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Cláudia Medeiros Ledo

Crenças sexuais, satisfação sexual e qualidade de em vida em


indivíduos com e sem condições crónicas de saúde

Orientadora : Professora Doutora Raquel Pires

Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias

Escola de Psicologia e Ciências da Vida

Lisboa

2016
Cláudia Medeiros Ledo - Crenças sexuais, satisfação sexual e qualidade de em vida em
indivíduos com e sem condições crónicas de saúde

Cláudia Medeiros Ledo

Crenças sexuais, satisfação sexual e qualidade de em vida em


indivíduos com e sem condições crónicas de saúde

Dissertação defendida em provas públicas para


obtenção do Grau de Mestre em Psicologia Clínica e
da Saúde conferido pela Universidade Lusófona de
Humanidades e Tecnologias com o Despacho de
Nomeação de Júri nº 456/2016 com a seguinte
composição:

Presidente-Professora Doutora Ana Prioste

Arguente-Professora Doutora Patrícia Pascoal

Orientadora: Professora Doutora Raquel Pires

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Escola de Psicologia e Ciências da Vida

Lisboa

2016

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indivíduos com e sem condições crónicas de saúde

Agradecimentos

A todos os professores e doutores que contribuíram com os seus ensinamentos para o


meu saber e me acompanharam nesta minha caminhada.

Um agradecimento em especial para a professora Raquel Pires por todos os


ensinamentos, palavras de motivação e por ter estimulado o gosto pela investigação e
pelo pensamento crítico.

À minha mãe, por todas as palavras de conforto e de sabedoria e acima de tudo por me
ter ensinado que as dificuldades só destroem se nós as deixarmos.

Ao meu pai, por me ter me ter ensinado o valor da perseverança e resiliência.

Agradeço ainda ao Filipe, por toda a disponibilidade e pela boa disposição contagiante.

À Joana, por todo o apoio incondicional.

E a Deus, por todas as oportunidades e experiências que me foi oferecendo ao longo


deste percurso.

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Resumo:

Este estudo teve como objectivos perceber as relações entre as crenças acerca da
sexualidade, a satisfação sexual (SS) e a qualidade de vida (Qdv) em homens e
mulheres com e sem condições crónicas de saúde (CCS). Os objectivos específicos
foram: caracterizar as crenças sexuais, a satisfação sexual e a Qdv em homens e
mulheres com e sem o diagnóstico de CCS, explorar a associação entre crenças sexuais,
SS, qualidade de vida em ambos os grupos; explorar a associação entre as variáveis
sociodemográficas, clínicas e relacionais e as variáveis em estudo em ambos os grupos;
identificar as variáveis explicativas da SS e de Qdv em indivíduos com e sem CCS.

Este estudo foi transversal e o processo de amostragem foi não probabilístico,


por conveniência. Foram analisados dados de 145 sujeitos. Verificaram-se diferenças
significativas no que diz respeito à Qdv: os participantes com CCS mostraram ter, em
média, níveis de Qdv inferiores quando comparados com os saudáveis. Verificou-se,
também, que crenças sexuais desajustadas estavam negativamente associadas a SS. E
por fim, conclui-se que a avaliação do relacionamento amoroso revelou ser o melhor
factor explicativo de qualidade de vida e da satisfação sexual, concluindo-se que níveis
superiores de satisfação com o relacionamento explicam maiores e melhores níveis de
SS e Qdv.

Palavras-chave: Satisfação sexual, Crenças Sexuais, Qualidade de vida, Condições


crónicas de saúde

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Abstract:

This study was aimed to understand and comprehend the relations between
sexual beliefs (SB), sexual satisfaction (SS) and quality of life (QoL) in men and
women with and without chronic health conditions (CHC). The goals of this study were
to: characterize sexual beliefs, sexual satisfaction and QoL in men and women with and
without CHC diagnostic, explore the associations between sexual belief, SS and quality
of life quality in both groups; explore the associations between sociodemographic,
clinic and relational variables and the variables in study in both groups; identify
explanatory variables of the SS and QoL in individuals with and without CHC.

This was a transversal study where the process of sampling was not-
probabilistic, for convenience. The data was analyzed for a total of 145 individuals. It
was concluded that there were differences regarding QoL: the participants with CHC
showed having, in average, inferior levels of QoL when compared with the healthy
individuals. It was noticed that dysfunctional sexual beliefs were negatively associated
to SS. Finally, it was also concluded that the relationship evaluation was revealed to be
the best explanatory factor with regards to QoL and SS, achieving the fact that superior
levels of satisfaction with the relationship, explains bigger and better levels of SS and
QoL.

Key words: Sexual Satisfaction, Sexual beliefs, Quality of life, Chronic health
conditions

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Índice

Introdução ..................................................................................................................................... 7
Condições crónicas de saúde e qualidade de vida .................................................................... 8
Condições crónicas de saúde e sexualidade ............................................................................. 9
Satisfação sexual e qualidade de vida..................................................................................... 11
Objectivos e hipóteses ............................................................................................................. 12
Método ........................................................................................................................................ 12
Participantes ........................................................................................................................... 12
Procedimentos ......................................................................................................................... 15
Instrumentos ............................................................................................................................ 15
Análise estatística.................................................................................................................... 17
Resultados ................................................................................................................................... 17
Caracterização e comparação entre grupos nas variáveis em estudo .................................... 17
Factores explicativos da Satisfação Sexual ............................................................................ 21
Factores explicativas da Qualidade de vida ........................................................................... 22
Discussão dos resultados ............................................................................................................. 22
Conclusão .................................................................................................................................... 24
Referências bibliográficas ........................................................................................................... 26
Anexos......................................................................................................................................... 29

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Introdução

A Organização Mundial de Saúde (OMS) define condição crónica de saúde


como a presença de uma variedade de problemas físicos de saúde, que requerem
cuidados de saúde pelo menos uma vez por ano num período indeterminado de tempo
(OMS, 2002). O conceito de condição crónica de saúde sofreu algumas alterações ao
longo do tempo. Inicialmente eram só consideradas as doenças convencionais como
asma, problemas cardiovasculares e diabetes. Contudo, esta definição foi evoluindo no
sentido de incluir outras patologias que, devido ao avanço médico e tecnológico,
deixaram de ser fatais, tais como a síndrome de imunodeficiência adquirida (SIDA) ou o
cancro. Mais tarde, consideraram-se como condições crónicas, também algumas
perturbações mentais (e.g depressão, esquizofrenia) e ainda perturbações
musculoesqueléticas e oftalmológicas (Nolte & McGee, 2008).

Segundo um estudo estatístico realizado pela Direcção Geral da Saúde (2015), as


doenças crónicas assumem 85% da taxa de morbilidade em Portugal, sendo, desta
forma, o conjunto de patologias mais frequentemente encontradas na população
portuguesa. Salienta-se as doenças do aparelho circulatório (18%), as neoplasias (17%),
as perturbações músculo-esqueléticas (15%), as doenças do foro mental e do
comportamento (10%), bem como a diabetes e outras doenças endócrinas, doenças do
sangue e doenças do aparelho urogenital (7%) como aquelas que têm mais impacto na
população portuguesa, as que mais dão origem a morte mais prematura e também as
mais incapacitantes.
A tendência actual é que cada vez mais pessoas vivam com uma doença crónica
e que vivam com ela durante mais tempo (Carrillo-González, Sánchez-Herrera &
Chaparro-Díaz, 2013). O aumento da esperança média de vida, bem como o avanço da
tecnologia e dos tratamentos no âmbito destas patologias, permitem que os indivíduos
possam conviver com condições crónicas durante um grande período do seu
desenvolvimento. Este fenómeno tem vindo a levantar a questão da importância de se
avaliar a qualidade de vida destes sujeitos, bem como de estudar os factores que a
possam comprometer (Silva, Pais-Ribeiro & Cardoso, 2004). Neste sentido, o presente
estudo pretendeu compreender alguns dos factores que podem potenciar a qualidade de
vida de indivíduos com condições crónicas de saúde, e contribuir para o conhecimento e
desenvolvimento de práticas clínicas mais adequadas à realidade destas pessoas. De

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forma específica, procuramos compreender a associação entre crenças sexuais,


satisfação sexual e qualidade de vida em indivíduos com CCS.

Condições crónicas de saúde e qualidade de vida

Segundo a OMS, a qualidade de vida é definida como a percepção subjectiva do


indivíduo em relação à sua vida, tendo em conta o contexto em que está inserido, a
cultura, os seus valores, expectativas, padrões e preocupações (WHOQOL,1994). Este é
um conceito multidimensional que engloba as dimensões da saúde física e mental do
indivíduo, assim como as suas relações com o meio e com os outros (Pereira, Melo,
Gameiro & Canavarro,2011)
Avaliar a qualidade de vida dos sujeitos com condições crónicas de saúde tem vindo
a ser um procedimento cada vez mais presente em contextos clínicos e de investigação
(Fayers & Machin, 2007). Um estudo desenvolvido por Glasgow, Ruggiero, Eakin,
Dryfoos e Chobanian (1997), por exemplo, revela que a presença de complicações
crónicas está relacionada com níveis inferiores de qualidade de vida. Silva, Pais-
Ribeiro, & Cardoso (2004) referem que as condições crónicas de saúde, são doenças
que, devido às suas características, não se podem tratar e/ou curar na totalidade e que as
consequências que daí advêm acarretam um conjunto alargado de desafios aos próprios
doentes. Segundo estes autores, a Psicologia deverá intervir então no sentido de
promover o envolvimento activo do indivíduo na gestão da doença, colaborar na
prevenção das complicações crónicas e promover a qualidade de vida.

Sendo a qualidade de vida um conceito que abrange várias dimensões da vida


humana, também são vários os estudos que nomeiam diversas variáveis que podem
afectar a percepção do indivíduo em relação à mesma. As questões do funcionamento e
satisfação sexual têm vindo a ser relatadas como influenciadoras da qualidade de vida
(Enzlin, Mathieu & Demytteanere, 2003; Pires & Pereira, 2012), assim como os
próprios tratamentos e recomendações (e.g preocupação com o controlo glicémico) que
podem ser causadores de stress e ansiedade (Silva, Pais-Ribeiro, Cardoso, 2004) e ainda
a etapa de desenvolvimento em que o sujeito se encontra (Sousa, 2013). Deste modo,
quando se pretende avaliar QdV é também necessário ter em conta a situação, o
contexto e as características intrapessoais da amostra.

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Condições crónicas de saúde e sexualidade

As consequências das doenças crónicas são inúmeras, e vão desde de consequências


de natureza endocrinológica, neurológica e vascular até aos efeitos secundários da
medicação. Apesar de grande parte destas problemáticas ter recebido elevada atenção ao
longo do tempo, o mesmo não se verificou no âmbito da sexualidade (Nesbaum,
Hamiltom & Lenahan, 2003).
É importante realçar que as dificuldades fisiológicas das condições crónicas de
saúde alargam-se também ao âmbito da sexualidade, sendo comuns complicações ao
nível da função eréctil, da lubrificação da genitália feminina, do orgasmo e do desejo
(Enzlin et. al, 2009; Turek, 2013). A revisão da literatura mostra-nos que há condições
crónicas de saúde em que as questões da sexualidade são mais evidentes, como é o caso
das condições crónicas metabólicas e endócrinas (e.g. diabetes mellitus, obesidade),
neurológicas (e.g esclerose múltipla, epilepsia), renais (e.g disfunção renal), neoplasias
(e.g leucemia), cardiovasculares (e.g. hipertensão) e musculoesqueléticas (e.g espinha
bífida, amputações) pois as próprias características fisiológicas das patologias
predispõem condições para que a vivência da sexualidade seja afectada (Nusbaum,
Hamilton, Lenahan, 2003; Carrillo-González, Sánchez-Herrera,Chaparro-Díaz, 2013;
Menezes, Pais-Ribeiro, Silva, Pedro, Cardoso, Mendonça, Vilhena, Martins & Martins-
da-Silva, 2013).
Contudo as dificuldades sexuais podem não estar directamente associadas às
características da condição crónica de saúde, mas a outros factores como características
psicossociais: crenças e mitos em relação à doença, questões acerca da imagem corporal
(e.g. peso, marcas/cicatrizes de procedimentos terapêuticos), saúde mental ou até
mesmo diferenças de género ou idade (Menezes, Pais-Ribeiro, Silva, Pedro, Cardoso,
Mendonça, Vilhena, Martins& Martins-da-Silva, 2013) Os efeitos destas patologias na
sexualidade são multifactoriais e podem ter um impacto em qualquer uma das fases da
resposta sexual, mostrando ter um efeito negativo na relação e na satisfação sexual tanto
do paciente como do(a) parceiro(a) (McInnes, 2003).
Na verdade, a etiologia das dificuldades de índole sexual na população com
condições crónicas de saúde, referidas anteriormente parece ser diversa, mas permanece
pouco conhecida. Segundo Enzlin et. al (2003), os factores psicossociais e biológicos
são os principais determinantes dos problemas experienciados. A figura 1 representa, de
forma geral, as variáveis que podem ter um impacto no funcionamento e bem-estar

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sexual em sujeitos com doença crónica. Os autores concluíram através de uma meta-
análise que a doença crónica tem um conjunto de consequências físicas que se traduzem
pela actividade da própria doença. Esta actividade pode ter um impacto directo ou
indirecto na sexualidade do indivíduo, afectando a funcionalidade dos próprios órgãos
ou por via de alteração do bem-estar do indivíduo.

Figura 1 – Quadro conceptual do impacto da doença crónica no funcionamento sexual e no bem-estar psicológico (Verschuren,
Enzlin, Djikstra & Dekker, 2010)

A presença de sintomas depressivos, a (in)satisfação marital, a avaliação negativa


face à doença e o ajustamento emocional desadequado parecem ter efeitos nocivos na
experiência sexual dos indivíduos. Contudo, as variáveis biológicas também são
consideradas. Os sujeitos com mais idade apresentam mais dificuldades no
funcionamento sexual, também por influência da menopausa, bem como sujeitos com
índices de massa corporal elevados (Enzlin et. al, 2003; Pires, & Pereira, 2012). No
entanto, Carperter, Nathanson e Kim (2009) referem que as atitudes em relação ao sexo
mostram ser também um bom preditor de satisfação sexual. Estas atitudes são
influenciadas, não só pelo sexo, assim como pela geração e cultura de cada indivíduo.
Pessoas com crenças mais permissivas indicam ter níveis de satisfação sexual superiores
do que aquelas com crenças mais rígidas. Nobre, Gouveia e Gomes (2003) referem
ainda que as crenças e ideias sobre a sexualidade conduzem o comportamento sexual
dos indivíduos e são, posteriormente, utilizadas na interpretação dos acontecimentos e
eventos sexuais. Pires e Pereira (2012) reforçam igualmente a existência de uma relação
entre crenças sexuais e funcionamento sexual. Apontam no sentido que as crenças

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desajustadas e disfuncionais têm impacto negativo no funcionamento sexual dos


sujeitos com condições crónicas de saúde, embora este fenómeno esteja mais visível nas
mulheres do que nos homens.

Verschuren, Enzlin, Djikstra & Dekker (2010), num estudo sobre o estado de arte na
área da sexualidade e doença crónica concluíram que existe muito pouco conhecimento
científico publicado a esse respeito. As publicações científicas na área da sexualidade,
satisfação sexual e doença crónica assumem uma percentagem inferior a 1% no que diz
respeito à totalidade das publicações relativas a condições crónicas de saúde. Reforçam
ainda a necessidade da utilização de grupos de controlo para ser possa ser mais clara a
compreensão dos aspectos específicos da amostra de doentes com condições crónicas de
saúde.

A literatura relativa à sexualidade no contexto das condições crónicas de saúde é


portanto muito limitada, e isto verifica-se ainda mais no que toca a dimensões como as
crenças sexuais e a satisfação sexual. Acresce que a maior parte dos estudos existentes
foram realizados junto de apenas um dos géneros, maioritariamente em mulheres, o que
também dificulta um maior conhecimento sobre as questões apresentadas. Compreender
a dinâmica da satisfação sexual nestes indivíduos é crucial, pois esta variável parece ser
um potenciador de bem-estar individual. Expandir o conhecimento neste sentido poderá,
portanto, permitir desenvolver métodos clínicos mais eficazes na promoção da
qualidade de vida da população com condições crónicas de saúde.

Satisfação sexual e qualidade de vida

Stamogiannou, Grunfeld, Denison & Muir (2005) salientam o funcionamento sexual


como um dos mais fortes preditores da qualidade de vida. Um estudo desenvolvido na
população saudável por Maia e Pessoa (2009) aponta para a existência de uma
correlação positiva entre satisfação sexual e qualidade de vida. Isto significa que quanto
mais insatisfeitos sexualmente forem os sujeitos, menores parecem ser os níveis
percebidos de qualidade de vida. Esta realidade parece ser ainda mais urgente nos
indivíduos portadores de condições crónicas de saúde, uma vez que estes já estão à
partida sujeitos a comprometidos na sua saúde sexual.

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Kolotkin, Blinks, Crosby, Ostbye, Gress, e Adams (2009) além de revelarem que as
dificuldades sexuais experienciadas pelos indivíduos com doença crónica se traduzem
muitas vezes na diminuição dos níveis do desejo e da satisfação sexual salientam
também o impacto dessa na diminuição ao nível da qualidade de vida dos mesmos. No
entanto são escassos os estudos que abordam a associação entre qualidade de vida e
satisfação sexual nesta população.

Objectivos e hipóteses

Os objectivos desta investigação empírica prenderam-se com: 1) caracterizar as


crenças sexuais, a satisfação sexual e a qualidade de vida em homens e mulheres com
condição crónica de saúde, por comparação com indivíduos saudáveis; 2) explorar a
associação entre crenças sexuais, satisfação sexual e qualidade de vida em ambos os
grupos; 3) explorar a associação entre as variáveis sociodemográficas, clínicas e
relacionais e os níveis de satisfação sexual, crenças sexuais, qualidade de vida em
ambos os grupos; 4) identificar as variáveis explicativas da satisfação sexual e da
qualidade de vida em indivíduos com e sem CCS;

É esperado que pessoas com condições crónicas de saúde tenham níveis de


satisfação sexual e qualidade de vida menores do que os saudáveis. É esperado que
existam diferenças de género ao nível das crenças sexuais, satisfação sexual e qualidade
de vida de homens e mulher. Relativamente aos restantes objectivos, e dado o seu
carácter exploratório, hipotetizamos apenas que níveis superiores de crenças sexuais
disfuncionais estão relacionados com níveis inferiores de satisfação e que níveis
inferiores de satisfação sexual estejam relacionados com níveis inferiores de qualidade
de vida.

Método

Participantes
Foram recolhidos inicialmente dados de 522 participantes, maiores de 18 anos.
Foram excluídos 195 indivíduos que não tinham vida sexual activa. Dos 327 indivíduos
remanescentes, foram ainda excluídos sujeitos que: no momento da aplicação do
questionário estavam a tomar medicação psiquiátrica/psicológica (n=28); tinham tido

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um diagnóstico de disfunção sexual (n=5); ou que estavam num relacionamento


homossexual (n=16). Considerando a natureza do estudo foram criados dois grupos: um
grupo de participantes com condição crónica de saúde (CCS, n=69), de acordo com a
classificação internacional de doenças (CID-10) e um grupo de controlo de participantes
sem condição crónica de saúde (PS=76). Foram ainda excluídos alguns participantes
com doenças crónicas (n=36) que não eram relevantes para o estudo em questão (e.g.
perturbações do aparelho respiratório e digestivo, alergias), tendo por base a revisão
bibliográfica realizada para este fim. Foi realizado ainda uma selecção aleatória dos
participantes do grupo de controlo, com o objectivo de aproximar a dimensão da
amostra entre os grupos. Este procedimento foi feito através do processo de selecção
aleatória de participantes do programa estatístico SPSS. A amostra final foi constituída
por 145 participantes (CCS=69; PS=76).
No que diz respeito às principais características sociodemográficas, a amostra
era maioritariamente portuguesa (CCS: n=67, 97.1%; PS: n= 70, 92.1%) e do sexo
feminino (CCS: n=42, 60.9%; PS: n=56, 73.7%, χ2= 2.711 (1), p= 0.100). As idades
dos participantes assumiram valores compreendidos entre os 18 e os 70 anos (CCS:
M=32.00, DP=11.421; PS: M=29.63, DP=10.200, t=-1.319(143), p= 0.189).
Relativamente ao estado civil dos participantes, estes encontravam-se mais
frequentemente solteiros (CCS: N=35, 50.7%; PS: N=49, 64.5%, χ2= 2.801(1),
p=0.094). A duração média dos relacionamentos amorosos em meses, nos participantes
com condições crónicas de saúde, foi de 87.536 com um desvio padrão de 111.86, e nos
participantes saudáveis 71.00 meses e comum desvio padrão de 92.39 (t=-0.956(143),
p=0.341). Os anos de escolaridade situam-se, em ambos os grupos, numa média de 13
anos. No que diz respeito ao rendimento familiar, em ambos os grupos revelou-se que
em média, a maior parte dos participantes tinha um rendimento familiar entre 583€ e
1666€. Relativamente à situação profissional, verificou-se que os CCS eram na sua
maioria trabalhadores enquanto o grupo PS na sua maioria eram estudantes. Os grupos
mostraram se equivalentes em todas as variáveis analisadas, não existindo diferenças
significativas entre eles, como se pode observar no quadro 1.
Indivíduos com Indivíduos saudáveis T(df) /χ2 (df)/
condição crónica de (N=76) Fisher’s Test p
saúde (N=69) N(%) (df)
N(%)
Sexo
Feminino 42(60.9) 56(73.7) 2.711(1) 0.100
Masculino 27(39.1) 20(26.3)
Idade
Média 32 29.63

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Desvio padrão 11.42 10.2 -1.319(143) 0.189
Amplitude 18-70 18-57
Anos de escolaridade
Média 13.7 13.74
Desvio padrão 3.44 3.09 0.076(143) 0.930
Amplitude 4-21 1-21
Nacionalidade
Portuguesa 67(97.1) 70(92.1) (1) 0.280
Outros países de língua 2(2.9) 6(7.9)
portuguesa
Estado civil
Solteiro(a)/ 35(50.7) 49(64.5)
Viúvo(a)/Divorciado(a)/ 2.801(1) 0.094
Separado(a)
Casado(a)/União de facto 34(49.3) 27(35.5)
Duração da relação
amorosa em meses
Média 87.54 71
Desvio padrão 111.86 92.39 -0.956(143) 0.341
Amplitude 0-540 0-422
Situação profissional
Estudante/ Estudante 31(44.9) 46(60.5)
trabalhador(a) 3.534(1) 0.060
Trabalhador(a) 34(49.3) 30(39.5)
Outro
Rendimento familiar
Menos de 583€/mês 1(1.4) 6(7.9)
Entre 583€ e1666€/mês 44(63.8) 38(50) 279(143) 0.781
Entre 1667 e 3333€/mês 16(23.2) 24(31.6)
Entre 3334 e 6666€/mês 8(11.6) 5(6.6)
Mais de 6666€/mês 3(3.9)
Quadro 1- estatísticas descritivas e comparação entre os grupos com e sem condições crónicas de saúde

As condições crónicas de saúde (CID-10) mais frequentes na amostra foram as


condições crónicas metabólicas e endócrinas, seguidas das condições crónicas
osteomusculares (quadro 2). Pode-se ainda observar neste quadro que a grande maioria
dos participantes com CCS receberam o diagnóstico há mais de 2 anos e que
actualmente fazem tratamento para a referida condição crónica.

N %
Que tipo de doença foi
diagnosticado?
3 4.3
Condições crónicas do sistema nervoso
10 14.5
Condições crónicas osteomusculares
29 42.0
Condições crónicas metabólicas e
endócrinas
9 13.0
Condições crónicas do sistema
circulatório
2 2.9
Condições crónicas infecciosas
1 1.4
Neoplasias
4 5.8
Condições crónicas do aparelho urinário
10 14.5
Condições crónicas da pele e tecido
conjuntivo e subcutâneo
Há quanto tempo foi
diagnosticado?
12 17.4
Menos de 2 anos
57 82.6
Mais do que 2 anos
Faz actualmente tratamento?
Sim 15 21.7

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Não 54 78.3
Quadro 2- Caracterização clínica da amostra dos participantes com condição crónica de saúde (N=69)

Procedimentos
O presente estudo faz parte um projecto de investigação mais abrangente
denominado “Processos e Resultados de Adaptação Psicossocial em Indivíduos
Saudáveis e com Condições Crónicas de Saúde”. Este projecto foi avaliado e aprovado
pela comissão de ética da Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias em
janeiro de 2016. Posteriormente os dados foram recolhidos entre abril e junho de 2016
através de um protocolo construído para o efeito, e onde foram pedidas todas as
autorizações requeridas legal e eticamente para o efeito.

O protocolo de investigação foi difundido através de plataformas online e pelas


redes sociais, pela rede de contactos da universidade e dos investigadores, e
administrando em formato “papel e lápis” em associações e instituições relevantes no
âmbito da população visada.

Aos participantes que aceitaram colaborar no estudo foi-lhes entregue um


formulário de consentimento informado e livre onde era explicado os objectivos da
investigação, o carácter voluntário, anónimo e confidencial de todos os dados
fornecidos, bem como disponibilizadas informações acerca dos papéis dos
investigadores e respectivos contactos.

Instrumentos

A recolha de informação foi feita através de um protocolo de investigação que


incluiu um questionário de caracterização sociodemográfica e clínica e instrumentos de
auto-relato, nomeadamente a Nova Escala de Satisfação Sexual – NSSS – (Stulhofer,
Busko & Brouillard, 2010; Pechorro, Almeida, Figueiredo, Pascoal, & Vieira, 2015), o
EUROHIS-QOL-8 (Power, 2003;Pereira, Melo, Gameiro, & Canavarro,2011), Sexual
Dysfunctional Beliefs Questionaire (Nobre, Pinto-Gouveia, & Gomes, 2003) e a Escala
de Avaliação Relacional (Hendrick, 1988; Hendrick, Dricke & Hendrick, 1998; Santos
et al., 2000; Lind, 2008).

O questionário de caracterização sociodemográfica e clínica foi constituído por


um conjunto de itens de resposta aberta e fechada que visaram caracterizar os
participantes tendo em conta aspectos sociodemográficos como a idade, sexo, estado
civil e relacional, entre outros. Teve ainda como objectivo recolher informação acerca

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do historial clínico dos sujeitos, como o consumo de substâncias psicoactivas e a


prescrição de medicação psiquiátrica. Neste questionário estavam presentes questões
que possibilitaram a selecção dos participantes de acordo com a presença de
diagnóstico, ou não, de doença crónica (e.g. “Tem diagnóstico de alguma condição
crónica de saúde”; Que condição crónica lhe foi diagnosticada”) e outras que
permitiram caracterizá-las em função do tempo de diagnóstico e tipo de tratamento.

A NSSS (Stulhofer, Busko & Brouillard, 2010; Pechorro, Almeida, Figueiredo,


Pascoal, & Vieira, 2015) avalia a satisfação sexual, tendo em conta uma estrutura
bidimensional constituída por 20 itens, que são divididos numa subescala de centração
no eu e numa subescala de centração na actividade sexual e no parceiro, contudo
também é possível obter um resultado total através da soma de todos os itens. A
resposta a cada item é dada numa escala ordinal de 1 (nada satisfeito) a 5 (totalmente
satisfeito).Valores mais altos na pontuação total deste instrumento correspondem a
níveis mais elevados de satisfação sexual. Na validação para a população portuguesa
apresentou um alfa de Cronbach de 0.96, o que traduz um forte nível de consistência
interna. No presente estudo apresentou um alfa de Cronbach de 0.98.

O EUROHIS-QOL-8 (Power, 2003;Pereira, Melo, Gameiro, & Canavarro,2011)


avalia a percepção global de Qualidade de vida dos indivíduos (físico, psicológico,
relações sociais, e ambiente). Foi desenvolvido a partir do WHOQOL-Bref e é
constituído por 8 itens, sendo cada domínio representado por dois itens. A resposta a
cada item é dada numa escala ordinal que toma valores numa amplitude de 1 a 5. O
resultado é traduzido num índice global, sendo que valores mais elevados correspondem
a uma percepção mais elevada acerca da qualidade de vida. No que diz respeito à
consistência interna do instrumento na sua versão portuguesa, este apresenta um alfa de
Cronbach de 0.83 e no presente estudo de 0.82.

O Sexual Dysfunctional Beliefs Questionaire (Nobre, Pinto-Gouveia, & Gomes,


2003) avalia um conjunto de crenças e estereótipos acerca da vivência da sexualidade
em homens e mulheres. É constituído por 40 itens e tem uma versão destinada à
população feminina e outra à população masculina. Cada versão é constituída por seis
domínios específicos, sendo possível um resultado final que resulta da soma de todos os
itens de cada uma das respectivas versões. A resposta a cada item é dada numa escala
ordinal de concordância, tomando amplitudes de 1 a 5, sendo o 1 “discordo totalmente”

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e 5 “concordo totalmente”. Valores mais elevados da pontuação do questionário


correspondem a um maior número de crenças disfuncionais. Os testes de consistência
interna da versão para a população portuguesa apontam para um alfa de Cronbach para a
versão masculina de 0.93 e 0.81 para a versão feminina. Os testes de consistência
interna para este estudo revelaram um alfa de Cronbach para a versão masculina de 0.92
e 0.88 para a versão feminina.

A Escala de Avaliação Relacional (Hendrick, 1988; Hendrick, Dricke &


Hendrick, 1998; Santos et al., 2000; Lind, 2008) é uma escala de auto-avaliação que
visa avaliar a satisfação relacional. Possui sete itens numa escala de resposta de cinco
pontos. A resposta a cada item é dada numa escala ordinal de 1 (nada satisfeito) a 5
(totalmente satisfeito). Uma pontuação elevada na totalidade dos itens traduz uma maior
satisfação com a relação. Nos estudos desenvolvidos para a validação do instrumento
para a população portuguesa este apresentou um alfa de Cronbach 0.86, o que coincide
com o valor obtido nos testes de consistência interna deste estudo.

Análise estatística

A análise estatística de dados foi realizada com o recurso ao programa estatístico


IBM®SPSS® Statistics versão 20.0 para Windows. Para caracterizar a amostra,
calculámos estatísticas descritivas como frequência, média e desvio-padrão. Para testar
a existência de possíveis diferenças entre os grupos nas variáveis de caracterização
sociodemográfica, clínica e relacional, bem como naquelas que propusemos estudar,
utilizámos os testes de qui-quadrado e de t de Student. Com o objectivo de perceber se
existiam correlações entre as variáveis em estudo. Foram também calculadas
correlações de Pearson. Foi ainda calculado regressões estatísticas lineares para
verificar que factores mostraram ser melhores explicativos de maiores níveis de
qualidade vida e de satisfação sexual.

Resultados

Caracterização e comparação entre grupos nas variáveis em estudo

No quadro 3 estão representadas as diferenças entre as médias relativas à satisfação


sexual, às crenças sexuais e à qualidade de vida em ambos os grupos. Verificou-se que

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indivíduos com e sem condições crónicas de saúde

não existiam diferenças significativas entre os grupos ao nível da satisfação sexual,


crenças sexuais e avaliação do relacionamento amoroso. No entanto, os grupos
diferiram significativamente ao nível da qualidade de vida (t=3.385, p<0.001). Os
indivíduos com condições crónicas de saúde apresentaram níveis de qualidade de vida
mais baixos quando comparados com os participantes saudáveis.

Participantes Participantes com Diferenças


saudáveis condições entre os
crónicas de saúde grupos
M DP M DP df t p
Satisfação Sexual 81.63 14.09 76.33 21.40 143 1.776 0.078

Crenças Sexuais 66.52 16.83 65.77 15.88 130 0.268 0.789

Avaliação do 29.57 4.50 28.78 4.77 137 1.000 0.319


relacionamento

Qualidade de vida 31.16 3.47 28.83 4.78 143 3.385 0.001


Quadro 3 – Diferença entre as médias de “Satisfação Sexual”, “Crenças Sexuais”, “Avaliação do relacionamento” e
“Qualidade de Vida” na amostra saudável e na amostra com doença crónica (N=145)

No que diz respeito às diferenças entre as médias dos homens e mulheres


(quadro 4), no grupo dos indivíduos com condições crónicas de saúde, não se registaram
diferenças significativas em nenhuma das variáveis em estudo. Contudo, no grupo dos
participantes saudáveis, a variável “crenças sexuais” revelou haver diferenças
significativas (t=-4.402, p<0.001). Neste grupo, os homens apresentam níveis maiores
de crenças sexuais desajustadas quando comparados com as mulheres.

Quadro 4 – diferenças entre as médias de Satisfação Sexual”, “Crenças Sexuais”, “Avaliação do relacionamento” e
“Qualidade de Vida” em indivíduos do sexo feminino e masculino em ambos os grupos (N=145)

Participantes saudáveis Participantes com condições


crónicas de saúde
F M df t p F M df t p
M(DP) M(DP) M (DP) M(DP)

Satisfação 82.44(12.90) 79.35(17.15) 74 0.84 0.402 76.02(21.82 76.81(21.12) 67 -0.149 0.882


Sexual 2 )

Crenças 62.12(10.79) 80.88(24.12) 66 - 0.000 62.88(15.23 71.27(15.97) 62 -2.059 0.044


Sexuais 4.40 )
2
Avaliação do 29.73(4.40) 29.10(4.83) 74 0.53 0.593 29.24(4.39) 28.08(5.314) 61 0.941 0.351
relacionamen 7
to

Qualidade de 30.93(3.53) 31.80(3.28) 74 - 0.338 28.83(4.82) 28.81(4.80) 67 0.016 0.988


vida 0.96
4
Associação entre as variáveis em estudo

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indivíduos com e sem condições crónicas de saúde

Os quadros 5 e 6 mostram-nos a existência de relações entre as principais


variáveis em estudo. Desta forma, no quadro 5 podemos observar que no grupo CCS
existe uma correlação positiva significativa entre: satisfação sexual e avaliação do
relacionamento (0.327, p<0.01); avaliação do relacionamento e qualidade de vida
(0.362, p<0.01).

Quadro 5 – Correlações entre “Satisfação Sexual”, “Crenças Sexuais”, “Avaliação do relacionamento” e “Qualidade
de Vida” em homens e mulheres com doença crónica (N=78)

Satisfação Crenças Sexuais Avaliação do Qualidade de


Sexual relacionamento vida
Satisfação _____________ 0.121 0.327** 0.179
Sexual
Crenças Sexuais -0.109 0.037

Avaliação do 0.362**
relacionamento
Qualidade de
vida
**correlação significativa p <0.01

No PS as correlações que são estatisticamente significativas são: satisfação


sexual e crenças sexuais (-0.289, p<0.05); satisfação sexual e avaliação do
relacionamento (0.524, p<0.01); e avaliação do relacionamento e qualidade de vida
(0.367, p<0.01).

Quadro 6 – Correlações entre “Satisfação Sexual”, “Crenças Sexuais”, “Avaliação do relacionamento” e “Qualidade
de Vida” em homens e mulheres sem doença crónica (N=80)

Satisfação Crenças Sexuais Avaliação do Qualidade de


Sexual relacionamento vida
Satisfação _____________ -0.289* 0.524** 0.109
Sexual
Crenças Sexuais -0.201 -0.003

Avaliação do 0.367**
relacionamento
Qualidade de
vida
*correlação significativa p <0.05

**correlação significativa p <0.01

Associação entre as variáveis em estudo e as variáveis sociodemográficas, clínicas e


relacionais

No quadro 7 estão descritas as associações entre as variáveis em estudo e as


variáveis sociodemográficas, clínicas e relacionais nos indivíduos saudáveis. Podemos

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observar que houve uma associação estatisticamente significativa entre crenças sexuais
e o sexo (0.476, p<0.01).

Quadro 7- Associação entre as variáveis sociodemográficas clínicas e relacionais com as variáveis de estudo no grupo dos
participantes saudáveis

Duração do
Anos de Situação Estado
Sexo Idade Nacionalidade relacionamento
escolaridade profissional civil
amoroso
Satisfação
-0.097 -0.058 -0.034 0.035 -0.140 -0.140 -0.088
sexual
Avaliação
do
-0.062 -0.031 -0.146 0.45 -0.36 0.017 0.044
relacionam
ento
Qualidade
0.111 -0.143 -0.141 0.060 -0.115 -0.050 -0.006
de vida
Crenças
0.476** -0.034 -0.109 0.49 0.115 -0.141 0.009
sexuais
No quadro seguinte, as associações que se mostraram significativas nos
indivíduos com CCS foram: satisfação sexual e duração do relacionamento amoroso (-
0.326, p<0.01); crenças sexuais e sexo (0.253, p<0.05); crenças sexuais e o estado civil
(0.412, p<0.01); e crenças sexuais e duração do relacionamento amoroso (0.269,
p<0.05).

Quadro 8 - Quadro 7- Associação entre as variáveis sociodemográficas clínicas e relacionais com as variáveis de
estudo no grupo dos participantes com CCS

Duração do
Naciona Anos de Situação Estado Tempo de Fazer relacionam
Sexo Idade
lidade escolaridade profissional civil diagnóstico tratamento ento
amoroso

Satisfação
0.018 -0.180 0.026 0.058 -0.179 -0.166 0.013 -0.069 -0.326**
sexual
Avaliação
do
-0.120 -0.072 -0.011 -0.007 -0.77 -0.007 -0.069 0.036
relacionam 0.007

ento
Qualidade
-0.002 -0.164 0.097 0.181 0.059 -0.196 0.117 -0.116 -0.166
de vida

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indivíduos com e sem condições crónicas de saúde
Crenças
0.253* -0.181 -0.054 -0.163 0.052 -0.412** -0.155 -0.149 -0.269*
sexuais

Factores explicativos da Satisfação Sexual

Os quadros seguintes (quadro 9 e 10) mostram o papel explicativo que as


variáveis têm na satisfação sexual. Em relação ao grupo dos indivíduos saudáveis, só a
avaliação do relacionamento mostrou ser preditora da satisfação sexual, explicando
aproximadamente 41% da variância dos níveis de satisfação sexual (R²=0.414, t=6.052,
p<0.001).

Quadro 9- Regressão linear das variáveis “crenças sexuais” e “avaliação do relacionamento amoroso”
como preditoras da satisfação sexual dos participantes saudáveis

R² Beta t p

Crenças sexuais -0.171 -1.766 0.082


0.414
Avaliação do
0.587 6.052 0.000
relacionamento

No grupo dos participantes com CCS, a avaliação do relacionamento e a duração


do relacionamento amoroso mostraram ser preditoras da satisfação sexual. O conjunto
destas duas variáveis explicam aproximadamente 42% da variância dos níveis de
satisfação sexual experienciados pelos indivíduos com CCS (R²=0.422, t=3.533, t=-
5.718, p<0.001)

Quadro 10- Regressão linear das variáveis “avaliação do relacionamento amoroso” e “duração do relacionamento
amoroso” como preditoras da satisfação sexual dos participantes com CCS

R² Beta t p
Avaliação do 0.347 3.533 0.001
relacionamento 0.422
Duração do -0.562 -5.718 0.000
relacionamento
amoroso

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indivíduos com e sem condições crónicas de saúde

Factores explicativas da Qualidade de vida

No que diz respeito às variáveis explicativas da qualidade de vida, em ambos os


grupos a avaliação do relacionamento revelou ser preditora dos níveis de qualidade de
vida dos sujeitos. Nos indivíduos saudáveis (quadro 11), a avaliação do relacionamento
explica aproximadamente 13% da variância dos níveis de qualidade de vida destes
participantes (R²=0.134, t=3.391, p<0.001).

Quadro 11 - Regressão linear da variável “avaliação do relacionamento amoroso” como preditora da qualidade de
vida dos participantes saudáveis

R² Beta t P
Avaliação do 0.134 0.567 3.391 0.001
relacionamento
O mesmo é semelhante no grupo dos participantes com CCS, onde a avaliação
do relacionamento explica aproximadamente 13% da variância dos níveis de qualidade
de vida (R²=0.131, t=3.035, p=0.004)

Quadro 12 - Regressão linear da variável “avaliação do relacionamento amoroso” como preditora da qualidade de
vida dos participantes com CCS

R² Beta t p
Avaliação do 0.131 0.362 3.035 0.004
relacionamento

Discussão dos resultados

O presente estudo pretendeu estudar as relações entre as crenças acerca da


sexualidade, a satisfação sexual e a qualidade de vida em homens e mulheres com e sem
CCS. Para um melhor conhecimento desta população, foi importante termos em conta
as diferenças de género e comparar os resultados com um grupo de participantes
saudáveis. Achamos também relevante o contributo que os resultados proporcionaram
para perceber quais os factores que poderiam explicar melhor as variâncias dos níveis
das variáveis em estudo.

Deste modo, e no que diz respeito às diferenças de médias entre o grupo de


participantes com CCS e os participantes saudáveis, os resultados sugerem que existam
diferenças na qualidade de vida. Este resultado vem confirmar a hipótese que

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indivíduos com e sem condições crónicas de saúde

propusemos, e vai ao encontro da literatura que nos diz que tratando-se de condições
crónicas de saúde, estas acarretam um conjunto de consequências crónicas que afectam
a forma como os indivíduos percepcionam vários domínios da sua vida (Silva & Pais-
Ribeiro, 2003; Paredes, Simões, Canavarro, Serra, Pereira, Quartilho, Rijo, Gameiro &
Carona, 2008).

O mesmo não se verificou, no entanto com os níveis de satisfação sexual, o que nos
pode indicar que a presença de condição crónica poderá não ter influência satisfação
sexual dos indivíduos. Contudo, estes resultados poderão ser explicados pelo grau de
gravidade e pela natureza das consequências biológicas das CCS que os participantes
apresentam e que poderá ser reduzido. A literatura mostra-nos que CCS de origem
vascular, hormonal e neurológica tendem a potenciar mais dificuldade nas diferentes
fases do funcionamento sexual, diminuindo a satisfação sexual e que quanto maior o
número de complicações crónicas associadas menores são os níveis de bem-estar e
qualidade de vida dos indivíduos (Silva & Pais-Ribeiro, 2003; Verschuren, Enzlin,
Djikstra & Dekker, 2010), pelo que estas variáveis devem ser tidas em conta em estudos
futuros.
Os resultados por nós obtidos revelam também diferenças de género no que diz
respeito às crenças sexuais, revelando que os homens, em média, tendam a ter mais
crenças sexuais desajustadas que as mulheres. Este resultado só foi visível no grupo dos
participantes saudáveis. Segundo Nobre e Carvalho (2010), os valores culturais são
responsáveis pelo que ocorre cognitiva e emocionalmente durante a actividade sexual e
embora as mulheres tendem a ser mais influenciadas por factores culturais, as questões
da masculinidade e da performance parecem estar presentes na maneira como os
homens percepcionam a sua sexualidade e o relacionamento com o seu parceiro, no
entanto estas diferenças não se verificaram no grupo de indivíduos com CCS.
Registamos, ainda, uma associação negativa significativa entre crenças sexuais e
satisfação sexual. Embora este fenómeno esteja só presente no grupo dos participantes
saudáveis, isto indica-nos que maiores níveis de crenças sexuais desajustadas estão
associados a níveis inferiores de satisfação sexual. Este resultado corrobora a ideia de
que as atitudes e crenças em relação à sexualidade influenciam a maneira como nós a
experienciamos e interpretamos os acontecimentos e como crenças desajustadas podem-
se relacionar com uma experiência mais negativa da sexualidade e da própria satisfação
sexual (Nobre, Gouveia & Gomes, 2003;Pires & Pereira, 2012). No entanto, este

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processo parece não ser evidente nos indivíduos com CCS. Isto leva-nos a crer que
talvez as crenças e mitos acerca da sua própria doença possa ter influência na satisfação
sexual, pelo que futuras investigações deverão procurar esclarecer esta eventual
diferença.

Ao contrário do que hipotetizámos, não se registou relação significativa entre


satisfação sexual e qualidade de vida. Tendo em conta o modelo conceptual de
Verschuren, Enzlin, Djikstra e Dekker (2010), estes consideram um conjunto de
variáveis que podem estar associadas à qualidade de vida para além do funcionamento
sexual, tais como as questões do relacionamento, o que vai ao encontro dos nossos
resultados.
Os resultados obtidos contribuem para o conhecimento da população com CCS,
permitindo perceber mais claramente o que é característico da população em estudo,
tendo também em conta diferenças de género. Em termos práticos, estes resultados
apontam as questões relacionais como factores potenciadores de qualidade de vida e
satisfação sexual que podem ser trabalhados e motivados na prática clínica para
contribuir para um melhor bem-estar do indivíduo com CCS. Por outro lado, mantêm
em aberto importantes questões que devem ser investigadas em estudos subsequentes.
No entanto, é importante ter em conta a diversidade da amostra na leitura dos
resultados obtidos. O grupo dos participantes com CCS têm diagnósticos de diversas
naturezas, o que faz com as consequências crónicas específicas de cada patologia sejam
difíceis de se controlar na análise dos dados. Seria relevante para investigações futuras
explorar estas variáveis em amostras com condições crónicas particulares e mais
numerosos, de forma a poder explorar as pistas fornecidas pelos nossos resultados.

Conclusão

Como observamos, a prevalência de pessoas com CCS tem vindo a aumentar e o


avanço tecnológico e médico permite que elas (con)vivam com estas complicações
crónicas durante mais tempo. Surge, então a necessidade de potenciar e tornar mais
satisfatória a qualidade de vida destes indivíduos.
A vivência da sexualidade em pessoas com CCS têm vindo a ser descrita na
literatura como tendo um impacto na QdV, contudo e embora estes resultados não se

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indivíduos com e sem condições crónicas de saúde

terem verificado no nosso estudo, acreditamos que devem ser estudados com mais
pormenor e enfatizando também questões relacionais e também da imagem corporal.
É imprescindível elaborar mais pesquisa para que se possa conhecer com mais
detalhe a vivência da sexualidade nas pessoas com CCS e desta forma contribuir para
uma prática clínica mais personalizada e adequada às necessidades do indivíduo.

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Int. J. Ment. Health. 23, 24-56

World Health Organization.(2002). The world health report: reducing risks, promoting
healthty life. WHO: Geneva

Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias - Escola de Psicologia e Ciências da Vida 28


Cláudia Medeiros Ledo - Crenças sexuais, satisfação sexual e qualidade de em vida em
indivíduos com e sem condições crónicas de saúde

Anexos

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Cláudia Medeiros Ledo - Crenças sexuais, satisfação sexual e qualidade de em vida em
indivíduos com e sem condições crónicas de saúde
Consentimento Informado

As doenças crónicas podem provocar alterações orgânicas, emocionais e sociais, que


exigem cuidados constantes. Neste sentido, torna-se urgente a compreensão dos fatores psicossociais
envolvidos no processo de adaptação a uma condição de crónica de saúde.

Qual é o objetivo do estudo?


Esta investigação tem como objetivo compreender os processos de adaptação psicossocial e
identificar os fatores que contribuem para melhor adaptação em indivíduos adultos, saudáveis e com
condições crónicas de saúde.

Quem pode participar?


Este estudo é dirigido a homens e mulheres, saudáveis ou com condições crónicas de saúde, com
idade igual ou superior a 18 anos.

Como pode participar?


A sua participação consiste na resposta voluntária a um conjunto de questionários, compostos por
questões simples e de resposta rápida sobre diferentes áreas da sua vida (individual, familiar, social,
etc.). Não existem respostas certas nem erradas. Este questionário demora cerca de 30 minutos a ser
preenchido. O seu contributo é muito importante e desde já agradecemos o tempo dispensado. Por
favor, responda a todas as questões. Pode, em qualquer momento, e por qualquer motivo, desistir de
colaborar neste estudo.

Como é garantida a confidencialidade?


As suas respostas serão confidenciais e anónimas. Apenas serão solicitados dados sociodemográficos
para efeitos estatísticos e em nenhum momento serão solicitados dados que permitam a sua
identificação (ex., nome, número de cartão de cidadão, etc.). Os dados recolhidos serão utilizados
apenas para fins de investigação.

Quem está a realizar este estudo?


Este estudo está a ser realizado por um grupo de alunos do Mestrado em Psicologia Clínica e da
Saúde da Escola de Psicologia e Ciências da Vida da Universidade Lusófona de Humanidades e
Tecnologias. Se tiver questões adicionais acerca desta investigação, por favor, contacte os
investigadores responsáveis: Neuza Silva (neuzambsilva@gmail.com); Raquel Pires
(raquelpires.ulusofona@gmail.com)

As suas respostas serão um importante contributo com repercussões clínicas, científicas e


sociais. Desde já, os investigadores responsáveis agradecem a sua disponibilidade e
colaboração!

Declaro que percebi a informação acima descrita e dou o meu consentimento com vista a
participação neste estudo.

Data: _____/_______/____________

Nome completo: ____________________________________

Assinatura: _________________________________________________

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Cláudia Medeiros Ledo - Crenças sexuais, satisfação sexual e qualidade de em vida em
indivíduos com e sem condições crónicas de saúde

QUESTIONÁRIO SOCIODEMOGRÁFICO E CLÍNICO

Os dados obtidos neste questionário são importantes para conhecermos melhor o


seu perfil sociodemográfico. Por isso, solicita-se que responda a todos os itens com
atenção.

1. Sexo:  Feminino  Masculino


2. Idade: _______________ (anos)

3. Nacionalidade: __________________________________________

4. Localidade de residência:
______________________________________
5. Escolaridade (número de anos de escola completos): ____________

6. Situação profissional:  Estudante


 Estudante trabalhador(a)
 Trabalhador(a) a tempo inteiro
 Trabalhador(a) a tempo parcial
 Doméstico(a)
 Desempregado(a)
 Reformado(a)
 Outro:
___________________________________________

7. Quantas pessoas compõem o seu agregado familiar?


______________________________

8. Com quem vive na maior parte do tempo? (pode selecionar várias opções)
 Pais e/ou irmãos
 Outros familiares (ex., avós, tios, etc.)
 Sozinho
 Com colegas/amigos
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Cláudia Medeiros Ledo - Crenças sexuais, satisfação sexual e qualidade de em vida em
indivíduos com e sem condições crónicas de saúde

 Com namorado(a)/companheiro(a)
 Em instituição
 Outro

9. Qual é o rendimento ilíquido mensal do seu agregado familiar?


 Menos de 583 €/mês
 Entre 583 e 1666 €/mês
 Entre 1667 e 3333 €/mês
 entre 3334 e 6666 €/mês
 Mais de 6666 €/mês
10. Estado civil:  Solteiro(a)
 Casado(a)/ União de fato
 Viúvo(a)
 Divorciado(a)/Separado(a)
11. Sobre os seus relacionamentos amorosos…

a. Atualmente, mantém um relacionamento amoroso?


 Não
 Sim: relação de exclusividade com indivíduo do sexo
oposto
 Sim: relação de exclusividade com indivíduo do
mesmo sexo
 Sim: relação ocasional com indivíduo do sexo oposto
 Sim: relação ocasional com indivíduo do mesmo sexo
b. Há quantos meses mantém esta relação? ____________ (meses)
Se atualmente não mantém um relacionamento amoroso, por favor responda 0 (zero).

c. Esta relação inclui contactos de natureza sexual?


 Sim
 Não
Se atualmente não mantém um relacionamento amoroso, por favor responda
"Não".

12. Sobre a sua saúde sexual…

a. Alguma vez lhe foi diagnosticada uma disfunção sexual?


 Sim
 Não
b. Qual foi a disfunção sexual diagnosticada? ____________________
Se nunca lhe foi diagnosticada uma disfunção sexual, por favor responda
"Nenhuma".

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Cláudia Medeiros Ledo - Crenças sexuais, satisfação sexual e qualidade de em vida em
indivíduos com e sem condições crónicas de saúde

c. Há quanto tempo foi diagnosticada a disfunção sexual?


 Menos de 6 meses
 Mais de 6 meses mas menos de 1 ano
 Entre 1 e 2 anos
 Mais de 2 anos
 Nunca
Se nunca lhe foi diagnosticada uma disfunção sexual, por favor responda "Nunca".

13. Sobre a sua saúde física…

a. Peso (em Kg) _______________

b. Altura (em cm) ______________

c. Tem diagnóstico de alguma condição crónica de saúde?


 Sim
 Não
d. Que condição crónica de saúde lhe foi diagnosticada? (em caso de
diabetes, por favor indique se é de tipo I ou II)

_______________________________________________________
_____
Se nunca lhe foi diagnosticada uma condição crónica de saúde, por favor responda
"Nenhuma".

e. Há quanto tempo foi diagnosticada esta condição crónica de saúde?


 Menos de 6 meses
 Mais de 6 meses mas menis de 1 ano
 Entre 1 e 2 anos
 Mais de 2 anos
 Nunca
f. Faz atualmente algum tratamento para esta condição crónica de
saúde?
 Sim
 Não
Se nunca lhe foi diagnosticada uma condição crónica de saúde, por favor responda
"Não".

g. Que tratamentos faz para a sua condição crónica de saúde?

_______________________________________________________
____

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Cláudia Medeiros Ledo - Crenças sexuais, satisfação sexual e qualidade de em vida em
indivíduos com e sem condições crónicas de saúde
Se nunca lhe foi diagnosticada uma condição crónica de saúde, por favor responda
"Nenhum".

h. Consegue realizar os seus tratamentos sem ajuda?


 Sim
 Não
 Sem tratamentos
Se atualmente não faz nenhum tratamento para a sua condição crónica de saúde, ou se
nunca lhe foi diagnosticada uma condição crónica de saúde, por favor responda "Sem
tratamentos".

i. Quem é que o ajuda na realização dos seus tratamentos? (pode


selecionar várias opções)
 Pais/Outros Familiares
 Profissionais de saúde
 Não preciso de ajuda
 Sem tratamentos
 Outro:
__________________________________________
Se atualmente não faz nenhum tratamento para a sua condição crónica de saúde, ou se
nunca lhe foi diagnosticada uma condição crónica de saúde, por favor responda "Sem
tratamentos".

14. Sobre a sua saúde mental….


a. Alguma vez teve acompanhamento psicológico ou psiquiátrico?
 Sim
 Não

b. Há quanto tempo tem/teve acompanhamento psicológico ou


psiquiátrico?
 Menos de 6 meses
 Mais de 6 meses mas menis de 1 ano
 Entre 1 e 2 anos
 Mais de 2 anos
 Nunca
Se nunca teve acompanhamento psicológico ou psiquiátrico, por favor responda
"Nunca".

c. Toma medicação para algum problema psicológico/psiquiátrico?

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Cláudia Medeiros Ledo - Crenças sexuais, satisfação sexual e qualidade de em vida em
indivíduos com e sem condições crónicas de saúde

 Sim
 Não

d. Possui hábitos de consumo de substâncias?


 Sim
 Não

e. Com que regularidade consome bebidas alcoólicas?


 Nunca
 Menos de 1 vez por semana
 1-2 vezes por semana
 3-4 vezes por semana
 5-6 vezes por semana
 1 vez por dia
 Mais de uma vez por dia
f. Com que regularidade consome tabaco?
 Nunca
 Ocasionalmente
 Diariamente, menos de 10 cigarros por dia
 Diariamente, entre 10 e 20 cigarros por dia
 Diariamente, mais de1 maço de tabaco por dia
g. Com que regularidade consome outras drogas?
 Nunca
 Menos de 1 vez por semana
 1-2 vezes por semana
 3-4 vezes por semana
 5-6 vezes por semana
 1 vez por dia
 Mais de uma vez por dia

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Cláudia Medeiros Ledo - Crenças sexuais, satisfação sexual e qualidade de em vida em
indivíduos com e sem condições crónicas de saúde

EUROHIS-QOL-8
(Power, 2003; Pereira, Melo, Gameiro, & Canavarro, 2011)

Instruções: Este questionário procura conhecer a sua qualidade de vida, saúde, e outras áreas da sua vida.
Pedimos-lhe que tenha em conta a sua vida nas duas últimas semanas.

1. Como avalia a sua qualidade de vida? 2. Até que ponto está satisfeito(a) com a sua
saúde?
 Muito má  Muito insatisfeito(a)
 Má  Insatisfeito(a)
 Nem boa nem má  Nem satisfeito(a) nem insatisfeito(a)
 Boa  Satisfeito(a)
 Muito boa  Muito satisfeito(a)

3. Tem energia suficiente para a sua vida 4. Até que ponto está satisfeito(a) com a sua
diária? capacidade para desempenhar as atividades
do seu dia-a-dia?
 Nada  Muito insatisfeito(a)
 Pouco  Insatisfeito(a)
 Moderadamente  Nem satisfeito(a) nem insatisfeito(a)
 Bastante  Satisfeito(a)
 Completamente  Muito satisfeito(a)

5. Até que ponto está satisfeito(a) consigo 6. Até que ponto está satisfeito(a) com as suas
próprio(a)? relações pessoais?
 Muito insatisfeito(a)  Muito insatisfeito(a)
 Insatisfeito(a)  Insatisfeito(a)
 Nem satisfeito(a) nem insatisfeito(a)  Nem satisfeito(a) nem insatisfeito(a)
 Satisfeito(a)  Satisfeito(a)
 Muito satisfeito(a)  Muito satisfeito(a)

7. Tem dinheiro suficiente para satisfazer as 8. Até que ponto está satisfeito(a) com as
suas necessidades? condições do lugar em que vive?
 Nada  Muito insatisfeito(a)
 Pouco  Insatisfeito(a)
 Moderadamente  Nem satisfeito(a) nem insatisfeito(a)
 Bastante  Satisfeito(a)
 Completamente  Muito satisfeito(a)

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ESCALA DE AVALIAÇÃO RELACIONAL


(Hendrick, Dicke, & Hendrick, 1998; Lind, 2008; Santos, Feijão, & Mesquita, 2000)

Por favor, selecione a opção que melhor expressa a sua resposta relativamente à sua relação amorosa. Se
atualmente não mantém um relacionamento amoroso, não responda a este questionário.

1. Até que ponto é que o(a) seu(sua) parceiro(a) corresponde às suas necessidades?

1 2 3 4 5
Muito mal Mal Medianamente Bem Muito bem

2. De um modo geral, até que ponto está satisfeito(a) com a sua relação?

1 2 3 4 5
Muito Insatisfeito Medianamente Satisfeito Muito satisfeito
insatisfeito satisfeito

3. Até que ponto é que a sua relação é boa, em comparação com a maioria das relações?

1 2 3 4 5
Muito má Má Mediana Boa Muito boa

4. Com que frequência deseja não se ter envolvido nesta relação?

1 2 3 4 5
Nunca Raramente Às vezes Quase sempre Sempre

5. Até que ponto é que a sua relação tem correspondido às suas expectativas iniciais?

1 2 3 4 5
Nada Pouco Medianamente Muito Completamente

6. Com que intensidade ama o(a) seu(sua) parceiro(a)?

1 2 3 4 5
Muito pouco Pouco Medianamente Muito Muitíssimo

7. Quantos problemas existem na sua relação?

1 2 3 4 5
Muito poucos Poucos Alguns Muitos Imensos

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Cláudia Medeiros Ledo - Crenças sexuais, satisfação sexual e qualidade de em vida em
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QUESTIONÁRIO DE CRENÇAS SEXUAIS – VERSÃO FEMININA


(Nobre, Pinto-Gouveia, & Gomes, 2003)

No quadro abaixo encontram-se algumas afirmações relacionadas com a sexualidade. Estas afirmações
podem estar de acordo com as suas opiniões em relação ao sexo ou pelo contrário podem ser diferentes
daquilo que pensa. O que se pede é que coloque à frente de cada afirmação o seu grau de concordância
relativamente a esta. Considerando que não existem respostas correctas nem erradas, solicitamos a maior
sinceridade possível. Esta é a versão feminina deste questionário; os participantes do sexo masculino
devem responder à versão masculina, que encontrarão de seguida.

completamente

completamente
Não concordo
nem discordo

parcialmente
parcialmente

Concordo

Concordo
Discordo

Discordo
CRENÇAS

1. A atenção e o carinho do parceiro são essenciais para uma boa relação sexual. 1 2 3 4 5
2. A masturbação é um acto errado e pecaminoso. 1 2 3 4 5
3. O mais importante no sexo é o afecto entre os parceiros. 1 2 3 4 5
4. A melhor prenda que a mulher pode levar para o casamento é a virgindade. 1 2 3 4 5
5. Após a menopausa a mulher deixa de sentir desejo sexual. 1 2 3 4 5
6. As fantasias sexuais são próprias de mulheres perversas. 1 2 3 4 5
7. A masturbação não é própria de uma mulher respeitada. 1 2 3 4 5
8. Depois da menopausa as mulheres não conseguem atingir o orgasmo. 1 2 3 4 5
9. Existem várias formas de ter prazer e atingir o orgasmo. 1 2 3 4 5
10. Mulheres fisicamente pouco atraentes não conseguem ser sexualmente felizes. 1 2 3 4 5
11. Na cama quem manda é o homem. 1 2 3 4 5
12. Uma boa mãe não pode ser uma mulher sexualmente activa. 1 2 3 4 5
13. O clímax / orgasmo é próprio dos homens e não das mulheres. 1 2 3 4 5
14. O homem é que deve iniciar qualquer actividade sexual. 1 2 3 4 5
15. O sexo é sujo e pecaminoso. 1 2 3 4 5
16. O orgasmo simultâneo (ao mesmo tempo) dos parceiros é essencial para o bom
1 2 3 4 5
desempenho sexual.
17. O orgasmo só é possível através do coito vaginal. 1 2 3 4 5
18. O sexo serve só para satisfazer os homens. 1 2 3 4 5
19. O sucesso de uma carreira profissional implica o controlo do desejo sexual. 1 2 3 4 5
20. Com a idade a mulher perde o prazer pelo sexo. 1 2 3 4 5
21. Os homens só ligam a mulheres jovens e bonitas. 1 2 3 4 5
22. O sexo é uma actividade pura e bonita. 1 2 3 4 5
23. Sexo sem amor é como comida sem sal. 1 2 3 4 5
24. No sexo tudo é permitido desde de que os parceiros estejam de acordo. 1 2 3 4 5
25. Qualquer mulher que inicie uma relação sexual é imoral. 1 2 3 4 5
26. O sexo só é legítimo como forma de procriação (para ter filhos). 1 2 3 4 5
27. Relações sexuais durante o período menstrual podem causar problemas. 1 2 3 4 5
28. Sexo oral é uma das maiores perversões. 1 2 3 4 5
29. Se a mulher se deixar ir sexualmente fica totalmente nas mãos do parceiro. 1 2 3 4 5
30. Ser sorridente e simpática para os homens pode ser perigoso. 1 2 3 4 5
31. O mais importante para as mulheres são os prazeres da maternidade. 1 2 3 4 5
32. Sexo anal é uma actividade doentia. 1 2 3 4 5
33. Na cama quem manda é a mulher. 1 2 3 4 5
34. Sexo só deve acontecer por decisão do homem. 1 2 3 4 5
35. Só existe uma forma aceitável de ter relações sexuais (homem por cima). 1 2 3 4 5
36. Ter prazer durante uma relação sexual não é correcto numa mulher de bem. 1 2 3 4 5
37. Uma boa mãe deve controlar os seus impulsos sexuais. 1 2 3 4 5
38. Uma mulher feia não consegue satisfazer sexualmente o companheiro. 1 2 3 4 5
39. Uma mulher que só sinta prazer através da estimulação do clitóris é doente ou
1 2 3 4 5
perversa.
40. Uma rapariga pura não tem relações sexuais. 1 2 3 4 5

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Cláudia Medeiros Ledo - Crenças sexuais, satisfação sexual e qualidade de em vida em
indivíduos com e sem condições crónicas de saúde

QUESTIONÁRIO DE CRENÇAS SEXUAIS – VERSÃO MASCULINA


(Nobre, Pinto-Gouveia, & Gomes, 2003)

No quadro abaixo encontram-se algumas afirmações relacionadas com a sexualidade. Estas afirmações
podem estar de acordo com as suas opiniões em relação ao sexo ou pelo contrário podem ser diferentes
daquilo que pensa. O que se pede é que coloque à frente de cada afirmação o seu grau de concordância
relativamente a esta. Considerando que não existem respostas correctas nem erradas, solicitamos a maior
sinceridade possível. Esta é a versão masculina deste questionário; os participantes do sexo feminino
devem prosseguir para o questionário seguinte.

completamente

completamente
Não concordo
nem discordo
parcialmente

parcialmente
Concordo

Concordo
Discordo

Discordo
CRENÇAS

1. "Um verdadeiro homem" tem relações sexuais com grande frequência. 1 2 3 4 5


2. O orgasmo só é possível através do coito (penetração) vaginal. 1 2 3 4 5
3. A erecção do pénis é essencial para a satisfação sexual da mulher. 1 2 3 4 5
4. A homossexualidade é uma doença. 1 2 3 4 5
5. A mulher não tem outra hipótese senão subjugar-se sexualmente ao poder do homem 1 2 3 4 5
6. “Um verdadeiro homem” deve conseguir aguentar o tempo necessário para satisfazer a mulher. 1 2 3 4 5
7. A mulher pode duvidar da virilidade do homem quando este não consegue a erecção
1 2 3 4 5
durante o acto sexual.
8. A prática frequente de sexo oral ou anal pode causar graves problemas de saúde. 1 2 3 4 5
9. A rapidez sexual do homem é um sinal da sua potência. 1 2 3 4 5
10. O sexo é um abuso de poder por parte dos homens. 1 2 3 4 5
11. As consequências de uma falha no desempenho sexual são catastróficas. 1 2 3 4 5
12. As mulheres só ligam a homens jovens e bonitos. 1 2 3 4 5
13. É errado ter fantasias eróticas durante uma relação sexual. 1 2 3 4 5
14. Existem certas regras universais acerca do que é normal durante uma relação sexual. 1 2 3 4 5
15. Na cama quem manda é a mulher. 1 2 3 4 5
16. Um homem que não é capaz de penetrar uma mulher não a satisfaz sexualmente. 1 2 3 4 5
17. No sexo o que conta é conseguir chegar ao fim. 1 2 3 4 5
18. Numa relação tudo o que vai para além do coito (penetração) vaginal é inaceitável. 1 2 3 4 5
19. O corpo da mulher é a sua maior arma. 1 2 3 4 5
20. A mulher pode deixar de amar um homem pelo facto deste não ser capaz de a satisfazer sexualmente. 1 2 3 4 5
21. O coito (penetração) vaginal é a única forma legítima de ter relações sexuais. 1 2 3 4 5
22. O que mais satisfaz sexualmente as mulheres é a potência do pénis. 1 2 3 4 5
23. O sucesso de uma carreira profissional implica o controlo do desejo sexual. 1 2 3 4 5
24. Os preliminares sexuais são uma perda de tempo. 1 2 3 4 5
25. O sexo só é legítimo como forma de procriação (para ter filhos). 1 2 3 4 5
26. No sexo, quanto mais rápido melhor. 1 2 3 4 5
27. Quem não controla os seus desejos sexuais é abusado pelos outros. 1 2 3 4 5
28. "Um verdadeiro homem" está sempre pronto e deve ser capaz de satisfazer qualquer mulher. 1 2 3 4 5
29. Se o homem se deixar ir sexualmente fica totalmente nas mãos da parceira. 1 2 3 4 5
30. Sexo anal é uma actividade doentia. 1 2 3 4 5
31. Os homens devem ser capazes de manter o pénis erecto e rijo até ao final de uma relação sexual. 1 2 3 4 5
32. Só existe uma forma aceitável de ter relações sexuais (homem por cima). 1 2 3 4 5
33. Ter relações sexuais antes do casamento é um pecado. 1 2 3 4 5
34. O sexo é uma violentação do corpo da mulher. 1 2 3 4 5
35. Um homem que não satisfaça sexualmente a mulher é um fracassado. 1 2 3 4 5
36. Um verdadeiro homem deve ser capaz de penetrar a parceira sempre que necessário. 1 2 3 4 5
37. O sexo pode ser bom mesmo sem orgasmo. 1 2 3 4 5
38. Um verdadeiro homem não necessita de muita estimulação para atingir o orgasmo. 1 2 3 4 5
39. Uma mulher no seu auge sexual faz dos homens tudo o que quer. 1 2 3 4 5
40. Quanto maior a proximidade sexual maior a probabilidade de sofrimento emocional. 1 2 3 4 5

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NOVA ESCALA DE SATISFAÇÃO SEXUAL


(Stulhofer, Busko, & Brouillard, 2010; Pechorro, Almeida, Figueiredo, Pascoal, & Vieira, 2015)

No quadro abaixo encontram-se algumas afirmações relacionadas com a sexualidade. Assinale com uma
cruz (X) o nível de satisfação que se mais adeque à sua realidade, escolhendo uma das 5 categorias de
resposta possíveis. Considerando que não existem respostas corretas nem erradas, solicitamos a maior
sinceridade possível. Se atualmente não mantém um relacionamento sexual, não responda a este
questionário.
3 = NEM POUCO
1 = NADA 2 = POUCO 4 = MUITO 5 = TOTALMENTE
NEM MUITO
SATISFEITO SATISFEITO SATISFEITO SATISFEITO
SATISFEITO
1 2 3 4 5
1. A intensidade da minha excitação sexual.
2. A qualidade dos meus orgasmos.
3. A capacidade de me “soltar” e me entregar ao prazer sexual durante as
relações.
4. A minha capacidade de me concentrar na atividade sexual.
5. A forma como eu reajo sexualmente ao(à) meu(minha) parceiro(a).
6. O funcionamento sexual do meu corpo.
7. O meu à-vontade emocional durante o sexo.
8. O meu humor depois da atividade sexual.
9. A frequência dos meus orgasmos.
10. O prazer que eu proporciono ao meu (minha) parceiro(a) sexual.
11. O equilíbrio entre o que eu dou e o que eu recebo durante o sexo.
12. O à-vontade do(a) meu (minha) parceiro(a) durante o sexo.
13. A capacidade do(a) meu (minha) parceiro(a) em iniciar a atividade
sexual.
14. A capacidade do(a) meu (minha) parceiro(a) em ter orgasmos.
15. A capacidade do(a) meu (minha) parceiro(a) se “soltar” e entregar ao
prazer sexual.
16. A forma como o(a) meu (minha) parceiro(a) satisfaz as minhas
necessidades sexuais.
17. A criatividade sexual do(a) meu (minha) parceiro(a).
18. A disponibilidade sexual do(a) meu (minha) parceiro(a).
19. A diversidade das minhas atividades sexuais.
20. A frequência da minha atividade sexual.

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