Você está na página 1de 27

2-Obtenção de matéria

2.1. O transporte nas plantas

Acabamos de estudar a fotossíntese e vimos a importância das folhas neste processo. Há


árvores com mais de 100m de altura entre as raízes e a sua copa, onde estão as folhas.
Vamos neste capítulo perceber como os sais minerais chegam às folhas e como os produtos
orgânicos elaborados na fotossíntese se deslocam para células distantes.

A evolução das plantas terrestres, a partir de plantas aquáticas, trouxe alguns  problemas
com a aquisição e retenção de água. As raízes das plantas tiveram que evoluir e passaram
a fixar a planta e absorver água e nutrientes do solo. Com o aumento no tamanho das
plantas, as raízes e as folhas se tornaram cada vez mais separadas umas das outras e
foram, então, criados sistemas para transporte à longa distância, permitindo a eficiente
troca de produtos de absorção e de assimilação entre as raízes e a parte aérea.

Existem plantas que não necessitam de estruturas especializadas para transportar


substâncias, são plantas simples e denominam-se AVASCULARES. Nas espécies mais
evoluídas, mais complexas existe um sistema de transporte e denominam-se VASCULARES.

O movimento de água e de substâncias inorgânicas e orgânicas nas plantas chama-se


TRANSLOCAÇÃO.

Avasculares Vasculares
sem semente sem semente com semente
Angiospérmicas (sem Gimnospérmicas
Briófitas Pteridófitas
flor) (com flor)
ex: musgo, algas ex: magnólia,
ex: fetos pinheiro
verdes roseira...

PLANTAS AVASCULARES (NÃO VASCULARES)

Não possuem sistema de transporte, as substâncias deslocam-se por processos de osmose,


entrada da água na célula, e os nutrientes por difusão simples. A sua simplicidade permite
que todas as células estejam em contato com a luz e a proximidade das células de toda a
planta permite a passagem dos nutrientes.

PLANTA VASCULAR

Possui um sistema de transporte, ou seja, dois tecidos especializados, organizados em


feixes em todos os órgãos da planta (raiz, caule e folhas) e que lhes permite a troca de
substâncias entre o meio e a planta, e dentro desta, a comunicação entre células.
Estes dois tecidos são o XILEMA (transporta água e sais minerais de baixo para cima-
sentido ascendente) e o FLOEMA (transporta os produtos da fotossíntese desde as folhas,
onde tiveram origem a todos os restantes órgãos da planta).

http://www.trabalhosescolares.net/

Os órgãos da planta folha, caule  e raiz têm papéis diferentes que em conjunto asseguram
o desenvolvimento e sobrevivência da planta.

recordar:

raiz caule folha


estrutura fotossintética,
local onde há produção de
matéria orgânica e onde se
dá a troca gasosa. Na
superfície externa está a
Assegura a fixação ao solo e capta a Faz a comunicação
epiderme onde se
matéria-prima (água e sais minerais). entre a captação da
localizam os estomas que
matéria-prima e os
assegura as trocas.
A eficiência da captação de água e sais órgãos de produção
minerais deve-se à existência dos pêlos de matéria orgânica,
Na estrutura interna, para
radiculares que aumentam a área da raiz as folhas. Assegura o
além dos tecidos
em contato com o solo. correto transporte.
condutores (xilema e
floema), têm um tecido
clorofilino constituído por
células fotossintéticas, o
mesófilo.
A água e os sais minerais entram na planta através da absorção nas raízes. O dióxido de
carbono entra nos ESTOMAS que se localizam na folha.

OS ESTOMAS

São estruturas por onde o dióxido e carbono entra na célula e que controlam a quantidade
de água que sai na transpiração. São formadas por duas CÉLULAS GUARDA (têm
cloroplastos) que revestem um orifício o OSTÍOLO.

http://wikiciencias.casadascien
http://www.cientic.com/
cias.org/

[Abrir e o fechar do estoma animação]

Os estomas controlam a quantidade de água que é perdida pela transpiração da planta. Os


estomas estão sempre "revestidos" por água que vem das raízes. As células guarda são
constituídas por uma parede que é mais espessa no local que revestem o ostíolo. Quando
as células estão turgidas (cheias de água nos seus vacúolos), as células deformam-se,
expandem-se no sentido das paredes mais finas das células guarda, pressão de turgência,
fazendo que o ostíolo abra. Quando a pressão de turgência diminui (os vacúolos diminuem
o seu volume) e fecha-se o ostíolo. A pressão de turgência das células guarda  depende de
vários factores como por exemplo, o Ph do meio, a concentrações de iões, intensidade
luminosa etc.
2-Obtenção de matéria
 

2.1. O transporte nas plantas

XILEMA
O xilema, ou lenho, é responsável pela condução de água e sais minerais - seiva bruta - das
raízes até o topo da planta.

Existem 4 tipos de células


xilémicas: traqueídos,
elementos de vaso, fibras
lenhosas e parênquima
lenhoso.  As primeiras
duas são os vasos lenhosos
ou vasos xilémicos. Com
excepção do parênquima
lenhoso, são células
mortas impregnadas por
lignina e reforçadas com
celulose.

Os vasos xilémicos são
formados por células
mortas colocadas topo a
topo e em que
nos traqueídos as paredes
transversais estão
presentes e as células
contatam entre si através
http://online.morainevalley.edu/WebSupported/BIO112/xylem.jpg
de poros e nos elementos  
de vaso, as paredes
transversais desaparecem e
forma cordões celulares da
raiz até à folha.
 

FLOEMA

Floema ou Líber, conduz a seiva elaborada nas folhas às outras regiões da planta.
Existem 4 tipos de células: Elementos dos
tubos crivosos, células companhia, fibras e
células parênquimosas. Todas estas células
com excepção das fibras, são constituídas por
células vivas.

Os elementos de tubos crivados - as células


são anucleadas e alongadas , as  paredes
transversais possuem vários poros (crivos),
formando a placa crivosa, por onde passa a
seiva elaborada de uma célula para outra.

As células companhia estão ligadas às células


dos tubos crivosos e fornecem energia a estas
células.

As fibras são células mortas alongadas que


conferem resistência e suporte à planta.

As células parênquimosas têm função de


reserva.

http://www.bbc.co.uk/scotland/learning/

http://curlygirl.no.sapo.pt/

Comparando a estrutura dos vasos do xilema e do floema


http://kvhs.nbed.nb.ca/gallant/biology/biology.html
 

Exercício- http://www.netxplica.com/manual.virtual/exercicios/bio10/transporte.plantas
.1/10.BIO.vasos.2.htm

Os diferentes órgãos da planta, quando observados ao microscópio, apresentam diferentes


posições dos tecidos condutores e diferentes desenvolvimentos relacionados com a função
que cada órgão desempenha (folha, caule e raiz).

 
http://fhs-bio-wiki.pbworks.com/w/page/12145803/Plants

Absorção de água e de solutos pelas plantas

Os pêlos radiculares, como já se disse, aumentam a superfície de contato entre a


planta e o solo. É no solo que se encontra o soluto a absorver, e dependendo da
qualidade do solo, terá mais ou menos iões minerálicos e água. As células da raiz
da planta, em geral, têm uma menor concentração de soluto, meio hipotónico que
o solo envolvente e os iões minerálicos entram por difusão através da membrana
das células, enquanto que a água entra para a planta por osmose até atingirem os
vasos xilémicos.

Por vezes as raízes podem acumular (são também órgãos de reserva), grande
concentrações de iões, maior que a do soluto do solo, contra o gradiente de
concentração, neste caso os iões irão entrar por transporte ativo, com gasto de
energia.

Os iões e a água vão chegar ao xilema e constituir a seiva xilémica ou seiva


bruta que é constituída por cerca de 99% de água e iões dissolvidos (fosfatos,
nitratos, sulfatos, potássio, sódio e cloro). O movimento é rápido, no verão pode
chegar aos 6ocm por minuto.
                              

TRANSPORTE NO
XILEMA________________________________________________________________________
_

Os iões e a água vão chegar ao xilema e constituir a seiva xilémica que é


constituída por cerca de 99% de água e iões dissolvidos (fosfatos, nitratos, sulfatos,
potássio, sódio e cloro). O movimento é rápido, no verão pode chegar aos 6ocm por
minuto.

A água  
desloca-se
desde  zona
apical da raíz
(pêlos
radiculares)
até aos vasos
xilémicos por
3 vias:

      Via
apoplástica:
a água
desloca-se
através do
apoplasto
que
representa a
ligação de
todas as
paredes
celulares e
espaços
intercelular
es;

     Via
simplástica:  
a água
desloca-se  
do simplasto
 
que
representa a
 
ligação de
todas as
células do
corpo  
através dos
plasmodesm  
os ("pontes"
que ligam as  
membranas
das células  
umas às
 
outras)
Estes
 
atravessam
as paredes http://www.cb.ufrn.br/atlasvirtual/fisiologia.htm
celulares de
células
contíguas
permitindo
que exista
uma
continuidad
e
citoplásmica
entre as
células
adjacentes ;

     Via
transcelular
: a água
passa de
célula para
célula.

[Movimento da água animação]

 LOCALIZAÇÃO DOS TECIDOS


CONDUTORES NAS PLANTAS - observação
macro e microscópica - pág. 237

 
 

2.1. O transporte nas plantas

        2.1.1. Transporte no xilema

TRANSPORTE NO
XILEMA________________________________________________________________________
_____________

Os iões e a água vão chegar ao xilema e constituir a seiva xilémica que é


constituída por cerca de 99% de água e iões dissolvidos (fosfatos, nitratos, sulfatos,
potássio, sódio e cloro). O movimento é rápido, no verão pode chegar aos 6ocm por
minuto.

Como é possível contrariar a ação da gravidade?

Existem várias hipóteses  (teorias) que tentam explicar este mecanismo, todas elas,
recorrendo a processos físicos, como por exemplo a Hipótese da pressão
radicular e a Hipótese da tensão-coesão-adesão, entre outras.

HIPÓTESE DA PRESSÃO
RADICULAR______________________________________________________________
_______

Vários estudos comprovam que:   EXSUDAÇÃO

1- A contínua acumulação dos sais da raiz


permite a entrada de água por osmose.

A elevada concentração de iões na raiz faz com


que a água entre por osmose. Desenvolve-se,
então,  uma pressão osmótica que é
responsável pela impulsão da seiva bruta no
sentido ascendente.

2- As forças osmóticas geram uma pressão


(pressão radicular) que pode explicar a subida
de água no xilema.

A pressão radicular é a pressão que permite    http://www.infopedia.pt/     


que a água absorvida pela raiz se desloque até
à parte superior da planta. Admite-se que é por A exsudação é utilizada na indústria da
osmose e por transporte ativo que se deve esta resina e do latex, por exemplo.
pressão. Deve-se aos sais do xilema que   GUTAÇÃO
possibilitam um gradiente de concentração
fazendo com que haja movimento.
http://www.apsnet.org/publications/imageresources/Pages/
IW000058.aspx
3- O efeito da pressão radicular pode ser
observada pela exsudação. Quando a pressão
radicular é muito elevada a água sai através
da gutação (gotas de água que saem pelas
folhas).

HIPÓTESE DA TENSÃ0-COESÃO-ADESÃO
_______________________________________________________________________
Esta Teoria explica a
subida da seiva bruta
desde a raiz às folhas
com base na relação
entre a Absorção
radicular e a
Transpiração estomática
(nas folhas).

Calcula-se que a tensão


produzida pela
transpiração seja
suficiente para elevar a
água até a uma altura de
150m nos vasos
xilémicos. Esta é a
hipótese mais aceite para
explicar a
TRANSLOCAÇÃO do
xilema nas plantas.

Na ascensão da seiva
bruta intervém os
seguintes processos
sequenciais:

1- Há perda de água por


transpiração. Com esta
perda gera-se um défice
de água e origina uma
força de SUÇÃO, fraca
força de TENSÃO que se
transmite o xilema e
deste até às células da
raiz, fazendo com que
haja ABSORÇÃO de água http://www.simbiotica.org/
por este órgão.

2- As moléculas de água,
unem-se por pontes de
hidrogénio, à custa da
polaridade da molécula,
e devido a forças de
COESÃO e as moléculas
mantêm-se unidas entre
si, o que vai facilitar a
subida de água em
COLUNA.

3- As moléculas de água
formam ligações com as
paredes dos vasos
xilémicos por forças de
ADESÃO e facilitam a
ascensão da coluna de
água.

4- A água sobe e forma


uma coluna contínua.

Esta Hipótese funciona


apenas se houver uma
coluna de água contínua.
Quando existem bolhas
de ar na coluna, ou
quando à descida de
temperatura, a água não
sobe e a planta recorre à
pressão radicular. Se a
pressão não for suficiente
a coluna de água deixa
de funcionar.

            

ATIVIDADE EXPERIMENTAL - Transporte nas plantas pág.


121

ANIMAÇÕES:
Hipótese da pressão radicular
Hipótese da pressão radicular
Transpiração
Transpiração
Pressão radicular 
SABER MAIS:
 
                 http://www.simbiotica.org/transporteplanta.h
tm
                  http://portfolio-
eli.webnode.pt/news/transporte-nas-plantas-parte-2-/
http://curlygirl.no.sapo.pt/transpl.htm
http://lifebiologia.blogspot.pt/2010/10/fisiologia-da-
conducao-de-seiva.html
                http://www.slideboom.com/presentations/600
00/Transporte-no-Xilema

 
2.1. O transporte nas plantas

    2.1.2. Transporte no floema

As substâncias produzidas nos órgãos fotossintéticos (seiva elaborada) vão ser


transportados a todas as células dos restantes órgãos da planta pelo vasos floémicos. A
seiva elaborada é constituída por sacarose, nucleótidos, hormonas, aminoácidos e iões
orgânicos.

Experiência de Malpighi

Para compreender onde e como


circulam os compostos orgânicos,
Marcelo Malpighi, no séc. XVII fez a
seguinte experiência:

Seccionou uma planta em forma de


anel, tendo o cuidado de extrair todos
os tecidos à volta do xilema, incluindo
o floema. Retirou todas as folhas
abaixo do corte. Passado uns dias pode
verificar que a planta na parte superior
do corte ainda estava viçosa e que no
corte, no bordo superior havia um
"inchaço" cicatrizado e no bordo
inferior não existia.

Às folhas da planta na parte superior do


corte eram-lhes fornecido a água e sais
minerais, substâncias necessárias à
produção de matéria orgânica, isto
porque Malpighi não seccionou o
xilema. As plantas elaboravam a seiva
elaborada que é enviada para o floema http://www.portalsaofrancisco.com.br/
na parte superior do corte, quando este
ao descer encontra obstrução e  
acumula-se provocando o "inchaço" -
ENTUMESCIMENTO - aumento de
volume, no bordo superior.

Enquanto a parte inferior ao corte da


planta tiver reservas de compostos
orgânicos, a planta vive. Quando as
reservas acabam, as raízes deixam de
absorver a água e os sais minerais e a
planta morre.
 

A experiência de
Zimmermann

Para
conhecer composição do
Floema,  Zimmermann e
m meados do séc. XX
pegou num pulgão que se
alimentava e anestesiou-
o, cortou-lhe o estilete
(armadura bucal) de
forma a que este fica-se
preso na planta.

Observou que o floema


estava sempre a sair
(horas) da planta.

Retirou a amostra do
fluido e estudou a sua
composição.

Verificou que as
substâncias que
compunham o fluido  http://biotic.no.sapo.pt/u1s1t3.html
era: sacarose,
nucleótidos, hormonas,
aminoácidos e iões
orgânicos.

Com esta experiência,


para além da composição
do floema, pode-se
concluir que o floema
está sob pressão.

 
A experiência de
Munch, 1926

A deslocação de
materiais no floema
tem sido explicada
pela teoria do fluxo
de massa proposta
pelo Munch.

Munch utilizou dois


recipientes, um com
uma solução
concentrada em
sacarose,
mergulhado no
frasco A, e outro
recipiente com uma
solução de sacarose
mais diluída,
mergulhado no fraso
B. Ambos tinham
membranas
permeáveis à água e
impermeáveis à
sacarose. Os
recipientes estavam
ligados por um tubo
de vidro.

Verificou que a água


do frasco B (meio http://www.sobiologia.com.br/
hipotónico)
deslocou-se para o
recipiente A (meio
hipertónico),
criando uma pressão
que obrigou a
solução a deslocar-
se para B.

O  fluxo pára
quando as
concentrações se
igualam nos
recipientes A e B.
 

   

 
Teoria do fluxo de
massa

Esta teoria
considera que a
sacarose se desloca
através dos vasos
crivosos, devido à
existência de um
gradiente de
concentração,
desde o órgão de
produção, as folhas,
até aos locais de
consumo que são os
tecidos ou órgãos
em formação ou
crescimento e os
órgãos de reserva
durante a fase de
acumulação de
reservas.

A glicose, produto
resultante da
fotossíntese, é
convertida em
sacarose. A sacarose
desloca-se do
mesófilo (na
epiderme), para os
elementos do tudo Porto Editora
crivoso por
transporte ativo
com a ajuda da
célula companhia
(energia).

Com o aumento de
concentração da
sacarose no floema
dá-se um aumento
da pressão osmótica
nos tecidos
circundantes e a
água do xilema e
das células vizinhas
entra por osmose
nos tubos crivosos
do floema
aumentando a
pressão de
turgência e causa a
deslocação da seiva
elaborada, através
das placas crivosas
para locais com
menor pressão.

A sacarose passa,
possivelmente por
transporte ativo
para os órgãos onde
vai ser utilizada ou
de reserva. Esta
saída faz com que
as células dos tubos
crivosos fiquem
hipotónicos, a
pressão osmótica
desce, e água
regressa às células
vizinhas e ao xilema
por osmose.

A passagem da
sacarose a todas as
células será feita,
posteriormente,
através de
transporte
citoplasma a
citoplasma. É depois
degradada em
glicose e utilizada
para a respiração
celular, ou
polimeriza-se e
forma amido
(produto de
reserva).
 

http://www.netxplica.com/exercicios/bio10/10BIO4.fluxo.massa.htm
Teoria do Fluxo e Massa animação

Teoria do Fluxo de massa animação

2-Obtenção de matéria
 
   2.2. O transporte nos animais

   Os seres vivos necessitam de realizar trocas de substâncias e de nutrientes, só assim


sobrevivem. Os animais precisam de receber oxigénio e nutrientes do meio externo e libertar
o dióxido de carbono e outros produtos resultantes da atividade do metabolismo do ser vivo.

 Tal como nas plantas os sistemas de transporte relacionam-se com o grau de complexidade
dos animais. No entanto, é comum a todos, desde os mais simples aos mais complexos,
todas as células do animal estão rodeadas de um líquido (linfa) que lhes permite que a troca
das substâncias, entre ou saia da células, sob a forma dissolvida.

Nos animais mais simples não existe um sistema de transporte especializado, dado que são
apenas constituídos por duas camadas de células, estando assim, em contato direto com o
meio ambiente e as trocas dão-se por difusão simples. Nos animais mais complexos, torna-
se mais eficaz a existência de órgãos especializados no transporte de substâncias,
formando um sistema de transporte.

Sem sistema de transporte

Celenterados (ex. hidra), Platelmintes  (ex. Ténia) e Nematelmintes (ex. lombriga)

Hidra- é formadas por duas camadas de células e estão em contato direto com o meio. O
Oxigénio difunde-se na água e esta "banha" as células. Os nutrientes difundem-se na
cavidade gastroventricular para as células e os produtos de excreção  são enviados
diretamente para o meio.

Tipo de sistema de transporte

Existem dois tipos de sistemas, o aberto e o fechado. O sistema aberto é quando os fluidos
circulatórios saem dos vasos sanguíneos e banham as células, o sistema fechado o sangue
circula sempre dentro dos vasos.
Sistema aberto ou
lacunar

É comum em muitos
invertebrados.

Não há distinção entre


o sangue e a linfa, pois
o sangue abandona os
vasos e passa para
espaço que se
denominam
LACUNAS,
misturando-se com a
linfa e daqui flui para
as células. Os biólogos
chama a este fluido
circulatório
HEMOLINFA.

A hemolinfa que
circula nos vasos é
bombeada por
um coração
tubular até chegar aos
tecidos, aqui a
hemolinfa abandona
os vasos e vai para
as lacunas (cavidades
que no seu conjunto
formam o
HEMOCÉLIO). A
hemolinfa contata
diretamente com as
células e fornece-lhes
o que elas precisam e
retira-lhes os produtos
de excreção. A
hemolinfa volta aos
vasos e regressa ao
coração
pelos  ostíolos (digam
os que correspondem
às nossas aurículas),
estes fecham, o
coração contrai e a
hemolinfa é
impulsionada, de novo,
para os vasos.
Sistema fechado

Todos os
vertebrados têm
e alguns
invertebrados (ex:
choco, lula,
polvo)

O líquido que
circula nos vasos
sanguíneos é o
sangue e o que
circunda os
tecidos é a linfa.
O sangue circula
em vasos de
diferentes
calibres desde os
maiores que são
as artérias e
veias, depois
arteríolas e
vénulas, até aos
de menor calibre,
os capilares que
são constituídos
por apenas uma
camada de
células e que
envolvem,
praticamente
todas as células. 
As trocas
realizam-se entre
o capilar e a linfa
intersticial (o
sangue fornece o
oxigénio e
nutrientes e
recebe os
produtos
excretados da
atividade celular).

Este tipo de
sistemas é
muito mais
eficaz que o
aberto, pois a
velocidade da
troca entre
substâncias é
mais rápida no
fechado que no
aberto. Os
animais com
sistema aberto,
têm por esta
razão
movimentos
lentos e taxas
metabólicas
baixas (exceção
para os insetos
em qua os gases
são transportados
diretamente às
células,
permitindo que
estes animais
tenham taxas
metabólicas
elevadas).

TIPOS DE CIRCULAÇÃO  nos


vertebrados________________________________________________________________
______

O sistema circulatório dos vertebrados, ou sistema cardio-respiratório, é um sistema


fechado.

 
Tipo de   Tipo de   Tipo de   Tipo de
Circulação: Circulação: dupla Circulação: Circulação: dupla
simples e incompleta dupla e e completa
incompleta
2 Cavidades: -  3 Cavidades:-  2 4 Cavidades: 2
1 aurícula e 1 aurículas e  1 2 Cavidades:-  2 aurículas e 2
ventrículo ventrículo aurículas e 2 ventrículos
ventrículos
O sangue O sangue vindo O sangue venoso
venoso entra de todas as A circulação nos entra na aurícula
na aurícula, por partes do corpo répteis é direita pelas veias
uma estrutura, entra na aurícula semelhante à cavas, e o sangue
o seio venoso e direita e na dos anfíbios arterial na
o sangue passa esquerda entra o com exceção do aurícula esquerda
pela sístole sangue vindo dos crocodilo que pelas veias
auricular para pulmões. Dá-se a tem um coração pulmonares. Dá-se
o ventrículo. sístole auricular com 4 a sístole auricular
Dá-se a sístole e o sangue passa cavidades. e o sangue sai
ventricular e o para o ventrículo pelas artérias
sangue sai do (único). Ocorre a As aurículas (pulmonar -
coração por sístole contraem em direita, e aorta -
outra estrutura, ventricular e tempos esquerda).
o cone arterial, parte do sangue diferentes o
até atingir dirige-se aos que faz com A artéria
as brânquias. pulmões que não haja pulmonar leva ao
Nas brânquias (circulação mistura total sangue às
dá-se pulmonar) e dos 2 tipos de arteríolas, estas
a hematose outra parte à sangue. Nos aos capilares e dá-
pulmonar e o restantes parte répteis existe se a hematose
sangue passa do corpo um septo que pulmonar, o
para artéria (circulação divide sangue rico em
aorta  que se sistémica). parcialmente o oxigénio é
ramifica ventrículo. conduzido dos
em arteríolas e Embora possa capilares para as
depois capilares haver mistura dos vénulas e destas
. Dá-se a troca dois tipos de para as veias
gasosa ao nível sangue, a pulmonares,
celular e o morfologia do regressando ao
sangue ventrículo dos coração, para a
carregado de anfíbios, esta aurícula esquerda.
dióxido de mistura é apenas
carbono,
regressa ao parcial. A artéria aorta
coração leva o sangue
pelas vénulas e arterial para as
destas para arteríolas e destas
as veias, para os capilares.
regressando Dá-se a troca de
ao coração. oxigénio pelo
dióxido de
carbono
(hematose
celular) e o
sangue regressa
ao coração pelos
capilares, vénulas
que se reúnem na
veia cava superior
e inferior.

Relembra: [O
Coração]

Imagem traduzida e adaptada de http://www.studyblue.com/

     2.2.2. Fluídos circulantes

Um sistema de transporte inclui: Um fluido circulante (sangue ou hemolinfa); um órgão


propulsor (coração); um sistema de vasos (e em alguns lacunas) ; fluido que banha as
células (linfa ou hemolinfa).

Estes dois fluidos foram estudados no 9ºano! É importante relembrar! [Relembra]

Os vasos sanguíneos foram, igualmente estudados! É importante


relembrar! [Relembra]

Resumo:

Os fluidos circulatórios: Sangue e linfa

Os fluidos extracelulares, sangue, linfa intersticial e circundante constituem o


meio interno e asseguram as funções vitais das células, por conseguinte, do
organismo.

A parte líquida do sangue e da linfa são os principais componentes do líquido que


constitui o meio interno, este é formado por água, sais minerais e substâncias
orgânicas.
O SANGUE
O sangue é constituído por uma porção líquida que constitui o plasma e uma parte
sólida, as células sanguíneas (glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas
sanguíneas).
 

Sangue
Plasma 55% Constituintes celulares 45%
90% água leucócitos
hemácias
10% substâncias dissolvidas trombócitos

Plasma sanguíneo
É constituído por água (95%), nutrientes e gases (O2 e CO2). O plasma, para além
de transportar estas substâncias, transporta as células sanguíneas.
O plasma constitui cerca de 55% do sangue, os restantes 45% estão reservados aos
constituintes celulares (glóbulos brancos e vermelhos e plaquetas sanguíneas).

Glóbulos brancos ou os leucócitos.


Função: Defesa do organismo
Forma: irregular
Duração: cerca de uma semana na corrente sanguínea.
Origem: medula vermelha dos ossos, órgãos linfáticos (timo e baço) e gânglios
linfáticos.
Propriedades: Diapedese, fagocitose e produção de anticorpos

Os glóbulos vermelhos, Hemácias ou eritrócitos

Função: Transporte de oxigénio e de dióxido de carbono


Forma: regular, discos bicôncavos
Duração: cerca de 120 dias na corrente sanguínea.
Origem: medula vermelha dos ossos.

Os glóbulos vermelhos contêm hemoglobina.

A hemoglobina é a proteína responsável pelo transporte eficiente do O2 e do


CO2.

As plaquetas sanguíneas ou trombócitos

Função: Mecanismo da coagulação do sangue

Forma: irregular
Duração: cerca de uma semana na corrente sanguínea.
Origem: medula vermelha dos ossos.
Propriedades:  Intervêm no mecanismo da coagulação do sangue
 
LINFA

A linfa é o segundo fluido circulatório. Deriva do sangue, é constituído por


glóbulos brancos, plaquetas, plasma, nutrientes, cloreto de sódio (sal) e gases
(oxigénio e dióxido de carbono). Como não tem glóbulos vermelhos a linfa é
incolor ou ligeiramente rosada, pois pode conter um ou outro glóbulo vermelho.

É a linfa que distribui os nutrientes e transporta os gases para o sangue e deste


para as células.

Ao contrário do sangue, que anda sempre em vasos sanguíneos, a linfa circula quer
em vasos denominados linfáticos quer a circular nos espaços entre as células
(interstícios). À linfa que circula em vasos linfáticos chama-se LINFA
CIRCULANTE e à que circula nos interstícios das células, a LINFA INTERSTICIAL.

É a linfa intersticial fornece os nutrientes e oxigénio às células e recebe os


produtos excretados por estas e, grande parte da linfa entra de novo nos capilares
venosos. Com a passagem dos nutrientes e oxigénio para a linfa o sangue, a pressão
sanguínea diminui e o sangue torna-se hipertónico, fazendo com a linfa entre para
os capilares.

A renovação da linfa é fundamental pois permite que as células obtenham as


substâncias que necessitam e que eliminem o que não necessitam.
 

Vasos sanguíneos

Os vasos sanguíneos são tubos pelo qual o sangue circula.

Há três tipos principais: as artérias, que levam sangue do coração ao corpo; as


veias, que o reconduzem ao coração; e os capilares, que ligam artérias e veias.
Num circulo completo, o sangue passa pelo coração duas vezes: primeiro rumo ao
corpo(grande circulação)depois rumo aos pulmões (pequena circulação).

As artérias transportam sangue arterial e sangue venoso do coração para o resto


do corpo.

As veias levam o sangue arterial e venoso para o coração.

As artérias são mais espessas e elásticas do que as veias, pois as artérias têm de


suportar a pressão do sangue bombeado pelo coração. A velocidade do fluxo
sanguíneo é máxima nestes vasos.

As veias na parte inferior do organismo possuem válvulas que impulsionam o sangue


para o coração. Foi a forma que a natureza arranjou na passagem de quadrúpedes
a bípedes. São estruturas frágeis e com a idade, excesso de peso, por exemplo,
deixam de funcionar e originam as varizes. Para além das válvulas o sangue circula
nas veias auxiliado pela pela contração muscular que comprimem os veias que envolvem o
músculo, pelas sístoles do coração, pelos movimentos respiratórios e também porque as aurículas
entram em diástole permitindo que o sangue entre nestas.
Os capilares são vasos constituídos por apenas uma camada de células, são
extremamente fininhos comunicam com as veias através das vénulas e com as
artérias através das arteríolas. Só para teres uma ideia da dimensão, os glóbulos
vermelhos passam um a um por estes vasos sanguíneos e os glóbulos brancos
passam através das paredes por diapedese. A velocidade do sangue é mínima nos
capilares permitindo que os nutrientes e o oxigénio saiam e os produtos excretados
entrem.
 

Os dois fluídos circulam pelos movimentos do musculo cardíaco, pela existência de


válvulas nas veias, nos membros inferiores (Homem), pela contração muscular que
comprimem os vasos sanguíneos, pelas sístoles do coração, pelos movimentos respiratórios,

http://science.kennesaw.edu/

 DISSECAÇÃO DE UM CORAÇÃO DE PORCO

Você também pode gostar