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da dança
Desde o princípio, o que era desconhecido era sentido como ‘poder’ e , esse
ameaçado por esta, a imitava. Imitar a natureza mostrava-se como uma necessidade
e proteção”. Acreditava que assim fazendo pudesse estar longe dos aspectos pavorosos
em um só deus, paraa dar conta do seu vazio, e passa a se projetar numa hierarquia de
plenitude criativa de sua própria psique”. Assim ele se expressa através das práticas de
meditação.
sempre grupal , constituídas cada uma, através de suas peculiaridades, por exemplo: danças
circulares, sem contato corporal entre os participantes; danças de imitação animal; danças
convulsivas; danças em serpentinas; danças profanas; danças funerárias, dentre outras, que
fortes e lamento, que expressavam as lutas dos mortos com o mistério da obscuridade.
Curiosamente, os primeiros cultos dos quais se tem conhecimento são os que se referem à
morte. Assim, à proximidade com o inesperado era marcada por uma atividade de “rito
golpes, palmas, contrações musculares e batida dos pés no chão para marcação rítmica. Os
‘xamãs’, nas suas práticas de girar, acreditavam que o estado de vertigem e êxtase
Segundo Woisen, (1996), era a função do xamã “exercer o papel intermediário entre o
porta voz especialmente escolhido pelos antepassados para profetizar o instrumento de deus
para a cura”. Na Índia, a dança de Shiva ilustrava a necessidade de se pensar o mundo dentro
criação, se faziam pensar para além das “ilusões existenciais limitadas” (:15). No Egito
, havia a “dança da estrela da manhã” , nome muito sugestivo usado para ilustrar a dança
cujos gestos imitavam os vários movimentos da ordem celeste, dos ciclos dos dias e do
surgimento das estações, assim como a semeadura ordenada pelo fluxo e refluxo dos rios.
Pois bem, é diante do desamparo frente ao poder da natureza que o homem cria
uma weltanschauung”, é enfático em dizer que tanto a arte como a religião, cada uma a
existência,
não dei-
encontra seu
do ato, que enriquecia a vida que se extasiava frente ao fascínio exercido pelo mar,
pelas nuvens, pelo fogo ou pelo amor. Dante, na “Divina Comédia”, exalta a força
poderosa do amor quando diz: “o Amor –esse que move Sol e estrelas” (:428). E
Wosien , 1996).”
“descarga rítmica de energia” possível de ser descrita apenas enquanto “ato extático” .
extática. Havia uma disjunção entre corpo e mente (alma, espírito).Também, foi dada
algo que se daria “a partir de uma contradição entre traços comportamentais ( tendência
descritas como “arrebatamento, contato com Deus, transe profético e por último,
representante. No seu relato mais tradicional, suas experiências foram descritas como
“Ao meu lado surgiu um anjo [...] Ele não era alto , mas baixo, e
muito
bonito o calor que emanava de seu rosto sugeria que ele vinha dos
mais altos
mãos
visto
retirou,
gemia,
tão severa era a dor que sentia. Mas era tão extrema a doçura desta
intensa
nada
além de Deus. Esta não é uma dor física, mas espiritual, apesar de
o corpo
manifestação de um gozo?
que a religião desenvolvia suas crenças de maneira arraigada e latente nas danças
desamparo do homem.
Num salto histórico, com a ampliação geográfica própria a Renascença, foram
executado, a princípio, através de pantomima, o “ballo”, que foi cada vez mais
notícia, data de 1489, organizada para a festa de casamento do duque Galleazzo Sforza,
de Milão.
dos vários estilos de dança. O ballet “La Sylphide”,1832, marcou o nascimento do ballet
virtuosidade e da técnica.
, a própria cultura.
cultural trouxe a cena um sujeito-bailarino que expressa alguém que se faz participar
em geral: Objeto e Sujeito de sua própria obra. Objeto naquilo que é dado ao bailarino,
aprimorar a sua técnica tão necessária à execução dos passos, “sulcar no corpo o
soube captar a escrita de Garaudy, “induz a uma experiência não conceitualizável, não
redutível à palavra. Se pudéssemos dizer uma certa coisa, não precisaríamos dançá-la.”2
movimentação deveria partir do plexo solar. Martha Grahan,por sua vez, expõe todo
esboçados nos rituais primitivos. Sua busca pela dança moderna retratava a tentativa de
homem não mais pelo desconhecimento da natureza como fazia o homem primitivo, ma,
por temer o caus instaurado pela Primeira Guerra Mundial. Laban, criador do
seus ballets,e para quem a dança significava a “arte de fazer do gesto a palavra do
vai dar forma à explosão pulsional de um corpo possuído pelo som, cujo efeito nos
acontecer inconsciente, marcado pelo movimento pulsional, e que faz com que esta
Assim, pode-se dizer que o que se assiste hoje no cenário da dança, e incluem-se aqui
primitiva voltada ao ‘fluxo e refluxo pulsional’ que faz com que cada um possa
construir seu próprio movimento. É desse elemento que circula, como expressão de
cunho pulsional, que a dança se nutre e se mantém.Como nos diz Clarisse Lispector,
[1]
Tradução livre de trecho citado em inglêsem:http:www.bogllewood.com/cornaro/xteres.html
2
GARAUDY, Roger. Dançar a vida, p. 37.