surgiam em
abundância e ilimitadamente. Sabendo da atual necessidade de
paredes de pedras, Deus preparou-as há milhões e milhões de
anos. E para a apreciação de belas paisagens naquele local, Ele
criou a baía de Sagami e as ilhas de Hatsushima e Ooshinia. Esses
preparativos foram feitos a tanto tempo, que as várias
modificações atuais foram preparadas deveras recentemente.”
Meishu-Sama era exigente:
“As ameixeiras que só dão flores têm pouco perfume. Por
isso plante árvores que dêem frutos e que sejam velhas.” Foram
quatro anos para arrancar, transportar e plantar 360 ameixeiras
de mais de 100 anos no Jardim das Ameixeiras.
Outra vez:
“No caso da construção do jardim, também, quase nunca
penso isso em fazer deste ou daquele jeito, ou como será a
melhor maneira. Só que quando chega o tempo certo, a idéia
age na cabeça, instantaneamente. Logo, indo ao "Paraíso
Terrestre" (Solo Sagrado), a idéia de que vou fazer deste ou
daquele modo ocorre imediatamente. Por conseguinte, quando
penso um pouco e não entendo, desisto. Isso acontece com
extrema rapidez; o templo que será construído está totalmente
em minha mente: até mesmo a estampa de sua cortina. Só
quando, devido ao fator tempo, não me vem a idéia como fazer
determinado lugar, é que deixo a coisa do jeito que está.
Entretanto, quando chega a época certa, a idéia flui
repentinamente.”
168
“Com esse esboço, dá para vocês perceberem claramente
que antes mesmo de eu começar a fazer alguma coisa, tudo já
fica pronto na minha cabeça. Entretanto, como existe uma
distância muito grande entre a idéia e a sua efetivação, eu sinto
uma espécie de tédio, mas, ao mesmo tempo, tenho enorme
satisfação pela facilidade com que prevejo meus projetos
realizados.”
Tudo pelo belo, sem preocupação de tempo e dinheiro.
Na Colina das Azaléias:
- Como o formato está pronto, se eu plantar estas
trezentas azaléias, ele não vai me dizer para arrancá-las. - O
formato não está bom. Por isso arranque as azaléias e comece
tudo de novo. [mais tarde] - Conseguiram! Obrigado pelo esforço
que fizeram durante tanto tempo. Vocês devem ter se
preocupado com tempo e dinheiro gasto para construir essa
colina, mas isso não é o problema. Eu quero construir algo
realmente magnífico e deixá-lo para a posteridade. Esse é o meu
único pensamento.
Diante de pilares de concreto que fora um serviço muito
trabalhoso e demorado:
“Reconstruam-no, porque está faltando sinceridade.”
“Na ocasião de levantar alguma construção, por exemplo,
divirjo sempre do operário que se preocupa somente com a
beleza exterior. Como isso, de certo modo, causa má impressão,
faço-o corrigir as suas falhas.”
O Santuário Messiânico de Atami foi consagrado em
1955, por Nidai-Sama.
O Templo Messiânico também concluído em 1955 e
reconstruído em 1972, com 12.000 metros quadrados, pode
abrigar 6.000 pessoas. Foi projetado não apenas para a
realização de ofícios religiosos, mas para utilidades múltiplas,
como: projeções de filmes, espetáculos de teatros, dança e
concertos musicais.

169
“Sendo espírito, Hakone é um tanto difícil de visualizar,
mas como Atami é matéria, à medida que o Templo Messiânico
avança gradativamente rumo à conclusão, sua influência se
manifestará mundialmente. A expansão da Igreja Messiânica
Mundial será o mais evidente, e como ela ocorrerá no nível
material, será mais perceptível.
Entre as cartas recebidas anteontem, havia um assunto
muito interessante. Era um debate entre uma pessoa do
escritório e o Sr. Shiino, que trabalha na construção o qual será
publicado no próximo número do jornal. Até eu fiquei surpreso
quando me inteirei do assunto. Trata-se da altura do teto do
Templo.
Outro dia, pedi a um engenheiro da construção para
examinar a obra e ele a inspecionou por completo, verificando,
também, o projeto. Então, ele afirmou que tudo estava na
medida exata, sem o mínimo erro. Diz-se que um especialista,
normalmente, leva dois meses para realizar esse trabalho, e, no
entanto, eu o fiz em cerca de cinco minutos. Quanto à altura,
baseando-me numa maquete, determinei-a e, achando que seria
mais ou menos aquela medida, defini a metragem. Não é que,
para isso cheguei a pensar ou usar a cabeça. Só de olhar, vi que
aquela altura estaria boa; para os especialistas, no entanto, é
uma coisa tão trabalhosa. E quanto à espessura da coluna,
também; quando vi a maquete pela primeira vez, achei que, 84
cm de diâmetro seria uma medida ideal e, por isso mandei que
assim fizesse, e o engenheiro disse que a medida, estava justa.
Acho que os cálculos são feitos baseados no peso e na medida.
Soube que o referido engenheiro ficou extremamente surpreso
com isso. Creio que a teoria é a mesma de um médico que,
mesmo se empenhando ao máximo, não consegue curar um
doente; enquanto que com o Johrei, só de estender a mão, o
enfermo se restabelece.”

170
O Museu de Belas-Artes de Atami, instalado em 1957, foi
um congênere do Museu de Belas-Artes de Hakone. Em 1982,
inaugurou-se o Museu de Arte Meishu-Sama.
Palácio do Cristal, última construção dirigida pelo
Fundador, concluída em 1954. Circunferência de 22 metros de
diâmetro, numa área de 3.000 metros quadrados onde está a
Colina das Azaléias. Ele explicou que a muralha de pedra situada
atrás do prédio, a qual forma uma reentrância, representa a Lua,
e a cor vermelha do tapete o Sol. E disse ainda:
“O Palácio de Cristal não pertence exclusivamente a nós.
Desejo que o maior número de pessoas se deleite com este lugar
pitoresco concedido por Deus.”
O Solar da Nuvem Esmeralda substituiu ao Solar da
Montanha do Leste. No período em que lá residiu foi o mais
atarefado de toda a sua vida. Essa casa é muito importante por
ter sido o local onde passou os últimos anos de sua vida e
ocorreu sua ascensão.
A qualidade das dedicações:
“Todos estão tão entusiasmados que nem querem saber
de problemas trabalhistas. Executam as tarefas da melhor
forma, com vontade de que tudo esteja ao meu gosto, e por isso
os resultados são de uma categoria como não se encontra na
sociedade. Dependendo do serviço, eles usam lâmpadas e ficam
trabalhando até altas horas da noite.”
Mas houve vadios entre os dedicantes, porém eles se
arrependeram:
‘Não está certo que só nós fiquemos sem fazer nada,
quando viemos aqui para dedicar’. Passaram a trabalhar dando
conta do serviço de três pessoas, o dinheiro e objetos
desaparecidos foram sendo devolvidos. Na confraternização
final, o líder dos ex-vadios levantou e, chorando, confessou que,
através do contato com eles, percebera que seu modo de vida
estava errado. E desculpou-se, pela sua falta de respeito. Em

171
seguida, seus companheiros se levantaram e se desculparam. Os
demais os cumprimentaram pela mudança e a emoção foi geral.

● Quioto.

A criação das premissas e surgimento deste solo sagrado


nesta antiga capital japonesa teve início após a fundação da
Igreja Messiânica Mundial em 1950, quando Meishu-Sama
começou a fazer viagens missionárias pelo interior do Japão e a
difundir a messiânica pelo exterior deste país.
Ele o escolheu em 11 de maio de 1953: “Como todos
sabem, escolhi três locais para Solo Sagrado: Hakone, Atami e
Quioto, no Japão.”
Embora tenha deixado claro que sua construção não seria
algo de imediato. Pois, Em 23 de setembro de 1953: “Hakone
completado, passa-se a Atami; e, este, concluído, volta-se
novamente a Hakone. Esta é a ordem.”
Em 30 de setembro de 1953: “Consegui adquirir,
também, o terreno para o Paraíso Terrestre em Quioto, cuja
construção pretendo realizar um dia.”

2.3. Revelador do seu Passado, Presente e Futuro.

Neste item se aborda: Individualidade; Personalidade;


Messias.

● Individualidade.

Este ponto já foi praticamente exposto no volume 1. Em


linhas gerais, do seu passado como Kunitokotati-no-Mikoto e
Enma Daio no Japão, Izunome-no-Kami e Kanjizai-Bossatsu na
Índia, Kanzeon-Bossatsu e Kannon na China se pode considerar
que foi apresentada uma idéia geral a respeito de outras vidas
de Mokiti Okada nos fins da última Era do Dia e inícios da última
172
Era da Noite; bem como o suposto Imperador Ojin [Imperador
Ojin foi o 15º imperador do Japão, na lista tradicional de
sucessão. Reinou de 270 a 310, O primeiro monarca da lista
como imperador que é geralmente reconhecido pelos
historiadores como tendo existido historicamente], Príncipe
Shotoku, Bonzo Saigyo (1118-1190, ou o samurai lendário
Yoshitsune, 1159 - 1189.), regente Hideyoshi Toyotomi,
Imperatriz Koomyo e o pintor Ogata Korin no país do Sol
nascente na Era da Noite. Do seu presente e futuro no Japão
desde como Koomyo-Nyorai e Kannon de Mil Braços, passando
por Miroku San-E e Meishu-Sama, chegando a Ooshin-Miroku,
indo até Messias e Miroku Oomikami se considera a vida de
Mokiti Okada onde se faz algumas abordagens mais para motivar
e fixar o conhecimento desta última existência. Todavia, a rigor
se deve incluir também Kanzeon Bossatsu, consequentemente
Izunome-no-Kami, pois conforme diz Meishu-Sama: “O deus
Kanzeon-Bossatsu é, originariamente, deus Izunome-no-Kami.”

Kanzeon-Bossatsu e Kannon.

“Deus Supremo rebaixou-se, temporariamente, à posição


de Kanzeon-Bossatsu, para salvar todos os seres vivos,
retornando, depois, à sua posição superior original [Miroku
Oomikami]. Subindo um degrau, transforma-se em Koomyo-
Nyorai e, em seguida, [se transforma] em Miroku Oomikami.
Atualmente [entre 1944 e 1949], está na posição intermediária
[Izunome-no-Kami ou até como Ooshin-Miroku] entre Buda e
Deus."
"Compreendi que, num determinado período, Kanzeon-
Bossatsu encarnou-se, a fim de salvar a humanidade, e, no
estágio final, retornou à sua posição divina original. A partir de
1926, Kanzeon-Bossatsu apossou-se de mim; ensinou-me e
ordenou-me várias coisas, utilizando-se livremente do meu

173
corpo. Tomando-me inteiramente como seu instrumento, exigiu
de mim a salvação de todos os seres viventes."
Meishu-Sama escreveu em termos poéticos esta
situação:
“A Bola de Luz
Que possuo,
A cada dias, a cada mês,
Vai se expandindo,
E um dia envolverá o Mundo.”
“Deus, o Altíssimo,
Que há muito tempo não se manifestava,
Surgiu, transformando-se
Na luz do Oriente.
Fala-se na Luz do Oriente
Mas trata-se do poder
De Salvação do Mundo
Manifestado por Kannon.”

Koomyo-Nyorai e Kannon de Mil Braços.

“Por que é preciso fazer desabrochar a flor do budismo


no Japão? Isso também contém um profundo significado. Isto é,
se a flor não desabrochar, o fruto não nasce. Esse fruto é o
Mundo em seu estado verdadeiro, e a semente desse fruto é
também a ação de Nyorai Kannon. Como sempre digo, Kanzeon
é Miroku do Sol, Amida é Miroku da Lua e Sakyamuni é Miroku
da Terra. Esses três budas são Miroku dos três Santos.
Assim sendo, os ensinamentos de Amida e Sakyamuni são
do período do mundo da noite, e Kanzeon manifesta o poder de
Kannon bem no limite em que o Mundo está para se tornar Dia.
Essa providência foi prometida na antiga Índia, no momento em
que nasce o budismo. A nossa Igreja iniciou a sua jornada como
Nippon Kannon Kyodan, e eu também desenhei as imagens de
Kannon; fiz com que elas fossem utilizadas como Imagem da Luz
174
Divina e eu também estava constantemente acompanhado pelo
espírito de Kannon, devido àquela afinidade.
Como Sakyamuni e Amida eram Nyorai, ficando presas ao
nome de Bossatsu de Kanzeon, algumas religiões consideram
Kannon abaixo de Amida e Sakyamuni. Sabendo do motivo
acima exposto, entenderão que isso é errado. Entretanto,
depois, sua posição se elevou e ele se tornou Koomyo-Nyorai.
Atualmente, como os fiéis sabem, a atuação é de Koomyo-
Nyorai.”
Por isso, ele compôs esse poema:
“Mesmo sendo possuidor de um elevado Nível Divino,
Kannon promove a salvação.
Num nível bem inferior, como Bossatsu.”
“Quando escrevo ou desenho, a Luz parte da minha mão,
passa pelo pincel e fica gravada no papel. Antes, porém, sai da
Bola de Fogo existente em meu ventre, a qual se origina de
Koomyo-Nyorai que, por sua vez, a recebe de Deus Supremo.
Então, por exemplo, se escrevo Koomyo-Nyorai, essa
letra trabalha como se fosse a própria divindade. Eis a explicação
mais simples. Se fosse tratar sobre esse tema em detalhes,
precisaria iniciar a explanação pela própria origem da formação
do Mundo Espiritual, assunto que pretendo abordar só
futuramente.”
Interpretando-se, Meishu-Sama (Kanzeon-Bossatsu, que
é o Buda “Miroku do Sol”) está acima de Sakyamuni (Buda, que é
o Buda “Miroku da Terra”) e Amida (Cristo, que é o Buda
“Miroku da Lua”), e transformou-se em Koomyo-Nyorai isto é:
Nyorai Kannon, Kannon de Mil Braços ou Nyorin Kannon aquele
“Kannon possuidor do poder de realizar todos os desejos”,
aquele que “A bola que Nyoirin Kannon traz consigo é igual à de
Kanzeon-Bossatsu.”
Kanzeon-Bossatsu é o nome tomado quando desceu ao
mundo búdico. Ora se encarnando em 33 formas e faces entre
masculinas e femininas, conforme tipo, hora e local da salvação
175
que realiza, a fim de se dedicar exclusivamente à salvação das
criaturas, ora se manifestando como Koomyo-Nyorai, ora se
transformando em Ooshin-Miroku: atua de maneira realmente
livre e desimpedida. Meishu-Sama chega a dizer: “Tudo isso está
baseado na ação de Ooshin-Miroku, uma das manifestações de
Kannon.”
"Acreditamos que Kanzeon-Bossatsu, a partícula do Deus
Supremo, sob o nome de Dai-Koomyo-Nyorai ou Ooshin-Miroku,
atua de várias formas para purificar o mundo decadente e
impuro e salvar os espíritos dos três mundos."
Entre estas formas se tem, além dos citados Koomyo-
Nyorai [Nyorai Kannon, Kannon de Mil Braços] e Ooshin-Miroku,
tem-se o Fukukensaku Kannon (“Kannon que não despreza o
desejo dos outros”), Senju Kannon (Kannon de Mil Braços na
rocha) e o Unjõ Kannon (Kannon das nuvens, que está
entronizado no Solo Sagrado de Guarapiranga).
Meishu-Sama comenta o conhecimento de que o Kannon
de Mil Braços faz o trabalho de um por cento:
“Quando a civilização que, até o presente, veio do oeste,
atingiu os 99% de seu desenvolvimento, surgiu uma luz no
extremo leste do Japão: a Luz do Oriente. Com essa Luz, a
civilização que vinha avançando para o leste e que estava
destinada a desmoronar, será reformulada e aperfeiçoada,
nascendo a civilização ideal, caracterizada pela harmonia e pela
fusão do vertical e do horizontal. Ela se tornará o caminho da
luz, o caminho da eterna prosperidade, e, ao contrário de antes,
avançará cada vez mais para o oeste.
O ponto de partida da atuação da luz do Oriente é a
instituição desta Igreja, que ora se realiza. Por isso, daqui em
diante, ela irá se expandir com grande impulso. O Kannon de Mil
Braços é também conhecido pelo nome de Kannon de Mil Olhos;
com os mil braços, ele dá vida a todas as coisas, fazendo-as
renascer, e banha-as e salva-as com a luz que irradia de seus mil
olhos.
176
A partir deste momento, daqui da Kannon Kai, situada
em Kõji, no centro do Japão, tem início a civilização que avança
para o oeste. Será construído o Mundo Perfeito, isto é, o Mundo
da Grandiosa Luz, objetivado por nós. Por isso, trata-se de um
movimento absolutamente inédito. Deus vinha preparando-o de
forma latente há mais de dez mil anos, e finalmente esse
momento chegou.”
E complementou dizendo:
“Pessoas livres de doenças: eis a questão principal. É a
única forma de salvação; não existe outra. E só há uma força
capaz de concretizá-la: o Poder Kannon.”
“Sagrado é Deus
Que com o nome de Kannon
Salva o Mundo.”

Miroku San-E e Meishu-Sama.

“Miroku [Kannon] pode, por isso, ser entendido como


cinco, seis, sete (5, 6, 7) em que cinco (5) corresponde a fogo,
seis (6) a água e sete (7) a terra. [5 + 6 +7 = 18].
Com base nessa mesma interpretação, dá para deduzir
também o significado profundo da profecia de Sakyamuni
dizendo que o Reino de Miroku começaria após 5 bilhões, 670
milhões de anos de sua morte. Embora fosse um grande profeta,
seria impossível a ele profetizar um futuro astronômico de
tantos bilhões de anos, nem teria sentido lógico, pois as
profecias, na realidade, só têm valor para, no máximo, alguns
milhares de anos.
Portanto, o que conta, de fato, nessa seqüência é a
ordem correta em que os números estão colocados e o segredo
que escondem. Na verdade, cinco, seis, sete (5, 6, 7) significam
fogo, água e terra, ou seja, a presença de Ooshin-Miroku que
está constantemente mudando de acordo com as circunstâncias.
Daí a razão de, a partir de agora, poderem ser observadas
177
milhares de transformações.”
No Solo Sagrado de Quioto foi entronizada, em 6 de
junho de 1994, Dai-Miroku que é uma realização da forma do
Miroku San-E (encontro simultâneo dos três corpos de Miroku,
ou seja, Buda (Miroku da Terra, Solo, matéria), Amida (Miroku
da Lua, Água, espírito) e Kannon (Miroku do Sol, Fogo, divino),
que corresponde à Sidharta Gautama (7), Jesus (6) e Mokiti (5).
“Até agora a civilização ocidental avançou girando, no
sentido anti-horário, na mesma direção [olhando para o dorso
de sua mão direita, imagine o polegar como número 5, o médio
como 6 e o mínimo como 7, gire-a de modo que veja a frente de
sua mão, ou seja, girou para direita, deste modo se passou de 5-
6-7 se para 7-6-5], portanto, em que a matéria precede em
importância o espírito. Atingiu noventa e nove por cento (99%)
de desenvolvimento; agora se encontra num beco sem saída,
pois qualquer massa girando no sentido contrário aos ponteiros
do relógio se esfarela, não se une. Eis a razão por que a
humanidade não consegue ficar coesa.”
Em 15/11/1952: [O trabalho que estou realizando no
momento é o momento é o trabalho de Izanagui-no-Mikoto]
“Outra coisa. Até agora eu não falava as coisas de modo
muito claro e por isso, de acordo com o tempo irei esclarecendo
diversas coisas e todos precisam saber o seguinte.
O trabalho que estou realizando no momento é o
trabalho de Izanagui-no-Mikoto.
Existe uma frase no Kojiki que diz: “A coluna do céu foi
virada por ambos os deuses”. Inicialmente Izanami-no-Mikoto, a
deusa esposa virou para a direita. Só que assim o mundo não foi
muito bem, em suma, ela falhou. Aí Izanagui-no-Mikoto disse:
“Está vendo só? Eu disse que não podia virar para a direita, mas
você virou e as coisas ficaram assim. Agora, eu vou virar para a
esquerda”. E assim Izanagui-no-Mikoto girou para a esquerda o
mundo. Isto porque girar para a direita é centrípeto [que tende a
se aproximar do centro], é matéria precede espírito. E quando
178
Izanagui-no-Mikoto girou para a esquerda o mundo ele adotou o
método verdadeiro. É como a atual medicina, é centrípeta e,
portanto, matéria precede espírito. É a medicina que gira para a
direita.
Agora, o “Johrei” que faz do “espírito” o principal é girar
para a esquerda. E o trabalho que estou realizando é o de
Izanagui-no-Mikoto.”
“O poder do Sol Espiritual se manifesta através de mim, para
só daí então se expandir para toda a humanidade. E como sempre
digo, tal processo se dá porque a Era do Dia está chegando, ao
mesmo tempo, em que a Era da Noite está bem próxima de seu
fim.”
Messias e Miroku Oomikami.

O número dezoito é de suma importância. Ao analisá-lo


baseado nos ideogramas que o compõem, dez tem o formato de
cruzamento dos traços vertical e horizontal, é símbolo de Deus e
também a forma da perfeição; oito tem o formato de abertura,
além de significar infinito. Desde antigamente, o budismo tem
empregado com freqüência o número 18. O Templo Kannon de
Assakussa, em Tóquio, e o Templo Zenko-ji, da Província de
Nagano, têm o formato de um quadrilátero cujos lados medem
18 “ken”. O “ken" é uma medida japonesa equivalente a cerca
de 1,8m x 18 = 32,4 metros. A visitação desses templos, para
oração, está fixada para o dia 18 de cada mês. O dobro de 18 é
36, que pode ser lido, em japonês, como "Miroku". Os sinos dos
templos budistas, na passagem do Ano Novo, são tocados 108
vezes. O terço budista é feito com 108 contas. Existem
referências aos 108 desejos mundanos, mas, nos casos citados, a
centena do número 108 significa: dez vezes dez é cem (10 x 10 =
100).
Antes de 1950 se nota a solicitação que o Fundador da
Messiânica fez a Deus: “Embora eu seja tão fraco, utilizai-me, ó

179
Deus Miroku Oomikami, como vosso instrumento neste
Caminho.”
Já em 03/06/1949:
Interlocutor: Já que o poder não se manifesta sem passar
pelo corpo físico, O Supremo Deus encarna-se no Grão Mestre e
faz [o poder] surgi-lo. Poderíamos pensar assim?
Meishu-Sama: Quanto a isso, no momento, fico em
apuros, se me dizem tais coisas. Se afirmo que é isso, começará a
juntar tanta gente e ficarei tão atarefado que nem poderei mais
trabalhar. Com o [Jesus] Cristo também ocorreu o mesmo;
recebendo o poder de Jeová desenvolveu o trabalho. E ele dizia
que era filho de Deus e que havia nascido sob a ordem de Jeová.
Bem de modo geral é isso. As pessoas comuns fazem de
tudo para parecerem importantes, mas, no meu caso não sei
quanto tenho me esforçado para não me mostrar importante.
Pois, se reunir de uma só vez, uma multidão, eu não poderei
desenvolver o meu trabalho. É preciso escrever o máximo
possível sobre tudo, sobre as coisas como os mistérios do
Universo. Por isso, no momento, estou me esforçando o máximo
em escrever. Creio que necessitarei ainda do ano que vem
inteiro [1950] para concluir. Então, a coisa será séria. Essa será a
época.
Desde a Antigüidade, costuma-se falar em “Wakô-Dojin”
que significa atenuante e “ocultando a sua inteligência e viver
entre o povo na sociedade “mundana”. Em suma, é este o meu
sentido (...)”
Em 04/10/1949:
“(...) construção do Paraíso na Terra. Sendo Deus o
construtor, a obra progride à mercê do tempo, bastando ao
homem agir de acordo com a Vontade Divina. Deus traçou o
plano, fiscalizando e utilizando livremente um número
considerável de criaturas. A idéia exata que se pode ter da
minha função, é a de mestre-de-obras local. Os nossos fiéis

180
sabem perfeitamente que estou construindo o protótipo do
Paraíso Terrestre, como parte dessa função.”
No entanto, a partir de 1950, atingiu a hierarquia que
ninguém tinha atingido, a de Deus (20 ou 36). Por isso quando
perguntaram a Meishu-Sama:
- Qual é o Deus que atua no senhor?
Ele respondeu:
- É’ um Deus que não se manifestou ainda neste mundo.
“Pensando que todas as divindades são iguais, as pessoas
geralmente tendem a cultuá-las da mesma forma. Entretanto,
precisamos saber que até entre as divindades existe hierarquia:
superior, média e inferior. Em ordem decrescente, essa
hierarquia, iniciando pelo Altíssimo, vai até outros. Gostaria de
falar detalhadamente, sobre todas essas classes, mas assim eu
estaria desvelando divindades de outras religiões. Portanto, por
uma questão de respeito, não o farei. Desejo apenas mostrar,
através de um fato, quão elevado é o deus que dirige a Igreja
Messiânica Mundial.”
Em 05/10/1951:
“Por isso, eu, por exemplo, tenho disfarçado bastante. Se
disser de verdade que sou Messias, - O Cristo - pessoas do
mundo inteiro irão se juntar e não poderei trabalhar. Não
poderia nem escrever “A Criação da Civilização”. Por isso, Deus
está realizando as coisas de forma bem adequada.
Feito isto, será assim. Depois, assim. Ele avisa de forma
precisa e por isso estou bem ciente. Deus faz as coisas com
muita habilidade.
Em breve, escreverei uma tese mundial, pretendo
escrever que não sou o messias. Depois, vendo o meu trabalho,
vendo os efeitos reais de messias que é o de salvar o mundo, aí
poderei ser o Messias.
Se realizar o trabalho a altura do Messias, posso dizer
que o seja, mas falar desde o início que sou assim ou assado, não
adiantaria em nada. Há uma frase muito inteligente que diz que
181
as coisas dignas se misturam às banais. Já estamos chegando
bem perto, sabe?”
“O homem que nasce para cumprir missão como salvador
tem sempre espírito primordial de Messias. Se fosse apenas a
manifestação de um espírito protetor, não teria condições de
realizar definitivamente o trabalho de salvação da humanidade.
Ministro - Nos salmos, o Senhor fala que Cristo,
Sakyamuni [Buda], Messias e Kannon são Deuses que tomaram
forma humana. Nesses casos, ou seja, quando Deus encarna, o
Seu espírito nasce como o primordial da pessoa ou apenas a
acompanha como Protetor?
Meishu-Sama - Conforme já expliquei, nasce como
espírito primordial, Deus vivo, diferente, portanto, de uma
simples manifestação que, de vez em quando, acontece através
de alguém, a qual é apenas temporária. Em se tratando então de
um Messias, [Deus] permanece continuamente [Estado de
União]. No momento, porém, em que a necessidade da sua
presença física se extingue, Ele retorna ao seu lugar de origem.”
“Desde os tempos antigos, muito se tem falado sobre
pessoas que vivem em estado de perfeita união com Deus, mas
eu creio que jamais existiu alguém que realmente tivesse vivido
nesse estado. De fato, os três grandes religiosos - Sakyamuni,
Jesus Cristo e Maomé - pareciam unos com Deus, mas, em
verdade, eram apenas mensageiros da Vontade Divina; em
termos mais claros, eram mensageiros de Deus. Dessa forma,
não se sabia fazer diferença entre uma pessoa em estado de
união com Deus e um mensageiro de Deus.
Os mensageiros de Deus atuam através de encostos ou
seguindo as determinações Divinas. Por isso, sempre rezam a
Deus e pedem Sua proteção. Eu, porém, não faço nada disso.
Como os fiéis sabem, não oro a Deus nem Lhe peço orientação.
Basta que eu aja de acordo com a minha própria vontade, o que
é muito fácil. Visto que poderão estranhar o que estou dizendo,

182
por ser algo inédito, explanarei apenas os pontos que não
acarretam nenhum problema.
Como sempre digo, há uma Bola de Luz em meu ventre.
Essa Bola é o Espírito de Deus, de modo que Ele mesmo maneja
livremente meus atos, minhas palavras, tudo. Ou seja: em mim,
não há distinção entre Deus e o homem. Este é o verdadeiro
Estado de União com Deus. Como o Espírito Divino que habita o
meu ser é O mais elevado, não existindo nenhum deus superior
a este, não faz sentido reverenciar outros deuses. A melhor
prova são os milagres manifestados diariamente pelos fiéis. Ora,
se até os meus discípulos evidenciam milagres que não são
inferiores aos manifestados por Cristo, poder-se-à, através desse
único fato, imaginar a minha hierarquia divina.
Acrescente-se, ainda, que todos os religiosos existentes
até agora previram a concretização de um mundo paradisíaco,
mas não disseram que seriam eles os construtores desse mundo.
Isto porque seu nível divino era inferior, e seu poder,
insuficiente. Mas eu afirmo que o Paraíso Terrestre, mundo sem
doença, miséria e conflito, será construído por mim. Daqui para
frente evidenciarei inúmeras realizações surpreendentes, nunca
vistas até agora, e por isso gostaria que as observassem com
muita atenção. Surgirão inúmeras ocorrências inconcebíveis em
termos de realização humana.”
Em ??/04/1952: [O Deus que está no ventre de Meishu-
Sama é o Supremo Deus que só nasceria em 1954]
“Tem uma coisa que ultimamente me impressiona muito
Existem coisas que eu falo de modo simplório, mas que são
extremamente importantes. Por isso, quem as ouve acaba se
esquecendo e as coisas não vão bem para ela. Questionando
melhor, vemos que existem esses pontos.
Isto é, os fundadores de religiões são do tipo de entrarem
em transe ou melhor, são do método de fazerem indagações a
Deus. “Indagando a Deus, recebi essa orientação”. Eles pensam
que falando assim, as pessoas ficam bastante agradecidas. E
183
quem os ouve também grava bem o que foi dito achando que se
trata de uma ordem ou advertência de Deus.
Entretanto, como eu estou sempre falando de modo
descontraído, as pessoas não recebem esse estímulo forte -
vamos dizer assim, essa sensação de sentir-se agradecida, por
ouvir as palavras de Deus. Isso é muito freqüente.
O que também costuma acontecer desde os tempos
antigos é o fiel entrar em transe e dizer que Deus está falando
tal coisa. E existem pessoas que acreditam. Entretanto, em tais
casos trata-se de deuses, mas de níveis inferiores. Por isso um
dia acabam se revelando. Mas as pessoas se deixam enganar
momentaneamente.
O meu Deus - é estranho falar assim, mas para ser mais
claro sou diferente dos Fundadores e de outras pessoas desse
tipo. Sou diferente no nível que ocupo.
Jesus Cristo, por exemplo, disse que nasceu pela vontade
do Pai do Céu, ou que Jeová disse determinadas coisas, não é? O
fundador da Tenri-kyo e da Igreja Oomoto também dizem que
Deus falou assim, assado. E ficam reverenciando esse Deus
incessantemente.
Eu não reverencio. Isto porque o Deus que está em meu
ventre - ou melhor, tudo que eu digo e faço é diretamente por
Deus e por isso não há razão para reverenciá-lo. Não há
necessidade de reverenciar.
O Deus que está em meu ventre é o Supremo Deus e por
isso é natural que seja adorado, mas não existe nenhum Deus
que eu precise adorar. Pois são todos de nível inferior.
Basta que eu aja da forma como penso, pois isso constitui
a ação do Supremo Deus. É por isso que não tenho coisas do tipo
de entrar em transe. Eu não reverencio a Imagem da Luz Divina
por esse motivo. Isso não existe em nenhuma outra religião do
passado.
Tanto Sakyamuni como Jesus Cristo e Maomé adoravam
a Deus, recebiam orientações etc. Mas eu não tenho
184
necessidade de fazer isso e por isso na questão relativa ao poder
também, quando escrevo as palavras elas atuam. Em verdade é
normal que antes de se escrever as palavras se entoe orações
vestindo-se a rigor e após realizar o pedido de permissão a Deus.
E isso é feito por quase todos os fundadores de religiões quando
vão fazer talismãs, protetores, etc.
Eu escrevo as palavras seminu. E está bem assim, não
sendo preciso também ficar falando coisas enfadonhas, sabe?
Gostaria que soubessem disso. Por isso, mesmo que em outros
lugares apareçam coisas como transes, isso não chega a ser
importante.
Até agora eu não dizia nada a esse respeito porque não
tinha muita vontade, mas se não o fizesse as pessoas sentiriam
gratidão demais pelos casos de encosto e foi por isso que falei a
respeito.”
Em 05/04/1954:
“Sabe, é uma coisa que eu venho observando muito
ultimamente. Até mesmo aquelas palavras mais simples que
digo, na verdade, são palavras de gigantesca importância. Por
isso, existem pessoas que escutam estas preciosas palavras,
mas que acabam, sem perceber, esquecendo-as. E, no final,
acabam também não se desenvolvendo satisfatoriamente.
Acho que, como eu falo as coisas de forma bem simples,
muitas vezes as pessoas acabam não tendo gratidão pelo que
falo, o que não permite que isso atinja o ponto vital das
coisas.”
Em ??/04/1952: [Deus que está comigo é do nível mais
elevado][O que sai de minha boca é o que o próprio Deus diz]
“Ontem eu falei a respeito dos transes e há pessoas que
acharam a palestra muito boa. Eu não adoro a Deus. Em
qualquer religião, todos os fundadores sempre adoram a Deus.
Eu não faço isso.
Isto porque o Deus que está comigo é do nível mais
elevado e então não há necessidade de adorar nenhum. Pois
185
todos estão abaixo. Outra coisa. Fala-se muito em fazer
indagações a Deus ou receber comunicados de Deus - o que
deixa as pessoas bastante agradecidas.
Eu digo de modo simples, como se fossem coisas comuns.
E todos se descuidam e encaram de modo leviano, sabe? Por
isso acabam se esquecendo ou se descuidando. Aí, quando
acontece alguma coisa é que percebem que já haviam recebido
tal advertência de Meishu-Sama. Que já havia sido mencionado
nos Ensinamentos. É o que acontece com qualquer um.
É que eu não pergunto a Deus para transmitir o que me
foi dito. O que sai de minha boca é o que o próprio Deus diz. É
assim, pois se trata do Supremo Deus, sabe? Por isso eu não fico
fazendo pedidos ou perguntas a Deus. Isso não acontece.
Assim, para escrever os talismãs, normalmente, qualquer
fundador de religião, nesse caso entoa uma oração vestido a
rigor.
No meu caso tal não ocorre. No verão, por exemplo, eu
os escrevo seminu, de pernas cruzadas. E quem vê isso não
sente gratidão. Para mim, assim está bem. Pois é o próprio Deus
que escreve e por isso não tem jeito.
Eu não falava sobre essas coisas até agora. Mas é bom
que todos tomem ciência disso.
Para dar um outro exemplo, os fiéis realizam diversos
milagres, e estes, iguais aos realizados por Jesus Cristo, são
manifestados diariamente. Se sobrasse tempo eu queria ler
esses milagres, mas desisti por falta de tempo. Entretanto, são
milagres muito superiores aos milagres de Jesus Cristo. São
milagres que estão totalmente fora de lógica (...)
Portanto, se os meus discípulos realizam milagres iguais
aos de Jesus, isso significa que ele também é discípulo meu. Se
não entenderem isso claramente, os fiéis do cristianismo, por
exemplo, interpretarão errado.
Pois, outra coisa que desejo falar é que Jesus Cristo é o
Senhor da Redenção. O Redentor, no caso de uma empresa,
186
equivaleria ao um superintendente. Se na empresa ocorressem
diversos erros, o superintendente, como representante, iria até
o presidente pedir perdão. Um redentor seria algo assim.
Carregaria para si os pecados de todos os povos e, no lugar deles
é crucificado.
Além do redentor, existe o presidente, ou seja, é preciso
que haja o Senhor que perdoa.
Eu sou o senhor do perdão. Por isso, nesse ponto existe
uma diferença extrema, tão grande quanto o que há entre um
senhor e seu súdito. Já queria ter falado sobre essas coisas, mas
como se trata de algo muito distante das coisas mundanas, não
falava para não ser mal interpretado. As pessoas não
messiânicas iriam dizer: Meishu-Sama é um megalomaníaco
doido varrido e por isso nada falei. Entretanto, a época já está
ficando favorável e por isso resolvi dizer.
Sabendo também dessas coisas, poderão entender mais
nitidamente diversas outras, não é? Vou parar por aqui.”
Também em 1952 talvez outra maneira de contar a
mesma coisa:
“A partir de agora, falarei algo difícil de acreditar, porém
é a pura verdade. Quem for membro vai entender, mas quem
não for, vai pensar que eu sou algum tipo de maluco.
Ultimamente, várias divindades (Cristo Jesus, Maomé,
Buda Sakyamuni) estão vindo a mim para pedir a salvação. Agora
falarei sobre [Jesus] Cristo, que dias atrás veio e encostou-se a
uma jovem senhora. Após lhe ministrar Johrei, [Jesus] Cristo
começou a chorar muito. As lágrimas eram de gratidão, por estar
ali recebendo Johrei. Ele estava realmente muito feliz, pois
durante muito tempo estava esperando para receber esta Luz.
Nos quadros de [Jesus] Cristo, ele está sempre com
pescoço torto, e foi dessa forma que ele veio. Esse é o
sofrimento de Cristo, de ficar muito tempo com o pescoço torto.
Por que será que ele não conseguiu eliminar este sofrimento?
Em primeiro lugar, ele deveria estar em um lugar sem luz.
187
Ano passado ministrei Johrei nesta senhora, que eliminou
muitas toxinas da cabeça, mas como ainda tinha muita toxina,
pedi para vir receber mais Johrei. Creio que [Jesus] Cristo
também deva ter recebido muito Johrei neste meio tempo. Após
[Jesus] Cristo ter sido curado, veio Maria, sua mãe, umas duas ou
três vezes, agradecendo pela salvação de seu filho.
Depois vieram os espíritos de João Batista e Jacó, que
também receberam Johrei e foram salvos. Assim como eles,
outras divindades, como Maomé e Buda, também vieram a mim
para buscar Luz. A coisa que eles mais querem é Luz: só de
entrar em contato com ela, se salvam. Vieram divindades do
mundo inteiro em busca de Luz. E a partir de agora, todos estes
fundadores e santos oferecerão seus serviços em prol da Causa
Divina. Na verdade, há muito tempo eles queriam colaborar
conosco, mas como tinham muitas máculas, não ganhavam
permissão de dedicar. Porém, agora que já se purificaram, vão
colaborar bastante, e é por isso que, a partir de agora, a Igreja
Messiânica Mundial vai desenvolver muito em todo o mundo.”
Em 30/04/1952:
“Ontem aconteceu uma coisa muito interessante.
Ontem eu fui ao Templo Horyuji e lá existe um pequeno
templo que só é aberto ao público para ver o interior, uma vez
ao ano. E justamente ontem, quando eu fui visitá-lo, a sua
porta estava aberta. Isso foi realmente muito estranho. Tanto
a porta externa como a interna estavam abertas, o que
permitia ver o seu interior. Lá dentro estava a estátua da
Deusa Kannon. Não dava para ver claramente, pois além de
estar um pouco longe, ainda estava meio escuro lá dentro.
Mas dava para ver que a estátua tinha o tamanho natural de
uma pessoa. E na entrada estava escrito: "Guce-Kanzeon",
cuja tradução literal é "Kannon que salva o mundo", um nome
encontrado nos registros históricos, mas eu fui o primeiro e
único a batizá-la com o nome de "Messias". Assim, eu a
chamo de Kannon Messias. Como nunca havia vista aquela
188
Kannon, achei que a Kyusei-Kannon que está nos registros
históricos deve ser esta, mas geralmente dizem que existem 6
grandes Kannon e outras 33 pequenas Kannon, e o nome
Kannon-Messias parece não constar entre elas. Isso realmente
é um grande mistério, né?
Bem, depois me dirigi em direção à estátua da Deusa e,
de lá de dentro, senti sair uma atmosfera espiritual e entrar
dentro de mim. Não dá para explicar a sensação agradável
que senti naquele momento. E depois cheguei a sentir as
lágrimas quererem escorrer pelos meus olhos. Acho que isso
foi por causa do longo tempo que estava me esperando. E, se
for pensar bem, até para Deus existe o tempo certo. Enquanto
não chegar o momento certo, não adianta que não se
consegue fazer nada. Assim, até agora a Deusa Kannon teve
que ficar naquele templo esperando o tempo certo chegar.
Então, ontem, como eu fui para lá, a partir de agora Ela deseja
trabalhar o máximo possível. Por isso, Ela veio encostar-se em
mim. Foi tudo uma questão de tempo. A partir de agora, com
certeza a Deusa Kannon vai realizar grandes trabalhos.
Assim, como tudo acontece dessa maneira, é muito
bom se esforçar o máximo possível, mas não se pode afobar,
pois se o tempo certo não houver chegado, por mais que se
apresse, só vai acabar tendo preocupações desnecessárias.
Resumindo, a coisa mais importante é esperar o tempo
certo.”
“Na verdade, sou um substituto de Kannon no mundo.
Ele, entretanto, age como dono e senhor; dispõe de mim da
maneira que melhor Lhe aprouver, sem que eu tenha a liberdade
de decidir sobre o que e como fazer. Simplesmente manifesta,
através de mim, o poder de Sua misteriosa sabedoria, sem
obstáculos nem limites. Por isso, sob esse ponto de vista, eu não
desfruto daquela autonomia segundo o conceito das pessoas
comuns [Lei da Liberdade]. Em compensação, usufruo
plenamente da Grande Liberdade [Lei da Perfeição]
189
compartilhada apenas por aqueles que se submetem à inteira
vontade de Deus. É um estado peculiar da minha alma, difícil de
ser traduzido em palavras e, por isso, a maioria das pessoas não
tem capacidade nem para imaginar como esses fenômenos
acontecem.”
Em outro momento assim se expressou:
“E lá está escrito Kannon da Salvação do Mundo. Nos
documentos literários, consta Kannon da Salvação do Mundo,
cuja leitura em japonês é Guce Kannon.
E fui eu quem chamou de Messiah, e por isso é bem
interessante ter ido desta vez. Existe um significado. O fato de
ter ido bem no dia em que isso já estava decidido. Pela
programação, deveria ter ido no dia seguinte, mas como a
atividade do dia terminou logo, ficou decidido ir até o Templo
Horyu. Visitaríamos o Templo e o restante seria deixado para o
seguinte. Mas se tivéssemos deixado para o dia seguinte não
teríamos visto o Kannon da Salvação do Mundo (Messias).
Realmente, estava decidido assim.”
Em 17/07/1953 [estado de união com Deus]:
“Entretanto, como o Deus está em meu ventre, o fato de
eu proceder dessa forma se deve que utiliza o meu corpo como
seu instrumento. Por isso, nesses casos, o meu braço é como se
fosse um pincel. A outra parte principal ligada ao pincel e a tinta
carvão é algo semelhante ao meu braço. Assim sendo, não é
necessário fazer mais nada, basta escrever para que através do
braço a “Luz” impregne o papel.
Por esse motivo, o que os fundadores das religiões
vieram fazendo, até hoje, era completamente diferente. E por
isso, mesmo o Jesus Cristo adotou a forma de fazer pedidos ao
Pai do Céu, isto é a Jeová, ao Zeus, a Deus etc., mas eu não
preciso fazer isso.
Estou no “Estado de União com Deus” referido desde
antigamente. Deus e o homem não estão separados, estão unos.

190
Por isso não adoto essa forma. É por isso que eu não reverencio
Deus. Ao invés de reverenciar, faço com que me reverenciem.
Até agora nada disse sobre isso porque as pessoas
interpretam de forma equivocada. Vão dizer que sou um
indivíduo megalomaníaco e louco. Para os fiéis que têm ima
compreensão correta não há problema, mas por ser algo
transcendental os terceiros interpretam de forma equivocada.
Mas isso é uma coisa que as pessoas passam a entender após se
tornarem fiéis firmes, por isso evito falar. Mas, a explicação é
feita como disse agora.”
A grande diferença existente entre mim e outros mestres
na elaboração de objetos sagrados é que, para consagrá-los, eles
precisam suplicar a Deus. Há uma separação entre eles e Deus,
portanto, necessitam dessa mediação. No meu caso, entretanto,
Ele está dentro do meu ventre, e eu não preciso fazer nada,
porque Deus já está assentado em mim, fazendo uso do meu
corpo.
Quando escrevo os Ohikari, não preciso rogar, apenas
deixo meu braço servir de pincel para Deus, e assim a Luz chega
ao papel. O fato de eu não rezar nem pedir a intervenção divina
é porque sei que se realizou em mim o mais antigo desejo da
humanidade: o da união perfeita com Deus.
Na introdução deste volume, Meishu-Sama disse em
poema:
“O Estado de União com Deus
Refere-se à ação onde não existe distinção
Entre a Obra de Deus ou a do homem.”

● Personalidade.

Meishu-Sama ao contar sua história diz:


“O que julgo mais interessante, ao escrever sobre mim
mesmo, é a minha própria personalidade. Os mistérios que me
envolvem são tantos, que eu vou me analisar não só de acordo
191
com o meu próprio ponto de vista, mas também com o de
terceiros. Até as pessoas, que têm contato comigo há mais de
dez anos, ainda não compreenderam realmente esses mistérios;
nem mesmo minha esposa parece entender-me muito bem.
Naturalmente, sou religioso, mas não sou um fundador
de religião como foram Sakyamuni ou Jesus Cristo; tampouco
sou um personagem sobrenatural. Em verdade, abranjo aspectos
muito amplos.”
Neste ponto: Sentimento de superioridade; Sensibilidade
incomum de justiça; Agudeza de raciocínio; Certeza e rapidez
nas decisões; Agilidade nas realizações; Valorização do tempo;
Aversão a conversas repetitivas; Felicidade evidente; Simpatia;
Atenção ao bem-estar do próximo; Compaixão ante a lamúria;
Observador atento; Arrojado e comedido.

Sentimento de superioridade.

Meishu-Sama: “Quando jovem, nunca atentei para este


fato; tinha apenas uma leve consciência de ser um pouco
diferente das pessoas comuns. A principal diferença, que eu
encontrava em mim, é que não sentia nenhuma inclinação para
adorar qualquer pessoa, fosse ela um grande personagem
histórico ou qualquer outra eminência. A verdade é que eu não
julgava ninguém tão relevante a ponto de ser superior a mim.
Não era pretensão nem presunção; era um sentimento que
surgia naturalmente e, por isso, muitas vezes cheguei até a
sentir solidão.”

Sensibilidade incomum de justiça.

“Outra de minhas características particulares é um forte


sentimento de justiça e o dobro de ódio ao mal sentido pelas
pessoas comuns. Eu sofria bastante para dominar o furor que
sentia ao ler os jornais diários.”
192
Agudeza de raciocínio.

“Dizem que o Príncipe Shotoku tinha cabeça excelente,


pois era capaz de ouvir, ao mesmo tempo, até oito pessoas.
Nesse aspecto, sou bastante semelhante a ele, embora eu saiba
ser exagero dar atenção a tanta gente num único instante.
Comparando-me, porém, ao geral dos homens, que
normalmente têm um intelecto muito obscuro, eu tenho, na
verdade, grande sutileza de raciocínio.”

Certeza e rapidez nas decisões.

“Orgulho-me de não ser uma pessoa indecisa. Mesmo


que aconteça algum problema mais sério, quase nunca fico em
dúvida. Sempre decido, de imediato, a respeito das necessidades
mais urgentes olhando-as ou ouvindo alguma sugestão. Por isso,
sou muito rápido quando vou fazer as minhas compras.
Entrando num shopping, em seguida já sei quais artigos quero e
os compro num instante. Minha esposa, ao contrário, olha e
revira tudo e, no final, escolhe exatamente aquelas mercadorias
pelas quais eu já havia decidido desde o início.
Nunca tive dúvidas no que se refere à construção do
Museu de Arte ou à maneira de fazer os jardins. Ao chegar ao
local, instantaneamente, todo o projeto fica bem claro para
mim. Por essa razão, o construtor não consegue entender como
é possível eu ter tanta certeza e resolver tudo de uma maneira
tão simples. Ele está sempre me questionando; não aceita
quando lhe digo não ter refletido antes sobre o assunto para
depois deliberar sobre qual caminho seguir. Mas é a verdade. As
decisões surgem de repente, no momento em que vou dar a
orientação. Essa rapidez significa clareza de raciocínio.
Então, comparados a mim, lentos são os outros. Também
por ser muito ágil, consigo cumprir várias tarefas num curto
espaço de tempo.”
193
Agilidade nas realizações.

“As pessoas estão sempre me questionando: o senhor


tem tantos trabalhos a realizar e nunca está atarefado. É
simples, faço em um minuto aquilo que vocês demoram uma
hora para executar.
Na verdade, é uma questão de discernimento. Embora o
homem tenha de levar em consideração o tempo e o espaço não
pode preocupar-se exageradamente com esses entraves;
precisa, sim, ter consciência de que, quanto maior for o apego,
menor será o período disponível para a execução do próprio
trabalho.”

Valorização do tempo.

“Quando vou comprar objetos de arte, também não


perco muito tempo. Foi assim que, em poucos minutos, me
decidi pela aquisição de um biombo de seis dobras, a ser agora
exposto no Museu de Hakone.
Certa vez, o dono dessa obra manifestou o desejo de
vendê-la a mim. Então, quando visitei o Museu de Quioto, onde
esse biombo estava guardado, pedi que abrissem apenas um
lado dele para eu poder analisá-lo e apreciar o seu valor
artístico. Gastei apenas cinco minutos nessa avaliação e decidi
comprá-lo. Em seguida, retornei as outras atividades sem perder
tempo algum. Até mesmo eu achei ter sido uma decisão
demasiado rápida.”

Aversão a conversas repetitivas.

“Hoje pela manhã, comentava com uma visita sobre o


fato de eu não gostar que falem várias vezes a mesma coisa.
Quando percebo tratar-se de uma pessoa exagerada nesse
sentido, evito conversar com ela. Quem repete
194
persistentemente um assunto, está achando o ouvinte capaz de
compreendê-lo somente desse jeito e, por isso, faz comigo a
mesma coisa. Nessa hora, me rendo, fico sem ação, pois tenho
certeza de que se trata de alguém de cabeça muito ruim.”

Felicidade evidente.

“Acredito não existir atualmente no mundo pessoa mais


feliz do que eu. Por isso estou sempre agradecendo a Deus tão
precioso dom.
Qual a causa da minha felicidade?
De fato, sou bastante diferente dos demais, pois recebi
de Deus uma missão importantíssima a cujo cumprimento me
dedico dia e noite. Os mamehitos sabem como, através do meu
trabalho, tenho conseguido salvar inúmeras criaturas. Contudo,
vocês também, mesmo sendo pessoas comuns, poderão tornar-
se muito felizes. Vou um dia escrever sobre esse assunto mais
detalhadamente. Neste momento, porém, quero expressar
apenas o que me vai à alma.
Desde criança, gostava de proporcionar alegria aos
outros. Essa maneira de agir sempre foi uma característica
peculiar da minha personalidade e eu, em todos os momentos, a
venho praticando quase como um hobby. Vivo constantemente
pensando e procurando descobrir meios pelos quais eu possa
tornar felizes os meus semelhantes.”

Simpatia.

“A palavra “simpatia”, quando pronunciada, causa uma


sensação agradável no coração de quem a ouve. Meditando
sobre este fato, podemos dizer que transmiti-la
espontaneamente ao próximo é muito importante; proporciona
ao mundo um ambiente tranqüilo. Com efeito, a atmosfera
simpática emanada das pessoas poderia não somente mudar o
195
destino individual, mas também de toda a coletividade.
Quando encontramos alguém que desperta em nós
emoções causadoras de prazer, sentimos bem-estar e uma
agradável impressão de liberdade. Este sentimento se expande
de pessoa para pessoa, podendo finalmente formar uma
sociedade aprazível, com astral elevado. As questões difíceis de
serem solucionadas, especialmente os conflitos e a criminalidade
poderiam, desta forma, ir desaparecendo aos poucos, e
começaria então a surgir o paraíso.
Tentar, porém, criar simpatia de uma forma superficial,
somente na aparência, traria um efeito temporário apenas. Para
ser permanente, é necessário muito sentimento de makoto
nascido no fundo do coração; em suma, vivenciar a essência do
amor altruístico cuja raiz está na alma.”

Atenção ao bem-estar do próximo.

“Ao me levantar pela manhã, minha primeira atitude é


observar o estado de espírito dos familiares. Basta um deles
estar mal-humorado para eu não me sentir satisfeito. Então,
também neste particular, pareço contrário aos demais. De modo
geral, são os outros membros que percebem o humor do chefe
da família. Eu, porém, nunca consigo impor-me como dono da
casa. Invade-me, por isso, muitas vezes, uma estranha sensação
de desconforto em relação às pessoas com as quais mantenho
contato.
Na verdade, quase ninguém procura perceber o meu
estado de espírito. Eu, sim, sempre tenho consciência de como
estão se sentindo as pessoas com as quais me relaciono. Pela
mesma razão, também se torna para mim muito difícil suportar
um ambiente de gritarias, xingamentos, reclamações e lamúrias,
bem como ouvir várias vezes a repetição de um mesmo assunto.
Esse desvelo constante com o bem do outro mostra que
a minha natureza deseja paz e felicidade para todos os seres
196
humanos.”

Compaixão ante as lamúrias.

“Como resultado da característica específica da minha


essência humana, qual seja, o profundo sentimento de alegria e
felicidade, sinto uma imensa dor no coração, ao escutar lamúrias
e perceber nas pessoas a total ausência de discernimento
quanto ao mal que estão causando não só a si mesmas, mas
especialmente aos outros. Em tais circunstâncias, brota dentro
de mim uma decepção profunda pela falta de sabedoria
demonstrada por grande parte dos seres humanos. Poucos são,
portanto, capazes de compreender que uma queixa, um grito,
uma bronca, não proporciona alegria a ninguém. Pelo contrário.
Só cria infelicidade.
Por essa razão, um dos objetivos fundamentais do meu
trabalho para o estabelecimento do Reino do Céu na Terra
consiste em difundir esse estado de paz e felicidade, próprio da
minha natureza. Quero que todas as pessoas vivam o prazer de
sentirem-se felizes, pois, dessa forma, estarei espargindo a
alegria e o bem-estar pelo mundo inteiro.”

Observador atento.

“Certa vez, aconselhei os meus auxiliares a ficarem tão


espertos quanto um “batedor de carteiras”. Se eu fosse um
desses larápios, tenho certeza de que teria sucesso, pois sou
muito rápido no agir.
Não estou, é claro, sugerindo a ninguém roubar os
pertences dos outros, mas apenas tornar-se tão ágil e tão
eficiente que, sem perder tempo algum, descubra o ponto focal
de tudo. Sob este aspecto, polir a alma quer dizer ter capacidade
de resolver rapidamente qualquer problema. Os preceitos da
Oomoto nos ensinam a sermos cuidadosos e ficarmos atentos a
197
tudo. Entretanto, para muita gente, a ação do intelecto é lenta e,
por isso, quase ninguém percebe pequeninas situações de
grande importância.
É preciso, portanto, treinar a atenção e a rapidez mental
Assim, será possível notar grande diferença na habilidade de
encontrar o ponto focal de tudo.
Uma vez adquirida bastante sutileza para descobrir a
parte essencial em qualquer ocorrência, será fácil perceber qual
a intenção das pessoas ao abordarem algum assunto, ou que
capacidade de discernimento possuem, observando apenas a
maneira como falam. Da mesma forma, devem vocês tentar
descobrir rapidamente qual o objetivo de um visitante, ouvindo-
lhe dizer algumas poucas palavras. Se conseguirem, é sinal de
que a atenção já está bastante aguçada.
Quando forem à casa de alguém, poderão ficar a par da
situação financeira da pessoa, sem perguntar nada, observando
somente pequenos detalhes, como, por exemplo, o estado do
sapato que usa, ou o lanche servido às crianças.
Querendo perceber o nível de sensibilidade artística de
um homem, eu observo o desenho da gravata ou o modo como
a usa. Se em ordem e adequadamente combinada, concluo
tratar-se de alguém caprichoso e com certo grau de
espiritualidade.
Vocês precisam, porém, manter bem claro na mente que
esse tipo de observação só traz benefícios quando lhes
proporcionar esclarecimentos a respeito da alteração do
pensamento, ou da estagnação da fé das pessoas com quem
estão tratando. Na verdade, é apenas uma maneira de vocês
perceberem, com mais clareza, quais as verdadeiras intenções
do seu interlocutor.”

198
Arrojado e comedido.

“Meu lado audacioso sempre se manifestou através das


minhas grandes aspirações para concretizar empreendimentos
magníficos. Como moderado, era até um pouco tímido, pois não
gostava de falar em público. Porém, agora já me acostumei e
consigo expor o que penso, com muita clareza e sinceridade.”

● Messias.

Neste ponto: O que é?; Quem é?; Salva de que?; Para


que?; Com que?;Quais pessoas?
A fim de facilitar a abordagem deste ponto se tecem
algumas considerações, quase todas já tratadas em volumes
anteriores.
Inicialmente que fique claro que na missão,
destacadamente, nos bens, se conhece que o Ser Supremo tem
como finalidade a trilogia “Saúde-Prosperidade-Paz”; na
fundamentação, particularmente, nos princípios, se aprende que
Deus tem como propriedade a trilogia “Verdade-Bem-Belo”,
consequentemente a alma do ser humano também tem a
mesma propriedade. Desta forma, construir o Reino do Céu na
Terra é tornar imperativa aquela trilogia no planeta. Isso é o que
diz Meishu-Sama a seguir:
“Como o ideal de nossa Igreja é construir um mundo sem
doença, pobreza e conflito, as pessoas que nela ingressam
adquirem uma vida alegre e saudável, cheia de harmonia e
prosperidade. Todavia, para os que vivem no lamentável inferno
da sociedade atual, isso é algo inconcebível. Além de negarem a
concretização desse ideal, eles pensam, naturalmente, que tudo
não passa de uma boa isca para iludir o povo. Pode ser também
que, para essas pessoas, o protótipo do Paraíso Terrestre que
estamos construindo sejam meros palacetes luxuosos. O nosso
objetivo, no entanto, é cultivar os nobres sentimentos dos
199
homens, possibilitando-lhes oportunidade para se distanciarem,
de vez em quando, da sociedade infernal de hoje em dia e
visitarem terras paradisíacas, que os envolvam nos ares
celestiais de Verdade, Bem e Belo, fazendo-os sentir-se no
estado de suprema alegria. Assim, evidencia-se a grande
necessidade da construção do protótipo do Paraíso Terrestre
para o homem contemporâneo.
(...) Por isso podemos afirmar que o único “oásis” do
mundo hodierno é este protótipo do Paraíso Terrestre.”
Logo, construir o Paraíso Terrestre é tornar imperativo o
Espírito Primordial sobre o Espírito Secundário, o eu sobre o ga,
ou seja, o soonen positivo sobre o soonen negativo, isto é, a
trilogia “razão-sentimento-vontade” com “sabedoria (verdade) -
amor (bem) – força (belo)” sobre “ignorância (falsidade) – ira
(frieza, mal) – insaciedade (feio)”. Portanto, o corpo espiritual do
homem com sua consciência almejando a ser santo (sábio e
amoroso) e poderoso (forte).

O que é?

Meishu-Sama: “O que vem a ser Salvador do Mundo?


Sem dúvida, como as próprias palavras dizem, é o santo e
poderoso homem nascido com a grandiosa missão de salvar o
mundo. Na realidade, desde a criação do gênero humano, ele
jamais se manifestou. Gostaria de transmitir revelações sobre
esse fato e falar, sem subterfúgios.”
“Tanto a Segunda Vinda de Cristo como o Advento do
Messias não será uma descida dos Céus, em corpo carnal.
Significa que um Espírito Divino específico descendo do Céu, se
aloja no corpo físico de ser humano que fora escolhido. “Miroku
Guensho” significa que o espírito de Miroku vai nascer em baixo,
ou seja, que nascerá na sociedade humana, de nível inferior.
Também existe o termo Taizo Miroku, que se refere ao período
que permanece no ventre interno no budismo, mas na realidade
200
ele já nasceu. Uma vez que Miroku já nasceu, o Mundo Búdico
entrou no período de destruição. No sutra que se refere ao
nascimento de Miroku está escrito que ele nascerá após a
destruição do budismo.”
“Quando o Solo Sagrado de Jerusalém for construído,
teremos o começo da formação do Paraíso Terrestre do
Mundo inteiro, pois, a partir disto, o mundo vai ser unificado.
Isso não sou eu quem está falando. Desde a
Antigüidade, os judeus já vêm falando sobre esta profecia.
Eles dizem que, no futuro, o Salvador do Mundo irá vir até
Jerusalém. E ainda dizem que lá existem 4 portões e 3 já
foram abertos, faltando um para abrir, que é considerado "o
portão fechado", ou seja, não dá para entrar e nem sair.
Assim, eu estou indo sempre em direção ao Oeste e, quando
eu chegar ali, pela primeira vez abrirei.”
Dizia-se também haver uma afinidade espiritual entre ele
e a Igreja Bahay, em Israel, que esta estabelecia certas condições
para se conhecer o Salvador do Mundo, as mesmas condições
que Meishu-Sama também já havia predito, em termos gerais,
seriam mais ou menos estas:
1ª) seu saber deve retirar as dúvidas dos Mestres do
passado;
2ª) seu ensino deve educar o mundo inteiro;
3ª) seu poder deve originar-se inato;
4ª) seu altruísmo deve ser universal;
5ª) seu ativismo deve alegrar e encaminhar as pessoas
para a felicidade;
6ª) seu equilíbrio deve transcorrer infinito e
compreensível a todos;
7ª) seu conhecimento deve atrair uma nova civilização e
unir os seres humanos;
8ª) seu credo deve possibilitar que dores da humanidade
caiam e não o atinjam;

201
9ª) seu brio deve ter peso na palavra para conseguir
vencer todo o mal.
A estas condições, Meishu-Sama acrescentaria mais nove,
dizendo que quando surgisse uma pessoa que satisfizesse a
todas as essas dezoito qualificações, este deveria ser o Salvador
do Mundo. As condições acrescentadas foram, mais ou menos,
as seguintes:
1ª) sua justiça efetive um modelo de cidade e suas
profecias sejam realizadas;
2ª) sua educação teça transformações inéditas para a
raça humana;
3ª) sua força salve a humanidade e distribua esse
domínio aos outros;
4ª) sua fraternidade faça sucumbir às coisas erradas;
5ª) sua sabedoria erradique a doença, pobreza e conflito
deste mundo;
6ª) sua harmonia irradie luz espiritual do seu corpo como
se fosse o Sol;
7ª) sua inteligência abranja os problemas da vida humana
e solucione-os;
8ª) sua piedade submeta à sua vontade os fenômenos do
Universo;
9ª) sua coragem converta sem a utilização de dogmas e
sermões.
Ele diz que:
“A condição número um, no sentido de qualificação
fundamental, é ter força para livrar as pessoas da doença.
Há muito tempo venho pensando na condição número
um que deve ser preenchido pelo Salvador. Antes de tudo, ele
deve ter força para livrar as pessoas da doença. Por conseguinte,
além de conceder-lhes o método absoluto para obterem plena
saúde e completarem o tempo de vida que lhes foi
predestinado, ele deve possuir força para a concretização desse
objetivo. Essa é a qualificação fundamental do Salvador.”
202
“O mais importante foi Deus ter-me dado uma maneira
de aplicar a Sua força invisível. É assim que, usando como
instrumento os mamehito, milhares de doentes são curados, o
que não constitui novidade alguma, pois todos vocês sabem
disso. Portanto, não é exagero afirmar que o Johrei é cem vezes
mais eficiente na arte de curar, se comparado à medicina
convencional. E tal realidade nada mais representa senão a
própria manifestação do poder divino.”
“Naturalmente, existem outras razões para o ingresso na
fé, mas a razão principal do progresso da nossa Igreja está no
fato de haver muita cura de doenças.”
“Enfim, curar doenças ou salvar as pessoas, não significa
apenas tornar o homem saudável. O objetivo final é torná-lo
perfeito, ao mesmo tempo em que o tornamos saudável. Não
sendo possível a salvação da humanidade somente fortalecendo
o corpo do homem e devolvendo-lhe a possibilidade de
trabalhar, é essencial torná-lo saudável de corpo e alma.”
Portanto, Messias é o santo poderoso cuja missão é a de
salvar o mundo, satisfazendo estas dezoito condições.

Quem é?

“Quando os protótipos do Paraíso Terrestre de Hakone e


Atami estiverem concluídos, a Igreja Messiânica Mundial será
conhecida no mundo e, paralelamente, seus Ensinamentos e sua
obra de salvação será compreendida. Certamente também terão
início os estudos sobre o indivíduo chamado Mokiti Okada.”
“Acho o título “Quem é o salvador?” bem inusitado, e
sem dúvida os leitores pensarão da mesma forma. A propósito
dele, pretendo fazer uma análise psicológica da minha pessoa.
Gostaria, porém de deixar claro que se trata de uma análise
objetiva do meu interior e que não há nada inventado ou fictício.
Portanto, espero que leiam com esse espírito.

203
A palavra Messias, ou seja, Salvador, é muito usada no
mundo inteiro, sem distinção de tempo e de lugar, tanto no
Ocidente como no Oriente. Com exceção de uma parcela de
pessoas religiosas, a grande maioria considera que a vinda ou o
nascimento do Salvador tão esperado, possuidor de poder
sobre-humano, não passa de um grande sonho, ou uma grande
esperança utópica. É verdade que já apareceram pessoas que se
auto-proclamavam Messias, mas com o passar do tempo,
acabaram desaparecendo, donde se conclui que ainda não
surgiu o verdadeiro Salvador.
Devo confessar que não gosto de afirmar que sou o
Salvador, mas por outro lado também não posso dizer que não o
seja. Sendo algo tão sério, inédito em toda a história da
humanidade, a vinda do Salvador é um assunto que não pode
ser discutido de maneira leviana. Contudo, não se pode também
afirmar que se trate apenas de um sonho, nem deixar de
acreditar na sua viabilidade, pois a Segunda Vinda de Cristo, a
Vinda do Messias e o Nascimento de Miroku foram previstos por
grandes profetas e santos.”
“Os fatos tornar-se-ão claros com o tempo. Assim, eu não
quero afirmar que “eu sou o Salvador”. Isto é, mostrarei através
dos fatos. Através da realidade as pessoas se convencerão.
Através da minha Força e dos resultados obtidos, elas vão
concordar que é realmente isso. Esta é a maneira correta.”
Meishu-Sama satisfaz a essas dezoito qualificações:
1ª) seu saber deve retirar as dúvidas dos Mestres do
passado.
Cristo disse: “Arrependei-vos porque o Fim do Mundo se
aproxima” e “Arrependei-vos porque está próximo o Reino do
Céu”. O verdadeiro significado dessas duas advertências nunca
foi devidamente explicado, porque os tempos não eram
chegados. Reinava a Era da Noite. Mas eis que finalmente
chegou o tempo de anunciar o fim do Mundo da Noite e o que
isto significa: uma transição para o Mundo do Dia.
204
Cristo, ao falar em Fim do Mundo, referia-se ao fim da
Noite. O Reino do Céu é uma alusão ao Mundo do Dia. Este
mundo de trevas repleto de sofrimentos é simbolizado pela
Noite. O Mundo do Dia será um mundo de alegria repleto de
Luz, do qual terão sido eliminados todos os pecados, males e
sofrimentos.
O homem de fé, ao ouvir esta explicação, a aceitará
prontamente. Mas o materialista destituído de fé não poderá
compreendê-la.
Pela ordem, a transição da Noite para o Dia começou no
Mundo Divino, refletindo-se a seguir no Mundo Espiritual e,
posteriormente, no Mundo Material. A primeira transição
ocorreu no mundo de Yuguen em 1881. A segunda transição
ocorreu no Mundo Espiritual em 1931. A próxima transição, o
início da grande mudança no Mundo Material, já está iminente
[Meishu-Sama anunciou esta grande transformação no dia 15 de
junho de 1952, vide (ECR, 100, rodapé) [ou 1951?]]. Em suma, se
está no alvorecer de um novo dia, aguardando o levantar do Sol
no céu Oriental.
Eis o que acontece a partir do dia 15 de junho de 1952:
“A partir de agora, devido ao aumento da temperatura da
Terra, as purificações vão ficando mais intensas.
Como o aquecimento do planeta se está tornando
notório, até mesmo os meios de comunicação já começaram a
falar a respeito dele. O jornal da NHK, rádio estatal japonesa, em
sua edição de 15 de dezembro de 1952, publicou um artigo
dizendo que cientistas do mundo inteiro afirmam estar o Globo
Terrestre esquentando.
Outra comprovação importante é que a temperatura
média de Tóquio, comparada à dos invernos anteriores, está
mais alta embora, nos últimos tempos, tenha feito muito frio
principalmente pela manhã e a noite.
Recentemente um jornal dos Estados Unidos noticiou
que o Real Instituto Geográfico da Dinamarca publicou um
205
estudo segundo o qual o calor da Terra aumenta, pouco a pouco,
em conseqüência da radiação solar. Também no Chile, um
cientista constatou que a intensidade dos raios solares está
permitindo o aquecimento paulatino do Globo Terrestre. Na
Suécia, outro estudioso, baseando-se em observações efetuadas
em várias partes do mundo, afirma poder comprovar que o
planeta está ficando cada vez mais quente.
Esse estudioso sueco diz também que o número de dias
nos qual a temperatura caiu abaixo de zero, numa cidade do
norte de seu país corresponde à metade daqueles em que
idêntico fenômeno vinha ocorrendo nos últimos setenta e cinco
anos, nesse mesmo local. Acrescenta ainda: o gelo na
Groenlândia está derretendo lentamente, fato já conhecido há
bastante tempo.
Outro episódio digno de nota é que no Mar Branco, ao
norte da Rússia, e na Baía da Bósnia, no leste da Escandinávia, o
período de congelamento do mar encurtou nos últimos anos. Em
conseqüência, prolongou-se para três ou quatro semanas a mais
o tempo em que a navegação pode ser efetuada nessas regiões.
Um biólogo americano, professor universitário, realizou
uma pesquisa com animais selvagens, chegando também à
mesma conclusão, qual seja, a Terra está esquentando. Suas
afirmações se baseiam no fato de ser cada vez maior o número
de espécimes que passaram a viver no norte não só dos Estados
Unidos, mas também do Canadá, ambas as regiões de clima
notadamente frio.
Com base em todas as pesquisas realizadas, os cientistas
estão comprovando que a temperatura do Globo Terrestre se
eleva dia após dia, determinando mudanças evidentes em todos
os setores da vida na Terra. E eu afirmo: nem mesmo os
descrentes podem duvidar desse fato.”
Meishu-Sama: “Cristo falou sobre o Juízo Final, mas não
disse quando, nem como ocorreria. Durante séculos, muitos -
especialmente os cristãos - procuraram, sem resultado, elucidar
206
o enigma. Agora que a época se aproxima, foi-me dada por Deus
a missão de esclarecer a verdade ante a qual os homens ficarão
deveras espantados. Como, neste caso, “juízo” significa
julgamento, as pessoas imaginam que Deus venha para
condená-las ou absolvê-las. Não será assim. Conforme já estou
falando há tempo, até agora vivemos no mundo da Noite.
Chegou finalmente à hora da transição para o Dia. Esse
acontecimento iminente é, na verdade, o Juízo Final e consistirá
numa grande ação purificadora de âmbito mundial.
Segundo lhes disse algumas vezes, a data de 15 de junho
de 1931 marcou, no Mundo Espiritual, o início da gradual
passagem para a Era do Dia. No final desse processo, haverá a
grande purificação no mundo inteiro, para que possa ocorrer a
real mudança da Noite para o Dia. Vai ser uma transformação
em três etapas: em primeiro lugar no Reino Divino; a seguir, no
Espiritual e finalmente no Plano Material.
O Mundo da Luz atingiu o limiar da última etapa nesta
data em que lhes estou falando (15 de junho de 1951 ou 1952?).
Portanto, a Luz Divina está começando a penetrar no plano
material. Nos próximos anos, será, então, estabelecida a base do
Reino do Céu na Terra [1961]. Contudo, da alvorada até o surgir
do Dia [2021], a mudança se efetuará passo a passo, mas
firmemente.”
“Essa palavra [Messias] é hebraica e por isso é um pouco
difícil de ser entendida em japonês. Significa “Senhor da
Salvação do Mundo”, ou simplesmente “Salvador”. Os cristãos
acreditam que Jesus Cristo é o salvador, mas, na verdade, ele é o
Senhor da Redenção, o que é bem diferente de “Senhor da
Salvação do Mundo”. Redentor é aquele que redimiu os pecados
de todos os povos, tornando-se representante desses pecados,
sacrificou sua vida para ser perdoado. Salvador não é aquele que
é perdoado, e sim o que perdoa. Bem, darei maiores explicações
com o passar do tempo.”

207
"Como afirmamos sempre, o Plano Espiritual finalmente
ingressou na fase de transição da Noite para o Dia. A salvação
budista - como sempre dissemos - corresponde ao período
noturno, portanto, com o desaparecimento da Noite, o trabalho
de salvação de Kanzeon-Bossatsu irá modificar-se e evoluir. Em
síntese, isso significa a extinção de Buda. Por conseguinte, é
óbvio que a atuação de Kanzeon-Bossatsu se transforme,
naturalmente, na do Salvador - o Messias. Quer dizer, Kanzeon-
Bossatsu, que se havia encarnado como Buda, tira agora a sua
máscara, e passa a executar o trabalho como Deus, segundo a
Sua natureza original."
“Interlocutor: Sendo assim, a fé centralizada em Meishu-
Sama pode ser interpretada como uma adoração centralizada no
Kannon da Salvação do Mundo. (Messias)
Meishu-Sama: Não. O nome Kannon ainda constitui um
disfarce e por isso não surge o Poder verdadeiro. Pois é Deus
quem faz a Providência, sabe? No Kannon da Salvação do Mundo
(Messias) a que me referi, o Príncipe Shotoku que é esse Kannon
[no sentido de que o príncipe vivia onde ficava o Kannon da
Salvação do Mundo no Pavilhão do Sonho].
Agora, finalmente chega a hora e inicia-se a atividade.
Como ele fez o Buda, para começar a atividade, precisa
transformá-lo do Deus original - fazer com que trabalhe para
nós, a Igreja Messiânica Mundial. Faz essas coisas.
Messias é o nome de ser humano. Deus, o Supremo Deus
[do Mundo Espiritual], é Jeová.”
“O mais importante na personificação é que os Budas são
todos personificações de Deus e durante o Mundo da Noite, o
mundo era de Buda e todos os deuses foram personificados em
budas. Amaterassu Ookami em Daihi Nyorai; Tsukuyomi-no-
Mikoto em Amida Nyorai; Wakahime Guimi-no-Mikoto em Shaka
Nyorai. Portanto, a extinção do budismo significa que os budas
irão retornar à qualificação divina original.”
2ª) seu ensino deve educar o mundo inteiro.
208
“Eu conduzo as pessoas ao caminho do Reino do Céu
ensinando-lhes a Verdade, praticando o Bem e fazendo que elas
apreciem o Belo. Sendo assim, o objetivo de Satanás, Seu
antagonista, é obviamente: a Falsidade, o Mal e a Fealdade.”
3ª) seu poder deve originar-se inato.
“Por exemplo, qualquer coisa que eu desejar saber, eu
fico sabendo. Tomo conhecimento de tudo que for importante, a
começar dos três mundos - Divino, Espiritual e Material - assim
como também do passado, do presente e do futuro. É claro que
isso está limitado ao que concerne à salvação da humanidade e à
construção do Paraíso Terrestre. Antevejo como será o mundo
daqui a um ano ou há vários anos, e também o meu próprio
destino. É até engraçado. E note-se, pela experiência que tenho
tido até agora, que geralmente os fatos previstos por mim
acabam acontecendo. Tenho elaborado e executado vários
planos, e tudo tem corrido conforme os meus desejos.
Com relação à literatura, se penso em escrever um artigo,
as palavras me fluem naturalmente, o quanto eu desejar. Como
todos sabem, dedico-me também à composição de poemas e
não encontro nenhuma dificuldade nisso; componho cerca de
cinqüentas em uma hora. Gostaria, inclusive, de escrever
poemas satíricos, obras de ficção, dramas, etc., mas não o tenho
feito por falta de tempo. Além desses gêneros, escrevo sátiras e
comédias; como elas têm sido publicadas, os leitores devem
conhecê-las. As orações entoadas pelos fiéis também são de
minha autoria, e parece-me que, apesar de eu não ter tido,
anteriormente, qualquer experiência nesse sentido, elas ficaram
muito boas.
Por outro lado, já é do conhecimento de todos que estou
construindo um protótipo do Paraíso Terrestre de grande porte;
nessa obra, as pedras, as árvores, as flores, enfim, tudo sou eu
quem escolhe e planejo. Naturalmente, o projeto do jardim e
dos prédios e até a ornamentação também são trabalhos meus.
O Templo Messiânico, que se erguerá no Solo Sagrado de Atami,
209
mas que ainda está em fase de projeto, seguirá um estilo mais
moderno que o do arquiteto suíço Le Corbusier, estilo esse que
nos últimos anos se tornou moda arquitetônica no mundo
inteiro. Portanto, quando o templo for inaugurado, deverá ser
alvo da atenção mundial. Só de estar no local e olhar o terreno,
os prédios e os jardins se projetam aos meus olhos, não havendo
necessidade de pensar. Na verdade nunca estudei esses
assuntos, nem ninguém me ensinou nada a respeito; entretanto,
se quero fazer algo, imediatamente brotam, dentro de mim,
excelentes idéias. Além disso, faço vivificações florais, escrita a
pincel e pinto quadros. Dessas atividades, a única que estudei
um pouco foi pintura, mas nas outras sou totalmente leigo. Com
relação à Política, Educação, Economia, Filosofia e Medicina, sei
das coisas que irão acontecer até daqui a um século. Sei
principalmente o erro em que está baseada a cultura atual e fico
impaciente quando penso que, se ele fosse logo corrigido, a
humanidade seria salva e a felicidade reinaria no mundo. Nada,
porém, pode ser feito enquanto não chegar o tempo certo.
Atualmente, seguindo a ordem Divina, estou apenas apontando
o problema da doença e os erros da agricultura, questões
fundamentais para a construção do Paraíso Terrestre.”
4ª) seu altruísmo deve ser universal.
“Há um trecho na Bíblia que diz que seria pregado o
Evangelho do Paraíso ao mundo inteiro e depois seria o fim. Que
quer dizer isso? Acredito firmemente que essa missão será
cumprida pelos meus Ensinamentos.”
5ª) seu ativismo deve alegrar e encaminhar as pessoas
para a felicidade.
“Desde jovem eu gostava de tudo que dissesse respeito
ao Belo. Embora fosse muito pobre, cultivava flores em espaços
vazios e, quando dispunha de tempo, pintava quadros. Sempre
que me era possível, visitava museus e exposições. Na
primavera, apreciava as flores, e no outono, o bordo. Agora, pela
graça de Deus, minha vida se tornou mais afortunada, e, além de
210
apreciar o Belo como desejo, isso constituí uma ajuda para a
realização das atividades da Obra Divina. Entretanto, para
terceiros, que desconhecem esse fato, minha vida parece
exageradamente luxuosa, o que é inevitável. Desde tempos
antigos, como sempre digo, os fundadores de religiões faziam a
divulgação das doutrinas levando uma vida paupérrima e
realizando penitências. Comparando-me com eles, talvez todos
achem minhas atitudes um tanto estranhas, pela grande
diferença observada. Na verdade, aqueles religiosos estavam na
Era da Noite, e até mesmo a Religião era divulgada por meios
infernais. Chegou, porém, a Época de Transição e, atualmente,
quando o mundo está para se tornar Dia, a salvação é efetuada
num estado paradisíaco, de modo que é necessário refletir
profundamente sobre esse ponto.
Muitas pessoas que pretendem salvar o próximo, fazem
autopropaganda, apesar de ainda não viverem livres das
desgraças. A intenção pode ser boa, mas os meios são
incorretos. Só devemos pensar em conduzir aqueles que são
vítimas de sofrimentos e misérias, quando já tivermos
conseguido a nossa própria salvação e felicidade; então,
poderemos trazê-los ao nível em que estamos. Nossos
semelhantes sentir-se-ão atraídos ao presenciar nosso estado
feliz. É quando a propaganda surte cem por cento de efeito. Eu
mesmo não ousei difundir meus ensinamentos antes de me
encontrar em boas condições. Só o fiz quando me senti
abençoado pelas Graças Divinas.
Se considerarmos que o Paraíso Terrestre é o Mundo dos
Felizes, concluiremos que, no lugar onde as pessoas se reúnem e
se tornam felizes, está estabelecido o Paraíso Terrestre.”
6ª) seu equilíbrio deve transcorrer infinito e
compreensível a todos.
“Por fim, quero falar sobre o comunismo. Dizem que o
seu objetivo é também a construção do Paraíso Terrestre; mas,
deixando de lado outros aspectos, principalmente a sua noção
211
de Belo é escassa. Portanto, desde que ele não adota o Belo,
podemos compreender que ele não é verdadeiro.”
7ª) seu conhecimento deve atrair uma nova civilização e
unir os seres humanos.
“O lamentável é que, se não tivesse havido a redenção,
Cristo, quem mais milagres realizou, talvez conseguisse, durante
a sua vida, salvar uma grande parte da humanidade e ampliar
muito mais a sua doutrina. Seu período de atuação foi bastante
curto, sem dúvida por causa da força de Satanás que, na época,
era inegavelmente mais forte, em virtude da prematuridade do
tempo no Mundo Espiritual.
Buda e Cristo mesmo através dos esforços deles e dos
seus discípulos, a humanidade ainda padece em meio a
agonizantes sofrimentos.
Entretanto, finalmente, é chegado o tempo do Céu, Eu
vim ao mundo para cumprir a grandiosa missão de salvar a
humanidade, manifestando o Poder Absoluto a mim atribuído.
Consequentemente, pregarei profundamente a Verdade, para
executar a última salvação da humanidade. Além disso, como
desempenho também a função de orientador da planificação da
Nova Civilização Mundial, esse é realmente um extraordinário
Evangelho, inédito e último, para a humanidade inteira.”
8ª) seu credo deve possibilitar que dores da humanidade
caiam e não o atinjam.
“O Deus que se encontra em mim é o mais elevado de
todos, por isso como já disse em outra oportunidade, não
preciso orar para nenhum Deus. Como não existe um Deus
acima de mim, por este motivo não há nenhum Deus a quem eu
precise orar ou me dirigir, portanto não oro.
Entretanto, no tempo certo poderão perceber
claramente, mas não quero dizer que sou o salvador. Ou melhor,
mostrarei a realidade. Através da realidade, dos resultados do
meu Poder todos dirão: “É claro, É isso”, entendendo então. Isto
é verdade.
212
A esse respeito no dia 22, dia anterior ao Culto Mensal, a
esposa de um discípulo que dedica diretamente comigo, no ano
passado, estava com sua cabeça um pouco estranha. Eu a curei
completamente, porém restou um pouco de toxinas, que
estavam endurecidas em volta do pescoço.
Ela sempre dizia que queria vir, e duas ou três vezes por
mês, eu ministrava-lhe Johrei. No dia vinte e dois, no entanto, ao
ministrar-lhe Johrei, começou a chorar derramando muitas
lágrimas. Chorava tanto que não podia falar. Após passar algum
tempo, normalizou-se e procurou escutar, era [Jesus] Cristo que
vinha sofrendo muito, durante um longo período e encostou
nessa senhora e melhorou ao receber Johrei.
Era o sofrimento causado pela ferida na época em que foi
crucificado.
Ao ficar completamente curado, ficou muito agradecido
e, aquelas eram lágrimas de contentamento. E mais ainda, ele
estava esperando com muita saudade a oportunidade de ver o
Pai Celestial. Não existia felicidade igual a esta. Por esses dois
motivos, que com lágrima de alegria, Cristo apareceu.
Então, não era possível curar a lesão do corpo daquela
senhora. Por esse motivo, a partir de agora, creio que [Jesus]
Cristo fará uma grande atividade no exterior.
Isto os membros entendem bem, porém os cristãos e
budistas se ouvirem, pensarão que se trata de encosto de
espírito maligno.
Devem pensar, qual será o significado de meu objetivo?
Mas, isto logo poderá ser compreendido.
O motivo de falar assim é que eu seja alguém
extraordinário, porém, a medida que a época se aproximar, as
provas de minhas realizações serão evidentes. Virá a época em
que não poderá deixar de ser reconhecido.”
“Se eu disser que salvei [Jesus] Cristo, a quem milhões de
pessoas têm orado, e, também, Sakyamuni, talvez digam: “Deve

213
estar louco, pois é impossível o aparecimento de um homem
assim”.
Os senhores devem saber, mas, quando se chega ao
ponto de aceitar tal fato, significa que a alma está bem
consolidada. Com isso, ocorre o aumento da força da pessoa.
Sendo exatamente assim, podem trabalhar como meus
representantes manifestando, magnificamente, a força.
Portanto, atuem amplamente, procurando sempre ter no
coração o que eu disse.”
Em 12/04/1954:
“E depois, esse assunto é engraçado e está como “Luz do
Oriente”. No final das contas, para salvar as pessoas, não
somente as pessoas, até mesmo os espíritos, para salvar tudo é
preciso Luz em primeiro lugar. Os espíritos vêm à procura de Luz.
“Quero receber Luz”, dizendo assim eles vêm à procura. Serão
salvos com a Luz. [lembrar que as duplicidades de princípios
como luz e treva não é o fim último, mas sim a verdadeira luz,
isto é, a Luz que é DEUS].
Até mesmo [Jesus] Cristo sofreu bastante até agora.
Quando [Jesus] Cristo encosta ela dobra o pescoço e dobra igual
ao desenho do crucifixo. É como se nesse momento tivesse sido
amarrado por alguma coisa ou então morreu e caiu no chão e
alguma coisa subiu em cima. É muito sofrimento. As dores da
hora da crucificação cessaram, mas o pescoço torto ainda não
melhorou completamente. No começo doía bastante, mas isso
sarou e Cristo estava muito agradecido. Maria também por ser
seu filho, estava muito contente por ele ter sido salvo.
O tempo acabou por isso vou parar por aqui, e o que
acabei de falar agora é um assunto sério, portanto, se a fé não
estiver bem firme não dá para acreditar. Se uma pessoa que não
tem fé ouvir irá rir achando que é bobagem, mas é verdade.
Vocês não são assim. Daqui em diante isso irá aparecer em
formas, por isso vai ser difícil fazer com que acreditem até certo
ponto.
214
Até hoje não sei quantos bilhões de pessoas
reverenciaram [Jesus] Cristo e Sakyamuni e fui eu quem os
salvou, mas poderão dizer “não pode aparecer uma pessoa
assim, deve estar biruta”. Vocês normalmente têm
conhecimento de que chegando ao ponto de achar que “é isso”,
o “espírito se solidifica completamente”, portanto, através disso,
a força dessa pessoa torna-se forte.
Dessa forma, sem dúvida, como meu representante,
manifestando grandiosamente a força conseguirá realizar o
trabalho. Portanto, reflita bem sobre o que eu disse agora e
trabalhe bastante.”
Em 02/04/1954:
“Citando um exemplo, esses dias, [Jesus] Cristo encostou-
se a uma jovem senhora e outro dia ministrei-lhe Johrei, e
enquanto ministrava-lhe Johrei derramava lágrimas em
abundância, e realmente, era uma atitude de repleta gratidão,
Durante muito tempo sofreu bastante no Mundo Espiritual.
Entretanto, “Pude ser salvo desta vez e estou agradecido. Não
caibo em mim de tanta felicidade”. Dizia isso soluçando em
prantos. Não consegui conversar durante um bom tempo e
fiquei esperando.
Isso aconteceu duas vezes e ao lhe perguntar, respondeu-
me que quando [Jesus] Cristo encostava sentia a agonia da
crucificação e como na estátua do [Jesus] Cristo crucificado onde
ele está com o pescoço dobrado, ela também dobra o pescoço. É
como se o pescoço estivesse sendo apertado por alguma coisa,
parecia muito agoniante. Isso, sem dúvida é muito sofrido
porque foi crucificado. Esse sofrimento não é retirado
totalmente. O fato de não poder ser retirado se deve à falta de
Luz. Essa senhora ficou ruim da cabeça no ano passado e eu a
curei. E como ainda tinha solidificações disse-lhe para vir de vez
em quando, e assim de vez em quando lhe ministrava Johrei.
Então, não se sabe quando [Jesus] Cristo encostou e sem
perceber ele ficou bom.
215
Em seguida a Maria apareceu duas a três vezes e estava
muito agradecida por seu filho ter sido salvo. Depois surgem
outros ordenadamente.
José também apareceu e estava sofrendo no Mundo
Espiritual durante 2.750 anos, mas foi salvo e estava muito
agradecido.
Ultimamente encostou um discípulo de [Jesus] Cristo
chamado Jacó, que por sinal bem inteligente.
Dessa forma, encostaram Maomé, Koshi, Sakyamuni; do
Japão Kôbo e Shinran. Vêm encostar um em seguida do outro.
E ao lhes perguntar o que desejam eles dizem que
querem receber Luz. E ao ministrar um pouco de Johrei eles
recebem Luz por isso se salvam. Portanto, à procura de Luz,
parece que eles vêm do mundo inteiro. Recebendo Luz
consegue-se controlar o mal.
Por esse motivo, essas pessoas inteligentes, não são bem
pessoas, nem deuses; esses santos dizem que vão trabalhar
bastante para a Igreja Messiânica. Até hoje queriam trabalhar,
mas como tinham impurezas, máculas, não podiam trabalhar e
agora como essas máculas foram retiradas, vão poder trabalhar
bastante e todos estão animados. Portanto, esses 800 deuses [o
que representa aproximadamente um deus para dez milhões de
habitantes] trabalharão em grupo e poderão compreender
perfeitamente como será possível realizar uma grande expansão
pelo mundo inteiro.”
Em 25/11/1951:
“Quando fui a Quioto, os deuses dos santuários daquela
região - mais de quarenta divindades encostaram e faziam
diversos pedidos a Meishu-Sama, agradeciam etc. - cada qual
com o seu pedido. Isso é mesmo verdade.
Por tratar-se de um fenômeno do Mundo Espiritual, as
pessoas não percebem. Quando vou a algum lugar, não são os
fiéis que ficam alvoroçados. Os deuses que estão no Mundo
Espiritual é que ficam mais ainda. Os deuses que estão nas
216
proximidades se reúnem querendo receber graças. Entre eles
muitos são os que vêm por vir e depois, surpresos, passam a
ajudar com devoção.
Por isso esses trabalhos em relação ao Mundo Espiritual
são bem mais numerosos. Tenho feito os registros disso e creio
que poderei levá-los ao conhecimento de todos em duas ou três
reuniões.”
Em 01/04/1954:
“A referida pessoa que sempre entra em transe, disse
recentemente, algo interessante, portanto vou pedir para que
leiam agora.
(Relatório)
À medida que o tempo se aproxima, começam a surgir
diversas coisas. Sobre isso, escrevi até agora, nas poesias, de
modo genérico, sem aprofundar-me muito.
Ontem, uma mulher que incorporou o Jesus Cristo veio
receber Johrei. Ao lhe ministrar, a Maria (N.T.: Santa Maria, Mãe
de Jesus ) incorporou nela, e muito contente, agradeceu-me
repetidas vezes dizendo que o seu filho Jesus, havia sido salvo. E
ela não conseguia conter-se de alegria.
Dessa forma, o Mundo Espiritual começou a sofrer
grandes mudanças. Quando isso se refletir posteriormente na
matéria, será uma época de magnífica expansão. Finalmente,
estamos próximos do dia da apresentação.
Por ora, os acontecimentos se detêm ao Mundo
Espiritual e são incompreensíveis aos olhos e ouvidos do
homem, mas é certo que o tempo se aproxima.
O fato de que o Mundo Espiritual irá mudar amplamente,
significa que haverá o aumento do elemento Fogo. Como ocorre
o aumento, aproxima-se a cena do aumento do número de
doentes tal como a má colheita do ano passado (neste ano não
seria apenas má colheita e sim, más pessoas, não?). A
propagação do cultivo natural também foi muito boa em todos
os lugares e, com bons resultados, tende a ser bem aceito; em
217
breve a medicina também sofrerá mudanças. Se isso acontecer
será ótimo, pois assim ocorreram mudanças radicais. Como o
Mundo Espiritual começou a mudar, têm acontecido muitas
coisas interessantes (...).”
Em 16/06/1953:
“Como o momento se aproxima, Deus realiza coisas
imprevisíveis. Por isso, os membros da Igreja Messiânica
Mundial compreendem de um modo geral, mas os que não são,
não podem mesmo compreender nada.
Assim, ultimamente têm aparecido diversos fatos
espirituais. Na vez passada, falei sobre os encostos de Jesus e
outros eminentes fundadores de religiões. Esses aconteceram
com a moça de Quioto, mas desta vez foi uma moça de Atami
que também manifestou encostos de espíritos que lhe disseram
diversas coisas sobre isso, as quais coincidem com as da moça de
Quioto. Como existem pontos novos, vou pedir para que seja
feita a leitura.
(Relatório)
Através disso vemos que Jesus diz coisas características
dele, como a forma com que a Bíblia foi escrita e por isso acho
interessante. É muito parecido com os pontos impertinentes da
Bíblia.
Por isso, até agora não havia surgido um ser humano que
possuía a Luz. São João sofreu sob o solo durante 2750 anos
porque não existia a Luz [São João Batista teria sido o Rei
Jerobão, leva em conta 750 antes de Cristo]. E sem receber Luz
as pessoas não são salvas. As divindades e os budas também
estão querendo receber Luz e por isso a coisa está
impressionante no Mundo Espiritual. (...)
No que foi lido agora, falava-se em Deus que não é Deus
e eu acho isso muito interessante. Na realidade o Deus que era
adorado até agora como tal, não era Deus de verdade. Por isso, a
expressão Deus que não é Deus é muito bem colocada. Por isso,

218
a música Noite Feliz, um salmo Jesus, elogia tanto Jesus que ele
chega até a sofrer.
Então ensinei a letra, mas o que acho interessante é que,
como eu sempre vinha dizendo, quando o Templo Messiânico
ficar pronto, pretendo cantar nos Cultos e em outras ocasiões, o
“Messias” da autoria de Hendel e também colocar uma
orquestra e até preparei um Box de orquestra abaixo do palco,
mas como seria inconveniente cantá-la num idioma estrangeiro
como o de Hendel, precisaria colocá-la em japonês.
Eu pretendia compô-la, mas seria errado eu fazê-lo. Pois
não sou eu quem canto, mas que sou cantado... Por isso, no ato
de louvar, eu estaria louvando a mim mesmo e por isso queria
uma letra apropriada, mas não há uma pessoa que pudesse fazê-
la adequadamente. Entretanto, Jesus a fez para mim e
realmente está ótima. Então, estou tranqüilo. A letra dessa
música é muito boa. É simples e expressa muito bem o
sentimento de louvor. Por isso pretendo adotá-la.”
“E como acabei de ler agora; a canção que me exalta
muito faz sofrer, por isso a canção para ser cantada eu escrevi e
fiz com que falassem. Está bem escrito. Estou pensando em
utilizá-lo no Prédio Messiânico. A música é de Hendel (Senhor da
Salvação - Messias) e estou querendo usar essa letra.
Aqui realmente existe um grande significado. Eu compus
e todos vão cantar. Isso é uma mentira. Isto é, o Deus que existe
em mim mesmo é que compôs e o fato de exaltar está fora de
lógica. Então, entre as pessoas que irão cantar, o mais
inteligente compôs e todos cantam, esse é o modo verdadeiro.
Isso é racional.
[Jesus] Cristo, querendo que cantassem dessa maneira
escreveu a letra. Está muito bem expressado. O sentimento que
exalta Deus está realmente bem expressado. Pretendo
transformar isso em letra. Bem, poupou meu trabalho.
O livro de orações também, eu escrevi tudo, mas não é
correto eu escrever coisas do tipo de ter recebido graças e estar
219
agradecido. Bem, é como se tivesse escrito no lugar dos
membros, e não tinha outro jeito por isso escrevi, mas o certo
seria como acabei de falar agora.”
“Depois disso ainda apareceram vários espíritos. Ë bem
interessante. Os deuses dragões que habitam o mar, lagoa e
lagos das regiões da Europa e África, cada um deles pediram
perdão e se prontificaram em trabalhar bastante, fizeram
pedidos desse tipo e vários outros.
Tanto Deus [Cristo] como Buda também, todos os
espíritos desejam a Luz em primeiro lugar. Portanto, como
acabei de ler, Maomé também deseja muito a Luz. E também os
deuses dragões que apareceram depois e diversos deuses e
budas têm o desejo de se banharem ao menos um pouco na Luz.
Isso porque até o presente, entre os homens, não havia
uma pessoa que tivesse a Luz de Deus. Então, pessoas como
João estiveram no inferno durante 2.750 anos. E até mesmo
[Jesus] Cristo, pessoas como ele não puderam ser salvas.
A causa é a Luz. Não puderam ser banhadas pela Luz.
Entretanto, eu apareci, o Mundo Espiritual tornou-se
claro e ficou possível banhar-se na Luz, por isso puderam ser
salvos. Portanto, a lógica é simples.”
“Quero falar sobre mais um assunto (preciso falar sobre
isso de qualquer maneira e, além disso, é muito engraçado), os
membros irão entender e acreditar, mas os não-membros, sem
dúvida, pensarão que é um auto-elogio.”
“Falando sobre a minha visita à cidade de Nara, posso
dizer que Mikotos, Nyorais, Kami-Samas, ou seja, muitos
deuses, "Hotokes" (santos do Budismo), dragões de várias
montanhas de Nara, Templos e pagodes, e ainda vários
dragões protetores de alguns lugares e junto a outros dragões
que se tornaram santos, todos eles vieram hoje me receber
com muita alegria do Mundo Espiritual. Bem, isso tudo será
editado na Revista "Paraíso Terrestre", mas vou deixar aqui
falado. Agora a pouco, eles fizeram os cumprimentos de boas
220
vindas através da situação do tempo. Estava chovendo, mas a
chuva parou. E exatamente quando cheguei em Nara, o Sol
começou a brilhar. Esse foi o cumprimento deles. Assim, já
estava marcado para chover hoje. Não existe outra forma dos
dragões cumprimentarem, a não ser expressarem claramente
através dos fenômenos atmosféricos. Por isso que eu logo
pensei: "Ah! são eles!..."
Ultimamente, muitos deuses e santos, como Cristo,
Maomé, Budha, João Batista, etc. têm manifestado muita
alegria para mim. Um pouco antes de eu me dirigir para cá,
Maria e [Jesus] Cristo se manifestaram através de certa
mulher e todas as palavras proferidas por eles em forma de
preces, demonstravam muita alegria. Realmente este
sentimento de alegria parecia estar transbordando naquele
momento. E o mesmo acontece com os outros deuses e
santos. Resumindo, todos eles estavam me esperando há
muito tempo, talvez desde centenas ou milhares de anos
atrás. Assim, todos os dragões das diversas regiões de Nara
me disseram que, quando eu viesse aqui, eles viriam me dar
os cumprimentos. Entretanto, como eles são espíritos, não se
consegue ver, ou seja, eu só senti a presença deles, pois eles
não têm forma. Mas com certeza eles estiveram aqui.”
Em 02/04/1954:
“Os Deuses são os que mais estão desejando a Luz. Um
exemplo é Maomé, que está desesperadamente atrás da Luz.
Os deuses dragões e outros tantos santos também vêm
alimentando a esperança de se banhar na Luz. Isso mostra que
ninguém até hoje possuía a Verdadeira Luz Divina. O que não
sabem é que até mesmo João Batista esteve no Inferno
durante 2.750 anos. Jesus Cristo e outros da mesma categoria
não haviam conseguido a sua própria salvação. Ou seja, eles
não puderam ser banhados pela Luz. Entretanto, como eu
cheguei e o Mundo Espiritual ficou mais claro, finalmente eles
puderam ser agraciados pela Luz, e assim serem salvos.
221
Se pensarem pela lógica, vão ver que é fácil de
entender isso: quem tem muitos pecados... Mas é meio
esquisito dizer que estes deuses cometeram pecados. Mas
vamos pegar como exemplo Jesus Cristo. O fato de ele ter sido
crucificado é que ele havia cometido pecados em outra vida.
Esse foi o significado da Redenção de [Jesus] Cristo. Só que
não bastou ele ser preso na cruz para ser totalmente salvo.
Ficou muito tempo sofrendo até então encontrar com a Luz.
Assim, as máculas geradas pelos pecados foram se
dissolvendo, se dissipando e por fim foi salvo. Esse foi o
motivo de [Jesus] Cristo ter procurado tanto a Luz.
Uma outra coisa é que se não eliminar agora os
pecados, eles vão se tornar eternos. Os pequenos pecados,
com a chegada da Era da Luz, se dissolvem com facilidade,
mas falando a verdade, quase não existem pessoas com esses
pecados: praticamente todos possuem grandes pecados.
Vocês mesmo, por mais que recebam Johrei, não quer dizer
que vão acabar com todas as toxinas, pois a quantidade é
muito grande, não dá para ver. Ou seja, os grandes pecados
nunca vão ser dissipados. Por isso, mais do que depressa
precisam receber o maior número de Johrei. Se não se
apressarem, não vão conseguir ser salvos. Lembrem-se que o
Mundo Espiritual está entrando na Era do Dia a passos
largos.”
Em 01/02/1953:
“Isso mesmo. “Milagres como os de Cristo até os meus
discípulos realizam e por isso, no Japão, já nasceram centenas de
milhões de Cristos”. Escrevi isso também. Entretanto, um dia
todos entenderão isso. Afinal tudo depende do tempo.”
Em 27/12/1953:
“Eu escrevo com pincel a letra Hikari (Luz) e, colocando-a
no peito é possível realizar milagres como os de Cristo. Daí é fácil
entender o valor de Jesus.

222
Por isso, para falar a verdade, Sakyamuni e Jesus chegam
apenas a ser meninos perto de mim. Entretanto, se escreve isso,
as pessoas suspeitam e acabam não confiando mais e por isso,
tenho procurado não escrever, mas se souberem da verdade,
será incrível.”
“Interlocutor: Na época em que eu estava na Igreja
Oomoto eu era muito cheio de lógicas e tinha pensamentos
esquisitos. Num Culto, o líder espiritual incorporou um tigre e
um urso e ficou dois dias imóvel, acamado. Como achei que se
tratava de Deus, pensei se existia algo tão absurdo assim.
Meishu-Sama: É mesmo. Fui eu quem o curou. Ele não
conseguia falar e achei que aquilo não era bom. Então, tratando-
o espiritualmente ele passou a falar novamente em cerca de
duas horas. Com isso fiquei em grandes apuros. Fui à entrevista
e o curei.”
“Realmente a Igreja Oomoto é uma religião que surgiu
para me lançar. Em suma, a fundadora, em termos de budismo,
seria Sakyamuni. O líder espiritual, Amida. E são Sakyamuni e
Amida que geram Kannon. E eu seria o filho. Por isso eu nasci
mesmo da Igreja Oomoto. E eles seriam meu pai e minha mãe.
Isso é misterioso.
Por isso a fundadora é Izu e o líder espiritual, Mizu, e eu
sou Izunome.
Algo que engloba e funde os dois caracteres de Izu e
Mizu. E seria isso. Tanto a Fundadora como o líder espiritual
eram muito brilhantes nas demais coisas, mas não tinham Poder.
Também não tinham poder na questão relativa à cura de
doenças.
Isto porque o poder surge com a união do espírito e
matéria. Com a composição vertical e horizontal, surge o poder.
E isso sou eu.
Ti é espírito e kara é matéria (tikara - poder). Com a
identidade espírito e matéria, surge o poder.

223
Em suma, Izunome é poder. Por isso, até hoje, não havia
surgido no mundo, uma pessoa que tivesse o Poder.
E basta que esse poder vá se expandindo mundialmente.
Por isso, Kannon seria isso. O Poder de Kannon é exatamente a
identidade entre homem e mulher, fogo e água, vertical e
horizontal. Então, só porque se fala em Poder Kannon, não é que
existam o Poder de Amida, poder de Sakyamuni ou Poder de
Jesus Cristo.
E o Poder não tem limites. É algo infinito. Por isso,
ultimamente, os fiéis realizam milagres iguais aos de Jesus Cristo
e, portanto, na questão do poder, Jesus Cristo só tinha o poder
equivalente ao de um discípulo meu.”
Em 28/01/1949:
“Interlocutor: Quando falamos sobre a Obra Divina, aos
fiéis do cristianismo, e mesmo que a pessoa não seja fiel, mas
tenha lido a Bíblia, ele fala que nela...
Meishu-Sama: Dizem que somos o anticristo, não é?
Interlocutor: Sim. E isso geralmente nos atrapalha muito.
Se o senhor pudesse nos dizer alguma coisa para que possamos
desfazer a dúvida deles quanto a esse respeito.
Meishu-Sama: Não adianta. Não adianta tentar desfazer a
dúvida. Por mais que você se esforce em explicar, não
entenderão. Quanto mais explicar, mais eles pensarão que
somos o anticristo, uma falsidade extremamente hábil.
Enquanto não chegar o tempo certo, não adianta. Além do mais,
se naquela época tivesse surgido o Salvador, os meios de
transporte eram precários e as pessoas estavam muito distantes
umas das outras. E mesmo que se tentasse, era impossível salvar
o mundo inteiro.
Agora, os meios de transportes se desenvolveram de
forma extrema e a comunicação entre os países é imediata. O
Mundo tende a se transformar um só e há até propostas de se
formar uma federação mundial.

224
Pensando por esse aspecto, creio que podem ter uma
idéia geral.”
9ª) seu brio deve ter peso na palavra para conseguir
vencer todo o mal.
“A palavra Meishu-Sama, isto é, a minha representação,
significa Senhor Possuidor da Luz. Por isso, existem muitos
deuses subordinados a mim que estão fazendo tarefas de minha
responsabilidade. Se houver algo importante, eles me
representarão. Portanto, o que eu penso não há qualquer
obstáculo.
Falarei a respeito do fundador da Igreja Tenrikyo.
“Quando eu estava no quarto de detenção do Estado de
Shizuoka, chamei vários espíritos e falaram diversas coisas. O
fundador da Igreja Tenrikyo, também falou. Ele pediu para que o
salvasse e depois agradeceu dizendo estar bem. Era esta a sua
situação.”
1ª) sua justiça efetive um modelo de cidade e suas
profecias sejam realizadas.
“Embora eu afirme que isso ocorrerá, trata-se de uma
tarefa árdua, já que a humanidade veio alimentando esse ideal
por longo tempo, mas ainda não havia aparecido quem o
realizasse. E a razão é o fator tempo. Entretanto, para alegria de
todos, finalmente chegou o momento tão esperado, e Deus,
confiando essa grande missão a um simples ser humano como
eu, fez-me nascer neste mundo. Portanto, quem entendeu o
fato acima não poderá de deixar de acreditar na absoluta
viabilidade da concretização do Paraíso Terrestre.
Não tenho a mínima intenção de fazer propaganda da
minha importância; basta que tenham conhecimento da
realidade da minha pessoa. Se, através disso, aumentar o
número de pessoas que acreditem na viabilidade da
concretização do Paraíso Terrestre, maior será a expansão do
Grande Amor Divino e, consequentemente, estará multiplicado o
número de criaturas que serão salvas.”
225
2ª) sua educação teça transformações inéditas para a
raça humana.
“Importa, contudo, primeiramente, que cada um conheça
os Ensinamentos a mim revelados por Deus. Dessa forma, à
medida que a Messiânica se for expandindo, cada aglomeração
humana (lar, país, comunidade, sociedade) se tornará um
pequeno núcleo isento de doenças, pobreza e conflitos, pleno de
paz e felicidade. Então será concretizado na Terra o Reino do
Céu, o supremo objetivo divino.”
“Até os dias de hoje, em cada época apareceram grandes
personagens que realizaram trabalhos revolucionários para a
evolução da cultura; esses trabalhos, porém, eram limitados a
uma determinada área e careciam de eternidade. Basta observar
o mundo atual para se comprovar tal fato. Entre esses líderes,
Buda e Cristo conseguiram obter resultados maravilhosos na
revolução religiosa. Entretanto, isso ocorreu principalmente na
parte espiritual e quase nada se fez na parte material.”
3ª) sua força salve a humanidade e distribua esse
domínio aos outros.
“Levando, portanto, em consideração os pontos
comentados, ao traçar comparações entre mim e outras
religiões e fundadores, poderão entender isso claramente.
Um exemplo mais fácil de assimilar são os milagres de
Cristo, que são muito famosos; mas os meus discípulos estão
fazendo surgir muitos milagres semelhantes aos dele, e até
maiores. Se dispusesse de mais tempo, gostaria de ler a respeito,
mas são milagres ainda maiores.”
“Pelo que já passei em minha vida, sou uma pessoa
comum, igual a tantas outras. Tenho, porém, uma vida tão
mística, que não encontra paralelo na história de toda a
humanidade. Digo isso porque me fizeram nascer com a grande
missão de salvar o mundo, completamente diferente da missão
dos famosos religiosos como Sakyamuni, [Jesus] Cristo e Maomé.
Ou seja, fui investido do poder de executar aquilo que esses
226
grandes personagens não puderam realizar. Isso é absoluta
verdade, como todos os fiéis estão cientes.
Agora será uma narrativa sobre [Jesus] Cristo.
Repetidas vezes os Santos estavam mencionando que
[Jesus] Cristo realizava a salvação através do Espírito do Pai
Celestial. Portanto, [Jesus] Cristo é filho de Jeová.
O meu poder é o poder de Jeová. Posso dizer que [Jesus]
Cristo tornou-se meu Filho. O que os membros estão realizando
atualmente, foi o que [Jesus] Cristo realizou.
Há oito anos passados, uma pessoa que não abria os
olhos, em 2 minutos, passou a enxergar completamente. Este
artigo está publicado na revista Glória.
Há 13 anos, mais ou menos, uma pessoa que não
conseguia ficar em pé, em apenas 20 minutos, conseguiu e no
dia seguinte passou a caminhar.
Isto também está na Bíblia como realizações de Cristo,
fazendo um cego enxergar e um coxo conseguir andar.
Atualmente os meus discípulos estão realizando estas tarefas.”
A Luz da “Bola de Luz” de Meishu-Sama se subdivide e é
emanada através da “Imagem da Luz Divina” e do Ohikari,
caligrafadas por Meishu-Sama transmitindo-se,
instantaneamente, a cada pessoa, a cada lar, através do Elo
Espiritual.
4ª) sua fraternidade faça sucumbir às coisas erradas.
“Os fundadores de religiões de até agora não tinham
forças suficientes. O [Jesus] Cristo é um dos melhores exemplos
para ilustrar isso. Ele próprio chamou-se de “Redentor”, e não
“Salvador”. Redentor, como a própria expressão indica, é aquele
que faz a remissão dos pecados, ou melhor, aquele que tem a
missão de, assumindo os pecados de todos, apresentar as
escusas e implorar perdão a Deus. Em outros termos, foi o
representante de todos, o Ente Divino que estava na posição de
ser perdoado, e não aquele que concede o perdão. Por esse
motivo, teve de ser crucificado para poder resgatar os pecados
227
de toda a humanidade. O mesmo pode-se dizer em relação ao
Budismo, construir o Mundo Paradisíaco. Mas, não houve o
progresso esperado. Como consta no próprio sutra, Sakyamuni
diz: “Aos 72 anos de idade, alcancei o estado de Kenshinjitsu”.
Foi nessa oportunidade que ele conheceu verdadeiramente a
sua predestinação e também a sua missão, teve a percepção das
falhas que até então cometera, compreendeu que o surgir do
mundo paradisíaco estava muito além do futuro longínquo, e
confessou que não eram poucos os pontos errados que existiam
nos sutras pregados até então. E, dizendo ainda que o que iria
pregar daí em diante era a verdade verdadeira, escreveu o que é
conhecido como Hoometsujin-kyo (o sutra sobre a extinção do
Budismo), Miroku Shutsuguem Jooju-kyo (o sutra sobre o
advento de Maitreya) e os vinte e oito volumes de Hoke-kyo (o
sutra de lótus). Isso quer dizer que Sakyamuni ficou consciente e
predisse que fatalmente o Budismo acabaria se extinguindo,
após o que adviria o reinado de Miroku (Maitreya), o Mundo
Material de condições paradisíacas. Esta profecia é notória.”
5ª) sua sabedoria erradique a doença, pobreza e conflito
deste mundo.
“Para executar o plano de salvação - profetizado desde a
antiguidade por muitos mestres, homens santos e sábios - eu
(Meishu-Sama) fui o escolhido. Até agora só havia predições,
mas finalmente chegou o tempo da sua concretização. Eu vim
como executor, ou seja, o incumbido de substanciar as profecias.
Essa minha afirmação pode parecer bombástica, mas eu tenho
plena convicção do que digo, pois o Supremo Deus me outorgou
a sabedoria e as faculdades necessárias para atingir essa meta.”
É óbvio que a saúde do corpo deve acompanhar a saúde
do espírito. Cristo disse que de nada adianta o homem ganhar o
mundo se vier a perder a vida. Parece-nos que essa afirmativa
evidência a verdade acima. Assim, as religiões e os lideres
religiosos que não possuem força para eliminar as doenças da
humanidade, têm valor limitado. Eu sempre abracei essa tese, e
228
certo dia, mais de dez anos após entrar na vida da fé, obtive
conhecimento sobre o princípio fundamental das doenças e a
sua solução. Ah, ninguém poderá imaginar o espanto e a alegria
que senti naquela hora, pois nunca ninguém fizera uma
descoberta tão importante. Se a compararmos com as grandes
descobertas ou as grandes invenções, estas não chegariam a
seus pés.
6ª) sua harmonia irradie luz espiritual do seu corpo como
se fosse o Sol.
Aprofundando-se a relação que existe entre Meishu-
Sama e o Mundo do Dia, pode-se começar a perceber a
grandiosidade do poder divino.
O corpo de Meishu-Sama abrigou a bola da Luz Divina
conhecida desde a Antigüidade pela expressão Cintâmani
(palavra sâncrista que serve para designar a fabulosa bola com
poder de atender a todos os pedidos do homem) [é o nome de
uma forma do Bodhisattva Avalolitesvara, o Nyorin Kannon].
Falando-se Luz, pode-se pensar na luz solar, mas não é bem
assim. Na verdade, trata-se da união do Sol e da Lua. Como a
natureza da Luz que se abriga no corpo de Meishu-Sama é
constituída pelos dois elementos extremos, forma-se a trilogia
fogo-água-terra, já que o corpo é constituído pelo elemento
terra. Mas será que as pessoas comuns são formadas apenas por
esse elemento? Absolutamente. Elas também possuem luz,
embora pouca e fraca. Já a Luz de Meishu-Sama, no entanto, é
extraordinariamente forte, é milhões de vezes superiores à de
uma pessoa comum, ultrapassando os limites da imaginação;
chega praticamente ao infinito.
Nidai-Sama: “Os olhos de Meishu-Sama eram estreitos,
mas lembro-me de que, freqüentemente tornavam-se tão
brilhantes que pareciam emitir raios dourados.”
7ª) sua inteligência abranja os problemas da vida humana
e solucione-os.

229
“De acordo com o Livro Sagrado Budista, Sakyamuni
disse: “Atingi o supremo estado de elevação espiritual aos
setentas e dois anos”. Certo dia, logo após esse acontecimento,
ele estava muito diferente do que sempre era, com um
desânimo muito grande. Então, um de seus discípulos lhe
perguntou: “Senhor, vejo que hoje estais muito tristonho, o que
nunca acontece. Por acaso algo que preocupa?”. Ele respondeu
de imediato: “Até agora, como trabalho de toda a minha vida,
criei o budismo e vim me esforçando incansavelmente para
salvar todo o povo. Mas hoje, tive uma revelação inesperada do
grande Buda. De acordo com ela, à chegada de um determinado
tempo, o nosso budismo se extinguirá. Por isso, fiquei muito
decepcionado.” Ele disse ainda: “Descobri, através do supremo
estado de elevação espiritual que, no grande número de sutras
que vim divulgando até agora, há muitos erros. De agora em
diante eu pregarei a verdade. Por isso, adquiram sabedoria
através dela.” É certeza que os sutras escritos a partir dessa
época, constituem a essência do budismo. São eles: vinte e oito
volumes de Hoke-kyo (o sutra de lótus), Hoometsujin-kyo (o
sutra sobre a extinção do budismo) e Miroku Shutsuguen Jooju-
kyo (o sutra sobre o advento de Maitreya) Quem descobriu esse
fato foi Nitiren Shonin. Ele disse que todas as outras doutrinas
religiosas eram pregadas anteriormente ao Supremo Estado de
Elevação Espiritual de Sakyamuni, e por isso não eram a
Verdade.
“Possuindo essa grandiosa força, não há nada que eu
desconheça. Como os fiéis sabem, nunca tenho dificuldade em
responder a qualquer pergunta que me é dirigida. Recebo,
freqüentemente, telegramas de pessoas que estão sofrendo, em
locais distantes, solicitando-me auxílio e, muitas, obtêm a graça
apenas com esse pedido. Isso ocorre porque, no momento em
que tomo conhecimento do problema, minha Luz se subdivide e
liga-se a essa pessoa. Assim, através do elo, espiritual, ela recebe
a graça.
230
8ª) sua piedade submeta à sua vontade os fenômenos do
Universo.
“Aparecem-me, então, vendedores que me oferecem
terrenos em momentos e locais inesperados. Assim que percebo
a Vontade Divina de adquirir determinado terreno, surge a
quantia requerida, sem que eu empregue o mínimo esforço.
Logo a seguir consigo, infalivelmente e à vontade, não só os mais
adequados projetistas, engenheiros e construtores, como
também o material necessário. Até mesmo uma árvore aparece
oportunamente, já existindo lugar apropriado para ela. Às vezes
eu me sinto perplexo ao receber árvores às dezenas, de uma só
vez. Planto-as estudando o espaço, interpretando a Vontade
Divina, e verifico que elas se encaixam maravilhosamente no
jardim, sem falhas nem excesso. Sempre que isso acontece, não
posso deixar de sentir, claramente, a Vontade de Deus em tudo.
Se desejo colocar uma pedra ou uma planta em determinado
local, recebo-as dentro de um ou dois dias no máximo. O que
vêm a ser todas essas ocorrências senão milagres? Caso eu
começasse a enumerá-los, não acabaria mais. E o que digo não
passa de uma pequena parte do que pretendo expor com o
tempo.”
9ª) sua coragem converta sem a utilização de dogmas e
sermões.
“Nas religiões existentes atualmente, não existe nada
disso. Tal fato as levam a se tornarem, gradativamente, religiões
teóricas. Para as pessoas em geral, trata-se de religião de
sermões. Mas, normalmente, o sermão não faz parte da Religião,
pois ele está contido na moral. Diz-se que “o homem deve ter
um sentimento assim” ou “deve comportar deste modo”; mas,
se procura melhorar o sentimento do homem explanando sobre
essas razões, na realidade, ela é inferior a uma Religião. Isto é,
ela é moral. Por não conseguir manifestar milagres, é que se
utilizou desses métodos para dissimular.
A verdadeira Religião é aquela que, mesmo em silêncio,
231
forma homens dignos. Portanto, eu não faço muito sermão. Um
pouco é até bom, mas as religiões de até o presente são
especialistas em sermões.”
“Desde os tempos antigos, as religiões sempre se
basearam em dogmas, transmitindo-os através de sermões. Em
nossa Igreja - os messiânicos o sabem - quase não se utiliza esse
recurso”.

Salva o mundo de que?

Destacadamente: do falso, mal e feio, como das errôneas


mortes antinaturais; da ignorância, ira e insaciedade, como o
desconhecimento da nova cultura e da civilização em escala
mundial; da doença, pobreza e conflito; da obscuridade dos
sofrimentos, como da enfermidade.
Das mortes antinaturais.
Deus, Todo-Poderoso criou o homem como animal do
mais elevado nível, e não há nada mais conflitante com a
vontade Divina que o reduzido número de mortes naturais em
relação às mortes antinaturais, número esse que está
diminuindo progressivamente. Ora, se Deus é Todo-Poderoso,
cedo ou tarde Ele deverá trazer o homem de volta à sua
hierarquia espiritual de origem. Evidentemente. Deus não
fechará os olhos, por muito tempo à anomalia ocorrida com a
vida humana. Refletindo sobre tudo isso não será motivo de
espanto que Izunome-no-Okami, isto é, Kanzeon-Bossatsu o
deus que recebeu do supremo Deus a incumbência de salvar o
homem esteja prolongando a vida humana, isto é, erradicando a
morte antinatural.
Dos sofrimentos principalmente das enfermidades.
“Pessoas livres de doenças: eis a questão principal. É a
única forma de salvação; não existe outra.”

232
Para que?

Para construir o Paraíso na Terra e não simplesmente


salvar todos os seres da morte natural, purificação, máculas.
“No presente, quando o mundo vagueia em tão caótica
situação, Deus enviou o Mestre Meishu-Sama, fundador da
Igreja Messiânica Mundial, com a suprema missão de realizar o
Seu sagrado objetivo de salvar toda a humanidade.” (11 de
março de 1950)
“No momento, estou levando adiante minha intenção de
salvar a humanidade, embora tenha por objetivo final a criação
de uma nova civilização, ou seja, o estabelecimento de uma
forma diferente de compreensão da vida, tendo por base valores
espirituais.”
Jus ao desejo de Meishu-Sama: “Quero salvar a
humanidade dentro do possível.”
“Até hoje, tinha-se como princípio salvar todos os seres
vivos, mas na Igreja Messiânica Mundial o essencial é a
construção do Paraíso Terrestre.” (15 de outubro de 1953)
“Sendo Deus o construtor, a obra progride à mercê do
tempo, bastando ao homem agir de acordo com a Vontade
Divina. Deus traçou o plano, fiscalizando e utilizando livremente
um número considerável de criaturas.
A idéia exata que se pode ter de minha função, é a de
mestre-de-obras local. Os nossos fiéis sabem perfeitamente que
estou construindo o protótipo do Paraíso Terrestre, como parte
dessa função.”
Aliás, salvar toda a humanidade significa ensinar-lhe o
caminho da vida eterna.

Com que?

Colunas de salvação para remover a falsidade das mortes;


Ensinamentos a fim de retirar a ignorância dos sofrimentos;
233
Justiça no sentido de tornar desnecessária a necessidade de se
adoecer; Dinheiro visando a enfraquecer o inferno na Terra.
Colunas de salvação para remover a falsidade das mortes.
Em 4.3. do volume 1, se menciona que a salvação tem
como colunas: Johrei, Agricultura Natural e Belo. Os que estão
intimamente envolvidos com elas têm que tratá-las com devido
respeito. Isso pode ser observado, por exemplo, quando se
considera Meishu-Sama o salvador das obras de arte do Japão
após a guerra. Um outro exemplo é quando o próprio Meishu-
Sama considera em seu poema:
“Chegou a hora
De salvar os agricultores
Respeitados como grande tesouro
Desde os tempos antigos.”
Ele ensina:
“Como podem ver, o Museu de Arte está sendo concluído
passo a passo, e ouvi dizer que está se tornando bastante
popular entre as pessoas da classe alta da sociedade.
(...) O Museu de Arte, por exemplo, é o melhor meio para
fazê-las se aproximarem. Acredito que não há outra forma, além
desta, para reunir tais pessoas. E quando elas pisarem este Solo
Sagrado, acabarão unindo-se a nós espiritualmente, por isso,
mesmo contra a vontade, surgirá um motivo para serem salvas.
Tratando-se de um Museu de Arte, as pessoas têm uma
grande admiração, portanto, não será necessário dizer uma só
palavra. Apenas vindo aqui para apreciar as obras de arte,
forma-se uma afinidade espiritual. E, posteriormente, quando
chegar o tempo certo, elas começarão a ouvir a nossa conversa.
Isso significa que houve o enfraquecimento daquilo que estava
atrapalhando espiritualmente. Portanto, observando-se a
habilidosa realização de Deus, fico deveras admirado.”
Ensinamentos a fim de retirar a ignorância dos
sofrimentos.

234
Izunome acrescentou que 2.600 anos atrás, na época em
que Sakyamuni nasceu, Kannon morou na montanha de
Hodaraka, na Índia, onde ensinou o caminho da salvação como
Kanjizai-Bossatsu.
“Naquele tempo, entretanto, inesperadamente surgiu
Shaka-Muni-Nyorai. Explicarei os detalhes posteriormente. O
príncipe herdeiro Shitta, após o aprimoramento que realizou,
tornou-se "Supremo Iluminado" e deixou a montanha onde fez o
aprimoramento. Ele tomou consciência da verdade dos Mundos
Espiritual e Material e, com ardente e profundo sentimento de
misericórdia fez o voto de salvar a tudo e a todos. Para tal,
inicialmente apresentou no mundo o método de obter a
Iluminação através da leitura dos sutras.”
“Pesquisando a causa dos sofrimentos da humanidade,
descobri que eles se originam na ignorância.” “semeiam o Mal e
não sabem por que colhem sofrimentos.” “O maior ignorante é o
indivíduo que comete o mal e sacrifica o próximo para satisfazer
os seus próprios interesses.” “Preciso esquecer os fatos
desagradáveis que já me ocorreram, pois eles foram causados
pela minha ignorância.”
“No Paraíso Terrestre, desenvolver a sabedoria significa
desenvolver a inteligência da percepção verdadeira. O critério
para isso são os Ensinamentos, quanto se consegue pensar no
que está escrito neles, com lógica, isso indica que a inteligência
está bastante elucidada. Pois não estando se tem a lentidão
mental, bem como a descrença e ingratidão. Aquela que, em
certos casos, admite perder para Satanás são pessoas sábias.”
“Eu creio que não haja um livro com teorias tão
surpreendentes e inconcebíveis como este. Talvez até haja
pessoas que os encarem como demagogia o meu grande desejo
de criar uma verdadeira medicina japonesa e salvar a alma de
milhões de pessoas que estão para sucumbir, transformou-se
nessa obra.”

235
“Para aqueles que lerem, felizmente será o mesmo que
ter a corda da salvação à frente dos olhos. Portanto devem
agarrá-la sem qualquer vacilação. Os homens de muitos pecados
serão extintos e os de poucos pecados serão salvos.”
“Como eu disse recentemente, agora estou escrevendo o
livro Salvação da América. Encontra-se quase pronto e está
sendo traduzido.
Apenas para o Japão, de qualquer forma está bem, mas
para América penso em fazer o máximo possível para mostrar a
muitas pessoas. Além do mais, é melhor fazer os textos em
inglês. Como atualmente na América existem muitas pessoas
doentes, uma por uma, escrevi a prevenção das diversas causas
das doenças e sua cura. Se somente houver curas aqui e não der
explicações sobre isto, não se fará convencer a outra parte.”
“Levando-se ao conhecimento das pessoas do mundo
inteiro os malefícios causados pelos medicamentos e os tóxicos
contidos nos remédios, o mundo será salvo, sabe? A salvação da
humanidade depende unicamente disso.”
Justiça no sentido de tornar desnecessária a necessidade
de se adoecer.
“Assim, sem reprovar o pensamento, Kanzeon-Bossatsu
salvará o Bem e o Mal, sem distinção. Mas a verdadeira imagem
de Kannon, que é Kunitokotati-no-Mikoto, é a de um deus
rigoroso da justiça, que jamais perdoa o Mal. Ele também se
transforma em Enma-Daio e faz julgamento. Em suma, ele tem a
atuação vertical. O Kannon que não faz distinção entre o Bem e
o Mal, atua horizontalmente. Quando se pende para um dos
lados, não tem jeito. É necessário que haja os dois e, de acordo
com a hora, o local e também a pessoa, Kannon irá se
transformando, assumindo formas diversas.”
“Ministro - O Senhor já nos orientou a respeito da
essência de Kannon e Kunitokotachi. Gostaria, entretanto, de
uma explicação mais profunda sobre essa relação.
Meishu Sama - Kunitokotachi é extremamente justo e
236
reto. Não permite, por isso, erro algum. Há muitos anos, nasceu
como ser humano. Após a morte, tornou-se Enma Daio,
passando a ser no Mundo Espiritual o juiz dos mortos. Muito
rigoroso, mas visando à salvação de todos os espíritos,
eliminava-lhes as impurezas, tirando-os, dessa forma, do
inferno.
Depois de algum tempo, nasceu no mundo físico como
Kannon. A partir daí, passou a realizar o trabalho de salvação
com infinita misericórdia. Sem nunca fazer distinção entre bem e
mal, jamais censura os pecados de ninguém. É por essa razão
inclusive que os seguidores de Kannon não devem criticar os
erros dos outros. Caso o façam, estarão contrariando a vontade
de Deus.”
Ministro - Gostaria que o Senhor nos explicasse sobre a
correspondência entre salvação e julgamento.
Meishu-Sama - O próprio julgamento já é salvação. Vejam
um pequeno exemplo: quando o ser humano adoece, já está
sendo julgado, porque começa a sofrer, em decorrência de sua
própria enfermidade. Por outro lado, qualquer purificação vem
sempre acompanhada de algum infortúnio, mas, ao mesmo
tempo, traz a melhora da própria saúde. E é esse processo todo
que corresponde à salvação. Então, como até já falei antes, a
solidificação de toxinas pelo emprego de tratamentos errôneos
pode chegar a prolongar a vida por algum tempo, mas não levará
à salvação verdadeira.
Ministro - Com a aproximação da grande purificação, o
julgamento de Deus será maior do que o trabalho de salvação ou
ambos vão ocorrer nas mesmas proporções?
Meishu-Sama - Haverá equilíbrio, ou seja, a doença
sempre virá acompanhada de sofrimento - maior ou menor -
conforme a sua gravidade. O fato de sofrer já é o caminho para a
salvação, pois estar doente significa passar por uma ação de
limpeza capaz de purificar e também de salvar. Portanto o bom
será o sofrimento ocorrer o mais cedo possível e não se
237
prolongar por muito tempo. Além disso, saibam que algumas
pessoas não conseguem salvar o corpo, mas somente o espírito,
mesmo que o ideal seja a salvação de ambos. Também o fato de
a purificação ser cada vez mais intensa significa que o poder de
salvação está sendo fortalecido, em proporções idênticas.
“A purificação constitui-se de dois fatores: o primeiro é
que Deus precisa, a qualquer custo, corrigir o que está errado, e
limpar o que é sujo; e o outro é salvar um maior número possível
de pessoas. Desde os tempos antigos, fala-se sobre “Daiji-Daihi"
em suas duas faces de Misericórdia - Perdão (absolvição,
clemência e graça) e Compaixão (dó, pena e piedade).
Misericórdia, em sua face de Perdão, é o imenso amor de querer
salvar. Misericórdia, em sua face de Compaixão,
inevitavelmente, surgem vítimas. A manifestação do sentimento
tal como: “Que dó!", é a compaixão. Por isso existe o Kannon
denominado Daihi Bossatsu, Deus da Compaixão e significa
intenso entristecimento. Daqui para frente, serão muitas as
vítimas e, por isso, será a atuação do Daihi Bossatsu, Deus da
Compaixão.”
Meishu-Sama explica que tal fato se deu dentro da
Administração de Deus; ainda que: Kanzeon-Bossatsu, que
atuava na salvação da humanidade como Buda, entrou para o
estágio de atuação na sua verdadeira forma de Deus; e que, com
isso, deu-se um grande salto, passando da atuação oriental de
até aquele momento, para uma atuação mundial de salvação de
toda a humanidade, e que a materialização destes
acontecimentos foi a instituição da Igreja Messiânica Mundial.
Dinheiro visando a enfraquecer o inferno na Terra.
“Como sou religioso, qualquer pessoa poderia pensar,
que não me interesso por Economia. Mas isso não corresponde à
realidade. Talvez pelo fato de já ter sido empresário, estou
seguro de que ninguém poderia me passar para trás em matéria
de cálculos. Para falar a verdade, comendo e vestindo-me
humildemente, e morando num barraco, como os religiosos
238
antigos, não me seria possível salvar o homem contemporâneo
Os tempos são outros, e os terrenos e as construções devem
estar de acordo com eles. Até para construir o modelo do
Paraíso Terrestre é preciso uma enorme soma de dinheiro. Por
isso, é óbvio que os recursos financeiros constituem uma das
bases para a expansão de nossa Igreja.”
Quais pessoas?

Os dedicantes nas colunas de salvação, os intelectuais


que entendem os ensinamentos, os integrantes das classes altas
abastardas e artísticas, os ofertantes para construção do Paraíso
na Terra.
Meishu-Sama pregou a misericórdia divina:
“As pessoas que já tem compreensão não precisam ser
salvas. Quanto menos as pessoas compreenderem, maior é a
necessidade de salvá-las. Isso é que é salvação, não acha?”
Pergunta de mamehito: Como o espírito do fogo está
aumentando, torna-se bastante evidente, no momento, a cura
das doenças. Quando, porém, grandes quantidades de toxinas
começam a dissolver-se ao mesmo tempo, muitas vezes,
acontece de a pessoa morrer. Então, nesse caso, eu penso que
só vale a pena ministrar Johrei se o doente tiver alguma
compreensão dos Ensinamentos. Caso contrário, o melhor é não
fazer nada. Essa atitude está correta?
Resposta de Meishu-Sama: Não. Sua maneira de pensar
constitui um grande erro, porque precisam ser salvas também as
pessoas que nada entendem dos Ensinamentos.
Meishu-Sama depois começou a dizer que, a partir de
agora, não se pode perder tempo com quem não conseguir
entender os assuntos relacionados à fé.
Falou que muitas pessoas comentam que a Messiânica é
maravilhosa, o poder de Deus, grandioso e, por isso, quando
chegar o dia do Juízo do Bem e do Mal, a humanidade será salva.
Na realidade, entretanto, pouquíssimos vão conseguir
239
sobreviver; os demais serão destruídos. Este ponto tem que ser
bem entendido e divulgado por quem ministra Johrei.
Portanto, depois de falar um pouco, se a pessoa não se
interessar, condiz com a lógica deixá-la de lado porque,
certamente, seu nome já foi apagado do “Livro da Vida”. Essa é a
maneira mais certa de agir, pois não compensa o esforço de
tentar obter a remissão para quem não a deseja. Além disso,
perde-se a oportunidade de ajudar aquele que está querendo
ser salvo.
Deus deseja salvar primeiramente as pessoas intelectuais
e as da classe alta, mas elas, normalmente, não se aproximam.

240
3. MESSIÂNICA MUNDIAL

3.1. Começou a usar o nome de Meishu-Sama.

De 1950 a 1953, ou seja, dos 67 aos 70 anos.


Neste item: Igreja Messiânica Mundial; Mais do que
Mensageiro Divino; Difusão Mundial.

 Igreja Messiânica Mundial.

Neste ponto: Investigação de Sonegação; Instituição e


Senhor da Luz; Calamidades, Perseguição e Reforma.

Investigação de Sonegação.

Por um lado, com término da Guerra baixou-se Lei das


Pessoas Jurídicas de Natureza Religiosa, sendo reconhecida a
liberdade de crença. Houve muitas religiões que foram criadas
visando a aproveitar-se do fato de tais entidades não pagarem
impostos.
A messiânica japonesa, ao querer criar a Igreja
Messiânica Mundial, sem nenhuma intenção oportunista, se viu
em purificação de natureza econômica porque na construção da
Terra Divina, em Hakone, as obras em grande escala tinham
acarretado gastos que atingiam altas somas; entretanto, devido
à falta de experiência no serviço de contabilidade, houvera
falhas nos registros e por isso foi interpretado como desvio de
dinheiro para as rendas individuais do Fundador.
Além dessa situação houve também a contada pelo
Fundador:
“É fato interessante, Pois comigo também, todos os anos,
infalivelmente, tenho prejuízos com certa soma de dinheiro que
atinge elevado valor. Isso acontece porque entre o grande
241
volume de dinheiro que entra, há o extremamente maculado
que, da parte de Deus, não pode ser utilizado, e acabo gastando.
Na verdade, essas quantias acabam sumindo repentinamente,
de maneira estranha. Ao invés de dizer que desaparecem, sinto-
me forçado a gastá-las. É isso.”
Desde então, começaram a aparecer nos jornais, artigos
onde se dizia que a Igreja enganava pessoas inocentes. E não foi
só isso: faziam-se distorções dos Ensinamentos, ridicularizando o
Johrei e a Agricultura Natural. Em maio de 1949, o caso de
irregularidade nas contas ficou resolvido com o pagamento de
uma multa.
No dia 25 de agosto de 1949, soldados das tropas de
ocupação entraram atirando na casa do Fundador. Retiraram o
forro do teto, removeram as pedras do jardim e realizaram uma
inspeção completa com detector de metal em busca de possíveis
barras de ouro e diamantes escondidos durante a guerra. Nada
foi encontrado; porém, desapareceram com obras de arte e
artigos pessoais de Yoshi.
O Fundador escreveu a respeito:
“É interessante que existem chantagistas do tipo afável e
do tipo ameaçador. O primeiro é muito dócil e mostra-se leal à
Igreja. Dizendo que certa entidade planeja colocá-la em má
situação, que está confundindo os membros, e outras coisas do
gênero, fazem hábeis roteiros e exigem somas para promover
campanhas. São bons atores e, se estivermos desprevenidos,
somos enganados. Mas os mais numerosos são aqueles cujo
método consiste em fazer ameaças, como por exemplo: ‘O Alto
Comando e o Poder Judiciário estão providenciando o
fechamento da Igreja’; ‘Vou levá-lo à força, mandar revistar a
casa e destruir a Igreja’; ‘Vou mandar prender todos, inclusive os
das filiais’; etc. Ultimamente têm aparecido os que se
aproveitam do nome de membros do Congresso e até do Partido
Comunista.”

242
No dia 21 de setembro, o órgão oficial das tropas de
ocupação publicaram:
“A Igreja Kannon do Japão era objeto das nossas
investigações desde janeiro, devido a problemas relativos à
sonegação de imposto de renda. Havia, também, contra ela,
difamações provenientes de outras organizações religiosas, mas
ficou esclarecido que o caso não era nada daquilo que se
alardeava, como não se colheram provas suficientes, as
investigações foram encerradas. O tratamento através do Johrei
e do cultivo sem fertilizantes talvez possa constituir um
problema, pelo seu caráter anti-social; como, porém, isso não é
da nossa alçada, não podemos considerá-los como problema,
desde que os fiéis tenham uma compreensão elevada sobre
isso.”
A incompreensão das tropas de ocupação tinha origem
na superstição da cega crença do poder dos remédios e
agrotóxicos e na ignorância dos malefícios de suas toxidades.
Provavelmente, ocasionado pela urgência de curar os doentes e
aumentar a produção de alimentos causados pela guerra.
Meishu-Sama dizia:
“Freqüentemente, as autoridades vêm investigar, fazem
pressão e perguntam-me sobre diversas coisas, sabe? Mas eu
nem ligo para isso. Pois o que eu estou fazendo é muito melhor
do que o que elas fazem. E tentar parar isso é ruim. Uma que
existe um Deus justo, jamais acontecerá do Mal vencer, sabe?
Além disso, quando temos firme convicção, os opositores
acabam extinguindo-se. Quando temos antagonistas e sofremos
várias interferências, geralmente, é porque ainda temos brechas.
Se temos um mínimo de indecisão ou de fraqueza, eles atacam
esse ponto, pois são espíritos obstáculos.”
E assim aconteceu. Quando estava começando a
melhorar, ocorre uma desavença. Dois advogados da Igreja, por
problemas sentimentais, se equivocaram em torno dos
honorários, um deles recorreu a Justiça. No dia 20 de novembro,
243
os jornais noticiaram com as seguintes manchetes: “Grupo
financeiro Igreja Kannon: grande sonegador de impostos?”,
“Quatro milhões e meio para abafar o caso” e “Advogados
brigam pela partilha dos honorários e o caso é levado à Justiça.”
No dia 31 de dezembro, o Fundador publicou artigo
contra esses noticiários:
“Como diz o adágio, quanto maior a árvore, mais sujeita
ela está aos ventos. Assim, com o surpreendente crescimento de
nossa Igreja, começaram a surgir muitas calúnias e difamações
contra nós, por inveja ou por outro motivo. O Jornal X, que se
considera e é considerado um grande jornal, apesar de ter sido
refutado três vezes pela nossa Igreja, publica novamente, na
edição do dia 14, espalhafatosos artigos cheios de
maledicências, o que só podemos interpretar como feito
intencionalmente. Não podemos deixar de ficar abismados com
a falsidade do seu conteúdo, nem tampouco de nos
preocuparmos com a influência maléfica que um instrumento
público, como é o jornal, causa, ao tomar tal atitude. Pensando
nisso, enviamos ao Jornal X as palavras de protesto da Igreja,
vítima direta, e do Prefeito, da cidade de Atami, vítima indireta,
e publicamos as mesmas palavras no nosso jornal, para
transmitir a verdade e para que façam uma profunda reflexão a
respeito.”

Instituição e Senhor da Luz.

“Hoje estou escrevendo sobre um assunto que não é para


este momento, mas para um futuro próximo. É o da minha
relação com Deus. Trata-se de algo que não advém da lógica,
mas da alma. Falo sobre aceitação e, não, sobre interpretação.
Aqueles que me entenderem terão força, e daí poderão ser
considerados meus representantes.” “Tenho me mantido calado,
contudo há um momento em que se torna necessário falar.

244
Estamos vivendo aspectos de Sabedoria que são apreendidos
unicamente pela alma, e isso não é uma questão de lógica.”
“Finalmente entramos no ano de 1950. Para as pessoas
comuns, é um ano como outro qualquer; no nosso ponto de
vista, é um ano muito importante, porque corresponde a um nó
no desenrolar da transição do Mundo da Noite para o Mundo do
Dia.
A Igreja Kannon do Japão, fundada como pessoa jurídica
de natureza religiosa a 30 de agosto de 1947, e a Igreja Miroku
do Japão, fundada sob os mesmos termos a 30 de outubro de
1948, foram dissolvidas espontaneamente, e, com a união de
ambas, sob um novo plano, criou-se a entidade religiosa
denominada Igreja Messiânica Mundial, no Dia do Início da
Primavera desse ano, 4 de fevereiro de 1950.
A Igreja Messiânica Mundial não é uma simples religião. É
uma atividade de salvação que marcará época, salvação jamais
imaginada que ultrapassa as conceituações acadêmicas do que é
Religião, ou seja, é uma Ultra-Religião.”
Mais tarde diria:
“Fundei uma religião denominada igreja Messiânica
Mundial e estou me empenhando em salvar todo o mundo e
construir um mundo feliz. O rápido desenvolvimento da nossa
Igreja também é uma exceção. E também é inédita uma religião
como a nossa, que cura radicalmente, as doenças. Realmente,
podemos considerá-la como o mistério do século. Observando-
se apenas esse aspecto, verifica-se que aí deve existir algo
grandioso. Uma prova disso são as experiências de fé. Quando
lemos essas experiências pensando nas pessoas que foram
salvas e na sua transbordante gratidão e emoção, não
conseguimos ler sem derramar lágrimas.”
“Foi também o mesmo princípio de fé e segurança na
Messiânica que me levou a colocar na primeira igreja
estruturada por mim o nome de Sekai Meshiya Kyo (Igreja do
Messias para o Mundo). Importou-me apenas tratar-se de um
245
patrimônio da humanidade que nunca cria antagonismos ou
qualquer outro tipo de confrontação. Muito pelo contrário. É um
conjunto de preceitos que procura unir e reunir, eliminando
rivalidades, para levar o mundo inteiro ao encontro de Deus.”
Meishu-Sama sempre se referiu à Igreja Messiânica
Mundial, como “Igreja de ação”. Ele instituiu a Igreja para
realizar a reforma deste mundo. Para isso, reuniu pessoas que,
tendo afinidade consigo, estavam incumbidas da missão de
Servir a Deus.
Algumas dessas pessoas contam:
“Certa vez, Meishu-Sama disse que a nossa Igreja é uma
entidade revolucionária. Gostaria que os senhores também se
tornassem revolucionários. Ele não se referia a qualquer
revolucionário, mas sim, a revolucionários que procedem
sempre por meios pacíficos, assumindo o papel de precursores
da construção do mundo de paz.”
“Meishu-Sama, de certa feita, referiu-se aos nossos fiéis,
como: "Inovadores pelo Paraíso na Terra". Naturalmente ele não
usou o termo "Inovadores" no sentido comum, é claro, mas no
sentido de: "Pioneiros do estabelecimento de um mundo de paz,
por meios pacíficos".”
“Até 02 de abril de 1950 - eu, Meishu-Sama, era chamado
pelos adeptos “Dai Sensei” (= Grande Mestre). A partir dessa
data, mudei, por ordem de Kannon, o meu nome para Meishu-
Sama (o Senhor da Luz) denominação formada de: Mei que
corresponde ao ideograma (= a Sol e Lua respectivamente); Shu
(Senhor, dono). Sama é apenas uma forma de tratamento
respeitoso, aplicável a qualquer pessoa.”
“Nesse momento, como sempre falo, todas viverão o
izunome - a união dos dois lados: Sol e Lua. É também
exatamente por isso que passei a chamar-me Meishu (Sol e
Lua)”

246
Calamidades, Perseguição e Reforma.

Dois meses depois da inauguração da Igreja Messiânica


Mundial, Atami sofreu dois grandes incêndios. De acordo com as
estatísticas, 979 casas foram queimadas, 1416 famílias ficaram
desabrigadas, o número de vítimas elevou-se a 5745, e os
prejuízos foram avaliados em 3 bilhões de ienes.
Um integrante da Igreja conta:
“Em 1950, houve um grande incêndio em Atami. A cidade
foi quase completamente destruída. Todo o distrito de
Shimizucho ficou reduzido a cinzas, com exceção de nossa Sede
Geral. Esta ficou intacta, como ilha isolada no mar da
devastação.
No dia do grande incêndio em Atami, em 1950, Meishu-
Sama deixou sua residência o mais rápido possível, enquanto as
chamas ainda cobriam a principal parte da cidade, e dirigiu-se à
Sede Geral.
Assim que chegou, conversou com os trabalhadores:
"Este edifício não será atingido pelo incêndio", disse
textualmente.
Depois que o incêndio terminou, a Sede Geral da Luz
Divina estava intacta.
Da mesma forma, foram salvos os móveis e outros
objetos pessoais pertencentes ao proprietário de uma casa de
venda de frutas do lado oposto da rua, eles haviam sido levados
à nossa Sede.
O proprietário da casa ficou muito feliz e comentou
"Agora, compreendo que proteção especial existe para a Sede
Geral da Luz Divina!”
Os membros sentiram-se jubilosos e admirados ao
verificar que os pinheiros distantes cerca de dois metros da
entrada, ficaram chamuscados, embora o edifício não fosse
atingido. Próximo ao portão, o pequeno prédio onde se editava
nosso jornal, "Hikari", foi incendiado. Quando realizávamos a
247
limpeza do local, encontramos uma pilha de exemplares
cobertos por cinzas, mas não queimados. Levantando-as, vimos
que constituíam as primeiras páginas do primeiro número do
"Hikari", onde estava impressa uma grande fotografia de
Meishu-Sama. Estas páginas não queimadas foram distribuídas
entre os ministros, cuja fé em Meishu-Sama foi intensificada por
mais este fato.”
No dia 13 de abril, as faíscas caíam como chuva e pareceu
aos dedicantes que era questão de tempo para a queima da
Sede. Meishu-Sama chegou, dirigiu palavras de agradecimento
aos que lutavam para debelar o incêndio, e começou a ministrar
Johrei na direção do fogo. Logo em seguida as chamas atingiram
a porta da frente, que caiu em poucos instantes.
- Pegou fogo! Está queimando!
- Não, ela não vai pegar fogo não. Pelo menos a Sede será
poupada.
Exatamente na hora que se pensava que era o fim,
devagarzinho o vento começou a mudar de direção. As
labaredas, que pareciam prestes a engolir a Sede a qualquer
momento, foram empurradas para trás.
Mais tarde Meishu-Sama diria:
“É habitual ouvirmos comentários como este: "Fulano
ficou rico após o incêndio". Isso nada mais é que uma
conseqüência da purificação. Podemos dizer o mesmo em
relação ao incêndio de Atami. Se compararmos a atual cidade
com o que ela era antes da catástrofe, veremos que a diferença
é surpreendente.”
Disse também:
“Em maio do ano retrasado, recebemos um golpe que,
por um momento, parecia fatal à nossa organização. Pensamos
que jamais conseguiríamos nos recuperar.”
Na manhã de 7 de maio, menos de um mês do incêndio
de Atami:

248
- Mestre! Chegaram muitos policiais e estão dizendo que
vieram fazer investigações.
- Aqui está identificação. Não é necessário levantar-se.
Continue deitado.
Isso foi início da perseguição religiosa que abalou a Igreja
durante três anos.
As suspeitas incidiam sobre cinco pontos: suborno por
ocasião da compra de terras agrícolas para ampliar as ruas da
Terra Celestial; construído ruas sem antes fazer a transferência
de usufruto das terras; realizado reformas na Sede Provisória
sem alvará e subornado a autoridade encarregada do assunto;
adquirido gasolina no mercado negro; depositado dinheiro do
Fundador numa conta corrente de outra pessoa.
Mas na verdade, as investigações tinha por objetivo
esclarecer aquela antiga suspeita, qual seja: encontrar os
secretos objetos valiosos, que se dizia terem sidos escondidos
pelo exército japonês no decorrer da Segunda Guerra Mundial.
Como o resultado da investigação não foi o que as autoridades
esperavam, os investigadores resolveram interrogar dois
discípulos de Meishu-Sama. Percebendo que eles suportavam
tudo para que Meishu-Sama não fosse incomodado, ameaçou-
os: “Se vocês não confessarem, vou mandar que tragam Okada.”
Dispostos a protegerem o Mestre disseram terem feito aquilo de
que eram acusados. Esses pronunciamentos foi o pretexto em
que se fundamentaram as autoridades para dar ordem de prisão
a Meishu-Sama. Na madrugada de 29 de maio, ao ser acordado
por policiais:
“Deve haver algum ponto que não está sendo
compreendido, para que meus discípulos sejam interrogados por
tanto tempo. Irei dar as explicações pessoalmente.”
No dia seguinte, a prisão de Meishu-Sama foi noticiada
em todos os jornais: “O Fundador Okada foi preso” e ‘A Igreja
Messiânica sonega e suborna.”

249
Mas ele não mudava, mesmo na cadeia se preocupava
com os outros:
“O fato a seguir refere-se ao caso que ocorreu em 1950.
No período em que me encontrava preso, soube que
Meishu-Sama também estava detido, por isso, fiquei muito
preocupado e, desejando saber pelo menos a situação em que ele se
encontrava, pedi informações ao investigador K. Este me disse: "Ele
está muito bem e assim que chegou aqui, pediu-nos: Por favor,
mesmo que passe a noite em claro, resolva o problema o mais
rápido possível, pois quero que os meus discípulos estejam livres o
quanto antes”. Dessa forma, o encarregado está um tanto confuso.
Mas não há com o que se preocupar, pois estamos tratando do caso
com especial atenção. Prosseguindo, disse. "Ele é uma pessoa ‘fora
de série', realmente admirável: de manhã, ele acorda sempre antes
do horário estabelecido e, sem falta, faz a limpeza da cela. De fato, é
algo maravilhoso. Sem dúvida, Meishu-Sama é o fundador de uma
religião.”
Senti que até mesmo aquele exímio investigador ficou
profundamente impressionado.”
Um outro caso de preocupação:
“Em breve, um indivíduo chamado Motizuki, que está
preso aqui, será posto em liberdade. Esse homem é um ladrão,
mas eu lhe prometi que, quando o libertassem, eu lhe daria
cinco mil ienes, e peço à senhora que diga isso a alguém de
minha casa. De manhã, quando eu estava lavando o rosto,
Motizuki chegou perto de mim e pediu-me dinheiro emprestado.
Eu quis saber para que ele queria esse dinheiro e ele me disse
que, quando saísse da prisão, pretendia começar um negócio
honesto, como vendedor de chá, e precisava de capital. Tendo-
lhe eu perguntado de quanto necessitava, Motizuki me
respondeu que de cinco mil ienes, e eu aceitei ajudá-lo.”
Os elementos da delegacia começaram a aprender
consigo e passaram a chamá-lo de ‘professor’. Certa vez:

250
- Que aconteceu professor?- Nada. Estou andando
porque preciso fazer exercício. Aqui é um bom lugar para isso,
uma vez que não posso ir lá para fora.
No entanto, o investigador era brutal:
“Quando se fala em interrogatórios da Polícia Especial,
todos logo imaginam que sejam de caráter extremamente
feudal, mas o desta vez foi incomparavelmente brutal e rigoroso.
Foi terrível. Cheguei a pensar: “Na realidade, Deus não precisava
chegar a tal ponto". Mas, por outro lado, também pensei: "Como
tenho uma missão muito importante, é natural que sofra mais
que as pessoas comuns”.”
Nesse episódio também foi terrível:
- Não há razão para que não saiba. Se tentar fingir ou
mentir, não lhe perdoaremos. Uma vez que as palavras de Inoue
coincidem com as do funcionário do Banco, não adianta você
negar. São dois contra um; é claro, portanto, que você está
mentindo. - Por mais que eu pense, acho que eu é que estou
certo.- Imagine se você não vai se lembrar de um problema tão
evidente! Seria tão fácil se falasse com franqueza! O negócio
demora porque você tenta distorcer as coisas! [desmaiou,
recobrou os sentidos] Comece a lembrar! - Isso é uma tortura
cerebral. [invocou o espírito de quem havia se encarregado
daquele problema, e ficou sabendo a quantia aproximada.
Enunciou-a com clareza e, finalmente, o depoimento ficou
encerrado]
Após vinte e dois dias de interrogatórios, foi libertado no
dia 19 de junho. Mal entrou no carro:
“O pessoal está bem?“
Mais tarde:
“Será que fiéis não estão vacilantes? O meu sofrimento é
imposto por Deus e por isso não é nada de mais. Mas eles não
sabem e devem estar preocupados.”

251
“Com a intenção de fortalecer
O meu espírito,
Deus me impôs
Essa perseguição religiosa.”
“Realmente, Meishu-Sama era uma pessoa generosa.
Quando o Senhor X fora preso em 1950, ao sair da prisão,
as pessoas o acusavam, dizendo: Aquele caso ocorreu por sua
culpa, portanto, não deve ficar junto de Meishu-Sama. Procure
alguma casa e mude-se." Realmente, era um problema de difícil
solução.
Meishu-Sama estava ciente desse problema, e quando fui
receber Johrei com ele, disse-me. "O Senhor X está passando por
grandes dificuldades, por isso, vou levá-lo comigo nas minhas
saídas". Assim, ao sair, ele sempre o levava consigo para
consolá-lo. Quando soube desse fato, pensei: “Quão grandiosa é
a pessoa de Meishu-Sama”.”
Em 30 de outubro, escreveu o livro ‘Registros sobre a
Perseguição Religiosa’, onde falou sobre a situação em que
foram realizados os interrogatórios e que a sua confissão e a de
todos os outros réus foi feita sob condições extremamente
forçadas.
Mesmo diante de perseguições não sucumbia a injustiça
e ciladas:
“Creio ser do conhecimento de todos que, por ocasião do
ataque à nossa Igreja feito por um jornal de grande circulação,
lutamos sem nenhum temor de sua maldade. Lutamos
destemidamente, ainda que o nosso adversário tentasse
esmagar-nos pela força, e até que ele se arrependesse dos seus
atos. Não seria essa a verdadeira Vontade de Deus?
Consequentemente cabe-nos despertar os seres humanos para a
melhor solução, que é o abandono do mal pela conversão ao
bem, pois, de forma alguma, este poderá ser vencido pelo mal.
Penso ser este o procedimento correto de uma religião autêntica
e sincera.
252
Mantive-me, até hoje, fiel a esse princípio e creio que
jamais sucumbirei à injustiça. Uma prova disso é que venho
lutando, na condição de réu, por um caso de propriedade que,
por incrível que pareça, não foi resolvido no espaço de quatorze
anos. Toda vez que ocorre a mudança ou a substituição de um
magistrado, quem vem para o seu lugar tem de recomeçar o
estudo de todo o processo, afligindo-se ante a obrigação de ler
um relatório processual cada vez mais extenso, razão pela qual
me sugere um acordo. Como meu objetivo é combater a
injustiça, coloco a questão pessoal em segundo plano, evitando
a reconciliação, enquanto meu adversário não tomar consciência
de seu erro.”
Outra vez:
“É enorme o meu esforço para manter constantemente o
conceito de justiça diante de semelhante mundo. O homem
comum escarnece das minhas palavras, que ele considera
crendices. Julga-me caprichoso e covarde, porque não sou
interesseiro. Sente-se importunado por enfrentamos o mal e
destemidamente escrevermos a respeito, e também pelo nosso
rápido progresso. Ultimamente, porém em vista da firmeza de
atitude com que nos temos mantido, apesar de todas as
pressões - atitude que visa unicamente o bem está despertando
certa consideração por nós no espírito das pessoas. Alegra-nos,
acima de tudo, que a situação tenha abrandado, facilitando o
nosso trabalho. Isso se deve à resistência que, oferecemos a
todas as perseguições, tendo Deus por, nosso apoio, e ao fato de
a Igreja Messiânica Mundial possuir o Johrei, inexistente nas
demais religiões.”
Uma outra vez:
“Estou cercado de indivíduos desonestos, que procuram
enganar-me, pelo fato de eu ser um religioso e parecer-lhes até
mesmo um santo. Esses, infelizes, dotados de grande astúcia e
de inteligência maléfica, preparam-me ciladas incríveis, Alguns
deles possuem posição social e são atrevidamente insistentes.
253
Eu os deixo agir à vontade. Mesmo assim eles tentam ludibriar-
me de várias maneiras. E não desistem, apesar de pressentirem
o fracasso. Pelo contrário, aguardam um acordo, julgando-me
constrangido pelo cerco, pois mantenho uma atitude calma e
completamente indiferente ao assunto. Por fim, colocados em
má situação, pelo esgotamento de recursos e de fundos, a
afobação acaba por arruiná-los de uma vez.
Há, também, os astuciosos, que preparam ardilosamente
as armadilhas e empregam mil táticas para me enredar.
Pensando que a Igreja dispõe de muitos bens e que eu, seu
fundador, talvez seja inexperiente em questões sociais, eles
acham que acabarei entregando-lhes uma quantia considerável.
Além disso, mostram-se despreocupados, na certeza de que,
para evitar aborrecimentos, eu não vou processá-los, embora
eles me tenham causado prejuízo. Gente de suas intenções,
deixo-os frustrados e perplexos, obrigados a desistir.”
Em 24 de dezembro de 1952, Meishu-Sama e os demais
réus foram condenados a prestarem serviços na prisão. Porém
ele não recorreu da sentença pela seguinte razão:
“Como até agora a Igreja teve uma grande expansão em
curto espaço de tempo, deve haver, na sociedade, muita gente
que a inveje e odeie. Entretanto, como ela foi condenada pela
sentença decretada hoje, esse sentimento irá se desfazer, o que
é benéfico para nós. Além do mais, ainda que tenhamos sido
considerados culpados, a pena só será cumprida mais tarde, não
havendo, portanto, muitos danos.”
Dois anos depois, todos os que não eram da Igreja
recorreram e foram absolvidos. Assim a inocência de Meishu-
Sama e dos demais componentes messiânicos ficou
comprovada, mesmo que indiretamente, após quatro anos e
alguns meses.
Após esse acontecimento houve uma grande reforma na
organização dá Igreja. Foi implantado o sistema de presidência e
Meishu-Sama - que alcançou o Estado de União com Deus -
254
deixou o seu cargo de Diretor Representante e, sem estar preso
as coisas mundanas, colocou-se na posição de desenvolver a
Obra Divina de forma mais livre e desimpedida.

 Mais do que Mensageiro Divino.

Neste ponto: Deus ou Ser Humano?; União ou Separação


com Deus?

Deus ou Ser Humano?

“Certa vez cedi à insistência de um visitante a quem vinha


evitando, e concedi-lhe uma entrevista. Ele perguntou-me:
“Quem é o deus da Igreja Messiânica Mundial” “Ignoro-o
completamente”, respondi. O visitante tornou a interrogar-me:
“O senhor prevê todos os acontecimentos futuros, não é?”
Retruquei: “Eu nada sei, porque não sou Deus.” Parece-me que
ele se decepcionou, pois não voltou mais.”
No entanto, ele dizia:
“Penso nunca ter havido alguém tão misterioso quanto
eu, desde o início do mundo. Estou cercado de enigmas e
reconheço que tudo está envolto em mistérios. Por mais que
alguém pense sobre a minha essência, não conseguirá captá-la
integralmente, e ficará como um cego que tocou apenas uma
parte do corpo de um elefante, para conhecê-lo. Jamais
conseguirá imaginá-lo, de fato. Meu ser é demasiadamente
misterioso!
Se observarmos bem, constataremos que o mistério se
faz presente ao permear todas as áreas do conhecimento e tem
sido fonte de interesses no impulso de descobertas: o
arqueólogo estuda vestígios de civilizações antigas, a vida de
povos primitivos, para conhecer os mistérios enterrados com
elas e, nessa linha de busca, encontram-se também os
historiadores e geólogos.
255
O cientista dedica a própria vida na pesquisa de
fenômenos, com o objetivo de fazer surgirem do nada as
respostas a questionamentos, como equações lógicas sobre o
átomo e a transformação da matéria. É o desejo quase obsessivo
de se desvendar os mistérios que a eternidade mantém ocultos.
E o que dizer sobre as ciências médicas? Ao dissecarem
corpos - humanos ou não - os sofisticados aparelhos de que se
utilizam vão produzindo referências que desvendar os mistérios
da vida. O Astrônomo mantém-se atrás do telescópio, na
observação do céu com suas estrelas, sol, lua, tentando
interpretar os seus mistérios e os efeitos que surtem sobre nós.
Escritores, poetas, pintores e musicistas entregam-se aos
próprios sentidos, para serem tocados pelos mistérios da arte.
E assim, mesmo que por caminhos diferentes, todos eles
vão seguindo os próprios impulsos, aspirações, inspirações,
aptidões e competências, cada um a seu modo na própria busca
pessoal, mas tendo por objetivo comum a firme proposta de
desvendarem mistérios ainda ocultos.
Além das ciências e artes, o viver também guarda seus
mistérios: quando um grande amor une um homem e uma
mulher, o faz através de uma atração misteriosa.
Inexplicavelmente, ambos são sacudidos por uma onda de
sentimentos mútuos que os torna inseparáveis, inclusive até
dispostos ao sacrifício máximo, um em favor do outro, e esse é
um mistério do amor!
Mas é bem difícil, através da lógica e de suas teorias,
desvendar os mistérios infinitos que convivem lado a lado com o
ser humano. E também é igualmente verdadeiro que o sonho e a
necessidade de esclarecê-los têm sido o fator fundamental que
justifica o progresso conquistado pela civilização humana, até os
nossos dias. Porém, o maior mistério dentre todos os já
buscados pelo homem diz respeito à fé: não há amor humano
que se compare ao de Deus, e o mistério da fé que conduz ao
Criador é de infinita grandeza!
256
Não restrinjo esse pensamento a religiões que, salvo
algumas exceções, já não apresentam mais mistérios a serem
desvendados, uma vez que tudo que lhes diz respeito já foi
logicamente explicado através de sua longa existência. Digo que,
ao contrário dessas, as novas religiões, umas mais e outras
menos, guardam inúmeros mistérios, e deve-se justamente a
esse fato a grande expansão que vêm alcançando.
Acompanhamos o desenrolar desse processo com a
Messiânica, e eu sou o causador desse milagre, pelo fato de que,
por ser uma pessoa tão misteriosa, desperto nos outros a
curiosidade e o desejo de entendimento. É difícil imaginar como
é rico e abundante esse poder misterioso guardado em mim e
também o quanto eu gostaria de esclarecê-lo, mas os
entendimentos dessa ordem variam de pessoa para pessoa, pois
se relacionam diretamente ao tieshokaku (sabedoria
despertada) de cada um.
Então, é indispensável que o homem desperte sua
consciência e mantenha a sua alma cada vez mais polida, para
assim tornar-se digno de penetrar nos mistérios que eu consegui
desvendar.”
Nem mesmo sua esposa, a 2ª Líder Espiritual da
Messiânica, o entendia muito bem:
“Modéstia a parte, não existe religião tão cheia de
mistérios quanto a nossa Igreja Messiânica Mundial. Poderão
comprová-la pela rapidez com que ela está se expandindo. Como
sou eu a origem desse milagre, não se pode calcular quão rico é
o poder misterioso que está no meu interior. Por isso, desejo
fazer com que compreendam profundamente as minhas
palavras, embora seja realmente difícil explicar, porque, depois
de certo limite, o entendimento é proporcional ao grau de
inteligência de cada um. Para que me compreendam, não há
outro meio, portanto, a não ser polirem a alma e tornarem-se
sábios. Farei agora uma autodissecação dos mais diversos
ângulos da minha personalidade, para me revelar inteiramente.
257
Não existe pessoa tão singular quanto eu. Nos limites do
que se conhece desde os tempos antigos, através das biografias
de religiosos, sábios, grandes personagens, etc., não há ninguém
que se encaixe nos mesmos moldes. Com certeza, trata-se de um
fato inédito desde o início do mundo. Eu próprio, quanto mais
penso nisso, creio que tudo se resume numa palavra: mistério.
Consequentemente, no futuro, quando se fizerem pesquisa
sobre minha pessoa, inevitavelmente surgirão inúmeras críticas.
Com esse pensamento, quero deixar retratada a minha imagem
mais real.
O que julgo mais interessante, ao escrever sobre mim
mesmo, é a minha própria personalidade. Os mistérios que me
envolvem são tantos, que eu vou me analisar não só de acordo
com o meu próprio ponto de vista, mas também de terceiros.
Até as pessoas que têm contato comigo há mais de dez anos
ainda não compreenderam realmente esses mistérios; nem
mesmo minha esposa parece entender-me muito bem.”
Outras vezes, ela o apoiava sem o levar à sério:
“Um dia, enquanto estávamos passeando ao longo da
margem do rio Tamagawa, Meishu-Sama contou-me seus planos
e aspirações. Disse-me em confidência: "Espere e verá: eu vou
construir um Museu de Arte".
Esta afirmação está viva em minha memória. Eu sabia
que nenhuma coleção individual encheria um Museu de Arte e
embora eu tivesse dito: “Isso é ótimo”, exprimindo minha
aprovação, realmente eu não acreditava que essa predição
pudesse tornar-se uma realidade. Naquele tempo um plano tão
visionário parecia pouco mais que um absurdo para mim.
Imaginem a minha surpresa! Em menos de dez anos, o sonho
tornou-se realidade!”
Desde 1926, recebeu a revelação espiritual sobre a sua
vida no passado, presente e futuro, além de ser investido de um
poder sobre-humano e da grande missão de salvar a
humanidade.
258
“Foi assim que ocorreu o meu ingresso na Religião
Oomoto. Graças a essa religião, eu, que até então era
completamente agnóstico, pude conscientizar-me
profundamente da existência de Deus. Como me aconteciam
surpreendentes milagres, uns após outros, é claro que meu
sentimento mudou completamente, dando uma volta de cento e
oitenta graus. A cada dia aumentava o número de milagres, até
que finalmente recebi a revelação espiritual sobre a minha vida
no passado, no presente e no futuro, além de ser investido de
um poder sobre-humano e da grande missão de salvar a
humanidade.”
Uma força grandiosa manejava-o, por meio de milagres,
ia encontrando-se com Mundo Divino:
“Um fenômeno que achei muito curioso, nessa época, é
que uma força grandiosa me manejava livremente, fazendo com
que, por meio de milagres, eu me encontrasse, pouco a pouco,
com o Mundo de Deus. A minha alegria, nessas horas, era
irrefreável. Era uma sensação indescritivelmente profunda,
nítida e elevada. Além do mais, os milagres continuavam,
acontecendo fatos interessantíssimos. Não sei quantas vezes
cheguei a provar essas sensações num só dia.
A propósito, vou apresentar aqui um fato importante.
Talvez seja um auto-elogio, mas, quando transformo o papel por
mim caligrafado em Luz Divina, manifesta-se uma força
maravilhosa, capaz de curar doenças. Como é do conhecimento
de todos, consigo caligrafar, por hora, quinhentas folhas; isto
significa uma folha a cada sete segundos. Por meio desta obra,
feita de papel e tinta, em apenas sete segundos, é possível salvar
milhares de pessoas. A grandiosidade do Poder Divino é,
portanto, algo imensurável. Não significa que eu me ache
poderoso, mas a verdade é que esse trabalho é possível graças
ao maravilhoso poder que Deus me concedeu.
Como o tempo já está chegando, Deus me mostrou o Seu
plano para estabelecer na Terra o Reino dos Céus, bem como os
259
fundamentos e as condições para concretizá-lo. Ao mesmo
tempo, outorgou-me um poder especial para que eu pudesse
atingir esse objetivo.
Uma das manifestações do auxílio divino, que me foi
concedido, são os meus Ensinamentos através dos quais todos
poderão descobrir a verdade sobre o universo e a vida.
Pergunta de mamehito: Quando o Senhor escreve, pensa
antes sobre o assunto?
Resposta de Meishu-Sama: Não é preciso, pois eu tenho
até dificuldade em assimilar todas as idéias, porque se
manifestam uma após outra. Mesmo no caso de uma
construção, quase nunca procuro pensar qual seja a melhor
maneira de executá-la. Simplesmente, ao chegar o tempo
adequado, surge de repente, na minha cabeça, aquilo que deve
ser feito.
Ele não considerava ninguém tão relevante, em toda
história, a ponto de ser superior a si:
“Naturalmente, sou religioso, mas não sou um fundador
de religião como o foram Sakyamuni ou Jesus Cristo; tampouco
sou um personagem sobrenatural. Em verdade, abranjo aspectos
muito amplos.
Quando jovem, nunca atentei para esse fato; tinha
apenas uma leve consciência de ser um pouco diferente das
pessoas comuns. A principal diferença que eu encontrava em
mim é que não sentia nenhuma inclinação para adorar qualquer
pessoa, fosse ela um grande personagem histórico ou qualquer
outra eminência. A verdade é que eu não julgava ninguém tão
relevante a ponto de ser superior a mim. Não era pretensão nem
presunção; era um sentimento que surgia e por isso cheguei até
sentir solidão.”
Isto não é um auto-elogio, mas não existem palavras para
expressar a grandiosidade da força Divina que estou
manifestando atualmente. Isto porque, até os dias de hoje,

260
jamais houve uma pessoa que tivesse experimentado uma força
ultra humana como esta.
O caminho da maioria dos preceitos que prego não foi
pisado pelos meus antecessores.
Por essa razão, eu acho que muitas pessoas questionam,
no bom sentido, a sua veracidade. Quero, por isso, dar algumas
explicações para torná-los bem claros.
Acredito, por isso, que, ao lerem atentamente os meus
Ensinamentos, todos poderão perceber que os preceitos neles
expressos já estão bem mais claros e transparentes se
comparados aos dos meus predecessores. Na verdade, já foi
aberta a porta do mistério.”
Retomando a pergunta “Meishu-Sama é Deus?”, pode se
ter a seguinte resposta:
A teoria messiânica sobre Deus é que Deus é mono e poli
ao mesmo tempo. Não há separação, é como o próprio Izunome
da nossa Igreja, não é Shojo e nem Daijo é os dois ao mesmo
tempo. O próprio Meishu-Sama fala: Não sou homem sendo
homem, não sou Deus sendo Deus. Então, ele está dentro desse
Izunome. Várias pessoas que desceram a Terra e aí inclui Cristo,
Buda, Maomé, etc., possuem hierarquia divina como Deus
Cristo, como Deus Buda, como Deus Maomé, etc.; dentre as de
todos o que conseguiu a maior hierarquia divina foi Meishu-
Sama.
Na remota Antigüidade, o espírito de Meishu-Sama era
um deus, neste século nasceu homem:
“Sempre que subo ao Monte Zuiun, apreciando a
paisagem, penso o seguinte: Na remota Antigüidade, quando eu
era Deus, devo ter feito os meus planos para o futuro e
projetado esta obra.
Nasci como homem, neste século XX, para executar a
obra de acordo com o Plano Inicial. Aí está a razão lógica da
manifestação dos inúmeros milagres que mencionei
anteriormente. Meu trabalho, entretanto, não se limita
261
unicamente à construção do protótipo do Paraíso Terrestre, mas
abrange muitas outras atividades, fatos inauditos que foram
programados por ocasião da criação do mundo.”
É um deus personificado na posição de Deus:
“Certa vez, no Ano Novo, Meishu-Sama disse, como se
estivesse falando consigo mesmo: "Gostaria de poder passar
pelo menos o dia de hoje, tranqüilamente com todos." Fiquei
agradecido quando senti que o poema, a seguir, retrata o seu
sentimento daquela época: "Aquele que está na posição de Deus
sente mais intensamente do que outras pessoas tanto os
sofrimentos quanto as alegrias."”
E complementou:
“Sou homem e não sou homem [sou Mokiti Okada,
porém sou Kanzeon Bossatsu]. Sou Deus e não sou Deus. [não
sou apenas o Deus Kanzeon Bossatsu, sou DEUS Miroku
Oomikami, sou DEUS Messias)] Fico a refletir sobre mim mesmo.
Imaginem. Não há necessidade alguma de mostrar dignidade,
até eu, não penso em mostrar que sou Deus personificado.”
“Mas este jardim da Terra Divina foi construído por Deus;
eu sou apenas o Seu Instrumento. Essa obra não sou eu quem
está realizando. É Deus quem está me utilizando; eu sou um
emissor do orgulho de Deus.
O fato a que nos referimos, sem dúvida, constitui a
grande maravilha da segunda metade do século XX, jamais
imaginada por toda a humanidade. Se ela está sendo realizada
através de mim, um ser humano, podemos dizer que é
realmente um mistério que vai além do mistério. Portanto, não
há dúvida de que é preciso ver aí um profundo significado, cuja
raiz se baseia no Profundo Plano do Deus Supremo, o
superintendente do Universo.”
Em 12/09/1951:
“Atualmente, estou centralizado na atuação de Koomyo
Nyorai. (...)

262
E Deus me dá nomes de acordo com a minha posição
espiritual e devido ao trabalho executado, por isso, daqui para
frente, pode ser que meu nome mude ou não. E, pensando bem,
o espírito da palavra Meishu é muito próxima de Messias e por
isso, acho que talvez possa ficar com o nome de Messias.”

União ou Separação com Deus?

A partir de 1921:
“Até a metade da minha vida, nada de extraordinário
aconteceu, mas assim que me tornei religioso, tudo se
transformou. Há trinta anos (1921), não sei quem me fez de
alvo, jogando em mim algo assim como uma Bola de Luz invisível
que acabou se fixando no centro do meu ventre. Essa Bola
parece estar misteriosamente presa a um cordão [de ouro] que
alguém puxa e solta, ao mesmo tempo, e essa ação contínua tira
toda a minha liberdade. Assim, quando quero fazer algo, o
cordão é puxado, impedindo-me de agir. Em certos momentos,
sou levado para outra direção, e isso ocorre em situações que
nunca havia imaginado antes. É realmente um mistério! Vivo,
portanto, como uma marionete que se movimenta sob a
vontade de seu manipulador.
Não é só isso, contudo. Há ainda outras ocorrências
misteriosas. Desde a época em que recebi a Bola de Luz, comecei
a compreender vários assuntos dos quais nada sabia antes. No
começo não foram tantos [inteligência Superior], mas à medida
que o tempo passava, aumentava, na mesma proporção, a
freqüência com que era capaz de compreendê-los melhor
[inteligência sagrada, depois inteligência divina].
Antigamente, eu ouvia dizer que a sabedoria humana é
adquirida pelos estudos, mas que a divina, sem que se precise
estudar nada, informação essa que me levou a compreender
aquilo que ocorria comigo como sendo sabedoria advinda de
Deus. Daí a razão de eu saber o porquê e também as
263
conseqüências de tudo que está acontecendo e das idéias que,
de modo natural, me vêm à mente. São ocorrências tão
instantâneas, que nem me dão tempo de pensar. E o mais
interessante em todas essas circunstâncias é que o
conhecimento se limita ao estritamente necessário à
determinada situação. Por exemplo, quando recebo diversas
perguntas dos membros, a resposta sai da minha boca de
imediato e, assim, eu aprendo com minhas próprias palavras.
Especialmente no que se refere a conceitos sobre a saúde do ser
humano, tenho ampla e total compreensão, e aqueles que lerem
os Ensinamentos relacionados à medicina hão de concordar
comigo.”
Em 08/08/1951:
E não é só. A partir daquela época [1921] eu entendo
diversas coisas que até então não sabia. No início não era tanto,
mas à medida que o tempo avança, isso se torna mais intenso.
Tempos atrás, ouvi dizer que o conhecimento adquirido pelo
estudo se chama inteligência humana e o conhecimento
adquirido sem o conhecimento chama-se inteligência divina e
então, achei que se tratava desta última. Com certeza trata-se
da inteligência divina. Assim que me deparo com alguma coisa,
logo compreendo a causa e o resultado. A ponto de não ter
tempo para refletir. E o misterioso é que isso se limita a
questões necessárias. Recebo perguntas dos fiéis e as respostas
saem de imediato pela minha boca. Nessas horas é interessante,
pois sou ensinado pelas minhas próprias palavras.
Sobretudo nos assuntos sobre a saúde do ser humano,
que é mais importante, soube da forma completa em todos os
aspectos. Quem já leu as minhas explicações sobre minha
medicina há de concordar com isso. E não me limito a isso.
Quando observo todos os setores da civilização contemporânea,
só posso pensar que a Medicina, por exemplo, seja de nível
primário. Até a política, a economia, a educação, me parecem
ser realizadas por moleques de primeiro grau. Só o setor
264
artístico é que me parece um pouco melhor. Falar tais coisas
parece muita mania de grandeza, mas como estou na posição de
Deus não posso falar nenhuma mentira e por isso, gostaria que
os leitores pensassem que se trata de verdades. E, o mais
importante de tudo é que me foi concedido o método para
executar um poder invisível e estou curando por completo
infinito número de pessoas através de grande número de fiéis.
Isso é do conhecimento de todos e a sua cura também é tão
maravilhosa que se considerarmos a Medicina com o valor 1,
não seria exagero dizer que a minha equivale a 100.(...)”
Mas, como foi dito, apenas com as coisas necessárias,
pois em 1949:
“Notícias procedentes da Inglaterra há mais de dez anos,
dizem que surgiram naquele país centenas de sociedades de
pesquisas psíquicas desenvolvendo intensas atividades, e que
até foi fundada uma universidade para esse fim, mas eu gostaria
de saber a situação presente, porque, com a eclosão da Segunda
Guerra Mundial, não tive mais notícias a respeito.”
“Quando, por exemplo, a minha empregada, diz: "É
melhor fazer assim", ou coisa semelhante, eu faço do jeito que
ela fala, jamais faço distinção entre as pessoas. Muitas vezes,
Deus usa a palavra de pessoas simples para dar avisos.”
Assim, o estado de união com Deus não era constante.
Em 1948 quando foi acusado de sonegação de impostos, ele
perguntou a Vontade Divina a esse respeito, mas nada lhe foi
dito:
“Deus não disse uma só palavra, limitando-se a dar
gargalhada. Entendi, então, que estava dizendo para não me
preocupar. Com o passar do tempo, vi que realmente não havia
motivo para preocupação. Aí fui eu quem começou a gargalhar.”
Tanto não era constante, que ficou preocupado sobre o
estado de saúde de um seu servidor:

265
“Foi na época em que as entrevistas se realizavam em
Shimizu-chô. Acredito, portanto, que este fato tenha se passado
em 1949.
Certo dia, sob a orientação de Meishu-Sama, eu estava
podando árvores do jardim. De seus aposentos, no segundo
andar, Meishu-Sama dizia: "Suba naquele galho mais acima;
corte o galho do lado direito", etc.
De repente, um galho se quebrou e eu caí de cabeça para
baixo. O chão era pavimentado de concreto, mas felizmente caí
em cima do telhado do banheiro. Meu braço ficou bastante
machucado; graças, porém, ao Johrei de Meishu-Sama, sarou
completamente.
No momento em que caí da árvore, Meishu-Sama veio
correndo, o rosto pálido de susto. Geralmente ele era forte, mas
naquele momento estava bastante preocupado e me
perguntava: "Como é? Está bem?"
Durante um mês recebi diariamente Johrei de Meishu-
Sama e recuperei-me por completo. Já restabelecido, pensei em
voltar a dedicar-me aos serviços do jardim, mas Meishu-Sama
não me permitiu mais fazer aquela dedicação.
Ouvi dizer que, mesmo enquanto eu dormia ou
descansava, Meishu-Sama se preocupava muito comigo, fazendo
sempre perguntas sobre o meu estado aos outros dedicantes.”
No entanto, muitas vezes, sabia, mas não podia falar:
“Essa minha maneira de falar, difícil de ser
compreendida, deve-se ao fato de eu ainda não poder falar
abertamente sobre os profundos desígnios de Deus.”
De 1926 até 1950, ora unido à Deus, ora separado. Mas,
no final de maio:
"Não posso esquecer: fui preso no dia 29 de maio de
1950 e, sem muita demora, fui avisado por Deus que o período
de detenção seria de 18 dias, significando que, justamente, no
dia 15 de junho estaria livre [não no sentido de sair da cadeia,
pois esta se deu no dia 19 de maio].”
266
Em 13 de junho de 1950:
Meishu-Sama, quando estava preso na penitenciária,
começou a sentir dor de barriga, a qual foi se intensificando e, à
tarde, tornou-se insuportável. Ministrou Johrei em si mesmo e a
dor amenizou um pouco. Mas na manhã do dia 14, achando
estranho, perguntou a Deus o que aquilo significava e recebeu a
seguinte resposta: ‘Isso se deve à grande providência e não pode
ser evitado, portanto agüente um pouco.’ Naquele momento, se
deu conta de que o dia seguinte seria a data em que recebera a
Revelação sobre a Transição e falou: “Não há dúvidas de que
meu ventre está sendo purificado para providenciar o progresso
da Obra Divina.”
Finalmente, era chegado o dia 15 de junho. De
madrugada, esclareceu-se o importante significado daquele dia.
Em obras anteriores, escrevi sobre a existência de uma Esfera de
Luz no meu ventre, de modo que quem as leu sabe disso. Até
então, ela era desprovida de espírito [de incorporação só
expressões]. Todavia, naquele dia hospedou-se nela o espírito de
uma divindade elevada [Deus], em outras palavras, esse espírito
nasceu no mundo concreto. De agora em diante, este espírito
divino crescerá gradativamente e, à medida que se for tornando
adulto, a luz da esfera aumentará mais e mais o seu resplendor
e, no futuro, virá a manifestar grande virtude e força. (...)
Dessa maneira, enfim, chegou o momento de dar o
primeiro passo para a grande administração. Quer dizer, as
flores caem e dão seus frutos e, nesse fruto, uma partícula no
centro da semente alojou-se dentro de meu ventre. Realmente
um grande acontecimento, jubiloso desde a criação da
humanidade."
Em 05/04/1954:
“Os fundadores de Religião que surgiram até hoje, do
começo ao fim, vieram orando para Deus. Só que eu não oro
para Deus. Como tudo aquilo que eu falo ou faço, na verdade,
é o próprio Deus quem está fazendo diretamente, pois Ele
267
está dentro de meu ventre, não oro para Deus, ou seja, não
existe a necessidade de orar. Agora, ser reverenciado e
receber oração é uma coisa lógica, pois o Deus que está
dentro de mim é o Deus Supremo, o maior de todos os
Deuses. Por outro lado, não existe para quem eu orar, pois
não existe Deus maior que este. Todos os outros são deuses
inferiores.
Assim, o significado de eu não me virar para a Imagem
e fazer a oração é exatamente porque Deus está dentro de
mim. Se fizer tudo exatamente da mesma maneira que eu
estiver pensando, estará fazendo o mesmo que o Deus
Supremo quer fazer. Pode-se até dizer que estou "possuído"
pelo Deus... Isso é uma coisa inédita em toda a história da
religião.”
Em 07/04/1954 comenta sobre a época da perseguição
em 1950:
“Quando eu estava dentro da prisão, aconteceu um
grande Mistério Divino. E isso tem grande relação com isso.
Bem, eu acho que já devo ter falado sobre isso naquela época,
mas eu sonhei que havia subido o Monte Fuji e apreciado a
paisagem lá de cima. Foi quando eu nasci novamente, ou seja,
o meu segundo nascimento. E depois de eu sair da prisão, eu
disse a seguinte expressão: "Caída da flor e formação do
fruto", ou seja, a semente que estava guardada foi "liberada".
A partir daí, a minha força e muitas outras coisas passaram a
tomar formas diferente e, finalmente, a flor realmente
floresceu. Ou seja, eu pensei que a Igreja Messiânica havia
sido destruída de vez, e que já não havia mais jeito. Mas na
verdade foi só a flor que floresceu e caiu. Sobre isso eu falei
muito naquela época e que combina muito com o "oitavo
santo" [Izunome-no-Kami é 8], que disse há pouco.”
“(...) quando eu estava na penitenciária do Estado de
Shizuoka chamei vários espíritos e quando falei sobre várias

268
coisas, conversei também com o fundador da Tenrikyo. Ele disse-
me: “salve-me”, eu respondi “está bem”.”
Em 15/06/1953:
“E o dia 15/06 é a data de nascimento de Amaterassu
Oomikami e data de nascimento significa que o Sol nasce. Isto
está nos meus livros.
Quando fui ao Templo Nihon de Boso, era o dia 15 de
junho de 1931 e esse, em suma é o dia do nascimento do Sol no
Japão. E ele é o alvorecer do mundo. Na ocasião também
aconteceram diversos fatos misteriosos.
E três meses e três dias depois, no dia 18 de setembro
[1931], aconteceu o incidente da Manchúria. Este incidente tem
um sentido enorme e em breve vou escrever a respeito.
O nome do templo: Templo Nihon também é o
nascimento do Sol e dali saiu o Sol. Por isso, o nome também é
Templo Nihon. E não existe outro. Além desse, o nome do
Monte Kenkon e esta letra significam “Céu e Terra”. Por isso
aquele templo tinha um significado incrível. E aconteceu um fato
extremamente misterioso. Ainda não escrevi sobre ele, mas
como já está quase na época de poder escrevê-lo, o farei em
breve.
Três anos atrás [1950], no julgamento de Shizuoka,
enquanto estava detido na delegacia, houve um fato misterioso.
Explicando rapidamente isso, fui levado no dia 29 de maio e ao
perguntar a Deus até quando ficaria ali, disse que era por 18 dias
e, fazendo as contas, seria até o dia 15/06[/1950].
Nesse dia, aconteceu algo muito misterioso. Isto é,
Amaterassu Ookami [conforme v.1, sem muito rigor, como
Izunome-no-Kami e assim como Kunitokotati-no-Mikoto, como
DEUS] nasceu. Vou falar só um pouco. O interessante daquele
momento é que a Sra. Utigui, fornecedora e entregadora de
marmitas, uma pessoa muito gorda e que cuidou de mim. Essa
pessoa estava aprendendo dança e dançou bastante na noite
anterior. No dia seguinte falou muito convencidamente sobre o
269
seguinte: o modelo que está no Kojiki: que na hora da abertura
do portal da rocha, Amanouzume-no-Mikoto dançou e por ter
levantado demais o pé viu-se o seu sexo e ela ouviu muitos
deuses darem bastante risada. Amaterassu Oomikami abriu uma
fresta do portal da rocha e então, mais que depressa,
Tajikaraono-Kami o pegou pela mão e ele apareceu fora do
portal.
No dia 14 de junho de manhã, eu tive um sonho. E como
já disse antes, foi que subi no Monte Fuji e isso tem relação.
Depois - hoje também está presente o Sr. Shibui - e naquele
momento os que puxaram foram cinco pessoas. E, na hora da
abertura do portal, dizendo Itsutomono-o (cinco acompanhantes
masculinos), cinco deuses masculinos a acompanharam. Existe
ainda muitas coisas, mas aconteceu esse modelo da abertura do
portal.
E hoje fazem exatamente três anos [15/06/1953].
Realmente, as coisas de Deus estão relacionadas à coisas
extremamente misteriosas e por isso é interessante. Por isso,
daqui para frente, à medida que o ritmo vai se ampliando, isso
aparece de forma concreta.
E o ritmo, no início é pequeno, vai crescendo cada vez
mais e se tornando mundial. Seja como for, é maravilhoso. E
também interessante. Os fiéis também, se observarem o mundo
com essa consciência, entenderão.”
“Pretendo ir anunciando de acordo com o tempo a
respeito do que existe de maravilhoso entre os japoneses. O
mais maravilhoso de todos é o povo Yamato. A inteligência
cultural desse povo é realmente magnífica. E estava oculta até
agora. Isto porque, desde a época do Imperador Shinmu,
ocorreram muitas guerras de modo que os tempos de paz eram
muito curtos. E depois havia a disputa de poder. Por causa
dessas coisas ela estava soterrada.

270
Eu sou o chefe do povo Yamato. Por isso, daqui para
frente, finalmente começará a surgir o povo Yamato, o qual
pertence à linhagem do Sol.
O mundo até agora, era da Lua, da Noite e, enquanto a
Lua estava no céu, o Sol estava do lado de trás da Terra e por
isso era escuro. Agora, o Sol, finalmente, surge, e a escuridão da
Lua se esconde.
O povo do dia é o povo Yamato. E o centro dele sou eu.
Por isso, o deus do Sol está protegendo.
Então, surge o elemento fogo e as doenças são curadas.
Até agora não era possível curar as doenças fazendo assim.
(Johrei). Isto porque a luz era da Lua. A luz da Lua e 1/60 da luz
do Sol e por isso, nas religiões existentes até agora, mesmo que
as doenças fossem curadas, era na proporção de 1/60. O que
antes era uma noite escura, com o surgimento do Sol, a luz da
Lua se apaga. Por tratar-se da lua do Sol, significa que a doença é
curada 60 vezes mais. Portanto, o fato de melhorar tanto é
muito natural, não há nada de estranho nisso.”
Em 16/06/1953:
“Eu sou Izunome e por isso sou “8”. O Izunome em
termos numéricos é 5 [Fogo] e 3 [Água], e por isso fica 8. E o
número 8 corresponde ao Monte Fuji. Por isso, ao escrever o
número, temos o formato do Monte Fuji.
E eu sou o fundador do povo Yamato e a origem do povo
Yamato é nas proximidades da atual região de Suruga. (Na
verdade é em cima do Monte Fuji, mas...) É no sopé do Monte
Fuji. Por isso, antigamente, o Monte Fuji era considerado como o
verdadeiro monte de Deus e no seu topo ainda hoje é cultuada a
deusa Konohana hime e, nesse sentido, eu tenho grande
afinidade com o Monte Fuji.
E, como já falei daquela vez, num sonho, eu estava
olhando a paisagem de cima do Monte Fuji e foi naquele
momento que eu tive o meu Segundo Nascimento.

271
Depois que saí eu falei sobre o Cair da Flor e a formação
do Fruto, o que significa que a “semente se alojou”. A partir daí,
o meu Poder e diversas outras coisas ficaram diferentes.
E foi depois disso que abriu de fato. Por isso, naquela
hora, a Igreja Messiânica havia desmoronado por completo.
Parecia que já não havia mais jeito, mas esse era o aspecto do
cair da flor. Falei muito sobre isso na época e assim, a oitava
pessoa, mencionada agora também é uma coisa certa.
Cerca de uma semana atrás, o casal dos Estados Unidos
trouxe uma pessoa principal que desenhou o Stars and Stripes e
conversamos diversas coisas. Eu pretendia ter um encontro de 5
ou 10 minutos, mas ao começar a conversa, estava tão
interessante que conversei por mais de uma hora. (...) Ela estava
muito admirada dizendo: “Até hoje eu vi e ouvi diversas pessoas
no mundo, mas todas eram da relação de um para um ou só
tinham Ensinamentos. Nunca tinha ouvido a conversa de alguém
que superasse Sakyamuni ou Jesus Cristo. Mas, formar muitos
discípulos que realizam milagres como os de Cristo é algo que
nunca vi nem ouvi. Fiquei surpreso nesse ponto”.
E, de fato, disse coisas dignas de um americano. “Eu não
posso fazer comentários ou críticas sobre Meishu-Sama. Para se
comentar sobre alguém, é preciso (...) e quando Amaterassu
Omikami abre uma fresta do portal e olha para fora,
repentinamente a pega e puxa pela mão. Aí, sob o nome de 5
deuses acompanhantes, ela aparece no mundo protegida por 5
deuses masculinos. Obviamente isso é uma fábula, mas surgiu
um modelo igual. Naquela hora, creio que algumas pessoas já
sabem, a senhora de entregas, uma viúva já perto dos 50 anos
aprendia dança por gostar muito. E ouvi dizer que na noite
anterior ela chamou grande número de pessoas e dançou
bastante, e então pensei que finalmente ia acontecer a abertura
do portal. E foram 5 os diretores da Igreja que foram puxados
para lá. Inicialmente eram 4 e eu achei estranho, mas no final o

272
Sr. Shibui foi puxado e assim ficaram 5. Então os 5 deuses
acompanhantes ficam as cinco pétalas da ameixeira.
No ensinamento da Oomoto está escrito “A flor da
ameixeira que se abre ao mesmo tempo nos três mil mundos, o
dragão dourado do nordeste... Chegou o Mundo Divino que abre
com a ameixa e governa o Pinheiro”. A ameixa tem um
importante significado.
A “flor princesa do irmão mais velho”, na verdade se
deveria escrever “flor do irmão mais velho”. É diferente de. Ela é
a cerejeira e, portanto a ação do mundo búdico. A flor do irmão
mais velho é a ameixa porque floresce antes de todas. As outras
são irmãos mais novos. A cerejeira é irmã mais nova, é do lado
feminino.
Então a flor da ameixa desabrocha, cai e dá frutos e o
fruto da flor da ameixa é chamada de “semente do senhor” e é
o. E, na poesia desta vez saiu um pouco sobre a semente do
senhor. A flor da semente do senhor desabrocha e exala seu
perfume para os quatro cantos. Essa poesia estava no meio dos
salmos do Culto de ontem e é por isso.
E, naquela época, eu escrevi “Cair das Flores e Formação
dos Frutos” e dei a todos. Foi nesse sentido. Isto é, ela canta o
sentido de que a flor da ameixa cai e então se forma o fruto. Isso
é um assunto muito misterioso. Quem fez o papel de naquela
hora, foi o advogado chamado Motizuki. Foi ele quem me puxou.
Nessa hora, pela primeira vez, o espírito de Amaterassu
Omikami se alojou no meu ventre. E ele agora tende a crescer
cada vez mais. Já está bem grande. E com isso a Luz vai ficando
mais forte e também maior. E a purificação também fica forte.
Entretanto, não sou eu quem faço assim. É Deus que o faz.”
Em 12/04/1954:
“Chamei muitos deles quando estava na penitenciária de
Shizuoka. Nessa hora também chamei Stalin, mas ele não tinha
jeito. Os outros diziam “farei assim”, ou “esperarei pelo tempo
certo”, mas Stalin estava irredutível. Stalin havia caído no
273
Inferno de nível mais baixo e precisava ficar lá mais de mil anos.
Dessa forma, no mundo aumentará a força do bem que
controlará o mal, aumentará pessoas com esse espírito, por isso,
até mesmo Stalin acabará dizendo “não dá mais” e renovará o
seu sentimento, mas será um dos últimos.”
Quatro dias depois, em 16/04/1954:
“Ainda não li sobre isso, e parece que há 2,3 dias atrás
Stalin começou a renovar bastante o seu sentimento. O local em
que ele se encontra tornou-se um pouco mais claro. Ele está no
nível mais baixo do Inferno e disse o seguinte: “Até hoje fiz
muitas coisas erradas e queria ser perdoado. Sinto-me um pouco
aliviado, mas ainda sofro, por isso quero ser perdoado o quanto
antes”. Falta mais um passo para renovar seu sentimento. Acho
isso muito bom. Sendo assim, o ideal comunista, em futuro
próximo ficará em pedaços. Sobre isso eu havia falado que, após
a morte de Stalin infalivelmente, o comunismo acabaria
secando, e realmente, como eu predisse, está sendo cada vez
mais rápido.”
Assim no dia 15 de junho de 1950:
“Quero falar sobre a minha pessoa no presente. Já falei a
respeito da misteriosa Ação Divina ocorrida quando eu estava
preso, naquela oportunidade entrou em meu corpo o Deus mais
elevado e sagrado de todos. Em decorrência da Providência
Divina naquele momento, assim que fui libertado fiz mil quadros
de caligrafia com a frase ‘As flores caem e nascem os frutos’ e os
distribuí entre os principais fiéis. A partir de então, já não
precisei perguntar as coisas à Deus, como vinha fazendo até ali,
pois, uma vez que o Espírito Divino estava em meu corpo, a
distância que havia entre Deus e o ser humano desapareceu por
completo, e eu atingi o estado de união com Deus, união
perfeita Deus-Homem. Por isso basta que eu aja de acordo com
a minha própria vontade.”
Em 27 de janeiro de 1954:

274
Depois do caso judicial de Shizuoka (15 de junho de
1950 - chamado por Meishu Sama de "Mistério do
Alvorecer"), não fui mais o mesmo de antes. Ou seja, antes, as
coisas que eu não sabia perguntava para Deus e, no fim, Ele
me ensinava as coisas ao contrário. Quando eu descobria isso,
perguntava novamente para Ele, o qual me respondeu: "Não
precisa mais me perguntar. Essa sua maneira de fazer está
errada!" Quer dizer, até agora as coisas se faziam de maneira
indireta, mas já havia mudado tudo para a forma direta.
Depois que eu entendi isso, parei de fazer as perguntas. Como
essa forma direta não havia até hoje, ou as coisas eram
mostradas por Deus, ou eu perguntava a Ele, o que era uma
forma indireta de agir. Agora não há mais separação entre eu
e Deus. Agora somos uma coisa só. Eu ainda não me
acostumei com isso, mas digo que muitas coisas boas vão
acontecer. À medida que eu for me acostumando, todas as
coisas que vierem a minha cabeça vão se tornar coisas
maravilhosas.”
“Silenciosamente,
Deus Miroku Oomikami desceu à Terra
Como a vinda de um larápio
A Luz da pequenina “Bola”
Vai se expandindo dia-a-dia
No Mundo de eterna Treva
Sendo homem sem ser Deus,
E sendo Deus sem ser homem,
Não há como salvar o mundo.”
"Kanzeon-Bossatsu, sendo descendente direto e
divindade manifesta [em última instância] do Deus Supremo [=
36, e em instância mais abaixa, de Deus = 20], possui a força
absoluta. É a divindade que surgiu no mundo búdico. No Cântico
da Boa Palavra (zenguen sanji), consta: "[Deus] Ora se
manifestando como Koomyo-Nyorai, ora se transformando em
Ooshin-Miroku". Este último ainda é Buda, não sendo essa a sua
275
natureza original. Futuramente, transformar-se-á no Deus do
Sol, da Lua e da Terra, ou seja, Miroku Oomikami [Miroku San-E
= Daí Miroku]. Atuando como Deus Miroku, Ele manifestará a
força da trindade dos elementos Fogo, Água e Terra.
A idéia do Messias tem profunda relação com o
cristianismo. No Ocidente, as interpretações que se dá a respeito
são de tal forma diversas que ainda não se chegou a nada de
conclusivo. É porque é difícil para a inteligência humana
perscrutar os insondáveis mistérios de Deus.
Eu próprio ainda não me intitulei Messias nem disse ser
Cristo no seu segundo advento. Estou interdito por Deus de
anunciá-lo até determinado momento. Aliás, haveria uma
grande confusão se, hipoteticamente, desconfiassem da vinda
do Messias. Viria gente de todo o lado a fazer imenso alvoroço,
estorvando-nos o trabalho.”
“Agora, eu me transformo em Messias e vou acabar com
a agonia sem fim do inferno.”
“Gostaria de, acrescentar que todas as atividades de
construção a serem realizadas de agora em diante, da primeira à
última, já estão elaboradas, na minha mente, só restando
esperar pelo tempo certo. Com o passar do tempo, tudo irá se
concretizando. Trata-se de um plano por demais grandioso;
pode-se dizer que é a criação da nova civilização mundial.”
Desde a manhã do dia 16, se encontrava sem nenhum
apetite. Finalmente, por volta do meio dia sentiu vontade de
tomar leite. Meishu-Sama ensinou que esse fato mostra o
desenvolvimento gradual da Alma que se alojou na bola de Luz,
tal qual uma criança recém nascida:
“Esse sagrado Espírito de Deus crescerá gradualmente e à
medida que vai se tornando adulta, a bola de Luz terá
aumentado cada vez mais seu brilho e chegará a manifestar, no
futuro, um grande e notável poder.”
Messias (ou Meishu-no-Oomikami) é o Deus
personificado para construir o Paraíso Terrrestre e salvar a
276
Humanidade. Seria a trindade: Deus Criador
(Amenominakanushi-no-Ookami), Deus Salvador (Izunome-no-
Kami) e Deus do Julgamento (Kunitokotati-no-Mikoto).
Em sentido amplo se pode entender Kunitokotati-no-
Mikoto, isto é, Meishu Sama, como Deus Supremo. De fato,
“Deus Supremo é espírito do espírito. Não possui
configuração formal alguma. Existem, entretanto, muitas
manifestações d'Ele em forma corpórea.”
“Na sua essência [origem de Kunitokotati], Ele é a
personificação de Ookunitokotachi, o Deus Criador do Universo.
Nasceu como ser humano, recebendo o nome de Kunitokotachi
no Mikoto.”

 Difusão Mundial.

Neste ponto: Programação Diária; Johrei, Escritos e


Palestras; Interior e Exterior.

Programação Diária.

“Sobre o assunto, vou falar da minha pessoa. De manhã,


quando me levanto, traço de certa forma os meus planos para o
dia. Programo que de tal a tal hora ou de tal a tal minuto vou
realizar determinada tarefa. Entretanto, quando a pessoa que se
comprometeu a chegar num determinado horário se atrasa, o
meu plano vai por água abaixo. Às vezes, fica totalmente
desfeito. Devido a isso, os trinta minutos previstos para a
entrevista acabam reduzidos a dez ou quinze minutos, tornando-
se impossível bom resultado.
Religião, pesquisa sobre política, economia e educação,
literatura, crítica da civilização, medicina, pintura, caligrafia,
arquitetura, paisagismo, agricultura, crítica musical e de belas-
artes, etc. são aspectos diversificados. Meu objetivo é a salvação

277
da humanidade e eu não me arredo um passo sequer dessa
linha.”
Kyoshu-Sama fala sobre Meishu-Sama:
“No que Meishu-Sama mais se devotou foi no sentido de
como expandir a obra Divina para a salvação do mundo e por
esse motivo ele não perdia um só minuto. Foi um homem que se
dedicou de corpo e alma à sua missão.
Ele planejava as horas do seu dia, e dava-lhes o melhor
uso. Talvez pensasse que de outra maneira não conseguisse
realizar sua grande tarefa. Ele não permitia conversas inúteis
com os que encontrava, mas sempre os ouvia com boa vontade
e seriedade.
Meishu-Sama acreditava que era imperativo acompanhar
os acontecimentos do mundo. Nas suas conversas, no uso de
meios modernos de comunicação, como a televisão e o rádio,
ele absorvia os conhecimentos atuais. Seu programa era
especialmente organizado para coincidir com os horários do
rádio. Ele planejava seu tempo de modo que pudesse ouvir os
noticiários enquanto tomava banho, fazia a barba, comia etc.,
horas em que ele não podia ser interrompido.
Sempre que fazia passeio, era acompanhado por um
assistente que carregava um rádio portátil. Quando estava
supervisionando a construção da Casa de Chá no centro do
jardim de Hekiun-so, sua residência em Atami, ele ouvia o rádio
enquanto fazia suas visitas. Os carpinteiros sabiam pelo som,
quando ele estava chegando e começavam a trabalhar mais
vigorosa e animadamente. O rádio de Meishu-Sama era a
“campainha do gato” das Fábulas de Esopo.
À tarde, eu lia os jornais do dia para Meishu-Sama
enquanto ele estudava livros de arte, escrevia cartas ou se
dedicava à caligrafia. Ele era um exemplo perfeito de Nagara-
zoku (uma pessoa que faz duas coisas ao mesmo tempo), para
usar uma expressão japonesa.
Pode parecer, à primeira vista, que Meishu-Sama pôde
278
completar um trabalho tão grande como a Obra Divina, somente
porque ele tinha um poder extraordinário: mas a verdade não se
baseia só nesse fato. A sua atenção para os menores detalhes da
vida diária, sua agudeza para os negócios do mundo e a sua
grande vontade de trabalhar, eram as outras qualidades que
produziram os resultados que podemos ver hoje.
Com o passar dos anos, o fundador de uma religião é
provavelmente tomado como divino pelos seus seguidores
devotados e considerado por outros uma autoridade e,
freqüentemente, citado em livros e conferências. Embora seja
verdade que Meishu-Sama foi Oshiemioya (o Mestre e o
Iluminado), uma tentativa para fazê-lo um ser sobre-humano
seria um erro; ele não mais seria humano se fosse apenas o
Iluminado Meishu-Sama, a pessoa calorosa e familiar que
abraçamos em nossos corações com tal proximidade.
É verdade que ele tinha uma qualidade espiritual especial
e nós não podemos considerá-lo do mesmo nível da maioria das
pessoas. Antes de sua revelação, entretanto, ele era
simplesmente um ser humano que tinha sido empurrado nas
tempestades da vida desde a infância, sofrendo pobreza e
doenças, adversidades e fracassos, experimentando toda sorte
de dificuldades. Foi depois de todas essas experiências com as
quais Deus o estava preparando, que lhe foi revelada a sua
missão.
Elas testaram sua força e deram-lhe profunda
compreensão sobre os outros. Assim, ele nunca hesitou durante
os primeiros anos de trabalho ou falhou aos seus seguidores.”
Nidai-Sama:
“Meishu-Sama nos lembra constantemente como é
importante o trabalho para despertar a consciência espiritual do
homem.”
Meishu-Sama dizia:
“Não adianta apenas ter fé, rezar, acreditar em algo. É
preciso sabedoria. Geralmente as religiões não dão muita
279
importância a um princípio tão fundamental.
Com respeito a esses dois pontos essenciais - fé e
sabedoria - Sakyamuni falava em níveis de tié. Ele chamava de
kakusha ao homem despertado, que já trabalha num certo nível
de consciência; ou seja, um bodhisattva; e denominava
daikakusha, ao homem que atingiu um grau superior,
inteiramente despertado; também pode ser chamado de nyorai
(palavra originada do sânscrito tatagata). Por essa razão, satori
(iluminação) é o mesmo que tié, porque o homem iluminado
tem sabedoria.”
Por isso, Meishu-Sama agia assim:
“Eu prego a Verdade e me esforço e trabalho
incessantemente para concretizá-la.”
Sua programação era cuidadosa e atenciosa, e exigia isso
de seus servidores.
Um exemplo:
- Sinto ter sido tão descuidado. - Não fique descuidado e
tome mais cuidado. Nessas horas, o edoko não mede palavras e
diz: “Seu desastrado! Tome ‘agilidade mental’ ou ‘laxante contra
burrice’ e ainda daria uma bronca daquelas”.
Outro exemplo:
“Quanto tempo pediu para ficar fora? Não estou
reclamando de você ter se atrasado porque a barbearia estava
cheia; mas, se acha realmente que o meu trabalho é importante,
deveria, antes de sair, ter telefonado para o barbeiro,
perguntando se poderia atendê-lo dentro do tempo que
combinamos. Ou seja, só deveria ter saído depois de se
certificar. Suponhamos, por exemplo, que você entre num
restaurante com a intenção de tomar o trem de determinado
horário. Se dispuser de apenas trinta minutos até essa hora, só
faria o pedido depois de ter certeza que conseguiria comer em
trinta minutos, não é? Você pode achar que isso é sem
importância, mas, se a pessoa não consegue fazer coisas

280
insignificantes, como é que poderá realizar grandes
empreendimentos?”
Um outro exemplo:
“Ele leva sete minutos para tomar banho, por isso acho já
acabou. Chame-o.”
Sua programação, também, era corriqueira e imutável.
Por essa razão ele deu uma entrevista sem mostrar sofrimento
com terrível dor dentes.
Exigia que se fizesse centralizado nele, o melhor possível
empregando toda a sua capacidade. Sendo assim, em nenhum
cômodo de sua casa havia Imagem da Luz Divina ou outros
objetos de cunho religioso. Os servidores aprimoravam sua fé
centralizando-se em Meishu-Sama, sempre com os olhos
profundamente fixos nele, de modo que não havia alternativa
senão agir com seriedade dia e noite.
Meishu-Sama sempre dizia: “Não desvie sua atenção de
mim. Faça o trabalho como se estivesse arriscando sua vida,
centralizando apenas na minha pessoa.” Por isso, se devia estar
sempre alerta, permanecendo atentos a todas as situações.
Quando Meishu-Sama distribuía tarefa aos servidores,
fazia-o conforme a capacidade de cada um. Por isso,
determinadas tarefas, dizia: “Faça o melhor possível,
empregando toda a sua capacidade." Por exemplo, se uma
pessoa recebia a incumbência de fazer "sumi" (tinta carvão), ele
exigia que ela, se tornasse insuperável na execução desse
trabalho. Dizia: "Mesmo que você não se torne importante, seja
uma pessoa capaz de cumprir exatamente o que lhe determinei.
Se você conseguir agir tal qual eu falei, será um herói."
Certa vez, a um servidor que se atrasara nos preparativos
na hora em que ele ia escrever as letras da Imagem da Luz
Divina, Meishu-Sama disse: “Eu lhe ordenei que fizesse apenas
isso; portanto, faça-o de qualquer maneira. Se fizer o que
recomendei, pode dormir ou divertir-se o resto do tempo, que
eu não me importo. Jamais reclamarei se isso acontecer."
281
Por volta de 1953, no Solar da Nuvem Esmeralda em
Atami, sua programação era intensa. Era algo que pessoa
comum não agüentaria nem por três dias; mas ele ia cumprindo-
a de acordo com os programas radiofônicos. Para Meishu-Sama
tempo, não é dinheiro, é salvação. Assim, se uma pessoa já
tivesse acabado de falar o necessário e tentasse continuar,
Meishu-Sama dizia: “Está bem. Até logo.” A seguir, desviava o
olhar e, sorrindo, começava a fazer outra coisa.
Freqüentemente as pessoas solicitavam uma entrevista
com Meishu-Sama. Muitas diziam que alguns minutos eram
suficientes, mas pensavam que, uma vez concedida a entrevista,
poderiam demorar mais tempo. Nessas ocasiões, delicadamente,
Meishu-Sama falava: “O senhor me disse que alguns minutos;
pois bem, já está na hora.” Dessa maneira deixava as pessoas
completamente encabuladas. Muitas vezes elas iam embora
com ar desapontado, sem nenhuma conclusão sobre aquilo que
motivara a entrevista.
Um servidor conta:
“Quando eu dedicava junto de Meishu-Sama, na época
em estava em Tamagawa, muitas vezes fui torturado por
espíritos, sofrendo intensamente com isso.
Nesses momentos, eu me dirigia aos aposentos onde
Meishu-Sama estava trabalhando (fazendo as imagens de
Kannon, por exemplo) e pedia-lhes: "Permita-me receber a Luz
Divina." Eu ficava quieto, sentado num canto do aposento, pois,
só de estar perto dele, o meu sofrimento acabava e eu me sentia
aliviado.
Em tais ocasiões, mesmo que eu permanecesse ali o dia
inteiro sentado ou, vencido pelo cansaço, acabasse cochilando,
ele nada dizia. Às três horas da tarde, repartia seu lanche
comigo, dando-me um pedaço de doce. Entretanto, se o meu
pensamento começava a ficar confuso e eu me punha a divagar
sobre coisas inúteis, Meishu-Sama percebia de imediato e dizia:
"Se não tiver mais nada a fazer aqui, pode ir embora".”
282
Sua programação diária era a seguinte.
Pela manhã:
Despertava às 7h45m, ligava o rádio e ouvia o programa
“Visita da Manhã’ e levantava-se às 8h.
Quando Meishu-Sama dormia profundamente e custava
a despertar, o servidor encarregado de acordá-lo chamava-o
inúmeras vezes, após dar-lhe o seu primeiro bom dia. Vez por
outra, o servidor ficava esperando até às oito horas quando
voltava a chamá-lo, dizendo: "Está na hora do noticiário". Às
vezes, nem assim Meishu-Sama despertava. Nessas ocasiões, ao
acordar, dizia: "O noticiário já terminou? Doravante chame-me
em voz alta, sem cerimônia." Diante da explicação do servidor -
"É que o senhor estava dormindo tão profundamente..." -
Meishu-Sama replicava: "Não importa quão profundamente eu
esteja dormindo. Pode até sacudir-me para eu acordar. Não se
deve ter compaixão barata.”
Tomava banho de dez minutos com temperatura mais
baixa do que a comumente utilizada, e sempre ouvindo rádio.
No inverno:
"Sinto muito calor, mesmo depois de um banho de água
morna."
Exigia a saudação matinal:
Habitualmente, as pessoas que serviam diretamente com
ele esperavam-no sair do banho para fazer-lhe a saudação
matinal. (Os outros servidores saudavam-no na hora da primeira
refeição). Exatamente nessa hora, um dos servidores chegou
com um ou dois minutos de atraso, por estar terminando um
serviço que Nidai-Sama lhe havia solicitado. Meishu-Sama
repreendeu-o severamente durante trinta minutos, querendo
saber como ele interpretava a saudação matinal. E depois o
advertiu: "Sabe por que nesta casa não há Imagem da Luz
Divina? Se sabe, deve compreender o verdadeiro significado da
saudação de todas as manhãs.”

283
Durante vinte minutos passava os olhos nas manchetes
de vários jornais e marcava um círculo vermelho nos artigos que
queria ler melhor.
Entre 8h30 e 8h45, ouvindo rádio, fazia a refeição
matinal. Ela era composta de 70% de origem vegetal e 30%
animal.
Quando a batata-doce era colocada na mesa, todos iam
dar bom dia ao Mestre.
Na hora da saudação, Meishu-Sama observava-os
rapidamente. Quando percebia que algum deles tinha o olhar
distraído, determinava-lhe alguma tarefa. Dizia-lhe, por
exemplo: "Traga-me o fósforo" ou "Deixei um livro ali: vá buscá-
lo."
O barbeiro ia à casa de Meishu-Sama de dois em dois
dias, aparando-lhe alternadamente o cabelo e a penugem do
rosto. Nesse ínterim, um dedicante fazia-lhe a leitura
relacionada à Arte.
Aqui registramos uma recordação desse barbeiro:
“Eu tinha o hábito de usar os melhores instrumentos
quando ia à casa de Meishu-Sama. Se adquirisse outros de
melhor qualidade, eram esses que eu usava. Um dia ele me
disse: "A navalha de hoje é diferente, e a tesoura é nova, não é?
Mas estas são melhores."
Disse isso sem ter visto ainda aqueles instrumentos,
observação que só os profissionais, após exame cuidadoso,
poderiam fazer. Fiquei, pois, impressionado com a sensibilidade
de Meishu-Sama, que não titubeara ao fazer aquela
observação."
A cada quatro ou cinco dias fazia dez vivificações florais,
levava no máximo meia hora.
Em dez dias do mês, às 11h, entrevistava os fiéis que
vinham de todo o país. Lia seus ensinamentos, dava orientação
ampla e a reunião terminava com máximas curtas e espirituosas
sob gargalhada de todos.
284
A tarde:
Ao meio-dia, ouvindo rádio, dava início a um ato,
praticado por ele, de elevar o Ohikari à altura da testa e
introduzir-lhe espírito. Numa certa ocasião disse: “A cabeça e o
ouvido estão desocupados.”
As 12h30 serviam-lhe o almoço.
Entre 13 e 15h, recebia os diretores da Igreja ou
vendedores de objeto de arte. As 15h escutava o noticiário ‘Hora
da Saúde’, tomando chá com doces.
Certo dia, Meishu-Sama conversava com um professor e,
ao mesmo tempo, ouvia rádio e fazia um trabalho. Num canto da
sala, um acompanhante ouvia a conversa sob enorme tensão.
No meio do diálogo, Meishu-Sama disse ao interlocutor
que, no rádio, estavam falando sobre determinadas coisa - “É!...
eu estava tão distraído! – disse o outro.
O acompanhante que assistia à cena ficou impressionado,
pensando: “Como Meishu-Sama é extraordinário! Consegue
perfeitamente dedicar-se ao trabalho, ouvir o noticiário e,
simultaneamente, manter uma conversa. Não pode ser um
homem comum.”
Sua idéia a respeito de doces era a seguinte:
“As pessoas saudáveis gostam de doces.”
Depois ia inspecionar as obras da Terra Celestial, onde
dava instruções sobre os mínimos detalhes.
“Quando estou neste lugar – dizia – as idéias geniais me
vêm espontaneamente; por isso, ajo de acordo com essas
idéias.”
Preocupava-se com a apreciação dos fiéis a respeito do
jardim da Terra Celestial:
“Como estará este jardim quando os fiéis vierem aqui?
Será que, por ocasião da próxima visita, estará plenamente
florido? Seria bom se eles pudessem admirá-lo na época certa.”

285
Às 17h, ouvindo o noticiário, ministrava Johrei nos
dedicantes que não estivessem passando bem. Se algum deles,
fazendo cerimônia, não vinha pedi-lo, era até repreendido.
“Aquele que estiver purificando, diga-me sem cerimônia.
A cerimônia é um pecado. Por que não me pede Johrei ao invés
de ficar sofrendo?”
Ás 17h30 tomava banho novamente. Em seguida passava
os olhos nos jornais vespertinos, assinalando os artigos com
círculos vermelhos, como fazia pela manhã.
Quando chegava a noite:
As 18h jantava uma refeição de 70% de origem animal e
30% vegetal. Nessa oportunidade, a família se reunia passando-
se momentos alegres.
Nos dias ímpares, a partir das 19h, havia exibição de
filmes para os dedicantes que durava uma hora e meia.
“Costumava dizer: "Indo ao cinema, ficamos mais
inteligentes." Caso algum servidor não assistisse ao filme devido
aos seus afazeres, Meishu-Sama até o repreendia: "Devia ter ido
e deixado o serviço da cozinha para depois. Não se deve perder
filmes como esses."
Nos dias pares, caligrafava a pincel letras da Imagem da
Luz Divina, às vezes cem em apenas dez minutos, ouvindo rádio
o tempo todo.
Após sessão de cinema ou de caligrafias, estudava belas-
artes até 21h.
As 21h escutava rádio, enquanto um dedicante lhe
massageava os ombros.
As 22h, ainda ouvindo o noticiário, tomava um lanche
leve. Às 22h30m, quando o noticiário terminava, os dedicantes
davam-lhe boa noite e se recolhiam. O administrador da Igreja,
porém, fazia-lhe o relatório sobre os trabalhos do dia e sobre
outros assuntos e, em seguida, ouvia as orientações que ele lhe
dava.

286
As 23h tinha início a leitura dos jornais, por um
dedicante, que se prolongava até a meia-noite. Enquanto ouvia,
ministrava Johrei em si mesmo e apreciava obras de arte. Ele
dizia: “Os olhos e as mãos estão desocupados.” Aliás, era um
hábito seu realizar duas ou três atividades ao mesmo tempo.
Certa ocasião, quando o servidor lia os jornais, Meishu-
Sama estendeu a mão para pegar algo. O servidor tentou ajudá-
lo, mas foi repreendido: "Continue lendo. Se você pudesse pegar
sem parar de ler, eu não me importaria, mas, como estou com as
mãos desocupadas, eu mesmo pego." Dessa maneira, vemos a
importância que Meishu-Sama dava a cada minuto e segundo.
Noutra vez:
"Por que se mete no que não é chamado? Você está
lendo, portanto, continue a ler. Eu ouço com os ouvidos; minhas
mãos estão desocupadas. Se você me ajudar, atrasará a leitura."
Por volta de meia-noite ditava dois ou três ensinamentos,
cada um de quatro ou cinco folhas. Às vezes ele também
compunha salmos para os Cultos ou escutava a leitura das cartas
e das Experiências de Fé enviadas pelos fiéis.
As 2h, dizendo ‘Por hoje é só’, recolhia-se aos seus
aposentos.
Neste trabalho intenso era realizado alegremente:
"Não devemos deixar que o trabalho nos persiga; nós é
que temos de persegui-lo. E não devemos realizá-lo com
sofrimento; se não trabalharmos alegremente ele não terá
nenhuma utilidade."
Um servidor falou:
“Observando os trabalhos realizados por Meishu-Sama,
tínhamos a impressão de que eles iam se encaixando
automaticamente nas horas. Não eram elas que o perseguiam;
ele é que as perseguia.
"Ih! Já está na hora, preciso escrever aquilo" - essa
afobação nunca lhe acontecia. Creio que a impressão de seus

287
trabalhos se encaixarem automaticamente dentro das horas, era
para mim o aspecto mais extraordinário de Meishu-Sama.”
Mostra-se um pouco mais como eram as entrevistas,
pinturas e vivificações florais.
“Entrevistas fazem parte da Obra Divina, são Providência
de Deus.
Naturalmente, faço entrevistas com numerosos fiéis e
contacto com pessoas de vários níveis sociais; evito o máximo
encontrar-me com pessoas que não são membros da Igreja, mas
há ocasiões em que, isso é inevitável. Dessa maneira, passo a
conversar, com essas pessoas e a ter contacto com suas ações,
mas dificilmente encontro criaturas nas quais posso realmente
confiar. Algumas parecem pessoas de caráter, mas a maioria
efetivamente não é gente interessante. Sem qualquer temor,
logo começam a proferir mentiras que podem ser
desmascaradas na hora; mesmo durante a entrevista mentem.
Como consigo perceber isso, minha tristeza ao ouvi-las é
ilimitada. Seu único intento é enganar-me, para obter dinheiro e
bens materiais. Ultimamente estou fazendo tudo para não me
encontrar com esse tipo de gente.”
Os fiéis que iam participar das entrevistas pela primeira
vez, pensava: “Que figura imponente ele deve ser!”. Mas,
quando viam aquele senhor idoso e miúdo, de cabelos brancos,
ficavam surpresos com o que lhes parecia o aposentado da
esquina. No entanto, com o decorrer da entrevista, sentiam
muito respeito por Meishu-Sama.
As entrevistas nasceram com base nos relatórios sobre a
difusão e nas suas orientações.
Os relatórios eram bem observados:
“A conta não está errada? Escute: se vieram trinta
pessoas e só foram arrecadados 30 ienes, é porque cada pessoa
só deu um iene! Eu falei que deveria elevar o preço do
tratamento para dois ienes, não falei? Você está fazendo Deus
de bobo. Não se preocupe por cobrar mais, faça o que eu digo.
288
Quanto mais caro a pessoa pagar, mais depressa ela ficará
curada. Você não sabe das coisas e por isso age como lhe parece
melhor, mas daqui para frente tome mais cuidado!”
Orientações eram feitas por perguntas e respostas.
Nestas, dava resposta sábia a pergunta tola:
- Estou pensando em colocar uma placa na frente da Casa
de Difusão. Que tamanho o senhor acha melhor? - Um tamanho
que seja bem adequado.
Nem sempre respondia pacientemente, por exemplo,
quando pediam explicações detalhadas sobre processos
judiciais, dizia:
“Isso você deve procurar saber na Prefeitura.”
Se queriam aprofundar muito conhecimento de
fenômenos espirituais, perguntava:
“O que esse fato tem a ver com a salvação da
humanidade?”.
Em caso de purificação severa, procurava saber a situação
deste:
“Quando foi que se tornou fiel?”, ”Está recebendo
Johrei?“, “Servindo a Deus?”, “Entronizou em seu lar a Imagem
da Luz Divina?”, “Está lendo Ensinamentos?”.
Quando sentia que a pessoa estava percorrendo o
verdadeiro caminho da fé:
“Não há perigo. Ela irá ficar boa.”
Mudava a orientação:
- Está lendo os Ensinamentos? - Sim, leio diariamente,
repetidas vezes. - E tem lido outros livros? - Não, não tenho lido
muito. - Já sabia! Mas não deve ser assim. Você deve ler, em
primeiro lugar, os livros em geral e, em segundo, os
Ensinamentos.
“De agora em diante, deixe totalmente de ler os
romances, queime-os! O homem da atualidade deve ler muitos
jornais e romances. Naturalmente, não devem descuidar da
leitura dos Ensinamentos.”
289
Após a sessão de perguntas e respostas, um dedicante lia
um texto ditado por Meishu-Sama que, em seguida, fazia
comentários sobre tendências do Governo, problemas sociais e
individuais.
Por fim, havia uma leitura de sátiras. Exemplo de uma:
“A ingenuidade de uma pessoa que não é ingênua como
se o fosse. Entende o sentido disso? Quem é menos importante,
mais importante quer se mostrar; quanto menos dinheiro tem
um indivíduo, mais rico ele quer parecer; a medicina que não
cura, faz pensar que cura; quanto mais medroso é o cachorro,
mais ele late; quanto mais medíocre é uma pessoa, mais gabola
ela se mostra; quanto mais covarde o homem, mais fanfarrão,
ele é. Ah! cansei!”
Quando liam mal:
"Eu escrevi aquilo pensando em divertir os fiéis;
entretanto, por causa da sua má leitura, eles nem sequer riram.
É lamentável, mas como você é principiante, não tem jeito.
Entretanto, procure melhorar a leitura daqui por diante."
Ensinou-me, então, a dar várias pausas necessárias e a fazer a
entonação dos sons finais. Após vários ensaios com ele, disse-
me: "Está bem melhor, continue assim." E me ouvia rindo tanto,
que chegava a ficar com lágrimas nos olhos.”
Meishu-Sama era severo, falou para alguém com tosse
que atrapalhava entrevista:
“Você tem um lenço? Se tampar boca, o barulho diminui,
sabe?”
Outra vez, para um ministro que faltava as entrevistas
por ter cáries ósseas:
“Mesmo que só chegue à noite, é preciso que venha.”
Uma outra, para um outro que era impontual:
“Como é que uma pessoa que está na posição de
orientador se atrasa? Não tem pena daqueles que chegaram na
hora marcada? Eu próprio sou obrigado a esperar para dar início

290
à palestra. Quem está em posição mais elevada deve sempre
chegar mais cedo!”
Meishu-Sama dizia:
“As minhas tarefas diárias estão distribuídas por horas.
Portanto, qualquer atraso desequilibra-as totalmente. Um
minuto que seja, é importante para mim."
"Causa tanta perturbação a pouca importância que os
japoneses dão ao horário. Eu não sou ocioso; um minuto que
seja, para mim é muito importante. A existência de um número
tão grande de japoneses mentirosos deve-se a pequeninas
coisas como essa."
Um servidor conta:
“Meishu-Sama lanchava normalmente às quinze horas,
mas os servidores não tinham a obrigação de lhe trazer o lanche
exatamente nesse horário. Ele sempre dizia: -"Podem trazer
cinco minutos antes". E acrescentava: - "A pessoa não deve se
atrasar, mas pode se adiantar cinco minutos."
No início, como um bobo que não tivesse aprendido
outra coisa, eu sempre fazia tudo com cinco minutos de
antecedência. Entretanto, fazendo disso uma norma, acabava
cometendo outra falha. Por exemplo: se às sete e meia entrasse
no ar um programa humorístico, eu ligava o rádio um pouco
antes; há essa hora, porém, ainda irradiavam notícias gravadas,
luta de sumô ou anúncios de remédios, e não o programa que
Meishu-Sama desejava. Ele, então, me repreendia: - "Veja o que
você me faz ouvir." "Para ajustar o dia, um homem não necessita
mais que um ou dois segundos. Se ele não consegue fazê-lo
nesse espaço de tempo, não pode ser qualificado como homem
moderno." - assim me ensinou Meishu-Sama.”
Para um ministro que havia desrespeitado a Lei Divina:
- Como hoje é domingo, eu trouxe uma pessoa nova. - É
um absurdo a expressão ‘Como hoje é domingo’, que você usou
há pouco. Essa argumentação fundamentada no tempo é um
grande desrespeito a Deus.”
291
Reconhecia esforço. A estrada estava paralisada e
intransitável, porém uma pessoa conseguiu chegar por um
caminho muito longo e desgastante:
- Como foi que você veio? Como irá voltar? - Voltarei pelo
mesmo caminho. - Está bom. - [Na volta, mesmo com a estrada
restaurada retornou pelo mesmo caminho. Chegando, saberia
que este trajeto fora o mais rápido. Emocionado, disse:] Será
que ele sabia disso?
Era reconhecido. Uma pessoa, vendo-lhe pela primeira
vez, gritou:
“É isso mesmo. Achei o lugar onde vou morrer sem
remorsos, entregando a minha vida. É Deus.”
Outro:
Ao dizer “Quero saber que tipo pessoa ele é.” A figura de
Meishu-Sama foi se distanciando. Esfregando os olhos, viu que
ela voltava ao normal. O fato se repetiu três vezes e ele
percebeu que havia abaixado a cabeça naturalmente.
No que diz respeito às pinturas.
“A caligrafia era uma das atividades desenvolvidas por
Meishu-Sama. Ele caligrafava cem Imagens da Luz Divina em
menos de meia hora; no caso do Ohikari, completava esse
mesmo número, entre sete e oito minutos. Ele executava
centenas de caligrafias, sem demonstrar nenhum cansaço, numa
rapidez extraordinária.”
Pintou cerca de 7.000 figuras de Kannon e um milhão de
caligrafias.
Chegou a dizer:
“Experimente tocar minha mão. Estes calos, eu os criei
segurando o pincel para caligrafar o Ohikari dos fiéis, sabe?”
Passou a confeccionar as Imagens da Luz Divina
unicamente com letras, não pintando mais a figura de Kannon.
Pois, segundo ele, letra é espírito e desenho é matéria, e por
isso, aquela tem um nível mais elevado.

292
Dava muita importância à tinta feita à mão para as
pinturas:
“É melhor esfregar o carvão no ‘sucuri’, pois a tinta fica
brilhante. É uma tarefa cansativa, mas também é um
aprimoramento para quem a executa. Eu não sou fabricante de
guarda-chuvas e nem de lanterna de papel. Que idéia é essa de
fazer tinta com máquina? O Carvão deve ser esfregado com
amor! Principalmente a tinta destinada às letras da Imagem da
Luz Divina e do protetor, que poderiam ser chamados de vida da
fé, não pode ser preparada com um pensamento tão leviano.
Por mais trabalho que dê prepare-a com as mãos.”
Também à sua consistência:
“A tinta carvão está na consistência certa quando parece
fina e grossa ao mesmo tempo. A melhor consistência é quando
não se sabe se ela está fina ou grossa. Quem consegue fazer isso
é um herói. Se dizemos a uma pessoa comum que a tinta está
grossa, ela faz fina demais; se dizemos que está fina, ela faz
muito grossa. São pessoas exageradas, extremistas. A medida
certa é algo facílimo. Todos dizem que é difícil, mas não há nada
tão fácil. Tudo que eu faço é assim.”
No que se refere às vivificações florais:
“Eu jamais forço o formato das flores; vivifico-as da
maneira mais natural possível. Com isso, elas ficam bem vivas,
durando bastante. Se mexermos muito, elas morrem e perdem a
graça. Sempre que eu vou fazer uma vivificação, idealizo antes o
seu formato, corto as flores e coloco-as imediatamente no vaso,
assim a vivificação fica mais bonita. É preciso conversar com as
flores e vivificar seus sentimentos. Se não fizermos isso, elas não
ficam contentes. Não ficando contentes, murcham logo. As
flores não gostam de ver negligenciadas as suas características,
isto é, de serem arrumadas com muita técnica, como faz a
maioria das pessoas.”
Continuando:

293
“O Mal não gosta das flores, não há pessoas más entre as
que amam as flores, elas dão boa influência no Mundo
Espiritual. Vamos nos esforçar para que haja mais flores no
interior das residências, nos locais de trabalho, enfim, em todos
os lugares onde houver pessoas fazendo com que, por meio
delas, este mundo se transforme num Paraíso.”
“Quem deseja igualar-se
À beleza das flores,
Possui um coração
Que a elas se assemelha.”
Concluindo:
“Ultimamente tem aparecido vivificações esquisitas. Elas
matam as flores, razão pela qual não agradam, mesmo que o
formato seja bom. Por isso, é preciso expressar ao máximo as
melhores características naturais das flores. Foi para levar ao
conhecimento de todos a verdadeira forma de vivificá-las que
mandei fazer estes ‘slides’. Seja como for, é uma forma
revolucionária. Serve como ensinamento, mostrando a maneira
como devem ser feitas as vivificações; além disso, através das
flores assim vivificadas a pessoa recebe Johrei.”
Suas vivificações surpreendiam as pessoas, pois duravam
mais que o dobro do normal.

Johrei, Escritos e Palestras.

A partir de 1950, ensinou como aumentar a força do


Johrei.
Distância de 30 a 60 centímetros:
“Ressalta-se que quanto mais perto o ministrante, mais
facilmente a Luz atinge o local afetado. Quando ele se distancia
muito isso se torna mais difícil. Não há, entretanto, restrição em
relação à distância. A distância normal é de 30 a 60
centímetros.”

294
Sem colocar força, num estado de espírito leve,
despreocupado e descontraído:
“Por Ordem Divina, mudamos o método de ministrar
Johrei e por esse motivo eu gostaria que, a partir de hoje, todos
procedessem conforme determinamos. A mudança foi feita com
base na grande mudança ocorrida no Mundo Espiritual. O
método utilizado até aqui englobava a parte espiritual e a parte
material. Irradiando-se a Luz espiritual pela palma da mão,
acrescentava-se um pouco de força. Força é matéria, e por isso,
na medida em que entra a força material, o poder da Luz
diminui. Entretanto, de agora em diante, aquela mudança vai se
tornar mais evidente, de modo que é indispensável tirar toda a
força material, irradiando apenas a Luz espiritual. Explicando
mais detalhadamente, a Luz Espiritual de Deus chega até o
Ohikari de todos os fiéis através do elo que os liga a mim, sendo
irradiada pela palma da mão, para a parte afetada pelo doente.
Portanto, daqui para frente devem transmitir a Luz sem colocar
força, e num estado de espírito leve e descontraído.
Ou ainda:
“Há uma Bola de Luz em meu ventre. Esta Bola de Luz é
algo misterioso, profundo e sutil, difícil de explicar; em outras
palavras, ela é o Receptáculo Divino, manejado livremente pelo
Criador ao qual, desde a antiguidade, deu-se o nome de
Nyoihojyu ou Mani-no-tama.
Incontestavelmente, Deus outorgou e permitiu a sua
utilização a um único ser humano, que sou eu, pela primeira vez
desde o início da humanidade. A Luz desta Bola é transmitida e
fornecida infinitamente ao Ohikari, através do Elo Espiritual. Por
esta razão, não há diferença na sua atuação; por mais que o
número de Ohikari aumente.”
O maior aprimoramento com relação à ministração de
Johrei é a anulação da força humana.
Essa força torna-se mais acentuada na medida em que se
retira a força muscular do braço intensifica-se de acordo com a
295
profundidade da fé diminuirá caso a pessoa venha a ficar
presunçosa. O importante é a pessoa ter a humildade de querer
se tornar útil como instrumento de Deus.
“O ideal é ministrar Johrei despreocupadamente. É
preciso estarmos bem conscientes de que é Ele quem opera a
cura. Quando eu coloco força no braço, a Luz irradiada de meu
ventre diminui proporcionalmente a essa força.
Os dedos devem ficar levemente unidos. Deve-se ter
como norma não balançar a mão, procedendo da maneira mais
descontraída possível.”
Com amor:
“A mais importante qualidade em Johrei é o amor.”
Conscientes de seus ensinamentos a respeito da
medicina:
“É certo que qualquer fiel pode manifestar o poder de
curar, após concluir as aulas do Curso de Formação de Novos
Membros, mas haverá diferença entre os iniciantes e aqueles
que tiverem mais experiência. É necessário ainda que as pessoas
se familiarizem com a Medicina de Deus.”
Obedecendo a ordem na ministração:
“O doente mais grave deverá ser atendido em primeiro
lugar. Após ele, ordem decrescente de idade. Existe, porém, uma
exceção caso haja uma criança chorando alto, incomodando, é
melhor que ela receba Johrei antes dos outros. Se não houver
nenhum desses casos prioritários, devemos obedecer à ordem
de idade. Todavia, é conveniente ministrar Johrei naqueles que,
por motivo de ocupações especiais ou cargos de destaques,
estejam muito atarefados. No caso de ficarem indecisos, sem
saber a quem dar preferência, devemos seguir a ordem de
chegada. Mas nem por isso deixaremos para depois um doente
mais grave ou que esteja sofrendo muito.”
“Antigamente, a minha esposa tomava fortes
medicamentos à base de plantas medicinais cujas toxinas são
terríveis. Às vezes, ministro-lhe Johrei, por isso, têm diminuído a
296
cada ano. Mas ultimamente, elas haviam se acumulado
bastante; e ao ministrar-lhe Johrei, ela dizia coisas estranhas.
Como dizia coisas um tanto fora da lógica, achando aquilo
esquisito, procurei analisá-la. Então, percebi que havia
ministrado Johrei primeiro na empregada. No início, pensei em
desistir, mas, como não dispunha de tempo, achei que não
haveria problema. Entretanto, percebi que ela falava
estranhamente, porque a ordem de ministrar estava errada. Isso
aconteceu porque, desse modo, a minha esposa ficava no nível
abaixo da empregada no Mundo Espiritual. Devem tomar
cuidado sobre esse ponto, pois se trata de algo definido. Se a
ordem for transgredida, por pouco que seja, acontece algum
contratempo. Parece que a sua prática é fastidiosa, mas não o é,
pois vai se tornando assim, naturalmente. Tenho falado sempre
sobre a ordem e mesmo não prestando atenção, consigo
percebê-la.”
Em 1952, instituiu o Johrei coletivo, logo após, falou:
“Devem estar ocorrendo milagres. Por isso façam
relatórios.”
Como resultado, enviaram-lhe inúmeros relatos de
graças. Eis um deles:
“Todos os fiéis estavam de cabeça baixa, só eu fiquei com
a minha levantada, seguindo suas mãos com os olhos. Continuei
nessa atitude mesmo quando ele focalizava o lugar onde eu
estava. Depois de terminado o Johrei, eu, como de hábito, sem
nenhuma intenção especial, coloquei a mão no rosto e não
encontrei as duas verrugas que sempre sentia sob os dedos.”
No que tange aos escritos, Meishu-Sama explica:
“Em primeiro lugar, é fundamental que a Verdade seja
conhecida pelas pessoas do mundo inteiro, o empreendimento
que agora estou realizando - um grande esforço para revelar a
Verdade através de explanações escritas constituí uma fase
importantíssima para a concretização desse mundo.

297
Para evitar tais dificuldades, pregarei a doutrina por um
novo método, de modo que ela possa ser facilmente assimilada
pelas pessoas. Pretendo, ainda, do ponto de vista da Religião,
publicar, gradativamente, interpretações novas sobre Política,
Economia, Educação, Arte, etc.”
O número de artigos escritos por Meishu-Sama é superior
a dois mil. Seu conteúdo versa sobre Religião, Política, Ciência,
Arte e todos os setores da vida humana. Lançando as diretrizes
para a construção da Verdadeira Civilização. As suas publicações
foram interrompidas a fim de evitar choques com o pensamento
da sociedade. Depois de muitos estudos editou-se a série
‘Alicerce do Paraíso’, de conteúdo exclusivamente religioso.
Escrevia quantos artigos quisesse:
“Eu estou sempre escrevendo Ensinamentos. Na época
do meu primeiro jornal, "Hikari", havia uma pessoa chamada
Kanetika e uma outra. Elas diziam que, geralmente, os jornais
extinguem-se, mais ou menos, no exemplar de número trinta.
Mas o fato do nosso jornal continuar sendo publicado sem que o
assunto se esgote, era algo raro. Naquela ocasião, já estávamos
publicando o número 50 e atualmente, o número 184. E,
doravante, será publicado tanto quanto for necessário. Isso
porque, as pessoas da sociedade são tão cheias de falhas. Por
isso, podemos entender quão onde é o número, de coisas
erradas”.
Eis um diálogo:
- Interlocutor: O senhor, ao escrever, pensa no título que
vai colocar?
- Meishu-Sama: Não há tempo sequer para pensar; as
palavras brotam, deixando-me até em apuros. Isso, não tenho
necessidade de pensar.”
Chegou a um ponto de Meishu-Sama dizer:
“Os artigos estão sobrando demais. Por isso aumentam a
circunscrição das páginas do jornal, a fim de que se possa
colocar o maior número de palavras.”
298
Meishu-Sama não escrevia apenas para os órgãos da
Igreja. Era freqüente chegarem pedidos especificando o número
de laudas e os temas. Ele os aceitava sem preocupação:
“Ah! É? Então vamos lá.
Mais tarde, farei também o anúncio do livro sobre
tuberculose no jornal; farei isto porque desejo salvar os
tuberculosos, pois essa doença está se tornando muito
problemática. Publicarei sob o título "Cura revolucionária da
tuberculose" ou "Cura da tuberculose através da fé".”
Compôs cerca de 5.500 poemas, onde ele canta a
natureza, os sentimentos e a Religião. Numa ocasião ao fazer
dez, em poucos minutos, deixaria perplexo o dedicante
encarregado de anotá-los.
“Creio que foi alguns meses antes da perseguição
religiosa (maio de 1950) que ele compôs, em menos de uma
hora, quarenta e seis poemas sob o tema "A grande purificação".
Embora isso fosse um ato costumeiro, era impossível alguém
deixar de se espantar com seu trabalho sobre-humano. Suas
palavras, anotadas por mim, iam saindo ininterruptamente, uma
após a outra, tal como a linha que sai do bicho da seda. Assim, a
composição de cada poema levava aproximadamente um
minuto.
Devido ao acúmulo de serviço, Meishu-Sama teve de
compor salmos poucos momentos antes do Culto. Nessa
ocasião, conversando com visitas e ouvindo rádio, ele compôs,
num breve espaço de tempo, dez salmos sobre o tema "O
Senhor do Poder". Lembro-me de que fiquei
impressionadíssimo.”
Meishu-Sama dizia:
“Posso compor tantos poemas quanto quiser.”
Os Ensinamentos:
“‘E será pregado o Evangelho do Reino dos Céus por todo
o mundo, em testemunho a todos os povos, e então chegará o
fim” referia-se a difusão deste volume. Na Bíblia estão coletados
299
os Ensinamentos de Cristo, mas o presente livro é revelação
direta de Jeová, a quem [Jesus] Cristo se referia repetidamente,
chamando-o de Pai do Céu.
Por tudo isso, esse livro é uma grande contribuição
cultural nunca vista em toda a história. Na posição de quem
recebeu essa grande incumbência, não consigo expressar nem
por palavras e nem pela escrita, o peso de minha
responsabilidade.
Em 1950:
“Há um trecho na Bíblia que diz que seria pregado o
Evangelho do Paraíso ao mundo inteiro e depois viria o fim. Que
quer dizer isso? Acredito firmemente que essa missão será
cumprida pelos meus Ensinamentos, um livro intitulado “A
Criação da Civilização”. Meu objetivo é esclarecer que a
civilização atual não é a verdadeira civilização e que, nesta, a
Medicina, a Política, a Educação, a Arte, etc. serão bem
diferentes. A parte que se refere à Medicina já está quase
pronta, mas tenciono escrever, ainda este ano, a parte referente
às outras áreas. Quando o livro estiver concluído, pretendo
traduzi-lo para o inglês e tomar providências para que ele seja
lido por professores universitários, cientistas, enfim, por
intelectuais do mundo inteiro. Vou enviá-lo, também, à
Comissão Examinadora do Prêmio Nobel, mas acredito que, no
início, não o receberão bem, pois a Comissão é integrada por
eminentes personalidades da cultura material. Todavia, como se
trata de um livro que aborda justamente aquilo que as pessoas
eminentes estão buscando, acredito que os integrantes da
Comissão não deixarão de entendê-lo e exclamar: "É isto!"
Assim, poderiam conceder-me dez, ou vinte Prêmios Nobel.
Quando esse livro for publicado, eu gostaria que todos os povos
lessem.”
Chamando-os ‘Escrituras de Deus’, na mesa onde eram
escritos jamais colocava nada além do necessário para correção
dos textos. Parecia um gravador desligado. Às duas horas da
300
manhã, mesmo que estivesse no meio do ditado, dizia: “Vamos
deixar para amanhã.”
No dia seguinte, depois da meia-noite, pedia para o
dedicante ler a última linha do que fora ditado na véspera e logo
falava: “Ah! Já sei.”
Se ele, para ser gentil, lia um pouco além, era
repreendido:
“Não precisa ler tudo isso. Lendo uma ou duas linhas do
final, eu entendo. Que desperdício de tempo.”
Escrevia para ser entendido, passava a limpo mais de
vinte vezes. E pedia opinião:
“Será que, se eu usar essa expressão, os fiéis vão
entender o que eu quero dizer? E você, entende?”.
Cortava presunção:
"Não é que tenha ficado inteligente. Você é a minha
caneta e por isso é como se eu que estivesse escrevendo. Eis por
que consegue escrever com facilidade."
Uma vez:
“Senhor não teria confundido com a palavra que significa
"valor real"? Nesse caso, a segunda letra está errada."
- Não, a letra está certa. Eu não quis dizer "valor real e
sim "resultado real", - disse Meishu-Sama. E me repreendeu: "De
qualquer forma, limite-se a passar a limpo como eu escrevi;
estou criando uma nova civilização, por isso uso neologismos
que não constam no dicionário. Aliás, vocês pronunciam a
palavra Johrei constantemente, como se fosse uma palavra
muito comum, mas esse termo não consta em nenhum
dicionário, sabia?”.
Em vista disso, na segunda vez que o fato ocorreu, apesar
de ter anotado o erro, reproduzi exatamente o que Meishu-
Sama escrevera.
Momentos depois que lhe entreguei o artigo ele me
chamou e, sorrindo, disse: - "A verdade é que dessa vez eu quis
ver até que ponto você está obedecendo àquilo que eu lhe disse
301
quando me perguntou o significado da palavra "shinka".
Premeditadamente empreguei uma palavra errada. Fiz um teste
para ver se você passaria a limpo obedientemente ou viria
retrucar, dizendo que a palavra estava errada. Como você deixou
do jeito que eu escrevi, está aprovado." Essas palavras fizeram
com que eu me sentisse bem pequenino.”
Determinava para que lessem muitas vezes os seus
ensinamentos:
“Às vezes as pessoas me fazem perguntas sobre assuntos
que estão bem claros nos meus Ensinamentos. Isso acontece
porque elas estão faltando com o dever diário de lê-los. Os
Ensinamentos devem ser lidos tanto quanto possível; quanto
mais os lerem, mais os fiéis aprofundarão sua fé e elevarão seu
espírito. Aqueles que negligenciam sua leitura vão perdendo a
força gradativamente. Quanto mais sólida for sua fé, mais a
pessoa terá vontade de ler, e é bom que o faça repetidas vezes,
até que se fixem bem em sua mente. Na medida em que se lê,
vai se compreendendo mais claramente a Vontade Divina.”
Explicava mais profundamente porque isso deveria ser
feito:
“Os textos refletem, através das letras o pensamento da
pessoa que o escreveu, o qual é transmitido para o pensamento
de quem lê. Consequentemente, tudo aquilo que eu escrevi,
guiado pela Vontade Divina, irradia a Luz de Deus para o leitor.
Podemos dizer que este recebe Johrei através dos olhos, pela
Luz irradiada das letras. Assim, quanto mais a pessoa lê, mais
aprofunda sua fé, e mais purificado vai ficando seu espírito.
Quanto mais a fé ganha plenitude, mais irrefreável é a vontade
de ler. Por isso, é bom que leiam meus Ensinamentos muitas
vezes, até os assimilarem bem.”
Lê-lo com atenção:
“Você tem lido meus os meus Ensinamentos? Tudo que
eu digo e faço, está escrito neles. Cometer uma falha como essa

302
significa ainda que lhe falta leitura. Leia com toda atenção pelo
menos trinta minutos por dia!”
Com objetivo de praticá-los:
- Você está lendo? - Sim, estou. - Está lendo mesmo? Com
que lugar do corpo você lê? - Leio com os olhos. - Isso significa
que você está lendo com a cabeça, não? - É sim senhor. - Não
adianta ler com a cabeça! Leia avidamente com o coração!
Vendo suas atitudes, não parece que você está lendo de fato.
Não há nada que deixe transparecer isso. Eles devem ser lidos
para serem praticados e não apenas por ler.”
Meishu-Sama diz de quem é a tarefa de sistematização
de seus ensinamentos:
“A Bíblia foi escrita posteriormente. Assim também, eu
prego de acordo com a ocasião, mas quem vai organizar meus
Ensinamentos são vocês. Portanto, não há necessidade de me
ficarem fazendo perguntas a toda hora. Os jovens, daqui para
frente, precisam compreender bem os Ensinamentos. Se não
assimilarem sua natureza ideológica, não conseguirão realizar
bons trabalhos.”
Nidai-Sama escrevendo sobre os ensinamentos de
Meishu-Sama declara que o Fundador possui o dom de
manobrar o poder de expressão, ora shojo, ora daijo:
“Meishu-Sama possuía um dom singular para expor a
Verdade, baseando-se por vezes, no princípio "Shojo" e de
outras, guiando as pessoas pelo caminho "Daijo". Utilizava-se de
uma variedade infinita de processos em seus métodos de
explanação, de acordo com o tempo, a situação, a natureza do
indivíduo e o nível de compreensão. Com sua excepcional
perspicácia no uso da palavra, Meishu-Sama manobrava o poder
de expressão.”
Isso porque:
“Um dos Ensinamentos de Meishu-Sama diz: "Nos mais
altos níveis de compreensão espiritual, podemos tanto ir para a
direita como para a esquerda, conforme Deus abre o caminho."
303
Meishu-Sama estava indicando a importância de aceitar
totalmente qualquer direção que Deus escolheu para nós.”
Diz também que estes ensinamentos possibilitam
agradecer o Fundador:
“Agradecer a Meishu-Sama por nos mostrar o caminho
da verdade é viver os Ensinamentos pelos quais ele alicerçou sua
vida.”
Permitem atingir os degraus no processo espiritual:
“Permitam-me lembrar-lhes, entretanto, que o despertar
do poder de Deus pelo Johrei, é apenas o primeiro degrau. Há
muitos outros degraus no processo espiritual. Através do estudo
e da prática dos Ensinamentos de Meishu-Sama sobre a Nova
Era, podemos atingir cada um deles.”
Proporcionam um padrão de sempre correto viver:
“Meishu-Sama ensinava o que praticava. Vivia
perenemente de acordo com tudo o que cria. Tudo o que ele
escrevia era resultado da sua própria aprendizagem e
experiência. Seus ensinamentos proporcionam um padrão de
sempre correto viver.
Enquanto as coisas andam suavemente, todos
aparentamos firme fé. As diferenças dos níveis de compreensão
começam a aparecer quando nos defrontamos com dificuldades
e problemas. Queixar-se de situação difícil, e demonstrar
derrota, é carência básica de compreensão e fé não
suficientemente alicerçada.
Meishu-Sama era homem de convicções e de ação. Nós
não podemos alcançar o seu nível da noite para o dia, mas é
importante a nossa aspiração em alcançá-lo. Com isto em
mente, urge estudar os seus Ensinamentos desveladamente e
praticar as verdades que encerram cada dia de nossas vidas.”
No que se refere aos jornais da Igreja:
“Observando a redação de nosso jornal, poderão
compreender isso muito bem. Os crimes ou aspectos negativos
da sociedade jamais são explorados de forma sensacionalista.
304
Dessa forma, despertamos a sociedade e reafirmamos a absoluta
rejeição do mal. Talvez seja uma posição muito natural para um
jornal religioso, mas, se publicações desse tipo contiverem
simplesmente artigos semelhantes a sermões, como se
estivessem mastigando vela, não sendo lidas. Como essas
publicações são infrutíferas, o nosso jornal, mesmo que se trate
de um pequeno comentário, publica artigos que toquem a fundo
o coração dos leitores. Publica, também, teorias novas, que
raramente são apresentadas. É assim que ele atrai as atenções.
Além disso, através do “suntetsu” (sátira curta e incisiva),
fazendo com que os leitores consigam captar o ponto vital das
coisas. Principalmente os relatos de graças recebidas, que são
artigos característicos de nosso jornal e representam fatos
verídicos - recentes milagres de valiosas vidas que foram salvas -
nunca deixam de ser lidos. Os leitores ficam maravilhados e
talvez não haja um só que não se comova.
Como podemos ver, talvez não exista atualmente um
jornal igual ao nosso, que rejeita o mal e inspira fortemente o
bem. Podemos, portanto, dizer que, mesmo em pequena escala,
ele é, uma existência de caráter luminoso cujo brilho é único,
destacando-se pelo seu objetivo de melhorar o sentimento das
pessoas.”
Acerca das palestras.
“Quando chegou a minha vez de subir ao palco, as
palavras foram brotando e acabei falando sem me prender ao
texto que havia preparado há muito.”
Além de difundir a Fé através do Johrei e dos escritos,
como vinha fazendo até ali, Meishu-Sama decidiu empenhar-se
também na difusão direta, por meio de palestras. Em fevereiro
de 1951, realizou a primeira com mais de quatro mil pessoas,
ficando pessoas do lado de fora.
“Para divulgar a nossa Religião, utilizamos até agora o
Johrei e as publicações. Daqui em diante, também vamos
difundi-la por meio de mesas-redondas e palestras em
305
auditórios, nas mais diversas localidades. À difusão através da
visão e da cura de doenças será acrescentado o método que
alcança as pessoas pela audição. Utilizando esses três meios,
poderemos operar grandiosos resultados.
O novo método consiste em transmitir explicações
morais sobre a Igreja, procurando mostrar que se trata de uma
religião realmente fora do comum. Entretanto, para que nos
compreendam, é necessário nós próprios termos profundo
conhecimento sobre a Fé que professamos. Só assim faremos
com que os nossos ouvintes, conscientes de que a Igreja
Messiânica Mundial é de fato uma grande religião, tenham
vontade de ingressar nela.
Paralelamente a marcha do Plano Divino, pretendo
publicar projetos mais recentes, elaborados sob a Orientação de
Deus, os quais abrangem Política, Economia, Educação, etc.
Através deles, os leitores poderão reconhecer a magnitude dos
objetivos da Igreja Messiânica Mundial.”

Interior e Exterior.

“Freqüentemente, as pessoas me perguntam: Meishu-


Sama, o senhor não vai vir para o interior?" Então, dou-lhes o
exemplo do eixo de rodas. Digo que o eixo não pode se deslocar,
e com isso elas entendem.”
No entanto, passou a ir para o interior, realizando
durante cerca de cinco anos viagens missionárias sempre para o
oeste.
Na primavera de 1951, Meishu-Sama fez sua primeira
viagem missionária a Quioto. Ao sentir forte impressão desse
local, ordenou que adquirissem um terreno naquelas
proximidades. Então em 1952, foi anunciada a venda de um
terreno, mas como se pedia um preço exorbitante, o assunto foi
dado por encerrado. No entanto, em outubro desse mesmo ano,
o proprietário precisou de dinheiro e o vendeu por um preço
306
justo. Esse foi o evento de maior importância, ou seja, a
aquisição do Solo Sagrado de Heian-Kyô (Terra da
Tranqüilidade):
Outro acontecimento:
“Fui às cidades de Quioto e Nara, mas não despendi
muito tempo. Sou muito rápido. As outras pessoas ficam todas
atrapalhadas, mas eu consigo entender logo.”
Um discípulo conta:
“Por exemplo, quando ele visitou os velhos templos de
Quioto, famosos pelas estátuas de Buda, ele passava
rapidamente por aquelas que não tinham grande valor artístico,
olhando-as apenas de relance. Quando, porém, deparava com
uma verdadeira obra de arte, ele parava e a examinava
avidamente, embora também não se detivesse por muito
tempo. Penso que Meishu-Sama dava imenso valor às
inspirações de fundo espiritual que recebia nesses momentos.
Numa dessas excursões, visitamos o Templo ShinYakushi,
em Nara. No interior do templo, Meishu-Sama começou a
examinar as famosas estátuas das Doze Divindades. Logo, ele
apontou uma dessas figurasse disse: "Esta é diferente."
Daquelas doze estátuas, onze foram consideradas
tesouros nacionais, mas a décima segunda foi feita para
substituir a original que se perdera. Embora se tratasse da
primeira vez que as via e estivesse meio escuro no pátio,
Meishu-Sama imediatamente verificou que essa era apenas uma
réplica.”
Um discípulo conta esse ocorrido:
“Num mês de 1953, quando visitava a região dos Estados
de Koti e Hiroshima fazendo difusão, sofri muito com uma
purificação na parte superior da cabeça. Então, pensei, na
próxima vez que for receber Johrei, vou pedir a Meishu-Sama
que ministre nessa região. Assim, quatro ou cinco dias antes, já
vinha orando nesse sentido.

307
Entretanto, quando me sentei diante dele e abaixei a
cabeça pedindo o seu Johrei, Meishu-Sama puxou-me para mais
perto e, pondo a sua mão esquerda na região occipital,
ministrou com a mão direita, justamente na parte superior da
cabeça.
Como foi algo muito certeiro, sem querer dei um sorriso.
Meishu-Sama perguntou-me o que havia acontecido e respondi-
lhe: “Sim, como há quatro ou cinco dias minha cabeça não
estava bem, vinha pensando em pedir-lhe Johrei, especialmente
nessa região. Porém, antes mesmo de pedir, o senhor pôs a sua
mão no local certo e ministrou-me Johrei imediatamente. Por
isso espantei-me.
Então, Meishu-Sama disse-me: “Através do seu
pensamento, Deus fica sabendo de tudo com antecedência”.”
Em 1953, utilizou a Shunju-An (Vila Primavera-Outono),
uma casa de 228 metros quadrados, que foi o local onde ele
empenhou-se na orientação aos ministros. Bem como, utilizou a
Tihan-Tei (Vila Beira do Lago), com 298 metros quadrados, que
foi um lugar de aprimoramento para os fiéis.
Em 11 de maio deste ano diria:
“Agora, torna-se necessário que eu fale a meu respeito.
Como todos sabem, escolhi três locais para Solo Sagrado
Hakone, Atami e Quioto, no Japão. — lugares extremamente
aprazíveis, onde estou construindo, atualmente, um pequeno
protótipo do Paraíso Terrestre. Meu objetivo é criar um
ambiente paradisíaco cujas características internas e externas
estejam harmonizadas: enormes jardins com a beleza das
montanhas e das águas, um palácio das belas-artes, construções
inéditas entre as religiões, etc. Dedico-me, também, ao
desenvolvimento revolucionário da medicina e da agricultura;
além disso, através de infinitos e fabulosos milagres, empenho-
me em fazer com que o homem se conscientize da existência de
Deus. Enfim, faço difusão religiosa por métodos ainda não
explorados, ainda não utilizados por nenhum homem.”
308
Certa vez, em suas viagens missionárias, um devoto de
outra religião recebeu Ordem do Alto para servir a Meishu-
Sama: “Um homem Divino virá aqui. Esse lugar é pouco
freqüentado e está muito sujo; vá até lá e faça limpeza.”
Meishu-Sama quando lá chegou:
“Quando me coloquei diante da Imagem de Kannon, a
energia espiritual de que ela emanava começou a penetrar em
mim. Era uma sensação inexprimível e eu tive vontade de
chorar. Isso significa que há muito tempo Kannon estava
esperando por aquele momento. De fato, para os deuses
também existe o tempo certo. Até que este chegue, eles nada
podem fazer, Kannon esperava pelo tempo certo naquele
templo.” [alguém em estado de união com Deus]
A última viagem em 1954, quando todos estavam
preocupados para que não chovesse: “O Deus Dragão, que é
dominador da chuva, fará com que tudo corra bem.” E assim foi
feito, um Sol bem fraco começou a raiar.
Nidai-Sama conta a respeito da estadia de Meishu-Sama
no Templo Muroji:
- Nosso Líder Espiritual deseja visitar o templo, seria
recebido no salão nobre?
- Para os senhores ele pode ser um Líder Espiritual muito
importante, mas nós só poderemos deixá-lo entrar no salão se o
reconhecermos digno dessa honraria.
- [No dia combinado, quando Meishu-Sama chegou ao
templo, o Bonzo Responsável foi recepcioná-lo vestido
cerimoniosamente e, além de encaminhá-lo ao salão nobre,
tratou-o com a maior gentileza possível. Achando isso estranho,
perguntaram a razão e obtiveram a seguinte explicação:]
Naquela noite, Meishu-Sama revelou uma parte do
mistério que ocorrera:
“Eu estive muito contente o dia todo e talvez ninguém
entenda minha alegria. A chuva que hoje caiu foi mandada pelos
dragões. Eles querem ajudar a Deus na construção do Mundo de
309
Miroku, entretanto, na condição de dragão, não o conseguem.
Para tanto, precisam voltar à sua qualificação divina original, o
que só conseguirão banhando-se de Luz. Assim, hoje,
aproveitando minha vinda a este lugar, milhares de dragões
expressaram sua gratidão com a chuva que caía à frente do meu
carro. Essa gratidão é transmitida a mim, e por isso me sinto tão
feliz que não consigo conter as lágrimas.” [os dragões assumem
em cada cultura, uma função e uma simbologia diferentes,
podendo ser fontes sobrenaturais de sabedoria e força, ou
simplesmente feras destruidoras. Na cultura chinesa antiga, os
dragões possuíam um importante papel na revisão climática,
pois eram considerados como os responsáveis pelas chuvas.
Assim, era comum associar os dragões com a água e com a
fertilidade nos campos, criando uma imagem bastante positiva
para eles, mesmo que ainda fossem capazes de causar muita
destruição quando enfurecido, criando grandes tempestades.
Nas lendas japonesas os dragões desempenham papel divino, o
dragão Ryujin, por exemplo, era considerado o deus dos mares].
Um membro conta:
“Este fato aconteceu no verão de 1954, durante a
permanência de Meishu-Sama em Hakone, onde morávamos.
Certo dia em que estava fora, minha mulher começou a
sentir forte dor de cabeça e de dente a ponto de desesperá-la.
Ministrou Johrei em si própria, mas a dor não cedia.
Alguém a informou de que Meishu-Sama passaria em
frente à nossa casa. Minha mulher conseguiu limpar a área
externa da casa com a mão segurando a parte dolorida do rosto.
Feito isso, postou-se do lado de fora à espera do carro de
Meishu-Sama.
Para espanto seu, no momento em que o carro passou
defronte dela, aquela terrível dor desapareceu. Nem bem tinha
entrado em casa e sentado, começou a sair pus e sangue da
gengiva, a inchação em torno do pescoço diminuiu e a dor de
cabeça desapareceu.
310
Ela se sentiu tão bem que tudo dentro de casa se tornou
mais bonito e agradável.”
Meishu-Sama não foi ao exterior, mas fez difusão no
exterior. Nos Estados Unidos:
“Posteriormente, a linha de difusão deverá se estender
aos Estados Unidos e demais países. Se não construir o Paraíso
Terrestre nos Estados Unidos, a Igreja Messiânica Mundial não
se tornará mundial. Mas é uma questão de tempo, pois se trata
de uma concretização que está determinada. Depois será na
Europa e em direção ao Oriente, em países tais como a China, a
Índia e Birmânia”.
As determinações são apresentadas às vezes diferentes:
“Doravante buscarei, cada vez mais, o Ocidente. Irei
primeiro à China e mais tarde chegarei à Europa.”
A previsão de Meishu-Sama, de que seria fácil notar as
falhas existentes por trás do esplendor da mais rica civilização
material do mundo, se confirmou. Relatórios mostravam que o
número de pessoas acometidas de câncer, doenças do coração e
até tuberculose era cada vez maior na sociedade americana.
Assim, editou a obra ‘Salvar os Estados Unidos’, título chamativo
já que o Japão havia acabado de perder a guerra para este país,
onde dizia:
“O representante da cultura materialista - a cultura
horizontal - é os Estados Unidos; o representante da cultura
espiritualista - a cultura vertical - é o Japão. A união do vertical e
do horizontal é que dará origem à verdadeira cultura. Assim
sendo, a tarefa mais importante é unir a cultura americana e a
japonesa.”
Diante da dificuldade dos ministros, que iriam fazer
difusão nos Estados Unidos, conseguirem permissão para entrar
neste país:
“Isso está acontecendo, obviamente, porque existe
alguma coisa atrapalhando. Como se trata de uma grande
transformação, pois é a primeira vez que a Verdadeira Luz será
311
irradiada no Mundo Espiritual do Ocidente, a oposição de
Satanás é terrível, sabe? Mas Deus já decidiu; por isso não há
com que se preocupar. Com certeza é preciso esperar o próximo
ano e a passagem do Dia do Início da Primavera, pois esse dia é
um marco de grandes mudanças.”
O que levar para este país:
“Cada um tem uma missão. Você não precisa se
preocupar com dinheiro. Lembre-se de que todas as riquezas do
mundo pertencem a Deus. Para a Sede Ele envia a quantia
necessária através de pessoas sinceras. Quando o tempo chegar
e os fiéis começarem a entender a Verdade, será surpreendente.
Ao invés de se ocupar dessas coisas, pense em salvar logo o
mundo. Por isso, faça o que as pessoas estão querendo e
tranqüilize-as. Compre logo um terreno, construa uma casa e
mostre a elas, de forma concreta, que a Oferta de Gratidão
estão sendo usada aí mesmo. Assim, elas verão que o nosso
objetivo é salvar as criaturas, e não, juntar dinheiro.”
Escutando as inúmeras vozes dos americanos que diziam:
“A idéia e a filosofia de Meishu-Sama são maravilhosas, mas nós
somos cristãos”, tornou-se claro que a forma de buscar Meishu-
Sama estava limitada. Então se refletiu: “Não estaria terminando
o tempo de apresentar Meishu-Sama ao mundo somente como
simples Fundador de uma religião?”
Na Argentina:
“Ontem também recebi uma carta de uma pessoa da
Argentina, datada de junho deste ano. Como ela desejava a
Salvação a qualquer custo, eu lhe enviara, anteriormente, o
"Ohikari" e os Ensinamentos. Segundo a carta, ela começou a
servir com grande fervor e creio que, brevemente, a Obra Divina
irá se expandir também naquele país, Nesse caso, o melhor é
fazer difusão através de correspondência. É muito difícil ir
sempre a um local tão longe. Por isso, posteriormente, quando
lá forem formados membros por correspondência, um dia,

312
teremos que enviar alguém; tendo esse tipo de preparação,
depois fica mais fácil.”
“Esta forma de orientar as pessoas distantes através de
cartas [A partir de agora, a divulgação dos Ensinamentos vai ser
feita através de e-mails que serão enviados pela internet ao
mundo todo] me parece a mais adequada, pois torna muito
dispendioso viajar para longe, toda vez que alguém necessita de
ajuda. Se, porém, aumentar bastante o número de membros
devido à orientação por correspondência, vou, logo mais, enviar
um representante que, ao chegar, já encontrará pessoas
capacitadas a recebê-lo cordialmente, Assim o seu trabalho
junto ao grupo será mais ameno e aceito com alegria. Eu acho
essa a maneira mais diplomática de realizar a Obra Divina,
porque tudo estará sendo feito dentro de uma lógica. E toda vez
que agirmos de acordo com a lei, Deus estará predisposto a
ajudar sem exigir de nós sacrifício algum.”

3.2. Passou a ser chamado de Meshia-Sama.

De 1954 a 1955, ou seja, dos 71 aos 72 anos.


Neste item se aborda: Vinda; Ascensão; Eternidade do
Deus Homem.

 Vinda.

Neste ponto: Purificação; Chegada do Messias;


Convalescença.
Purificação.

Meishu-Sama:
“No Ofudesaki, livro psicografado da Oomoto, está
escrito que Kunitokotati no Mikoto vai aparecer no mundo
material para julgar os vivos. Em outros textos, consta que até
este momento, protegeu a humanidade, permanecendo oculto,
313
mas agora vai surgir diante dela, iniciando assim o julgamento
no mundo físico. (...) Hoje, 04 de fevereiro de 1954, é, portanto,
o dia do início do julgamento final. Terrível para quem tem
máculas (...), estarão mais aceleradas as doenças, e o mal
causado pelas toxinas dos remédios ficará, cada vez, mais
evidente.”
Em 19 de abril de 1954, aos 71 anos, por volta das 14
horas, ocorreu um fato que ninguém previa. Enquanto que
organizava as obras de arte que colecionara, Meishu-Sama
sentiu-se mal repentinamente, caindo de cama com sintomas de
derrame cerebral. Seu estado inspirava cuidados, mas no quinto
dia já conseguia ficar sentado no leito.
Sem condições de dar prosseguimento as atividades e
muito atento a preocupação dos fiéis, Meishu-Sama mandou
gravar uma mensagem para ser transmitida a eles. Dizendo que
sua purificação fora determinada por Deus e tinha um
importante significado na Obra Divina, pedia-lhes que
continuassem dedicando com tranqüilidade.
Durante essa purificação, Meishu-Sama passou dias
seguidos com intensas dores na cabeça e nos pés, não
conseguindo alimentar-se nem dormir à noite. No quinto dia,
estava dormindo um sono leve, quando repentinamente
acordou em prantos. Assustada uma tia de Yoshi, perguntou-lhe
se estava se sentindo mal, ao que ele respondeu:
“Não, não estou. É que acabei de ver a situação do Fim
do Mundo. É bem pior do que eu imaginava e por isso me sinto
muito triste. Afinal, quem mais sofre com destruição da
humanidade é Deus, sabe?”
Num texto messiânico intitulado “Mokiti Okada – Manual
de Estudos” existe um escrito que diz no seu final “Este
documento não pertence aos Ensinamentos de Meishu-Sama.
Foi colocado aqui para estudos e comparações com o que nosso
Mestre nos ensina sobre o Século XXI e Juízo Final” e diz no seu

314
início “Segredo de Fátima – Por favor, repasse, mesmo que você
não leia.” Ei-lo a seguir:
“O que é sabido é que a Igreja Católica, na época,
prometeu revelar o terceiro segredo [de Fátima – 3ª Profecia
de Fátima] somente após a passagem das datas em questão
(pelo menos isso fecha com este texto).
E JÁ SE PASSARAM 88 ANOS DESDE A APARIÇÃO DE
FÁTIMA!
1) Após o Papa Pio VI, haveria 12 papas que chegariam
ao fim de seus papados: João Paulo II era o décimo segundo!
2) O papa que o precederia (o 11º) teria um período
muito curto no papado (detalhe: o papado é vitalício): o Papa
João Paulo I morreu um mês após ter sido eleito.
3) O 12º Papa teria um longo papado: João Paulo II
ficou 27 anos no papado, de 1978-2005. O 3º papado mais
longo da História.
4) O sucessor de João Paulo II, segundo a profecia,
provocará uma revolução na própria Igreja Católica: (????)
A IGREJA DEU PERMISSÃO DE REVELAR O TERCEIRO
SEGREDO DE FÁTIMA.
A igreja deu permissão de revelar aos fiéis uma parte
da mensagem de Fátima. Maria, mãe de Jesus, apareceu a três
crianças em 1917. Isto foi provado e manifestações
extraordinárias ocorreram, sendo testemunhadas por dezenas
de milhares de pessoas. Uma das meninas ainda vivia até
recentemente; ela se chamava Lúcia (*Irmã Lúcia), freira que
residia enclausurada em um convento na Europa. A irmã Lúcia
deu a conhecer a mensagem primeiramente ao Papa Pio XII
que, ao terminar de lê-la, estava tremendo, mas manteve a
mensagem em segredo e não a deu ao conhecimento público.
Ao tempo devido, também a leu o Papa João XXIII, que fez a
mesma coisa. Eles agiram daquele modo porque sabiam que,
quando revelado, isto causaria pânico mundial e desespero.

315
Agora outra parte é revelada, NÃO PARA CAUSAR
PÂNICO, MAS PORQUE AS PESSOAS DEVEM CONHECER ISTO
PARA QUE SE PREPAREM.
A Santa contou à Lúcia: “Veja, minha filha, eu mostrei
para o mundo o que acontecerá entre os anos 1950 – 2001”.
Os homens não estão pondo em prática os Mandamentos que
Nosso Pai nos deu. Satã está dirigindo o mundo, semeando
ódio e discórdia em todos os lugares. Os homens fabricaram
armas mortais que destruirão o mundo em minutos, a metade
da humanidade será horrorosamente destruída, a guerra
começará. Contra Roma, haverá conflitos entre ordens
religiosas. Deus permitirá que todos os fenômenos naturais,
como a fumaça, o granizo, o frio, a água, o fogo, as
inundações, os terremotos, o tempo inclemente, desastres
terríveis e invernos extremamente frios, acabem pouco a
pouco com a Terra; estas coisas de qualquer maneira
acontecerão nas proximidades do ano 2.000. Esses que não
querem acreditar, agora é tempo, a Mãe Sagrada da
humanidade lhes fala.
Pratique atos de caridade com seu próximo que
necessita; dos que não se amam uns aos outros como meu
Filho os tem amado. ALGUNS DESTES PODERÃO SOBREVIVER,
mas eles quererão ter morrido, milhões destes perderão a
vida em segundos. A classe de castigos que estão em frente a
nós, na Terra, é inimaginável, e eles virão não há nenhuma
dúvida. Nosso Senhor castigará duramente a quem não creia
nele, aos que O rejeitam, e aqueles que não tiveram tempo
para Ele. Eu chamo a todos que venham para meu Filho Jesus
Cristo; Deus é ajuda para o mundo, mas todo aquele que não
der testemunho de fidelidade e lealdade, este será destruído
de forma terrível".
O Padre Agustín, que reside em Fátima, diz que o Papa
Paulo VI lhe deu permissão de visitar a irmã Lúcia, já que ela
era monja de clausura, e não podia sair ou receber visitas. O
316
Padre Agustín contou que ela o recebeu com o coração
partido e lhe falou: ''Padre, Nossa Senhora está muito triste
porque quase ninguém se interessou pela profecia dela em
1917; assim os bons têm que caminhar por uma estrada
estreita e, deste modo, os maus irão por uma estrada larga
que os levará diretamente à própria destruição; e me acredite,
Padre, o castigo virá muito em breve. Muitas almas podem
perder-se e muitas nações desaparecerão da Terra. Mas,
apesar de tudo isso, se os homens meditarem, rezarem,
levarem a término ações boas, o mundo poderá ser salvo.
Caso contrário, se os homens insistirem em suas maldades, o
mundo humano se perderá para sempre.
Chegou o tempo para todos de transcrever a
mensagem de Nossa Senhora para seus familiares, seus
amigos, para os amigos deles e para o mundo inteiro. De
começar a rezar, de elevar seus espíritos, de fazer penitências
e de se sacrificar. Nós estamos a cerca de um minuto do
último dia e a catástrofe se aproxima. Devido a isso, muitos
que estão afastados se voltarão aos braços da Igreja de Jesus
Cristo. Todos os países, Inglaterra, Rússia, China, etc., todos os
religiosos, os protestantes, os espíritas, os muçulmanos, os
budistas e os judeus. Todos regressarão, adorarão e crerão em
Deus, em seu enviado Jesus Cristo e em sua Santa mãe. Mas o
que nós devemos esperar? Em todos os lugares se fala de paz
e tranqüilidade, mas o castigo virá.
UM HOMEM EM UMA POSIÇÃO MUITO ALTA SERÁ
ASSASSINADO E ISTO CAUSARÁ A GUERRA.
UMA ARMADA PODEROSA CAMINHARÁ ATRAVÉS DA
EUROPA E A GUERRA NUCLEAR COMEÇARÁ
Esta guerra destruirá tudo, a escuridão cairá sobre a
Terra durante 72 horas (três dias). Apenas uma terça parte da
humanidade sobreviverá a estas 72 horas de escuridão e
terror e começará a viver em uma era nova; serão as pessoas
boas. Em uma noite muito fria, 10 minutos antes da meia-
317
noite, UM GRANDE TERREMOTO sacudirá a Terra durante 8
horas. Este será o terceiro sinal de que Deus é quem governa
a Terra. Os bons, aqueles que propagarem esta mensagem, a
profecia da Santa Mãe Maria anunciada em Fátima, não
DEVEM TEMER, não TENHAM nenhum receio. O QUE FAZER?
Ajoelhe-se e peça perdão a Deus. Não deixe a sua casa e não
deixe ninguém estranho entrar. Porque só o bom não estará
em poder do mal e sobreviverá à catástrofe. De forma que
você deve se preparar e permanecer com vida; como meus
filhos que são, lhes darei os seguintes sinais:
A NOITE SERÁ EXTREMAMENTE FRIA;
SOPRARÃO VENTOS MUITO FORTES;
HAVERÁ MUITA ANGÚSTIA E EM POUCO TEMPO
COMEÇARÁ UM GRANDE TERREMOTO, QUE FARÁ
ESTREMECER TODA A TERRA.
Em sua casa, feche portas e janelas e não fale com
ninguém que não esteja em sua casa.
Não olhe para fora, não seja curioso, porque esta é a
ira do SENHOR.
Acenda velas benditas, porque por três dias nenhuma
outra luz se acenderá.
O movimento da Terra será tão violento que moverá o
eixo da Terra (23 a 20 graus); depois ela regressará à sua
posição normal. Então uma escuridão absoluta e total cobrirá
a Terra inteira. Todo espírito maligno andará solto, fazendo
muito mal às almas que não quiseram escutar esta mensagem
de advertência e para aqueles que não quiseram se
arrepender.
Que as almas benignas cristãs se lembrem de acender
as velas santificadas, preparar um altar sagrado com um
crucifixo para comunicar-se com Deus através de Seu Filho, e
Lhe implorar Sua infinita misericórdia. Tudo estará escuro.
Então, uma grande Cruz Mística aparecerá no céu, lembrando

318
o precioso preço que o Seu Filho pagou por amor à
humanidade e pela nossa redenção.
Na casa a única coisa que poderá dar luz são as VELAS
SANTIFICADAS de cera, que uma vez acesas nada poderá
apagar até que terminem os três dias de escuridão. Todos
também devem ter consigo ÁGUA BENTA (ou magnetizada),
que aspergirão pela casa inteira, em especial nas portas e
janelas.
O Senhor protegerá as propriedades dos eleitos.
Ajoelhem-se diante da cruz poderosa do Seu divino Filho,
rezem com devoção e depois digam o seguinte:
"OH DEUS, PERDOAI NOSSOS PECADOS, SALVANDO-
NOS DO FOGO DO INFERNO, LEVE PARA SEU LADO TODAS AS
ALMAS, ESPECIALMENTE AQUELAS MAIS NECESSITADAS DE
TUA MISERICÓRDIA. DOCE MÃE MARIA, INTERCEDA POR NÓS!
NÓS A AMAMOS, SALVA NOSSO MUNDO."
Aqueles que acreditam nas palavras acima, levem essa
mensagem aos demais.
OS JUSTOS NÃO DEVERÃO TEMER NADA NO GRANDE
DIA DO SENHOR.
Falem com todas as almas agora, enquanto ainda há
tempo; os que permanecem calados agora serão responsáveis
pelo grande número de almas que se perderão pela
ignorância. Quando a Terra já não mais tremer, aqueles que
ainda não crerem em Nosso Senhor morrerão horrivelmente.
O vento trará gases e os espalhará por toda a parte, não sairá
o sol. Pode ser que você viva depois desta catástrofe. Não
esqueça que o castigo de Deus é Sagrado e que, uma vez
começado, não devem olhar para fora, por qualquer razão, já
que Deus não quer que nenhum de seus filhos veja quando
castigar os pecadores renitentes.
Tudo isso está nas Escrituras Sagradas, veja no Novo
Testamento:
- S. Lucas (Capítulo 21, versos 5:11, 12:19, 20:20, 29:33)
319
- Carta de S. Paulo (Capítulo 3, 8-14).
- O profeta Isaías (cap. 40,1: 5:9).
Deve-se entender que Deus permitirá que tudo isso
aconteça. O Papa e os bispos estão esperando outra
mensagem que falará de arrependimento e de oração.
Lembre-se sempre que a palavra de Deus não é uma ameaça,
mas uma boa notícia''.
Por favor, reproduza esta folha e envie isto a quantos
você conheça de forma que todos nós tenhamos
oportunidade para arrependermo-nos e sobreviver. Nós não
sabemos se aqueles que estão recebendo esta mensagem
acreditam ou não Nele, mas pense que se Deus permitirá que
chegue a eles é porque os quer, seja qual for sua religião. Se
você não acredita nesta mensagem, pelo menos a envie para
outros, não lhe custa nada, de modo que aqueles que
acreditarem, tenham uma oportunidade para decidir por si
mesmos. Lembre-se de que tudo isso pode ser evitado se
colocarmos em prática os Dez Mandamentos que Nosso
Senhor nos deu. São 10 coisas tão simples que se TODOS nós
puséssemos em prática, poderíamos obter Seu perdão.
A Irmã Lúcia faleceu em 11 de fevereiro de 2005. Desde
os anos 20, já tem sido alertado que esta profecia seria
cumprida após a morte dessa Irmã.”
Para estudos e comparações se põe o que o Mestre
ensina sobre Juízo Final e mais adiante, em 3.3., sobre o Século
XXI.
“(...) Deus não cria nada além do que é preciso. Tudo é
criado e eliminado de acordo com as necessidades. Sendo
essa a Verdade, que eu sempre afirmo, fica bem clara a minha
missão, determinada pelos Céus. A mim é dado conhecer
todos os mistérios, sendo-me atribuído, de maneira ilimitada,
o poder da Inteligência Superior. Sob a Orientação Divina,
estou trabalhando para levar esse fato ao conhecimento de
toda a humanidade e edificar a nova cultura, a cultura ideal.
320
Todavia, como o homem da atualidade possui uma
inteligência muito desenvolvida, ele não iria aceitar que lhe
dessem uma explicação de maneira simples como nos tempos
antigos. Segundo a Vontade de Deus, é necessário mostrar-lhe
milagres comprobatórios e, ao mesmo tempo, transmitir-lhe
as teorias de forma que elas possam ser aceitas. É por essa
razão que Ele faz ocorrer milagres em grande quantidade.
Nesse sentido, por um lado apontam-se os erros; por outro,
dão-se provas através de milagres. Sinto-me, portanto,
extremamente grato e sensibilizado pela grandeza da
Providência de Deus.
Observando-se a Divina tarefa que no momento estou
executando, não haverá qualquer margem para dúvidas sobre
a veracidade de minhas palavras. Provavelmente a
humanidade jamais sonhou com uma obra de tão grande
porte e de absoluta salvação. Por conseguinte, se uma pessoa,
tomando conhecimento dela, não consegue despertar, é
porque é cega de alma e não tem possibilidade de ser salva
pela eternidade. Além disso, se forem submetidos, no futuro
próximo, ao supremo perigo representado pelo "Fim do
Mundo", aqueles que não estiverem preparados serão
tomados de pânico e irão se arrepender, mas aí já será
demasiado tarde.”
“Foi exatamente essa a advertência de Cristo
[Arrependei-vos porque o Fim da Noite se aproxima], feita já
há tantos anos, quando se referiu ao “Fim do Mundo”.
Entretanto, até hoje os homens não entenderam o significado
do Juízo Final, nem sabem a época em que vai ocorrer. Por
essa razão, ainda não despertaram inteiramente. Agora,
porém, em que o tempo, na realidade, se aproxima, Deus
permite que eu soe um estridente alarme ao falar de modo
claro sobre o verdadeiro sentido do “Grande Juízo”. Será um
período de inúmeras transformações, tanto no mundo físico
quanto espiritual, e também uma oportunidade durante a
321
qual o imenso amor divino poderá salvar o maior número
possível de pessoas, uma vez que Deus, como executor da
grande mutação, terá em Suas Mãos o destino de toda a
humanidade.
Entretanto, para que a misericórdia suprema se
manifeste, é preciso que os homens, desde já, se arrependam
e se entreguem irrestritamente ao Criador, pedindo-Lhe
perdão pela enorme carga de máculas acumuladas. É a única
maneira de ultrapassarem ilesos essa fase. Não haverá outro
caminho.”
“Falarei um pouco sobre o Juízo Final. Seu ponto
fundamental é que ele não passa de uma grande limpeza de
âmbito mundial. Todos os pecados e impurezas acumulados
durante um longo tempo deverão passar por um processo de
purificação. Nesta ocasião, para aqueles que possuírem
muitas máculas, não haverá outro caminho senão ser
eliminados para sempre da face da Terra. É algo realmente
horripilante. Resumindo, aqueles que ainda forem úteis no
futuro serão poupados, mas todos os que não o forem, não
terão salvação e serão liquidados.”
“(...) Quanto mais pecados e impurezas a pessoa tiver
em seu espírito, menos força ela terá para resistir à grande
purificação e, portanto, para ela só existirá um destino: dar
adeus de uma vez por todas a este mundo. (...)”
“Acredito que, quem quer que seja, ao ver este título
[“Virá uma época de grande pavor”], ficará surpreso. Quanto
aos membros, talvez nem tanto, mas as pessoas que o virem
pela primeira vez certamente se assustarão. Já venho me
referindo ao presente assunto há muito tempo, em várias
oportunidades. Mas, como essa época está bem mais
próxima, desejo expor de forma mais minuciosa.
Naturalmente, a cada dia, a cada mês, a purificação
está se intensificando no Mundo Espiritual; creio que, num
futuro bem próximo, as pessoas da sociedade em geral se
322
verão perdidas. Por isso, recentemente, conjeturando sobre a
necessidade de esclarecermos sobre o assunto, comecei a
escrever um livro sobre a reforma da Medicina. Acredito que
os fiéis já estão deveras cientes, mas, atualmente, todas as
pessoas possuem toxinas proveniente dos medicamentos em
grande quantidade, a ponto de nos deixar assustado. Sinto
que, quanto mais compreendemos sobre isso, maior se torna
o nosso pavor.
Mesmo assim, ao observar a sociedade atual, há
muitas pessoas que estão trabalhando ativamente como se
fossem pessoas extremamente saudáveis. Quando
observamos superficialmente, não podemos imaginar que
está para chegar uma época tão pavorosa. Portanto, creio que
não só as pessoas não-membros, mas também os membros
mais recentes terão dificuldades em acreditar nesse advento.
Na realidade, aqueles que aparentam ser mais
saudáveis correm maior risco, pois possuem grande
quantidade de toxinas medicinais fortemente solidificadas.
Portanto, com a chegada da referida época, principalmente
essas pessoas sofrerão uma purificação geral em decorrência
dessas toxinas. Devemos compreender que, assim, tais
pessoas estarão entre aquelas que serão as primeiras
atingidas pela referida purificação.
Venho afirmando a mais de vinte anos que a origem da
doença são as toxinas produzidas pelos remédios; no início, a
maioria das pessoas não acreditava, mas, à medida que elas
vão se tornando veteranas, a sua convicção sobre isso vai
aumentando.
O fato de não acreditar é admissível, pois desde
antigamente, desde os tempos dos ancestrais, tem-se assim
dito e, por isso, tornou-se lógico que “a doença é curada pelo
médico e pelo remédio”. Assim, podemos afirmar que não
existem pessoas que consigam compreender totalmente com
apenas uma ou duas explicações. Mas, ultimamente, parece
323
que elas começaram a compreender mais rapidamente, e isso
significa que houve certa mudança na maneira de ver a nossa
Igreja.
Mas, como afirmei anteriormente, se a purificação se
intensifica gradativamente, é natural que o número de
pessoas que a compreendem também irá aumentar na mesma
proporção. Isto porque, a cada dia, o método de solidificação
empregado pela Medicina irá perdendo o seu efeito. Em
contrapartida, como o Johrei é um método de dissolução - o
oposto - significa que o tempo se aliará ao Johrei.
Dessa forma, o número de doentes aumentará cada
vez mais; surgirão também vários novos tipos de doenças e os
médicos não saberão mais o que fazer; eles ficarão,
obviamente, num beco sem saída.
Os remédios e injeções que até agora eram
prontamente eficazes, além de passarem a não surtir nenhum
efeito, se tornarão o oposto. Portanto, virá uma época de
pavor em que, quando o médico puser a mão, a pessoa
poderá ter a sua doença agravada e chegar até a perder a
vida. Se isso começar a acontecer, tanto o governo, os
profissionais e as pessoas em geral compreenderão o
verdadeiro sentido da Medicina e acabarão por boicotar o
tratamento médico, o que se tornará realmente um grande
problema. Assim sendo, eles não poderão deixar de respeitar
a tese da nossa Igreja e de, ao mesmo tempo, dizer: "Sinto
muito por ter acatado naquela ocasião a tese da Igreja
Messiânica Mundial como algo estranho e por ter falado mal
da mesma", acabando, finalmente, por despertar.
Quando isso acontecer, ninguém desejará perder a
vida e todos os povos, naturalmente, virão em grande número
em busca de salvação. Como isso ocorrerá de uma só vez, não
será nada fácil para nós. Mas, enquanto as circunstâncias
assim o permitirem, poderemos salvá-los. Entretanto, como
não poderemos salvar todas as pessoas, as que se afastarem
324
de nós, infelizmente, não terão outra escolha, a não ser arcar
com a própria atitude tomada.
Há um Ensinamento da religião Oomoto: "Não adianta
recorrer a Deus quando chegar o momento decisivo, pois será
tarde demais. Para as pessoas que não ouvem com atenção,
no dia-a-dia, as palavras de Deus, Ele não poderá, naquele
instante, dar-lhes a devida atenção e, assim, nada poderá ser
feito. A devoção "de última hora” será tarde". São palavras
implacáveis, expressas em forma de epigrama. Está contido
nessas afirmações exatamente aquilo que pretendo dizer. Há
um outro Ensinamento: "Desta vez, o critério é mostrar, de
uma forma diferente, a existência ou não de Deus neste
mundo; por isso, quem quer que seja, se compreender que
Deus existe, não poderá deixar de capitular". Como são
severas essas palavras. Sinto-as penetrarem até os ossos.
Há algo que, em geral, as pessoas deixam passar
despercebido. Como se trata de outras religiões, sinto-me um
tanto receoso, mas como o tempo está bem próximo, e como
é para o bem da salvação da humanidade, achei necessário
expor. Assim, decidi escrever.
Devo dizer que as religiões de nada adiantarão para o
Juízo Final que está se aproximando. Isto porque a maioria dos
fundadores das religiões, além de não ter o poder de salvar o
mundo, precisa se salvar e aos seus fiéis. Assim, ultimamente,
eles têm vindo pedir-me seguidamente a salvação. Baseados
nisso, vocês poderão compreender que eles realmente não
possuem o poder de salvação.
As várias religiões talvez tiveram a função de fazer com
que o mundo continuasse a existir até os dias de hoje. Mas, já
que finalmente estamos numa situação inédita, de grande
transição, a cultura tradicional terá um destino catastrófico.
Também será uma época de retorno de todas as Igrejas
ao "UNO”; assim, todas as religiões formarão um grupo coeso
e, centralizadas na nossa Igreja, colaborarão, não só na
325
salvação do mundo, como também na construção do Paraíso
Terrestre.
Há ainda algo a esclarecer. No fim, ou a pessoa
extingue-se, voltando as costas para a nossa Igreja, ou será
salva, abraçando-a. Já que terá que escolher uma dessas duas
alternativas, acho melhor que se decida desde já. Esta será
também a tarefa de toda a humanidade num futuro próximo.”
Cristo disse: "Arrependei-vos porque o Fim do Mundo
se aproxima" e "Arrependei-vos porque está próximo o Reino
do Céu". O verdadeiro significado dessas duas advertências
nunca foi devidamente explicado, porque os tempos não eram
chegados. Reinava a Era da Noite. Mas eis que finalmente
chegou o tempo de anunciar o fim do Mundo da Noite e o que
isto significa: uma transição para o Mundo do Dia.
Cristo, ao falar em Fim do Mundo, referia-se ao fim da
Noite. O Reino do Céu é uma alusão ao Mundo do Dia. Este
mundo de trevas repleto de sofrimentos é simbolizado pela
Noite. O Mundo do Dia será um mundo de alegria repleto de
Luz, do qual terão sido eliminados todos os pecados, males e
sofrimentos.
O homem de fé, ao ouvir esta explicação, a aceitará
prontamente. Mas o materialista destituído de fé não poderá
compreendê-la.
Pela ordem, a Transição da Noite para o Dia começou
no reino de Yuguen, refletindo-se a seguir no Mundo
Espiritual e, posteriormente, no Mundo Material. A primeira
transição ocorreu no Mundo de Yuguen em 1881. A segunda
transição ocorreu no Mundo Espiritual em 1931. A próxima
transição, o início da grande mudança no Mundo Material, já
está iminente. Em suma, estamos no alvorecer de um Novo
Dia, aguardando o levantar do Sol no Céu Oriental.
Durante o período da Noite, o Espírito da Água
prevaleceu no Mundo Espiritual e o Espírito do Fogo ocupou
um plano secundário. Com a entrada do Mundo do Dia, o
326
Espírito do Fogo se tornará o principal e o Espírito da Água
passará a ser secundário. Isto significa que haverá uma
mudança das trevas para a claridade.
Se a mudança se limitasse a isso, não haveria motivos
para preocupação. Mas, em verdade, essa mudança produzirá
uma transformação sem precedentes, acarretando um
processo de destruição e criação, como o homem nunca antes
experimentou. O Mundo Espiritual será purificado e isto
refletirá no Mundo Material com o surgimento de grandes
catástrofes, de proporções inimagináveis.
À medida que o Espírito do Fogo se intensificar no
Mundo Espiritual, aumentará cada vez mais a força
purificadora. Conseqüentemente, o Bem e o Mal, o certo e o
errado se tornarão cada vez mais nítidos, provocando uma
purificação em toda a humanidade.
Basicamente, as doenças humanas constituem uma
ação purificadora provocada pelo Espírito do Fogo. Portanto, é
natural que quem possua uma grande quantidade de
impurezas no interior de seu corpo sofra purificações severas.
Até hoje, as doenças operavam uma purificação lenta e não
chegavam a ameaçar a vida. Mas no Fim do Mundo, as
moléstias serão violentas, produzindo grandes e
extremamente rápidas purificações. Dois ou três sintomas
simultâneos - dor de cabeça, tosse, diarréia, etc. - não chegam
a colocar a vida em risco. Mas quando se manifestarem
simultaneamente sete ou oito sintomas, não haverá quem
possa resistir. Os médicos não saberão decifrar a causa das
doenças e a morte repentina será inevitável. Em conseqüência
dessas grandes purificações que ameaçam a humanidade, virá
um período de horror indescritível, em que a quantidade de
vítimas será inumerável.
Cristo advertiu a humanidade sobre estes fatos com as
palavras do Juízo Final. Mas os homens, até hoje, não
entenderam a verdade acerca do Juízo e do tempo em que
327
este se daria, e por isto não puderam despertar
verdadeiramente. Agora que o tempo finalmente se aproxima,
Deus permite que eu escreva de modo concreto, para que o
grande alarme seja dado. Este é o significado do Grande Juízo
que se abaterá sobre a cabeça de toda a humanidade. Nesse
tempo, através do grande Amor de Deus, serão salvos tantos
quanto possível. Deus é o Executor do Grande Juízo e a vida
dos seres humanos está em Suas mãos. E não haverá outro
meio de atravessar essa penosa fase se não agarrando-se às
mãos de Deus e pedindo para se perdoado. A menos que a
grande carga de pecados da humanidade seja eliminada e
purificada pela mão de Deus, não haverá outro caminho de
salvação. Como executor desta salvação final, eu fui
incumbido por Deus com a tarefa de soar o alarme. Quem
tampar os ouvidos e não quiser escutar, escolhe o destino da
autodestruição. E ainda que se arrependa no último
momento, será tarde demais.”

Chegada do Messias.

Em maio de 1954, ocorreram transformações misteriosas


no corpo físico do Meishu-Sama, entre as quais o aparecimento
de cinco linhas verticais, nitidamente marcadas, na palma de sua
mão esquerda, desde a ponta dos dedos até a base da mão. Um
fisionomista chegou à seguinte conclusão: ‘significa a vinda do
Messias’.
Em 5 de junho, na primeira entrevista, confirma a
chegada do Messias, o seu nascimento:
“Fala-se sobre a vinda do Messias, não? Pois o Messias
nasceu [parto de Deus que estava no ventre de Meishu-Sama].
Não são apenas palavras; é realidade mesmo. Eu próprio fiquei
surpreso. E não se trata de renascer, mas de nascer novamente.
É esquisito nascer depois de velho, mas o mais interessante é
que minha pele ficou delicada como a pele de um bebê e, além
328
disso, como podem constatar, surgiram-me estes cabelos pretos.
Ao vê-los, o barbeiro disse que parecem cabelo de criança. Os
fios brancos foram sumindo gradativamente e só nasciam fios
pretos. [assemelha-se ao personagem do filme “O Estranho caso
de Benjamin Burton]. Esse Messias tem a posição mais elevada
na hierarquia do mundo. No Ocidente, ele é considerado o Rei
dos Reis. Assim, a minha vinda se reveste da maior importância,
pois, graças a ela, a humanidade será salva.”
Dez dias depois, ou seja, em 15 de junho, foi
solenemente realizada no Templo Messiânico a Cerimônia de
Comemoração Provisória da Vinda do Messias. Nesse dia seu
estado não era bom, tendo ele subido ao Altar com muito custo,
ajudado por terceiros. Era a primeira vez que Meishu-Sama
aparecia em público desde o início de sua purificação. Estava
todo vestido de branco e fez uma saudação bem simples. Nessa
oportunidade, o Presidente da Igreja comunicou aos mais de dez
mil participantes a deliberação de chamá-lo, dali em diante, pelo
nome de Meshia-Sama (Messias) e não mais Meishu-Sama.
Assim cumpriu-se o que estava escrito na Oração
Zenguem Sandji: Sesson Kanzeon, Deus Supremo, desceu ao
nível de Bossatsu, chegou a Koomyo-Nyorai, depois Ooshin-
Miroku e transformou-se em Guce no Mikami, no Deus da
Purificação, no Messias Salvador.

Convalescença.

Enquanto convalescia, ocupava o seu tempo


inspecionando o andamento da construção da Terra Divina,
apreciando as obras do Museu de Arte, etc. Como tinha
dificuldade de caminhar, usava uma cadeira de rodas. Devido às
dores que sentia e à falta de apetite, Meshia-Sama estava
abatido, mas seu entusiasmo pela Obra Divina era maior do que
antes.
Seu estado de saúde era oscilante:
329
Por vezes: “Se eu continuar como estou, sem conseguir
comer, em breve deixarei este mundo.” Por outras vezes: “Sinto
que a minha mão direita é minha. É isso! É isso! Como é
gratificante ter a permissão de dissolver este bolo assim tão
rápido! Já era tempo, não? Logo vou ficar bom. [não no sentido
de não morrer]”
Meshia-Sama pegou um cigarro, abriu bem a boca e
tentou segurá-lo com os lábios. Ao perceber sua dificuldade, sua
esposa envergou a ponta do cigarro, de modo a facilitar-lhe o
trabalho. Aproximando novamente o cigarro do rosto, ele
conseguiu segurá-lo, com uma exclamação de alegria:
“Que bom! Que bom!”
Embora estivesse purificando, às vezes fazia humor ao
orientar os dedicantes. Por exemplo, no dia 18 de setembro,
quando se noticiava a aproximação de um tufão:
- Ainda não há previsão sobre o tufão? - Eu estava
pensando em lhe falar sobre isso neste momento. - De nada
adianta ficar só pensando. Suponhamos que eu estou pensando
em lhe dar um anel. Muito bem, agradeça pelo anel! - [Nessa
hora, outro servidor, pegando apenas o final da conversa, falou:]
Estou tão agradecido que não sei como lhe expressar minha
gratidão. - E todos caíram na gargalhada.
Dava rigorosas orientações, inclusive em sua esposa
Yoshi. Por exemplo, no dia 28 de janeiro de 1955, encontrando
papel colado numa caixa onde estava guardada uma peça de
cerâmica japonesa:
- O que está escrito aqui? - Não consigo ler. - E você
[Yoshi]? - Não consigo ler ... Propriedade dos Akaboshi. - Você
não pode tomar atitude leviana à toa, sem refletir, pois, assim,
vão achá-lo um ser limitado. Se você agir sem pensar bem no que
vai fazer, não se poderá dizer que é um grande personagem. É
preciso estar sempre atento aos mínimos detalhes, para não
deixar passar nada despercebido e, dessa forma, não dar
margem a brechas. A família Akaboshi, de Kyushu, é muito
330
famosa. Se você estivesse numa luta de espadas, teria perdido a
máscara e o colete, e já não estaria vivo. É preciso não deixar
nenhuma brecha por onde possam apertá-lo.
No dia 11 de novembro de 1954, assim que foi concluído
o Palácio de Cristal, disse:
“Finalmente entramos no verdadeiro eixo da Obra Divina.
Daqui para frente acontecerão muitos fatos estranhos, por isso
não vacilem.”
Naquele mesmo dia um fiel, que se tornou dirigente da
Messiânica, descreveu:
“Terminada a recepção, eu ia seguindo em direção ao
Palácio de Cristal, pelo caminho íngreme situado do lado leste da
Colina das Azaléias. Por causa das plantas, não conseguia
enxergá-lo do lugar onde estava, mas, subitamente, ouvi
gritarem: ‘Olhem! É Luz!...” Olhando para cima, vi, no centro do
telhado do Palácio de Cristal e um pouco para a esquerda (lado
do Templo Messiânico), uma Luz bem forte cujos raios,
formando como que uma coluna, alcançavam o céu, brilhando
ofuscadamente. Fiquei realmente impressionado. Os fiéis que
me acompanhavam também puderam ver o fenômeno, o qual
durou apenas alguns instantes, talvez dois minutos. Foi um
breve espaço de tempo, mas ainda me lembro como se fosse
hoje. O aspecto majestoso daquela Coluna de Luz era algo não
só emocionante, mas irresistível, que fez com que eu me
curvasse. Na ocasião, eu estava sofrendo muito, devido a um
problema de relacionamento humano, mas, com o grande
milagre ocorrido nesse dia, meu sofrimento voou para longe. E
não foi só. Essa experiência é, até hoje, o sustentáculo de minha
fé.”
No Culto do Natalício do Fundador, em 23 de dezembro
de 1954, aos 72 anos, ele esteve presente, o que já não
acontecia desde a Cerimônia de Comemoração Provisória da
Vinda do Messias, seis meses antes. Por aqueles dias seu estado

331
físico era relativamente bom e, na véspera, ele chegara até ficar
em pé sem ajuda de ninguém. No dia 25, falou:
“Meu corpo começou a ganhar forças.”
Yoshi elaborava o seguinte salmo para o culto dos 72
anos de Meshia-Sama:
“Deitado, agora,
No Solar da Nuvem Esmeralda,
Aguardo em Silêncio
O momento determinado pelos céus.”

 Ascensão.

Neste ponto: Última Aparição em Público; Predição, Aviso


e Morte; Sepultamento.

Última Aparição Pública.

Em 4 de fevereiro de 1955, no Culto do Início da


Primavera, andando com suas próprias pernas, foi até o centro
do palco do Templo Messiânico e fez a seguinte saudação:
“Hoje depois de muito tempo, estou conseguindo dirigir
estas palavras aos senhores. Gostaria de dizer muitas coisas, mas
quando falo um pouco mais alto, sinto a cabeça estalar. Por isso,
depois que me recuperar mais um pouco, pretendo falar
bastante. Creio que não vai demorar muito. Peço que aguardem
mais um pouco. [como seis dias depois ele falece, então isso
ocorrerá nos mundos Espiritual e Divino onde seu espírito
trabalhava concomitantemente]”
Três dias depois, ou seja, 7 de fevereiro, sua purificação
intensificou-se. Sentindo dores violentas, ele passou o dia inteiro
na cama, descansando. Na tarde daquele mesmo dia, teve uma
grande alegria: chegou-lhe às mãos o Pote de Glicínias em troca
do tão amado Solar da Montanha Preciosa.

332
Para se dar idéia do que representava este Solar para
Meishu-Sama, eis o que diz Nidai-Sama:
“Quando nos mudamos para Tamagawa e tomamos
posse da propriedade, tivemos que conseguir um empréstimo.
Naquela época, devido a um mal-entendido, o primeiro
proprietário fez ao mesmo tempo, um contrato de venda ao
senhor Keita Goto. Isso causou um problema legal, desenrolado
num longo processo judicial que se prolongou até pouco antes
da morte de Meishu-Sama.
Socialmente, havia um bom relacionamento entre as famílias
do Sr. Keita Goto e a nossa. As esposas se davam muito bem, mas
devido ao problema jurídico que surgiu, houve um pequeno
estremecimento na amizade. Graças a uma cerâmica de grande valor
artístico chamado "O pote de glicínias", que foi fator decisivo na
questão entre ambas, o longo processo foi resolvido amigavelmente,
continuando entre as duas um bom relacionamento.”
O que diz Kyoshu-Sama:
“Penso que posso imaginar a surpresa e a alegria de Meishu-
Sama no seu primeiro encontro com essa área, e como devia ter sido
irresistivelmente forte seu desejo de conseguir esse pedaço de terra.
Acredito mesmo agora, que não poderia haver lugar mais belo do
que esse em toda a cidade de Tóquio. Meu coração ainda dói ao
lembrar-me como Meishu-Sama se sentiu quando teve que se
separar de Hozan-so, mesmo para adquirir o Pote de Glicínias do Sr.
Goto.”
Quando o Pote foi entregue em sua casa, ele estava
sentado numa cadeira, olhando para o jardim. No momento em
que tiraram a peça da caixa de madeira que a embalava, ficou
admirando-o calado, com profunda emoção. À sua volta, havia
um profundo silêncio. Naquela noite, quando foi dormir colocou
o pote junto à sua cabeceira.

333
Predição, Aviso e Morte.

“Aconteceu no verão de 1954, no Solar de Contemplação


da Montanha, em Hakone. Meshia-Sama apontou para o lugar
onde hoje está seu mausoléu e disse: “Não tardará muito para
que esse lugar seja minha moradia definitiva.”
Pensei que ele se referia a uma nova residência que ali
pretendesse construir. Agora verifico que se referia à sua morte,
da qual já deveria estar ciente naquela ocasião.
Certa vez, Meishu-Sama disse:
"Eu falo a verdade de maneira simples, concisa e direta.
Por isso é que muitas vezes as pessoas não chegam a entender.”
Como, por exemplo, ao antecipar onde ficaria seu
sepulcro:
O local ideal para se avistar a letra Dai, que fica na
montanha oposta, é onde existe um grande pé de olmo (em
frente ao atual Sepulcro Sagrado). Quando forem preparar o
terreno da colina, devem tomar por base a altura do pé de
olmo."
No dia 9 de fevereiro de 1955, o Setor de Meteorologia
de Tóquio, registrou: “mudanças na pressão atmosférica.
Estrondos não identificados.”
À tarde, depois de ter dado instruções sobre a construção
em Atami e reforma do anexo do Museu de Arte de Hakone, foi
para a sala de visitas, onde ficou olhando para as velhas
ameixeiras vermelhas e brancas, que estavam em pleno florir, e
para as flores de cerejeiras. No silêncio do Solar da Nuvem
Esmeralda, em cujo jardim batia o fraco Sol do início da
primavera, que estaria pensando, enquanto apreciava as flores?
A última crise do Meshia-Sama teve início exatamente nesse
momento. Ele falou que estava sentindo algo anormal no peito e,
quase carregado pelos dedicantes, foi levado para o quarto. Deitado
na cama, dormia, acordava e voltava a dormir. Nesse ínterim, vez por
outra, falava com Yoshi, mas suas palavras foram ficando espaçadas.
334
No amanhecer do dia 10, Meshia-Sama entrou em coma.
As 15h33 desse dia, ele encerrou sua vida de setenta e dois anos.
Um pensamento sobre esta curta vida:
“Na passagem de Meishu-Sama “Messias renovador dos
três Reinos”, ele aponta que embora vivesse no Mundo Material,
sua missão desenvolvia-se, concomitantemente, nos três Reinos.
Isso quer dizer que o espírito de Meishu-Sama estava, ao mesmo
tempo, trabalhando em três planos distintos – material,
espiritual e divino -, exercendo uma missão de âmbito
verdadeiramente universal. [daí, o que foi dito anteriormente
“me recuperar mais um pouco”]
Então, ao mesmo tempo em que o Mestre procurava
despertar o nível terreno para a existência de Deus, os outros
planos também precisavam da sua presença – onde lhe caberia o
desempenho de outras tarefas que, por sua vez, também se
refletiriam aqui no plano material. Pensa-se que esse tenha sido
o motivo de sua partida tão rápida para o Mundo Divino.”
Nidai-Sama também comenta:
“Depois que Meishu-Sama ascendeu, um homem veio a
mim e disse com pesar: “Eu pensei que Meishu-Sama vivesse
muito mais tempo, até uma idade bem avançada; mas em vez
disso ele teve uma vida curta.” Na verdade ele viveu menos anos
do que a maioria das pessoas esperava, mas, mesmo assim,
deixou atrás de si, um número imenso de feitos relevantes.
Eu acredito que tudo isso vale por uma vida bastante
longa.”

Sepultamento.

No dia 11, mês mais frio no Japão, seu corpo permanecia


quente, e seus braços e pernas ainda estavam macios. Os
dedicantes hesitavam em colocá-lo no caixão.
Sepultar na Terra Divina sem cremar era proibido, pois
esta ficava situada dentro de um Parque Nacional. Mas graças a
335
um fiel, salvo pelo Johrei dos sofrimentos com os sintomas da
radiação causada pela bomba atômica de Hiroshima, que
trabalhava na sede da delegacia daquele Estado, obteve-se
permissão para sepultar sem cremação.
A obra de sepultura foi considerada impossível de ser
realizada em número tão limitado de dias. Uma firma
construtora recusou o serviço, dizendo que não poderia terminá-
lo dentro do tempo estipulado.
O local era uma colina cheia de árvores, a qual foi
aplainada, soterrando-se as depressões com terra trazida de
locais limpos. Os dedicantes venceram limites do tempo e do
inverno, e construíram o sepulcro em três dias, de 14 a 17 de
fevereiro. Eis um relato:
“Trabalhamos realmente sem dormir e descansar.
Quando penso naqueles dias, fico atônito, sem saber como
pudemos agüentar. Até nós, que executamos a tarefa, não
conseguimos acreditar, quando ela ficou pronta. Ao lembrar-me
daquele momento, não posso conter as lágrimas.”
Nidai-Sama parece captar a grandiosidade humana neste
relato, ao escrever:
“Meishu-Sama salientou que os seres humanos são, sem
dúvida, as criaturas mais abençoadas na Terra. E é verdade.”
No dia 17, às 2h da madrugada, apesar da temperatura
abaixo de zero, realizou-se um Ofício Religioso diante do seu
ataúde.
No Templo Messiânico, os preparativos para o Culto de
Ascensão já estava pronto. A cerimônia teve início às 9h com
mais de dez mil presentes, inclusive personalidades
representativas do mundo religioso, político, financeiro, artístico
e cultural.
As 11h, o ataúde foi levado para Hakone, onde foi
realizado solenemente o Culto de Sepultamento, frente ao
Sepulcro Sagrado, que acabava de ser construído. Assim, o corpo

336
do Mestre ficou descansando eternamente nesse local, com a
cabeça voltada para o nordeste e os pés para o sudoeste.
Nidai-Sama, faleceu em janeiro de 1962 e está sepultada
ao lado esquerdo de Meshia-Sama em outro Sepulcro sagrado.

 Eternidade do Deus Homem.

Neste ponto: Irradiando Luz, Proteção e Orientação;


Escrevam, Estudem e Pesquisem; Vindem.

Irradiando Luz, Proteção e Orientação.

Em 4 de outubro de 1952, numa entrevista com um


jornalista, Meishu-Sama respondeu:
- Apenas Meishu-Sama possui essa Bola (Bola de Luz)?
- Sim.
- Sendo assim, se por acaso daqui a cem anos, Meishu-
Sama passar para o Mundo Espiritual, significa que essa Bola de
Luz irá desaparecer?...
- Mas, como emitirei a Luz do Mundo Espiritual, será
igual. Ao contrário, ela será mais intensa, porque o corpo causa
obstáculo. Daqui para frente será o Mundo do Espírito, o Mundo
do Pensamento. Enquanto o corpo físico está em movimento, a
ação é limitada. É quando o corpo já não se move é que dá para
se fazer um grande trabalho.
Ele explicou que a Luz do Deus-homem é intensa e difusa:
“A Luz se multiplica milhares e milhares de vezes, sendo
irradiada para qualquer lugar, por mais distante que seja.
Constitui, portanto, um tesouro precioso. Falando de forma mais
compreensível, o que irradia de mim, em suma, é uma granada
de Luz. Obviamente, a diferença entre a minha granada e a
granada comum é que esta mata, e a minha vivifica as pessoas; a
comum é limitada, e a minha, ilimitada.”

337
A Luz do Deus-homem, além de intensa e difusa, é
instantânea. Em caso de extrema urgência, era bastante eles
dizerem:
“Grande Mestre, peço-lhe proteção.”
“Publicaremos no próximo número do jornal “Eiko”
quanto o Poder de Deus é maravilhoso; as experiências de fé do
Havaí também são maravilhosas.
Irão surgir sucessivos milagres que não ficarão aquém
dos ocorridos no Japão. Em Los Angeles também houve milagres
maravilhosos, cuja publicação provavelmente será no próximo
número do jornal “Eiko”.
Isso significa que mesmo eu estando aqui no Japão, a Luz
está chegando até aquele lugar. Isso significa que o Poder de
Deus é indiferente na questão de distância. Em suma, a Verdade
é que ela supera o tempo e o espaço. Portanto, neste caso,
significa estar superando o espaço; é como se estivesse
acontecendo nas vizinhanças. O mesmo acontece com o tempo:
é questão de instantes. Por isso, em breve, os americanos e até
os africanos passarão a receber graças imediatas ao fazerem
pedidos; dessa forma será preciso salvar o mundo inteiro.”
“A obra de Messias é a Luz do Oriente.” “Quando a Luz
do Messias irradiar todos os cantos da terra será a era de Deus.”
Em 24/09/1953:
“A Bola de Luz que existe em meu ventre já cresceu
bastante. Ela tende a crescer rapidamente e quando ela atingir o
mundo todo, será o Mundo de Miroku.
Antes de crescer até esse ponto, as pessoas inúteis serão
liquidadas. Por ora, ela é do tamanho deste salão (obs. Templo
da Luz do Sol ), mas irá crescer rapidamente.
Isso significa que, com o aumento do elemento fogo, a
purificação ficará verdadeiramente forte. Assim sendo, a
distinção entre o Bem e o Mal se processará naturalmente.
Observando o mundo, ciente disso, daqui a dois ou três anos,
poderão compreender com maior clareza.”
338
Alguns dias antes da sua ascensão, dissera a Yoshi sobre a
salvação do mundo:
“Se, devido às circunstâncias da Obra Divina, eu vier a
ascender, estarei protegendo-a do Mundo Espiritual. Por isso,
aqui no Mundo Material, você deve dedicar-se à sagrada obra de
salvação do mundo - a construção do Paraíso Terrestre.”
Em tom bastante comovido, prosseguira:
“Eu exigi muito de você, não foi?”

Escrevam, Estudem e Pesquisem.

Uma repórter estrangeira falando aos representantes de


grandes jornais japoneses.
- Os protótipos do Paraíso Terrestre de Hakone e Atami
tornar-se-ão, no futuro, locais mundialmente famosos como as
cataratas do Niágara. Tenho tido contato com diversas pessoas
importantes do Japão, mas acho que o Sr. Meishu-Sama é a mais
magnânima de todas. Por que vocês não escrevem isso em seus
jornais?
- Ali há algo que não é muito bom.
- E que importância tem isso? É algo tão insignificante ...
Quando se inicia uma grande obra, sempre se cometem falhas,
e, às vezes, até se infringem as leis. Não é bom, mas é inevitável.
Ao invés de nos atermos a esses detalhes, devemos pensar nos
propósitos do Sr. Okada. Ele está declarando que vai construir o
Paraíso Terrestre, isento de doença, miséria e conflito. Existe
obra tão grandiosa como essa? Em verdade, não há outros
exemplos em todo o mundo. Foi através do Sr. Okada que eu
descobri a magnanimidade dos japoneses. Por que não
escrevem isso em seus jornais.
Nidai-Sama procurou escrever sobre seu esposo. Eis mais
um de seus escritos:

339
“Meishu-Sama nasceu com a grande missão de purificar o
mundo através do “Johrei” no momento crítico em que a Terra
está à beira da destruição. E ele dedicou sua vida a essa tarefa.”
Kyoshu-Sama, também procurou escrever sobre seu pai.
Eis o que ela nos conta no seu escrito Um Estado Celestial
através do Servir:
“Meishu-Sama na última parte de sua vida, parecia estar
abençoado com saúde, plenitude e paz. A sua vida diária era
mais ativa do que a de muitas pessoas mais jovens. Ele foi
cercado de prosperidade material por causa do amor e da
devoção dos adeptos que desejavam trazer-lhe todas as coisas
boas. Havia paz e harmonia em sua família. Ele costumava dizer:
“Eu penso que sou a pessoa mais feliz do mundo. Estou repleto
de gratidão.” Também dizia: “A fim de ajudar os outros a
encontrar o céu, eu próprio preciso viver no Céu.”
Isso soa como se ele tivesse vivido sempre feliz, com
facilidade em um ambiente celestial onde houvesse tudo que
procurasse. Na realidade, não foi assim. Um dos seus poemas
em forma “Waka” diz algo a respeito:
“Até que o tempo chegue em que, realmente,
Tenhamos o Paraíso sobre a Terra,
Teremos que enfrentar severas tempestades
E turbulentos mares.”
Dificuldades inesperadas chegavam a Meishu-Sama uma
após outra. Freqüentes vezes ele não tinha tempo para dormir.
Ele estava, é verdade, amparado no setor material. Entretanto,
como lhe coube a missão de construir a miniatura do Paraíso,
incluindo museus de arte, necessitava de grandes somas de
dinheiro e muitas vezes tiveram duros momentos para enfrentar
as despesas.
Houve pessoas, também, que sempre interrompiam o
seu trabalho. Perseguiam a nossa Igreja e ele teve que enfrentar
esse problema. Certamente, o seu estado celestial não era um

340
“mar de rosas”. Entretanto, ele expressou o seu estado mental
em um outro dos seus poemas “Waka”:
“A minha mente é ampla e serena
Porque trabalho somente para o bem
Da humanidade, e do inteiro mundo.”
Não importava quão ocupado estivesse ou quão difícil fosse a
situação, ele encontrava verdadeira felicidade dedicando-se à
humanidade em meio aos seus maiores sofrimentos. Feliz e
amplamente adiantava a obra divina com todo o seu poder e
energia.
Estudem e pesquisem sobre Meishu-Sama, é a ordem
que ele deixou:
Quanto ao museu, ficará para o ano que vem. Creio que ele
será comentado mundialmente, atraindo a atenção do mundo
inteiro. A obra ainda está na metade, mas quando estiver totalmente
concluída, causará assombro. Como resultado, surgirá esta pergunta:
‘Afinal de contas, o que é a Igreja Messiânica Mundial?’. Sabendo
que se trata de uma Igreja dirigida por um indivíduo chamado
Meishu-Sama, quererão saber quem é esse indivíduo. Assim, estou
certo de que terá início uma pesquisa sobre ele.”

Vindem.

“Deus é Luz.
Onde há Luz, existe paz, felicidade e alegria.
Onde não há Luz e Claridade,
Existe conflito, pobreza e doença.
Vós que desejais Luz e Prosperidade,
Vinde!
Vinde e Louvais o nome de Deus; Assim sereis salvos!”

341
3.3. Delineou o Século XXI.

Neste item se aborda: Reflexão sobre Visão e o Despertar


no Lar; Passeando pela Cidade; Outros Fatos.

 Reflexão sobre Visão e o Despertar no Lar.

Neste ponto: Concretização da Nova Era; Despertador,


Desjejum e Desvelar Jornal; Ambiente Amplo, Claro e Seguro.
Concretização da Nova Era.

“Refletindo sobre o que vira nesse dia, conclui que


realmente o sonho da humanidade havia sido concretizado.
Fiquei bastante comovido, achando que era a Utopia há tanto
tempo idealizada por ela, e meu espírito de pesquisa aumentou
de forma irrefreável, pois eu sentia necessidade de conhecer
todos os aspectos da cultura da Nova Era. Primeiramente, resolvi
pesquisar em silêncio. Acreditando, entretanto, que os leitores
também desejam conhecer tudo sobre esse novo mundo,
relatarei, pela ordem dos fatos, aquilo que fiquei sabendo.”

Despertador, Desjejum e Desvelar Jornal.

“Acordei às seis horas da manhã, ao som de uma música


bem baixinha, que parecia sair do travesseiro. Ela foi ficando
cada vez mais alta, e como eu não conseguia dormir, levantei-
me. "Que Interessante! Um despertador acionado dentro do
travesseiro!” - pensei eu. Lavei o rosto e tomei a refeição
matinal, uma mescla dos hábitos japoneses e ocidentais: sopa de
"misso", pão de arroz, um pouco de peixe e carne, verdura, café,
chá verde etc.
A composição [dos jornais] estava realmente muito bem
feita. Os artigos não eram complexos e mal elaborados como
acontecia nos jornais do passado, mas redigidos numa
342
linguagem simples e precisa, restringindo-se unicamente ao
necessário. Assim, gastava-se pouco tempo na leitura; percebia-
se que havia cuidado para não cansar o leitor.
Outra nota diferente em relação aos tempos antigos, era
a grande quantidade de fotos: cinqüenta por cento de textos e
cinqüenta por cento de fotos.
A parte escrita era bem reduzida, por isso eu li o jornal
todo em aproximadamente quinze minutos.
Na página três, deparei com algo inesperado: quase não
existiam artigos sobre crimes. Dava-se grande destaque à parte
relativa às diversões; os artigos principais versavam sobre
esporte, turismo, música, belas-artes, teatro, cinema e outras
artes cênicas etc.”

Ambiente Amplo, Claro e Seguro.

“Terminei a leitura com muita boa disposição. E não era


para menos, pois a janela era ampla e a sala estava bem clara.
Não havia nenhuma instalação de segurança: explicaram-me que
assaltantes e ladrões eram histórias do passado.”

● Passeando pela Cidade.

Neste ponto: Ruas, Carros e Parques Públicos; Lojas e


Diversões; Centros Comunitários e Turismo.

Ruas, Carros e Parques Públicos.

“Terminada a leitura do jornal, peguei o carro e sai.


Estava muito bem vestido, mas fiquei surpreso com a beleza da
cidade. Parecia um jardim.
Achando estranho, olhei bem e notei que a rua parecia
estar forrada com cortiço. Observando melhor, percebi tratar-se

343
de um material elástico e bastante macio, que parecia ter sido
preparado com a mistura de borracha e pó de serra.
O silêncio era tão grande que não parecia estar-se numa
metrópole. Que passeio agradável!
Além do mais, se chovia, a água se infiltrava e por isso
não se formava poças.
Comecei a visita da cidade. Como era bela! Fiquei
surpreendido ao ver árvores frutíferas enfileiradas entre a rua e
a calçada, como acontecia antigamente com avenca cabelo-de-
vênus e as plátanos. Havia figueiras, caquizeiros, ameixeiras e
árvores mais baixas, como laranjeiras, pessegueiros e pereiras.
No meio da rua existiam canteiros semelhantes aos de outrora,
separando as duas mãos do trânsito; neles se enfileiravam
árvores frondosas, cobertas de belas flores, e as bordas eram
coloridas por todos os tipos de flores e plantas. Enquanto eu
passava por elas, chegava a mim o perfume de uma flor que não
consegui identificar.
O que me pareceu mais bonito no passeio foi um
caminho cheio de hortênsias, em determinado bairro, na
extensão de uma milha. A segunda coisa mais bela foi o caminho
que vinha em seguida, todo florido de dálias. Existia, também,
um local onde se viam cachos de uvas pendurados nas duas
calçadas das ruas, e latadas de glicínias cujas flores já haviam
caído e que só tinham folhas.
As mais diversas flores, todas abertas, exalavam um
perfume agradável por toda parte, e as árvores estavam
carregadas de todos os tipos de frutas.
Em diversos pontos da cidade, havia pequenas casas de
chá com mesas e cadeiras enfileiradas na beira das calçadas, a
fim de que os transeuntes pudessem tomar bebidas simples
apreciando as flores.
Engraçado é que, além dos automóveis, não se via
nenhum outro tipo de condução, o que não era de se admirar,

344
pois os trens e os bondes trafegavam pelo subsolo; as ruas eram
só para os automóveis. Estes não faziam nenhum barulho.
Os carros trafegavam com pneus de borracha, e existiam
dispositivos para isolar o som em volta das janelas e em toda
parte, não havendo, pois, motivos para poluição sonora.
A força motora que movimentava os carros era um
minério do tamanho da ponta de um dedo. Algo realmente
extraordinário, porque conseguia fazer com que um carro
percorresse várias dezenas de milhas. Esse minério assemelhava-
se ao urânio e ao plutônio, sendo uma aplicação do princípio da
desintegração do átomo.
Assim que entrei no carro, vi que não havia motorista.
Nem era preciso, pois bastava o passageiro segurar uma barra
com uma das mãos para o carro movimentar-se. É claro, porém,
que algumas pessoas se davam o luxo de ter motorista.
Cada bairro possuía um ou dois pequenos parques
públicos, onde as crianças brincavam alegremente, e por isso a
cidade também era o Paraíso das Crianças. Alguns jardins de
flores tinham um lago artificial bem no centro, e o interessante é
que, em sua superfície, boiavam nenúfares. Todas as plantas
eram regadas várias vezes por dia, numa hora determinada.
Havia um encanamento instalado em volta dos jardins: era um
cinturão quadrado, de cimento, com um número infinito de
orifícios. Bastava abrir a torneira para que, desses orifícios,
saíssem jatos d’água, como os de um chafariz, molhando todo
jardim.”

Lojas e Diversões.

“De carro, eu via as lojas da cidade, enfileiradas. Eram


construções bem planejadas, cheias de beleza e altivez,
proporcionando uma impressão muito agradável. As lojas um
pouco maiores pareciam museus de artes. Aliás, não se via
construções de mau gosto, de cores berrantes, pequenas como
345
caixinhas de fósforo. Todos tinham janelas bem amplas e
iluminação suave. A beleza da pintura e da escultura estava
aplicada ao máximo.
Olhando as vitrines das lojas, eu tinha a impressão de
estar vendo uma exposição de belas-artes. Naquela cidade, até
as lojas bem grandes conseguiam suprir as suas necessidades
com apenas um ou dois funcionários, visto que as mercadorias
tinham os preços remarcados e qualquer pessoa podia pegá-las
e examiná-las. Se os fregueses ficavam satisfeitos com o preço e
o folheto de explicação, depositava o dinheiro na caixa coletora,
colocada à entrada da loja; o embrulho era feito
automaticamente por uma máquina e, de acordo com o
tamanho do objeto, era amarrado com um barbante, tornando-
se fácil de carregar. Dessa forma, era realmente muito fácil fazer
compras.
Como sentisse fome, entrei num restaurante. Não se
avistava nenhum garçom. De um lado da entrada estavam
enfileirados pratos apetitosos, todos com uma identificação: A,
B, C... Sentei-me num lugar desocupado e, olhando para a mesa,
vi que era numerada. Depois, apertei um dos botões instalados
no canto. Naturalmente, apertando o botão correspondente ao
número da mesa e à identificação do prato, este aparecia
imediatamente. Olhando com mais atenção, notei que no meio
da mesa havia uma abertura mais ou menos do tamanho do
prato, que por ali saia automaticamente. Assim, tudo que eu
pedia subia logo em seguida. Não havia necessidade de
nenhuma explicação; o serviço era muito rápido, muito
agradável. Eu tinha ouvido falar que esse método já existia no
século XX, mas me parecia inconcebível que estivesse tão
aperfeiçoado. Obviamente, todas as bebidas saíam pela mesma
abertura, mas as alcoólicas só apareciam até certo limite.
Observando melhor, vi que havia mais um botão. Nele estava
escrito: "Conta". "Ah, então se aperta esse botão..." Apertei.
Imediatamente surgiu a notinha. Coloquei a quantia estipulada,
346
e logo apareceu o recibo. Que facilidade! Fiquei satisfeito e não
gastei muito tempo. Por isso, resolvi ir a um teatro.
A quantidade de teatros era surpreendente. Qualquer
cidade os possuía em tudo quanto é lugar, e, para meu espanto,
o ingresso era muito barato. Imaginando que não haveria
nenhum lucro, interpelei o gerente. Ele respondeu que todos os
teatros eram administrados por milionários como obras sociais,
e assim nem seria preciso cobrar ingresso. Não obstante, a
construção e as instalações eram luxuosas, ostentando a maior
beleza e boa qualidade. Não se permitia a entrada de
espectadores além da quantidade de cadeiras, de modo que se
podia assistir muito bem às representações.
Quando entrei no cinema, estava havendo uma exibição
cinematográfica curiosíssima. Exibiam-se dois filmes produzidos
por uma companhia nipo-americana, um sobre os Estados
Unidos e outro sobre o Japão. O primeiro era um filme histórico
que retratava o período transcorrido desde a época em que os
puritanos da Inglaterra foram para os Estados Unidos e
começaram a desbravar a terra, até a Guerra da Independência.
O segundo mostrava um personagem que poderíamos chamar
de cientista religioso, o qual revolucionou a medicina e teve uma
vida de lutas incessantes buscando solução para o problema da
doença. Ambos os filmes eram muito interessantes. Ainda houve
outro espetáculo, transmitido pela televisão, mas parecia uma
peça representada em algum teatro.
Como estava exausto, voltei para casa e fui dormir.”

Centros Comunitários e Turismo.

“O caso que se segue aconteceu no dia seguinte ao


daquele passeio.
Um vizinho meu convidou-me para ir a um lugar muito
agradável, e eu o acompanhei sem hesitar. Mais ou menos no
centro de certa cidade, existia um edifício surpreendentemente
347
suntuoso. Dirigimo-nos para lá. Nela, havia teatro, restaurante,
locais de diversão etc. Eu quis saber que edifício era aquele, e
meu amigo me disse que era o centro comunitário,
acrescentando que todas as cidades tinham um ou dois desses
centros. Em seguida ele falou que uma vez por semana os
membros se reuniam para trocar idéias. Naturalmente avaliavam
propostas sobre o plano de expansão da cidade, higiene,
diversões e outros setores, objetivando aumentar o bem-estar
dos cidadãos.
Primeiramente nos encaminhamos ao restaurante, onde
saboreamos pratos deliciosos; a refeição era excelente, muito
melhor que as do século anterior, em termos de beleza, sabor da
comida e aroma das bebidas alcoólicas. Pelo que meu amigo
contou, uma vez por semana havia o Dia da Felicidade, em que
os membros se reuniam e passavam momentos aprazíveis,
saboreando pratos apetitosos, ouvindo música e assistindo a
representações teatrais e exibições de dança. Nessa ocasião, as
danças e as músicas eram apresentadas, com grande altivez, por
moças de todas as famílias da cidade, as quais treinavam estas
artes habitualmente. Artistas profissionais e amadores faziam
apresentações conjuntas. Todas as despesas com essa e outras
atividades eram feitas pelos milionários da cidade, através das
instituições sociais.
Nesse novo mundo, era surpreendente a intensidade do
turismo. Nos parques nacionais, nas regiões montanhosas, nas
praias e em ilhas pitorescas de varias regiões havia um grande
número de visitantes, provenientes de todos os países.
Conseqüentemente, por mais afastado que fosse um lugar, o
progresso cobria todas as distancias com trens elétricos,
bondinhos aéreos e outros meios de transporte. As ferrovias e os
meios de navegação eram magníficos e luxuosos; os preços, no
entanto, eram bem baratos. Chegava a ser quase de graça. E não
era de se admirar, pois tudo isso também se tornava possível
graças à contribuição social dos milionários.
348
Ouvi todas essas explicações durante o período de
descanso, e nem preciso dizer que fiquei surpreso, não obstante
tudo aquilo que já tinha visto.”

 Outros Fatos.

Neste ponto: Eleição à Presidência Mundial; Controle do


Tempo e Oásis Artificial; Iluminação.

Eleição Presidencial.

“Em primeiro lugar, li o jornal. Numa manchete da


primeira página, anunciava-se a eleição do Presidente Mundial.
O dia da eleição estava próximo. Publicavam-se os nomes e as
fotos dos candidatos de diversos países: Estados Unidos,
Inglaterra, França, Alemanha, Vietnã, Japão, União Soviética
(cujo nome era outro) e países da América do Sul. Parece que o
candidato dos Estados Unidos era o preferido.”
Controle do Tempo e Oásis Artificial.

“Outro aspecto que me surpreendeu foi o tempo que


também era controlável, podendo-se fazer sol ou chuva. Assim,
se na manhã ou na tarde de certo dia da semana chovia, depois
fazia bom tempo até determinado dia. O vento também estava
controlado para soprar na proporção adequada em dias
espaçados, sendo que, de vez em quando soprava um vento
forte. Isso era inevitável, para que as arvores fortificassem suas
raízes. A antiga expressão "de cinco em cinco dias ventar, de dez
em dez chover" deve referir-se a essa época. Naturalmente,
tudo decorria do progresso da Ciência.
Nesse meu passeio pela cidade, vi algo interessante. Em
diversos locais havia umas casinhas de vidro, semelhantes a
caixas, onde se podiam ver desde árvores com folhas
aculeiformes até árvores que apresentam sempre o mesmo
349
aspecto, como pinheiros, cedros, ciprestes, lariços e outras.
Nessas casas conservava-se a temperatura de mais ou menos
dez graus centígrados; naturalmente, havia um aparelho de ar
condicionado em cada uma. Era oásis artificiais para aqueles que
transitavam pelos arredores, sob o Sol quente do verão. Em
todos esses locais vi jovens realizando diversas atividades sob a
orientação de um responsável, que tinha vasto conhecimento de
botânica e fora selecionado entre os componentes da comissão
de cada bairro.”

Iluminação.

“Enquanto eu fazia isso e aquilo, parecia que ia


anoitecendo, mas não se sentia que já era noite. Aliás, não era
para menos, pois nas ruas, em determinados espaços, existiam
postes de iluminação a mercúrio. Os raios de luz eram diferentes
dos que são emitidos pelas lâmpadas; muito mais claros, um
brilho surpreendente. Parecia estar se recebendo a luz do Sol em
plena tarde, e nenhuma das cores sofria modificação.
Caros leitores, gostaria que imaginassem o aspecto da
cidade que acabei de descrever.”

Finalizando:

“Por exemplo, uma árvore tem os galhos por ter o tronco,


e a ordem seria salvar o tronco e, em seguida, os grandes galhos,
os pequenos galhos e as folhas. Por isso, mesmo que se tente
salvar as folhas depois do trono estar salvo, não dá certo porque
a ordem está errada.
Entre as pessoas da Igreja Messiânica Mundial eu sou a
raiz e as pessoas da diretoria seriam mais para os grandes
galhos; o tronco ainda não posso dizer quem é. Com os grandes
350
galhos sendo salvos é que os galhos pequenos vão sendo salvos.
Tentar salvar as folhas deixando-os de lado está em ordem
errada e por isso elas não são salvas.”

351
352
MESSIAS

1. FAMÍLIA, TRABALHO E FÉ.

1.1. Caseiro comum e admirável.


● Nascimento.
Lugar e Tempo.
Predição.
Linhagem.
 Infância.
Pobre Grato.
Doente Inteligente e Altruísta.
Pacífico Justo.
 Juventude.
Doenças.
Belas-Artes.
Filosofia.
1.2. Empresário de loja de aviamentos.
 Loja de Miudeza.
Falecimento Paterno.
Sucesso com Honestidade.
Sofrimento por Acidente.
 Loja de Atacado.
Casamento Independente e Próspero.
Sucesso com Altruísmo, Administração e Invenções.
Sofrimentos por Dificuldades Financeiras.
 Ateísta Bondoso e Sofrido.
Sentimentos Positivos de um Descrente.
Sofrimentos por Doenças à Libertação dos Remédios.
Falecimento dos Familiares e Segundo Matrimônio.

353
1.3. Religioso da Oomoto.
 Conversão.
Prejuízo e Entrada na Fé.
Sofrimento e Afastamento.
Mistérios, Sofrimentos e Retorno.
 Iluminação.
Atuação direta de Deus como Kannon.
Acontecimentos encerram vida empresarial.
Transição da Era da Noite para Era do Dia e Johrei.
 Desligamento.
Desentendimentos na Religião.
Atarefado e exausto na Salvação.
Finalmente a saída.

2. MESSIÂNICA.

2.1. Criador de uma Ultra-Religião.


 Fundação da Igreja.
Imagem de Kannon e Oração Zenguen Sanji.
Dai Nipon Kannon Kai e Kanzeon-Bossatsu [mais precisamente:
Kannon de Mil Braços].
Publicações, Cursos de Iniciação e Ohikari.
● Pressões, milagres e espera do momento oportuno.
Proibições e prisões.
Benefícios inesperados.
De mãos atadas.
Vida no lar.
Agricultura Natural.
Segunda Guerra Mundial.
 Igrejas Kannon e Miroku.
Vigilância e otimismo.
Surgimentos.
Reformulando Johrei e Imagem de Deus.

354
2.2. Edificador de Solos Sagrados.
 Hakone.
Significado.
Milagres.
Construções.
 Atami.
Significado.
Milagres.
Construções.
● Quioto.
2.3. Revelador do seu Passado, Presente e Futuro.
● Individualidade.
Kanzeon-Bossatsu e Kannon.
Koomyo-Nyorai e Kannon de Mil Braços.
Miroku San-E e Meishu-Sama.
Messias e Miroku Oomikami.
● Personalidade.
Sentimento de superioridade.
Sensibilidade incomum de justiça.
Agudeza de raciocínio.
Certeza e rapidez nas decisões.
Agilidade nas realizações.
Valorização do tempo.
Aversão a conversas repetitivas.
Felicidade evidente.
Sinceridade.
Atenção ao bem-estar do próximo.
Compaixão ante as lamúrias.
Observador atento.
Arrojado e comedido.
● Messias.
O que é? Ele é um santo poderoso cuja missão é a de salvar o
mundo, satisfazendo dezoito condições.
Quem é?
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Salva o mundo de que? Das mortes antinaturais e dos
sofrimentos, principalmente das enfermidades.
Para que? Construir o Paraíso na Terra e não simplesmente
salvar todos os seres da morte natural, purificação, máculas.
e) Com que? Colunas de salvação para remover a falsidade das
mortes; Ensinamentos a fim de retirar a ignorância dos
sofrimentos; Justiça no sentido de tornar desnecessária a
necessidade de se adoecer; Dinheiro visando a enfraquecer o
inferno na Terra;
f) Quais pessoas? Os dedicantes nas colunas de salvação, os
intelectuais que entendem os ensinamentos, os integrantes
das classes altas abastardas e artísticas, os ofertantes para
construção do Paraíso na Terra.

3. MESSIÂNICA MUNDIAL.

3.1. Começou a usar o nome de Meishu-Sama.


 Igreja Messiânica Mundial.
Investigação de Sonegação.
Instituição e Senhor da Luz.
Calamidades, Perseguição e Reforma.
 Mais do que Mensageiro Divino.
Deus ou Ser Humano?
União ou Separação com Deus?
 Difusão Mundial.
Programação Diária.
Johrei, Escritos e Palestras.
Interior e Exterior.
3.2. Passou a ser chamado de Meshia-Sama.
 Vinda.
Purificação.
Chegada do Messias.
Convalescença.
 Ascensão.
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Última Aparição Pública.
Predição, Aviso e Morte.
Sepultamento.
 Eternidade do Deus Homem.
Irradiando Luz, Proteção e Orientação.
Escrevam, Estudem e Pesquisem.
Vindem.
3.3. Delineou o Século XXI.
 Reflexão sobre Visão e o Despertar no Lar.
Concretização da Nova Era.
Despertador, Desjejum e Desvelar Jornal.
Ambiente Amplo, Claro e Seguro.
● Passeando pela Cidade.
Ruas, Carros e Parques Públicos.
Lojas e Diversões.
Centros Comunitários e Turismo.
 Outros Fatos.
Eleição Presidencial.
Controle do Tempo e Oásis Artificial.
Iluminação.

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